Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONTRATO PRELIMINAR · Os contratos têm as três etapas a serem cumpridas; · O contrato preliminar ainda não é um contrato (é um pré-contrato); · É uma proposta por escrito (formalizada); · Contempla toda a forma semelhante ao contrato definitivo, mas se opta por ele, as partes entrariam em acordo de uma forma mais palpável; · Esse pré-contrato tem força vinculatória; · Ex.: promessa de compra e venda – escolho um imóvel na planta. Não evoluo logo para o contrato definitivo. Primeiro vislumbro o contrato denominado de “promessa de compra e venda”, que vai à registro (por isso a força vinculatória). Depois evoluímos para o definitivo. Quando o imóvel tiver pronto, aí passaremos para o definitivo (enquanto não tiver pronto, não evolui). Se não quiser evoluir, arcamos com as consequências do contrato preliminar (entrega das chaves – converte a promessa em contrato definitivo e suas consequências, se não evoluir). · Art. 462: · Exceto quanto à forma (que não é igual, mas semelhante), o contrato preliminar deve conter os requisitos essenciais; · Art. 463: · Se não houver cláusula de arrependimento, haverá o direito de exigir a celebração do definitivo. · § único: o contrato deve ser levado a registro. · Preza pela segurança jurídica e pela publicidade. · Bens imóveis: cartório de registro de imóvel; · Bens móveis: cartório de títulos e documentos. · Art. 464: · Quando assinamos um contrato preliminar, se tudo tiver dentro dos parâmetros, de converter o preliminar em definitivo. Mas assinar prazo é conceder um prazo para essa conversão; · Se nada se opuser, faz a conversão porque o juiz determinou, por exemplo. · Art. 465: · Se não der execução, podemos desfazer o contrato ou pedir perdas e danos. · Art. 466: · Se a promessa de contrato for unilateral, o credor deverá se manifestar no prazo dado ou, se não tiver prazo, deve se manifestar em prazo razoável. COMPRA E VENDA (ART. 481 A 532): · É um dos poucos contratos que conseguem implementar as três etapas (no caso dos imóveis); · A compra e venda de bens móveis diz respeito a algo menos formal, pois há uma confusão entre negociação e proposta. · Obs.: Decisão STF (compra e venda de bem imóvel – curiosidade) – a taxa SAT é indevida (pois muitas vezes é abusiva). Essa taxa é a referente à corretagem do imóvel (tempo de construção do imóvel). · Além de não se determinar quem seria responsável pelo pagamento, existiam construtoras que estavam fazendo a cobrança duas vezes; · Era puro bis in idem; · Agora há um processo retroativo, de até 3 anos. · É solene pois passa pelas três etapas de formação de forma bem delimitada; · Para ter valor jurídico, precisa ser levado à registro; · É uma determinação desde a Lei de Registro Públicos de 1973; · Esse registro é uma garantia para terceiros, para não ser lesado; · Ex.: a pessoa já vendeu o bem e continua anunciando o bem. · Todas as questões relativas à imóveis são de conhecimento público. · Os contratos de compra e venda de imóveis são os maiores responsáveis pela maior circulação financeira e arrecadação tributária; · O contrato de compra e venda é um dos mais importantes e um dos mais controversos; · Art. 481, CC – Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. · Domínio é propriedade; · Quando falamos da transferência de domínio, falamos da transferência de direitos (gozar, usar, dispor e reaver); · Essa troca de titularidade é mediante o pagamento de preço em dinheiro; · Os demais contratos, como o de troca ou permuta, temos a transferência de domínio, mas não pagamos com preço (damos um bem e recebemos outro); · No contrato de doação a mesma coisa, mas eu também não pago preço; · Até nos casos das doações onerosas (com encargo), não há pagamento de preço. · Ex.: doar uma casa, com os tributos (água, luz, IPTU) sendo pagos por quem recebe a doação. · É nessa medida que o pagamento, na Compra e Venda, é próprio desse contrato, e é fundamental para sua caracterização; · Esse preço, necessariamente, é pago em dinheiro; · Eu posso pagar com serviço? · Não, pois senão é troca ou permuta. · E a compra e venda de bem móvel? · O veículo a título de entrada é um dinheiro, pois ele pode ser convertido em dinheiro; · É até por isso que, se o carro está velho, não há interesse para se usar como entrada. · Esse preço nem sempre será estipulado pelas partes; · Pode ser estipulado com base em índice financeiro, IGPN, valores pré-tabelados no geral; · Pode ser que um terceiro indique um preço, quando não temos acordo ou pré-fixação de índices. · O acordo é pautado nos princípios da boa-fé objetiva, função social do contrato e consensualismo; · Não falamos de Compra e Venda sem consensualismo, ainda que, nos casos do bem móvel, não se tenha uma negociação e proposta muito clara. · É um contrato comutativo: há direitos e obrigações para ambas as partes contratantes. · Conceitos básicos: · Caio Mário da Silva Pereira – “É um acordo de vontades, na conformidade da lei, e com a finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou extinguir direitos”. · Sempre ocorrerá a transferência de domínio (troca de titularidade). · Há uma transferência dos direitos de usar, gozar, dispor... · Roberto Senise Lisboa – “É o contrato por meio do qual o adquirente (comprador) paga determinado preço em dinheiro com o fim de obter para si a transferência definitiva do bem do alienante (vendedor)”. · Natureza jurídica: · É um contrato bilateral: cada parte assume respectivamente obrigações; · Tanto o adquirente como o vendedor/alienante. · Desde sempre as obrigações devem estar estipuladas; · Ex.: promessa de Compra e Venda – proposta, que aguardamos para virar contrato definitivo. · O contrato definitivo não pode vir contemplando outros elementos que não estavam no da promessa de Compra e Venda. · Obs.: esse contrato é controverso, pois, no caso dos imóveis da planta, pode-se reajustar preço em razão de eventualidades (como a demora da entrega, custo dos materiais). O contrato, portanto, tecnicamente não seria o mesmo do da promessa. · Mas qualquer cláusula que apareça após o acordado e diferente do mesmo, é abusiva/arbitrária. · Esse caso se relaciona até o da taxa SAT, já tratado aqui. · É um contrato oneroso: equivalência de prestações, ambas as partes obtêm vantagem econômica. · Mesmo que eu esteja pagando, eu estou ficando com a titularidade; · Eu aumentarei meu patrimônio. · Da parte que aliena/vende, há um lucro pela própria venda; · Se houver disparidade econômica, é abusivo também; · Não é porque é Compra e Venda que uma das partes tem de ganhar mais que a outra ou que pode haver disparidade econômica (taxas exorbitantes); · Aqui fala da aptidão específica para contratar (o dinheiro, a condição financeira ou algum meio de conseguir o dinheiro). · O preço a ser cobrado tem de ser justo, mas isso não significa que o preço será baixado em prol da condição financeira de alguém (é quem compra que deve equivaler seu financeiro com o que compra); · É consensual: se aperfeiçoa com a manifestação das partes; · Se traduz em manifestação sobre a natureza do contrato, cláusulas do contrato e objeto do contrato. · Ex.: cláusula específica – “vista eterna para o mar”. · Temos que saber que modalidade de Compra e Venda estamos entrando; · Ex.: contento (como a Activia – “devolve o seu dinheiro de volta”; plataforma vibratória Polishop). · Mas tem cláusulas nesses contratos que ninguém costuma olhar que, na verdade, exigem o consumo de baixa caloria, consumo correto de água, enfim, ambos não são milagre, são conjuntos a uma alimentação saudável; · Muitas vezes confundimos contentamento com resultado que nós queremos; · Nossa obrigação não é só pagar o preço (valor). · Ex.: na Compra e Venda de imóveis precisamos levar a registro, garantir que o bem não tenha vícios, dano por evicção etc. · É comutativo: porque as partes já sabem antecipadamente as suas prestações. · Se eu não cumprir uma das exigências que estão desde o princípiodo contrato, eu sofrerei consequências perante meu contrato; · Obs.: A comutatividade pode ser afastada na compra e venda de coisa futura ou quantidade futura (Art. 458, 459 e 460, CC/02). · Ex.: coisa incerta – bens que ainda vão ser colhidos. · Pode ser solene ou não-solene: se existe previsão legal com relação a forma. · Ex.: não-solene – comprar um lanche a pessoa nem abrir a boca para falar nada, só entrega a máquina de cartão, por exemplo (tácito). · Ex.: não-solene – vou comprar um celular e só dou o dinheiro. · Obs.: Na Compra e Venda de bem imóvel, contudo, há solenidade, pois temos que levar a registro. · O contrato de bem imóvel, sem registro (de gaveta, só com reconhecimento de firma), não é suficiente para legitimar o contrato; · Ele não tem valor jurídico nenhum; · O contrato registrado (onde o imóvel está matriculado), sim, tem valor jurídico. · O imóvel é semelhante à vida civil, pois ele passa a ser reconhecido só se registrado. · O importante é sempre priorizar o conhecimento de todos acerca daquele imóvel (é a segurança jurídica entre as partes). · Não é qualquer reforma externa da casa que precisa ser averbada, tem que ser uma mudança significativa (e se juntar a casa com outra, por exemplo, eu posso juntar as matrículas). · Consequências: multa em prol da Prefeitura, pois o IPTU é cobrado no valor venal (valor de edificação – é a presença da má-fé); · Para o imóvel não há nenhuma consequência. · É translativo: é instrumento para a transferência e aquisição de propriedade. · Se não tivesse essa possibilidade de transferência, também não é compra e venda. · Ex.: locação nós não buscamos adquirir propriedade e transferi-la. · Elementos: · Partes: pessoas interessadas no negócio; · Comprador/adquirente; · Vendedor/alienante; · Consenso: as partes exteriorizam a sua vontade de acordarem; · Preço: é o valor a ser pago pela coisa, podendo ele ser certo (cotação), justo (real) e verdadeiro; · Ex.: cotação – tabela Fipe. · Ex.: justo – fixado entre as partes contratantes, como um que garanta a equivalência de prestações (não lese alguma das partes). · Aqui tem lucro. · Ex.: verdadeiro – preço pela coisa sem eu ganhar nenhuma vantagem (só o valor do produto). · Aqui não tem lucro. · Coisa: aquisição do título de transferência do domínio de um determinado bem. · É o objeto, o motivo da nossa compra; · Ele tem que vir determinado ou determinável (para fazer especificações do mesmo). · Obrigações genéricas (móveis e imóveis): · Do adquirente (comprador): · Deverá efetuar o pagamento do preço antes da transferência do bem, salvo se acordarem em sentido contrário; · Ex.: loja de joias que primeiro fornece a joia e depois recebe o valor da mesma (a pessoa tem 30 dias para pagar). · Deverá efetuar o pagamento do preço no tempo ajustado, lugar e modo; · Se não nos preocuparmos com a regra do lugar do pagamento, a regra se quebra e pode ser pago em qualquer lugar. · Se for quanto a bem imóvel, deve ser no lugar onde está situado o imóvel (registrado, matriculado). · Deverá efetuar o pagamento dos juros e cláusula penal; · Arcar com as despesas de lavratura de escritura pública e do registro de transferência do bem imóvel. · São duas despesas diferenciadas: · Uma com o registro; · Outra com a escritura; · Obs.: a exigência da solenidade é para o registro de imóveis (mudar a titularidade, por exemplo). A escritura (é um documento formal, mais elaborado e posso fazer em qualquer cartório), geralmente servindo só como minuta (as taxas são baseadas no valor da transação). · Ex.: se o imóvel vale 2 milhões, o máximo que vou pagar é R$ 9582,00. · Alienante: · Proceder a entrega do bem adquirido após o pagamento do preço; · Arcar com as despesas de transporte e tradição da coisa móvel; · Vale até para delivery. · Garantir a coisa vendida dos riscos da evicção; · Sempre que ocorrer, o risco de evicção deve ser ressarcido. · Responder por vícios redibitórios; · É vício, não é avaria. · Ex.: geladeira sem uma prateleira. · Obs.: o direito de arrependimento só serve para compras de catálogo e de internet. A loja que liquida uma roupa e a roupa vem com o zíper quebrado me faz ter o direito de trocar, e não de me arrepender. · Responder pelas consequências pela entrega incorreta da coisa. · Regras especiais do contrato de compra e venda: Artigo 484: venda sob amostra, protótipo ou modelo. Amostra: pequena quantidade do produto como objeto de compra. Protótipo: espécie de primeira versão do produto. Modelo: semelhante ao produto. Artigo 500: ad corpus (próximo a algo) ou ad mensuram (compra pela medida). Artigo 509/ 512 – Venda a contento ou sujeito de prova. Ocorre quando se espera que o comprador se dê por satisfeito ou quando o comprador precisa experimentar o resultado antes da compra. A venda será considerada suspensiva, ainda que a coisa tenha sido entregue e não será considerada perfeito até que o comprador se manifeste. ↓ EX: o artigo 49 do Código de Defesa do consumidor concede ao consumidor, o direito de “desistir” do contrato em 7 dias, quando a contratação ocorrer fora do estabelecimento comercial, o que confirma espécie de venda a contento por força de lei. · Cláusulas especiais. · Retrovenda (artigo 505 à 508) Nas compras e vendas há um acordo de recompra. Dentro do prazo de três anos o vendedor pode comprar o que vendeu no mesmo valor, observando, somente, as despesas feitas. Esse prazo de 3 anos é inderrogável pelas partes, uma vez que o limite é de ordem pública, pois visa a segurança jurídica de terceiro. O caso fortuito e a força maior extinguem o direito para o vendedor e a coisa pra o comprador. · Preempção ou Preferência Recai sobre bens móveis e imóveis. Nesse caso é uma cláusula que obriga o comprador a dar preferência ao vendedor para adquirir a coisa nas mesmas condições ofertadas a terceiro. O prazo é de 180 dias para coisas móvel e de 2 anos para coisa imóvel. · Venda com reserva de domínio (propriedade) Receber a posse direta do bem, permanecendo em poder do vendedor até o final do pagamento. · Venda sobre documentos (artigo 529 a 532) Venda baseada em documentos para depois partir para o bem. Na venda sobre documentos a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato. TROCA OU PERMUTA Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações: I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca; II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante. CONTRATO ESTIMATÓRIO Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada. Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a ele não imputável. Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou sequestro pelos credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço. Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser comunicada a restituição.
Compartilhar