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70 DIREITO DO TRABALHO - APOSTILA

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· NOVOS DIREITOS ASSEGURADOS AOS DOMÉSTICOS
	Essas são algumas novidades e garantias que foram adquiridos pelo empregado doméstico e quando se fala em empregado doméstico não visualizem apenas a empregada do lar, existem outros empregados que se encaixam na categoria do empregado doméstico e vai ser visto que nem toda garantia vai ser visando em empregada do lar como a jornada 12 por 36 que vai ser vista.
	A lei 150 de 2015 (Fernando falou Lei 551 de 2015, mas acho que não é essa) trouxe novos direitos para os empregados domésticos como:
1. Limitação da jornada de trabalho. 44h semanais, 8h diárias 
	Por mais que a empregada resida na casa ela tem um horário a cumprir (ex: o empregador recebe uma visita 5h da tarde e pede para a empregada doméstica servir o café). Se já acabou a jornada de trabalho isso não pode ocorrer mesmo que ela more na casa. Isso ocorre, e por isso a lei veio limitando a jornada de trabalho para 44h semanais e 8h diárias.
1. Hora extra remunerada com adicional de 50%
	Se são 8h diárias, são 8h diárias. Se o trabalho é de 8h as 18h é de 8h as 18h, mas ai a empregada vai lá, faz o jantar as 19h, lava umas louças até as 20h, ela vai ter direito a 2h extras naquele dia, com adicional de 50% sobre a hora, essa é uma garantia que o empregado ganhou, não existia ainda esse direito, somente para o empregado urbano.
1. Reconhecimento dos acordos coletivos de trabalho e convenção coletiva de trabalho 
	Acordo coletivo de trabalho: empregadora com o sindicato, o que for regulamentado aquela empregada que trabalha na casa vai ter direito também.
	Convenção coletiva de trabalho: sindicato das empregadoras domésticas com o sindicato das empregadas domésticas. O que isso significa? Se o adicional noturno é entre 30%, as empregadas domésticas vão ganhar 30% também. Não precisa nem ser sindicalizado, o direito aplica-se para ela também. (Obs.: 18:30-19:30. O áudio ficou um pouco ruim nessa parte, é melhor escutarem. Creio que ele se enganou quanto aos 30%, pois o adicional noturno é de 20%)
1. Proibição do trabalho ao menores de 18 anos
	A lei veio legalizar essa proibição, ou seja, um empregado doméstico com 16 anos é um emprego proibido (ex: ah, mas fulana veio do interior, tem 14 anos e trabalha como doméstica na casa da minha tia. Em regra não pode). Se feita a denuncia, essa sua tia pode ser multada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e ser condenada a indenizar a empregada menor. Nós vimos sobre empregados urbanos: a Constituição proíbe empregados menores de 18. Vem a CLT e fala “Código de 16, só não pode trabalho noturno”, e já pode a partir dos 14 anos, como menor aprendiz. Isso no caso de empregados urbanos. Empregados domésticos menores de 18 são proibidos. Ex.: uma babá de 15 anos não pode.
	Uma aluna construiu uma situação hipotética onde uma mãe de família de baixa renda oferece a filha menor para trabalhar como doméstica para uma mulher e a mulher vendo a situação, aceita. Mesmo nesse caso em que a pessoa de boa fé vai ser multada e condenada a pagar indenização. O professor comenta que são exatamente esses casos em que as pessoas estão tentando ajudar que mais ocorrem.
1. Adicional noturno de 20%
	O empregado urbano já tinha e agora o empregado doméstico também foi contemplado. O adicional noturno começa das 22h e vai até às 5h da manhã.
1. Hora fictícia 52:30
	O trabalho noturno não se conta uma hora com 60 minutos e sim com 52 minutos e 30 segundos. Nesse caso, os 52h30 é contado como 1h no caso do trabalho noturno. Ex: um cuidador de idoso que possui um turno a noite o horário vai ser contado como 52h30 juntamente com o adicional noturno de 20%.
1. Obrigatoriedade do FGTS
	O empregador doméstico passou a ter obrigatoriedade de recolher o FGTS para o empregado no percentual de 8%. Também passou a ter garantia de um adicional de 3,2%. O empregado quando é demitido não recebe a multa de 40% do FGTS, ele vai receber a liberação do FGTS, os valores que estão depositados na conta e é permitido só os valores que estão depositados. O empregado urbano recebe o que ta depositado mais a multa de 40%, com isso, esse 3,2% é considerado uma garantia para o emprego que a lei criou, por que é uma garantia do empregado doméstico de receber o FGTS mais o adicional por ser demitido, entretanto, se for com justa causa os 3,2% retornam para o empregador. Essa é uma novidade nessa lei. O empregado doméstico tem o salário, mais 8% do FGTS mais 3,2% desse adicional.
	O trabalhador doméstico também ganhou o mesmo direito do trabalhador urbano de ter sua carteira assinada em 48h.
1. Seguro desemprego 
	O seguro desemprego vai durar 6 meses dependendo do período que ela trabalhou.
1. Tempo parcial 25h (proporcional a jornada)
	A Lei complementar 150 de 2015 trouxe uma novidade que já existia na vida real, mas que foi legalizado. Vejam que foi falado que não pode o empregado ganhar menos que um salário mínimo, só que a lei dos doméstico abriu uma exceção quanto a isso que é o chamado tempo parcial de no mínimo 25h. Ora, se tem o empregado doméstico uma limitação de 44h semanais e 8h diárias, abriu-se uma exceção para que o empregado doméstico possa trabalhar meio período. Ex: sua mãe contratou uma empregada doméstica para trabalhar de 8h a 12h totalizando 25h semanais, com isso, ela não vai ganhar um salário mínimo e sim as 25 ao proporcional de dias e horas trabalhados de acordo com o salário mínimo. Se ela trabalhar meio período vai ganhar metade do salário mínimo, ou seja, essa é uma exceção do principio que diz que o empregado não pode ganhar menos que um salário mínimo.
1. Descanso semanal remunerado
	É em feriados e domingos, mas isso não quer dizer que ela não possa vir a trabalhar no domingo, se ela trabalhar no domingo ela pode ter o descanso em outro dia da semana. Pode colocar esse descanso semanal remunerado em outra data.
1. Férias divididas 
	O empregado doméstico pode dividir as férias em no mínimo 10 dias e até mesmo vender as férias para o empregador o que não era possível antes, desde que fique, no mínimo, com 10 dias de férias. 
1. Contrato por prazo determinado 
	Abriu-se a possibilidade de contrato por prazo determinado, que em casos de licença a maternidade. O empregador pode chamar uma outra empregada, mas só por um tempo determinado. “Você pode vir trabalhar só pelo tempo da licença-maternidade. Vou te pagar o salário todo mês” Quando a minha empregada voltar, eu não sou obrigado a manter as duas, e o seu contrato vai encerrou. Forma por escrito que comprove o vínculo empregatício.
Ex.2: férias. No período do Natal, carnaval, imagina que tem várias pessoas na tua casa. Tu tens uma sobrinha, tu paga 2 meses para ela trabalhar como empregada. Quando essas pessoas forem embora, vai encerrar esse contrato com tua sobrinha.
1. Jornada 12 por 36
	O Vigia de uma praça/casa (não de uma empresa por que ai se caracterizaria a finalidade lucrativa e precisa ser não lucrativa) trabalha 12h (passou das 8h diárias) e repousa 36h.
1. Controle de frequência (não aceito horário britânico) 
	O empregador fiscaliza o ponto do empregado doméstico, podendo ser manual, eletrônico etc. O Tribunal Superior do Trabalho não admite a chamada hora britânica, que é quando o trabalhador bate o ponto exatamente no mesmo horário e segundos todos os dias, pressupõe uma fraude.
· O que é o horário britânico? (tirado da internet, link: <http://www.trabalhismoemdebate.com.br/2014/01/o-que-significa-registro-britanico/>)
· Imagine que o empregado escreve no controle de ponto que iniciou a jornada de trabalho às 08h00 e que encerrou o primeiro expediente às 12h00 (zero zero) e que retornou do intervalo para refeição e descanso às 14h00 (zero zero) e assim por diante. Isso é considerado “Registro Britânico” e não possui nenhum valor. A Justiça presume que estes horários são falsos, não transmitem a realidade das horas trabalhadas.
Estes registros não transmitem a realidade da jornada, porque é impossível que todos os dias no mesmo minuto e segundo ocorram os mesmos segundos de início e de fim. Logo, a presunçãoé de que isso é uma fraude. 
	Esse controle de frequencia para o empregador urbano é obrigatório quando o empregador tem acima de 10 funcionários (ou seja, 11), porém no caso do empregador doméstico basta ele ter uma empregada que vai ser obrigado a fazer o cartão de ponto do empregado.
1. Acompanhamento de viagem adicional de 25%, 8h de trabalho
	Se um casal for viajar e quer levar sua babá tem que fazer por escrito essa formalidade. É uma opção da babá, é ela quem vai optar se quer ir ou não, ela não é obrigada a ir, entretanto, se ela for vai ter direito a 25% do salário e uma jornada de trabalho normal, 8h diárias. Se fizer 10h vai ter 2h extras com adicional de 50%. 
· Empregado rural 
O empregado rural, assim como a doméstica, tem uma lei própria, que é a lei 5889/73. Apenas em casos de omissão dessa lei que será usada a CLT, subsidiariamente.
O Conceito de empregador rural está presente no artigo 2°: “Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário” 
Prédio rustico = Prédio histórico
O que caracteriza o empregado rural é o empregador. EX: quando se fala em trabalhador rural, pensa-se logo em área rural, Ok. Mas se o empregador rural tiver uma lavoura no centro da cidade, aquele trabalhador será rural.
Não é porque a lavoura se localiza em área urbana, mas sim porque a atividade daquele empregador é rural.
É como a doméstica, que deve atuar em trabalho sem fins lucrativos (do empregador) para se caracterizar como doméstica. Ele presta serviço de natureza não eventual, assim como o empregado urbano.
EX: Ele é empregado daquela lavoura ou fazenda. Aquela fazenda tem como metas vender ovos de galinha, ou criação de gado para venda.
Já o conceito de empregador está no artigo 3° da mesma lei: Considera-se empregador, rural, para os efeitos desta Lei, a pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agro econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados.” 
“Proprietário ou não”, ou seja, não precisa ser proprietário da fazenda para caracterizar o empregador.
Durante 6 meses há o período da safra de soja. Precisa-se de trabalhadores rurais para exercer aquela função. Ou seja, temporário.
P: Um caseiro de uma fazenda seria caracterizado como o quê? Trabalhador rural ou doméstico? 
R: Tudo depende do empregador. Se aquela fazenda for meramente familiar, sem fins lucrativos, é trabalhador doméstico. Mas se aquela fazenda é usada para fins de venda de alguma coisa, o caseiro vai ser um trabalhador rural.
Para o trabalhador rural, o adicional noturno é maior que o urbano. Acho que é devido às condições de trabalho ou localidade, que por vezes é afastada do cento urbano. Esse trabalhador rural, pela lei, recebe um adicional de 25%.
P: Quem trabalha por essas áreas, como pecuária ou lavoura, então a hora noturna para essas atividades começa a que hora, em regra?
R: Na pecuária inicia-se às 20 horas e termina às 4 da manhã.
Por que isso? Porque entendeu o legislador que os animais dormem mais cedo. Então a hora noturna dele começa às 20 horas e termina às quatro. Quem trabalha em lavoura inicia suas atividades às 21 horas e termina às 5 horas.
A hora noturna do trabalhador urbano inicia-se às 22 horas, com adicional de 20%.
Diz a referida lei que poderão ser descontadas do empregado rural 
até o limite de 20% (vinte por cento) pela ocupação da morada bem como até o limite de 25% (vinte por cento) pelo fornecimento de alimentação sadia e farta, atendidos os preços vigentes na região (Art. 9, "a" da Lei 5889/73).
Tem direito esse trabalhador à obrigatoriedade do FGTS, no percentual de 8%. 
Em caso de uma demissão sem justa causa, direito a uma multa de 40%.
Carteira de trabalho e previdência social devem ser assinadas em 48 horas. Isso não quer dizer que, não assinando, ele, empregado rural, perderá seus direitos. Em uma demanda judicial, o juiz, ordenará que assine e pague, e com isso dará direito de previdência a aquele empregado rural.
Com isso, encerram-se os sujeitos do contrato de trabalho. E quem está fora da CLT: empregado rural e empregado doméstico.
· Contrato de experiência:
É aquele contrato anterior ao contrato de trabalho. É uma opção que o legislador deu ao empregador para que ele conheça o empregado, e vice-versa. 
O contrato de experiência deve ser por escrito, com regras definidas de como vai se proceder o contrato.
A CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social) deve, obrigatoriamente, ser assinada, em um campo do contrato de experiência. Tal modalidade de contrato por prazo determinado diz que o empregado e o empregador já sabem o início e o fim daquele contrato. Normalmente ele é limitado ao prazo máximo de 90 dias, podendo ser prorrogado por uma única vez em outro prazo máximo de 90 dias.
“ [...] O contrato de experiência é a espécie mais comum de contrato por prazo determinado, portanto, a CTPS deve obrigatoriamente conter esta observação. Além disso, essa espécie de contratação deve ser feita por escrito, porque serve como prova segura de que o prazo assim foi estipulado e era conhecido de ambas as partes e tinha prazo estabelecido desde o início.” http://marceloguimaraes.adv.br/ctps-carteira-de-trabalho-e-previdencia-social/
P: pode ter um contrato de experiência de 30 dias + 60 dias?
R: Pode. Prorrogou uma única vez, e foi no prazo máximo de 90 dias
P: e se ele fizer um contrato de 30 dias+ 30+30?
R: Não pode. E virará um contrato indeterminado, e não mais de experiência.
Tem direito esse empregado a auxilio doença, caso ele sofra um acidente de trabalho. Então ele ficará afastado e não perderá seu contrato.
P: Tem direito a aviso prévio?
R: em regra, não. Pois, por ser um tipo de contrato com prazo determinado, empregado e empregador já sabem a data de início e de fim. Porém, por ser um contrato escrito, se houver uma cláusula contratual em que o empregado seja avisado previamente, aí sim.
Novidade no TST: estabilidade para a gestante.
A jurisprudência do TST entende que a estabilidade por gravidez também alcançou o contrato de experiência. Aquela empregada que está no contrato de experiência, se engravidar naquele momento, ela terá estabilidade, licença maternidade. Ou seja, se ela tem um contrato de 90 dias, acabou o contrato, ela descobriu que estava gravida, ela tem direito a retornar ao trabalho, e aquele empregador terá que aceitar. Se não aceitar, pagará indenização.
A má-fé deve ser comprovada.
O empregador não pode em uma entrevista perguntar se uma mulher está gravida. Isso caracterizado como descriminação, dano moral.
EX: o Mateus faz um contrato de experiência só para época da pascoa, de 30 dias, sem prorrogação. Mas se naquele momento ela estiver grávida, ela terá estabilidade. Caso o supermercado não queira, aí terá que indenizar. 
No período em que estiver prestando serviço ao empregador, a gestante terá direito a 120 dias de licença maternidade. A Licença maternidade, segundo a CLT, dura 120 dias, porém o governo, a partir do programa Empresa Cidadã (a empresa que faz parte desse programa), dá à gestante 180 DIAS, e ela ganha benefícios de tributação, mas só as que aderiram a esse programa. 
Continuando nossos contratos de trabalho, na aula passada falamos do contrato de experiência, este contrato tem prazo de 90 dias e pode ser que não seja prorrogável, pode ser 90 dias direto. O contrato de experiência é uma modalidade do contrato por prazo determinado.

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