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A n o 1 1 Novembro 2022 N º 4 8 CONJUNTURA ECONÓMICA E PERSPECTIVAS DE INFLAÇÃO Novembro 2022 Membros de Pleno Direito Rogério Lucas Zandamela Governador (Presidente) Gertrudes Adolfo Tovela Administradora Jamal Omar Administrador Benedita Guimino Administradora Silvina de Abreu Administradora Maria Esperança Mateus Majimeja Administradora Convidados Permanentes Umaia Mahomed Assessor do Governador Ingunn Valvatne Assessora do Governador Luísa Samuel Navele Assessora do Governador e Directora do Gabinete do Governador Luís Alberto Poio Director do Departamento de Análise Macroprudencial Pinto Fulane Director do Departamento de Supervisão Prudencial Paulo Mandlate Director do Departamento de Licenciamento Cambial Emílio Rungo Director do Gabinete de Comunicação e Imagem Carlos João Baptista Director do Departamento de Mercados e Gestão de Reservas Pinho José Ribeiro Director do Departamento de Estudos Económicos Domingos Fumo Director do Departamento de Estatística e Reporte 3 Prefácio O Banco de Moçambique (BM) tem como mandato primário manter a estabilidade de preços, de modo a assegurar a protecção do poder de compra dos cidadãos. Tal pressupõe que a inflação seja mantida baixa, em um dígito, e estável no médio prazo. O mandato para tornar este objectivo possível é exercido pelo Comité de Política Monetária (CPMO), órgão composto pelo Governador, Vice-Governador, Administradores do BM e convidados permanentes. Simultaneamente, o BM tem a responsabilidade de supervisionar e manter a estabilidade do sistema financeiro. A estabilidade de preços favorece, também, o crescimento económico equilibrado e sustentável. A estabilidade de preços reduz o grau de incerteza dos agentes económicos e permite assegurar taxas de juro mais atractivas, contribuindo para um ambiente favorável à poupança e ao investimento. Para assegurar a estabilidade de preços, o CPMO define a taxa de juro de política, designada por taxa do Mercado Monetário Interbancário de Moçambique (MIMO). Esta taxa, introduzida a 17 de Abril de 2017, sinaliza a postura da política monetária e serve de âncora para as operações no Mercado Monetário Interbancário (MMI). Espera-se que, através da influência que exerce sobre as taxas de juro overnight formadas no MMI, a taxa MIMO afecte a inflação por via dos canais das expectativas, taxa de câmbio e crédito. A decisão sobre a taxa MIMO é primariamente baseada nas projecções da inflação, sempre ponderando os riscos e as incertezas associados a tais projecções e à conjuntura económica. O CPMO reconhece que as suas decisões afectam a economia com um certo desfasamento temporal, por isso adopta uma postura de política monetária baseada na avaliação das perspectivas económico-financeiras e dos seus riscos e incertezas, num horizonte temporal de pelo menos oito trimestres. Quando as projecções da inflação se desviam materialmente do objectivo primário de política monetária estabelecido para o médio prazo, o CPMO toma medidas de política adequadas para inverter tal tendência. O CPMO reúne-se ordinariamente uma vez a cada dois meses e extraordinariamente sempre que as condições económicas o exijam. O calendário dos encontros ordinários do CPMO é anunciado no princípio de cada ano. Entretanto, o órgão pode reunir-se extraordinariamente para deliberar sobre aspectos de política monetária, sempre que as circunstâncias macroeconómicas o imponham. O BM valoriza a transparência na comunicação da sua política monetária. As decisões de política monetária são anunciadas publicamente, através do comunicado de imprensa do CPMO e/ou de conferência de imprensa dirigida pelo Governador do BM, no mesmo dia em que se realiza a reunião do Comité. O Relatório de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação (CEPI) é um veículo adicional de comunicação das decisões do CPMO. O CEPI divulga os factores e a racionalidade das medidas tomadas pelo órgão, alargando a compreensão do público sobre os objectivos e a condução da política monetária. Rogério Lucas Zandamela Governador 4 Índice DECISÕES DO COMITÉ DE POLÍTICA MONETÁRIA NA SESSÃO N.º 6, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2022 6 1. CAPÍTULO I. DESENVOLVIMENTOS RECENTES DA ECONOMIA INTERNACIONAL E PERSPECTIVAS 7 1.1. Actividade Económica e Inflação 7 1.2. Preços das Principais Mercadorias e Dinâmica das Moedas dos Parceiros Comerciais 8 2. CAPÍTULO II. DESENVOLVIMENTOS RECENTES NA ECONOMIA DOMÉSTICA E PERSPECTIVAS DE CURTO PRAZO 10 2.1. Actividade Económica no Curto Prazo 10 2.2. Evolução Recente da Inflação e Perspectivas de Curto Prazo 15 3. CAPÍTULO III. PERSPECTIVAS DE INFLAÇÃO E ACTIVIDADE ECONÓMICA NO MÉDIO PRAZO 19 3.1. Pressupostos para as Projecções de Médio Prazo 19 3.2. Projecções de Inflação para o Médio Prazo e Riscos Associados 20 3.3. Decisão de Política Monetária 21 Caixas Caixa 1: Desenvolvimentos Monetários e Financeiros 13 Caixa 2: Desenvolvimentos Monetários e Financeiros 17 Tabelas Tabela 1-1: Projecções do PIB Global – 2022 e 2023 (%) 7 Tabela 2-1: Dinâmica do PIB Real de Moçambique por Sectores – Variação anual (%) 10 Tabela 2-2: Balança de Pagamentos (milhões de USD) 10 Tabela 2-3: Comércio Externo (milhões de USD) 11 Tabela 2-4: Execução do Orçamento do Estado (milhões de meticais) 11 Tabela 2-5: Dívida Pública Interna (milhões de meticais) 11 Tabela 2-6: Núcleos de Inflação - Moçambique 15 Tabela 3-1: Pressupostos Externos 19 5 Gráficos Gráfico 1-1: Evolução do PIB (%) 7 Gráfico 1-2: Perspectivas do PIB Real (%) 7 Gráfico 1-3: Evolução da Inflação (%) 8 Gráfico 1-4: Perspectivas de Inflação (%) 8 Gráfico 1-5: Índice de Preços de Mercadorias Exportadas 8 Gráfico 1-6: Índice de Preços de Mercadorias Importadas 9 Gráfico 1-7: Perspectivas de Preço do Brent (USD) e de Alimentos (variação anual em %) 9 Gráfico 1-8: Índice Composto do USD face às Moedas 9 Gráfico 2-1: Evolução Anual do Crédito à Economia 11 Gráfico 2-2: Evolução do Hiato do Produto e do ICE 12 Gráfico 2-3: Índice de Produção Industrial (PMI) 12 Gráfico 2-4: Componentes da Inflação Anual 15 Gráfico 2-5: Projecções de Inflação Anual de Curto Prazo e Inflação Anual Observada (%) 15 Gráfico 2-6: Expectativas de Inflação Anual (%) 16 Gráfico 2-7: Índice de Difusão e Inflação Anual 16 Gráfico 3-1: Projecção da Inflação Anual de Moçambique (%) 18 Gráfico 3-2: Projecção do Crescimento Anual do PIB Real de Moçambique (%) 19 6 Decisões do Comité de Política Monetária na Sessão n.º 6, de 30 de Novembro de 2022 O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 17,25%. A medida é sustentada pelos elevados riscos e incertezas associados às projecções de inflação, com destaque para os efeitos da persistência da tensão geopolítica na Europa e do abrandamento da procura externa, não obstante as perspectivas de retorno da inflação para um dígito, no médio prazo. As perspectivas de inflação apontam para uma desaceleração no médio prazo. Em Outubro, a inflação anual, que comporta as cidades de Maputo, Beira e Nampula, desacelerou para 11,08%, após 12,01% em Setembro, a reflectir, essencialmente, o abrandamento dos preços dos bens alimentares, com destaque para as frutas e vegetais. A inflação subjacente também reduziu. Para o médio prazo, consolida-se a perspectiva de retorno da inflação para um dígito, decorrente dos efeitos dos aumentos da taxa MIMO e da estabilidade do Metical, não obstante a prevalência de elevados riscos e incertezas. Os riscos e incertezas associados às projecções de inflação mantêm-se elevados. A nível interno, destacam-se as pressões crescentes para o aumento da despesa pública corrente, as incertezas em relação aos impactos dos choques climáticos na oferta e comercialização de bens e à evolução dos preços administrados, incluindoo seu efeito sobre os preços de outros bens e serviços. A nível externo, mantêm-se as incertezas quanto ao prolongamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, e acrescem os riscos de recessão económica global. As previsões de crescimento económico para 2023 foram ligeiramente revistas em baixa. No III trimestre de 2022, o crescimento do produto interno bruto abrandou para 3,6%, a reflectir o fraco desempenho do sector secundário. Para o médio prazo, antevê-se um ligeiro abrandamento da expansão da actividade económica, em face da potencial redução da procura externa e das condições financeiras restritivas, incluindo acrescidas dificuldades no acesso aos mercados financeiros internacionais. Entretanto, a nível interno, a implementação dos projectos energéticos continuará a favorecer o crescimento económico. A dívida pública interna mantém-se elevada. O endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 274,8 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 56 mil milhões desde Dezembro de 2021. O CPMO continuará a monitorar a evolução dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação, e não hesitará em tomar as medidas correctivas necessárias. A próxima reunião ordinária do CPMO está marcada para o dia 25 de Janeiro de 2023. Rogério Lucas Zandamela Governador 7 1. Capítulo I. Desenvolvimentos Recentes da Economia Internacional e Perspectivas Consolidam-se as perspectivas de abrandamento do crescimento económico mundial para 2022 e 2023 devido ao prolongamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia e ao aumento das taxas de juro por parte dos bancos centrais, para fazer face às pressões inflacionárias prevalecentes. Os receios de enfraquecimento da economia norte-americana conduzem ao enfraquecimento do Dólar norte- americano perante as principais moedas. Enquanto isso, os preços das commodities continuam elevados, não obstante os sinais de estabilização. Gráfico 1-1: Evolução do PIB (%) 12.2 14.7 7.9 20.1 19.1 4.9 4.0 4.9 8.4 2.9 1.8 4.1 0.4 13.5 0.2 1.8 2.1 3.9 EUA Zona do Euro China Índia África do Sul II Tri-21 III Tri-21 II Tri-22 III tri-22 Fonte: Trading Economics Tabela 1-1: Projecções do PIB Global – 2022 e 2023 (%) Realizado 2021 2022 2023 2022 2023 Economia Mundial 6.0 3.2 2.7 0.0 (0.2) Avançadas 5.2 2.4 1.1 (0.1) (0.3) EUA 5.7 1.6 1.0 (0.7) 0.0 Zona do Euro 5.2 3.1 0.5 0.5 (0.7) Alemanha 2.6 1.5 -0.3 0.3 (1.1) Japão 1.7 1.7 1.6 0.0 (0.1) Reino Unido 7.4 3.6 0.3 0.4 (0.2) Emergentes e em Desenvolvimento 6.6 3.7 3.7 0.1 (0.2) Brasil 4.6 2.8 1.0 1.1 (0.1) Índia 8.7 6.8 6.1 (0.6) 0.0 China 8.1 3.2 4.4 (0.1) (0.2) África Subsaariana 4.7 3.6 3.7 (0.2) (0.3) África do Sul 4.9 2.1 1.1 (0.2) (0.3) Região Projeção Diferença com WEO de Jul/22 Fonte: FMI, WEO (Outubro, 2022) Gráfico 1-2: Perspectivas do PIB Real (%) 2,24 3,45 6,85 1,66 3,03 2,12 3,10 6,47 1,62 3,20 1,12 6,09 6,55 1,12 0,70 1,04 5,81 7,74 0,72 0,79 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 RSA China India EUA Zona Euro 2022_CPMO_Set 2022_CPMO_Nov 2023_CPMO_Set 2023_CPMO_Nov Fonte: Global Projection Model Network 1.1. Actividade Económica e Inflação No III trimestre de 2022, observou-se um desempenho misto da actividade económica nos principais parceiros do país. Dados recentes indicam que o produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos da América (EUA) cresceu em 1,8% no III trimestre de 2022, mesma cifra do trimestre anterior, reflectindo o aumento das exportações e do consumo privado. Na Zona Euro o crescimento abrandou, como corolário da crise energética que continua a afectar a região, perante o prolongamento do conflito militar Russo-Ucraniano. No mesmo período, a economia chinesa cresceu em 3,9%, contra os 0,4% do trimestre anterior, a traduzir os incentivos concedidos ao sector industrial por parte do Governo, bem como o aumento das exportações (Gráfico 1-1). Consolidam-se as perspectivas de abrandamento da economia global para 2023. Em Outubro de 2022, o Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve as perspectivas de crescimento da economia mundial para 2022 e reviu em baixa para 2023. A revisão em baixa é justificada (i) pelos efeitos do prolongamento da guerra entre a Rússia e a Ucrânia e (ii) pelos aumentos das taxas de juros directoras por parte dos principais bancos centrais, num cenário em que os preços se mantêm em níveis elevados (Tabela 1-1). Do mesmo modo, a Global Projection Model Network (GPMN) atesta as perspectivas do FMI, de um prolongamento do abrandamento da economia global em 2022 e 2023 (gráfico 1-2). 8 Gráfico 1-3: Evolução da Inflação (%) Fonte: Refinitiv e Trading Economics Gráfico 1-4: Perspectivas de Inflação (%) 6,77 2,47 7,25 8,17 7,71 6,85 2,41 6,73 7,96 7,88 5,73 2,66 6,05 4,02 3,77 5,93 2,60 5,00 3,67 4,23 ,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 RSA China India EUA Zona Euro 2022_CPMO_Set 2022_CPMO_Nov 2023_CPMO_Set 2023_CPMO_Nov Fonte: Global Projection Model Network Gráfico 1-5: Índice de Preços de Mercadorias Exportadas (média móvel 7 dias) - 50.00 100.00 150.00 200.00 250.00 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 2 6 /ja n /2 2 0 5 /f e v/ 2 2 1 5 /f e v/ 2 2 2 5 /f e v/ 2 2 0 7 /m a r/ 2 2 1 7 /m a r/ 2 2 2 7 /m a r/ 2 2 0 6 /a b r/ 2 2 1 6 /a b r/ 2 2 2 6 /a b r/ 2 2 0 6 /m a i/2 2 1 6 /m a i/2 2 2 6 /m a i/2 2 0 5 /ju n /2 2 1 5 /ju n /2 2 2 5 /ju n /2 2 0 5 /ju l/2 2 1 5 /ju l/2 2 2 5 /ju l/2 2 0 4 /a g o/ 2 2 1 4 /a g o/ 2 2 2 4 /a g o/ 2 2 0 3 /s e t/ 2 2 1 3 /s e t/ 2 2 2 3 /s e t/ 2 2 0 3 /o u t/2 2 1 3 /o u t/2 2 2 3 /o u t/2 2 0 2 /n o v/ 2 2 1 2 /n o v/ 2 2 2 2 /n o v/ 2 2 Ín d ic e D e z 2 0 1 0 = 1 0 0 Algodão Açúcar Aluminio Carvão Termico Gás (Eixo Dtº) Fonte: Refinitiv Para as economias avançadas, as previsões macroeconómicas dos dois organismos convergem para um crescimento quase nulo em 2023, agravando-se, deste modo, o risco de uma possível recessão global (tabela 1-1 e gráfico 1- 2). Em Outubro de 2022, a inflação desacelerou na maioria dos principais parceiros comerciais do país, apesar de se situar ainda em níveis elevados (gráfico 1-3). Com efeito, nos EUA, na China e na Índia a inflação anual abrandou devido ao refreamento do preço dos bens alimentares. Em sentido inverso, na Zona Euro e na África do Sul a inflação anual acelerou devido ao aumento do preço de energia eléctrica e de alimentos, respectivamente. As perspectivas de inflação de curto e médio prazo para os principais parceiros comerciais do país são mistas. As previsões do GPMN apontam para uma revisão em alta das estimativas de inflação para a Zona Euro e África do Sul, tanto para 2022, como para 2023, reflexo, sobretudo, do impacto do conflito Rússia-Ucrânia. Porém, para os EUA e Índia, mantém-se a previsão de uma inflação relativamente mais baixa para o mesmo período, ainda assim, acima das metas estabelecidas para o longo prazo, antecipando-se assim a manutenção dos incrementos da taxa de juro de política (gráfico 1-4). O ligeiro abrandamento das perspectivas da inflação global para 2022 e 2023, relativamente a Setembro passado, reflecte, essencialmente, o enfraquecimento da procura global resultante das perspectivas de maior abrandamento da actividade económica mundial associada às políticas monetárias mais restritivas, num contexto de manutenção dos acordos de exportações de cereais no Mar Negro e de redução dos efeitos da reabertura das economias pós-COVID-19.1.2. Preços das Principais Mercadorias e Dinâmica das Moedas dos Parceiros Comerciais Os preços das principais mercadorias, continuam elevados, não obstante os sinais de 9 Gráfico 1-6: Índice de Preços de Mercadorias Importadas (média móvel 7 dias) 70 80 90 100 110 120 130 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 2 6 /j a n /2 2 0 5 /f e v /2 2 1 5 /f e v /2 2 2 5 /f e v /2 2 0 7 /m a r/ 2 2 1 7 /m a r/ 2 2 2 7 /m a r/ 2 2 0 6 /a b r/ 2 2 1 6 /a b r/ 2 2 2 6 /a b r/ 2 2 0 6 /m a i/ 2 2 1 6 /m a i/ 2 2 2 6 /m a i/ 2 2 0 5 /j u n /2 2 1 5 /j u n /2 2 2 5 /j u n /2 2 0 5 /j u l/ 2 2 1 5 /j u l/ 2 2 2 5 /j u l/ 2 2 0 4 /a g o /2 2 1 4 /a g o /2 2 2 4 /a g o /2 2 0 3 /s e t/ 2 2 1 3 /s e t/ 2 2 2 3 /s e t/ 2 2 0 3 /o u t/ 2 2 1 3 /o u t/ 2 2 2 3 /o u t/ 2 2 0 2 /n o v /2 2 1 2 /n o v /2 2 2 2 /n o v /2 2 Ín d ic e D e z 2 0 1 0 = 1 0 0 Trigo Milho Arroz Brent (Eixo Dtº) Fonte: Refinitiv Gráfico 1-7: Perspectivas de Preço do Brent (USD) e de Alimentos (variação anual em %) Fonte: Global Projection Model Network Fonte: Global Projection Model Network Gráfico 1-8: Índice Composto do USD face às Moedas dos Principais Parceiros Comerciais 98 100 102 104 106 108 110 112 114 116 118 120 122 124 126 1 0 /f e v /2 2 2 5 /f e v /2 2 1 2 /m a r/ 2 2 2 7 /m a r/ 2 2 1 1 /a b r/ 2 2 2 6 /a b r/ 2 2 1 1 /m a i/ 2 2 2 6 /m a i/ 2 2 1 0 /j u n /2 2 2 5 /j u n /2 2 1 0 /j u l/ 2 2 2 5 /j u l/ 2 2 9 /a g o /2 2 2 4 /a g o /2 2 8 /s e t/ 2 2 2 3 /s e t/ 2 2 8 /o u t/ 2 2 2 3 /o u t/ 2 2 7 /n o v /2 2 2 2 /n o v /2 2 Ín d ic e D e z 2 0 1 0 = 1 0 0 Fonte: Refinitiv estabilização. No conjunto das commodities de exportação, destacam-se alumínio e carvão térmico, cujos preços aumentaram em 8,3% e 17,6%, respectivamente, quando comparados com os níveis verificados no CPMO de Setembro/2022, em resultado do alívio parcial de medidas restritivas na China e da imposição de sanções na importação de carvão russo na Europa (Gráfico 1-5). Em relação às mercadorias de importação, evidencia-se a estabilidade do preço do brent comparativamente ao CPMO de Setembro (Gráfico 1-6). Para 2023, perspectiva-se a manutenção do ritmo de queda dos preços de bens alimentares e do brent no mercado internacional, convergindo para os níveis registados antes do conflito entre a Rússia e a Ucrânia (gráfico 1-7). O Dólar norte-americano tende a enfraquecer perante as principais moedas, em face dos receios de enfraquecimento da economia norte-americana. Desde o último CPMO (Setembro/2022) até ao dia 22 de Novembro, o Índice Composto do Dólar norte-americano face às principais moedas de transacção (Euro, Rand, Libra e Iene) reduziu, em resultado dos receios de abrandamento da economia norte-americana, num contexto de política monetária restritiva adoptada pelo FED 2 e das incertezas associadas ao prolongamento do conflito entre Rússia e Ucrânia (gráfico 1-8). 2 Reserva Federal dos Estados Unidos da América 10 2. Capítulo II. Desenvolvimentos Recentes na Economia Doméstica e Perspectivas de Curto Prazo No III trimestre de 2022, o PIB real cresceu em 3,6%, em termos anuais, a reflectir a recuperação pós-COVID-19 e o bom desempenho do sector exportador, favorecido sobretudo, pela melhoria dos preços das principais mercadorias de exportação. Para o curto prazo, não obstante as perspectivas de abrandamento da economia mundial, prevê-se que a actividade económica doméstica continue a melhorar, justificada, entre outros factores, pela execução de projectos energéticos estruturantes no país e pelo impulso na procura agregada no contexto da retoma do apoio directo ao orçamento do Estado. Em relação à inflação anual, perspectiva-se uma desaceleração no curto prazo, favorecida (i) pelo efeito base, (ii) pela estabilidade do Metical face ao USD e (iii) pelas condições financeiras restritivas. No entanto, prevalecem incertezas quanto aos impactos do prolongamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia e a evolução dos preços administrados ao nível doméstico. Tabela 2-1: Dinâmica do PIB Real de Moçambique por Sectores - Variação anual (%) III I II III Contr.(pp) no IIIT Sector Primário 5,7 4,6 5,6 5,2 1,6 Agricultura 5,0 4,0 5,1 4,2 1,0 Pesca 2,4 0,9 2,5 3,6 0,0 Indústria extractiva 8,8 8,6 9,1 8,8 0,6 Sector Secundário 3,6 4,3 3,8 -2,7 -0,3 Electricidade e Água 5,2 6,3 6,9 -3,1 -0,1 Indústria Transformadora 2,9 3,8 3,2 -2,6 -0,1 Construção 3,1 3,6 2,3 -2,2 -0,0 Sector Terciário 2,2 3,7 3,9 3,8 1,7 Comércio e Serv. 2,8 3,2 2,0 1,0 0,1 Hotelária e Restaurantes 0,6 11,4 7,6 13,3 0,2 Transportes e Comunicações 2,7 7,3 8,5 7,1 0,8 Serviços Financeiros 2,3 1,7 3,6 3,5 0,2 Adm. Pública, Educação e Saúde 1,8 2,7 2,8 2,5 0,4 Outros Sectores 1,6 1,2 1,6 2,3 0,1 PIB a custo de factores 3,6 4,1 4,5 3,6 3,1 Impostos sobre produtos 3,1 4,2 5,0 3,9 0,5 PIB 3,5 4,1 4,6 3,6 3,6 Sectores de Actividade 2021 2022 Fonte: INE Tabela 2-2: Balança de Pagamentos (milhões de USD) III Trim 21 III Trim 22 Variação Conta Corrente -2.981 -5.621 -2.640 Saldo de Bens -1.938 -4.781 -2.843 Exportações 3.603 6.058 2.455 Importações 5.540 10.839 5.299 Saldo de Serviços -1.277 -1.100 177 Saldo de Rend. Primários -299 -408 -109 Saldo de Rend. Secundários 532 668 136 Conta Capital 50 49 -2 Conta Financeira 2.650 4.781 2.131 dos quais IDE 4.585 1.652 -2.933 Outro Investimento -1.933 3.123 5.056 Fonte: BM 2.1. Actividade Económica no Curto Prazo A actividade económica cresceu em 3,6% no III trimestre de 2022, 100 pb abaixo do registado no trimestre anterior. A desaceleração reflectiu a contracção observada no sector secundário, num contexto em que os preços das commodities de exportação se mantiveram favoráveis e tiveram impacto na melhoria da procura externa, evidenciada, sobretudo, pelo desempenho alcançado pela indústria extractiva (tabela 2-1). Em termos de componentes da procura agregada, destaca-se, para o bom desempenho do PIB: i) O aumento assinalável das exportações, perante a manutenção em níveis elevados dos preços das principais mercadorias, verificada até Setembro. No período em referência, o valor das exportações de bens aumentou face ao período homólogo do ano anterior, em USD 2.455 milhões, dos quais 80% correspondem às exportações realizadas pelos grandes projectos (tabela 2-2), num contexto em que as importações continuam a ser basicamente justificadas pela entrada da Plataforma Flutuante do Projecto Coral Sul. A nível de produtos, destacam-se com maior crescimento os minerais, o alumínio e o gás natural (tabela 2-3). ii) A despesa pública contribuiu igualmente para o aumento da actividade económica até 11 Tabela 2-3: Comércio Externo (milhões de USD) Fonte: BM Tabela 2-4: Execução do Orçamento do Estado (milhões de meticais) III Trim 2021 Orç. 2022 III Trim 2022 Var. Anual Receitas 198.067 293.917 215.698 8,9% Despesa Total 249.356 450.577 270.748 8,6% Despesa Corrente 174,918,30 284.908 200.637 14,7% Despesa de Investimento 38.533 114.703 35.876 -6,9% Defice (antes de donativos) -51.289 -156.660 -55.050 7,3% Empréstimos Internos 30.341 53.082 33.605 10,8% Utilização de mais valias 2.500 5.000 4.801 92,0% Financiamento Externo 19.779 98.579 24.920 26,0% Variação de Stock 1.330 8.276 Fonte: MEF Tabela 2-5: Dívida Pública Interna (milhões de meticais) Utilização de BT Obrigações do Tesouro No BM Dívida Total Dívida em % do PIB Dez -2019 29,671 61,817 48,067 139,555 14.5% Dez – 2020 44,220 88,100 54,885 187,205 18.1% Dez – 2021 59,399 102,415 57,009 218,823 21.2% Mar – 2022 74,570 104,395 59,640 238,605 23.1% Jun – 2022 80,570 109,700 63,631 253,901 24.6% Jul – 2022 73,570 112,200 64,021 249,791 24.2% Ago – 2022 73,570 114,500 64,585 252,655 24.5% Set – 2022 68,370 124,990 65,118 258,478 25.0% Out – 2022 84,684 124,990 65,731 275,405 26.7% Nov – 2022 76,370 132,716 65,731 274,817 26.6% Fluxo (Dez/21 - Nov/22) 16,971 30,301 8,722 55,994 Endividamento Interno do Estado - OT, BT, e Adiantamentos no BM (mio de MT) Fonte: BM Gráfico 2-1: Evolução Anual do Crédito à Economia Fonte: BM ao III trimestre do ano corrente. Efectivamente, os gastos púbicos totais cresceram em 8,6%. Contudo, a componente de investimento com maior impacto multiplicador na economia, continua mínima, num cenário em que o Estado, perante o baixo nível de desembolso de fundos pelos parceiros de cooperação, optou por priorizar as despesas de funcionamento, que cresceram em cerca de 15%, cenário que poderá prevalecer no curto prazo. iii) A despesa do sector privado, que mostra uma melhoria relativamente ao período homólogo de 2021. Esta dinâmica é sustentada pelos aumentos anuais sucessivos no crédito concedido pelo sistema bancário desde Julho, ainda que de forma tímida, devido à postura restritiva da política monetária. Em termos sectoriais destacam-se os transportes, o comércio, alimentos e bebidas, que, tanto em termos de stock como de “crédito novo”, apresentam variações positivas. Mantém-se a pressão sobre o endividamento interno. Em face da limitada disponibilidade de recursos financeiros por parte do Estado, num cenário de reduzidos desembolsos de recursos externos, mantém-se a pressão sobre os instrumentos de dívida interna. Assim, entre as duas últimas sessões do CPMO, o endividamento interno aumentou para 274,8 mil milhões de meticais. Em termos acumulados, a dívida pública interna do Estado incrementou em cerca de 56,0 mil milhões de meticais, a reflectir, essencialmente, o aumento do financiamento por via de obrigações do Tesouro (OT) e emissão de bilhetes do Tesouro (BT). No curto prazo, mantêm-se as perspectivas de recuperação da actividade económica. Espera-se que a execução de projectos energéticos estruturantes no país e o apoio directo ao orçamento no âmbito do programa com o FMI concorram para o crescimento do PIB. Refira-se que, em Novembro de 2022, o país iniciou a exportação de gás natural liquefeito a partir da bacia do Rovuma. Do lado externo, perspectiva-se que, a curto Exportações III Trim 21 III Trim 22 Variação Carvão Mineral 804 2182 1378 Barras de Alumínio 857 1323 466 Areias Pesadas 313 365 52 Energia Elétrica 428 385 -43 Cabos de Alumínio 96 120 24 Gás Natural 192 316 124 Importações III Trim 21 III Trim 22 Variação Combustíveis 607 1441 834 Material de construção 654 486 -168 Maquinaria 834 5121 4287 Aluminio bruto 282 383 101 Automóveis 255 263 9 12 Gráfico 2-2: Evolução do Hiato do Produto e do ICE 70 80 90 100 110 120 130 -.100 -.075 -.050 -.025 .000 .025 .050 .075 .100 20 06 Q 1 20 07 Q 1 20 08 Q 1 20 09 Q 1 20 10 Q 1 20 11 Q 1 20 12 Q 1 20 13 Q 1 20 14 Q 1 20 15 Q 1 20 16 Q 1 20 17 Q 1 20 18 Q 1 20 19 Q 1 20 20 Q 1 20 21 Q 1 20 22 Q 1 20 23 Q 1 Indice de Clima Económico HIATO DO PRODUTO - direita PIB ≈ potencial PIB > potencial PIB < potencial Fonte: INE/BM Gráfico 2-3: Índice de Produção Industrial (PMI) 36,0 38,0 40,0 42,0 44,0 46,0 48,0 50,0 52,0 54,0 F e b 1 9 A p r 1 9 J u n 1 9 A u g 1 9 O c t 1 9 D e c 1 9 F e b 2 0 A p r 2 0 J u n 2 0 A u g 2 0 O c t 2 0 D e c 2 0 F e b 2 1 A p r 2 1 J u n 2 1 A u g 2 1 O c t 2 1 D e c 2 1 F e b 2 2 A p r 2 2 J u n 2 2 A u g 2 2 O c t 2 2 PMI Corrigido de sazonalidade, >50 = melhoria em relação ao mês anterior Índice de PMI Fonte: HIS, Markit prazo, as exportações continuem a crescer, favorecidas pela maior procura por produtos energéticos e pelos preços das commodities no mercado internacional que, apesar de tenderem a estabilizar, continuam elevados. Entretanto, espera-se que a actividade económica prevaleça abaixo do seu potencial (gráfico 2-2), perspectivas que estão em linha com a evolução do índice de produção industrial (gráfico 2-3). As reservas internacionais do país continuam em níveis confortáveis. A posição externa do país, medida pelas reservas internacionais brutas (RIB), mantém-se satisfatória, tendo registado um saldo acumulado de cerca de USD 2.800 milhões em meados de Novembro de 2022, o suficiente para garantir a cobertura de mais de 3,5 meses de importações de bens e serviços, excluindo as importações dos grandes projectos. 13 Caixa 1: Desenvolvimentos Monetários e Financeiros I. Evolução das Taxas de Juro a) Taxas de Juro do Mercado Monetário Entre Setembro e Novembro de 2022, observou- se um incremento das taxas de juro no mercado monetário em linha com o ajustamento em alta da taxa MIMO. Com efeito, as taxas de juro para todas as maturidades do mercado monetário aumentaram em cerca de 200 pontos base (pb). A taxa de juro para o prazo overnight transitou para 17,25%, e a taxa de juro para a maturidade de 7 dias para 17,29%. As taxas de juros para os prazos de 28 e 63 dias transitaram para 17,48% e 17,52%, respectivamente, enquanto as taxas de juros para as maturidades mais longas aumentaram para 17,64% (91 dias), 17,67% (182 dias) e 17,70% (364 dias) (gráfico 1). As taxas de juro de intervenção do BM para as maturidades mais curtas também aumentaram, em linha com a MIMO. As taxas de juros das operações de reverse repo (venda de títulos com acordo de recompra) transitaram para 17,29%, 17,48% e 17,52%, para os prazos de 7, 28 e 63 dias, respectivamente (gráfico 2). Entre Setembro e Novembro, as taxas de juro de BT incrementaram. Com efeito, as taxas de juro para 91, 182 e 364 dias (prazos de referência) aumentaram para 17,64%, 17,67% e 17,70%, respectivamente. Importa referir que a taxa de juro de BT para o prazo de 364 dias situou-se 40 pb acima da taxa MIMO (gráfico 3). b) Taxas de juro de OT As taxas de juro de OT aumentaram em linha com a taxa MIMO. Com efeito, no decurso do período em análise, o Estado emitiu OT apenas para a maturidade de 4 anos, tendo a taxa de juro média ponderada incrementado para 20,51%, representado um acréscimo em 88 pb face ao leilão precedente do mesmo prazo (gráfico 4). c) Taxas de juro a retalho Dados disponíveis reportados a Setembro sinalizam uma subida da taxa de juro dos empréstimos no mercado a retalho. Com efeito, a taxa de juro média dos empréstimos incrementou em 70 pb, enquanto a dos depósitos abrandou o rítmo de queda, tendo-se as duas fixado em 18,1% e Gráfico 1: Curva de rendimentos do mercado monetário 15.25% 15.30% 15.44% 15.40% 15.49% 15.49% 15.55% 17.25% 17.29% 17.48% 17.52% 17.64% 17.67% 17.70% 15.00% 15.50% 16.00% 16.50% 17.00% 17.50% 18.00% O/N 7 dias 28 dias 63 dias 91 dias 182 dias 364 dias CPMO Setembro-22 CPMO Novembro-22 Fonte: BM, 2022 Gráfico 2: Evolução das taxas de juro de MMI 14.75% 15.25% 15.75% 16.25% 16.75% 17.25% 17.75% 21-09-22 28-09-22 05-10-22 12-10-22 19-10-22 26-10-22 02-11-22 09-11-22 16-11-22 MIMO Permutas O/N RR 7 dias RR 28 dias RR 63 dias Fonte: BM, 2022Gráfico 3: Evolução das taxas de juro de BT 15.25% 15.75% 16.25% 16.75% 17.25% 17.75% 91 dias 182 dias 364 dias Fonte: BM, 2022 Gráfico 4: Evolução das taxas de juro de OT 8.0% 9.0% 10.0% 11.0% 12.0% 13.0% 14.0% 15.0% 16.0% 17.0% 18.0% 19.0% 20.0% 21.0% 22.0% OT 2 anos OT 3 anos OT 4 anos OT 5 anos OT 6 anos OT 8 anos 14 10.3%, respectivamente, resultando no alargamento do spread entre elas (taxas de juro activas e passivas) (gráfico 5). II. Evolução da taxa de câmbio a) Taxa de câmbio de Metical em relação ao USD Mantém-se a estabilidade da taxa de câmbio do Metical (MZN) em relação ao Dólar norte- americano (USD). Efectivamente, no intervalo entre os dois ciclos de CPMO, a taxa de câmbio de referência do MZN face ao USD manteve-se nos 63,87 MZN/USD e a taxa de câmbio efectiva (resultante das transacções entre os bancos comerciais e o público) transitou de 63,89 MZN/USD, em Setembro, para 63,88 MZN/USD, em Novembro. No segmento das casas de câmbio, o comportamento foi idêntico, porém com uma ligeira apreciação da moeda nacional, que passou de 63,85 MZN/USD, para 63,71 MZN/USD (Gráfico 6). b) Taxa de câmbio do Metical em relação ao Rand Estabilidade do Metical (MZN) face ao Rand (ZAR) no período em referência. Com efeito, a taxa de câmbio de referência do MZN face ao ZAR passou de 3,67 MZN/ZAR para 3,70 MZN/ZAR. Nos restantes segmentos seguiram igual comportamento (gráfico 7). Fonte: BVM, 2022 Gráfico 5: Evolução das taxas de juro a retalho e da prime rate 18,1% 10,3% 20,6% 4,0% 7,0% 10,0% 13,0% 16,0% 19,0% 22,0% 25,0% 28,0% 31,0% Ja n -1 8 M a r- 18 M a y- 1 8 Ju l- 18 Se p -1 8 N o v- 18 Ja n -1 9 M a r- 19 M a y- 1 9 Ju l- 19 Se p -1 9 N o v- 19 Ja n -2 0 M a r- 20 M a y- 2 0 Ju l- 20 Se p -2 0 N o v- 20 Ja n -2 1 M a r- 21 M a y- 2 1 Ju l- 21 Se p -2 1 N o v- 21 Ja n -2 2 M a r- 22 M a y- 2 2 Ju l- 22 Se p -2 2 Emprestimo (1 Ano) Deposito (1 Ano) Prime rate Fonte: BM, 2022 Gráfico 6: Evolução da taxa de câmbio do Metical em relação ao USD 54.00 56.00 58.00 60.00 62.00 64.00 66.00 68.00 70.00 2 3- A p r- 2 1 8 -M a y- 2 1 2 3- M ay -2 1 7 -J u n -2 1 2 2- J u n -2 1 7 -J u l- 2 1 2 2- J u l- 2 1 6 -A u g -2 1 2 1- A u g- 2 1 5 -S ep -2 1 2 0- S ep -2 1 5 -O ct -2 1 2 0- O ct -2 1 4 -N o v -2 1 1 9- N o v- 2 1 4 -D ec -2 1 1 9- D ec -2 1 3 -J a n -2 2 1 8- J a n -2 2 2 -F eb -2 2 1 7- F eb -2 2 4 -M a r- 2 2 1 9- M ar -2 2 3 -A p r- 22 1 8- A p r- 2 2 3 -M a y- 2 2 1 8- M ay -2 2 2 -J u n -2 2 1 7- J u n -2 2 2 -J u l- 2 2 1 7- J u l- 2 2 1 -A u g -2 2 1 6- A u g- 2 2 3 1- A u g- 2 2 1 5- S ep -2 2 3 0- S ep -2 2 1 5- O ct -2 2 3 0- O ct -2 2 1 4- N o v- 2 2 Taxa Média Referência Taxa Média das Operações Entre Bancos e o Público Taxa de Câmbio Média das Operações das Casas de Câmbio ao Público Fonte: BM, 2022 Gráfico 7: Evolução da taxa de câmbio do Metical em relação ao ZAR 3,40 3,70 4,00 4,30 4,60 4,90 5,20 5,50 1 2- F eb -2 1 4 -M a r- 2 1 2 4- M ar -2 1 1 3- A p r- 2 1 3 -M a y- 2 1 2 3- M ay -2 1 1 2- J u n -2 1 2 -J u l- 2 1 2 2- J u l- 2 1 1 1- A u g- 2 1 3 1- A u g- 2 1 2 0- S ep -2 1 1 0- O ct -2 1 3 0- O ct -2 1 1 9- N o v- 2 1 9 -D ec -2 1 2 9- D ec -2 1 1 8- J a n -2 2 7 -F eb -2 2 2 7- F eb -2 2 1 9- M ar -2 2 8 -A p r- 22 2 8- A p r- 2 2 1 8- M ay -2 2 7 -J u n -2 2 2 7- J u n -2 2 1 7- J u l- 2 2 6 -A u g -2 2 2 6- A u g- 2 2 1 5- S ep -2 2 5 -O ct -2 2 2 5- O ct -2 2 1 4- N o v- 2 2 M T /Z A R Taxa Média das Operações Entre Bancos e o Público ZAR Taxa de Câmbio Média das Operações das Casas de Câmbio ao Público em ZAR Taxa Média Cruzada de Referência em ZAR Fonte: BM, 2022 15 Gráfico 2-4: Componentes da Inflação Anual -1 1 3 5 7 9 11 13 ju n/ 20 ag o/ 20 ou t/2 0 de z/ 2 0 fe v/ 21 ab r/ 21 ju n/ 21 ag o/ 21 ou t/2 1 de z/ 2 1 fe v/ 22 ab r/ 22 ju n/ 22 ag o/ 22 ou t/2 2 V ar ia çã o (% ) IPC Excl. F&V e Administrados IPC Produtos Administrados IPC Frutas e Vegetais Inflação Anual Inflação Média Anual Fonte: INE/BM Tabela 2-6: Núcleos de Inflação - Moçambique (Var. Anual em %) mai/22 jun/22 jul/22 ago/22 set/22 out/22 IPC Moçambique (8 cidades) 10,07 11,49 12,71 12,96 12,71 11,83 IPC (Maputo, Beira e Nampula) 9,31 10,81 11,77 12,10 12,01 11,08 Alimentares 13,51 15,90 17,24 17,27 17,38 15,89 Cereais e Derivados 14,17 18,00 19,23 19,47 19,81 20,83 Frutas e Vegetais 20,84 26,23 30,52 31,70 35,20 29,65 Administrados 14,63 18,18 20,94 22,86 22,93 21,63 Combustíveis Liquidos 26,38 34,13 41,32 41,55 41,55 36,75 IPC x Frut.Veg 8,22 9,41 10,13 10,41 9,96 9,40 IPC x Adm. 7,96 8,91 9,39 9,33 9,22 8,37 IPCxComb. 8,26 9,31 9,92 10,28 10,13 9,39 IPCxFrut.Veg e Adm. 6,34 6,85 6,96 6,77 6,21 5,85 Fonte: INE Gráfico 2-5: Projecções de Inflação Anual de Curto Prazo e Inflação Anual Observada (%) 0 2 4 6 8 10 12 14 Projecção da Inflação Anual Projecção da Inflação Anual (+/- Média dos erros) inflação Anual Fonte: BM 2.2. Evolução Recente da Inflação e Perspectivas de Curto Prazo Em Outubro de 2022, a inflação anual desacelerou, favorecida pelos preços dos bens alimentares. A inflação anual, medida pela variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Moçambique3, passou de 12,71%, em Setembro, para 11,83%, em Outubro. No mesmo sentido, os dados recolhidos nas cidades de Maputo, Beira e Nampula (MABENA) indicam que a inflação anual passou de 12,01%, em Setembro, para 11,08%, em Outubro (gráfico 2- 4). A evolução do nível geral de preços em Outubro é explicada, sobretudo, pela redução do preço dos bens alimentares, principalmente das frutas e vegetais, em face de uma maior oferta atípica, para o mês em alusão (tabela 2-6). A inflação subjacente desacelerou em Outubro de 2022. Efectivamente, excluindo o subgrupo das frutas e vegetais (componente mais volátil do cabaz do IPC) e o subgrupo dos produtos com preços administrados, a inflação anual subjacente abrandou de 6,21%, em Setembro, para 5,85% em Outubro (Tabela 2-6 e gráficos 2-4 e 2-5). Este comportamento reflecte as condições financeiras restritivas, num cenário em que o Metical continuou estável em relação ao USD e tem vindo a apreciar face ao Rand desde Agosto/2022. Tal repercutiu-se na queda dos preços dos bens importados, num contexto em que a procura agregada, apesar da sua recuperação, continua abaixo do seu potencial. As perspectivas de curto prazo apontam para o abrandamento da inflação anual (gráfico 2- 6), em linha com o comportamento observado em Outubro último e com as expectativas dos agentes económicos. Estas perspectivas reflectem (i) o efeito base, (ii) a estabilidade do Metical face ao USD e (iii) as condições financeiras restritivas. O índice de difusão, um dos indicadores dianteiros da evolução de preços, também sustenta as perspectivas de abrandamento do ritmo de aceleração da inflação 3 Com início no mês de Outubro de 2022, o INE passou a divulgar a nova publicação do IPC agregado nacional, compilado a partir de 8 cidades. 16 Gráfico 2-6: Expectativas de Inflação Anual (%) 10,00 10,91 11,38 12,28 11,56 8,98 0,00 2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 Inq. 7/2022 (Dez-22) Inq. 8/2022 (Dez-22) Inq. 9/2022 (Dez-22) Inq. 10/2022 (Dez-22) Inq. 11/2022 (Dez-22) Inq. 11/2022 (Dez-23) Fonte: BM Gráfico 2-7: Índice de Difusão e Inflação Anual 24 28 32 36 4044 48 52 0 2 4 6 8 10 12 14 IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV 2019 2020 2021 2022 Índice de Difusão Inflação Anual (%) - Eixo Dtº Fonte: BM/INE nos próximos meses do ano em curso (gráfico 2- 7). No entanto, prevalecem incertezas associadas à ocorrência de choques climáticos severos. Os agentes económicos reviram em baixa as suas perspectivas de inflação para o fecho do ano. Em Novembro, as expectativas dos agentes económicos indicam que, em Dezembro de 2022, a inflação anual poderá situar-se em torno de 11,56%, depois de 12,28% revelado no inquérito precedente (gráfico 2-7). Para o médio prazo, consolidam-se as expectativas de que a inflação retorne a um dígito. 17 Caixa 2: Alteração da Metodologia de Compilação do IPC em Moçambique I. Contextualização Em Outubro de 2022, o Instituto Nacional de Estatística (INE) passou a divulgar uma nova publicação do IPC nacional, compilada a partir de 8 cidades (Inhambane, Quelimane, Xai-Xai, Nampula, Beira, Chimoio, Maputo e Tete), em substituição da anterior, que cobria 3 cidades (Maputo, Beira e Nampula). II. Historial da compilação IPC em Moçambique De acordo com o INE, esta alteração na metodologia é um processo normal e enquadra-se na visão estratégica daquela instituição, que consiste em utilizar um índice cada vez mais amplo, abrangente e representativo. Apresenta-se, abaixo, a cronologia da evolução do processo de compilação do IPC em Moçambique: Em 1989, o IPC foi introduzido em Moçambique como uma primeira tentativa para estimar a inflação no país. O seu cálculo era baseado numa pesquisa de despesas familiares da cidade de Maputo e cobria cerca de 1060 produtos. Entretanto, este índice, para além de não ser representativo, era dependente do preço de poucos produtos alimentares básicos, sobretudo o tomate e o repolho, que juntos detinham 10% do cabaz do IPC; Em 1995 iniciou-se a produção de um IPC alternativo, com melhoria nas componentes e peso da cesta de produtos, que na época melhor representavam a realidade dos gastos do consumidor; Em 2000, o cálculo do IPC foi alargado aos dois maiores centros urbanos do país depois da cidade de Maputo, nomeadamente Beira e Nampula (denominado IPC MABENA). Efectivamente, para além do critério de representatividade, a escolha destas cidades foi determinada pela dimensão dos gastos e tamanho populacional. Importa salientar que, em termos de consumo, o IPC MABENA cobre 41% do total da despesa do país; e, em termos populacionais, cerca de 32,6%; Em 2022, o cálculo do IPC passa a incluir mais 5 cidades, perfazendo um total de 8. III. Comparação entre o IPC 8 Cidades e o IPC MABENA De acordo com o INE, a nova publicação do IPC abrange os anos de 2019 a 2022 e tem como ano base 2016=100. Para efeitos de agregação dos índices, foram recalculados (i) os ponderadores de despesa de cada centro no total da despesa nacional, (ii) os ponderadores por divisão, por subdivisão e por produto para cada centro de recolha, bem como para o nível nacional, tendo em conta a despesa total do universo dos 8 centros. De notar que os ponderadores variam anualmente devido ao uso da fórmula de Laspeyres modificada. Os resultados apresentados por estas duas metodologias apresentam ligeiras diferenças: A principal razão está relacionada com a alteração dos ponderadores para cada cidade. Efectivamente, para a compilação do IPC MABENA a cidade de Maputo detém um ponderador de Gráfico: Evolução do IPC 8 Cidades vs. IPC MABENA 2 4 6 8 10 12 Ja n -2 0 F e b -2 0 M a r- 2 0 A p r- 2 0 M a y -2 0 Ju n -2 0 Ju l- 2 0 A u g- 2 0 S e p -2 0 O ct -2 0 N o v -2 0 D e c- 2 0 Ja n -2 1 F e b -2 1 M a r- 2 1 A p r- 2 1 M a y -2 1 Ju n -2 1 Ju l- 2 1 A u g- 2 1 S e p -2 1 O ct -2 1 N o v -2 1 D e c- 2 1 Ja n -2 2 F e v/ 2 2 M a r- 2 2 A b r/ 2 2 M a i/ 2 2 Ju n -2 2 Ju l- 2 2 A g o / 2 2 S e t/ 2 2 O u t/ 2 2 % IPC MABENA IPC 8 Cidades Fonte: INE 18 53,6%, seguida de Nampula (27,5%) e da cidade da Beira (18,9%). Entretanto, para o cálculo do novo IPC 8 Cidades, as 3 cidades apresentam ponderadores significativamente mais baixos que o anterior (Maputo 30,6%; Nampula 15,9%; e Beira 10,9%); e Apesar das diferenças de metodologias, o IPC 8 Cidades segue a mesma tendência do IPC MABENA. Com efeito, na série disponível (Janeiro de 2020 até Outubro de 2022) os dois IPC apresentam a mesma tendência ao longo do tempo. Contudo, a maior distribuição dos ponderadores pelas 8 províncias, associada a uma maior aceleração de preços nos novos centros de cálculo do IPC, resulta numa maior aceleração da inflação geral (IPC que inclui as 8 províncias). Fonte: INE 19 3. Capítulo III. Perspectivas de Inflação e Actividade Económica no Médio Prazo Para o médio prazo, consolida-se a perspectiva de retorno da inflação para um dígito, decorrente dos efeitos dos aumentos da taxa MIMO e da estabilidade do Metical, não obstante a prevalência de elevados riscos e incertezas. Perspectiva-se, igualmente, um ligeiro abrandamento da expansão da actividade económica doméstica, em face da potencial redução da procura externa e das condições financeiras restritivas, incluindo acrescidas dificuldades no acesso aos mercados financeiros internacionais. Entretanto, a nível interno, a implementação dos projectos energéticos continuará a favorecer o crescimento económico. Perante este quadro macroeconómico e ponderados os riscos e incertezas subjacentes às projecções de inflação, o CPMO decidiu manter a taxa MIMO em 17,25%. Tabela 3-1: Pressupostos Externos 2022 2023 2024 Cresc. PIB real dos EUA (%) 1.8 0.7 2.2 CPMO de Setembro/2022 2.3 1.6 1.8 Cresc. PIB real da RAS (%) 2.0 0.7 1.3 CPMO de Setembro/2022 3.0 1.1 1.1 Inflação dos EUA (%) 8.0 3.7 2.2 CPMO de Setembro/2022 8.3 4.3 2.3 Inflação na RAS (%) 6.8 5.9 4.6 CPMO de Setembro/2022 6.2 5.5 4.8 Preço do Brent (USD) 101.8 91.1 82.2 CPMO de Setembro/2022 113.2 99.2 86.7 Variação dos Preço dos Alimentos (%) 15.0 -9.5 -1.1 CPMO de Setembro/2022 23.9 -5.9 -14.5 Fonte: GPMN 3.1. Pressupostos para as Projecções de Médio Prazo O quadro das perspectivas macroeconómicas para o médio prazo (2023-2024) baseia-se nos pressupostos de: (i) manutenção da crise geopolítica na Europa; (ii) consolidação do abrandamento da procura externa e (iii) prevalência de elevados níveis de inflação mundial, não obstante a tendência para a estabilização dos preços de bens energéticos e alimentares no mercado internacional. a) Pressupostos sobre a envolvente macroeconómica externa - Deterioração das perspectivas de crescimento económico global, decorrente das condições financeiras restritivas e acrescidas dificuldades no acesso aos mercados financeiros internacionais, a reflectir, principalmente, o impacto do prolongamento do conflito Rússia-Ucrânia na economia global. - Perspectivas de redução de preços do petróleo e de alimentos no mercado internacional, ainda assim a permanecerem em níveis relativamente elevados (tabela 3-1). Este abrandamento dos preços reflecte, principalmente, os sinais de menor dinâmica da actividade económica mundial, bem como a prevalência do acordo entre a Rússia e a Ucrânia, que viabiliza, sobretudo, as exportações da Ucrânia e consequente abastecimento do mercado internacional. 20 Gráfico 3-1: Projecção da Inflação Anual de Moçambique (%) b) Pressupostos sobre a dinâmica de indicadores macroeconómicos domésticos - Manutenção da estabilidade da taxa de câmbio do Metical face ao Dólar norte-americano, em linha com (i) o início de exportação do gás natural na bacia do Rovuma e (ii) a retoma do apoio financeiro dos parceiros de cooperação ao Orçamento do Estado. - Manutenção da pressão sobre a despesa pública, para fazer face às despesas associadas à (i) implementação do pacote de reforma salarial na função pública e de medidas de aceleração económica; (ii) realização de eleições em 2023 e 2024; e (iii) reconstrução e assistência humanitária às populações das zonas afectadas pelos terroristas, não obstante a retoma de parceiros de ajuda externa (FMI, Banco Mundial) e as receitas de exploração do gás natural na bacia do Rovuma. 3.2. Projecções de Inflação para o Médio Prazo e Riscos Associados As projecções para o médio prazo apontam para uma desaceleração da inflação (gráfico 3- 1), a reflectir os efeitos dos aumentos da taxa MIMO e a contínua estabilidade do Metical, num contexto de prevalência de elevados riscos e incertezas. Adicionalmente, as previsões apontam para um ligeiro abrandamento da actividade económica doméstica, justificado essencialmente pela queda da procura global devido ao enfraquecimento da economia mundial em face das condições financeiras restritivas, incluindo acrescidas dificuldades no acesso aos mercados financeiros internacionais. Estas perspectivas de abrandamento são atenuadas pela dinâmica dos projectos energéticos em curso no país e pelo impulso da implementação do programa com o FMI (gráfico 3-2). 21 Gráfico 3-2: Projecção do Crescimento Anual do PIB Real de Moçambique (%) Os riscos e incertezas associados às projecções de inflação mantêm-se elevados. A nível interno, destacam-se as pressões crescentes para o aumento da despesa pública corrente, as incertezas em relação aos impactos dos choques climáticos na oferta e comercialização de bens e à evolução dos preços administrados, incluindo o seu efeito sobre os preços de outros bens e serviços. A nível externo, mantêm-se as incertezas quanto ao prolongamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, e acrescem os riscos de recessão económica global. 3.3. Decisão de Política Monetária O CPMO decidiu manter a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, em 17,25%. A medida é sustentada pela prevalência de elevados riscos e incertezas associados às projecções de inflação, com destaque para os efeitos da persistência da tensão geopolítica na Europa e do abrandamento da procura externa, não obstante as perspectivas de retorno da inflação para um dígito, no médio prazo. Nesta sessão, o CPMO decidiu ainda: Manter a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez (FPC) em 20,25%; Manter a taxa de juro da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) em 14,25%; e Manter os coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional em 10,50%, e em moeda estrangeira em 11,50%.
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