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1
FATIN – FACULDADE DE TEOLOGIA INTEGRADA
NÚCLEO DE ENSINO DE NOSSA SENHORA DO Ó
LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
ADRIELLE CARLA DE BRITO SILVA
	
EM FRENTE À TELA:
A influência das tecnologias na Educação
IPOJUCA/PE
2012
ADRIELLE CARLA DE BRITO SILVA
EM FRENTE À TELA:
A influência das tecnologias na Educação
Monografia apresentada à Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA como requesito parcial para conclusão do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia.
ORIENTADOR: SANDHYRO MOURA
CABO DE SANTO AGOSTINHO/PE
2012
EDNA CRISTINA DE SANTANA
DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA NO ENSINO FUNDAMENTAL II:
 Sérias consequências na formação de um cidadão crítico
Trabalho de conclusão de curso submetido ao corpo docente da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia e aprovada em __________. 
Banca examinadora:
__________________________________________________________________
Profº (orientador): Sandhyro Moura – Universidade Vale do Acaraú – UVA
__________________________________________________________________
Profº (examinador)
__________________________________________________________________
Profº (examinador)
Dedico primeiramente a Deus, fonte de amor e sabedoria, pela vida, por seu refúgio, minha força e meu amparo, tantos nos momentos de alegria como de tribulações. Aos meus pais, especialmente a minha mãe (in memorian) que nunca me deixou desistir e me ensinou a buscar incessantemente lugar ao sol, através do conhecimento. Aos meus irmãos pelo afeto e compreensão. E ao meu esposo pela compreensão e amor.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em especial ao meu professor orientador Sandhyro Moura, que tornou a produção dessa monografia em algo simples e prazeroso sem maiores tensões, desmistificando assim o terror que se faz da monografia. Obrigada Sandhyro, pela paciência e competência no desenvolvimento desse trabalho. 
Agradeço também as minhas colegas de turma, pois passamos por tudo juntos, sempre dividindo e somando a cada dia. 
Muito obrigada!
“A mais nobre aquisição da humanidade é a fala, e a arte mais útil é a escrita. A primeira distingue eminentemente o homem da criatura bruta, a segunda, dos selvagens sem civilização”.
 
Astle
RESUMO
O propósito deste trabalho de pesquisa é analisar os aspectos que interferem na aprendizagem de crianças do sexto ano do Ensino Fundamental II, principalmente no que se refere às dificuldades da compreensão da leitura e da escrita. Em um contexto amplo e abrangente o termo “Leitura e Escrita” se encontram primeiramente antecipado pela leitura de mundo de um sujeito inserido em uma determinada cultura. Não basta saber ler e escrever é preciso também fazer uso das práticas sociais da leitura e da escrita respondendo as exigências que a sociedade faz continuamente, e quem a exerce. É considerado um letrado, em que se diferencia do ser alfabetizado, pois este apenas usa a leitura e a escrita em um processo mecanizado. Para o aprendizado da leitura e da escrita acontecer de modo satisfatório é necessário trabalhar com o cotidiano do aluno e sua realidade. Permitindo assim, que ele próprio construa seu aprendizado, compreendendo que a leitura e a escrita são meios de grande importância para sua sobrevivência e reconhecimento no mundo globalizado. A responsabilidade que a escola tem em mãos é enorme e essencial para a vida desses educandos. Formar cidadãos críticos e conscientes não é fácil, mas preciso, para uma vida plena no meio em que ele está inserido.
Palavras-chaves: Escrita. Formação do cidadão. Leitura.
ABSTRACT
The purpose of this research is to analyze the aspects that affect the learning of children in the sixth year of elementary school II, especially with regard to the difficulties of reading comprehension and writing. In a broad and comprehensive context the term "Reading and Writing" are anticipated by the first reading of a subject entered the world in a particular culture. Do not just read and write must also make use of the social practices of reading and writing, answering the demands that society is continually, and who exercises it. It is considered a scholar, that is different from being literate, because it only uses the reading and writing in a mechanized process. For the learning of reading and writing happens in a satisfactory manner is necessary to work with the student and their everyday reality. Thus allowing it to build your own learning, understanding that reading and writing are a means of great importance for survival and recognition in the globalized world. The responsibility does the school have at hand is enormous and essential to the lives of these students. Forming critical citizens and conscious is not easy, but accurate to a full life in the medium in which it is inserted.
Keywords: Writing. Formation of the citizen. Reading.
 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	9
2 O QUE É LEITURA E ESCRITA?	13
2.1 O PROCESSO DA LEITURA E ESCRITA	14
2.2 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E ESCRITA NO DESENVOLVIMENTO HUMANO	19
2.2.1 ANALFABETISMO FUNCIONAL	21
3 ADENTRAR NO ENSINO FUNDAMENTAL II SEM CONDIÇÕES PLENAS: DEFICIÊNCIAS E SUPERAÇÃO	24
3.1 OS ALUNOS SÃO AS PRINCIPAIS VÍTIMAS DA BAIXA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO	29
3.2 APRENDER É TRANSFORMAR-SE	32
4 METODOLOGIA	36
4.1 TRILHA METODOLÓGICA	36
4.2 SUJEITOS DA PESQUISA	37
4.3 LÓCUS DA PESQUISA	37
4.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS	37
4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS	37
4.5 A VISÃO DO ALUNO	39
4.6 VISÃO DO PROFESSOR	40
4.7 VISÃO DOS COORDENADORES E GESTORES	42
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS	44
REFERÊNCIAS	46
ANEXO	49
1 INTRODUÇÃO 
O processo dinâmico dos Parâmetros Curriculares Nacionais na modalidade de Língua Portuguesa (2001) coloca a questão do ler e do escrever em estreita relação com a participação social, pois é por meio dela que o cidadão se torna capaz de agir, ter acesso a todas as informações e acima de tudo, saber fazer uso social da linguagem. 
Nessa perspectiva, o sistema educacional deve colocar em prática a concepção de que o aluno é o sujeito da ação do aprender. Cabe a ela possibilitar que o educador tenha acesso a vários textos que circulam socialmente, ensinando-os a refletir criticamente, respondendo as exigências da prática cotidiana. Desta forma, o PCNs de Língua Portuguesa (2001, p.30) afirma que:
Toda educação verdadeiramente comprometida com o exercício da cidadania precisa criar condições para o desenvolvimento da capacidade de uso eficaz da linguagem que satisfaça necessidades pessoais, que podem estar relacionadas às ações efetivas do cotidiano, a transmissão e busca de informação ao exercício da reflexão.
A leitura e a escrita são instrumentos básicos para o ingresso e a participação na sociedade em que vivemos. Instrumentos esses necessários para a compreensão e a realização da comunicação do homem na sociedade contemporânea. Para tanto, é preciso repensar o processo de alfabetização, rever metodologias e enfrentar a nossa própria história aceitando os erros e o novo sem preconceitos, não abandonando os acertos e conquistas. Segundo Gadotti (2000, p.36):
O alfabetizador não alfabetiza o aluno. Ele é o mediador entre o aprendiz e a escrita, entre o sujeito e o objeto desse processo de apropriação do conhecimento. Para exercer essa mediação, o professor precisa conhecer o sujeito e o objeto de alfabetização. Essa mediação consiste em estruturar atividades que permita ao alfabetizando agir e pensar sobre a escrita e o mundo.
“Uma das condições fundamentais para mudar a educação é tornar possível o que parece impossível. Temos que lutar para tornar possível o que ainda não é possível. Isto faz parte da tarefa histórica de redesenhar e reconstruir o mundo.” Freire (1994, p. 5). O homem caracteriza-se pelo fato de poder aprender e ter deser educado, pois é um ser em desenvolvimento e a educação é um dos elementos que gera a sua evolução. 
Desta forma, é preciso repensar as problemáticas educacionais à luz das novas descobertas científicas e das mudanças sociais. É preciso recriar a educação, repensando a forma que foi proposta pela nova legislação de forma que possamos estabelecer de fato uma nova escola.
O tema proposto para essa pesquisa visa discutir as dificuldades de leitura e escrita dos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental II e suas consequências na formação de um cidadão crítico, que trata da problemática da leitura e escrita e sua função social, na qual representa um importante instrumento de compreensão de mundo. 
Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a levantar algumas hipóteses a serem analisadas no decorrer da pesquisa, como a mudança de postura do professor o que pode levar o educando a ver a escola como um lugar transformador. Portanto, o aluno precisa ver o professor como alguém que está ali para ajudá-lo a superar as dificuldades encontradas, entender que a leitura e escrita são fundamentais para a formação de um indivíduo crítico e agente social na sociedade que está inserido, pois sem elas não há cidadania plena. 
Outro fator a ser considerado é como a metodologia pode auxiliar no melhor desenvolvimento dos alunos em sala de aula. Neste contexto pode-se observar que para um bom desenvolvimento da leitura e da escrita é preciso que todos se unam para oportunizar aos educandos uma maior possibilidade de desenvolvimento. 
Logo, o objetivo dessa pesquisa será despertar no aluno a consciência de que ler é importante na sua vida social e profissional, para que de fato ele possa exercer sua cidadania, investigar as práticas de leitura e com está, poderá contribuir na melhoria da habilidade de interpretação de textos e, consequentemente na formação de leitores. Pois tudo que se ensina na escola está diretamente ligado à leitura e depende dela para se manter e se desenvolver. 
Tendo ainda, como objetivos específicos, formar a consciência dos alunos em relação a importância da leitura e escrita, identificar que fatores levam os alunos a não conseguirem se inteirar plenamente do processo de leitura e escrita, levar o aluno a gostar da leitura através de textos que venham de encontro aos seus interesses, compreender que a leitura e escrita são fundamentais para que o educando se torne agente ativo de seu próprio meio. 
A pesquisa foi baseada nas teorias desenvolvidas por autores como, Ferreiro, Citelle, Soares, Ferreira, Silveira, Freire, Piaget e também com a visão dos PCNs e pelo Plano Nacional de Leitura. As ideias e descobertas desses autores impulsionaram a busca de mudanças significativas e urgentes no fazer pedagógico em sala de aula e em todas as modalidades e graus de ensino e, em especial, nas classes de alfabetização. 
A escolha do 6º ano para o foco da pesquisa se dá ao fato desta ser a 1ª série do Ensino Fundamental II, onde o aluno se encontra no processo de transição e precisa de todo apoio possível. Assim, justifica-se a pesquisa, pois sabe-se que um dos principais problemas na educação é a dificuldade que os educandos têm em relação a leitura e escrita. Deste modo, se o leitor não domina o tipo de linguagem do texto, dificilmente vai chegar a uma compreensão satisfatória, porque os olhos se apoiam no significado daquilo que veem, bem como, o mesmo não conseguir encontrar significação da linguagem, não vai conseguir fazer uma boa leitura, vai apenas decodificar os símbolos escritos, mas não vai chegar à compreensão efetiva e o ato de ler se perde em dificuldades e deficiências, mudar essa realidade é fundamental para uma leitura completa e interessante. 
Para tanto, é necessário que se desenvolva uma compreensão primeira sobre o próprio ato de ler, envolvendo os vários tipos de leitura que se pode fazer e os objetivos de cada um. “O sentido de um texto é construído na interação texto-sujeito e não algo que preexista a essa interação”. (KOCH & ELIAS, 2006, p.11).
Aprender a ler e a escrever corretamente não é uma tarefa fácil e nem espontânea, todo esse aprendizado, exige formação e informação de qualidade, desejo, disciplina, esforço, persistência, método e mediação pedagógica competente, de acordo com as necessidades desses alunos, inseridos no segundo ciclo do ensino fundamental sem as competências necessárias para que consigam interagir e inserir-se de maneira satisfatória em seu meio e assim poder superar as dificuldades encontradas pelos mesmos, tornando essa passagem pela escola algo prazeroso e válido. Segundo Villardi (1999, p.3-4):
A leitura efetivamente, só, se faz no momento em que somos capazes de atribuir sentido ao que foi decodificado. Ler é construir uma concepção de mundo, é ser capaz de compreender o que nos chega por meio da leitura,analisando e posicionando-se criticamente frente as informações colhidas.
Portanto, é importante que haja uma preparação deste aluno, tanto para trabalhar com as novas tecnologias, quanto para o exercício da cidadania, que se dá com mais facilidade e dignidade quando se tem acesso ao mundo da leitura e escrita, pois se pode através delas transformar o mundo e construir uma nova realidade.
2 O QUE É LEITURA E ESCRITA? 
Nas últimas décadas a demanda pela leitura e pelo domínio da linguagem escrita em nossa sociedade é cada vez maior. Sabe-se, que esta demanda não é exclusivamente do Brasil, mas uma questão mundial, que hoje exige domínio da linguagem escrita e oral como condição para produção e acesso ao conhecimento. 
A leitura não é só decifrar códigos escritos, vê-la como uma mera maneira de ler palavras é enganar-se quanto ao aprendizado. A leitura deve ser compreendida como parte de um processo mais amplo, pois ler significa perceber e compreender as relações existentes no mundo.“A escola deve criar um círculo virtuoso, em que a leitura e a escrita melhorem e ajudem na aprendizagem de qualquer conteúdo”. Menezes (Revista Nova Escola, n. 221, p.90, abril, 2009).
A escrita por sua vez nos remete a uma pergunta. O que significa escrever? Segundo o dicionário: escrita é todo sistema gráfico de notação da linguagem verbal, ou seja, toda representação de palavras ou ideias por meio de símbolos gráficos. A escrita tem dimensões que vão além da decodificação da oralidade, desdobra-se em outras funções e sentidos, ela deve ser entendida como um processo interativo, social, histórico, na produção de sentido. 
Com o passar do tempo à leitura e a escrita vem recebendo contribuições expressivas do campo educacional cada vez mais preocupado com o rumo dessas vertentes tão importantes para o desenvolvimento humano. Desde a crítica, a educação feita por Paulo Freire ao anúncio de novas práticas nos anos 50 e 60, mudanças necessárias para a valorização das mesmas foi adotada, mas ainda sabe-se que não é o suficiente. Cabe ainda ressaltar que, mudanças são sempre bem vindas desde que venham para contribuir e fazer acontecer e não apenas para dizer que ouve mudanças sem elas terem acontecido na prática.
Ao longo dos tempos, várias tentativas de compreender, o que é ler e escrever tem sido uma constante. Qual será a natureza da leitura e da escrita? Como se lê e se escreve hoje? No contexto dessa discussão analisamos diversos (e nem sempre excludentes) conceitos de diferentes modos de entender o que é ler e escrever. Leitura é hábito, é gosto, prática, relação, necessidade, exercício? Cada um de sua maneira vê a leitura e a escrita. O que não se pode deixar de observar é que ambas são necessárias para o desenvolvimento das competências humanas. 
Segundo a justificação do Plano Nacional de Leitura, a União Europeia, a OCDE e a UNESCO “A leitura é um alicerce da sociedade, do conhecimento, indispensável ao desenvolvimento sustentável”, (Plano Nacional de Leitura, 2007). Partindo-se deste pressuposto de que a leitura estimula a atribuição e construção de conhecimentos, esta atividade vem promover de certa forma uma reflexão e um posicionamento faceàs matérias a que se teve contato. 
O indivíduo poderá desenvolver uma opinião própria sobre o que leu, assim a leitura vai bem mais além daquilo que se vê nos ambientes escolares, mera decodificação de frases, pois o leitor ao se inteirar da leitura necessita ter a capacidade de compreensão. Assim a mesma, vem para desalienar o ser humano transformando conhecimentos adquiridos em novos meios de reflexão.
Conseguir ler e escrever é o mínimo que se espera de alunos inseridos no Ensino Fundamental II, capacidades que devem ser desenvolvidas desde cedo pelos educadores, pois seres sem formação crítica, reflexiva, não deve ser a realidade das escolas, considerar-se-á que a leitura poderá promover essas capacidades, dependendo do envolvimento que a mesma tenha na vida escolar onde se começa uma importante parte da vida leitora do aluno. 
Ainda segundo o Plano Nacional de Leitura, “Pra viver com autonomia, com plena consciência de se próprio e dos outros, para poder tomar decisões face a complexidade do mundo atual, para exercer com ativa, é indispensável dominar a leitura’. É necessário ter a consciência de que o ensino da língua sempre será uma constante entre os seres humanos, já que está o constitui como tal.
2.1 O PROCESSO DA LEITURA E ESCRITA 
Vários autores, estudiosos do processo de aquisição da leitura e da escrita, concordam que a leitura e a escrita se iniciam muito antes do que geralmente se imagina. Quando a criança, mesmo sem frequentar a escola começa a tomar contato com materiais escritos, em casa, na rua, ou em qualquer lugar onde se encontra, já está construindo a leitura. Segundo Ferreiro e Teberosky, (1991, p.209.) “a criança pensa sobre a escrita, formulando hipóteses sobre elas, como maneira de compreender o que significa”. Essas hipóteses acontecem em todas as crianças e vão evoluindo desde a fase pré-silábica, na qual ainda não há intenção de representar através da escrita os aspectos sonoros da fala, até chegar ao padrão alfabético que é aquele no qual associa sons falados a letras escrita. A criança passa por vários processos até chegar a fase de hipóteses e alfabética, embora nas primeiras escritas não haja ainda um domínio das regras de ortografias, deve-se valorizar esse começo pois o processo acontece de forma gradativa.
Defender a aprendizagem pela descoberta, oferecendo espaços para que as crianças aprendam sozinhas, entendendo completamente o real sentido da leitura e escrita no quotidiano de cada um, defendia Piaget, assim os educadores podem se propor a agir no cotidiano escolar onde essas crianças estão inseridas. “A escola só poderá construir aprendizagens significativas se conseguir apropriar-se empaticamente da cultura onde está inserida.” (FERREIRA e SILVEIRA, 2000, p.36). 
As novas teorias que têm como principais representantes Ferreiro trouxeram grandes avanços e inovação para o sistema educacional. A partir dessas pesquisas, pode-se repensar, sobre novas bases, e abandonar as práticas tradicionais. Porém, as ideias de Ferreiro vêm sofrendo algumas críticas por parte de alguns autores como Silva (2009), Smolka (2003), Milo (2000), Geraldi(1985) e outros, que ressaltam em suas pesquisas que Ferreiro estava preocupada em saber o que a criança consegue fazer sozinha sem ajuda do outro, focalizou os aspectos cognitivos na construção do conhecimento. 
Por outro lado, Luria (2003), numa perspectiva sócio-histórica, em suas pesquisas, procurou considerar a influência do meio cultural, o papel do outro, a natureza do conteúdo no processo de construção da escrita da criança, e afirma que, dependendo da experiência de vida, a criança passa de maneira diferente pelo processo de aprendizagem. 
Smolka (2003) afirma também que, o outro como interlocutor influência e muda o rumo de desenvolvimento da escrita da criança. Apenas a interação da criança com leitura e escrita na instituição escolar não é o suficiente para o processo de aprendizagem, há todo um processo de dominação e de privilégio, que precisa ser considerado, isso pressupõe que o professor esteja qualificado para lidar com esse processo, para enfrentar as diferentes situações que a prática pedagógica lhe apresenta. 
A aprendizagem da leitura e da escrita está condicionada a diversos fatores, que poderão contribuir para o bom ou mau desempenho da aprendizagem leitora e para o desenvolvimento eficaz da linguagem escrita. Deve-se primeiramente conhecer a estrutura e organização do sistema gráfico para criar estratégias que possam fazer com que o processo de leitura e da escrita se torne menos complexo. 
Cabe ao Profissional de educação buscar e aprimorar conhecimentos, aprender novas técnicas, pesquisar e ler materiais, livros, artigos especializados, que tenham uma visão geral de como ocorre os processos de aquisição da leitura e da escrita. O educador precisa entender a grande responsabilidade que tem em mãos. A leitura passa por um processo gradual em que os estudantes irão alcançar maturidade cognitiva em relação à linguagem. Reconhecer as dificuldades e buscar maneiras de superá-las é a melhor maneira de resolvê-las. Esse processo vai permitir uma maior familiarização e desenvolvimento da capacidade cognitiva.
O professor leitor é o melhor exemplo para o aluno, como se pode apaixonar o aluno pela leitura se os educadores não gostam de ler. O professor que tem o ato de ler presente na sua vida consegue construir no aluno uma vontade de conhecer esse mundo tão cheio de oportunidades, mostrando a liberdade que se tem ao adentrar nesse mundo onde se pode ir a qualquer lugar e realizar os irrealizáveis desejos, onde a vida não termina quando acaba e se pode cada vez mais buscar, ler, compreender e entender que não existem limites para leitura e sim dificuldades que podem e devem ser superadas por todos, trabalhando juntos para que a mudança aconteça dentro de cada um. 
Através do estudo dos processos que envolvem a aquisição leitora podemos distinguir três tipos de problemas significativos na aprendizagem de leitura: as crianças que encontram dificuldades para aprender a ler, as crianças que leem de forma passiva e as crianças que tem dificuldades de compreensão.
As crianças com dificuldades em aprender a ler, normalmente estão desmotivadas, e por vários fatores internos e externos do âmbito escolar se veem nessa situação. Buscar o conhecimento prévio dessas crianças, sua vida familiar e acontecimentos que podem ocasionar uma maior dificuldade no aprender a ler, que é tão significativo para todos, deve ser um dos caminhos para oportunizá-las a conhecer o que é ler. Não existe uma fórmula mágica para isso, mas sim uma oportunidade para que os educadores busquem cada vez mais a valorização dos seus alunos.
Crianças que leem de forma passiva parecem está colocadas em um mundo que não é delas, estão apenas decodificando códigos escritos, não tem ação, noção, participação naquela leitura, sem conseguir interagir com a leitura realizada, se torna mero ouvinte naquele ambiente, seja por não compreensão ou pela mesma ser insignificante para sua vida. Trabalhar textos no contexto de vida do aluno é uma das sugestões para que o mesmo sinta-se inserido na aula em que se exige dele uma leitura compreensiva e válida. 
Aprender a ler como se a leitura fosse um ato mecânico,separando da compreensão, é um desastre que acontece todos os dias.Estudar palavras soltas sílabas isoladas,ler textos idiotas e repetir sem fim exercícios de cópia,resulta em desinteresse e rejeição em relação a leitura e escrita. (CARVALHO, 2001, p.18) 
 A falta de compreensão do que se lê pelos alunos do Ensino Fundamental II, é gritante, elas decodificam os símbolos apresentados, mas não conseguem compreender quase nada da leitura. Os educadores ficam felizes por seus alunos já lerem textos até grandes por vez, mas não reconhece nos educandos a compreensão suficiente para que eles sejam agentes importantes e transformadores da sociedade vigente. 
Suassuna (1995) Gomes e Souza (2010) afirmam que: 
[...] quando a aluno ler sem prazer, sem o exercícioda crítica e sem imaginação, quando não faz da leitura uma descoberta, ato de conhecimento, quando somente produz, nos exercícios a palavra lida do outro, consequentemente não poderá intervir sobre aquilo que historicamente está posto.
Portanto, devem-se formar leitores capazes de ler criticamente aptos para interferir na realidade em que estão inseridos. A dificuldade de compreensão e de interpretação deve-se muito aos métodos aplicados na utilização dos textos, limitando unicamente a retirada de informações superficiais, não permitindo a interação do leitor com o texto, desfavorecendo assim a participação em diálogos, debates, opiniões. Assim, não dando possibilidades na construção de novos conhecimentos. 
Kleiman(2000) e Natêcio (1994), propõem alternativas no que diz respeito a concepção de leitura, a qual propõe-se que a leitura seja trabalhada de diversas maneiras, tendo em vista que um texto pode apresentar diversas maneiras de ser trabalhado e com funções diversificadas dando ao aluno a oportunidade de interagir não só com os colegas, mas com o próprio texto, levando-o a questionar-se em relação as intenções do autor em abordar esse tema, levantar hipóteses, ter um posicionamento positivo ou negativo, dentre outros aspectos.
A prática em sala de aula influência muito nesse processo de compreensão. No entanto, o que se percebe é uma prática defasada, limitada, sem maiores envolvimentos de professor/ aluno. Muitos são os problemas e dificuldades encontradas por ambos para que o processo de aquisição da leitura e da escrita aconteça nas escolas. Pois a situação encontrada hoje é desestimulante para ambas as partes, as salas de aulas continuam super lotadas, falta material didático e ajuda familiar que é de suma importância para qualquer tipo de processo que a criança esteja passando.
Hoje os pais estão transferindo essa responsabilidade exclusivamente para as escolas e isso é retirar todo e qualquer apoio aos seus filhos que precisam cada vez mais de uma família presente na escola para que não se sintam sozinhos nesse processo que para eles já é tão difícil. Cabe também ao professor não se acomodar com as dificuldades existentes. Descobrir caminhos para oportunizar aos alunos inserir-se na leitura de forma prazerosa e eficiente, sendo assim, ser uma busca constante dos educadores. 
Desse modo, Natêncio (1994), atenta para se trabalhar a leitura em um sentido de construir significados, o que de fato ocorre nas escolas através de atividades de leitura em que a participação do aluno seja fundamental, observando o grau de dificuldade da compreensão que eles apresentam, pois dessa forma haverá o aprimoramento do conhecimento cognitivo e linguístico. 
Finalmente, torna-se relevante a ampla variedade de informações que o texto pode proporcionar através de uma leitura significativa e proveitosa sem dispensar a participação do leitor. O processo de aquisição da leitura e da escrita não é fácil, mas indispensável para a formação de um indivíduo livre das amarras da alienação e construtor de seu próprio futuro.
2.2 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E ESCRITA NO DESENVOLVIMENTO HUMANO
Compreender a leitura e a escrita como parte integrante da vida social é de fundamentação importância para o desenvolvimento do ser humano, para ser um cidadão capaz de agir e interagir com o seu meio social de forma eficiente, equilibrada e responsável. Necessidades que nos leva a refletir sobre o papel da leitura e escrita dentro do âmbito escolar e fora dele. 
A leitura é um dos principais instrumentos para que o indivíduo construa o seu conhecimento e aprenda a exercer sua cidadania, a falta da mesma remete o indivíduo ao mundo de exclusão, onde as oportunidades são raras e o convívio social é difícil e humilhante. 
Não saber ler e escrever no mundo atual é um absurdo, ainda visto em nossa sociedade, onde os indivíduos que saem das escolas sem o poder de compreensão de mundo ou mesmo aqueles que não tiveram a oportunidade de conhecer o mundo libertador da leitura compreensiva, acabam por se tornarem reféns das exigências do mundo capitalista. Esses vivem no mundo altamente tecnológico e alfabetizado, e nem ao menos sabem o que significa a palavra cidadão, onde acabam excluídos. 
Dentro de uma sociedade elitista, a escola precisa alfabetizar para libertar. As pessoas necessitam mudar a sua visão de mundo e estar atentas para a importância do ato de ler em um meio que exige e exclui os que não se adéquam a esse contexto. É imprescindível que cada cidadão tenha clareza de que, ser um bom leitor significa perceber o caráter utilitário da leitura, atendendo assim a demanda da sociedade, também para compreender a diversidade de funções que a leitura e escrita requer para a apropriação dos bens culturais. 
Segundo Soares (1988, p.17):
Os valores da leitura sempre apontados são aqueles que lhe atribuem as classes dominantes, pesquisas já demonstraram que,enquanto as classes dominantes veem a leitura como fruição de horizontes,de conhecimentos de experiências, as classes dominadas veem pragmaticamente como instrumento necessário a sobrevivência, ao acesso ao mundo do trabalho,a luta contra as condições de vida.
Refletir sobre o papel social da leitura é algo importante onde, muitos alunos inseridos no ensino fundamental II ainda não adentraram nesse universo único, privá-los desse contato é inaceitável quando todos sabem que sem educação não há possibilidades de crescimento e a leitura acaba sendo o “carro chefe”, pois é através dela que nos tornamos seres capacitados ao convívio social.
A leitura veem para desalienar e desmistificar é dever e obrigação da escola mediar o trabalho com a linguagem, mostrando que a linguagem e a escrita são suportes de uma dinâmica social, são os principais códigos usados pelo homem em sua vida social. 
A importância da leitura e escrita na vida do ser humano é inegável, sem elas o individuo torna-se um ser “sem poder” numa sociedade em que você precisa se adequar as suas mudanças. A leitura é a principal ponte de crescimento para as pessoas. É por meio dela que temos acesso aos conhecimentos construídos pela humanidade ao longo dos tempos, desenvolvemos nossa compreensão, nossa comunicação e o nosso senso crítico, portanto por meio dela somos capazes de construir nossas próprias histórias, podendo assim transformar a realidade que nos cerca, caminhar rumo a uma verdadeira democracia de direitos e deveres igualitários, exercendo assim a nossa cidadania. 
É necessário ter claro que desenvolver competência para leitura da palavra implica contribuir no sentido da formação de um cidadão mais pleno, que possa, criticamente, se assenhorar de um mecanismo tradicionalmente utilizado pela classe dominante. Tomar posse da palavra não para refazer o circuito da discriminação, mas para forçar espaços de libertação. (CITELLI, 2004, p.50 )
 
A importância social da leitura passa, portanto, pela construção do individuo desde o começo quando começamos a conhecer o mundo da leitura. Promover esse letramento significa associar a leitura e a escrita às práticas sociais que tenham sentido para aqueles que as utilizam, desvendando sua diversidade, suas dimensões políticas e implicações ideológicas, além de pressupor níveis de domínio das práticas que exigem essas habilidades. 
Todos, escola, família e indivíduos precisam refletir sobre o valor dado a leitura e a escrita hoje, seja na vida social ou pessoal, não adianta nada, discutir sobre a importância das mesmas se a transformação não vier de dentro de cada um, atentando assim para a demanda da sociedade, não só na busca profissional mais na busca da libertação para aqueles que não dominam a leitura e a escrita. 
O maior erro do ser humano é a preguiça para leitura, mal sabe ele que através da leitura se adquiri o maior bem que se pode ter, o conhecimento. Esse é o único bem que ninguém pode tirar de você, além disso, ele te prepara para adversidades da vida. (SANTOS, 2007, p.35)
Esse processoé merecedor de toda atenção por ser um agente formador de cidadãos frente às exigências do mundo social. A leitura e a escrita estão inteiramente ligadas à transformação do indivíduo e de seu meio. A escola e os educadores tem a função de oportunizar o espaço e propiciar momentos, contatos com as mais diferentes formas de escrita e leitura, para que o aluno seja capaz de construir seus próprios caminhos e fazer suas próprias escolhas com consciência e responsabilidade. 
2.2.1 Analfabetismo Funcional
Alguns autores, especialista na área, definem o Analfabeto Funcional como aquele que mesmo tendo a capacidade de decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças matemáticas, textos curtos e os números não desenvolvem habilidade de interpretação de textos e de fazer operações matemáticas mais complexas. 
No Brasil, o índice de analfabetismo funcional é medido entre as pessoas com mais de 20 anos que não completaram quatro anos de ensino formal. Na Polônia e no Canadá, por exemplo, é considerado analfabeto funcional a pessoa que possui menos de 8 anos de escolaridade. Segundo a Declaração mundial sobre educação para todos, mais de 960 milhões de adultos são analfabetos, sendo que mais de 1/3 dos adultos do mundo não tem acesso ao conhecimento impresso e as novas tecnologias, que poderiam melhorar a qualidade de vida e ajudá-los a adaptar-se as mudanças sociais e culturais.
Segundo o Instituto Paulo Montenegro, entidade ligada ao Ibope, o índice de analfabetismo vem caindo ao longo dos anos no país, entre a população de 15 a 64 anos, no biênio de 2001/2002 a população de analfabetos funcionais era de 39%, essa porcentagem caiu para 28% em 2009, mas isso ainda está muito longe do ideal. 
Sabendo que em nosso país são diversos os excluídos por completa falta de acesso a educação, como também aqueles que sabem ler e escrever, mas não conseguem interpretar se quer uma mensagem posta em vários outdoors espalhados pelo nosso país e que pra muitos passam de letras espalhadas em um grande cartaz sem qualquer significado. É inadmissível que analfabetos funcionais, ainda hoje saiam aos montes todos os anos das escolas, indivíduos incapazes de exercer funções básicas na sociedade moderna. 
De acordo com os PCNs, ao longo das oito séries do Ensino Fundamental, o aluno deve desenvolver as seguintes habilidades: Expressar-se em diferentes situações sem sentir-se incapaz por falta de entendimento, saber expressar-se de diferentes maneiras, ou seja, saber usar a linguagem adequada a cada ambiente, conhecer e respeitar as variedades linguísticas do português falado, saber distinguir e compreender o que dizem diferentes gêneros de textos, entender que a leitura pode ser uma fonte de informação, de prazer e de conhecimento, ser capaz de identificar os pontos mais relevantes de um texto, organizar notas sobre esse texto, fazer roteiros, resumos, índices e esquemas sem tantas dificuldades, expressar seus sentimentos, experiências, ideias e opções individuais, ser capaz de identificar e analisar criticamente os usos da língua como instrumento de divulgação de valores e preconceitos de raça, etnia, gênero, credo ou classe. 
Os alunos devem terminar a 4ª série do Ensino Fundamental dominando a linguagem de maneira eficaz. Em outras palavras, devem ser capazes de produzir e interpretar textos, tanto para as necessidades do dia-a-dia como para escrever um recado, ler as instruções de uso de um eletrodoméstico, como para ter acesso aos bens culturais e à participação plena no mundo letrado, entender o que é dito num telejornal e ler um livro de poesias. 
Viver em um mundo competitivo, sem o poder de compreensão é ver-se transformado em um ser alienado, marginalizado, excluído por um país onde não compreender o meio em que se vive é simplesmente não viver e sim sobreviver de qualquer maneira, e não poder interagir e competir com outrem que tem o poder da fala a seu favor, numa sociedade onde o conhecimento é válido e essencial, é injusto e incompreensível, pois essa realidade atinge grande parte da população.
No mundo ocidental, tradicionalmente, à alfabetização tem sido vista através de uma ou outra das seguintes perspectivas frequentemente sobre a ótica das duas: O modelo de auto desenvolvimento e o modelo de desenvolvimento crítico para a mudança social. No primeiro caso, trata-se de enfatizar o desenvolvimento pessoal e profissional, a alfabetização é vista como uma habilidade que possibilitará ao adulto o seu crescimento profissional e pessoal. O papel do educador neste caso é o de instrutor e conselheiro. 
No outro modelo de desenvolvimento crítico parar a mudança social, enfatiza-se o fato de que a alfabetização torna o adulto melhor preparado para o seu papel social e, portanto, mais consciente das realidades políticas e sociais, de forma que possam melhor agir sobre o sistema para mudá-lo. Aqui, o educador toma o papel de facilitador e agente de mudança. (IMEL e GRIEVE, 1985). 
A escola deve existir para todos e, em primeiro lugar, como formação e ensino funcionais e fundamentais. E um cidadão crítico, participativo, dinâmico e inovador é fruto de uma educação democrática e cidadã que busca no respeito mútuo, no diálogo, na construção do saber, o caminho para uma cidadania consciente.
3 ADENTRAR NO ENSINO FUNDAMENTAL II SEM CONDIÇÕES PLENAS, DEFICIÊNCIAS E SUPERAÇÃO
A lista de justificativa para a persistência da não compreensão dos alunos em relação à leitura e escrita mesmo tendo passado por todo primeiro ciclo do ensino fundamental são diversas, mas não minimizam os impactos que tudo isso causa na vida escolar do aluno quanto na sua vivência perante a sociedade. 
Os jovens tem uma grande dificuldade em compreender o que lê, os enunciados das provas, por exemplo, que está ali para ajudá-los muitas vezes passa despercebido por eles pela falta de compreensão do que está escrito, isso é frustrante depois de tantos anos de estudo onde o mínimo que se espera é a consciência plena de quem está lendo, tanto para exercer seu direito como cidadão, quanto para a busca de novos conhecimentos. 
A escola tem uma parte importantíssima nesse processo, pois é nela que o futuro se programa, a mesma não pode trabalhar como se todos os alunos tivessem o mesmo nível de aprendizado, isso acaba empurrando para baixo aqueles que têm mais dificuldades e precisam de acompanhamento especial.
Os educadores por estarem com alunos que já passaram por todo primeiro ciclo do ensino fundamental acham que não é mais necessário fazer esse trabalho diferenciado, apesar de todas as técnicas de aproximação dos jovens, pré-adolescentes e adolescentes já em uma fase de preparação para o vestibular com a literatura. 
De pouco valem todos esses esforços nessa fase se a cultura do ler mais de que apenas o estritamente necessário não é estimulada desde cedo. Recuperar o tempo perdido não é fácil, mas necessário. O ideal seria que cada aluno tanto em casa quanto na escola recebesse incentivo ao hábito da leitura, pois é através dela que o indivíduo adquire conhecimentos, torna-se crítico e constrói seu próprio saber, sem ela não somos parte da sociedade e sim excluídos dela. 
Apesar da metodologia de ensinar através da leitura e da interpretação textual ser de grande importância para os estudos dos alunos, ainda hoje esse método está sendo pouco ou mal utilizado por alguns educadores em sala. A falta de treinamento dos professores e de mecanismos que deveriam ser utilizados visando o melhor aproveitamento do conteúdo por parte de cada aluno. Uma vertente para a educação mecanizada sem um olhar mais amplo para aquilo que o aluno espera das aulas e também para que o mesmo possa contribuir com o desenvolvimento da aula. Por isso, é de fundamental importância a qualificação do pedagogo, do professor de língua portuguesa e de qualquer profissional que atua na área de ensino. 
Gregory (1991, p.124) destaca que:
Há muitos professores que vão para sala de aula totalmente despreparados ou preparados somente em parte, são como mensageiros sem mensagem,falta-lhe a energia e o entusiasmo necessários par produzirem os resultados, que, centralizado por direito, devemos esperar do seu trabalho. 
Muitos educadores encontram barreiras para expor seu potencial pedagógico, isso ocorre pela opressão do sistema educacional ou por falta de materiais educativos e tecnológicos para o desenvolvimento de suas aulas. As escolas estão muito preocupadas em exigir dos professores que todo o conteúdo programático proposto para aquele ano letivo seja repassado para os educandos, sem se preocupar de que jeito isso está sendo feito, sem compreender que se o aluno não consegue nem ler e interpretar um texto de modo satisfatório como vai poder se inteirar com o conteúdo ministrado pelo professor em suas aulas, seja de qual for a matéria, pois a falta de compreensão do aluno atinge todas as áreas dentro das matérias ministradas.
Já no que se diz respeito aos materiais usados nas aulas, esses fazem muita falta para que o professor se programe de maneira satisfatória, ter a sua disposição todos os itens necessários para uma aula dinâmica e entusiasmante é fundamental para os alunos já cansados de aulas repetitivas e cansativas, retirando assim deles qualquer interesse pelas aulas, transformar as mesmas em algo intrigante onde eles possam buscar respostas e propor atividades poderá ser uma das formas dessa transformação acontecer.
É necessário salientar que fatores internos e externos influenciam significativamente no aprendizado do aluno, é primordial que o educador conceba a educação com um olhar voltado para o desenvolvimento do sujeito, possibilitando-o ao mesmo, oportunidades necessárias para o seu crescimento pessoal e profissional. 
O baixo desempenho na aprendizagem atual de nossos alunos existe por um conjunto de fatores cujo simples fato de identificá-los não garantiria a sua solução. Educadores, gestores e alunos estão sempre envolvidos em questionamentos de o “porque” do baixo nível de aprendizagem dos alunos. Os próprios sentem-se excluídos por não conseguirem atingir aquilo que se espera deles.
O ato de ler e escrever são primordiais para o desenvolvimento social do ser humano. Segundo Ferreiro (apud TEBEROSKY, 1981, p. 12): “A escrita não é um produto escolar, mas sim, um objeto cultural, resultado do esforço coletivo da humanidade (…)”. É imprescindível a compreensão do educador sobre os fatores que interferem na aprendizagem do aluno, refletindo constantemente as questões internas (cognitivas, psicomotora e afetiva) e externas (escola e família) que atingem o processo de construção do conhecimento. 
Compreender a importância de se conhecer os fatores que levam o educando a chegar ao Segundo Ciclo do Ensino Fundamental sem conseguir interpretar um texto de forma satisfatória é primordial para mudar essa situação. Deve-se possibilitar ao mesmo o poder de desenvolver a capacidade de encontrar resposta para seus problemas, tornando-o responsável e, consequentemente, agente de seu próprio processo de aprendizagem. 
Rever as práticas pedagógicas aplicadas hoje e fazer da instituição escolar um lugar que não centralize-se exclusivamente nas aquisições intelectuais, concedendo maior atenção ao desenvolvimento de capacidades emocionais, sociais e afetivas, propiciando ao educador entender que o conteúdo programático não é o fim em se mesmo, mas apenas um dos elementos que pode ser usado no cotidiano escolar. 
A maioria das pesquisas realizadas para compreender os problemas de aprendizagem relacionados a leitura, escrita e analfabetismo funcional evidenciados pelos índices de repetência e evasão, tem apontado, entre outros fatores que a precariedade das condições funcionais e estruturais da escola contribuem significativamente para o avanço desses índices. 
Os problemas de aprendizagem podem ocorrer tanto no início como durante o período escolar, surgem em diferentes situações para cada aluno, o que requer uma investigação no campo em que si manifestam. Qualquer problema de aprendizagem implica em um trabalho amplo, uma união entre professor, junto ao aluno, gestor escolar e a família. Nesse sentido, Almeida (1992, p. 65) defende: 
A escola como um todo, currículos e métodos devem se adaptar não as características de cada grupo social, mas a cada criança, na sua individualidade, nos seus sucessos e fracassos numa relação dialética entre nas condições sociais e as pessoais.
A escola muitas vezes não atribui à leitura e escrita o valor merecido ensinando mecanicamente o decodifico código linguístico, sem desenvolver nos alunos as estruturas cognitivas indispensáveis para a leitura e escrita. 
O ensino oferecido pelas escolas públicas brasileiras pressupõem conhecimentos que, na verdade, os alunos de camadas populares não possuem, uma vez que ensinam segundo modelos adequados a um aluno que não é aquele que efetivamente se encontra em sala de aula, os conteúdos apresentados estão fora do contexto do aluno fazendo que o mesmo fique desmotivado e sem entender o porquê de estudar conteúdos que não é sua realidade, e pressupondo que o mesmo não se interesse pelo que está sendo apresentado naquela aula, tudo aquilo acaba não tendo nenhum significado para eles. 
Ao analisar as causas das dificuldades de desenvolver no aluno o gosto e compreensão pela leitura e escrita, deve-se enfatizar os estudos das práticas, das relações e das concepções de que agentes educacionais são porta vozes (professores, alunos,equipe escolar, pais) na produção das dificuldades que conduzem a este processo de aprendizagem.
 São diversas as razões que levam alunos inseridos no Ensino Fundamental II não conseguirem se inteirar da leitura e escrita de forma plena, começando pelas próprias condições físicas e psicológicas dos alunos, passando pelas condições da escola e dos profissionais que nela atuam. Desinteresse do poder público, problemas como a dislexia que os professores não conseguem identificar e culminando com a que é, talvez, a mais fundamental de todas, as precárias condições em que vive a maioria das pessoas nesse país.
Fatores que atingem de cheio a vida escolar e social do aluno, levando-o ao lado obscuro da escola, assim tira-se dele um direito adquirido desde o seu nascimento, o direito a cidadania. O mais urgente disso tudo não é achar os culpados e sim achar soluções para o problema da educação. 
Para que a educação comece a surtir efeitos é preciso ir além de achar culpados, ir além das fórmulas matemáticas, das regras de gramática e das datas da disciplina de história, uma vez que isso não transforma vidas, são importantes, mas não deveriam ser o foco principal, alunos não são e nem devem ser depósitos de informação, mas monumentos a serem esculpidos, cidadãos a serem moldados e todos são responsáveis por essa tão preciosa escultura.
O preço dessa conquista pode ser parcelado no “banco da escola” se o governo cair na real e reformular o sistema de ensino para se certificar de que valores se constroem através de uma trajetória de exemplos. Compreender que informações se encontram em qualquer lugar, mas o saber fazer para adquirir conhecimento requer espaços específicos, atitudes que eduquem por meio da inserção dos saberes e valores intrínsecos à formação humana, e não tentar ajustar parafusos em máquinas que raciocinam, mas que não refletem por deficiência de estrutura, para atingir metas de um governo que se preocupa com os números do gráfico do Ideb, e não com a situação dos que dependem da educação pública para serem notados.
Quando essa ficha cair, o sistema entenderá que educação não é feita de gestores que reprimem crédulos de que estão impondo ordem, de professores que protestam, gritam, coagem... Acreditando que estão disciplinando, de governos que apenas investem para cumprir a lei e desviam o olhar com o ar de “não estou nem aí” para a qualidade, fazendo da escola um recinto que não prepara para a vida nem insere conhecimentos básicos num ambiente que está se tornando cada vez mais elitista e desprezado pelos alunos.
De olhos vendados,não assimilam que educar não é alfabetizar, despejar informações por meio da TV, de vídeos, bibliotecas e salas de informática. Educar é abrir caminhos... E caminhos que levam a realização pessoal e profissional através de conteúdos que originem conhecimentos úteis, e não futilidades para preencher o tempo, pois a verdadeira arte de educar está em projetar o humano para crescer, construir sonhos e preparar pessoas para concretizá-los.
Recolocar os vagões nos trilhos exige cuidado para não desmoronar as frágeis estruturas. É preciso iniciar com o acionamento da locomotiva “família” para que saia da “roupagem” e parta à caça para capturar seus valores, pois os que sobressaem ou são heróis que superam a desestrutura familiar, as deficiências de um sistema de ensino estremecido ou são oriundos de uma família estruturada nos princípios morais, éticos, civis e religiosos, na qual a justiça e a verdade foram aplicadas.
Se a sociedade se instituir, os resultados podem surpreender. Essa organização não tem custo além da participação de todos. Basta que deveres sejam cumpridos para que direitos resultem em responsabilidades. Essas mudanças de atitudes são a diferença de quem faz educação um instrumento de transformação social.
3.1 OS ALUNOS SÃO AS PRINCIPAIS VÍTIMAS DA BAIXA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO
Elevados índices de repetência e de abandono da escola no Brasil foram apontados em um relatório da UNESCO em São Paulo – Com índices de repetência e de abandono da escola entre os mais elevados da América Latina, a educação no Brasil ainda corre para alcançar para patamares adequados para um país que demonstra tanto vigor em outras áreas, como a economia. 
Segundo o Relatório de Monitoramento de Educação para Todos de 2010, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), a qualidade da educação no Brasil é baixa, principalmente no ensino básico. O relatório da UNESCO aponta que, apesar da melhora apresentada entre 1999 e 2007, o índice de repetência no ensino fundamental brasileiro (18,7%) é o mais elevado da America Latina e fica expressivamente acima da média mundial (2,9%). 
O alto índice de abandono nos primeiros anos de educação também alimenta a fragilidade do sistema educacional do Brasil. Cerca de 13,8% dos brasileiros largam os estudos já no primeiro ano do ensino básico. Neste quesito, o País só fica à frente da Nicarágua (26,2%) na América Latina e, mais uma vez, bem acima da média mundial (2,2%). 
Na avaliação da UNESCO, o Brasil poderia se encontrar em uma situação melhor se não fosse à baixa qualidade do ensino. Das quatro metas quantificáveis usadas pela organização, o País registra altos índices em três (atendimento universal, igualdade de gênero e analfabetismo), mas um indicador muito baixo no percentual de crianças que ultrapassa o 5º ano e não conseguem ler e escrever de maneira satisfatória. Problemas que a educação brasileira ainda enfrenta a estrutura física precária das escolas e o número baixo de horas que os alunos passam na escola são apontados pelos técnicos da UNESCO como fatores determinantes para avaliação da qualidade do ensino.
Esse fato é resultado direto do que acontece na estrutura educacional brasileira, pois praticamente todos os que atuam na educação recebem baixos salários, professores frustrados e amedrontados pela violência nas escolas, descompromissados com o seu papel, pais que não participam da educação de seus filhos, governantes corruptos e descompromissados com o direito a Educação de qualidade, entre muitos outros agravantes são os motivos para índices tão vergonhosos. 
Com este cenário, não é difícil entender porque tantos alunos inseridos no 6º ano do Ensino Fundamental II não conseguem se firmar em suas séries, pois falta para eles estruturas, possibilidades, humanidade para que os mesmos consigam se desenvolver de maneira efetiva. A educação para ser transformadora, emancipadora, precisa estar centrada na vida. Para ser emancipadora, a educação precisa considerar as pessoas, suas culturas, respeitar seus modos de vida, sua identidade. 
O ser humano é “ incompleto e inacabado” como diz Paulo Freire em “formação permanente” e entender isso é fundamental para mudar o olhar sobre os alunos. Paulo Freire sonhava com uma sociedade, um mundo onde todos coubessem, com direitos igualitários. A educação pode dar um passo na direção desse mundo possível, se ensinar as pessoas com um novo paradigma do conhecimento, com uma visão de mundo em que todas as formas do conhecimento tenham o seu lugar. 
Existe um atraso secular, de décadas, um atraso crônico na educação brasileira que vem desde os Jesuítas, a colônia, o império, a república. Despertamos para a educação no século XX, na década de 1930, já que na década de 1920 foi onde aconteceram as primeiras formações de educadores. O atraso é gigantesco e o esforço deve ser cada vez maior para que se possa chegar a um patamar satisfatório e justo. 
Algumas avaliações implantadas pelo governo para avaliar a qualidade da educação mostra que a situação é desanimadora e precisa ser transformada o mais rápido possível. Os números retratam os problemas da educação brasileira. Segundo o IBGE, hoje, 97% dos estudantes com idade entre 7 e 14 anos se encontra na escola, no entanto, o restante desse percentual, 3% que respondem por aproximadamente 1,5 milhão de pessoas com idade escolar estão fora da sala de aula. 
Para cada 100 alunos que entram na primeira série, somente 47 terminam o 9º ano na idade correspondente, 14 concluem o ensino médio sem interrupções e apenas 11 chegam à universidade. Alarmantes 61% dos alunos da 6º ano não conseguem interpretar textos simples e 60% dos alunos do 9º ano não interpretam textos dissertativos, ainda 65% dos alunos do 5º ano não dominam cálculos e 60% dos alunos do 9º ano não sabem realizar cálculos de porcentagem.
Essa cruel realidade é nada além do resultado de uma educação que não evolui, pois séculos após séculos se debate na edificação do saber com fórmulas concluídas, essas não conseguem abrir mãos dos dogmas que dificultam a construção de conhecimento que amplie os horizontes do educando. O mínimo que se atinge é uma formação que não chega a promover o desenvolvimento de habilidades, é emergente abrir os olhos desse sistema que só evolui ante a ótica do Governo, para somente assim reencontrar os valores da educação desraigados através do tempo, conseguindo então nos livrar da cegueira da ignorância. E isso só acontece quando se educa com responsabilidade, pois ainda não chegaram à ilação de que um país sem educação decente não pode ser chamada de nação e sim de um país de exclusão. 
De acordo com Gadotti (1995, p.07):
Para outro mundo possível, outra educação é necessária. Educar para um outro mundo possível é educar para conscientizar, para desalienar, para desfestichar, para tornar visível o que foi escondido para oprimir. É educar para a emergência do que ainda não é, a utopia. Por isso, educar para um outro mundo possível é também educar para a ruptura, para a liberdade, para a rebeldia,para e recusa, para democratizar radicalmente o poder. É educar para a paz, para os direitos humanos, para a justiça social e para a diversidade cultural. É educar para a cidadania planetária.
 
Educar para cidadania é adotar uma postura, é fazer escolhas, é despertar para as consciências dos direitos e deveres, é lutar pela justiça e não servir a interesses seculares. É uma urgência que grita e que deveria ecoar nos corações humanos e não nos alarmes das propriedades que tentam proteger a vergonha do que a civilização humana construiu. 
Para alcançarmos isso, não ficar somente no ensinar para cidadania, é preciso construir o espaço de se educar na cidadania, e nesse sentido, não é somente a preposição que muda. Muda a postura do professor que de cidadão que somente exige seus direitos passa a lembrar também dos seus deveres. Educar com responsabilidade, liberdade e consciênciapodem ser um salto para que a sociedade de direitos assuma deveres e reconquiste valores. 
3.2 APRENDER É TRANSFORMAR-SE
Sempre que o aluno sente-se modificado pela aula ocorre alguma aprendizagem e transformação. O aluno não aprende apenas quando retém na memória conceitos passados pelo professor, mas toda vez que refaz sua leitura de se e do entorno, a partir de fatos que vivenciou e descobriu. 
A construção de significados, associando ao novo que o professor revela com o que já possui representa o elo central de aprendizagem. Não existe conhecimento útil se ele não puder ser associado a um conhecimento que já possui e se utiliza, integrando-se de forma interdisciplinar a tudo quanto se aprende. As metodologias podem ser diversas, pois ler não é fácil, mas é possível explorar formas da leitura: ideias, vivências, experiências, tudo isso pode levar o aluno a tomar gosto pela leitura. 
A leitura no Brasil, ainda não é um bem cultural plenamente desejado e compreendido pela sociedade brasileira que desconhece sua abrangência como instrumento de cidadania e como direito individual. Segundo Freire, (1994, p. 116):
Esteja todo dia aberto para o mundo, esteja pronto para pensar; esteja todo dia pronto a não aceitar o que diz, simplesmente por ser dito. Esteja predisposto a reler o que foi lido; dia após dia,investigue,questione e duvide. Creio que o necessário é duvidar. Creio ser sempre necessário não ter certeza, isto é, não estar excessivamente certo de certezas. 
Acredita-se que o sucesso do aluno depende de um bom desempenho em prática de leitura, o qual necessita de todos os aspectos: as condições de aprendizagem, etapas do saber as representações do ato de ler e as contribuições dos educadores para este fim. Esses aspectos devem interagir de modo natural, mas também, despertar a curiosidade e o interesse do indivíduo, permitindo-lhe os estímulos e as condições necessárias para uma prática de leitura e escrita que o leve a aprendizagem significativa da realidade do mundo. 
Aquela pessoa que lê acaba transformando suas próprias linhas de pensamento, daí a grande importância de ser um bom leitor. Quem ler e compreende o que ler sabe muito, aprende, se desscobre, transforma e é capaz de formar sua própria opinião, de dialogar corretamente com as pessoas. Assim explica Bozza (2008, p.24), quando diz que:
Quem não ler encherga o mundo com os olhos de outrem.Acreditando no que ouve e não constroi parâmetros próprios par analizar o mundo a partir de diferentes perspectivas. Está lastimavelmente atrelado ao físico, ao material. Deixa de usar a capacidade que mais caracteriza o ser humano a abstração. 
Alunos inseridos no Ensino Fundamental II, que não ler ou ler mal e não compreende, não é capaz de formar pensamentos próprios e trabalhar com a abstração de pensamento. A imaginação é isso, faz com que os mesmos, já caminhando para o ensino médio vejam escapar de suas mãos as oportunidades. O educador como já foi citado aqui, é de quem se espera que conduza o aluno para avisão de que para ter sucesso na sua vida pessoal, ele precisa ser amante da leituta ou ao menos compreender o mundo que o cerca. 
Quem ler muito possui a enorme capacidade de criar, renomear, ressignificar histórias, mensagens e textos. São tantas as dificuldades a serem superadas, mas que não podem se transpor ao encanto da leitura e escrita, suas possibilidades, histórias e sonhos. Ler e formar leitores são com certeza o grande desafio de nossos tempos. Ler a realidade é reescrevê-la. E reescrevê-la significa transformá-la. Isso quer dizer que, epistemologicamente, só estamos sendo bons leitores de mundo se estamos transformando esse mundo.Não é aprendizagem, não é conhecimento, pois é preciso transformar para conhecer. E a teoria não é algo a parte, distante da vida material, mas é uma luz que deve incidir sobre a prática cotidiana para nos fazer enxergar melhor suas estruturas concretas. 
Para que o ciclo do conhecimento se realize deve-se observar e intervir no incenssante processo de transformação social, assumindo humanamente a vocação de sujeitos históricos, inacabados, e por issso mesmo em constante transformação. Dessa forma, reinventar o mundo, pronunciá-lo com “palavras grávidas de realidade” é a própria condição de sua leitura. 
Somente transformando a humanidade que criamos e fazemos parte, é possivel conhecê-la profundamente. E por tudo isso a leitura e a escrita jamais podem ser entendida como mero momento de memorização. Ler é criar laços em busca do crescimento intelectual, pessoal. A partir dessa perspectiva a leitura deixará de ser imposta ao leitor através de discursos arbitrários, e a crise da leitura e escrita poderá ser interrompida a partir da pedagogia do diálogo, ou seja, da relação afetiva entre o leitor e o texto. Por esse ângulo vale ressaltar a explicação de Martins (1994, p.82). “Pra a leitura se efetivar, deve preencher uma lacuna em nossa vida, precisa vir ao enconto de uma necessidade, de um desejo de expressão sensorial, emocional ou racional, de uma vontade de conhecer mais”. 
Deste modo, fica claro o quanto a leitura pode desenvolver a criticidade da criança, adolescente ou adulto, possibilitando abrir e trasformar o mundo à sua volta. Por outro lado, escrever é ordenar os pensamentos, é registrá-los para que não sejam esquecidos. É exprimir as emoções, registrar nossas impressões do mundo. É expressar as opiniões próprias ante aos acontecimentos do mundo, quer seja dos dias atuais, quer seja de outra época. Segundo Barbosa (1989, p.11) . “Quando escrevemos livremente estamos,então.esculpindo a nossa vivência,a nossa experiência humana na trajetoria de luzes e sombras que nos vai desenvolvendo,nos vai comprometendo com tudo aquilo em que acreditamos”. 
Assim, a leitura e escrita influência o desenvolvimento da sociedade em que vivemos e é uma das grandes responsáveis pelas transformações ocorridas. Hoje ela desempenha papéis diferentes: é uma prática lúdica que colabora na imaginação, no raciocínio e inclusive na inclusão social do homem, no seu poder de argumentação, na visão crítica de mundo, na informação instantânea em tempos de globalização e até de mudança da forma de pensar dessa mesma sociedade. 
Dessa maneira, quanto mais se trabalha o conhecimento frente ao mundo, mais os educandos se sentirão desafiados a buscar respostas, e com isso quanto mais incitados, mais serão levados a um estado de consciência crítica e transformadora frente à realidade. E é está relação dialética que permanece cada vez mais incorporada na medida em que, educadores e educandos se fazem sujeitos do seu processo.
A ideia de educação deve estar intimamente ligada às de liberdade, democracia e cidadania. A educação não pode preparar nada para a democracia a não ser que também seja democrática. Seria contraditório ensinar a democracia no meio de instituições de caráter autoritário. Assim, a leitura e a escrita vêm para democratizar, libertar e transformar.
 
4 METODOLOGIA
4.1 TRILHA METODOLÓGICA
Segundo Minayo (1993, p.23), vendo por um prisma mais filosófico, considera a pesquisa como:
Atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados.
Mas, Demo (1996, p.34) insere a pesquisa como atividade cotidiana considerando-a como uma atitude, um “questionamento sistemático crítico e criativo, mais a intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a realidade em sentido teórico e prático”.
Para Gil (1999, p.42), a pesquisa tem um caráter pragmático, é um “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”.
Segundo Richardson (1999), deve-se fazeruma primeira leitura para organizar as ideias incluídas para, posteriormente, analisar elementos e regras que as determinam. Pela sua natureza científica, a análise de conteúdo deve ser eficaz, rigorosa e precisa. Trata-se de compreender melhor um discurso, de extrair os momentos mais importantes. Deve basear-se em teorias relevantes que sirvam de marco de explicação para as descobertas do pesquisador. 
Segundo Richardson (1999), a forma de trabalho de um pesquisador deve ser transmissível, ou seja, deve ser exposta de maneira tal que possa ser repetida por outros pesquisadores. Esse foi um dos aspectos particularmente valorizados nesta pesquisa, visando a sua compreensão. Richardson (1999) explica-nos que questionários cumprem pelo menos duas funções: descrever características e medir variáveis de grupos sociais. 
Entre as vantagens de se aplicar questionários está a possibilidade de se obter informações de grande número de pessoas em tempo curto e abranger área geográfica ampla. A técnica apresenta uniformidade, devido ao vocabulário, à ordem das perguntas e às instruções iguais para os entrevistados. O questionário poderá ser anônimo para que as pessoas sintam-se com maior liberdade de expressar suas opiniões.
4.2 SUJEITOS DA PESQUISA
A pesquisa foi realizada com uma equipe de 07 professores, 150 alunos do 6º ano e 02 coordenadores. Onde foi realizado um comparativo com as quatro salas participantes da pesquisa para verificar o desenvolvimento dos alunos referente ao aprendizado da leitura e escrita.
4.3 LÓCUS DA PESQUISA
A pesquisa foi realizada na Escola Municipal Armando da Costa Brito, localizada na Cidade de Ipojuca, bairro de Nossa Senhora do Ó. A escola dispõe de 17 salas de aulas, uma diretoria, uma secretaria, uma cantina, dois banheiros, uma sala de informática, biblioteca e um pátio recreativo.
4.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Iniciou-se a pesquisa com a coleta de dados em abril de (2012), a mesma foi realizada em uma semana com alunos do 6º ano. Um questionário foi aplicado aos alunos e professores visando colher dados para melhor compreensão do assunto abordado nesta pesquisa.
 
4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Foi percebido através dos sujeitos pesquisados que o projeto político pedagógico da escola está voltado para o processo de aquisição da leitura e da escrita para os alunos do Ensino Fundamental II. Existe um projeto para auxiliar no melhor desenvolvimento dos alunos em relação a leitura e escrita, o mesmo funciona como apoio dos educadores e é ministrados por coordenadores e professores tendo em vista a grande dificuldade encontradas pelos alunos diante do ato de ler e escrever.
Percebe-se que os professores estão se esforçando para minimizar os impactos da falta de leitura dos alunos. Não é nada fácil, mas essencial para o desenvolvimento dos mesmos. Sabe-se dos desafios a serem superados pelos educadores para incentivar os alunos a ler e ter prazer na leitura não é fácil, mas com o envolvimento de todos: escola, família, alunos, professores, gestores e coordenadores para que o sonho de desenvolver nessas crianças o prazer pela leitura seja realizado. 
É importantíssimo cultivar no aluno a boa leitura para o ideal exercício da cidadania,visto que vive-se em tempos em que a leitura e escrita são essenciais para o desenvolvimento humano.
Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de se mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros é oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores,sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar.Educar é preparar para a vida. (KAMI,1991, p.125).
A partir de todas essas perspectivas sobre a importância da leitura e escrita, pensando nas diversas facetas da prática das mesmas, podemos olhar para as instituições escolares e considerar seu importante papel na formação de leitores e de suas práticas. São várias as metodologias usadas para sanar as dificuldades encontradas pelos alunos: textos diferenciados, rodas de conversa e de leitura coletiva, leitura de paradidáticos, ditados para melhorar a escrita, e também trabalhos realizados com letras de músicas trazidas pelos alunos, leitura de gibis e outros. 
Pode-se identificar nos alunos ao fazer essas leituras uma grande dificuldade, pois eles ainda não têm o poder da compreensão. Com isso a ato de ler perde a sua essência, pois só decodificar frases não é ler, a maioria dos alunos não identificam atividades corriqueiras de sala de aula e tendo assim, reflexos nas produções escritas e avaliações desenvolvidas de leitura e escrita.
4.5 A VISÃO DO ALUNO
A pesquisa realizada com 4 (quatro) turmas do 6º ano do ensino fundamental II das 6(seis) em funcionamento, mostra que uma grande parte dos alunos sentem uma enorme deficiência no que diz respeito a leitura e escrita. Segundo os mesmos as aulas são chatas e cansativas, por não conseguirem entender o que a professora fala. Isso leva a outro grave problema na escola o comportamento dos alunos, pois de alguma maneira eles tentam chamar a atenção. Para eles como não se sentem inseridos em suas respectivas salas acabam fazendo do mau comportamento uma maneira de mostrar que algo não está correndo como deveria. Para Yunes (2003, p.37), ler significa:
Uma descoberta, mudar de horizontes, interagir com o real, interpretá-lo, compreendê-lo e decidir sobre ele. Ler é, pois interrogar as palavras, duvidar delas; ampliá-la. Deste contato, desta troca nasce o prazer de conhecer, de imaginar, de inventar a vida. O ato de ler é um ato de sensibilidade, de inteligência, da compreensão e da comunhão com o mundo: expandimos o estar no mundo, alcançamos esfera de conhecimento antes não experimentada e, no dizer de Aristóteles, nos comovemos e ampliamos a condição humana. 
A pesquisa abordou sobre o gosto da leitura dos alunos do 6º ano da Escola Municipal Armando da Costa Brito, e foi observado que, eles gostam de ler, mas pela falta de compreensão que tem acabam deixando de lado esse momento tão importante para a sua formação pessoal e profissional. Os mesmos afirmam que não fazem leitura em casa por falta de incentivo e material, e gostam de ler na escola gibis, revistas e jornais de esporte. Isso demonstra que eles possuem contato com diversos tipos de textos, o que é de grande valia para sua aprendizagem.
Em relação qual o significado da leitura e escrita para suas vidas, os alunos afirmaram que a leitura e a escrita são muito importantes porque elas representam a possibilidade de se ter um bom emprego no futuro e também que a leitura é boa para se aprender cada vez mais. Essas afirmações demonstram que esses alunos possuem uma concepção positiva de ambas e reconhece a sua importância em sua vivência e o poder que elas têm em suas vidas. 
Sobre a maneira de como é trabalhado a leitura e escrita em sala de aula a maioria dos alunos afirma que a professora trabalha na maioria das vezes com o livro didático, gibis, revistas e outros livros. Isso revela que por ser um recurso presente nas suas atividades diárias e na metodologia de sala de aula, o livro didático se configura muitas vezes, como principal meio para levar a leitura até os alunos. Como afirma Fulgêncio (1998, p.30):
O livro didático está presente nas salas de aulas em todo Brasil.É inegável que ele seja o principal portador social de textos para milhares de alunos.Mas o seu uso deve ser pensado,para que de fato ocorra uma socialização efetiva da leitura crítica.Caso contrário de nada adiantará sua utilização pelos docentes brasileiros.
Ao serem questionados sobre como a professora avalia a leitura dos mesmos, foi respondido que ela diz se a leitura foi boa ou ruim e pede para que todos leiam mais e explica que a leitura é importante, “a gente ler perto dela e ela sempre diz que a gente precisa melhorar, ler mais, é porque muitosde nós não sabe ler nem escrever ou faz isso muito mal”. (Aluna do 6º ano, uma das poucas alfabetizadas). O fato de a professora pedir que o aluno leia novamente, expressa que ela espera que eles se aperfeiçoem na leitura, ou seja: “As melhores avaliações de leitura são aquelas que o professor elabora quando sente necessidade de perceber melhor o desenvolvimento do aluno”. (BARBOSA, 2008, p.141)
Conclui-se então, que as afirmações dadas a cada pergunta só reflete a relação do aluno com a leitura em sala de aula e como está sendo vinculada na escola e em seu cotidiano. Mesmo com algumas dificuldades os alunos gostam de ler e fazem leituras diárias. O quadro na escola ainda precisa melhorar muito, mas percebe-se o esforço de todos para que essa situação seja sanada. Os alunos precisam ter uma concepção de leitura como algo agradável, prazeroso e enriquecedor.
4.6 VISÃO DO PROFESSOR
Diante das respostas dos professores ficou evidente as dificuldades encontradas pelos mesmos no 6º ano do Ensino Fundamental II, onde grande parte dos alunos pesquisados não conseguem ler e compreender textos simples. Para formar leitores, devemos ter paixão pela leitura. Concordando com o autor francês Bellenger (1979, p.15) quando diz:”Um leitor apaixonado de um país de leitores apaixonados, que a leitura se baseia no desejo e no prazer”. 
Fazer com esses alunos sintam prazer no ato de ler é uma missão difícil, mas necessária. A atividade árida e tortuosa de decifração de palavras que é chamada de leitura em sala de aula, não tem nada haver com atividade prazerosa descrita por Bellenger. E de fato não é leitura, por mais que esteja legitimada pela tradição escolar. Ninguém gosta de fazer aquilo que é demais, nem aquilo do qual não consegue extrair o sentido. Essa é uma boa caracterização da tarefa de ler em uma sala de aula: “Para uma grande maioria dos alunos ela é difícil demais, justamente porque ela não faz sentido”. (KLEIMAN, 1997, p.72)
Inicialmente, no questionário queria saber como era avaliada o processo de letramento dos alunos do 6º ano, pelo menos 85% dos professores pesquisados informaram que os alunos estão melhorando a cada dia mesmo que de maneira lenta, em que grande parte dos alunos chegam nesta série sem está alfabetizado. Além disso, também foi perguntado sobre quais são as maiores deficiências que os alunos trazem ao adentrar no Segundo Ciclo do Ensino Fundamental. 
Observamos que 100% dos professores informaram que a maior dificuldade são os alunos não dominarem as competências básicas da leitura e escrita e por isso não conseguirem desenvolver as atividades propostas em sala de aula. Isso acarreta o desinteresse dos alunos, provocando o mau comportamento e aumentando ainda mais as deficiências, que já não são poucas.
Outro fator em que o questionário se aprofundou foi sobre as dificuldades que os alunos sentem nas atividades apresentadas e metodologias usadas para superar essas dificuldades. Os educadores frisaram que são grande as dificuldades dos alunos em desenvolver as atividades em sala de aula, principalmente no que diz respeito aquelas que exigem um conhecimento maior de vocabulário e interpretação. 
Para superar essas dificuldades os educadores trabalham com tipologias de textos, revisa a base da língua portuguesa, escrita e leitura, trabalhos em grupo, produção de histórias, leitura de imagens, leitura de quadrinhos, leitura individual e coletiva, leitura teatralizada, produção de texto coletivo, debate a cerca de textos lidos. Todos esses métodos são utilizados por eles para tentar se não sanar pelo menos minimizar os impactos dessas dificuldades em sua vida escolar e pessoal.
Os mesmos ainda quiseram destacar que o motivo pelo qual os alunos chegam nesta série sem ter as competências necessárias são muitas, mas que deveriam ser trabalhadas de modo mais efetivo, pois pensando no futuro, ou seja, no ingresso desses alunos em uma faculdade, serão poucas as suas chances de competir com alunos que tiveram sua vida escolar vivenciadas de maneira satisfatória. Oportunizar esses alunos é um dever de todos que estão envolvidos com a educação sem exceção, sem fugir de responsabilidades, sem desistir ou colocar dificuldades em frente as possibilidades a que eles tem direitos. 
4.7 VISÃO DOS COORDENADORES E GESTORES
Foi elaborado um questionário com 4 (quatro) perguntas para serem respondidas por dois coordenadores e um gestor da escola onde a pesquisa foi realizada. Inicialmente a primeira pergunta foi como a escola intervém diante das dificuldades dos alunos no processo de leitura e escrita. Foi dito pelos mesmos que existe na escola um projeto de intervenção que se chama “Nas ondas da leitura”, que veio para auxiliar os professores nessa tarefa de ajudar os alunos de desenvolver a sua capacidade de leitura e escrita.
Vale salientar que os professores precisam conhecer a realidade da turma, deve e pode desenvolver um trabalho dinâmico e prazeroso procurando dentro de sua realidade práticas que facilitam seu trabalho, proporcionando ao aluno várias maneiras de buscar aquilo que ele precisa para o seu melhor desenvolvimento. Não adianta questionar, direção, secretaria, Estado e Município, ficar esperando que a solução caia do céu, é necessário que o professor e a escola reconheçam o poder que tem em mãos para transformar a realidade desses alunos.
Outra questão levantada pela pesquisa foi em relação às dificuldades encontradas para que o projeto funcione de maneira eficiente, visto que as dificuldades dos alunos não são poucas. Não é fácil fazer o projeto acontecer de modo satisfatório, pois há um pouco de resistência dos alunos, mas com determinação e união de todos os projetos está andando, o mesmo não fará mágica, mas é uma das tantas metodologias usadas no processo de ensino e aprendizagem desses alunos.
O projeto funciona durante o dia a dia do aluno na escola com um mutirão de organização da biblioteca, utilização de biblioteca móvel para promover rodas de leitura, entrevistas realizadas com os pais sobre o hábito de leitura dos mesmos, promover a produção de livros pelos alunos “o momento do autor”. 
O aluno tem o seu livro exposto na biblioteca, leitura de paradidáticos, postar resenhas de livros em blogs virtuais para incentivar os alunos a participarem das atividades, usa-se também a hora do conto, que é feita através de brincadeiras, imitações e dramatizações, confeccionar personagens de livros lidos pelos alunos, vivenciar uma amostra literária de produções de textos e a culminância que é realizada no pátio da escola com a Feira Literária.
A pesquisa abordou sobre quais seriam as maiores dificuldades encontradas pelos coordenadores para minimizar as dificuldades que professores e alunos nesse processo. Os coordenadores frisaram que as maiores dificuldades são sentidos pelos alunos que vieram das escolas da área rural, pois lá ainda funcionam as salas multisereadas, e isso não facilita o aprendizado do aluno. Pelo contrário, prejudica seu aprendizado através dos anos. Os mesmos auxiliam os professores e alunos no dia a dia, compartilham metodologia, problemas e tentam solucioná-los da melhor maneira para todos.
Se o cidadão conseguir compreender a mensagem que é transmitida através de um texto, a partir daí ele poderá dar sua opinião a cerca desta ideia. Assim o mesmo poderá dizer que desenvolver uma leitura é entender o mundo que nos rodeia.
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
 O presente trabalho abordou a importância da leitura e da escrita para a formação de um sujeito livre das amarras de uma sociedade onde não ter domínio da leitura e da escrita é sinônimo de exclusão e preconceitos, ser capaz de ter sua própria opinião e saber se impor diante da opressão, é ser um verdadeiro cidadão de direitos e deveres. 
A escola ainda é o caminho para que isso ocorra, não é o único, porém o mais importante para os alunos, pois para eles é na escola que se aprende a lidar com a vida já que a família abriu mão desse dever que seria dela. Assim a escola ficou com quase toda responsabilidade

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