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GESTÃO FINANCEIRA E
ORÇAMENTÁRIA
CAPÍTULO 3 - ORÇAMENTO
EMPRESARIAL: PREVISÃO, PROJEÇÃO
OU “FUTUROLOGIA”?
Ciro Gustavo Bragança
INICIAR
Introdução
Você já parou para refletir se o orçamento empresarial é elaborado com previsões?
Ou trata-se de projeções? Seria uma tarefa relacionada ao exercício de
“futurologia”? Quais as diferenças entre esses termos? Por que são necessárias
reflexões sobre esses conceitos no âmbito do Orçamento Empresarial? Esses e
outros pontos serão discutidos no decorrer deste capítulo. Vamos lá?
É fundamental que no âmbito do orçamento empresarial se façam estimativas de
receitas, de gastos, de quantidade de unidades produzidas, do volume de vendas, da
quantidade de funcionários, valores de investimentos e outros. Desse modo, é
comum que essas estimativas sejam realizadas com bases muito bem
fundamentadas. Nesse sentido, não há o que se falar em “adivinhação” em termos
de orçamento empresarial. Não se trata, por sua vez, de um exercício de
“futurologia” em que se busca prever acontecimentos futuros, que no caso, são os
elementos do orçamento. São necessárias aplicações técnicas que favoreçam a
fidedignidade e a compreensão das bases utilizadas para as estimativas. Contudo,
ressalta-se que comumente são utilizados termos como previsão e projeção para as
estimativas das receitas, sendo estes, por sua vez, os mais adequados quando se
trata de estimativas do orçamento. Destaca-se, desse modo, que o termo projeção é
ainda mais adequado quando se fala de Orçamento Empresarial, considerando que
projetar está relacionado com o ato de projetar o que será feito, e não
simplesmente prever o acontecimento. É mais adequado utilizar o termo projetar,
pois está ligado à influência de quem elaborará o orçamento, projetando o que será
feito. Finalmente, o ato de projetar está estritamente ligado ao controle do que será
feito e, portanto, confere maior confiabilidade às estimativas que serão feitas.
Neste capítulo, você verá o controle orçamentário e o planejamento financeiro no
âmbito do orçamento familiar, além das bases para as projeções dos orçamentos
financeiro e de caixa e das projeções dos demonstrativos financeiros, e ainda a
introdução às finanças e aos índices financeiros. Cada tema será apresentado em um
tópico. Acompanhe atentamente todo o conteúdo ao longo do capítulo. Uma boa
leitura e bons estudos!
3.1 Orçamento familiar
A prática orçamentária é muito útil no âmbito corporativo, ou seja, dentro das
organizações, com foco nas operações e com vistas ao lucro. Entretanto, o
orçamento também é muito importante no âmbito doméstico ou no campo das
finanças pessoais. De acordo com Assaf Neto e Lima (2014, p. 4), as finanças pessoais
vêm “ganhando grande importância com o estudo dos investimentos e
financiamentos das pessoas físicas, encontrando alta relação com a área de
mercado financeiro”.
Note que o orçamento pode ser observado pelas famílias como forma de
planejamento de suas finanças com vistas ao adequado manejo na captação e
alocação dos recursos. Desse modo, pode contribuir para o planejamento financeiro
familiar de curto e longo prazo, favorecendo a administração da renda da família e
sugerindo melhores decisões em relação ao capital.
Com base nisso, tanto o controle orçamentário quanto o planejamento financeiro
serão úteis para as famílias no contexto do orçamento familiar, o qual, por sua vez,
pertence às finanças pessoais.
3.1.1 Controle orçamentário
De um modo geral, as pessoas desejam que o dinheiro recebido por seus esforços
seja bem aplicado, não é? Ou seja, esperam que suas decisões ou escolhas sobre o
que comprar e o que não comprar sejam as melhores possíveis. Além disso, outras
questões precisam ser levadas em conta pelos indivíduos no momento de
utilizarem-se dos seus recursos, sendo eles: a forma de pagamento do bem ou
serviço (à vista ou a prazo); o valor do bem ou serviço adquirido; e a duração dos
benefícios gerados pela compra do bem ou serviço adquirido.
Com base nisso, as decisões e escolhas das pessoas sobre o que fazer com o capital
que possuem, ou com o crédito para compra que lhes foi conferido, devem ser
precedidas de um adequado controle orçamentário. As pessoas podem se utilizar do
controle para fins de reflexão acerca de suas necessidades pessoais, dentro daquilo
que irá contribuir efetivamente e positivamente com as finanças da família. O
primeiro ponto a se pensar acerca do controle orçamentário familiar é a completude
das informações sobre os rendimentos ou proventos da família, bem como de todos
os gastos realizados pelos membros. O segundo ponto é que, preferencialmente,
todos os componentes do orçamento devam ser registrados em planilha, via papel
ou eletrônica. Em terceiro, tem-se que não há qualquer tipo de controle se não tiver
medição e, por isso, é de extrema importância que haja confrontação entre valores
orçados e os valores efetivamente ocorridos.
Portanto, compreende-se que o controle orçamentário deve ser realizado mediante
os seguintes aspectos:
ciência dos proventos e dos gastos da família;
registro ou contabilização de todos os itens do orçamento familiar;
confrontação dos valores orçados e dos valores realizados.
Ernest Engels foi um estatístico e economista alemão que criou leis para o entendimento do orçamento
familiar. A mais conhecida delas foi intitulada como “Lei de Engels” e retrata que à medida que a renda
aumenta, diminui a proporção da renda que é gasta com alimentos (ZIMMERMAN, 1936 apud LEITE, 2017).
VOCÊ O CONHECE?
O controle orçamentário é útil para as famílias pois favorece a utilização adequada
dos recursos, mediante a compreensão do valor a ser gasto em determinado período
pela limitação da renda familiar em questão. Desse modo, consegue-se, por meio de
controle, direcionar as escolhas de maneira mais condizente com as possibilidades
de gastos da família. Conhecendo bem suas finanças, o controle eficaz favorece
decisões como: O que comprar? Por que comprar? Por quanto comprar? Em que
prazo pagar a compra? Para auxiliar o controle orçamentário, as famílias devem
contar com um correto planejamento financeiro, reunindo preferencialmente todos
os membros da família.
3.1.2 Planejamento financeiro
O planejamento financeiro no contexto do orçamento familiar auxilia a
compreensão dos eventos financeiros que a família possui periodicamente. De fato,
planejar é antecipar, e o planejamento financeiro para as famílias favorecerá a
análise, a antecipação e a programação de valores referentes aos recebimentos e
pagamentos que periodicamente uma família realiza.
Como se inicia um planejamento financeiro familiar? Com a elaboração de um
orçamento contendo basicamente as entradas e saídas de recursos diários,
semanais, quinzenais ou mensais. As origens de entradas variam de família para
família, ou de pessoa para pessoa, assim como os gastos. Desse modo, basta que
haja uma adaptação a cada situação familiar, ou de uma pessoa. Enquanto alguns
indivíduos possuem sua renda a partir de salários pagos por uma única empresa,
outros possuem renda com trabalho sem vínculo empregatício, como vendedores
ambulantes, prestadores de serviços autônomos ou até mesmo empresários. E
quanto aos empresários? A fonte de renda periódica deles será por meio de pró-
labore (que é o salário do sócio administrador indicado no contrato social das
empresas); antecipação de lucros da empresa em que é sócio; e lucros distribuídos.
VOCÊ SABIA?
A BM&FBovespa disponibiliza uma planilha de orçamento pessoal que ajuda no controle dos gastos
de forma simples, rápida e eficaz (BM&FBOVESPA, [s/d]). Que tal utilizá-la para o controle dos seus
gastos? Ela está disponível em: < https://borainvestir.b3.com.br/planilha-de-orcamento-pessoal/
(https://borainvestir.b3.com.br/planilha-de-orcamento-pessoal/) >.
https://borainvestir.b3.com.br/planilha-de-orcamento-pessoal/
https://borainvestir.b3.com.br/planilha-de-orcamento-pessoal/
O planejamento financeiro, no contexto do orçamento familiar, é útil para as
decisões, mas é preciso que todos osmembros da família tenham aplicação prática,
ou seja, que tudo seja decidido em grupo e que aquilo que tiver sido decidido seja
implementado. Cada um deverá cumprir o seu papel, o que permitirá a adequada
aplicação dos recursos da família. Os benefícios gerados poderão ser: a compra de
um imóvel, a reforma de uma casa, uma viagem, a quitação de um empréstimo
bancário que possui juros altos, o pagamento de um curso de graduação, entre
outros.
3.2 Projeção de orçamentos
A projeção de orçamentos consiste principalmente na coleta e análise para a
consolidação de informações com vistas a se proceder às estimativas de receitas e
gastos, bem como para as estimativas de quantidades a serem vendidas e/ou
produzidas, e ainda outros dados quantitativos úteis ao procedimento. Para tanto,
realizar projeções requer aplicação de técnica adequada, que permitirá a correta
estimativa de valores dos elementos orçamentários de interesse. Frezatti (2017, p.
78) comenta que o “conceito mais relevante quando temos que levar em conta ao
projetar uma conta diz respeito a identificar um método que proporcione condições
de relacionar o uso do recurso e sua projeção”. Diversas técnicas poderão ser
empregadas para a projeção de orçamentos e até mesmo para cada tipo de conta do
orçamento. Todavia, é necessário que as técnicas sejam definidas criteriosamente,
com base nas características de cada conta. Qual o objetivo disso? Esse cuidado
deve ser tomado para que se mantenha a coerência e não se prejudique a utilidade
da projeção para os usuários dessa informação gerencial.
Algumas técnicas de projeção podem ser mais sofisticadas do que outras, mas isso
não significa que sejam melhores, muito pelo contrário, podem ensejar em trabalho
dispendioso, moroso e ineficaz com o propósito em si das estimativas a serem
realizadas. Desse mesmo modo, técnicas consideradas muito simples podem não
refletir a eficácia necessária das estimativas.
3.2.1 Orçamento financeiro
O orçamento financeiro corresponde aos demonstrativos financeiros orçados,
representados pela DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa (também denominada
por Orçamento de Caixa), pela DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, e
pelo BP – Balanço Patrimonial. Esses demonstrativos possuem estrutura definida e
bem difundida na literatura. A DRE orçada apresenta em sua estrutura as receitas e
os gastos orçados, com a consequente apuração do lucro. Já o BP orçado apresenta
os valores de saldos orçados para os bens, os direitos e as obrigações. A DFC orçada
apresenta as entradas e saídas orçadas de caixa em três principais níveis, que são:
operacional, investimentos e financiamentos.
A estrutura dos Demonstrativos Financeiros (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, [s/d]) poderá
ser acompanhada pelo site do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, disponível em:
<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos
(http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos)>. Nele, você encontrará diversos
pronunciamentos, dentre eles os CPCs 00, 03 e 26, que poderão ser utilizados para as projeções do
Orçamento Financeiro.
Considerado no processo orçamentário como etapa financeira, o orçamento
financeiro “tem por finalidade transformar em uma única linguagem (monetária) as
decisões de implementação de todo o processo do orçamento” (FREZATTI, 2017, p.
65). Isso quer dizer que, de certa forma, o orçamento financeiro depende de todos os
outros orçamentos. Nesse sentido, há de se levar em conta os orçamentos de
vendas, de produção e de gastos fixos e investimentos, que serão convertidos em
informações consolidadas no orçamento financeiro. Tratar o orçamento financeiro
de forma isolada, ou seja, sem embasamento nos outros planos orçamentários,
passa por tamanho equívoco, que resultará, inevitavelmente, em conflitos e
solicitações de explicações sobre os motivos que levaram àquelas estimativas.
Nesse sentido, a etapa financeira do orçamento empresarial deverá ser precedida da
etapa operacional, que subsidiará com informações o orçamento financeiro,
evitando que este, por sua vez, não contenha bases sólidas de sua origem.
Um esquema geral para o orçamento financeiro pode ser estruturado a partir do que
foi discutido até aqui. Nesse sentido, você pode observar, na figura a seguir, como
podem ser elaborados os demonstrativos financeiros orçados, considerando-se
previamente a etapa operacional do processo orçamentário nas empresas. Veja:
VOCÊ QUER LER?
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos
Note que o plano estratégico alimentará os planos da etapa operacional e estes, por
sua vez, alimentarão os orçamentos da etapa financeira, permitindo, assim, que o
orçamento financeiro possua raízes sólidas de informações em sua concepção.
3.2.2 Orçamento de caixa
Um orçamento de caixa trata das entradas e saídas efetivas, ou seja, dos
recebimentos e pagamentos projetados a serem observados pela empresa. É o que
se espera que aconteça em termos de realização do caixa. Pontos como política de
cobrança e política de pagamentos estão fortemente relacionados com as projeções
deste orçamento. Outra relação importante do orçamento de caixa é com a DRE
Orçada, em que serão estimados as receitas e os gastos, que serão, por sua vez,
elementos base para a DFC. Nesse sentido, o enfoque do orçamento de caixa é a
lente financeira, ou seja, a geração de caixa proporcionada pelas estimativas.
 Figura 1
- Esquema geral para o orçamento financeiro (etapas estratégica, operacional e financeira). Fonte:
Elaborada pelo autor, 2018.
Desse modo, o Pronunciamento Contábil CPC 03 classifica os fluxos de caixa em três:
a) atividades operacionais; b) atividades de investimentos; e c) atividades de
financiamentos (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, [s/d]). Além disso,
dois métodos são admitidos quando se trata da DFC, que são: o método indireto e o
direto. De acordo com Souza, para o método indireto, tem-se que:
[...] o fluxo de caixa das atividades operacionais é determinado a partir do resultado
líquido, ajustado pelas variações nos estoques e nas contas a receber e a pagar, pelos
itens que não afetam o caixa (depreciação, amortização, provisões, impostos diferidos,
ganhos e perdas cambiais não realizados e resultado de equivalência patrimonial) e
por outros fluxos de caixa das atividades de investimento e de financiamento (SOUZA,
2014, p. 88).
Já o método direto, conforme Assaf Neto e Lima (2014, p. 213), é aquele em que se
“elabora a DFC a partir da movimentação direta ocorrida no caixa da empresa,
demonstrando todos os itens que tenham provocado entrada ou saída de caixa”.
Destacam-se ainda, no quadro a seguir, os seguintes conceitos da classificação dos
fluxos:
Com base no CPC 03 (R2), são exemplos de fluxos de caixa que decorrem das três
classificações de atividades da DFC:
Atividades operacionais (exemplos):
recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de
serviços;
Quadro 1 - Os três níveis de classificação das atividades da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC).
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 03 (R2), [s/d].
recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e
outras receitas;
pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços;
pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados;
recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros,
anuidades e outros benefícios da apólice;
pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que
possam ser especificamente identificados com as atividades de financiamento
ou de investimento;
recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação
imediata ou disponíveis para venda futura.
Atividades de investimentos (exemplos):
pagamentos e recebimentos em caixa referentes ao ativo imobilizado,
intangíveis e outros ativos de longo prazo;
pagamentos e recebimentos em caixa provenientes de instrumentos
patrimoniaisou instrumentos de dívida de outras entidades e participações
societárias em joint ventures;
adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto aqueles
adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira);
recebimentos de caixa pela liquidação de adiantamentos ou amortização de
empréstimos concedidos a terceiros (exceto adiantamentos e empréstimos de
instituição financeira);
pagamentos e recebimentos em caixa provenientes de contratos futuros, a
termo, de opção e swap, exceto quando tais contratos forem mantidos para
negociação imediata ou futura, ou os pagamentos/recebimentos forem
classificados como atividades de financiamento.
Atividades de financiamentos (exemplos):
caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos patrimoniais;
pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da
entidade;
caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas promissórias,
outros títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo
prazos;
amortização de empréstimos e financiamentos;
pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a
arrendamento mercantil financeiro.
VOCÊ SABIA?
Os fluxos de caixa são as entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa. Caixa compreende
numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis. Já os equivalentes de caixa são aplicações
financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em montante
conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor (COMITÊ DE
PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, [s/d]).
Destaca-se na figura a seguir, de forma comparativa, as estruturas para os dois
métodos de elaboração da DFC:
Figura 2 - Metodologias de elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC): apresentação
comparativa dos métodos. Fonte: ASSAF NETO; LIMA, 2014, p. 214.
Observando a figura, você vai notar que ambos os métodos disponibilizam
informações acerca das atividades operacionais, de investimentos de
financiamentos, sendo, portanto, comum às duas metodologias. Por outro lado, o
método indireto parte do lucro líquido da empresa em que são adicionados ou
excluídos valores que não afetam o caixa. São exemplos: depreciação e amortização,
provisões diversas, tributos diferidos, ganhos e perdas de variações cambiais não
realizados e resultado de equivalência patrimonial (SOUZA, 2014, p. 88). Acrescenta
Souza (2014, p. 88) que a DFC elaborada pelo método indireto se diferencia do
método direto principalmente porque parte-se “do lucro contábil acrescido das
despesas não desembolsáveis (como é o caso da depreciação e da amortização),
subtraídos das receitas não recebidas, e considerando-se a variação no capital de
giro”.
Assaf Neto e Lima (2014, p. 213) destacam que a DFC “propicia ao gestor financeiro
uma melhor visão para um planejamento financeiro eficiente, revelando
informações relevantes sobre os fluxos de pagamentos e recebimentos de uma
empresa, verificados em determinado exercício”.
O vídeo do professor Daniel Ramos Nogueira, de título DFC – Elaboração Método Indireto – Exemplo II –
Comércio (NOGUEIRA, 2013), esclarece como elaborar esse demonstrativo pelo método indireto. Você
poderá assistir ao vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=wa50qDh6C9E
(https://www.youtube.com/watch?v=wa50qDh6C9E)>. Bons estudos!
Desse modo, é evidente a importância desse demonstrativo, a DFC, no âmbito da
gestão orçamentária, pois você verificou que a análise de suas informações favorece
a compreensão da capacidade financeira da empresa, auxiliando o gestor na tomada
de decisão utilizando-se da lente financeira.
VOCÊ QUER VER?
https://www.youtube.com/watch?v=wa50qDh6C9E
https://www.youtube.com/watch?v=wa50qDh6C9E
3.3 Projeção de orçamentos
No âmbito do orçamento financeiro, dois demonstrativos são tratados como
essenciais para fins de projeção: trata-se da DRE e do BP. Ambos são muito utilizados
pelas empresas, fornecendo informações de altíssima utilidade para a tomada de
decisão. O primeiro, a DRE, trata das projeções de receitas, obtidas pelas vendas de
produtos ou serviços, e as projeções dos gastos, que serão os esforços realizados
para a obtenção de bens ou serviços. O segundo, o BP, trata das projeções dos saldos
de contas do ativo, contas do passivo e contas do patrimônio líquido.
As projeções desses dois demonstrativos oferecem uma visão econômico-financeira
ao gestor, a qual lhe servirá como auxílio na tomada de decisão gerencial. Enquanto
a DRE apresenta o resultado líquido projetado, o BP apresenta as projeções dos
ativos de curto prazo e longo prazo, bem como as obrigações de curto e longo prazo
projetadas, além de indicar a situação patrimonial líquida da empresa ao longo do
período projetado.
Além de ser comum, espera-se que os dois demonstrativos possuam relação entre
eles, uma vez que os reflexos das projeções em um inevitavelmente afetarão o outro.
3.3.1 Projeção da DRE
Como você sabe, por meio da DRE é que se obtém o lucro líquido do período.
Portanto, ao projetar os valores de DRE, o que você deseja é proceder com as
projeções dos lucros líquidos de um determinado período futuro. Para tanto, são
necessários cálculos dos valores das receitas e dos gastos. As receitas serão
provenientes da entrega de produtos pela venda, ou pela entrega de serviços pela
prestação de serviços. Os gastos serão realizados conforme a natureza de cada um,
podendo ser classificados da seguinte forma: a) custos; b) despesas; e c) perdas. Os
custos são os gastos relacionados com a produção ou a prestação de serviços; as
despesas são os gastos com administração, comercialização ou de ordem financeira,
como descontos concedidos e juros pagos. A perdas são os gastos eventuais que não
estão ligados à atividade da empresa, como perda de bens ou materiais por furto,
roubo, enchente, obsolescência e prazo de validade vencido. O quadro a seguir
apresenta uma série de técnicas que podem ser empregadas para as projeções das
contas da DRE, conforme sua natureza:
Dentre as técnicas destacadas, cabe ressaltar que são consideradas de fácil
aplicação: verba definida, amortização e depreciação, inflacionamento de um valor-
base, relação causal com comportamento definido. Já as técnicas de relação
temporal, ainda que simples, precisam de maiores conhecimentos estatísticos para
sua aplicação. Observe que não cabe dizer quais técnicas são melhores ou piores,
mas sim que cada técnica deverá ser aplicada de acordo com as características de
cada recurso.
De acordo com Souza (2014, p. 252) a DRE Orçada “é útil também para os credores e
os potenciais investidores decidirem sobre a concessão de empréstimos e as
decisões de investimento”. Desse modo, adverte que o atendimento às normas do
CPC é de extrema valia.
A figura a seguir apresenta a estrutura da DRE recomendada para fins de projeções
dos resultados da empresa:
Quadro 2 - Técnicas que podem ser aplicadas para fins de projeções de receitas e de gastos na
elaboração da DRE Orçada. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em FREZATTI, 2017.
Note, pela estrutura apresentada, que os elementos demonstrados a serem
projetados na DRE serão das receitas, dos custos e despesas. Cabe destacar, pela
figura, que os tributos sobre as vendas (vide segunda linha da estrutura) também
deverão ser projetados, assim como os tributos sobre o lucro (penúltima linha da
estrutura). Outro destaque são as receitas financeiras, que estão separadas na
estrutura, pois devem ser apresentadas isoladas das receitas operacionais da
empresa, ou receitas da atividade fim da entidade.
Leia mais sobre o assunto da DRE disponível em:
<http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstracaodoresultado.htm
(http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstracaodoresultado.htm)> (PORTAL DE
CONTABILIDADE, [s/d]). Você verá que o artigo 187 da Lei 6.404/1976 (Lei das Sociedades por Ações),
instituiu essa Demonstração. Bons estudos!
 Figura 3 - Estrutura da DRE
Orçada, que poderá ser utilizada como base para as projeçõesde receitas e dos gastos. Fonte: ASSAF
NETO; LIMA, 2014.
VOCÊ QUER LER?
http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstracaodoresultado.htm
http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstracaodoresultado.htm
Por fim, a DRE Orçada contribuirá com a visão econômica sobre os resultados
projetados, já que utiliza-se da premissa do regime de competência, a qual consiste
no registro das receitas e dos gastos no momento que ocorrerem,
independentemente do recebimento ou pagamento destas rubricas.
3.3.2 Projeção do balanço patrimonial
O BP é um demonstrativo que apresenta a situação líquida patrimonial das
empresas. A utilidade da projeção desta demonstração é, portanto, que os gestores
poderão visualizar os saldos previstos das contas do ativo e do passivo, além das
contas do patrimônio líquido. Isso sugere que os usuários das informações do BP
poderão compreender como serão aplicados os recursos da empresa por meio dos
ativos de curto e de longo prazo. Assim, também esses usuários poderão visualizar
os passivos de curto e de longo prazo. Note que o curto e o longo prazo, tanto para
ativos quanto para passivos, correspondem, respectivamente, a valores inferiores a
doze meses e superiores a doze meses. Na estrutura do BP, tem-se a apresentação
dos grupos, conforme o quadro a seguir:
Como pode ser visualizado no quadro, do lado esquerdo estão os grupos dos ativos,
representando as aplicações dos recursos oriundos do passivo que, por sua vez,
representam as fontes de recursos, do lado direito do quadro. Essas fontes
representam a estrutura de capital das empresas. Ela é representada pelo capital de
terceiros (passivo circulante e não circulante) e pelo capital próprio (patrimônio
líquido).
Quadro 3 - Contas do Balanço Patrimonial: estrutura dos grupos dos ativos e dos passivos para fins de
projeção dos saldos. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em BRASIL, 1976.
Acesse o texto sobre a “Estrutura do balanço patrimonial” (PORTAL DE CONTABILIDADE, [s/d]).
O link está disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/estruturabalanco.htm
(http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/estruturabalanco.htm)>.  Por meio do texto, você
conhecerá mais sobre o BP, sua finalidade e o que é incluído em cada grupo do demonstrativo. Bons
estudos!
Agora que você conhece a estrutura do BP, é importante que se definam as bases
para a projeção dos saldos das contas desse demonstrativo. Assim, algumas
considerações serão destacadas a seguir a fim de auxiliar as estimativas dos saldos
do BP. Veja:
As informações do plano estratégico devem ser as primeiras a serem
observadas no momento das projeções dos saldos das contas do BP.
As premissas estratégicas devem estar refletidas em todos os saldos das
contas do BP.
Os efeitos das projeções da DFC e da DRE nos saldos das contas do BP devem
ser relacionados.
É de extrema importância que se faça uma análise das informações históricas
dos saldos realizados das contas do Balanço. Tais informações serão a base
para as projeções dos saldos das contas do BP.
Por fim, as projeções dos saldos das contas do BP serão os reflexos das premissas
estratégicas, das projeções da DFC e da DRE. Com base nisso, esse demonstrativo
terá suas bases de projeções muito bem fundamentadas, as quais nortearão
adequadamente os usuários das informações do BP.
VOCÊ QUER LER?
http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/estruturabalanco.htm
http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/estruturabalanco.htm
3.4 Introdução às finanças
A área de conhecimento denominada finanças pode ser dividida em três segmentos:
a) mercado financeiro; b) finanças corporativas; e c) finanças pessoais (ASSAF NETO;
LIMA, 2014). Enquanto nas finanças do mercado financeiro se estudam “os
comportamentos dos mercados, seus vários títulos e valores mobiliários negociados
e as instituições financeiras que atuam neste segmento” (ASSAF NETO; LIMA, 2014, p.
4), as finanças corporativas estão relacionadas às tomadas de decisões no ambiente
empresarial. As finanças pessoais, por sua vez, apoiam os estudos dos
comportamentos das pessoas físicas em relação aos interesses de investimentos e
financiamentos.
Observe que as finanças corporativas estão cada vez mais complexas devido à
concorrência e ao avanço tecnológico, em que as organizações, em busca de
sobrevivência, precisam de adaptação constante ao mundo dos negócios. A
globalização também é responsável pela complexidade dos negócios. Fusões e
incorporações são mais comuns do que nunca, provenientes de mudanças
estratégicas empresariais em busca de fortalecimento de marcas e aumento do
market share. Investidas de capital estrangeiro, exportação e importação e políticas
de tributação são variáveis que também tornam complexas as movimentações dos
negócios empresariais.
Souza (2014, p. 3) comenta que “finanças é a arte e a ciência de administrar recursos,
conhecidos como ativos e passivos financeiros”. Dá-se importância, nesse sentido,
ao trabalho do gestor financeiro, que precisará reunir conhecimentos suficientes
para oportunizar sua atuação dentro das corporações. A visão desse profissional
deverá ser ampla e o campo de atuação muito mais abrangente. Ele deverá
“apresentar capacidade de bem interpretar os dados e informações e inferir, a partir
deles, comportamentos e ações futuros” (ASSAF NETO; LIMA, 2014, p. 4). Sua
finalidade, como gestor financeiro, é a de maximizar a riqueza dos acionistas,
criando valor pela sua capacidade de tomada de decisões.
Nesse contexto, conhecimento sobre o valor de mercado de uma empresa,
maximização de riqueza, criação de valor, e outros, requerem, dentre vários
assuntos das finanças corporativas, o conhecimento do gestor sobre os registros e
divulgação de informações contábeis, que por sua vez servirão para a tomada de
decisão. Na função de gestor financeiro, o profissional deverá ser capaz de analisar
as demonstrações contábeis e interpretar os índices financeiros extraídos dessas
demonstrações divulgados aos usuários.
3.4.1 Noções preliminares de índices
Como são obtidos os índices ou indicadores financeiros? Eles são obtidos por meio
de cálculos realizados com base nas relações entre as contas das demonstrações
contábeis, servindo para auxiliar a tomada de decisão dos gestores financeiros.
Souza (2014, p. 89) comenta que os índices “podem ser expressos em valores
monetários absolutos, valores relativos ou taxas de variação, entre outros,
objetivando avaliar a capacidade da empresa em honrar os seus compromissos
financeiros para com terceiros”. Por outro lado, Frezatti (2017, p. 72) destaca que os
índices devem ser estabelecidos no plano estratégico e devem ser utilizados na
análise do orçamento.
Desse modo, compreende-se que os índices devem se basear nas premissas
estratégicas da empresa, e serão obtidos com base nas projeções orçamentárias. Por
sua vez, os índices podem ser classificados em grupos, de acordo com a
característica de cada um, conforme o quadro a seguir:
Conforme o quadro apresentado, você pode observar que os índices serão obtidos
pelas relações entre as contas do BP e DRE. Enquanto alguns índices farão relação
entre contas somente da DRE ou somente do BP, outros farão relação entre as contas
dos dois demonstrativos, como PME, PMR, ROI e ROE.
Figura 4 - Índices das relações das contas das demonstrações contábeis, os quais podem ser extraídos
por meio de cálculos. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em SOUZA, 2014; MARION, 2012; MORANTE,
2008.
Acesse o trabalho de Alexia Mafalda Ramos Martins e demais autores (MARTINS et al., 2017).
O material está disponível em <http://adcont.net/index.php/adcont/AdCont2017/paper/view/2783
(http://adcont.net/index.php/adcont/AdCont2017/paper/view/2783)> e compreenda um pouco mais
sobre os benefícios da análise das demonstrações por meio de índices. Bons estudos!
Com base nos índices apresentados é possível a compreensão por parte do gestor da
capacidade financeira da empresa em honrar seus compromissos no curto prazo,
além da análise do endividamentoe ainda da solvência da entidade. É possível
analisar a rentabilidade da empresa em relação aos seus ativos e em relação ao
capital próprio. Cabe ainda ressaltar que é possível, por meio dos índices, analisar a
lucratividade da empresa.
Por fim, necessita-se que, na análise e interpretação dos índices, não se limite o
gestor ao contexto das informações somente da empresa em si, mas que se procure
fazer uma análise comparativa com outras empresas do mesmo segmento, a fim de
enriquecer seu diagnóstico.
3.4.2 Análise das demonstrações financeiras
A análise das demonstrações financeiras inicia-se com a simples observação das
contas ou grupos de contas dos demonstrativos. Essa observação pode ser realizada
pela análise horizontal, comparando-se a evolução das contas ao longo dos anos,
ou de um ano para o outro, conforme normalmente ocorre a publicação das
informações. Outra técnica utilizada é a da análise vertical, em que se analisa uma
determinada conta em relação a outra do mesmo período, por exemplo, os custos
em relação às receitas, constantes da DRE. Tudo o que é possível perceber de
importante sobre a observação das contas das demonstrações financeiras é útil para
o analista. Entretanto, você deve concordar que essa análise muito simples não seja
suficiente para o analista e que, dessa forma, ele deverá utilizar outros recursos para
melhorar sua compreensão acerca das informações contábeis.
Para continuar a discussão, importa saber que fazem parte do conjunto das
Demonstrações Financeiras os seguintes elementos:
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DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa;
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício;
BP – Balanço Patrimonial;
DMPL – Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido;
DVA – Demonstração do Valor Adicionado;
Notas explicativas;
Relatório da Administração.
Além da simples observação da evolução de contas das Demonstrações Financeiras,
é importante que o analista se informe também acerca dos seguintes itens sobre os
demonstrativos:
cálculos dos índices das relações das contas das Demonstrações Financeiras;
análise das Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras e do Relatório de
Administração;
leitura de informações sobre o setor que a empresa a ser analisada atua, por
meio de jornais, revistas e outros materiais publicados por órgãos,
departamentos ou associações;
acompanhamento de indicadores econômicos, como: inflação, taxa de
desemprego, taxa de juros, oferta de crédito, produto interno bruto (PIB) do
país, nota de risco país e outros;
impacto tributário do setor e possíveis alterações nas leis e normas do
segmento em questão.
A análise das demonstrações financeiras oferece um diagnóstico mais detalhado
sobre a empresa, fornecendo informações sobre a liquidez, o endividamento, a
rentabilidade e a lucratividade da empresa, podendo ainda ser realizada em relação
ao setor que atua. Desse modo, é muito importante que a análise seja feita
continuamente para fins de tomada de decisão e que, quanto mais antecipada,
poderá ensejar mais benefícios para a gestão financeira das organizações.
Note que a análise pode ser feita tanto por usuários internos quanto externos às
organizações. Os externos poderão ser os bancos, por exemplo, para análise de risco
de crédito, no caso de financiamentos solicitados pelas empresas. Os bancos se
valerão do conjunto das demonstrações para procederem à decisão de efetuarem o
empréstimo ou não. Por isso, é importante que todo o conjunto de informações
contábeis, consolidado nas demonstrações, seja cercado de alto rigor na aplicação
das leis e normas que regem contabilidade no Brasil. A confiabilidade da informação
contábil é crucial para a Análise das Demonstrações Financeiras. Informações
imprecisas poderão acarretar decisão inadequada por parte do gestor, ou ausência
de credibilidade com os credores.
CASO
A Companhia MASTER Ltda. vinha enfrentando dificuldades em obter informações gerenciais de suas
operações e de suas finanças. Desse modo, a diretoria reuniu-se e decidiu contratar um gerente
corporativo de Controladoria e Finanças. Após o processo de seleção dos candidatos, a diretoria
resolveu contratar a Srta. Amanda Nakato, que de início em seus trabalhos se reuniu com a nova
equipe para verificar os conhecimentos dos colaboradores. Nesse sentido, aplicou um teste em que
fosse demonstrado o conhecimento sobre a análise das demonstrações contábeis. O teste continha
algumas questões, entre elas, as seguintes:
Quais são os demonstrativos projetados no Orçamento Financeiro?
Quais são os principais pontos que devem ser levados em conta no momento da elaboração do
Orçamento Financeiro?
Na análise das Demonstrações Financeiras, como podem ser classificados ou agrupados os índices
financeiros? Indique ao menos dois índices por grupo.
Com base no contexto, se você fosse um dos colaboradores do setor de Controladoria e Finanças da
Companhia MASTER Ltda., que respostas você daria?
Solução do caso
Em relação aos demonstrativos a serem projetados no Orçamento Financeiro, são
eles: a DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa; a DRE – Demonstração do
Resultado do Exercício; e o BP – Balanço Patrimonial. Os principais pontos a serem
levados em conta nas projeções dos orçamentos são: alinhamento com o plano
estratégico e, por isso, as premissas estratégicas devem ser refletidas nos
demonstrativos; deve haver relação entre os três demonstrativos (DFC, DRE e BP);
devem ser levadas em conta as informações dos históricos dos demonstrativos.
Encerra-se aqui o capítulo. Tenha sempre em mente a importância do trabalho de
projeções dos Demonstrativos Contábeis nas empresas. A riqueza de informações
geradas pelas projeções, alinhando-se com outros orçamentos, como vendas,
produção, gastos fixos e investimentos, é de grande utilidade para o norteamento
gerencial, bem como a aplicação e o atingimento dos objetivos de longo prazo.
Entretanto, como você viu, a aplicação de técnicas adequadas para as projeções é
fundamental para que as informações sejam realmente úteis na tomada de decisão
e continuidade das atividades empresariais.
Síntese
Você encerrou os estudos deste capítulo aprendendo novos temas sobre finanças
pessoais e projeções de demonstrativos financeiros. Os temas discutidos são uma
oportunidade para que você possa refletir acerca da importância dos conceitos e
técnicas aplicados no âmbito das finanças domésticas e corporativas. Espera-se que,
por sua vez, sejam muito bem utilizados no cotidiano gerencial, a fim de contribuir
para um melhor gerenciamento das suas finanças e da empresa em que atue. As
pessoas estão cada vez mais envolvidas com as finanças pessoais e corporativas, por
isso, vá em frente e busque cada vez mais novos conhecimentos.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
conhecer novos conceitos sobre finanças pessoais, como orçamento familiar;
assimilar técnicas para projeções do orçamento financeiro;
compreender as técnicas de análises das demonstrações financeiras.
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