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ANÁLISE DE RELATÓRIOS 
CONTÁBEIS
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Análise de Relátorios Contábeis – Profª. Ms. Téssia Berber Teixeira e Prof. Ms. Walter Luiz Fróes
Olá! Meu nome é Téssia Berber Teixeira. Possuo Graduação em Ciências Contábeis pela Faculdade 
de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (USP) e Mestrado em Controladoria 
e Contabilidade também por essa instituição, além de Pós-graduação (lato sensu) em Gestão Jurídica 
de Empresas pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Atualmente, sou consultora na área de 
Contabilidade e Finanças Públicas e professora no Centro Universitário Claretiano, na Universidade 
Presidente Antônio Carlos (Unipac), na Universidade de Uberaba (Uniube) e nas Faculdades Associadas 
de Uberaba (FAZU). Tenho experiência na área de Ciências Contábeis, com ênfase em Contabilidade 
de Custos, Finanças, Contabilidade Societária, Contabilidade Comercial, Controladoria e Contabilidade 
Pública. 
e-mail: tessia21@hotmail.com
Meu nome é Walter Luiz Fróes, sou graduado em Administração de Empresas, Ciências 
Econômicas e Ciências Contábeis pelo Uni-Facef e mestre em Administração com área de 
concentração em Gestão Empresarial pela mesma instituição. Sou especialista em finanças, 
auditoria e recursos humanos pelo INPG e em economia pela FIPE. Sou professor desde 1986, 
tendo lecionado disciplinas em diversas instituições de ensino superior, pós-graduação e MBA, 
tais como: Administração Financeira e Orçamentária no Ceuclar de Batatais; Custos Industriais, 
Administração Financeira e Orçamentária, Finanças Empresariais, Matemática Financeira na 
HP.12C e Excel; Custos para Decisões, Planejamento Financeiro e Teoria Geral da Administração 
na Unifran; Contabilidade de Custos e Contabilidade Básica na Faculdade de Administração de 
Itápolis-SP; Macroeconomia no Uni-Facef; Auditoria, Orçamento Empresarial e Economia no 
IMTS-MT e Planejamento Estratégico na Unifeg. Tenho como atividade principal a prestação de 
consultorias em custos, finanças, contabilidade gerencial e controladoria.
e-mail: froes@netsite.com.br
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
ANÁLISE DE RELATÓRIOS 
CONTÁBEIS
Téssia Berber Teixeira
Walter Luiz Fróes
Batatais
Claretiano
2013
© Ação Educacional Claretiana, 2011 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
 
 657 T264a 
 
 Teixeira, Téssia Berber 
 Análise de relatórios contábeis / Téssia Berber Teixeira – Batatais, SP : 
 Claretiano, 2013. 
 184 p. 
 
 ISBN: 978-85-8377-113-5 
 
 1. Objetivos e critérios da análise de balanços. 2. Estrutura das demonstrações 
 contábeis no Brasil. 3. Balanço patrimonial. 4. Análise horizontal e vertical. 5. 
 Indicadores de liquidez. 6. Índices-padrão. 7. Previsão de falências (solvência) 
 de empresas. I. Análise de relatórios contábeis. 
 
 
 
 
 CDD 657 
 
 Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
VCoordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Rita Cristina Bartolomeu 
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma 
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o 
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação 
Educacional Claretiana.
Centro Universitário Claretiano 
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretiano.edu.br
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................7
2 2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .................................................................................................................9
3 3. E-REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................19
UniDaDE 1 – ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
1 1. OBJETIVOS ...............................................................................................................................................21
2 2. CONTEÚDOS ............................................................................................................................................21
3 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ......................................................................................22
4 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE ......................................................................................................................22
5 5. ASPECTOS BÁSICOS DA ANÁLISE DE RELATÓRIOS CONTÁBEIS ...........................................................22
6 6. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ..............................................................................................................24
7 7. BALANÇO PATRIMONIAL .........................................................................................................................27
8 8. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) .....................................................................36
9 9. DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA) E DEMONSTRAÇÃO DAS 
MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL) ........................................................................................42
10 10. DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL) ...........................................45
11 11. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC) .....................................................................................47
12 12. BALANÇO SOCIAL E DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) ...........................................53
13 13. NOTAS EXPLICATIVAS E OUTRAS EVIDENCIAÇÕES .............................................................................58
14 14. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS .............................................................................................................61
15 15. CONSIDERAÇÕES ...................................................................................................................................64
16 16. E-REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................65
17 17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................65
UniDaDE 2 – AJUSTES PARA ANÁLISE DE BALANÇOS E ANÁLISES HORIZONTAL E VERTICAL 
1 1. OBJETIVOS ...............................................................................................................................................672 2. CONTEÚDOS ............................................................................................................................................67
3 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .....................................................................................68
4 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE ......................................................................................................................68
5 5. INTRODUÇÃO À ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...........................................................68
6 6. AJUSTES DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA ANÁLISE .............................................................69
7 7. CORREÇÃO MONETÁRIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA ANÁLISE ...................................70
8 8. ANÁLISE HORIZONTAL ...........................................................................................................................72
9 9. ANÁLISE VERTICAL ..................................................................................................................................78
10 10. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS .............................................................................................................82
11 11. CONSIDERAÇÕES ...................................................................................................................................86
12 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................87
UniDaDE 3 – anÁLiSE ECOnÔMiCO-FinanCEiRa DE RELaTÓRiOS COnTÁBEiS POR QUOCiEnTES
1 1. OBJETIVOS ...............................................................................................................................................89
2 2. CONTEÚDOS ............................................................................................................................................89
3 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .....................................................................................90
4 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE ......................................................................................................................90
5 5. INDICADORES DE LIQUIDEZ ...................................................................................................................91
6 6. INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO (ESTRUTURA DE CAPITAL) .........................................................96
7 7. INDICADORES DE ATIVIDADE OU DE ROTATIVIDADE OU DO CICLO OPERACIONAL .........................102
8 8. INDICADORES DE RENTABILIDADE .......................................................................................................109
9 9. CICLO FINANCEIRO ..................................................................................................................................115
10 10. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS .............................................................................................................116
11 11. CONSIDERAÇÕES ...................................................................................................................................119
12 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................119
UniDaDE 4 – ALAVANCAGEM FINANCEIRA, OPERACIONAL E TOTAL
1 1. OBJETIVOS ...............................................................................................................................................121
2 2. CONTEÚDOS ............................................................................................................................................121
3 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ......................................................................................121
4 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE ......................................................................................................................122
5 5. ALAVANCAGEM FINANCEIRA .................................................................................................................122
6 6. ALAVANCAGEM OPERACIONAL..............................................................................................................128
7 7. ALAVANCAGEM TOTAL ............................................................................................................................133
8 8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ...............................................................................................................135
9 9. CONSIDERAÇÕES .....................................................................................................................................139
10 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................139
UniDaDE 5 – ANÁLISE DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO
1 1. OBJETIVOS ...............................................................................................................................................141
2 2. CONTEÚDOS ...........................................................................................................................................141
3 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ......................................................................................141
4 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE ......................................................................................................................142
5 5. CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS DO BALANÇO PATRIMONIAL PELO MODELO FLEURIET .....................142
6 6. INDICADORES DE AVALIAÇÃO DA ESTRUTURA FINANCEIRA ..............................................................143
7 7. EFEITO TESOURA .....................................................................................................................................148
8 8. EBITDA ......................................................................................................................................................149
9 9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ...............................................................................................................150
10 10. CONSIDERAÇÕES ...................................................................................................................................153
11 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................153
UniDaDE 6 – INDICADORES DE ANÁLISE DE AÇÕES
1 1. OBJETIVOS ...............................................................................................................................................155
2 2. CONTEÚDOS ............................................................................................................................................155
3 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ......................................................................................155
4 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE ......................................................................................................................156
5 5. INDICADORES DE ANÁLISE DE AÇÕES ...................................................................................................156
6 6. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ..............................................................................................................162
7 7. CONSIDERAÇÕES .....................................................................................................................................164
8 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................164
UniDaDE 7 – ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SOLVÊNCIA
1 1. OBJETIVOS ...............................................................................................................................................165
2 2. CONTEÚDOS ............................................................................................................................................1653 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ......................................................................................165
4 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE ......................................................................................................................166
5 5. PREVISÃO DE FALÊNCIAS ........................................................................................................................168
6 6. MODELO DE KANITZ ................................................................................................................................168
7 7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ...............................................................................................................172
8 8. CONSIDERAÇÕES .....................................................................................................................................174
9 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................................175
ANEXO ................................................................................................................................................................................... 176
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Ementa ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Objetivos e critérios da Análise de Balanços. Estrutura das Demonstrações Contábeis no Brasil. Balanço Patrimo-
nial. Demonstração do Resultado do Exercício. Demonstrações dos lucros ou prejuízos acumulados e de origens e 
aplicações de recursos. Análise Horizontal e vertical. Indicadores de Liquidez. Indicadores de Atividade. Indicadores 
de Endividamento e Estrutura. Indicadores de Rentabilidade. Indicadores de Análise de Ações Estudo de caso. Ala-
vancagem Financeira, Operacional e Total (GAF, GAO e GAT). Índices-padrão. Previsão de falências (Solvência) de 
empresas. Análise Dinâmica de Capital de Giro.
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
De acordo com Assaf Neto (2007), a análise de relatórios contábeis tem por finalidade 
relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômica 
e financeira atuais destas, bem como as causas que determinaram sua evolução e tendências 
futuras, ou seja, por meio dessa análise, são extraídas informações sobre a posição passada, 
presente e futura (projetada) de uma empresa. 
Os insumos básicos desse processo de análise de relatórios são as demonstrações contá-
beis elaboradas a intervalos regulares pelas empresas.
Nesse sentido, a análise de relatórios contábeis necessita de informações com qualidade 
e, também, da sensibilidade de quem a está fazendo. Portanto, neste Caderno de Referência 
de Conteúdo (CRC), o objetivo será justamente explicar todas as demonstrações contábeis exis-
tentes, bem como as informações que tais demonstrações possibilitam à análise de relatórios 
contábeis, além de detalhar os principais pontos para uma análise econômico-financeira efetiva 
que retrate a realidade da empresa analisada.
Analisaremos, neste Caderno de Referência de Conteúdo, o caso de uma empresa estu-
dando as ferramentas que podem auxiliar nos diagnósticos de sua situação atual, bem como de 
sua evolução e tendência. Para isso, este CRC foi dividido em sete unidades:
Na Unidade 1, trataremos dos diversos aspectos básicos dos objetivos da análise de re-
latórios contábeis, as diferentes expectativas de seus usuários, a descrição das técnicas mais 
adotadas para essa análise e, também, o conceito, a estrutura e as informações pertinentes de 
cada uma das demonstrações contábeis.
© Análise de Relatórios Contábeis8
Na Unidade 2, serão demonstrados os ajustes necessários para proceder à análise das 
demonstrações contábeis e os procedimentos para se efetuar a Correção Monetária de Balanço, 
além disso, apresentaremos as principais características das análises horizontal e vertical.
Na Unidade 3, estudaremos os quocientes (índices) construídos mediante as demonstra-
ções contábeis de uma empresa, os quais são destinados a medir a posição financeira e os níveis 
de desempenho desta em diversos aspectos (liquidez, endividamento, rentabilidade e rotativi-
dade).
Na Unidade 4, serão apresentados os graus de alavancagens, são eles: alavancagem finan-
ceira, alavancagem operacional e alavancagem total.
Na Unidade 5, estudaremos os indicadores de avaliação da estrutura financeira da empre-
sa por meio de informações essencialmente advindas do ciclo operacional e mediante o modelo 
fleuriet. 
Na Unidade 6, conheceremos os objetivos dos indicadores de análise de ações.
Na Unidade 7, finalmente, aprenderemos a diagnosticar a situação de solvência ou insol-
vência de determinada empresa.
Para melhor reflexão sobre os temas tratados neste CRC, sugerimos a leitura do texto a 
seguir, no qual o autor apresenta a importância de uma análise de relatórios contábeis.
A importância da análise financeira de balanços––––––––––––––––––––––––––––––––––
Tanto a prática como a literatura têm revelado que a análise financeira e de balanços é uma das tarefas mais difí-
ceis e complexas entre as inúmeras que os gestores possuem na missão de contribuir para o desenvolvimento das 
empresas. 
Ora, talvez se pudesse questionar: a análise financeira e de balanços não se constitui numa mera apuração de índi-
ces cujas formas já se encontram montadas ou formalizadas? Onde reside, então, a complexidade e a dificuldade? 
A resposta é extremamente simples. Apurar ou calcular índices é uma tarefa bastante simplista, tendo em vista que 
as fórmulas já se encontram padronizadas. O que se precisa é meramente um conhecimento de matemática básica 
ou financeira e saber classificar e extrair as contas das demonstrações a fim de aplicá-las às fórmulas, atividades 
estas estudadas em qualquer curso técnico ou superior de contabilidade. O grande desafio do problema em questão 
é justamente a análise ou interpretação desses cálculos ou dos índices extraídos. Calcular é muito simples, mas 
não é uma atividade que se encerra em si. Indispensável é reforçar a necessidade de bem interpretar os dados e as 
informações. 
Partindo-se da hipótese de que parte do elenco de informações que as empresas utilizam para tomar decisões está 
nas demonstrações contábeis, especialmente no suplemento de análise dessas demonstrações, há que se afirmar 
que a importância em se proceder a análise financeira e de balanços é de um grau de relevância extremamente alto. 
Portanto, ainda sobre a questão de importância da análise e talvez com um desejo de eliminar as ideias de dificulda-
des e complexidades anteriormente discutidas fica um alerta: 
É mais interessante e válido utilizar-se de uma quantidade limitada e direcionada de índices e quocientes apurados 
período a período e compará-los com os padrões do mercado atual e concorrente para expressar quais são os reais 
problemas merecedores de especial atenção, do que apurar dezenas de indicadores sem qualquer inter-relação e 
sem bases comparativas com significados absolutos e teóricos.
Enfim, é possível sintetizar ainda uma série de razões para realçar quão importante é esta análise para as empresas: 
• Se bem manuseada, pode se constituir num excelente e poderoso "painel de controle" da administração; 
• Se não for feita a partir de uma contabilidade "manipuladora" ou "normatizante", pode trazer resultados bastante 
precisos; 
• É uma poderosa ferramenta à disposição das pessoas que se relacionam ou pretendem se relacionar com a em-
presa, ou seja, os usuários da informação contábil ou financeira, sejam eles internos ou externos; 
• Permite diagnosticar o empreendimento, revelando os pontos críticos e permitindo apresentar um esboço das 
prioridades para a solução dos problemas; 
• Permite uma visão estratégica dos planos da empresa, bem como estima o seu futuro, suas limitações e suas 
potencialidades (LUNELLI, 2011). 
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––Após essa introdução aos conceitos principais, apresentamos, a seguir, no Tópico Orien-
tações Estudo, algumas diretrizes de caráter motivacional e, também, dicas e estratégias de 
aprendizagem que poderão facilitar o seu estudo. 
9
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO
Abordagem Geral
Prof. Mateus Colabone Neto 
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estudado neste Caderno de Refe-
rência de Conteúdo. Aqui você entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo, 
de forma breve e geral, e terá a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada 
unidade. 
Desse modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a 
partir do qual você possa construir um referencial teórico com base sólida – científica e cultural 
–, para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, ética 
e responsabilidade social. 
Aqui serão apresentados os conceitos básicos acerca da Análise de Relatórios Contábeis. A 
partir do estudo dela, você, aluno dos Cursos de Graduação do Centro Universitário Claretiano, 
conhecerá a importância da análise de relatórios contábeis para a gestão das empresas como 
um todo, pois é a partir dela que muitas decisões serão tomadas.
Esse ramo de estudo é extremamente importante para o futuro profissional das áreas 
contábil e de negócios, pois abrange e compila os principais conceitos, operações, métodos e 
práticas da análise financeira dos relatórios contábeis, configurando, assim, um ótimo referen-
cial para a maioria dos procedimentos contábeis, bem como para a análise e gestão financeira. 
Você aprenderá, ainda, sobre os critérios para a elaboração de análises a partir dos rela-
tórios contábeis, compreendendo sua importância e aplicação no contexto mercadológico, e, 
além disso, conhecerá a aplicabilidade eficiente das análises financeiras desses relatórios, sendo 
possível identificar como essa ferramenta de gestão é importante para a contabilidade gerencial 
e para a gestão de negócios.
Alguns assuntos imprescindíveis ao bom andamento deste Caderno de Referência de Con-
teúdo também devem ser tratados; desse modo, entenderemos, inicialmente, como se com-
põem as premissas básicas que embasam a Análise Financeira de Relatórios Contábeis.
Veremos, ainda, algumas análises que se constroem a partir das principais demonstrações 
contábeis; essas análises podem ser identificadas como horizontal e vertical, e os indicadores 
provenientes delas podem ser reconhecidos como indicadores de liquidez, indicadores de ativi-
dade econômica, indicadores de endividamento, indicadores de rentabilidade e indicadores de 
análise de ações. 
Sabemos que os relatórios (ou demonstrações) contábeis constituem a maior fonte de 
informações que o analista (ou administrador) financeiro utiliza para planejar e controlar todas 
as atividades financeiras que ocorrem na empresa e, principalmente, para auxiliá-lo na tomada 
de decisões. Assim, podemos afirmar que as demonstrações contábeis são o ponto de partida 
para qualquer análise contábil.
Contudo, antes de iniciarmos a composição dessas análises, precisamos identificar quais 
são as principais demonstrações emitidas pela contabilidade que servirão de base aos nossos 
estudos.
Dessa maneira, veremos que o conjunto de demonstrações contábeis é constituído pelos 
seguintes relatórios:
© Análise de Relatórios Contábeis10
1) Balanço Patrimonial: demonstração contábil que tem por fim apresentar a situação patri-
monial da empresa em um dado momento, seguindo determinados critérios de avaliação; 
destina-se, portanto, a evidenciar qualitativa e quantitativamente o patrimônio de uma 
entidade, sendo, em sua estrutura, composto por Bens, Direitos e Obrigações de uma enti-
dade. Para melhor visualização dessa demonstração contábil, vejamos a estrutura a seguir: 
BALANÇO PATRIMONIAL
NOME DA EMPRESA
DATA DO BALANÇO
1. ativo 2. Passivo
Ativo Circulante 2.1 Passivo Circulante
Ativo Não Circulante (A + B + C + D) 2.2 Passivo Não Circulante
1.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo (A) 2.2.1 Passivo Exigível a Longo Prazo
1.2.2 Investimentos (B) 3. Patrimônio Líquido 
1.2.3 Imobilizado (C)
1.2.4 Intangível (D)
TOTAL ATIVO TOTAL PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE): mede o desempenho da empresa 
durante um determinado período de tempo; em síntese, podemos dizer que é um 
relatório contábil destinado a evidenciar a composição do resultado formado num 
determinado período de operações da entidade, e, nesse relatório, são apresentados 
os vários níveis de resultado mediante o confronto entre as receitas e os componentes 
de custos e despesas gerados no período evidenciado pela demonstração. Para me-
lhor visualização da DRE, apresentamos sua estrutura a seguir:
ESTRUTRA DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
NOME DA EMPRESA
DATA DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Receita Bruta de Vendas
(-) Deduções da Receita (Devolução de Vendas, Impostos sobre Vendas e Abatimentos sobre 
Vendas)
(=) Receita Líquida de Vendas (Receita Bruta de Vendas (-) Deduções da Receita)
(-) Custo da Mercadoria Vendida (ou Custo do Produto Vendido ou Custo do Serviço Prestado)
(=) Resultado Bruto (Receita Líquida de Vendas (-) Custo da Mercadoria Vendida)
Despesas Operacionais (Despesas com Vendas (+) Despesas Gerais e Administrativas (-/+) 
Receitas/Despesas Operacionais)
(-) Despesas com Vendas
(-) Despesas Gerais e Administrativas
(+ ou -) Receitas e Despesas Financeiras
(=) Resultado Operacional (Resultado Bruto (-) Despesas Operacionais)
Outras Receitas e Despesas (Outras Receitas (-) Outras Despesas)
(+) Outras Receitas
(-) Outras Despesas
(=) Resultado antes do imposto de Renda, Contribuição Social e Participações (Resultado 
Operacional (+/-) Outras Receitas e Despesas)
(-) Provisão para Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social (CSLL)
(=) Resultado Depois do imposto de Renda e Contribuição Social (Resultado Antes do IR e CSLL 
(-) Provisão de IR e CSLL)
(-) Participações e Contribuições
(=) Lucro/Prejuízo Líquido do Exercício (Resultado Antes do IR e CSLL (-) Provisão para IR e CSLL 
(-) Participações e Contribuições)
11
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
3) Demonstração de Lucros ou Prejuízos acumulados (DLPa): é um relatório contábil 
elaborado pelas empresas sempre ao final de um exercício social, com a finalidade de 
evidenciar a destinação, ou seja, qual o direcionamento dado ao lucro líquido obtido 
no período. Como sabemos, com a implantação da Lei nº 11.638/2007, o lucro líquido 
apurado deve ser destinado à compensação de prejuízos, à constituição de reservas, 
ao aumento do capital e à distribuição de dividendos; portanto, a DLPA atende às 
necessidades das empresas e dos usuários da informação contábil, pois responde, 
rigorosamente, a esses propósitos; para melhor entendê-la, veremos, a seguir, como 
é composta sua estrutura: 
DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA)
Saldo de Lucros ou Prejuízos Acumulados no início do período R$ ....................
 (+/-) Ajustes de Exercícios Anteriores R$ ....................
 (-) Reversão de Reservas R$ ....................
 (+/-) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício R$ ....................
Lucro Total Disponível R$ ....................
 (-) Transferências para Reservas de Lucros R$ ....................
 a) Reserva Legal R$ ....................
 b) Reserva Estatutária R$ ....................
 c) Reserva para Contingências R$ ....................
 d) Reserva de Incentivos Fiscais R$ ....................
 e) Reserva de Lucros a Realizar R$ ....................
 (-) Dividendos R$ ....................
Saldo de Lucros ou Prejuízos Acumulados no final do período R$ ....................
4) Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC): é um relatório contábil que tem como ob-
jetivo evidenciar as transações ocorridasem um determinado período e que provoca-
ram modificações no saldo da conta Caixa; trata-se de uma demonstração sintetizada 
dos fatos administrativos que envolvem os fluxos de dinheiro ocorridos durante um 
determinado exercício social, os quais são devidamente registrados a débito e a crédi-
to da conta contábil em questão. 
Assim, afirmamos que a função principal da DFC é evidenciar as operações relevantes que 
provocaram a variação do saldo do Caixa, e vale destacar que essa demonstração pode ser elaborada 
de duas formas distintas: a) formato direto: está embasado no regime de caixa, ou seja, procura regis-
trar todos os recebimentos e todos os pagamentos, como mostrado no quadro a seguir; b) formato 
indireto: realiza-se a reconciliação do rendimento líquido, e as mudanças são mensuradas nas contas 
que representam o Capital de Giro da empresa, como Contas a Receber e os Estoques. Para melhor 
visualização dessa demonstração contábil, apresentamos sua estrutura a seguir: 
© Análise de Relatórios Contábeis12
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA – MÉTODO INDIRETO
CIA. ABC
19X3 (EM R$)
Atividades Operacionais
Lucro Líquido 10.000,00
(+) Aumento em Fornecedores 11.000,00
(+) Diminuição em Despesas Antecipadas 1.000,00
(−) Aumento em Clientes (2.000,00)
(−) Aumento em Mercadorias (7.000,00)
Caixa Líquido Consumido nas atividades Operacionais 13.000,00
Atividades de Investimentos
Compra de Terrenos (3.000,00)
Caixa Líquido Consumido nas atividades de investimento (3.000,00)
Atividades de Financiamento
Pagamento de Dividendos (4.000,00)
Pagamento de Empréstimos a Longo Prazo (7.000,00)
Caixa Líquido Consumido nas atividades de Financiamento (11.000,00)
Redução Líquida no Disponível em 19X3 (1.000,00)
Saldo de Disponível em 31/12/19X2 3.000,00
Saldo de Disponível em 31/12/19X3 2.000,00
5) Demonstração do Valor adicionado (DVa): mostra o montante da riqueza gerada di-
retamente pelas atividades da companhia e sua distribuição entre os que contribuí-
ram para sua geração, como os empregados, os acionistas, os financiadores, e outros; 
exibe a parcela destinada ao governo por conta do recolhimento dos tributos e contri-
buições sociais obrigatórias; e apresenta o montante não distribuído, caso isso ocorra. 
A apresentação da DVA deve ser elaborada seguindo a seguinte estruturação: 
DESCRIÇÃO R$ (mil)
1 – RECEITAS 
1.1 Vendas de mercadorias, produtos e serviços 
1.2 Provisão para devedores duvidosos – Reversão (Constituição) 
1.3 Não Operacionais 
2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS, IPI, PIS e Cofins)
2.1 Matérias-primas consumidas 
2.2 Custo das mercadorias e serviços vendidos 
2.3 Materiais, energia, serviços de terceiros e outros 
2.4 Perda/Recuperação de valores ativos 
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1 – 2) 
4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3 – 4) 
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA 
6.1 Resultado de equivalência patrimonial 
6.2 Receitas financeiras 
6.3 Outras
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5 + 6)
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)
8.1 Pessoal
8.2 Impostos, taxas e contribuições 
8.3 Remuneração de Capitais de Terceiros 
8.4 Remuneração de Capitais Próprios 
(*) O total do item 8 deve ser exatamente igual ao item 7.
13
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© Caderno de Referência de Conteúdo
Agora que conhecemos a estrutura básica das demonstrações contábeis que embasam 
nosso estudo, comentaremos um pouco sobre as análises propriamente ditas. Mediante a es-
trutura do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, podemos iniciar 
nosso estudo sobre a análise horizontal e a análise vertical. 
• análise horizontal das demonstrações financeiras: é o estudo da evolução de um dado 
item de uma demonstração em diferentes exercícios sociais, ou seja, essa análise concede 
o exame da evolução histórica dos valores apresentados nos demonstrativos contábeis.
• análise vertical das demonstrações financeiras: estabelece um processo de confron-
to, pois é desenvolvida por meio de comparações relativas entre valores identificados 
em uma mesma demonstração contábil; desse modo, por intermédio dessa análise, é 
admissível conhecer todas as alterações que ocorrem na estrutura dos relatórios ana-
lisados.
Conhecendo a metodologia e a interpretação dos resultados apresentados nessas duas 
análises, iremos acrescentar em nosso estudo os indicadores de liquidez, destinados a medir 
a posição financeira e os níveis de desempenho da empresa sobre diversos aspectos. São eles:
1) Liquidez imediata: identifica a disponibilidade imediata da empresa em saldar seus 
compromissos.
2) Liquidez corrente: mostra a posição da empresa no caso da utilização do seu Ativo 
Circulante para pagamento do seu Passivo Circulante.
3) Liquidez seca: demonstra a relação entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante, 
porém, desconsiderando os Estoques em seu cálculo.
4) Liquidez geral: é o indicador que apresenta a saúde financeira e global da empresa, 
revelando sua capacidade de saldar todos os seus compromissos.
Depois de conhecermos os indicadores de liquidez, estudaremos os índices de atividade 
econômica, que têm a função de medir o desempenho da empresa no que se refere ao seu ciclo 
operacional. 
O ciclo operacional envolve todas as fases operacionais típicas de uma empresa, que vão 
desde a aquisição de insumos básicos ou mercadorias até o recebimento das vendas realizadas 
por ela. Os principais índices dessa categoria são:
• Prazo médio de estocagem: evidencia ao analista quantas vezes ocorreu a renovação 
dos estoques de mercadorias ou de produtos em função das vendas de um determina-
do período.
• Prazo médio de pagamento a fornecedores: indica o tempo que a entidade dispõe, em 
média, para pagar suas obrigações provenientes de compras a prazo.
• Prazo médio de cobrança ou de recebimento: evidencia o tempo que a empresa deve-
rá esperar, em média, para receber o valor das suas vendas efetuadas a prazo.
Depois de entendermos o dinamismo dos índices de atividade econômica, veremos que 
outros indicadores também são calculados a partir das demonstrações contábeis e que são tão 
importantes quanto os apresentados até o momento, uma vez que eles indicam, por exemplo, 
a relação de Capital de Terceiros com o Capital Próprio, a relação de Capital de Terceiros com o 
Passivo Total e, também, a imobilização de recursos permanentes da empresa.
Seguindo nossos estudos sobre os relatórios contábeis e a análise de indicadores, vamos 
agora saber um pouco sobre os índices de rentabilidade, os quais permitem ao analista fazer 
uma comparação entre a rentabilidade alcançada e a rentabilidade planejada e entre os índices 
de liquidez e de endividamento. Os principais indicadores de rentabilidade são:
© Análise de Relatórios Contábeis14
1) Índice de rentabilidade das vendas: é calculado pela utilização de duas informações 
de muita importância para a empresa: o Lucro Líquido e as Vendas Líquidas; para 
encontrar esse indicador, dividimos o valor do Lucro Líquido pelovalor das Vendas 
Líquidas da empresa.
2) Índice de retorno sobre o Patrimônio Líquido: é calculado pela divisão do Lucro Líqui-
do pelo valor do Patrimônio Líquido.
3) Índice de retorno sobre o investimento (Margem Líquida/Giro ativo): nada mais é 
que a Margem Líquida da empresa dividida pelo Giro do Ativo.
4) Giro do Ativo: esse índice é utilizado no cálculo do indicador anteriormente mencio-
nado, e, para calculá-lo, o valor das vendas é dividido pelo Ativo Total.
Para que o nosso estudo sobre os indicadores se torne completo, veremos outros dois im-
portantes índices: de Lucro por Ação e de Preço/Lucro, os quais objetivam avaliar os reflexos do 
desempenho da empresa sobre suas ações, sendo de grande utilidade para os analistas de merca-
do e acionistas, pois servem como parâmetros de apoio às suas decisões de investimento futuro.
Bem, chegamos ao final desta Abordagem Geral, na qual tivemos a oportunidade de co-
nhecer, brevemente, os valiosos conteúdos que serão estudados.
Esperamos que você se valha dos conhecimentos que aprendeu na busca de um futuro 
brilhante e promissor.
Um abraço e bons estudos!
Glossário de Conceitos
O Glossário permite a você uma consulta rápida e precisa das definições conceituais, pos-
sibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados no Caderno de Referência de Conteúdo Análise de Relatórios Contá-
beis. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Alavancagem Financeira: mede o benefício que uma política de endividamento pode 
gerar de riqueza para os acionistas. Diante disso, a alavancagem financeira resulta da 
participação de recursos de terceiros na estrutura de capital da empresa.
2) Alavancagem Operacional: é a variação obtida no lucro operacional a partir de uma 
variação no volume das receitas, considerando-se o efeito dos custos fixos. 
3) Alavancagem Total: avalia a repercussão que uma alteração no volume de vendas 
promove sobre os resultados operacional e líquido.
4) análise horizontal: é a verificação da evolução, em diferentes exercícios sociais, de um 
dado item de uma demonstração, ou seja, permite o exame da evolução histórica dos 
valores apresentados nos demonstrativos contábeis.
5) Análise vertical: constitui um processo comparativo, pois é desenvolvida por meio de 
comparações relativas entre valores afins ou relacionáveis identificados numa mesma 
demonstração contábil; por meio dessa análise, é possível conhecer todas as altera-
ções ocorridas na estrutura dos relatórios analisados, completando-se, com isso, as 
conclusões obtidas pela análise horizontal. 
6) Balanço Patrimonial: representa a demonstração contábil que tem por fim apresentar 
a situação patrimonial da empresa em dado momento; suas informações são total-
mente estáticas dentro de determinados critérios de avaliação.
7) Capital Circulante Líquido: indica o volume de recursos de longo prazo alocados para 
financiar o giro. 
8) Ciclo Financeiro: período formado entre a efetivação dos pagamentos e o recebimen-
to dos clientes. 
15
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9) Demonstração de Fluxo de Caixa: relatório financeiro que demonstra todas as entra-
das e saídas de recursos disponíveis no período analisado, expondo a maneira pela 
qual a empresa empregou seus recursos financeiros em um determinado período. 
10) Demonstração de Lucros ou Prejuízos acumulados: mostra todas as modificações 
ocorridas na conta de lucros retidos durante um período determinado, as quais nor-
malmente são proporcionadas pela distribuição de parte deles aos acionistas ou pela 
incorporação parcial ou total dos lucros retidos ao Capital Social. 
11) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido: revela as alterações ocorridas 
no Patrimônio Líquido ao longo do exercício, abrangendo todas as contas que o com-
põem e demonstrando as variações ocorridas entre as contas identificadas em um 
determinado período.
12) Demonstração do Resultado do Exercício: relatório contábil que apresenta um resu-
mo ordenado das receitas e despesas ocorridas durante o exercício social da empresa; 
tem como finalidade apurar o lucro ou o prejuízo decorrente dessas transações.
13) Demonstração do Valor Adicionado: componente muito importante do Balanço So-
cial que permite a identificação da riqueza gerada pela empresa e da maneira como 
essa riqueza foi distribuída entre os agentes (empregados, financiadores, acionistas, 
governo, dentre outros) que contribuíram para sua geração.
14) EBITDA: sigla que corresponde a um indicador financeiro conhecido como Erning Be-
fores Interests, Taxes, Depreciation and Amortization, ou seja, Lucro Antes dos Juros, 
Impostos, Depreciação e Amortização, o qual é bastante usado por analistas de mer-
cado e empresas de capital aberto.
15) Efeito tesoura: quando uma empresa apresenta, por vários exercícios seguidos, um 
crescimento da necessidade de Capital de Giro superior ao do Capital Circulante Lí-
quido. 
16) Endividamento ou Estrutura de Capital: política de captação de recursos da empresa 
que demonstra se esta está financiando seu Ativo com recursos próprios ou de tercei-
ros e em que proporção.
17) Falência: é um estado de desequilíbrio entre os valores realizáveis e as prestações 
exigidas. De acordo com Sampaio de Lacerda (1999, p. 18?): "A falência se caracteriza 
como um processo de execução coletiva, decretado judicialmente, dos bens do deve-
dor comerciante ao qual concorrem todos os credores para o fim de arrecadar o pa-
trimônio disponível, verificar os créditos, liquidar o ativo, saldar o passivo, em rateio, 
observadas as preferências legais". 
18) indicadores de atividade ou de rotatividade: são indicadores que geram informações 
de grande utilidade em relação às vendas efetuadas no período; confrontam prazos 
médios de recebimento e pagamento, revelando as divergências entre ambos; mos-
tram o retorno sobre o Ativo e quantas vezes os estoques se renovaram. 
19) Indicadores de rentabilidade: demonstram a situação econômica da empresa, identi-
ficando qual foi a rentabilidade dos capitais investidos, ou seja, medem o retorno que 
uma empresa consegue em relação ao seu investimento em ativos e vendas.
20) Insolvência: caracteriza-se pela condição de incapacidade de pagamentos de dívidas 
ou obrigações nos prazos programados ou, ainda, quando os valores das obrigações 
de curto e longo prazos são maiores que os dos ativos da empresa. 
21) Liquidez: dá-se por meio da capacidade momentânea de pagamentos das obrigações, 
ou seja, a existência de recursos monetários no momento dos pagamentos.
22) Necessidade do Capital de Giro: é uma ferramenta essencial para a tomada de deci-
sões, porque diz respeito ao ciclo de caixa da empresa; sempre que as saídas de cai-
xa acontecem antes das entradas, a operação da empresa provoca a necessidade de 
aplicação permanente de fundos, que é calculada através de informações do balanço 
patrimonial, ou seja, é a diferença positiva entre o valor das contas cíclicas do Ativo 
e do Passivo. 
© Análise de Relatórios Contábeis16
23) Necessidade de Financiamento Permanente: é o montante mínimo de Passivo Per-
manente que a empresa deve assegurar, a fim de dar embasamento e garantia de seus 
investimentos em giro e fixo, bem como instituir seu equilíbrio financeiro. 
24) Notas explicativas: informações complementares às demonstrações contábeis como 
se fossem notas de rodapé, tendo como função detalhar tópicos não especificados 
pelas demonstrações.
25) Parecer dos auditores: é a opinião do auditor informando se as demonstrações con-
tábeis representam, adequadamente, a situação financeira e patrimonial na data do 
exame, bem como se foram elaboradas de acordo com os princípios fundamentais de 
contabilidade, e se há uniformidade em relação ao exercício anterior.
26) PCT – Participação de Capital de Terceiros: também chamado de Relação de Capital 
de Terceiros e Ativo Total; esse indicador expressaa porcentagem que o endividamen-
to representa sobre os fundos, significando a porcentagem do Ativo Total financiada 
com recursos de terceiros.
27) Relatório da Administração: é um relatório narrativo no qual são observados impor-
tantes complementos às demonstrações contábeis publicadas por uma empresa por 
conceder o fornecimento de dados e informações adicionais que têm utilidade para 
julgamento e tomada de decisões por parte dos usuários. 
28) Relatório Contábil: é a apresentação organizada, de forma resumida e ordenada, dos 
fatos mais importantes registrados pela contabilidade em dado período, também de-
nominados informes contábeis. Dentre os relatórios contábeis, os mais importantes 
são as demonstrações financeiras ou contábeis.
29) Saldo de Disponível: diferença entre as contas de Ativo Circulante e de Passivo Circu-
lante, as quais não possuem relação com a atividade operacional da empresa, ou seja, 
contas não cíclicas ou também chamadas financeiras ou erráticas.
Esquema dos Conceitos-chave 
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo, apre-
sentamos, a seguir (Figura 1), um Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de 
Conteúdo. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou 
até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o seu conhecimen-
to, ressignificando as informações a partir de suas próprias percepções. 
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos Conceitos-chave é representar, 
de maneira gráfica, as relações entre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos 
mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na ordenação e na se-
quenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se que, por meio da organiza-
ção das ideias e dos princípios em esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu 
conhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pedagógicos significativos no 
seu processo de ensino e aprendizagem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem escolar (tais como planejamentos de 
currículo, sistemas e pesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que estabelece que a aprendizagem 
ocorre pela assimilação de novos conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. As-
sim, novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. 
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, apenas, realizar acréscimos na es-
trutura cognitiva do aluno; é preciso, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se con-
figure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante considerar as entradas de 
17
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© Caderno de Referência de Conteúdo
conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os 
novos conceitos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar 
esses conceitos nas suas já existentes estruturas cognitivas, outros serão também relembrados. 
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da cons-
trução do próprio conhecimento, por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações 
internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tornar significativa a sua 
aprendizagem, transformando o seu conhecimento sistematizado em conteúdo curricular, ou 
seja, estabelecendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que já fazia 
parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.
br/edutools/mapasconceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010).
Micro
óp
Descober
célula
Robert H
Relatórios 
Contábil‐
Financeiros 
Identificação 
do Mercado 
Identificação 
da Empresa 
Alavancagem  Análise Vertical 
e Horizontal 
Informações 
Contábeis e 
Financeiras 
da Empresa 
Rotatividade 
Endividamento
Desempenho 
Operacional e 
Financeiro 
Necessidade 
de Capital de 
Giro
Necessidade de 
Investimento 
Rentabilidade Liquidez 
Indicadores de 
Avaliação de 
Ações 
Solvência 
Situação Econômica e 
Financeira da 
Empresa 
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Análise de Relatórios Contábeis.
© Análise de Relatórios Contábeis18
Como você pode observar, esse Esquema dá a você, como dissemos anteriormente, uma 
visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar 
entre um e outro conceito e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-
-aprendizagem. Por exemplo, se utilizarmos as informações das demonstrações contábeis, como 
liquidez, endividamento, rentabilidade e rotatividade, analisando-as corretamente, é possível 
avaliar a situação econômica e financeira de uma empresa; contudo, sem o domínio conceitual 
desse processo explicitado no mapa, pode-se ter uma visão confusa do tratamento da temática 
de Análise de Relatórios Contábeis proposta pelo CRC. 
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de aprendizagem que vem se 
somar àqueles disponíveis no ambiente virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem 
como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realizadas presencialmente no 
polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu 
próprio conhecimento.
Questões autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os 
conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas 
dissertativas. 
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com a prática da 
análise de relatórios contábeis pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, 
mediante a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando 
para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você 
testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional. 
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabarito, que lhe permitirá conferir 
as suas respostas sobre as questões autoavaliativas de múltipla escolha.
ATENÇÃO! 
As questões de múltipla escolha são as que têm como resposta apenas uma alternativa correta. Por 
sua vez, entendem-se por questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos matemáticos 
ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada. Já as questões abertas dissertativas 
obtêm por resposta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, normalmente, não há 
nada relacionado a elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com 
seus colegas de turma.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só 
a ela. Consulte, também, as bibliografias complementares.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte integrante dos conteúdos, ou seja, 
elas não são meramente ilustrativas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os conteúdos deste Caderno de Refe-
rência de Conteúdo, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o conceitual faz parte 
de uma boa formação intelectual.
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© Caderno de Referência de Conteúdo
Dicas (motivacionais)
O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida você a olhar, de forma mais 
apurada, a Educação como processo de emancipação do ser humano. É importante que você 
se atente às explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos meios de co-
municação, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao compartilhar com 
outras pessoas aquilo que você observa,permite-se descobrir algo que ainda não se conhece, 
aprendendo a ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, uma 
capacidade que nos impele à maturidade. 
Você, como aluno do curso dos Cursos de Graduação na modalidade EaD, necessita de 
uma formação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a 
distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que 
organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de 
Anotações, pois, no futuro, elas poderão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de 
produções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie seus horizontes teóricos. Co-
teje-os com o material didático, discuta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às 
videoaulas. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são im-
portantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram 
significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses pro-
cedimentos serão importantes para o seu amadurecimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é parti-
cipar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a este Caderno de Referência de 
Conteúdo, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 
3. E-REFERÊnCiaS 
LUNELLI, R. L. A importância da análise financeira de balanços. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/
tematicas/analisefinanceirabalancos.htm>. Acesso em: 24 mar. 2011.
Claretiano - Centro Universitário
1
EA
D
Estrutura das 
Demonstrações Contábeis 
1. OBJETIVOS
• Conhecer e definir os aspectos básicos dos objetivos da análise de relatórios contábeis.
• Compreender e descrever os demonstrativos contábeis.
• Conhecer e demonstrar as principais contas do Ativo e do Passivo.
• Elaborar, de forma simples, o Balanço Patrimonial e mostrar as principais contas de 
todos os demonstrativos contábeis.
2. CONTEÚDOS
• Objetivos e conteúdo da análise de relatórios contábeis.
• Demonstrativos Contábeis.
• Balanço Patrimonial.
• Demonstração do Resultado do Exercício 
• Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
• Demonstração de Fluxo de Caixa.
• Demonstração do Valor Adicionado.
• Outros Relatórios Contábeis.
© Análise de Relatórios Contábeis22
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir:
1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos explicitados no Glossário de Con-
ceitos e suas ligações pelo Esquema dos Conceitos-chave para o estudo de todas as 
unidades deste CRC, pois isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu desempenho.
2) É interessante que você estabeleça uma relação de identidade do CRC com o CAI e 
procure desenvolver as atividades e interatividades dentro do cronograma previsto, a 
fim de não prejudicar o andamento de seus estudos.
3) Para verificar o Pronunciamento CPC 26 – Apresentação das demonstrações contábeis –, 
acesse o site do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que está disponível em: 
<http://www.cpc.org.br/pronunciamentosIndex.php>. 
4) Verifique as bibliografias indicadas, principalmente as mais atuais (a partir do ano de 
2010), pois estas contêm as informações com as alterações feitas pela nova legislação.
5) Acesse o site do Planalto para pesquisar sobre as Leis nº 11.638/2007 e nº 11.941/2009. 
Ao acessar a Lei nº 6.404/1976, disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/Leis/L6404consol.htm>, você poderá notar que há, nela, todas as alterações da 
legislação em vigor. 
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
De acordo com Assaf Neto (2007), por meio das demonstrações contábeis levantadas por 
uma empresa, podem ser extraídas informações a respeito de sua posição econômica e finan-
ceira. Assim, a análise de relatórios contábeis é desenvolvida com base nessas demonstrações, 
que são formalmente apuradas pelas empresas e que serão tratadas nesta unidade, a fim de 
identificá-las e detalhá-las. 
É importante ressaltar que os termos análises de balanços, análise de demonstrações/
demonstrativos contábeis e análise de relatórios financeiros/contábeis são considerados si-
nônimos; logo, se citarmos qualquer uma dessas expressões, estaremos nos referindo à análise 
econômica e financeira das empresas.
Antes de discutirmos a respeito de cada uma das demonstrações contábeis, no tópico 
seguinte, abordaremos os aspectos básicos dos objetivos da análise de relatórios contábeis, 
as diferentes expectativas de seus usuários e a descrição das técnicas mais adotadas para ela; 
isso porque é fundamental explicar a você, aluno, a importância do processo de avaliação dessa 
análise.
Vamos então iniciar nossos estudos? 
5. aSPECTOS BÁSiCOS Da anÁLiSE DE RELaTÓRiOS COnTÁBEiS
Para Assaf Neto (2007), a análise de relatórios contábeis tem como objetivo relatar, com 
base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômica e financeira 
atuais destas, bem como as causas que determinaram sua evolução e tendências futuras, ou 
seja, pela análise de relatórios contábeis, extraem-se informações sobre a posição passada, pre-
sente e futura (projetada) de uma empresa. 
A maneira como os indicadores de análise são utilizados é particular de quem faz a análise, 
pois, além do conhecimento técnico, a experiência e a intuição de quem está analisando são 
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© U1 - Estrutura das Demonstrações Contábeis 
fundamentais. Isso quer dizer que dois analistas podem chegar a pareceres distintos em relação 
à análise de uma mesma empresa, apesar de ambos trabalharem com as mesmas fontes de in-
formação e com a utilização de técnicas iguais de análise.
A preocupação do analista é direcionada às informações advindas das demonstrações 
contábeis, e, segundo Assaf Neto (2007), a partir dessas demonstrações, são extraídas as con-
clusões a respeito da situação econômico-financeira, podendo, assim:
1) decidir por conceder ou não crédito;
2) investir em seu capital acionário;
3) alterar determinada política financeira;
4) avaliar se a empresa está sendo bem administrada;
5) identificar sua capacidade de solvência (estimar se irá falir ou não);
6) avaliar se é uma empresa lucrativa e se tem condições de saldar suas dívidas com re-
cursos gerados internamente etc. 
Portanto, para realizar a análise de relatórios contábeis, é fundamental a qualidade das 
informações, ou seja, a exatidão dos valores fornecidos, o rigor nos lançamentos registrados e o 
volume de informações fornecidas ao analista.
Para Machado (2002), quando os administradores financeiros de uma empresa fazem uma 
análise financeira dos seus demonstrativos contábeis, devem ser tomadas as seguintes precauções:
• Os valores informados devem estar atualizados a fim de evitar distorções em função de 
processos inflacionários. 
• Os demonstrativos de mais de um exercício social devem ser analisados para que seja 
possível uma avaliação das tendências futuras, visando maior segurança no seu plane-
jamento financeiro. 
Ainda em relação às informações para a análise de relatórios contábeis, também podemos 
destacar: a liquidez, a eficiência operacional, o endividamento, a rentabilidade e a evolução 
(MACHADO, 2002). Vejamos: 
1) Por meio da liquidez, identificaremos se a empresa está em condições de honrar os 
compromissos assumidos.
2) A eficiência operacional permitirá identificar se os prazos de recebimento de vendas, 
estocagem e pagamento a fornecedores estão dentro de padrões aceitáveis.
3) O endividamento mostrará se o endividamento da empresa é compatível com seus 
investimentos.4) Por meio da rentabilidade, será possível observar se a atividade operacional está ge-
rando o retorno desejado pelos sócios ou acionistas.
5) A evolução possibilitará identificar se a evolução histórica do desempenho da empre-
sa projeta tendências satisfatórias.
Os insumos básicos do processo de análise de relatórios contábeis são os relatórios con-
tábeis elaborados, periodicamente, pelas empresa, os quais se distinguem em obrigatórios e 
não obrigatórios. Os primeiros são definidos pela Legislação Societária, sendo complementados 
pelas notas explicativas, pelo Relatório da Administração e pelo Parecer dos Auditores; esses 
relatórios serão tratados no Tópico 6 (Demonstrativos Contábeis) desta unidade.
Já os segundos são elaborados para efeitos de divulgação e são úteis, em geral, ao uso ge-
rencial interno, proporcionando a obtenção de conclusões mais completas sobre a situação da 
empresa, como, por exemplo, sobre os fluxos de caixa, as projeções de vendas, o desempenho 
por produto etc.
© Análise de Relatórios Contábeis24
Como já comentado anteriormente, para realizar a análise de relatórios contábeis, são 
fundamentais a aplicação de técnicas e a sensibilidade e experiência do analista. Diante disso, 
Assaf Neto (2007, p. 59-60) propõe a seguinte metodologia de análise: 
a. a Empresa e o Mercado
Uma preocupação essencial do analista deve ser a de conhecer mais detalhadamente a empresa e seu 
mercado de atuação, de maneira a melhor avaliar as decisões financeiras (investimento e financiamen-
to) tomadas. 
A análise de balanços torna-se mais consistente quando interpretada dentro das características do setor 
de atividade da empresa [...]. 
No estudo do setor de atividade em que uma empresa encontra-se inserida, devem ser avaliados os 
potenciais atual e futuro do mercado consumidor, o nível e o tamanho da concorrência, a dependência 
tecnológica, os fornecedores, a política de preços adotada para o setor etc. 
B. Relatórios Financeiros
Este item engloba todas as demonstrações contábeis elaboradas pela empresa, que servirão de fonte 
de informações para a análise econômico-financeira. É importante neste item avaliar-se os procedi-
mentos contábeis padronizados para o setor, o plano de contas, o tratamento da inflação adotado nos 
demonstrativos etc.
C. análises Horizontal e Vertical 
A aplicação destas técnicas [...] tem por objetivo básico a avaliação dos demonstrativos contábeis pela 
evolução de seus valores ao longo do tempo (análise horizontal), e pela participação relativa de cada 
valor em relação a um total (análise vertical).
D. análise da Liquidez
O estudo da liquidez visa conhecer a capacidade de pagamento da empresa, isto é, suas condições 
financeiras de cobrir no vencimento todos os seus compromissos passivos assumidos. Revela, ainda, o 
equilíbrio financeiro e sua necessidade de investimento em capital de giro.
E. análise do Endividamento
Avalia basicamente a proporção de recursos próprios e de terceiros mantidos pela empresa, sua de-
pendência financeira por dívidas de curto prazo, a natureza de suas exigibilidades e seu risco financeiro. 
F. análise de Rentabilidade e Lucratividade
É uma avaliação econômica do desempenho da empresa, dimensionando o retorno sobre os investi-
mentos realizados e a lucratividade apresentada pelas vendas.
G. análise de Valor
Avalia a capacidade de a empresa gerar não somente lucro líquido, mas também valor econômico aos 
seus acionistas. Para tanto, são utilizadas diversas métricas de valor aplicadas aos demonstrativos con-
tábeis, que identificam a riqueza agregada.
H. Conclusões
Apesar de cada item do esquema proposto de análise proporcionar conclusões específicas, esta parte final 
deve se apresentar conclusiva, desenvolvendo sucintamente a efetiva situação econômico-financeira da 
empresa e suas perspectivas de desempenho. 
Diante do exposto, fica claro que, primeiro, todos os relatórios contábeis devem ser co-
nhecidos para depois se iniciar o processo de análise das demonstrações contábeis.
Portanto, no tópico a seguir, falaremos de todas as demonstrações contábeis que serão 
utilizadas como insumo para realizar a análise de relatórios contábeis, ou seja, a análise econô-
mico-financeira de uma empresa.
6. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Segundo Ludícibus e Marion (2009, p. 207): "Relatório contábil é a exposição resumida e 
ordenada dos principais fatos registrados pela Contabilidade em determinado período". Pela 
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explicação desse autor, é possível compreender que o relatório contábil tem por fim relatar às 
pessoas que fazem uso dos dados contábeis os principais fatos registrados pelo setor contábil 
em determinado período. 
Existem alguns relatórios contábeis obrigatórios, denominados demonstrações financei-
ras, que têm como legislação pertinente a eles as sociedades anônimas (S.A.), qual seja, a Lei 
nº 6.404/1976, adaptada pelas Leis nº 10.303/2001, nº 11.638/2007 e nº 11.941/2009; para as 
demais sociedades (limitadas, por exemplo), a legislação pertinente engloba o Código Civil e o 
Regulamento do Imposto de Renda.
A Lei nº 11.638/2007, todavia, faz a seguinte menção às sociedades limitadas de grande 
porte: elas devem seguir a legislação das S.A. e elaborar as demonstrações financeiras nos mol-
des da Lei nº 11.638/2007. Para fins exclusivos dessa lei, considera-se de grande porte a socie-
dade (ou o conjunto de sociedades) sob controle comum, que teve, no exercício social anterior, 
Ativo Total superior a R$240.000.000,00 ou Receita Bruta Anual superior a R$300.000.000,00.
Com isso, é possível compreender que as demonstrações financeiras devem ser elabora-
das no final de cada exercício social, que é correspondente a um ano, e publicadas em dois jor-
nais – Diário Oficial e outro de grande circulação –, de acordo com a legislação pertinente; além 
disso, aquelas a serem elaboradas, obrigatoriamente (Lei nº 11.638/2007), para as sociedades 
anônimas (S.A.) são as seguintes: 
1) Balanço Patrimonial.
2) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
3) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).
4) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL). 
5) Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC).
6) Balanço Social e Demonstração do Valor Adicionado (DVA). 
Você conhecerá cada uma dessas demonstrações financeiras no decorrer dos estudos desta unidade. 
Ainda conforme a Lei nº 11.638/2007, a empresa sociedade anônima de capital fechado 
(empresas que não negociam ações na Bolsa de Valores) não será obrigada a apresentar a DFC 
se, na data do Balanço Patrimonial, exibir um Patrimônio Líquido (PL) inferior a 2 milhões de 
reais. Já a Lei nº 6.404/1976 obrigava a publicação da Demonstração de Origens e Aplicações 
de Recursos (DOAR) para as sociedades anônimas de capital aberto, porém, a de 2007 extinguiu 
sua obrigatoriedade. 
Para o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, "[...] a entidade deve apresentar com igual-
dade de importância todas as demonstrações contábeis que façam parte do conjunto completo 
de demonstrações contábeis" (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2011a). Portanto, 
elas devem ser publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do 
exercício anterior ou com a expressão monetária "milhar de real" ou "em mil (R$)", cancelando-
-se os três últimos dígitos. 
Além da legislação citada anteriormente, as sociedades anônimas de capital aberto devem 
seguir as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM); uma dessas normas 
pertinentes às demonstrações financeiras refere-se à elaboração e à publicação da Demonstra-
ções de Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) em substituição à Demonstração de Lucros e 
Prejuízos Acumulados (DLPA), que é optativa para os demais tipos de sociedade. Além disso, a 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também obriga que todas as demonstrações financeiras 
© Análise de Relatórios Contábeis26
das empresas S.A. de capital abertosejam obrigatoriamente auditadas por auditores indepen-
dentes, mas registrados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Para as sociedades por quotas de responsabilidade limitada (Ltda.), de acordo com o Códi-
go Civil e o Regulamento do Imposto de Renda, devem ser seguidos os dispositivos da legislação 
pertinente às S.A.; somente as pequenas e médias empresas limitadas não têm obrigatoriedade 
de publicação, visto que as demonstrações financeiras que devem ser elaboradas e apresenta-
das para o Imposto de Renda são apenas as mencionadas a seguir: 
• Balanço Patrimonial (BP).
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
• Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).
A seguir, a Figura 1 sintetiza as demonstrações financeiras obrigatórias de acordo com as 
legislações pertinentes e os tipos de sociedade.
Figura 1 Relatórios contábeis exigidos pela legislação e órgãos reguladores. 
QUAIS SÃO OS RELATÓRIOS CONTÁBEIS EXIGIDOS 
PELA LEGISLAÇÃO? 
Relatórios
Contábeis 
Obrigatórios
Não
Obrigatórios
Sociedade
Anônima (S.A.) 
Limitadas
(Ltda.)
Sociedade
Anônima de 
Capital Aberto 
BP
DRE 
DLPA 
DFC
BP
DRE 
DLPA 
DVA 
DMPL 
DOAR
QUAIS SÃO OS RELATÓRIOS CONTÁBEIS EXIGIDOS 
PELA LEGISLAÇÃO? 
Relatórios
Contábeis 
Obrigatórios
Não
Obrigatórios
Sociedade
Anônima (S.A.) 
Limitadas
(Ltda.)
Sociedade
Anônima de 
Capital Aberto 
BP
DRE 
DLPA 
DFC
BP
DRE 
DLPA 
DVA 
DMPL 
DOAR
Figura 1 Relatórios contábeis exigidos pela legislação e órgãos reguladores.
Além dos relatórios contábeis obrigatórios já apresentados, temos, também, os relatórios 
contábeis complementares aos obrigatórios. Iniciaremos pelas notas explicativas que devem 
complementar esses relatórios, esclarecendo todos os aspectos que podem influenciar a situa-
ção patrimonial e o resultado dos exercícios. Além das notas explicativas citamos também o Re-
latório da administração, o Parecer dos auditores, o Balanço Social e as informações pertinentes 
à Contabilidade Ambiental.
A seguir, apresentaremos, detalhadamente, cada uma das demonstrações contábeis.
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7. BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial é o mais importante relatório contábil de posição das contas em 
um determinado momento; é a demonstração contábil que tem por fim apresentar a situação 
patrimonial da empresa em dado momento, dentro de determinados critérios de avaliação; e é 
a demonstração que encerra a sequência dos procedimentos contábeis.
O Balanço Patrimonial é a peça contábil que retrata a posição das contas de uma entidade após todos 
os lançamentos das operações de um período terem sido feitos, após todos os provisionamentos (de-
preciação, devedores duvidosos etc.) e ajustes, bem como após o encerramento das contas de Receita 
e Despesa também terem sido executados (IUDÍCIBUS; MARION, 2002, p. 185). 
Com ele, podemos identificar a situação da empresa em um determinado momento: total 
de ativos (no lado esquerdo) e total de passivos e Patrimônio Líquido (no lado direito); os lados 
foram assim atribuídos por mera convenção, como veremos na Figura 2, exposta a seguir. 
Figura 2 Balanço Patrimonial. 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO e PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO
Lado Esquerdo Lado Direito 
Figura 2 Balanço Patrimonial.
Dessa forma, é fácil descobrir a saúde financeira e econômica da empresa em um dado 
momento, fundamentando-se em informações do passado e do presente, a fim de se gerar 
novos dados para o processo de tomada de decisões; daí a necessidade de se considerar o con-
texto passado, presente e futuro dela. 
Machado (2002, p. 36) considera que Ativo:
São todos os bens e direitos de propriedade da empresa, compreendendo-se por bens os imóveis onde 
a empresa estiver instalada, os equipamentos utilizados no processo produtivo, os veículos, os estoques 
etc. E, por direitos, as duplicatas a receber provenientes de vendas a crédito, as aplicações financeiras 
e todos os outros direitos representados por valores devidos por terceiros a serem pagos em datas 
futuras.
Podemos dizer, então, com base no que pontuam Iudícibus e Marion (2009), que Ativo são 
bens e direitos de propriedade da empresa, que podem ser avaliados em dinheiro e que repre-
sentam benefícios presentes ou futuros para ela. 
Segundo o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2011a), em seu Pronunciamento Con-
ceitual Básico – Estrutura Conceitual (item 49, letra "a") –, o "Ativo é um recurso controlado 
pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros 
benefícios econômicos para a entidade"; o CPC complementa dizendo (itens 53, 54 e 58): 
53. O benefício econômico futuro embutido em um ativo é o seu potencial em contribuir, direta ou 
indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade [...].
54. A entidade geralmente usa os seus ativos na produção de mercadorias ou prestação de serviços 
capazes de satisfazer os desejos e necessidades dos clientes [...].
58. Os ativos de uma entidade resultam de transações passadas ou outros eventos passados [...].
Iudícibus e Marion (2002, p. 144) utilizam uma analogia com a pessoa física que possui um 
patrimônio individual como exemplo para se entender o significado do Ativo:
© Análise de Relatórios Contábeis28
[...] ninguém adquire ou fabrica um ativo para que fique à disposição, sem nada render para a pessoa. 
Mesmo quando se adquirem jóias de uso pessoal, obras de arte, sempre existe a esperança de, num 
futuro, se a família precisar, esses ativos poderem se transformar em dinheiro. O que se dirá então dos 
outros ativos? Você tem um carro a fim de que possa ser transportado com segurança ao trabalho, 
trabalho esse que lhe gera um fluxo positivo de caixa. Mesmo quando o carro é utilizado no final de 
semana, para o lazer, por propiciar a seu proprietário (o lazer) reparação das energias físicas e psíquicas, 
acaba contribuindo, indiretamente, para que tenha condições de gerar, no futuro, a entrada de fluxos 
positivos de caixa, como conseqüência de seu trabalho.
Espera-se, portanto, que todos os ativos, de alguma forma, se tornem dinheiro em um de-
terminado momento, já que o que interessa aos sócios ou acionistas da empresa é, justamente, 
essa conversão, como forma de remunerá-los. Para ser Ativo, é essencial o preenchimento, de 
modo simultâneo, de quatro requisitos, mencionados a seguir: 
1) Bens ou direitos.
2) Propriedade da empresa (exceto leasing financeiro).
3) Mensuração em dinheiro.
4) Geração de benefícios presentes e futuros. 
O Passivo, por sua vez, compreende todas as exigibilidades que a empresa tem para com 
os terceiros, e toda exigibilidade acarreta uma obrigação no momento de sua avaliação, sendo a 
empresa responsável por cumprir todas essas obrigações.
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (2011b), em seu Pronunciamento Conceitual 
Básico – Estrutura Conceitual (item 49, letra "b") –, define o Passivo como "[...] uma obrigação 
presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte 
em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos". O Comitê complementa dizendo 
(itens 60 e 62):
60. Uma característica essencial para a existência de um passivo é que a entidade tenha uma obrigação 
presente. Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou fazer de uma certa maneira. As obri-
gações podem ser legalmente exigíveis em conseqüência de um contrato ou de requisitos estatutários [...].
62. A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica na utilização, pela entidade, de recur-
sos capazes de gerar benefícios econômicos a fim de satisfazer o direito da outra parte [...].
As obrigações também surgem naturalmente a partir de negociações comerciais diárias 
das empresas, a fim de se praticar bons hábitos e relações amigáveis tanto com clientes quanto 
com fornecedores, e vice-versa.
Em suma, o Passivo é representado pelas contas que registram as dívidas e as obrigações 
de responsabilidade

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