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Mas de teu peito a lânguida ternura Tem-me cativo e não me faz ditoso. Poema 05 5. Liberdade querida e suspirada, Que o Despotismo acérrimo condena; Liberdade, a meus olhos mais serena, Que o sereno clarão da madrugada! Atende à minha voz, que geme e brada Por ver-te, por gozar-te a face amena; Liberdade gentil, desterra a pena Em que esta alma infeliz jaz sepultada; Vem, oh deusa imortal, vem, maravilha, Vem, oh consolação da humanidade, Cujo semblante mais que os astros brilha; Vem, solta-me o grilhão da adversidade; Dos céus descende, pois dos Céus és filha, Mãe dos prazeres, doce Liberdade! Poema 06 6. Incultas produções da mocidade Exponho a vossos olhos, ó leitores. Vede-as com mágoa, vede-as com piedade, Que elas buscam piedade e não louvores. Ponderai da Fortuna a variedade Nos meus suspiros, lágrimas e amores; Notai dos males seus a imensidade, A curta duração dos seus favores. E se entre versos mil de sentimento Encontrardes alguns, cuja aparência Indique festival contentamento, Crede, ó mortais, que foram com violência Escritos pela mão do Fingimento, Cantados pela voz da Dependência. Poema 07 27
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