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Conhecimentos Bancários Professor Juca Siade 2 MÓDULO 1 1. ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) 1.1. INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA Para compreendermos o que é a “intermediação financeira” vamos primeiramente conhecer as situações em que se encontram dois personagens: o Vermelhilson e a Azuleide. VERMELHILSON tem 30 anos, é um engenheiro mecânico e trabalha numa empresa multinacional onde recebe um salário de R$ 8.000,00 (oito mil reais). Ele é solteiro e gosta muito de aproveitar a vida, principalmente de viajar com os amigos. A próxima viagem já tem data marcada para daqui a um mês, entretanto, Vermelhilson não está com dinheiro suficiente para custeá-la, pois sua despesa média mensal é de R$ 7.200,00 (sete mil e duzentos reais) e ele não conseguiu juntar o dinheiro necessário. Certamente ele precisará tomar recursos emprestados, seja com alguém que conhece ou no banco onde tem sua conta, se quiser manter o compromisso que firmou com seus amigos. Já AZULEIDE é uma psicóloga de 28 anos que trabalha em um hospital, onde recebe um salário é de R$ 6.000,00 (seis mil reais). Ele está noiva e pretende se casar daqui a dois anos. Para cumprir esse objetivo, Azuleide poupa todo mês uma parte expressiva do seu salário, pois pretende colaborar com seu noivo nas despesas da festa de casamento e de uma bela viagem de lua de mel. Todos os meses ela consegue poupar R$ 2.000,00 (dois mil reais) do seu salário. O pai de Azuleide, sabendo que sua filha estava guardando suas economias num cofre de sua casa, aconselhou que ela investisse esse dinheiro, de forma segura e rentável, a fim de manter o seu poder de compra. Percebe-se que Vermelhilson está numa situação em que não dispõe dos recursos necessários para realizar seu objetivo, enquanto Azuleide está com sobra de recursos, aguardando o momento oportuno para utilizá-los. Nota-se ainda que Vermelhilson, caso decida fazer a viagem com os amigos, estará disposto a pagar alguns juros pelo dinheiro emprestado, enquanto Azuleide busca receber rendimentos para que seu dinheiro não se desvalorize. Se Vermelhilson e Azuleide sem conhecessem pessoalmente, bem que poderiam ajudar um ao outro, não é mesmo? Mas isso não é tão simples assim, pois essa relação envolveria alguns riscos. Imaginemos que Vermelhilson perdesse seu emprego e não pudesse mais pagar à amiga, ou ainda, que Azuleide cobrasse a quitação do empréstimo antes do prazo combinado, dentre outros transtornos. Tudo isso seria muito frustrante para ambos, concorda? Fica então a pergunta: como nossos personagens poderiam realizar seus objetivos de maneira segura, com “alguém” que realize tanto a captação como a concessão de recursos financeiros sujeitando-se a normas e fiscalização rígidas? A resposta é simples: por intermédio de uma instituição financeira. Vejamos como seria isso! Quando a instituição financeira capta recursos e os mantém sob sua administração, tal operação é denominada PASSIVA. Por dispor de recursos, Azuleide é denominada “POUPADORA” ou “AGENTE SUPERAVITÁRIA”. A instituição financeira paga uma taxa de juros para captar recursos da poupadora. DEPÓSITO / APLICAÇÃO Quando a instituição financeira concede recursos na forma de empréstimos ou financiamentos, tal operação é denominada ATIVA. Por necessitar de recursos, Vermelhilson é denominado “TOMADOR” ou “AGENTE DEFICITÁRIO”. A instituição financeira cobra uma taxa de juros para conceder recursos ao tomador. EMPRÉSTIMO / FINANCIAMENTO 3 Conhecimentos Bancários | Juca Siade A esse fluxo de recursos entre agentes superavitários e deficitários, administrado por instituições financeiras, chamamos INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA. Do fenômeno acima, ainda podemos destacar alguns conceitos importantes, a saber: Empréstimo: é a concessão de recursos em conta bancária, por parte das instituições financeiras, sem uma destinação específica; ou seja, o tomador utiliza o dinheiro com o que bem lhe convier (pagar dívidas, fazer compras etc.). Financiamento: é a concessão de recursos, por parte das instituições financeiras, com destinação específica; ou seja, o tomador não utiliza o dinheiro como lhe convém, pois ele atende a uma finalidade, tal como: a compra de um imóvel, de um veículo, de um equipamento, a aquisição de um serviço etc.; os valores não são depositados na conta do tomador e sim na conta do fornecedor do bem ou serviço adquirido por ele. Spread Bancário: é a diferença percentual entre o custo da captação de recursos, pago pela instituição financeira ao poupador, e o que o ela cobra do tomador nos empréstimos ou financiamentos; por exemplo, se a instituição financeira paga 10% ao ano para o poupador e cobra 35% ao ano do tomador, o spread será de 25% ao ano. 1.2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Compreende-se o Sistema Financeiro Nacional (SFN), como sendo o conjunto de instituições que se dedicam, direta ou indiretamente, para oferecer condições satisfatórias à intermediação financeira. Como todo sistema é um conjunto de elementos organizados, o SFN não poderia ser diferente. Ele é organizado por órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores. Os órgãos normativos determinam regras gerais para o bom funcionamento do sistema. As entidades supervisoras trabalham para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos. Os operadores são as instituições que prestam serviços e administram recursos, no papel de intermediários. Moeda, Crédito, Capitais e Câmbio Seguros Privados Previdência Fechada Ór gã os N or m at iv os CMN Conselho Monetário Nacional CNSP Conselho Nacional de Seguros Privados CNPC Conselho Nacional de Previdência Complementar En tid ad es Su pe rv is or as BACEN Banco Central do Brasil CVM Comissão de Valores Mobiliários SUSEP Superintendência de Seguros Privados PREVIC Superintendência Nacional de Previdência Complementar Op er ad or es Bancos e Caixas Econômica Administra-doras de Consórcios Bolsa de Valores Seguradoras e Resseguradoras Entidades Fechadas de Previdência Complementar (fundos de pensão) Cooperativas de Crédito Corretoras e Distribuidoras* Bolsa de Mercadoria e Futuros Sociedades de Capitalização Instituições de Pagamento** Demais instituições não bancárias Entidades Abertas de Previdência * Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM. ** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes estabelecidas pelo CMN. O SFN pode ser subdividido em dois subsistemas e em seis mercados. Os subsistemas são: Normativo e Operativo (ou de Intermediação). O subsistema normativo é composto pelos órgãos normativos (cujas funções são exclusivamente normativas) e as entidades supervisoras (cujas funções são normativas e executivas, fiscalizando instituições sob suas responsabilidades). SUBSISTEMA NORMATIVO Ór gã os N or m at iv os CMN Conselho Monetário Nacional CNSP Conselho Nacional de Seguros Privados CNPC Conselho Nacional de Previdência Complementar En tid ad es Su pe rv is or as BACEN Banco Central do Brasil CVM Comissão de Valores Mobiliários SUSEP Superintendência de Seguros Privados PREVIC Superintendência Nacional de Previdência Complementar 4 Conhecimentos Bancários | Juca Siade SUBSISTEMA OPERATIVO Op er ad or es Bancos e Caixas Econômica Administra-doras de Consórcios Bolsa de Valores Seguradoras e Resseguradoras Entidades Fechadas de Previdência Complementar (fundos de pensão) Cooperativas de Crédito Corretoras e Distribuidoras* Bolsa de Mercadoria e Futuros Sociedades de Capitalização Instituições de Pagamento** Demais instituições não bancárias Entidades Abertas de Previdência Quanto aos mercados presentes no SFN, são eles: monetário, de crédito, de capitais, cambial, de seguros (incluindo resseguros, capitalização e previdênciaaberta) e de previdência fechada. Serão estudados nos módulos à frente. 1.2.1. Conselho Monetário Nacional – CMN O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e tem a responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito. Seu objetivo é a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país. Ele foi criado pela Lei n.º 4.595, de 31 de dezembro de 1964 e deu início às suas atividades 90 dias depois, em 31 de março de 1965. Composição do CMN • Ministro de Estado da Fazenda (presidente do Conselho); • Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento; e • Presidente do Banco Central do Brasil. Reuniões do CMN: O CMN reúne-se ordinária (uma vez ao mês) e/ou extraordinariamente para discutir assuntos de interesse do SFN. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções CMN, divulgadas no Diário Oficial da União (DOU) e no “Busca de Normas” do Conselho e do Banco Central (BC). PESSOAL PRESENTE NAS REUNIÕES DO CMN Participam Os Conselheiros Os membros da COMOC Os Diretores de Administração e Fiscalização do Banco Central do Brasil Podem assistir Assessores credenciados individualmente pelos conselheiros Convidados do presidente do CMN Funcionários do BACEN credenciados pelo seu presidente Podem votar Apenas os Conselheiros Segundo a Lei nº 9.069/95, em seu artigo 8º e parágrafos 1º e 2º, o Conselho deliberará mediante resoluções, por maioria de votos, cabendo ao Presidente a prerrogativa de deliberar, nos casos de urgência e relevante interesse, ad referendum dos demais membros. Quando deliberar ad referendum do Conselho, o Presidente submeterá a decisão ao colegiado na primeira reunião que se seguir àquela deliberação. São objetivos do CMN: • orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas ou privadas de forma a garantir condições favoráveis ao desenvolvimento equilibrado da economia nacional; • propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, de forma a tornar mais eficiente o sistema de pagamento e mobilização de recursos; • zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financeiras; • coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. Compete ao CMN: • aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central da República do Brasil, por meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito; • determinar as características gerais das cédulas e das moedas; • fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro e quaisquer operações em direitos especiais de saque e em moeda estrangeira; • disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações creditícias; • regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras que operam no país; • limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros; 5 Conhecimentos Bancários | Juca Siade • determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas; • expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras; • outorgar ao BC o monopólio de operações de câmbio quando o balanço de pagamento o exigir; • delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital mínimo das instituições financeiras privadas, levando em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais; • estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, mobilizações e outras relações patrimoniais a serem observadas pelas instituições financeiras; • estabelecer a meta para inflação. Percebe-se que as atribuições do CMN guardam algumas características relacionadas aos verbos que as iniciam e aos assuntos que se seguem. Os verbos (orientar, propiciar, zelar, coordenar, aprovar, determinar, regular, outorgar, estabelecer) são característicos das atribuições de uma autoridade máxima, ou seja, não há verbos de execução, mas tão somente verbos deliberativos, de ordem, pois o CMN não executa qualquer tarefa no sistema financeiro. Ele manda! Ele normatiza! Ele delibera! A tarefa executiva caberá às suas entidades supervisoras. Quanto aos assuntos, é fácil verificar que eles abordam temáticas de sua responsabilidade: moeda, crédito, câmbio, instituições financeiras e inflação. Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc): Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc) como órgão de assessoramento técnico na formulação da política da moeda e do crédito do País. Compete à Comissão Técnica da Moeda e do Crédito: I. propor a regulamentação de matérias de competência do Conselho Monetário Nacional; II. manifestar-se, na forma prevista em seu regimento interno, previamente, sobre as matérias de competência do Conselho Monetário Nacional, especialmente aquelas constantes da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964; III. outras atribuições que lhe forem cometidas pelo Conselho Monetário Nacional. Cabe ao Presidente da República, por meio de decreto, aprovar o regimento interno da Comissão Técnica da Moeda e do Crédito. Membros da COMOC • Presidente do Banco Central - coordenador • Presidente da Comissão de Valores Mobiliários • Secretário-Executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento • Secretário-Executivo do Ministério da Fazenda • Secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda • Secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda • Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda • Diretores do Banco Central do Brasil* * Segundo o regimento interno da Comoc, são “quatro diretores do Banco Central do Brasil, indicados pelo seu Presidente”. Como esta indicação é alterada de acordo com a pauta das reuniões, todos os diretores do BC tornam-se membros potenciais da Comoc. A Secretaria-Executiva da Comoc e do CMN é exercida pelo Banco Central. Compete à autoridade monetária organizar e assessorar as sessões deliberativas (preparar, dar suporte, elaborar as atas e manter o arquivo histórico, entre outras funções administrativas). SAIBA MAIS... • As reuniões da COMOC ocorrem nos dias úteis imediatamente anteriores às reuniões do CMN; • As decisões do CMN são tomadas por maioria simples de votos; • As Resoluções são assinadas pelo Presidente do Banco Central do Brasil e as Atas das Reuniões do CMN são assinadas por todos os Conselheiros presentes à reunião. 1.2.2. Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) O Banco Central é uma autarquia de natureza especial, criado pela Lei nº 4.595/1964 e com autonomia estabelecida pela Lei Complementar nº 179/2021. Caracteriza-se pela ausência de vinculação a Ministério, de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira, pela investidura a termo de seus dirigentes e pela estabilidade durante seus mandatos. Objetivo Fundamental O Banco Central do Brasil tem por objetivo fundamental assegurar a estabilidade de preços. ATRIBUIÇÕES DO CMN De autoridade máxima VERBOS ASSUNTOS Moeda Deliberativos Crédito Instituições Financeiras De ordem Câmbio Inflação 6 Conhecimentos Bancários | Juca Siade Outros Objetivos • zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro; • suavizar as flutuações do nível de atividade econômica; e • fomentar o pleno emprego. Diretoria colegiada A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil terá 9 (nove) membros, sendo um deles o seu Presidente, todos nomeados pelo Presidente da República, após aprovação de seus nomes pelo Senado Federal, entre brasileiros idôneos, de reputação ilibada e de notória capacidade em assuntos econômico-financeiros ou com comprovados conhecimentos que os qualifiquem para a função. O mandato do Presidente doBanco Central do Brasil terá duração de 4 (quatro) anos, com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da República. O cargo de Ministro de Estado Presidente do Banco Central do Brasil fica transformado no cargo de Natureza Especial de Presidente do Banco Central do Brasil. O Presidente do Banco Central do Brasil deverá apresentar, no Senado Federal, em arguição pública, no primeiro e no segundo semestres de cada ano, relatório de inflação e relatório de estabilidade financeira, explicando as decisões tomadas no semestre anterior. Na hipótese de vacância, o cargo de Presidente do Banco Central do Brasil será exercido interinamente pelo Diretor com mais tempo no exercício do cargo e, dentre os Diretores com o mesmo tempo de exercício, pelo mais idoso, até a nomeação de novo Presidente. Os mandatos dos Diretores do Banco Central do Brasil terão duração de 4 (quatro) anos, observando-se a seguinte escala: I. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de março do primeiro ano de mandato do Presidente da República; II. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do segundo ano de mandato do Presidente da República; III. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da República; e IV. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do quarto ano de mandato do Presidente da República. O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil poderão ser reconduzidos 1 (uma) vez, por decisão do Presidente da República. O prazo de gestão do Presidente e de cada um dos Diretores do Banco Central do Brasil estender-se-á até a investidura do sucessor no cargo. A Diretoria é assim composta: • Presidência; • Diretoria de Administração; • Diretoria de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos; • Diretoria de Fiscalização; • Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução; • Diretoria de Política Econômica; • Diretoria de Política Monetária; • Diretoria de Regulação; e • Diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta. A Diretoria Colegiada reúne-se, ordinariamente, uma vez por semana e, extraordinariamente, na forma prevista no Regimento do Bacen, presentes, no mínimo, o Presidente, ou seu substituto, e metade do número de Diretores. O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil serão exonerados pelo Presidente da República: I. a pedido; II. no caso de acometimento de enfermidade que incapacite o titular para o exercício do cargo; III. quando sofrerem condenação, mediante decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, pela prática de ato de improbidade administrativa ou de crime cuja pena acarrete, ainda que temporariamente, a proibição de acesso a cargos públicos; IV. quando apresentarem comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central do Brasil. Na hipótese de que trata o inciso IV, compete ao Conselho Monetário Nacional submeter ao Presidente da República a proposta de exoneração, cujo aperfeiçoamento ficará condicionado à prévia aprovação, por maioria absoluta, do Senado Federal. É vedado ao Presidente e aos Diretores do Banco Central do Brasil participar do controle societário ou exercer qualquer atividade profissional direta ou indiretamente, com ou sem vínculo empregatício, junto a instituições do Sistema Financeiro Nacional, após o exercício do mandato, exoneração a pedido ou demissão justificada, por um período de 6 (seis) meses. São atribuições do Bacen: • emitir papel-moeda e moeda metálica nas condições e limites autorizados pelo CMN; • executar os serviços do meio circulante; • determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos contábeis das instituições financeiras; • receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais e os depósitos voluntários das instituições financeiras e bancárias que operam no país; • realizar operações de redesconto e empréstimo com instituições financeiras públicas e privadas, consoante remuneração, limites, prazos, garantias, formas de negociação e outras condições estabelecidos em regulamentação por ele editada; • exercer o controle de crédito sob todas as suas formas; • efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da lei; Dirad DirexDirec DifisDinor DiorfDipom Dipec Presidência 7 Conhecimentos Bancários | Juca Siade • ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de Direitos Especiais de Saque 1 e fazer com estas últimas todas e quaisquer operações previstas no Convênio Constitutivo do Fundo Monetário Internacional; • exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas; • autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinâmica operacional, de todas as instituições financeiras; • estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras privadas e públicas não federais; • efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais, consoante remuneração, limites, prazos, formas de negociação e outras condições estabelecidos em regulamentação por ele editada; • efetuar, como instrumento de política cambial, operações de compra e venda de moeda estrangeira e operações com instrumentos derivativos no mercado interno, consoante remuneração, limites, prazos, formas de negociação e outras condições estabelecidos em regulamentação por ele editada. • regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; • vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais; • entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as instituições financeiras estrangeiras e internacionais. Os encargos e serviços de competência do Banco Central, quando por ele não executados diretamente, serão contratados de preferência com o Banco do Brasil S. A., exceto nos casos especialmente autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. As atribuições do BACEN, assim como as do CMN, guardam algumas características relacionadas aos verbos que as iniciam e aos assuntos que se seguem. Há verbos essencialmente de execução (emitir, executar, receber, realizar, exercer, efetuar, vigiar), característicos das atribuições de uma entidade supervisora, mas também há verbos de autoridade (determinar, autorizar, estabelecer, regular), pois, como vimos, o BACEN está no subsistema normativo do SFN e, portanto, também elabora normas. A diferença é que as normas emanadas do BACEN são específicas, pontuais, regulamentadoras, enquanto as normas emitidas pelo CMN são normais gerais. Quanto aos assuntos, na sua função executiva, o BACEN terá os mesmos atribuídos ao CMN (moeda, crédito, câmbio, instituições financeiras e inflação). Outrossim, quando estiver desenvolvendo sua função normativa, ou mesmo a executiva de maneira privativa, os assuntos serão especificamente diferentes (recolhimento compulsório, redesconto, funcionamento das instituições financeiras, cargos de direção nas instituições financeiras, compensação de cheques e outros papéis). 1 DES - Direito Especial de Saque - ativo de reserva criada pelo FMI em 1969 para complementar as reservas internacionais dos países membros. O Bacen e a supervisão das instituições financeiras No artigo 10, inciso X, da Lei 4.595/64 está previsto que o Banco Central do Brasil concederá autorização às instituições financeiras, a fim de que possam: a. funcionar no País; b. instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive no exterior; c. ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas; d. praticar operações de câmbio, crédito real e venda habitual de títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ações, debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou mobiliários; e. terprorrogados os prazos concedidos para funcionamento; f. alterar seus estatutos. g. alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle acionário. Nessa mesma lei, ficou estabelecido ainda que, com base nas normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, o Banco Central do Brasil estudará os pedidos que lhe sejam formulados e resolverá conceder ou recusar a autorização pleiteada, podendo incluir as cláusulas que reputar convenientes ao interesse público. ATRIBUIÇÕES DO BACEN Essencialmente de execução VERBOS ASSUNTOS Moeda Compulsório Crédito Redesconto Instituições Financeiras Cargos de direção nas IF’s Alguns deliberativos Câmbio Funcionamento das IF’s Inflação Compensação de cheques 8 Conhecimentos Bancários | Juca Siade As instituições financeiras estrangeiras dependem de autorização do Poder Executivo, mediante decreto, para que possam funcionar no País. O Decreto n.º 10.029, de 26 de setembro de 2019, estabeleceu que o Banco Central do Brasil fica autorizado a reconhecer como de interesse do Governo brasileiro: I. a instalação, no País, de novas agências de instituições financeiras domiciliadas no exterior; e II. o aumento do percentual de participação, no capital de instituições financeiras com sede no País, de pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior. Cabe ainda ressaltar que o Banco Central do Brasil (BC), no desempenho de sua missão institucional de assegurar que o sistema financeiro seja sólido e eficiente, tem o poder de intervir nas instituições sob sua jurisdição por meio da decretação de regimes de resolução, seja com o intuito de restaurar o curso normal de funcionamento ou para interromper suas atividades de forma ordenada, mitigando o risco de contágio. Conforme a evolução e gravidade dos problemas, o BC pode intervir diretamente na instituição por meio de um Regime de Resolução: Liquidação extrajudicial, Intervenção ou Regime de Administração Especial Temporária (RAET). Liquidação extrajudicial A liquidação extrajudicial é o regime de insolvência que se destina a interromper o funcionamento da instituição e promover sua retirada do Sistema Financeiro Nacional (SFN). É adotado quando a situação de insolvência é irrecuperável e a interrupção do funcionamento da instituição não compromete a estabilidade financeira. Intervenção A intervenção é adotada quando se vislumbra alguma possibilidade de recuperação. As atividades são suspensas temporariamente. A intervenção dura até doze meses. Conforme o caso, a intervenção cessará se houver a retomada da normalidade ou, não havendo, pela decretação da liquidação extrajudicial ou da falência. Regime de Administração Especial Temporária (RAET) O RAET não afeta as atividades normais da instituição. É adotado quando a instituição, em razão do seu porte ou complexidade operacional, desempenha funções críticas para a economia real ou a quando a paralisação abrupta do seu funcionamento possa causar riscos à estabilidade financeira. O RAET será encerrado se houver normalização da atividade ou solução de mercado para a instituição. Não havendo solução de mercado, a União pode assumir o seu controle. Havendo possibilidade de adoção de medidas para preservação das funções críticas e da estabilidade financeira, o RAET poderá ser encerrado pela decretação da Liquidação extrajudicial. Não necessariamente uma instituição problemática precisa ser liquidada. O BC atua para que os administradores e controladores restituam a instituição à normalidade ou promovam a sua retirada ordenada do sistema financeiro. O Bacen na Constituição Federal de 1988 Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central. § 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. § 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. § 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. O Bacen na Lei de Responsabilidade Fiscal (LCP n.º 101/2000) Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei Complementar. Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente. (...) Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o Banco Central do Brasil está sujeito às vedações constantes do art. 35 e mais às seguintes: I. compra de título da dívida, na data de sua colocação no mercado, ressalvado o disposto no § 2o deste artigo; II. permuta, ainda que temporária, por intermédio de instituição financeira ou não, de título da dívida de ente da Federação por título da dívida pública federal, bem como a operação de compra e venda, a termo, daquele título, cujo efeito final seja semelhante à permuta; III. concessão de garantia. (...) § 2° O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar a dívida mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira. § 3° A operação mencionada no § 2o deverá ser realizada à taxa média e condições alcançadas no dia, em leilão público. § 4° É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal existentes na carteira do Banco Central do Brasil, ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mobiliária. O Bacen pelo Brasil O Bacen tem sede em Brasília, capital do País, e representações nas capitais dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará. Essas últimas auxiliam no fornecimento de dinheiro em cédulas e moedas, estudam a conjuntura regional, fiscalizam instituições financeiras e prestam atendimento direto aos cidadãos que não podem comparecer à sede em Brasília. 9 Conhecimentos Bancários | Juca Siade Papéis desempenhados pelo Bacen: Banco do governo O BC detém as contas mais importantes do governo e é o depositário das reservas internacionais do país. Banco dos bancos As instituições financeiras precisam manter contas no BC. Essas contas são monitoradas para que as transações financeiras aconteçam com fluidez e para que as próprias contas não fechem o dia com saldo negativo. Emissor do dinheiro O BC gerencia o meio circulante, que nada mais é do que garantir, para a população, o fornecimento adequado de dinheiro em espécie. 1.2.2.1. Comitê De Política Monetária - COPOM O Comitê de Política Monetária (Copom) foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros. A reunião do Copom segue um processo que procura embasar da melhor forma possível a sua decisão. Os membros do Copom assistem a apresentações técnicas do corpo funcional do BC, que tratam da evolução e perspectivas das economias brasileira e mundial, das condições de liquidez e do comportamento dos mercados. Assim, o Comitê utiliza um amplo conjunto de informações para embasar sua decisão. Depois, a reunião é reservada para a discussão da decisão entre os membros. A decisão é tomada com base na avaliação do cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados. Todos os membros do Copom presentes na reunião votam e seus votos são divulgados, cabendo ao Presidente voto de qualidade. As decisões do Copom são tomadas visando com que a inflaçãomedida pelo IPCA se situe em linha com a meta definida pelo CMN. A decisão do Copom é divulgada no mesmo dia da decisão por meio de Comunicado na internet, a partir das 18h30 (dezoito horas e trinta minutos) e imediatamente após o término da sessão. O período de vigência da meta para a Taxa Selic terá início no dia útil seguinte a cada reunião do Copom. A Ata da reunião do Copom será divulgada em até 4 (quatro) dias úteis contados da data do término da reunião. Normalmente, as reuniões do Copom ocorrem em terças e quartas-feiras e a ata é divulgada na terça-feira da semana seguinte, às 8h. 10 Conhecimentos Bancários | Juca Siade O calendário anual das reuniões ordinárias será divulgado mediante Comunicado do Diretor de Política Monetária até o fim do mês de junho do ano anterior, admitindo-se ajustes até o último dia do ano de sua divulgação. Uma vez definida a meta da taxa Selic, o Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião. A taxa de juros Selic é a referência para os demais juros da economia. Trata-se da taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). Para que a política monetária atinja seus objetivos de maneira eficiente, o Banco Central precisa se comunicar de forma clara e transparente. Além do comunicado e da ata da reunião, o Banco Central publica, a cada trimestre, o Relatório de Inflação, que analisa a evolução recente e as perspectivas da economia, com ênfase nas perspectivas para a inflação. Como funcionam as reuniões do COPOM 1.2.2.2. Selic Meta x Selic Over A Taxa Selic pode ser entendida de duas formas: como uma meta ou como uma taxa de referência. A primeira é conhecida como Taxa Selic Meta, e a segunda, a Taxa Selic Over. Vejamos na tabela a seguir uma comparação entre elas. SELIC META SELIC OVER Prazo de vigência Aproximadamente, 45 dias. 1 dia útil Quem a define O COPOM O próprio Sistema Selic QUADRO RESUMO – COPOM Composição • Diretoria Colegiada do Bacen (9 membros), com direito a voto; • Presidente do COPOM tem voto de qualidade. Missão • Definir a meta da Taxa Selic; • Divulgar o Relatório de Inflação Reuniões • 8 ao ano, a cada, aproximadamente, 45 dias; • 1º Dia (normalmente TERÇA): apresentações sobre a economia brasileira e mundial; • 2º Dia (normalmente QUARTA): avaliação das perspectivas de inflação, decisão e divulgação da Taxa Selic. Publicações • Comunicado: após às 18h da reunião de quarta-feira informando a decisão; • Ata da Reunião: até 4 (quatro) dias úteis contados da data do término da reunião; • Relatório de Inflação: ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro). 11 Conhecimentos Bancários | Juca Siade 1.2.3. Comissão de Valores Mobiliários – CVM A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07/12/1976 pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária. A CVM é administrada por um Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovados pelo Senado Federal, dentre pessoas de ilibada reputação e reconhecida competência em matéria de mercado de capitais. O mandato dos dirigentes será de cinco anos, vedada a recondução, devendo ser renovado a cada ano um quinto dos membros do Colegiado. O Colegiado da CVM se reúne semanalmente, em sessão reservada, para analisar as matérias de competência da Autarquia, inclusive sobre as questões decididas pelas suas diversas áreas executivas, atuando como órgão máximo de deliberação. Os Informativos do Colegiado, contendo somente as decisões proferidas, são disponibilizados até o dia seguinte ao encontro na página da CVM. A CVM tem por finalidade (Resolução CVM nº 24, de 5 de março de 2021): • estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários; • promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob controle de capitais privados nacionais; • assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão; • proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra: a. emissões irregulares de valores mobiliários; b. atos ilegais de administradores e acionistas controladores das companhias abertas, ou de administradores de carteira de valores mobiliários; e c. o uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários; • evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado; • assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido; • assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; e • assegurar a observância, no mercado, das condições de utilização de crédito fixadas pelo Conselho Monetário Nacional. São atribuições da CVM: • registro de companhias abertas; • registro de distribuições de valores mobiliários; • credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de valores mobiliários; • organização, funcionamento e operações das bolsas de valores; • negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; • administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; • suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizações; • suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou decretar recesso de bolsa de valores. • evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; • assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido; • assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários; • estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; • promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas. A COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM) E O NÚMERO “5” 1.2.4. Instituições do Sistema Financeiro Nacional São consideradas instituições financeiras as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. Equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer dessas atividades citadas, de forma permanente ou eventual. 5 Diretores Anos de mandato 1/5 da Diretoria é renovada a cada ano Áreas de interesse • 1 Presidente • 4 Diretores • Vedada a recondução • Regra do 1/5 • Valores mobiliários; • Bolsa; • Balcão • Companhias Abertas • Mercado de Ações 12 Conhecimentos Bancários | Juca Siade 1.2.4.1. Instituições Financeiras Monetárias (ou Bancárias) São as instituições que possuem depósitos à vista e, portanto, multiplicam a moeda. São os principais agentes no processo de intermediação financeira. Podem captar depósitos à vista: 1. Bancos Comerciais 2. Caixas Econômicas 3. Cooperativas de Crédito 4. BancosCooperativos 5. Bancos Múltiplos com Carteira Comercial BANCOS COMERCIAIS São instituições financeiras privadas ou públicas que têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão “Banco”. No caso de autorização para funcionamento de banco comercial sob controle societário de bolsa de valores, de bolsa de mercadorias e futuros ou de bolsa de valores e de mercadorias e futuros, o Banco Central do Brasil, previamente à sua decisão, solicitará a manifestação da Comissão de Valores Mobiliários. O banco comercial pode praticar as seguintes atividades: I. captar recursos do público sob a forma de depósitos à vista e a prazo ou via emissão de títulos; II. conceder operações de crédito, avais, fianças e garantias; III. realizar serviços de cobrança e de pagamentos, nos termos da regulamentação específica; IV. operar no mercado de câmbio, nos termos da regulamentação específica do Banco Central do Brasil; V. praticar operações de compra e venda, por conta própria ou de terceiros, de metais preciosos, no mercado físico; VI. intermediar a colocação, em mercado de balcão, de distribuição pública, primária ou secundária, de valores mobiliários, observada a regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários; e VII. realizar outras atividades previstas na legislação e na regulamentação específica. São exemplos de Bancos Comerciais: CAIXAS ECONÔMICAS Caixas econômicas são empresas públicas que exercem atividades típicas de banco comercial, com prioridade institucional para concessão de empréstimos e financiamentos de programas e projetos de natureza social. Atualmente, a única instituição desse segmento em atividade é a Caixa Econômica Federal (CEF), vinculada ao Ministério da Fazenda. A CEF integra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), é gestora dos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e de outros fundos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Também é responsável pelo Programa de Integração Social (PIS) e pelo Seguro-Desemprego e detém o monopólio de venda da loteria federal. A CEF prioriza a concessão de empréstimos e financiamentos de programas e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educação, trabalho e esporte. Características: • Equiparam-se aos BC, pois podem captar depósitos à vista, realizar operações ativas e prestar serviços, embora basicamente às pessoas físicas; • Têm o monopólio das operações de empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignação; • Têm a competência para a venda de bilhetes de loteria; • Os depósitos em poupança são sua grande fonte de recursos; • Atua na centralização do recolhimento e posterior aplicação dos recursos do FGTS; • São de cunho, eminentemente social. História da Caixa Econômica Federal No dia 12 de janeiro de 1861, Dom Pedro II assinou o Decreto nº 2.723, que fundou a Caixa Econômica da Corte. Desde então, a CAIXA caminha lado a lado com a trajetória do país, acompanhando seu crescimento e o de sua população. A CAIXA sempre esteve presente em todas as principais transformações da história do país, como mudanças de regimes políticos, processos de urbanização e industrialização, apoiando e ajudando o Brasil. Com sua experiência acumulada, inaugurou, em 1931, operações de empréstimo por consignação para pessoas físicas; três anos depois, por determinação do governo federal, assumiu a exclusividade dos empréstimos sob penhor, o que extinguiu as casas de prego operadas por particulares. No dia 1º de junho do mesmo ano, foi assinada a primeira hipoteca para a aquisição de imóveis da Caixa do Rio de Janeiro. Em 1986, a CAIXA incorporou o Banco Nacional de Habitação (BNH) e assumiu definitivamente a condição de maior agente nacional de financiamento da casa própria e de importante financiadora do desenvolvimento urbano, especialmente do saneamento básico. No mesmo ano, com a extinção do BNH, tornou-se o principal agente do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), administradora do FGTS e de outros fundos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Quatro anos depois, em 1990, iniciou ações para centralizar todas as contas vinculadas do FGTS, que, à época, eram administradas por mais de 70 instituições bancárias. Desde o início, alinhada às necessidades da população Ao longo de sua trajetória, a CAIXA vem estabelecendo estreitas relações com a população ao atender às suas necessidades imediatas, como poupança, empréstimos, FGTS, Programa de Integração Social (PIS), Seguro-Desemprego, crédito educativo, financiamento habitacional e transferência de benefícios sociais. Também deu ao povo brasileiro a chance de sonhar com 13 Conhecimentos Bancários | Juca Siade uma vida melhor, com as Loterias Federais, das quais detém o monopólio desde 1961. O ano de 1969 foi um dos marcos na história da CAIXA. O Decreto- Lei Nº 759 daquele ano a constituiu como uma empresa pública e deu a ela diversas obrigações e deveres, com foco em serviços de natureza social, promoção da cidadania e do desenvolvimento do país. Desde sua criação, a CAIXA não parou de crescer, de se desenvolver, de diversificar e ampliar suas áreas de atuação. Uma prova é seu Estatuto Social, renovado sempre que é preciso se adaptar à realidade dos brasileiros. A última atualização foi em 04 de agosto de 2021. A CAIXA, além de atender a correntistas, trabalhadores, beneficiários de programas sociais e apostadores, acredita e apoia iniciativas artístico-culturais, educacionais e desportivas em todo o Brasil. Hoje, a CAIXA tem uma posição consolidada no mercado como um banco de grande porte, sólido e moderno. Como principal agente das políticas públicas do governo federal, está presente em todo o país, sem perder sua principal finalidade: a de acreditar nas pessoas. COOPERATIVAS DE CRÉDITO Sociedades cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, constituídas para prestar serviços aos associados. As cooperativas de crédito devem adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão “Cooperativa”, vedada a utilização da palavra “Banco”. Os cooperados são ao mesmo tempo donos e usuários da cooperativa, participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos e serviços. Nas cooperativas de crédito, os associados encontram os principais serviços disponíveis nos bancos, como conta corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos. Os associados têm poder igual de voto independentemente da sua cota de participação no capital social da cooperativa. O resultado positivo da cooperativa é conhecido como sobra e é repartido entre os cooperados em proporção com as operações que cada associado realiza com a cooperativa. Tipos de cooperativas: • Singulares: são as constituídas pelo número mínimo de vinte pessoas, sendo permitida a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto atividades econômicas correlatas às de pessoa física, ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos. A cooperativa de crédito singular, de acordo com as operações praticadas, se classifica nas seguintes categorias: • Centrais ou federações de cooperativas: são as constituídas de, no mínimo, três singulares filiadas. • Confederações de cooperativas centrais: são as constituídas por pelo menos três cooperativas centrais ou federações de cooperativas, da mesma ou de diferentes modalidades. A Lei Complementar n° 130/2009 definiu os objetivos principais das Sociedades Cooperativas de Crédito. Segundo essa Lei, as cooperativas de crédito podem conceder crédito e captar depósitos à vista e a prazo dos respectivos associados, realizar recebimentos e pagamentos por conta de terceiros, realizar operações com outras instituiçõesfinanceiras e obter recursos de pessoas jurídicas, em caráter eventual, a taxas favorecidas ou isentas de remuneração, além de outras operações. As cooperativas centrais de crédito são constituídas para organizar, em comum acordo e em maior escala, os serviços financeiros e assistenciais das filiadas, integrando e orientando suas atividades, bem como facilitando a utilização recíproca dos serviços. São também responsáveis pela supervisão auxiliar das singulares. As federações de cooperativas de crédito, diferentemente das cooperativas centrais de crédito, não podem realizar operações restritas às instituições financeiras, como a captação de recursos e a concessão de empréstimos. As confederações constituídas de cooperativas centrais de crédito têm por objetivo orientar, coordenar e executar atividades destas, nos casos em que o vulto dos empreendimentos e a natureza das atividades transcenderem o âmbito de capacidade ou a conveniência de atuação das associadas. Por meio da Circular Bacen n.º 4000/2020, as cooperativas de crédito passaram a emitir Letras de Crédito Imobiliário (LCI). Proteção Os depósitos em cooperativas de crédito têm a proteção do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). Esse fundo garante os depósitos e os créditos mantidos nas cooperativas singulares de crédito e nos bancos cooperativos em caso de intervenção ou liquidação extrajudicial dessas instituições. Atualmente, o valor limite dessa proteção é o mesmo em vigor para os depositantes dos bancos. São exemplos de Cooperativas de Crédito: BANCOS MÚLTIPLOS O banco múltiplo consiste em instituição financeira constituída com, no mínimo, duas das seguintes carteiras, sendo uma delas obrigatoriamente comercial ou de investimento: I. comercial; II. de investimento; III. de desenvolvimento; IV. de crédito imobiliário; V. de crédito, financiamento e investimento; e VI. de arrendamento mercantil. Considera-se carteira o conjunto de atividades principais desempenhadas por bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades de crédito, financiamento e investimento e sociedades 14 Conhecimentos Bancários | Juca Siade de arrendamento mercantil, definidas pela legislação e pela regulamentação específica. As operações realizadas por banco múltiplo estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras. Não há vinculação entre as fontes de recursos captados e as aplicações do banco múltiplo, salvo os casos previstos em legislação ou regulamentação específica. As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista. Essas serão consideradas instituições financeiras monetárias. Na sua denominação social deve constar a expressão “Banco”. * A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. São exemplos de Bancos Múltiplos: 1.2.4.2. Instituições Financeiras Não- Monetárias (ou Não-bancárias) São as instituições que captam recursos para empréstimo, através da emissão de títulos e, portanto, intermediam a moeda. Nesta categoria, enquadram-se: 1. Bancos de Desenvolvimento 2. Bancos de Investimento 3. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento 4. Sociedades de Crédito Imobiliário 5. Companhias Hipotecárias 6. Associações de Poupança e Empréstimo BANCOS DE DESENVOLVIMENTO Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras públicas criadas e controladas por unidade da Federação, constituídas sob a forma de sociedade anônima. Em sua denominação deve constar a expressão “Banco de Desenvolvimento”, seguida do nome da unidade da Federação que detiver seu controle acionário, sendo vedado o uso de denominação ou nome fantasia que contenha termos característicos das demais instituições do Sistema Financeiro Nacional ou de expressões similares, em vernáculo ou em idioma estrangeiro. O banco de desenvolvimento deve ter sua sede na Capital da unidade da Federação que detiver seu controle acionário. O objetivo precípuo dos bancos de desenvolvimento deve ser proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, no médio e longo prazos, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento econômico e social das respectivas unidades da Federação que detiverem seu controle acionário, cabendo-lhes apoiar prioritariamente o setor privado. Excepcionalmente, quando o empreendimento visar a benefícios de interesse comum, os bancos de desenvolvimento podem prestar assistência a programas e projetos desenvolvidos em unidade da Federação limítrofe à sua área de atuação. Os bancos de desenvolvimento não podem manter agências. Os bancos de desenvolvimento podem empregar em suas atividades, observada a legislação e a regulamentação específica aplicável a cada caso, além de recursos próprios, os provenientes de: I. depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado; II. empréstimos e financiamentos obtidos no País e no exterior; III. operações de crédito ou aportes do setor público federal, estadual ou municipal; IV. emissão ou negociação de cédulas hipotecárias e de cédulas de crédito imobiliário; V. negociação de títulos, cédulas e certificados do agronegócio; VI. emissão de letras de crédito do agronegócio; VII. emissão de letras financeiras; VIII. negociação de certificados de cédulas de crédito bancário; e IX. outras formas de captação admitidas pela legislação e pela regulamentação. São exemplos de Bancos de Desenvolvimento: Comercial Investimento Desenvolvimento Banco Múltiplo Arrendamento Mercantil Crédito, Financiamento e Investimento Crédito Imobiliário 15 Conhecimentos Bancários | Juca Siade BANCOS DE INVESTIMENTO São instituições financeiras de natureza privada, especializadas em operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros. Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, constando obrigatoriamente em sua denominação social a expressão “Banco de Investimento”. É admitido aos bancos de investimento manter contas de depósitos sem remuneração, não movimentáveis por cheque, cujos recursos sejam destinados à realização de operações ou à contratação de serviços relacionados a seu objeto social. Os bancos de investimento podem empregar em suas atividades, além de recursos próprios, os provenientes de: I. depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado; II. recursos oriundos do exterior, inclusive por meio de repasses interbancários; III. repasse de recursos oficiais; IV. depósitos interfinanceiro; e V. outras formas de captação permitidas pela legislação ou regulamentação específica. São exemplos de Bancos de Investimento: SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO - FINANCEIRAS São instituições financeiras privadas que têm como objetivo básico a realização de financiamento para a aquisição de bens, serviços e capital de giro. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão “Crédito, Financiamento e Investimento”. • Função: financiar bens de consumo duráveis por meio do popularmente conhecido “crediário” ou crédito direto ao consumidor. • Não podem: manter contas correntes. Por meio da Resolução Bacen nº 4.812/2020, as sociedades de crédito, financiamento e investimento ficam autorizadas a emitir Certificado de Depósito Bancário (CDB). Além disso podem captar recursos por meio dos seguintes instrumentos: I. depósito interfinanceiro (DI); II. depósito a prazo com garantia especial (DPGE); III. letra de câmbio (LC); IV. Letra de Crédito do Agronegócio (LCA); V. Letra Financeira (LF); VI. Letra Imobiliária Garantida (LIG); VII. operação compromissada; e VIII. recibo de depósito bancário (RDB). Muitas das financeiras não ligadas a bancos fazem partede conglomerados econômicos e operam como braço financeiro de grupos comerciais ou industriais. É o caso, por exemplo, de algumas lojas de departamento e montadoras de veículos que possuem suas próprias financeiras, concentrando suas operações no financiamento de seus próprios produtos. As SCFIs também podem operar em nichos que não são atendidos pelos conglomerados bancários, principalmente nos empréstimos e financiamentos com características específicas (risco mais elevado, financiamento de veículos usados, convênios com estabelecimentos comerciais). São exemplos de Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento: SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO A Sociedade de Crédito Imobiliário (SCI) é um tipo de instituição financeira especializada no financiamento habitacional, integrante do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). O foco da SCI consiste no financiamento para construção de habitações, na abertura de crédito para compra ou construção de casa própria e no financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de construção. Atualmente, em decorrência da sua condição de repassadora, as SCIs têm atuado de forma mais limitada, voltando-se para operações específicas, como o programa “Minha Casa, Minha Vida”. A SCI é constituída na forma de sociedade anônima e é supervisionada pelo Banco Central. Deve constar de sua denominação social a expressão “crédito imobiliário”. Desde a década de 80, as SCIs não captam recursos do público e atuam somente na condição de repassadoras. A única Sociedades de Crédito Imobiliário em atuação no Brasil é a CPCI - Companhia de Crédito Imobiliário S/A, a qual pretende requerer ao Banco Central o cancelamento de sua autorização para funcionar. COMPANHIAS HIPOTECÁRIAS Companhia hipotecária (CH) tem por objetivo a concessão de financiamentos imobiliários residenciais ou comerciais, empréstimos garantidos por hipotecas ou alienação fiduciária de imóveis e repasses de recursos relacionados a programas imobiliários, além da administração de fundos de investimento imobiliário. Foi criada pela Resolução 2.122, de 30 de novembro de 1994, para fomentar o financiamento imobiliário além dos limites 16 Conhecimentos Bancários | Juca Siade do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Com a publicação da Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009, que instituiu o Programa Minha Casa, Minha Vida, a Companhia Hipotecária passou a fazer parte do SFH. A CH não recebe depósitos de poupança. Seus recursos provêm, entre outros, de letras hipotecárias, debêntures, empréstimos, financiamentos no País e no Exterior e letras de crédito imobiliário (LCI). Considerada instituição financeira, a CH é autorizada e supervisionada pelo Banco Central e regulada não só por esta autarquia, como também pelo Conselho Monetário Nacional. Deve ser constituída sob a forma de sociedade anônima e a expressão “Companhia Hipotecária” deve constar de sua denominação social. São exemplos de Companhias Hipotecárias: ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO Associação de Poupança e Empréstimo (APE) é uma instituição criada para facilitar aos associados a aquisição da casa própria e captar, incentivar e disseminar a poupança. Os depositantes tornam-se associados da instituição. Os associados podem participar da APE de duas formas básicas: ao adquirir financiamento imobiliário ou ao depositar seu dinheiro para formar poupança. • Operações ativas: basicamente direcionadas ao mercado imobiliário, inclusive ao Sistema Financeiro de Habitação – SFH. • Operações passivas: depósitos de poupança, letras hipotecárias, repasses e refinanciamentos contraídos no País, empréstimos e financiamentos contraídos no exterior, letras de crédito imobiliário, letra financeira e depósitos interfinanceiros. A APE compõe o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro de Habitação, atua sob a forma de sociedade civil, sendo supervisionada pelo Banco Central. As APEs têm âmbito de atuação regional. Contudo, a única APE em pleno funcionamento no Brasil hoje, a Poupex, tem a particularidade de atuar em âmbito nacional. Ela é gerida pela Fundação Habitacional do Exército (FHE). 1.2.4.3. Sistemas de Financiamento Habitacional e Imobiliário O SISTEMA BRASILEIRO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO (SBPE) O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) tem por finalidade promover o financiamento imobiliário em geral, por meio da captação e do direcionamento dos recursos de depósitos de poupança. Integram o SBPE (Resolução CMN nº 4.676/2018): a. os bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário; b. as caixas econômicas; c. as sociedades de crédito imobiliário; d. as associações de poupança e empréstimo; e e. as cooperativas de crédito autorizadas a captar depósitos de poupança na forma da regulamentação vigente. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH) O Sistema Financeiro da Habitação (SFH) destina-se a facilitar e a promover a construção e a aquisição da casa própria ou moradia, especialmente pelas classes de menor renda da população. Integram o SFH (Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964 e alterações): a. os bancos múltiplos; b. os bancos comerciais; c. as caixas econômicas; d. as sociedades de crédito imobiliário; e. as associações de poupança e empréstimo; f. as companhias hipotecárias; g. os órgãos federais, estaduais e municipais, inclusive sociedades de economia mista em que haja participação majoritária do poder público, que operem no financiamento de habitações e obras conexas; h. as fundações, cooperativas e outras formas associativas para construção ou aquisição da casa própria sem finalidade de lucro; i. as caixas militares; j. as entidades abertas de previdência complementar; k. as entidades fechadas de previdência complementar. l. as companhias securitizadoras de crédito imobiliário; m. outras instituições que venham a ser consideradas pelo Conselho Monetário Nacional como integrantes do Sistema Financeiro da Habitação; n. demais instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central; e As operações no âmbito do SFH devem observar as seguintes condições específicas: I. limite máximo do valor de avaliação do imóvel financiado de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); e II. custo efetivo máximo para o mutuário, compreendendo juros, comissões e outros encargos financeiros, de 12% a.a. (doze por cento ao ano). SISTEMA FINANCEIRO IMOBILIÁRIO (SFI) O Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) tem por finalidade promover o financiamento imobiliário em geral, segundo condições compatíveis com os fundos respectivos. Integram o SFI (Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997): 17 Conhecimentos Bancários | Juca Siade a. as caixas econômicas; b. os bancos comerciais; c. os bancos de investimento; d. os bancos com carteira de crédito imobiliário; e. as sociedades de crédito imobiliário; f. as associações de poupança e empréstimo; g. as companhias hipotecárias; e h. a critério do Conselho Monetário Nacional - CMN, outras entidades. QUADRO RESUMO – SISTEMAS DE FINANCIAMENTO HABITACIONAL E IMOBILIÁRIO INSTITUIÇÕES SBPE SFH SFI Caixas Econômicas X X X Sociedades de Crédito Imobiliário X X X Associações de Poupança e Empréstimo X X X Bancos Múltiplos com carteira de crédito imobiliário X X X Cooperativas de Crédito autorizadas a captar depósitos de poupança X Bancos Múltiplos X Bancos Comerciais X X Bancos de Investimento X Companhias Hipotecárias X X Entidades Abertas de Previdência Complementar X Entidades Fechadas de Previdência Complementar X Securitizadoras de crédito imobiliário X Órgãos federais, estaduais e municipais, inclusive sociedades de economia mista em que haja participação majoritária do poder público, que operem no financiamento de habitações e obras conexas. X Fundações, Cooperativas e outras formas associativas para construção ou aquisição da casa própria sem finalidade de lucro. XCaixas Militares X Outras instituições, a critério do Conselho Monetário Nacional. X X Demais instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central X 1.2.4.4. Instituições Auxiliares do Mercado Financeiro São aquelas que promovem intermediações entre poupadores e investidores, tendo a bolsa de valores como elemento fundamental desse segmento. Nesta categoria, enquadram-se: 1. Bolsas de Valores 2. Bolsas de Mercadorias e Futuros 3. Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários 4. Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários 5. Sociedades de Arrendamento Mercantil BOLSAS DE VALORES As bolsas de valores são sociedades anônimas ou associações civis. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa, mas estão sujeitas à supervisão da CVM e às diretrizes e políticas do CMN. A Bolsa é o local especialmente criado e mantido para negociação de valores mobiliários (títulos, tais como: debêntures, ações e outros) em mercado livre e aberto, organizado e fiscalizado por seus membros e pela Comissão de Valores Mobiliários. No Brasil a única bolsa de valores em atuação é a B3 S.A., resultante da fusão, em 2017, da BM&F Bovespa com a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip S/A). Suas atividades incluem criação e administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para todas as principais classes de ativos, desde ações e títulos de renda fixa corporativa até derivativos de moedas, operações estruturadas e taxas de juro e de commodities. BOLSAS DE MERCADORIAS E FUTUROS Uma Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), é uma associação privada civil com finalidade lucrativa, organizada para proporcionar a seus membros as facilidades necessárias à realização de negócios (compra e venda) em mercados de liquidação futura. Nas BM&F são negociadas commodities – termo usado em transações comerciais internacionais para designar um tipo de mercadoria em estado bruto ou com um grau pequeno de industrialização. As principais commodities são produtos agrícolas (café, soja, açúcar, etc) ou minérios (ouro, aço, cobre, etc.). SOCIEDADES CORRETORAS E DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS A corretora de títulos e valores mobiliários (CTVM) e a distribuidora de títulos e valores mobiliários (DTVM) atuam nos mercados financeiro e de capitais e no mercado cambial intermediando a negociação de títulos e valores mobiliários entre investidores e tomadores de recursos. As corretoras e distribuidoras, na atividade de intermediação, oferecem serviços como plataformas de investimento pela internet (home broker), consultoria financeira, clubes de investimentos, financiamento para compra de ações (conta margem) e administração e custódia de títulos e valores mobiliários dos clientes. Na remuneração pelos serviços, essas instituições podem cobrar comissões e taxas. As corretoras e as distribuidoras devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. São supervisionadas tanto pelo Banco Central quanto pela Comissão de Valores Mobiliários. Com a Decisão Conjunta 17/2009, que autorizou as distribuidoras a operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsa de valores, eliminou-se a principal diferença entre as corretoras e as distribuidoras de títulos e valores mobiliários, que hoje podem realizar praticamente as mesmas operações. 18 Conhecimentos Bancários | Juca Siade Principais atividades das corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários: • comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros; • operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros; • intermediar a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado; • operar em bolsas de valores; • administrar carteiras e custodiar de títulos e valores mobiliários; • subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no mercado; • exercer funções de agente fiduciário; • instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento; • intermediar operações de compra e venda de moeda estrangeira, além de outras operações no mercado de câmbio; • praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta própria e de terceiros; • realizar operações compromissadas; • praticar operações de conta margem; • prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica, em operações e atividades nos mercados financeiro e de capitais. São exemplos de Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários: São exemplos de Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários: SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL As sociedades de arrendamento mercantil devem ser constituídas como sociedades anônimas, constando obrigatoriamente em sua denominação social a expressão “Arrendamento Mercantil”. Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e realizem operações com características de um financiamento, as sociedades de arrendamento mercantil não são consideradas instituições financeiras, mas sim entidades equiparadas a instituições financeiras. As sociedades de arrendamento mercantil podem empregar em suas atividades, além de recursos próprios, os provenientes de: I. recursos captados no exterior; II. empréstimos e financiamentos de instituições financeiras nacionais, inclusive na forma de repasses de recursos externos; III. instituições financeiras oficiais, destinados a repasses de programas específicos; IV. emissão de Letra de Arrendamento Mercantil, nos termos da regulamentação específica; V. emissão pública ou privada de debêntures; VI. emissão de notas promissórias destinadas a oferta pública; VII. cessão de contratos de arrendamento mercantil, bem como dos direitos creditórios deles decorrentes; VIII. depósitos interfinanceiros, nos termos da regulamentação específica; e IX. outras formas de captação de recursos autorizadas pelo Banco Central do Brasil. São exemplos de Sociedades de Arrendamento Mercantil: 1.2.5. Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados. Composição • Representante do Ministério da Economia - Presidente • Representante da SUSEP - Presidente Substituto • Representante do Ministério da Justiça • Representante da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho • Representante do Banco Central do Brasil • Representante da Comissão de Valores Mobiliários 19 Conhecimentos Bancários | Juca Siade Atribuições do CNSP • Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados; • Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades previstas; • Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro; • Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; • Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do IRB; • Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações; • Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor. Cabe à Secretaria de Política Econômica (SPE), nos termos do Decreto nº 9.745, de 8 de abril de 2019, assessorar o representante do Ministério da Economia no Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), órgão regulador dos setores de seguros, resseguros, previdência complementar aberta e capitalização. 1.2.6. Superintendência de Seguros Privados – SUSEP A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Autarquiavinculada ao Ministério da Economia, foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. Missão “Estimular o desenvolvimento dos mercados de seguro, resseguro, previdência complementar aberta e capitalização, garantindo a livre concorrência, estabilidade e o respeito ao consumidor.” Atribuições da SUSEP • Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP; • Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro; • Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados; • Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização; • Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que neles operem; • Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; • Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas; • Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas; • Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. Estrutura A SUSEP é administrada por um Conselho Diretor, composto pelo Superintendente e por quatro Diretores. Compete ao Colegiado fixar as políticas gerais da Autarquia, com vistas à ordenação das atividades do mercado, cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e aprovar instruções, circulares e pareceres de orientação em matérias de sua competência. A presidência do Colegiado cabe ao Superintendente que tem, ainda, como atribuições, promover os atos de gestão da Autarquia e sua representação perante o Governo e à sociedade. 1.2.7. Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC O Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC é o órgão com a função de regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar, nova denominação do então Conselho de Gestão da Previdência Complementar. O CNPC é presidido pelo ministro da Previdência Social e composto por representantes da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), da Casa Civil da Presidência da República, do Ministério da Economia, das entidades fechadas de previdência complementar, dos patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar e dos participantes e assistidos de planos de benefícios das referidas entidades. 1.2.8. Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma autarquia de natureza especial, dotada de autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, vinculada ao Ministério da Economia, com sede e foro no Distrito Federal, tendo atuação em todo o território nacional como entidade de fiscalização e supervisão das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e de execução das políticas para o regime de previdência complementar operado pelas referidas entidades. A Previc, de acordo com o Decreto nº 8.992, de 20 de fevereiro de 2017, é dirigida por uma Diretoria Colegiada, composta por: • Diretor-Superintendente; • Diretor de Administração; • Diretor de Licenciamento; • Diretor de Fiscalização e Monitoramento; e • Diretor de Orientação Técnica e Normas Possui ainda, em sua estrutura, Gabinete, Assessoria de Comunicação Social e Parlamentar, Coordenação-Geral de Suporte à Diretoria Colegiada, Ouvidoria, Coordenação-Geral de Inteligência e Gestão de Riscos, Coordenação-Geral de Gestão Estratégica e Inovação Institucional, Corregedoria, Auditoria Interna, Procuradoria Federal, além de cinco Escritórios de Representação em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul. 20 Conhecimentos Bancários | Juca Siade Principais atribuições da Previc • proceder à fiscalização das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e das suas operações; • apurar e julgar as infrações e aplicar as penalidades cabíveis; • expedir instruções e estabelecer procedimentos para a aplicação das normas relativas à sua área de competência; • autorizar: a constituição e o funcionamento das entidades fechadas de previdência complementar e a aplicação dos respectivos estatutos e dos regulamentos de planos de benefícios; as operações de fusão, cisão, incorporação ou qualquer outra forma de reorganização societária, relativas às entidades fechadas de previdência complementar; a celebração de convênios e termos de adesão por patrocinadores e instituidores e as retiradas de patrocinadores e instituidores; e as transferências de patrocínio, grupos de participantes e assistidos, planos de benefícios e reservas entre entidades fechadas de previdência complementar; • harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar com as normas e as políticas estabelecidas para o segmento; • decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades fechadas de previdência complementar e nomear interventor ou liquidante, nos termos da lei; • nomear administrador especial de plano de benefícios específico, podendo atribuir-lhe poderes de intervenção e liquidação extrajudicial, na forma da lei; • promover a mediação e a conciliação entre entidades fechadas de previdência complementar e entre as entidades e seus participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores, bem como dirimir os litígios que lhe forem submetidos na forma da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996; • enviar relatório anual de suas atividades ao Ministério da Fazenda e, por seu intermédio, ao Presidente da República e ao Congresso Nacional; e adotar as providências necessárias ao cumprimento de seus objetivos. EXERCÍCIOS DO MÓDULO 1 1. (FGV/2014 – BNB) O Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) foi criado pela lei nº 4595, de 31/12/1964, para atuar como órgão executivo central do sistema financeiro, tendo como funções cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Entre as atribuições do Banco Central estão: a. emitir papel-moeda, exercer o controle do crédito e exercer a fiscalização das instituições financeiras, punindo-as quando necessário; b. determinar as taxas de recolhimento compulsório, autorizar as emissões de papel-moeda e estabelecer metas de inflação; c. regulamentar as operações de redesconto de liquidez, coordenar as políticas monetárias creditícia e cambial e estabelecer metas de inflação; d. regular o valor interno da moeda, regular o valor externo da moeda e zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; e. determinar as taxas de recolhimento compulsório, regular o valor interno e externo da moeda e autorizar as emissões de papel-moeda. 2. (FGV/2014 – BNB) O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão responsável pela fixação das diretrizes das políticas monetária, creditícia e cambial do país. Não cabem ao CMN funções executivas. O número de membros do CMN foi variável desde a sua criação (31/12/1964), de acordo com as exigências políticas e econômicas de cada Governo. Em razão da Lei nº 9.069/95, em vigor, o CMN passou a ser integrado por: a. 11 (onze) membros; b. 10 (dez) membros; c. 8 (oito) membros; d. 4 (quatro) membros; e. 3 (três) membros. 3. (FGV/2023 – CÂMARA DOS DEPUTADOS) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de
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