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CB_Módulo 1_Estrutura do Sistema Financeiro Nacional_Juca Siade

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Conhecimentos Bancários
Professor Juca Siade
2
MÓDULO 1
1. ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN)
1.1. INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
Para compreendermos o que é a “intermediação financeira” 
vamos primeiramente conhecer as situações em que se 
encontram dois personagens: o Vermelhilson e a Azuleide.
VERMELHILSON tem 30 anos, é um 
engenheiro mecânico e trabalha numa 
empresa multinacional onde recebe um 
salário de R$ 8.000,00 (oito mil reais).
Ele é solteiro e gosta muito de aproveitar 
a vida, principalmente de viajar com os 
amigos. A próxima viagem já tem data 
marcada para daqui a um mês, entretanto, 
Vermelhilson não está com dinheiro 
suficiente para custeá-la, pois sua despesa 
média mensal é de R$ 7.200,00 (sete mil e 
duzentos reais) e ele não conseguiu juntar o 
dinheiro necessário.
Certamente ele precisará tomar recursos 
emprestados, seja com alguém que conhece 
ou no banco onde tem sua conta, se quiser 
manter o compromisso que firmou com seus amigos.
Já AZULEIDE é uma psicóloga de 28 anos 
que trabalha em um hospital, onde recebe 
um salário é de R$ 6.000,00 (seis mil reais).
Ele está noiva e pretende se casar daqui 
a dois anos. Para cumprir esse objetivo, 
Azuleide poupa todo mês uma parte 
expressiva do seu salário, pois pretende 
colaborar com seu noivo nas despesas da 
festa de casamento e de uma bela viagem 
de lua de mel. Todos os meses ela consegue 
poupar R$ 2.000,00 (dois mil reais) do seu 
salário.
O pai de Azuleide, sabendo que sua filha 
estava guardando suas economias num 
cofre de sua casa, aconselhou que ela investisse esse dinheiro, de 
forma segura e rentável, a fim de manter o seu poder de compra.
Percebe-se que Vermelhilson está numa situação em que 
não dispõe dos recursos necessários para realizar seu objetivo, 
enquanto Azuleide está com sobra de recursos, aguardando o 
momento oportuno para utilizá-los.
Nota-se ainda que Vermelhilson, caso decida fazer a viagem 
com os amigos, estará disposto a pagar alguns juros pelo dinheiro 
emprestado, enquanto Azuleide busca receber rendimentos para 
que seu dinheiro não se desvalorize.
Se Vermelhilson e Azuleide sem conhecessem pessoalmente, 
bem que poderiam ajudar um ao outro, não é mesmo? Mas isso não 
é tão simples assim, pois essa relação envolveria alguns riscos. 
Imaginemos que Vermelhilson perdesse seu emprego e não pudesse 
mais pagar à amiga, ou ainda, que Azuleide cobrasse a quitação do 
empréstimo antes do prazo combinado, dentre outros transtornos. 
Tudo isso seria muito frustrante para ambos, concorda?
Fica então a pergunta: como nossos personagens poderiam 
realizar seus objetivos de maneira segura, com “alguém” 
que realize tanto a captação como a concessão de recursos 
financeiros sujeitando-se a normas e fiscalização rígidas? A 
resposta é simples: por intermédio de uma instituição financeira. 
Vejamos como seria isso!
Quando a instituição financeira 
capta recursos e os mantém sob 
sua administração, tal operação é 
denominada PASSIVA.
Por dispor de recursos, Azuleide 
é denominada “POUPADORA” ou 
“AGENTE SUPERAVITÁRIA”.
A instituição 
financeira paga 
uma taxa de 
juros para captar 
recursos da 
poupadora.
DEPÓSITO / 
APLICAÇÃO
Quando a instituição financeira 
concede recursos na forma de 
empréstimos ou financiamentos, tal 
operação é denominada ATIVA.
Por necessitar de recursos, 
Vermelhilson é denominado 
“TOMADOR” ou “AGENTE 
DEFICITÁRIO”.
A instituição 
financeira cobra 
uma taxa de juros 
para conceder 
recursos ao 
tomador.
EMPRÉSTIMO / 
FINANCIAMENTO
3
Conhecimentos Bancários | Juca Siade
A esse fluxo de recursos entre agentes superavitários e deficitários, administrado por instituições financeiras, chamamos INTERMEDIAÇÃO 
FINANCEIRA.
Do fenômeno acima, ainda podemos destacar alguns conceitos importantes, a saber:
Empréstimo: é a concessão de recursos em conta bancária, por parte das instituições financeiras, sem uma destinação específica; ou 
seja, o tomador utiliza o dinheiro com o que bem lhe convier (pagar dívidas, fazer compras etc.).
Financiamento: é a concessão de recursos, por parte das instituições financeiras, com destinação específica; ou seja, o tomador não 
utiliza o dinheiro como lhe convém, pois ele atende a uma finalidade, tal como: a compra de um imóvel, de um veículo, de um equipamento, 
a aquisição de um serviço etc.; os valores não são depositados na conta do tomador e sim na conta do fornecedor do bem ou serviço 
adquirido por ele.
Spread Bancário: é a diferença percentual entre o custo da captação de recursos, pago pela instituição financeira ao poupador, e o que 
o ela cobra do tomador nos empréstimos ou financiamentos; por exemplo, se a instituição financeira paga 10% ao ano para o poupador e 
cobra 35% ao ano do tomador, o spread será de 25% ao ano.
1.2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Compreende-se o Sistema Financeiro Nacional (SFN), como sendo o conjunto de instituições que se dedicam, direta ou indiretamente, para 
oferecer condições satisfatórias à intermediação financeira.
Como todo sistema é um conjunto de elementos organizados, o SFN não poderia ser diferente. Ele é organizado por órgãos normativos, 
entidades supervisoras e operadores. Os órgãos normativos determinam regras gerais para o bom funcionamento do sistema. As 
entidades supervisoras trabalham para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos. Os 
operadores são as instituições que prestam serviços e administram recursos, no papel de intermediários.
Moeda, Crédito, Capitais e Câmbio Seguros Privados Previdência Fechada
Ór
gã
os
 
N
or
m
at
iv
os
CMN
Conselho Monetário Nacional
CNSP
Conselho Nacional de 
Seguros Privados
CNPC
Conselho Nacional 
de Previdência 
Complementar
En
tid
ad
es
 
Su
pe
rv
is
or
as
BACEN
Banco Central do Brasil
CVM
Comissão de Valores 
Mobiliários
SUSEP
Superintendência de 
Seguros Privados
PREVIC
Superintendência 
Nacional de Previdência 
Complementar
Op
er
ad
or
es
Bancos e Caixas 
Econômica
Administra-doras de 
Consórcios
Bolsa de Valores
Seguradoras e 
Resseguradoras
Entidades Fechadas 
de Previdência 
Complementar (fundos 
de pensão)
Cooperativas de Crédito
Corretoras e 
Distribuidoras*
Bolsa de Mercadoria e 
Futuros
Sociedades de 
Capitalização
Instituições de 
Pagamento**
Demais instituições não 
bancárias
Entidades Abertas de 
Previdência
* Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM.
** As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes estabelecidas 
pelo CMN.
O SFN pode ser subdividido em dois subsistemas e em seis mercados. Os subsistemas são: Normativo e Operativo (ou de Intermediação).
O subsistema normativo é composto pelos órgãos normativos (cujas funções são exclusivamente normativas) e as entidades 
supervisoras (cujas funções são normativas e executivas, fiscalizando instituições sob suas responsabilidades).
SUBSISTEMA NORMATIVO
Ór
gã
os
 
N
or
m
at
iv
os
CMN
Conselho Monetário Nacional
CNSP
Conselho Nacional de 
Seguros Privados
CNPC
Conselho Nacional 
de Previdência 
Complementar
En
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es
 
Su
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rv
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or
as
BACEN
Banco Central do Brasil
CVM
Comissão de Valores 
Mobiliários
SUSEP
Superintendência de 
Seguros Privados
PREVIC
Superintendência 
Nacional de Previdência 
Complementar
4
Conhecimentos Bancários | Juca Siade
SUBSISTEMA OPERATIVO
Op
er
ad
or
es
Bancos e Caixas 
Econômica
Administra-doras de 
Consórcios
Bolsa de Valores
Seguradoras e 
Resseguradoras
Entidades Fechadas 
de Previdência 
Complementar (fundos 
de pensão)
Cooperativas de Crédito
Corretoras e 
Distribuidoras*
Bolsa de Mercadoria e 
Futuros
Sociedades de 
Capitalização
Instituições de 
Pagamento**
Demais instituições não 
bancárias
Entidades Abertas de 
Previdência
Quanto aos mercados presentes no SFN, são eles: monetário, de crédito, de capitais, cambial, de seguros (incluindo resseguros, 
capitalização e previdênciaaberta) e de previdência fechada. Serão estudados nos módulos à frente.
1.2.1. Conselho Monetário Nacional – CMN
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e tem a responsabilidade de formular a 
política da moeda e do crédito. Seu objetivo é a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do país.
Ele foi criado pela Lei n.º 4.595, de 31 de dezembro de 1964 e deu início às suas atividades 90 dias depois, em 31 de março de 1965.
Composição do CMN
• Ministro de Estado da Fazenda (presidente do Conselho);
• Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento; e
• Presidente do Banco Central do Brasil.
Reuniões do CMN:
O CMN reúne-se ordinária (uma vez ao mês) e/ou extraordinariamente para discutir assuntos de interesse do SFN. As matérias aprovadas 
são regulamentadas por meio de Resoluções CMN, divulgadas no Diário Oficial da União (DOU) e no “Busca de Normas” do Conselho e do 
Banco Central (BC).
PESSOAL PRESENTE NAS REUNIÕES DO CMN
Participam Os Conselheiros Os membros da COMOC
Os Diretores de Administração e 
Fiscalização do Banco Central do Brasil
Podem assistir Assessores credenciados 
individualmente pelos conselheiros
Convidados do presidente 
do CMN
Funcionários do BACEN credenciados pelo 
seu presidente
Podem votar Apenas os Conselheiros
Segundo a Lei nº 9.069/95, em seu artigo 8º e parágrafos 1º e 2º, o Conselho deliberará mediante resoluções, por maioria de votos, cabendo 
ao Presidente a prerrogativa de deliberar, nos casos de urgência e relevante interesse, ad referendum dos demais membros. Quando 
deliberar ad referendum do Conselho, o Presidente submeterá a decisão ao colegiado na primeira reunião que se seguir àquela deliberação.
São objetivos do CMN:
• orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras públicas ou privadas de forma a garantir condições favoráveis ao 
desenvolvimento equilibrado da economia nacional;
• propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, de forma a tornar mais eficiente o sistema de pagamento 
e mobilização de recursos;
• zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financeiras;
• coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. 
Compete ao CMN:
• aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central da República do Brasil, por meio dos quais se estimarão as 
necessidades globais de moeda e crédito;
• determinar as características gerais das cédulas e das moedas;
• fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro e quaisquer operações em direitos especiais 
de saque e em moeda estrangeira; 
• disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações creditícias;
• regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras que operam no país;
• limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e 
serviços bancários ou financeiros;
5
Conhecimentos Bancários | Juca Siade
• determinar a percentagem máxima dos recursos que as 
instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo 
cliente ou grupo de empresas; 
• expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem 
observadas pelas instituições financeiras;
• outorgar ao BC o monopólio de operações de câmbio quando o 
balanço de pagamento o exigir;
• delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital 
mínimo das instituições financeiras privadas, levando em 
conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e 
agências ou filiais;
• estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, 
mobilizações e outras relações patrimoniais a serem 
observadas pelas instituições financeiras;
• estabelecer a meta para inflação.
Percebe-se que as atribuições do CMN guardam algumas 
características relacionadas aos verbos que as iniciam e aos 
assuntos que se seguem.
Os verbos (orientar, propiciar, zelar, coordenar, aprovar, 
determinar, regular, outorgar, estabelecer) são característicos 
das atribuições de uma autoridade máxima, ou seja, não há verbos 
de execução, mas tão somente verbos deliberativos, de ordem, 
pois o CMN não executa qualquer tarefa no sistema financeiro. 
Ele manda! Ele normatiza! Ele delibera! A tarefa executiva caberá 
às suas entidades supervisoras.
Quanto aos assuntos, é fácil verificar que eles abordam 
temáticas de sua responsabilidade: moeda, crédito, câmbio, 
instituições financeiras e inflação.
Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc):
Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito 
(Comoc) como órgão de assessoramento técnico na formulação 
da política da moeda e do crédito do País. 
Compete à Comissão Técnica da Moeda e do Crédito:
I. propor a regulamentação de matérias de competência do 
Conselho Monetário Nacional;
II. manifestar-se, na forma prevista em seu regimento 
interno, previamente, sobre as matérias de competência 
do Conselho Monetário Nacional, especialmente aquelas 
constantes da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964;
III. outras atribuições que lhe forem cometidas pelo Conselho 
Monetário Nacional.
Cabe ao Presidente da República, por meio de decreto, aprovar o 
regimento interno da Comissão Técnica da Moeda e do Crédito.
Membros da COMOC
• Presidente do Banco Central - coordenador
• Presidente da Comissão de Valores Mobiliários 
• Secretário-Executivo do Ministério do Planejamento e 
Orçamento 
• Secretário-Executivo do Ministério da Fazenda
• Secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda
• Secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda
• Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda
• Diretores do Banco Central do Brasil*
* Segundo o regimento interno da Comoc, são “quatro diretores 
do Banco Central do Brasil, indicados pelo seu Presidente”. Como 
esta indicação é alterada de acordo com a pauta das reuniões, 
todos os diretores do BC tornam-se membros potenciais da 
Comoc.
A Secretaria-Executiva da Comoc e do CMN é exercida pelo Banco 
Central. Compete à autoridade monetária organizar e assessorar 
as sessões deliberativas (preparar, dar suporte, elaborar as atas e 
manter o arquivo histórico, entre outras funções administrativas).
SAIBA MAIS...
• As reuniões da COMOC ocorrem nos dias úteis imediatamente 
anteriores às reuniões do CMN;
• As decisões do CMN são tomadas por maioria simples de 
votos;
• As Resoluções são assinadas pelo Presidente do Banco 
Central do Brasil e as Atas das Reuniões do CMN são 
assinadas por todos os Conselheiros presentes à reunião.
1.2.2. Banco Central do Brasil (BC ou BACEN)
O Banco Central é uma autarquia de natureza especial, criado 
pela Lei nº 4.595/1964 e com autonomia estabelecida pela Lei 
Complementar nº 179/2021. Caracteriza-se pela ausência de 
vinculação a Ministério, de tutela ou de subordinação hierárquica, 
pela autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira, 
pela investidura a termo de seus dirigentes e pela estabilidade 
durante seus mandatos.
Objetivo Fundamental
O Banco Central do Brasil tem por objetivo fundamental assegurar 
a estabilidade de preços.
ATRIBUIÇÕES DO CMN
De autoridade 
máxima
VERBOS
ASSUNTOS
Moeda
Deliberativos
Crédito
Instituições 
Financeiras
De ordem
Câmbio
Inflação
6
Conhecimentos Bancários | Juca Siade
Outros Objetivos
• zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro;
• suavizar as flutuações do nível de atividade econômica; e
• fomentar o pleno emprego.
Diretoria colegiada
A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil terá 9 (nove) 
membros, sendo um deles o seu Presidente, todos nomeados pelo 
Presidente da República, após aprovação de seus nomes pelo 
Senado Federal, entre brasileiros idôneos, de reputação ilibada 
e de notória capacidade em assuntos econômico-financeiros ou 
com comprovados conhecimentos que os qualifiquem para a 
função.
O mandato do Presidente doBanco Central do Brasil terá 
duração de 4 (quatro) anos, com início no dia 1º de janeiro do 
terceiro ano de mandato do Presidente da República. O cargo de 
Ministro de Estado Presidente do Banco Central do Brasil fica 
transformado no cargo de Natureza Especial de Presidente do 
Banco Central do Brasil. O Presidente do Banco Central do Brasil 
deverá apresentar, no Senado Federal, em arguição pública, 
no primeiro e no segundo semestres de cada ano, relatório de 
inflação e relatório de estabilidade financeira, explicando as 
decisões tomadas no semestre anterior.
Na hipótese de vacância, o cargo de Presidente do Banco 
Central do Brasil será exercido interinamente pelo Diretor com 
mais tempo no exercício do cargo e, dentre os Diretores com o 
mesmo tempo de exercício, pelo mais idoso, até a nomeação de 
novo Presidente.
Os mandatos dos Diretores do Banco Central do Brasil terão 
duração de 4 (quatro) anos, observando-se a seguinte escala:
I. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º 
de março do primeiro ano de mandato do Presidente da 
República;
II. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º 
de janeiro do segundo ano de mandato do Presidente da 
República;
III. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º 
de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da 
República; e
IV. 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de 
janeiro do quarto ano de mandato do Presidente da República.
O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil poderão ser 
reconduzidos 1 (uma) vez, por decisão do Presidente da República.
O prazo de gestão do Presidente e de cada um dos Diretores 
do Banco Central do Brasil estender-se-á até a investidura do 
sucessor no cargo.
A Diretoria é assim composta:
• Presidência;
• Diretoria de Administração;
• Diretoria de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos 
Corporativos;
• Diretoria de Fiscalização;
• Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e de 
Resolução;
• Diretoria de Política Econômica;
• Diretoria de Política Monetária;
• Diretoria de Regulação; e
• Diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de 
Conduta.
A Diretoria Colegiada reúne-se, ordinariamente, uma vez por 
semana e, extraordinariamente, na forma prevista no Regimento 
do Bacen, presentes, no mínimo, o Presidente, ou seu substituto, 
e metade do número de Diretores.
O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil serão 
exonerados pelo Presidente da República:
I. a pedido;
II. no caso de acometimento de enfermidade que incapacite 
o titular para o exercício do cargo;
III. quando sofrerem condenação, mediante decisão 
transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, 
pela prática de ato de improbidade administrativa ou de 
crime cuja pena acarrete, ainda que temporariamente, a 
proibição de acesso a cargos públicos;
IV. quando apresentarem comprovado e recorrente 
desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do 
Banco Central do Brasil.
Na hipótese de que trata o inciso IV, compete ao Conselho 
Monetário Nacional submeter ao Presidente da República 
a proposta de exoneração, cujo aperfeiçoamento ficará 
condicionado à prévia aprovação, por maioria absoluta, do 
Senado Federal.
É vedado ao Presidente e aos Diretores do Banco Central do 
Brasil participar do controle societário ou exercer qualquer 
atividade profissional direta ou indiretamente, com ou sem 
vínculo empregatício, junto a instituições do Sistema Financeiro 
Nacional, após o exercício do mandato, exoneração a pedido ou 
demissão justificada, por um período de 6 (seis) meses.
São atribuições do Bacen:
• emitir papel-moeda e moeda metálica nas condições e limites 
autorizados pelo CMN;
• executar os serviços do meio circulante;
• determinar o recolhimento de até cem por cento do total dos 
depósitos à vista e de até sessenta por cento de outros títulos 
contábeis das instituições financeiras;
• receber os recolhimentos compulsórios dos bancos 
comerciais e os depósitos voluntários das instituições 
financeiras e bancárias que operam no país;
• realizar operações de redesconto e empréstimo com 
instituições financeiras públicas e privadas, consoante 
remuneração, limites, prazos, garantias, formas de negociação 
e outras condições estabelecidos em regulamentação por ele 
editada;
• exercer o controle de crédito sob todas as suas formas;
• efetuar o controle dos capitais estrangeiros, nos termos da 
lei;
Dirad
DirexDirec
DifisDinor
DiorfDipom
Dipec
Presidência
7
Conhecimentos Bancários | Juca Siade
• ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda 
estrangeira e de Direitos Especiais de Saque 1 e fazer com 
estas últimas todas e quaisquer operações previstas no 
Convênio Constitutivo do Fundo Monetário Internacional;
• exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as 
penalidades previstas;
• autorizar o funcionamento, estabelecendo a dinâmica 
operacional, de todas as instituições financeiras;
• estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos 
de direção nas instituições financeiras privadas e públicas 
não federais;
• efetuar, como instrumento de política monetária, operações 
de compra e venda de títulos públicos federais, consoante 
remuneração, limites, prazos, formas de negociação e outras 
condições estabelecidos em regulamentação por ele editada;
• efetuar, como instrumento de política cambial, operações 
de compra e venda de moeda estrangeira e operações com 
instrumentos derivativos no mercado interno, consoante 
remuneração, limites, prazos, formas de negociação e outras 
condições estabelecidos em regulamentação por ele editada.
• regular a execução dos serviços de compensação de cheques 
e outros papéis;
• vigiar a interferência de outras empresas nos mercados 
financeiros e de capitais;
• entender-se, em nome do Governo Brasileiro, com as 
instituições financeiras estrangeiras e internacionais.
Os encargos e serviços de competência do Banco Central, 
quando por ele não executados diretamente, serão contratados 
de preferência com o Banco do Brasil S. A., exceto nos casos 
especialmente autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. 
As atribuições do BACEN, assim como as do CMN, guardam 
algumas características relacionadas aos verbos que as iniciam 
e aos assuntos que se seguem.
Há verbos essencialmente de execução (emitir, executar, receber, 
realizar, exercer, efetuar, vigiar), característicos das atribuições de 
uma entidade supervisora, mas também há verbos de autoridade 
(determinar, autorizar, estabelecer, regular), pois, como vimos, o 
BACEN está no subsistema normativo do SFN e, portanto, também 
elabora normas. A diferença é que as normas emanadas do 
BACEN são específicas, pontuais, regulamentadoras, enquanto 
as normas emitidas pelo CMN são normais gerais.
Quanto aos assuntos, na sua função executiva, o BACEN 
terá os mesmos atribuídos ao CMN (moeda, crédito, câmbio, 
instituições financeiras e inflação). Outrossim, quando estiver 
desenvolvendo sua função normativa, ou mesmo a executiva de 
maneira privativa, os assuntos serão especificamente diferentes 
(recolhimento compulsório, redesconto, funcionamento das 
instituições financeiras, cargos de direção nas instituições 
financeiras, compensação de cheques e outros papéis).
1 DES - Direito Especial de Saque - ativo de reserva criada pelo FMI em 1969 para complementar as reservas internacionais dos países membros.
O Bacen e a supervisão das instituições financeiras
No artigo 10, inciso X, da Lei 4.595/64 está previsto que o 
Banco Central do Brasil concederá autorização às instituições 
financeiras, a fim de que possam:
a. funcionar no País;
b. instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, 
inclusive no exterior;
c. ser transformadas, fundidas, incorporadas ou 
encampadas;
d. praticar operações de câmbio, crédito real e venda 
habitual de títulos da dívida pública federal, estadual 
ou municipal, ações, debêntures, letras hipotecárias e 
outros títulos de crédito ou mobiliários;
e. terprorrogados os prazos concedidos para 
funcionamento;
f. alterar seus estatutos.
g. alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu 
controle acionário. 
Nessa mesma lei, ficou estabelecido ainda que, com base 
nas normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, 
o Banco Central do Brasil estudará os pedidos que lhe sejam 
formulados e resolverá conceder ou recusar a autorização 
pleiteada, podendo incluir as cláusulas que reputar convenientes 
ao interesse público.
ATRIBUIÇÕES DO BACEN
Essencialmente de 
execução
VERBOS
ASSUNTOS
Moeda
Compulsório
Crédito
Redesconto
Instituições 
Financeiras
Cargos de direção 
nas IF’s
Alguns deliberativos
Câmbio
Funcionamento das 
IF’s
Inflação
Compensação de 
cheques
8
Conhecimentos Bancários | Juca Siade
As instituições financeiras estrangeiras dependem de 
autorização do Poder Executivo, mediante decreto, para que 
possam funcionar no País.
O Decreto n.º 10.029, de 26 de setembro de 2019, estabeleceu 
que o Banco Central do Brasil fica autorizado a reconhecer como 
de interesse do Governo brasileiro:
I. a instalação, no País, de novas agências de instituições 
financeiras domiciliadas no exterior; e
II. o aumento do percentual de participação, no capital de 
instituições financeiras com sede no País, de pessoas 
físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no exterior.
Cabe ainda ressaltar que o Banco Central do Brasil (BC), no 
desempenho de sua missão institucional de assegurar que o 
sistema financeiro seja sólido e eficiente, tem o poder de intervir 
nas instituições sob sua jurisdição por meio da decretação de 
regimes de resolução, seja com o intuito de restaurar o curso 
normal de funcionamento ou para interromper suas atividades 
de forma ordenada, mitigando o risco de contágio.
Conforme a evolução e gravidade dos problemas, o BC pode 
intervir diretamente na instituição por meio de um Regime de 
Resolução: Liquidação extrajudicial, Intervenção ou Regime de 
Administração Especial Temporária (RAET).
Liquidação extrajudicial
A liquidação extrajudicial é o regime de insolvência que se destina 
a interromper o funcionamento da instituição e promover sua 
retirada do Sistema Financeiro Nacional (SFN). É adotado quando 
a situação de insolvência é irrecuperável e a interrupção do 
funcionamento da instituição não compromete a estabilidade 
financeira. 
Intervenção
A intervenção é adotada quando se vislumbra alguma possibilidade 
de recuperação. As atividades são suspensas temporariamente. A 
intervenção dura até doze meses. Conforme o caso, a intervenção 
cessará se houver a retomada da normalidade ou, não havendo, 
pela decretação da liquidação extrajudicial ou da falência. 
Regime de Administração Especial Temporária (RAET)
O RAET não afeta as atividades normais da instituição. É adotado 
quando a instituição, em razão do seu porte ou complexidade 
operacional, desempenha funções críticas para a economia real 
ou a quando a paralisação abrupta do seu funcionamento possa 
causar riscos à estabilidade financeira. O RAET será encerrado se 
houver normalização da atividade ou solução de mercado para 
a instituição. Não havendo solução de mercado, a União pode 
assumir o seu controle. Havendo possibilidade de adoção de 
medidas para preservação das funções críticas e da estabilidade 
financeira, o RAET poderá ser encerrado pela decretação da 
Liquidação extrajudicial.
Não necessariamente uma instituição problemática precisa ser 
liquidada. O BC atua para que os administradores e controladores 
restituam a instituição à normalidade ou promovam a sua retirada 
ordenada do sistema financeiro.
O Bacen na Constituição Federal de 1988
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida 
exclusivamente pelo banco central.
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, 
empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade 
que não seja instituição financeira.
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de 
emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta 
de moeda ou a taxa de juros.
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no 
banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios 
e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por 
ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados 
os casos previstos em lei.
O Bacen na Lei de Responsabilidade Fiscal (LCP n.º 101/2000)
Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida 
pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei 
Complementar.
Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre 
um ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, 
autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, 
inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que sob 
a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida 
contraída anteriormente.
(...)
Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o Banco 
Central do Brasil está sujeito às vedações constantes do art. 35 
e mais às seguintes:
I. compra de título da dívida, na data de sua colocação no 
mercado, ressalvado o disposto no § 2o deste artigo;
II. permuta, ainda que temporária, por intermédio de 
instituição financeira ou não, de título da dívida de ente da 
Federação por título da dívida pública federal, bem como 
a operação de compra e venda, a termo, daquele título, 
cujo efeito final seja semelhante à permuta;
III. concessão de garantia.
(...)
§ 2° O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente 
títulos emitidos pela União para refinanciar a dívida mobiliária 
federal que estiver vencendo na sua carteira.
§ 3° A operação mencionada no § 2o deverá ser realizada à taxa 
média e condições alcançadas no dia, em leilão público.
§ 4° É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida 
pública federal existentes na carteira do Banco Central do Brasil, 
ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida 
mobiliária.
O Bacen pelo Brasil
O Bacen tem sede em Brasília, capital do País, e representações 
nas capitais dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, 
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará. 
Essas últimas auxiliam no fornecimento de dinheiro em cédulas 
e moedas, estudam a conjuntura regional, fiscalizam instituições 
financeiras e prestam atendimento direto aos cidadãos que não 
podem comparecer à sede em Brasília.
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Conhecimentos Bancários | Juca Siade
Papéis desempenhados pelo Bacen:
Banco do 
governo O BC detém as contas mais importantes do governo e é o depositário das reservas internacionais do país.
Banco dos 
bancos
As instituições financeiras precisam manter contas no BC. Essas contas são monitoradas para que as transações financeiras 
aconteçam com fluidez e para que as próprias contas não fechem o dia com saldo negativo.
Emissor do 
dinheiro
O BC gerencia o meio circulante, que nada mais é do que garantir, para a população, o fornecimento adequado de dinheiro em 
espécie.
1.2.2.1. Comitê De Política Monetária - COPOM
O Comitê de Política Monetária (Copom) foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política 
monetária e de definir a taxa de juros.
A reunião do Copom segue um processo que procura embasar da melhor forma possível a sua decisão. Os membros do Copom assistem 
a apresentações técnicas do corpo funcional do BC, que tratam da evolução e perspectivas das economias brasileira e mundial, das 
condições de liquidez e do comportamento dos mercados. Assim, o Comitê utiliza um amplo conjunto de informações para embasar sua 
decisão. Depois, a reunião é reservada para a discussão da decisão entre os membros. A decisão é tomada com base na avaliação do 
cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados. Todos os membros do Copom presentes na reunião votam e seus votos 
são divulgados, cabendo ao Presidente voto de qualidade. As decisões do Copom são tomadas visando com que a inflaçãomedida pelo 
IPCA se situe em linha com a meta definida pelo CMN.
A decisão do Copom é divulgada no mesmo dia da decisão por meio de Comunicado na internet, a partir das 18h30 (dezoito horas e trinta 
minutos) e imediatamente após o término da sessão. O período de vigência da meta para a Taxa Selic terá início no dia útil seguinte a cada 
reunião do Copom. A Ata da reunião do Copom será divulgada em até 4 (quatro) dias úteis contados da data do término da reunião. 
Normalmente, as reuniões do Copom ocorrem em terças e quartas-feiras e a ata é divulgada na terça-feira da semana seguinte, às 8h.
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Conhecimentos Bancários | Juca Siade
O calendário anual das reuniões ordinárias será divulgado mediante Comunicado do Diretor de Política Monetária até o fim do mês de 
junho do ano anterior, admitindo-se ajustes até o último dia do ano de sua divulgação.
Uma vez definida a meta da taxa Selic, o Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e 
vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.
A taxa de juros Selic é a referência para os demais juros da economia. Trata-se da taxa média cobrada em negociações com títulos 
emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). 
Para que a política monetária atinja seus objetivos de maneira eficiente, o Banco Central precisa se comunicar de forma clara e 
transparente. Além do comunicado e da ata da reunião, o Banco Central publica, a cada trimestre, o Relatório de Inflação, que analisa a 
evolução recente e as perspectivas da economia, com ênfase nas perspectivas para a inflação.
Como funcionam as reuniões do COPOM
1.2.2.2. Selic Meta x Selic Over
A Taxa Selic pode ser entendida de duas formas: como uma meta ou como uma taxa de referência. A primeira é conhecida como Taxa Selic 
Meta, e a segunda, a Taxa Selic Over. Vejamos na tabela a seguir uma comparação entre elas.
SELIC META SELIC OVER
Prazo de vigência Aproximadamente, 45 dias. 1 dia útil
Quem a define O COPOM O próprio Sistema Selic
QUADRO RESUMO – COPOM
Composição
• Diretoria Colegiada do Bacen (9 membros), com direito a voto;
• Presidente do COPOM tem voto de qualidade.
Missão
• Definir a meta da Taxa Selic;
• Divulgar o Relatório de Inflação
Reuniões
• 8 ao ano, a cada, aproximadamente, 45 dias;
• 1º Dia (normalmente TERÇA): apresentações sobre a economia brasileira e 
mundial;
• 2º Dia (normalmente QUARTA): avaliação das perspectivas de inflação, decisão e 
divulgação da Taxa Selic.
Publicações
• Comunicado: após às 18h da reunião de quarta-feira informando a decisão;
• Ata da Reunião: até 4 (quatro) dias úteis contados da data do término da reunião;
• Relatório de Inflação: ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e 
dezembro).
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Conhecimentos Bancários | Juca Siade
1.2.3. Comissão de Valores Mobiliários – CVM
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07/12/1976 
pela Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, normatizar, 
disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no 
Brasil.
A CVM é uma entidade autárquica em regime especial, 
vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica 
e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa 
independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato 
fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e 
orçamentária.
A CVM é administrada por um Presidente e quatro Diretores, 
nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovados 
pelo Senado Federal, dentre pessoas de ilibada reputação e 
reconhecida competência em matéria de mercado de capitais. O 
mandato dos dirigentes será de cinco anos, vedada a recondução, 
devendo ser renovado a cada ano um quinto dos membros do 
Colegiado.
 O Colegiado da CVM se reúne semanalmente, em sessão 
reservada, para analisar as matérias de competência da Autarquia, 
inclusive sobre as questões decididas pelas suas diversas áreas 
executivas, atuando como órgão máximo de deliberação.
 Os Informativos do Colegiado, contendo somente as decisões 
proferidas, são disponibilizados até o dia seguinte ao encontro na 
página da CVM. 
A CVM tem por finalidade (Resolução CVM nº 24, de 5 de 
março de 2021):
• estimular a formação de poupança e a sua aplicação em 
valores mobiliários;
• promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do 
mercado de ações, e estimular as aplicações permanentes em 
ações do capital social de companhias abertas sob controle 
de capitais privados nacionais;
• assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados 
da bolsa e de balcão; 
• proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores 
do mercado contra:
a. emissões irregulares de valores mobiliários; 
b. atos ilegais de administradores e acionistas 
controladores das companhias abertas, ou de 
administradores de carteira de valores mobiliários; e
c. o uso de informação relevante não divulgada no 
mercado de valores mobiliários;
• evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação 
destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou 
preço dos valores mobiliários negociados no mercado; 
• assegurar o acesso do público a informações sobre os valores 
mobiliários negociados e as companhias que os tenham 
emitido; 
• assegurar a observância de práticas comerciais equitativas 
no mercado de valores mobiliários; e
• assegurar a observância, no mercado, das condições de 
utilização de crédito fixadas pelo Conselho Monetário 
Nacional.
São atribuições da CVM:
• registro de companhias abertas;
• registro de distribuições de valores mobiliários;
• credenciamento de auditores independentes e 
administradores de carteiras de valores mobiliários;
• organização, funcionamento e operações das bolsas de 
valores;
• negociação e intermediação no mercado de valores 
mobiliários;
• administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
• suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos 
ou autorizações;
• suspensão de emissão, distribuição ou negociação de 
determinado valor mobiliário ou decretar recesso de bolsa de 
valores. 
• evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação 
destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou 
preço de valores mobiliários negociados no mercado;
• assegurar o acesso do público a informações sobre valores 
mobiliários negociados e as companhias que os tenham 
emitido; 
• assegurar a observância de práticas comerciais equitativas 
no mercado de valores mobiliários; 
• estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores 
mobiliários; 
• promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular 
do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes 
em ações do capital social das companhias abertas.
A COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM) E O NÚMERO “5”
1.2.4. Instituições do Sistema Financeiro Nacional
São consideradas instituições financeiras as pessoas jurídicas 
públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou 
acessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos 
financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou 
estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. 
Equiparam-se às instituições financeiras as pessoas físicas 
que exerçam qualquer dessas atividades citadas, de forma 
permanente ou eventual.
5
Diretores
Anos de 
mandato
1/5 da Diretoria 
é renovada a 
cada ano
Áreas de 
interesse
• 1 Presidente
• 4 Diretores
• Vedada a recondução
• Regra do 1/5
• Valores mobiliários;
• Bolsa;
• Balcão
• Companhias Abertas
• Mercado de Ações
12
Conhecimentos Bancários | Juca Siade
1.2.4.1. Instituições Financeiras Monetárias (ou Bancárias)
São as instituições que possuem depósitos à vista e, portanto, 
multiplicam a moeda. São os principais agentes no processo de 
intermediação financeira.
Podem captar depósitos à vista:
1. Bancos Comerciais
2. Caixas Econômicas
3. Cooperativas de Crédito
4. BancosCooperativos
5. Bancos Múltiplos com Carteira Comercial
BANCOS COMERCIAIS
São instituições financeiras privadas ou públicas que têm 
como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos 
necessários para financiar, a curto e a médio prazos, o comércio, 
a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas 
físicas e terceiros em geral. Deve ser constituído sob a forma de 
sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a 
expressão “Banco”.
No caso de autorização para funcionamento de banco 
comercial sob controle societário de bolsa de valores, de bolsa 
de mercadorias e futuros ou de bolsa de valores e de mercadorias 
e futuros, o Banco Central do Brasil, previamente à sua decisão, 
solicitará a manifestação da Comissão de Valores Mobiliários.
O banco comercial pode praticar as seguintes atividades:
I. captar recursos do público sob a forma de depósitos à 
vista e a prazo ou via emissão de títulos;
II. conceder operações de crédito, avais, fianças e garantias;
III. realizar serviços de cobrança e de pagamentos, nos 
termos da regulamentação específica;
IV. operar no mercado de câmbio, nos termos da 
regulamentação específica do Banco Central do Brasil;
V. praticar operações de compra e venda, por conta própria 
ou de terceiros, de metais preciosos, no mercado físico;
VI. intermediar a colocação, em mercado de balcão, de 
distribuição pública, primária ou secundária, de valores 
mobiliários, observada a regulamentação da Comissão de 
Valores Mobiliários; e
VII. realizar outras atividades previstas na legislação e na 
regulamentação específica.
São exemplos de Bancos Comerciais:
CAIXAS ECONÔMICAS
Caixas econômicas são empresas públicas que exercem atividades 
típicas de banco comercial, com prioridade institucional para 
concessão de empréstimos e financiamentos de programas e 
projetos de natureza social.
Atualmente, a única instituição desse segmento em atividade 
é a Caixa Econômica Federal (CEF), vinculada ao Ministério 
da Fazenda. A CEF integra o Sistema Brasileiro de Poupança e 
Empréstimo (SBPE), é gestora dos recursos do Fundo de Garantia 
por Tempo de Serviço (FGTS) e de outros fundos do Sistema 
Financeiro de Habitação (SFH). Também é responsável pelo 
Programa de Integração Social (PIS) e pelo Seguro-Desemprego 
e detém o monopólio de venda da loteria federal. A CEF prioriza 
a concessão de empréstimos e financiamentos de programas 
e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educação, 
trabalho e esporte. 
Características:
• Equiparam-se aos BC, pois podem captar depósitos à 
vista, realizar operações ativas e prestar serviços, embora 
basicamente às pessoas físicas;
• Têm o monopólio das operações de empréstimo sob penhor 
de bens pessoais e sob consignação;
• Têm a competência para a venda de bilhetes de loteria;
• Os depósitos em poupança são sua grande fonte de recursos;
• Atua na centralização do recolhimento e posterior aplicação 
dos recursos do FGTS;
• São de cunho, eminentemente social.
História da Caixa Econômica Federal
No dia 12 de janeiro de 1861, Dom Pedro II assinou o Decreto nº 
2.723, que fundou a Caixa Econômica da Corte. Desde então, a 
CAIXA caminha lado a lado com a trajetória do país, acompanhando 
seu crescimento e o de sua população. A CAIXA sempre esteve 
presente em todas as principais transformações da história 
do país, como mudanças de regimes políticos, processos de 
urbanização e industrialização, apoiando e ajudando o Brasil.
Com sua experiência acumulada, inaugurou, em 1931, 
operações de empréstimo por consignação para pessoas físicas; 
três anos depois, por determinação do governo federal, assumiu 
a exclusividade dos empréstimos sob penhor, o que extinguiu as 
casas de prego operadas por particulares.
No dia 1º de junho do mesmo ano, foi assinada a primeira 
hipoteca para a aquisição de imóveis da Caixa do Rio de Janeiro.
Em 1986, a CAIXA incorporou o Banco Nacional de Habitação 
(BNH) e assumiu definitivamente a condição de maior agente 
nacional de financiamento da casa própria e de importante 
financiadora do desenvolvimento urbano, especialmente do 
saneamento básico. No mesmo ano, com a extinção do BNH, 
tornou-se o principal agente do Sistema Brasileiro de Poupança 
e Empréstimo (SBPE), administradora do FGTS e de outros fundos 
do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
Quatro anos depois, em 1990, iniciou ações para centralizar 
todas as contas vinculadas do FGTS, que, à época, eram 
administradas por mais de 70 instituições bancárias.
Desde o início, alinhada às necessidades da população
Ao longo de sua trajetória, a CAIXA vem estabelecendo estreitas 
relações com a população ao atender às suas necessidades 
imediatas, como poupança, empréstimos, FGTS, Programa de 
Integração Social (PIS), Seguro-Desemprego, crédito educativo, 
financiamento habitacional e transferência de benefícios sociais.
Também deu ao povo brasileiro a chance de sonhar com 
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Conhecimentos Bancários | Juca Siade
uma vida melhor, com as Loterias Federais, das quais detém o 
monopólio desde 1961.
O ano de 1969 foi um dos marcos na história da CAIXA. O Decreto-
Lei Nº 759 daquele ano a constituiu como uma empresa pública e 
deu a ela diversas obrigações e deveres, com foco em serviços 
de natureza social, promoção da cidadania e do desenvolvimento 
do país.
Desde sua criação, a CAIXA não parou de crescer, de se 
desenvolver, de diversificar e ampliar suas áreas de atuação. Uma 
prova é seu Estatuto Social, renovado sempre que é preciso se 
adaptar à realidade dos brasileiros. A última atualização foi em 
04 de agosto de 2021. A CAIXA, além de atender a correntistas, 
trabalhadores, beneficiários de programas sociais e apostadores, 
acredita e apoia iniciativas artístico-culturais, educacionais e 
desportivas em todo o Brasil.
Hoje, a CAIXA tem uma posição consolidada no mercado como 
um banco de grande porte, sólido e moderno. Como principal 
agente das políticas públicas do governo federal, está presente 
em todo o país, sem perder sua principal finalidade: a de acreditar 
nas pessoas.
COOPERATIVAS DE CRÉDITO
Sociedades cooperativas são sociedades de pessoas, com forma 
e natureza jurídica próprias, constituídas para prestar serviços 
aos associados. As cooperativas de crédito devem adotar, 
obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão 
“Cooperativa”, vedada a utilização da palavra “Banco”.
Os cooperados são ao mesmo tempo donos e usuários da 
cooperativa, participando de sua gestão e usufruindo de seus 
produtos e serviços. Nas cooperativas de crédito, os associados 
encontram os principais serviços disponíveis nos bancos, 
como conta corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, 
empréstimos e financiamentos. Os associados têm poder igual de 
voto independentemente da sua cota de participação no capital 
social da cooperativa. 
O resultado positivo da cooperativa é conhecido como sobra e 
é repartido entre os cooperados em proporção com as operações 
que cada associado realiza com a cooperativa. 
Tipos de cooperativas:
• Singulares: são as constituídas pelo número mínimo de vinte 
pessoas, sendo permitida a admissão de pessoas jurídicas 
que tenham por objeto atividades econômicas correlatas 
às de pessoa física, ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos. A 
cooperativa de crédito singular, de acordo com as operações 
praticadas, se classifica nas seguintes categorias:
• Centrais ou federações de cooperativas: são as constituídas 
de, no mínimo, três singulares filiadas.
• Confederações de cooperativas centrais: são as constituídas 
por pelo menos três cooperativas centrais ou federações de 
cooperativas, da mesma ou de diferentes modalidades. 
A Lei Complementar n° 130/2009 definiu os objetivos principais 
das Sociedades Cooperativas de Crédito. Segundo essa Lei, 
as cooperativas de crédito podem conceder crédito e captar 
depósitos à vista e a prazo dos respectivos associados, realizar 
recebimentos e pagamentos por conta de terceiros, realizar 
operações com outras instituiçõesfinanceiras e obter recursos 
de pessoas jurídicas, em caráter eventual, a taxas favorecidas ou 
isentas de remuneração, além de outras operações.
As cooperativas centrais de crédito são constituídas para 
organizar, em comum acordo e em maior escala, os serviços 
financeiros e assistenciais das filiadas, integrando e orientando 
suas atividades, bem como facilitando a utilização recíproca dos 
serviços. São também responsáveis pela supervisão auxiliar das 
singulares.
As federações de cooperativas de crédito, diferentemente das 
cooperativas centrais de crédito, não podem realizar operações 
restritas às instituições financeiras, como a captação de recursos 
e a concessão de empréstimos.
As confederações constituídas de cooperativas centrais de 
crédito têm por objetivo orientar, coordenar e executar atividades 
destas, nos casos em que o vulto dos empreendimentos e a 
natureza das atividades transcenderem o âmbito de capacidade 
ou a conveniência de atuação das associadas.
Por meio da Circular Bacen n.º 4000/2020, as cooperativas 
de crédito passaram a emitir Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
Proteção
Os depósitos em cooperativas de crédito têm a proteção do Fundo 
Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). Esse fundo 
garante os depósitos e os créditos mantidos nas cooperativas 
singulares de crédito e nos bancos cooperativos em caso de 
intervenção ou liquidação extrajudicial dessas instituições. 
Atualmente, o valor limite dessa proteção é o mesmo em vigor 
para os depositantes dos bancos.
São exemplos de Cooperativas de Crédito:
BANCOS MÚLTIPLOS
O banco múltiplo consiste em instituição financeira constituída 
com, no mínimo, duas das seguintes carteiras, sendo uma delas 
obrigatoriamente comercial ou de investimento:
I. comercial;
II. de investimento;
III. de desenvolvimento;
IV. de crédito imobiliário;
V. de crédito, financiamento e investimento; e
VI. de arrendamento mercantil.
Considera-se carteira o conjunto de atividades principais 
desempenhadas por bancos comerciais, bancos de investimento, 
bancos de desenvolvimento, sociedades de crédito imobiliário, 
sociedades de crédito, financiamento e investimento e sociedades 
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Conhecimentos Bancários | Juca Siade
de arrendamento mercantil, definidas pela legislação e pela 
regulamentação específica.
As operações realizadas por banco múltiplo estão sujeitas 
às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às 
instituições singulares correspondentes às suas carteiras.
Não há vinculação entre as fontes de recursos captados e 
as aplicações do banco múltiplo, salvo os casos previstos em 
legislação ou regulamentação específica.
As instituições com carteira comercial podem captar depósitos 
à vista. Essas serão consideradas instituições financeiras 
monetárias. Na sua denominação social deve constar a expressão 
“Banco”. 
* A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada 
por banco público.
São exemplos de Bancos Múltiplos:
1.2.4.2. Instituições Financeiras Não-
Monetárias (ou Não-bancárias)
São as instituições que captam recursos para empréstimo, 
através da emissão de títulos e, portanto, intermediam a moeda.
Nesta categoria, enquadram-se:
1. Bancos de Desenvolvimento
2. Bancos de Investimento
3. Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento
4. Sociedades de Crédito Imobiliário
5. Companhias Hipotecárias
6. Associações de Poupança e Empréstimo
BANCOS DE DESENVOLVIMENTO
Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras públicas 
criadas e controladas por unidade da Federação, constituídas sob 
a forma de sociedade anônima. Em sua denominação deve constar 
a expressão “Banco de Desenvolvimento”, seguida do nome da 
unidade da Federação que detiver seu controle acionário, sendo 
vedado o uso de denominação ou nome fantasia que contenha 
termos característicos das demais instituições do Sistema 
Financeiro Nacional ou de expressões similares, em vernáculo ou 
em idioma estrangeiro.
O banco de desenvolvimento deve ter sua sede na Capital da 
unidade da Federação que detiver seu controle acionário.
O objetivo precípuo dos bancos de desenvolvimento deve ser 
proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos 
necessários ao financiamento, no médio e longo prazos, de 
programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento 
econômico e social das respectivas unidades da Federação 
que detiverem seu controle acionário, cabendo-lhes apoiar 
prioritariamente o setor privado.
Excepcionalmente, quando o empreendimento visar a 
benefícios de interesse comum, os bancos de desenvolvimento 
podem prestar assistência a programas e projetos desenvolvidos 
em unidade da Federação limítrofe à sua área de atuação.
Os bancos de desenvolvimento não podem manter agências.
Os bancos de desenvolvimento podem empregar em suas 
atividades, observada a legislação e a regulamentação específica 
aplicável a cada caso, além de recursos próprios, os provenientes 
de:
I. depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado;
II. empréstimos e financiamentos obtidos no País e no 
exterior;
III. operações de crédito ou aportes do setor público federal, 
estadual ou municipal;
IV. emissão ou negociação de cédulas hipotecárias e de 
cédulas de crédito imobiliário;
V. negociação de títulos, cédulas e certificados do 
agronegócio;
VI. emissão de letras de crédito do agronegócio;
VII. emissão de letras financeiras;
VIII. negociação de certificados de cédulas de crédito bancário; 
e
IX. outras formas de captação admitidas pela legislação e 
pela regulamentação.
São exemplos de Bancos de Desenvolvimento:
Comercial
Investimento
Desenvolvimento
Banco 
Múltiplo
Arrendamento 
Mercantil
Crédito, 
Financiamento e 
Investimento
Crédito Imobiliário
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BANCOS DE INVESTIMENTO
São instituições financeiras de natureza privada, especializadas 
em operações de participação societária de caráter temporário, 
de financiamento da atividade produtiva para suprimento de 
capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros. 
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, 
constando obrigatoriamente em sua denominação social a 
expressão “Banco de Investimento”.
É admitido aos bancos de investimento manter contas de 
depósitos sem remuneração, não movimentáveis por cheque, 
cujos recursos sejam destinados à realização de operações ou à 
contratação de serviços relacionados a seu objeto social.
Os bancos de investimento podem empregar em suas 
atividades, além de recursos próprios, os provenientes de:
I. depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado;
II. recursos oriundos do exterior, inclusive por meio de 
repasses interbancários;
III. repasse de recursos oficiais;
IV. depósitos interfinanceiro; e
V. outras formas de captação permitidas pela legislação ou 
regulamentação específica.
São exemplos de Bancos de Investimento:
 
SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO 
- FINANCEIRAS
São instituições financeiras privadas que têm como objetivo 
básico a realização de financiamento para a aquisição de bens, 
serviços e capital de giro. Devem ser constituídas sob a forma de 
sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a 
expressão “Crédito, Financiamento e Investimento”.
• Função: financiar bens de consumo duráveis por meio do 
popularmente conhecido “crediário” ou crédito direto ao 
consumidor.
• Não podem: manter contas correntes.
Por meio da Resolução Bacen nº 4.812/2020, as sociedades de 
crédito, financiamento e investimento ficam autorizadas a emitir 
Certificado de Depósito Bancário (CDB). Além disso podem 
captar recursos por meio dos seguintes instrumentos:
I. depósito interfinanceiro (DI);
II. depósito a prazo com garantia especial (DPGE);
III. letra de câmbio (LC);
IV. Letra de Crédito do Agronegócio (LCA);
V. Letra Financeira (LF);
VI. Letra Imobiliária Garantida (LIG);
VII. operação compromissada; e
VIII. recibo de depósito bancário (RDB). 
Muitas das financeiras não ligadas a bancos fazem partede 
conglomerados econômicos e operam como braço financeiro 
de grupos comerciais ou industriais. É o caso, por exemplo, 
de algumas lojas de departamento e montadoras de veículos 
que possuem suas próprias financeiras, concentrando suas 
operações no financiamento de seus próprios produtos.
As SCFIs também podem operar em nichos que não são 
atendidos pelos conglomerados bancários, principalmente nos 
empréstimos e financiamentos com características específicas 
(risco mais elevado, financiamento de veículos usados, convênios 
com estabelecimentos comerciais).
São exemplos de Sociedades de Crédito, Financiamento e 
Investimento:
SOCIEDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO
A Sociedade de Crédito Imobiliário (SCI) é um tipo de instituição 
financeira especializada no financiamento habitacional, 
integrante do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). O foco da 
SCI consiste no financiamento para construção de habitações, na 
abertura de crédito para compra ou construção de casa própria e 
no financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, 
produtoras e distribuidoras de material de construção. 
Atualmente, em decorrência da sua condição de repassadora, 
as SCIs têm atuado de forma mais limitada, voltando-se para 
operações específicas, como o programa “Minha Casa, Minha 
Vida”. A SCI é constituída na forma de sociedade anônima e 
é supervisionada pelo Banco Central. Deve constar de sua 
denominação social a expressão “crédito imobiliário”. Desde a 
década de 80, as SCIs não captam recursos do público e atuam 
somente na condição de repassadoras.
A única Sociedades de Crédito Imobiliário em atuação no Brasil 
é a CPCI - Companhia de Crédito Imobiliário S/A, a qual pretende 
requerer ao Banco Central o cancelamento de sua autorização 
para funcionar.
 
COMPANHIAS HIPOTECÁRIAS
Companhia hipotecária (CH) tem por objetivo a concessão 
de financiamentos imobiliários residenciais ou comerciais, 
empréstimos garantidos por hipotecas ou alienação fiduciária 
de imóveis e repasses de recursos relacionados a programas 
imobiliários, além da administração de fundos de investimento 
imobiliário. Foi criada pela Resolução 2.122, de 30 de novembro de 
1994, para fomentar o financiamento imobiliário além dos limites 
16
Conhecimentos Bancários | Juca Siade
do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). Com a publicação da 
Lei nº 11.977, de 7 de julho de 2009, que instituiu o Programa Minha 
Casa, Minha Vida, a Companhia Hipotecária passou a fazer parte 
do SFH.
A CH não recebe depósitos de poupança. Seus recursos 
provêm, entre outros, de letras hipotecárias, debêntures, 
empréstimos, financiamentos no País e no Exterior e letras de 
crédito imobiliário (LCI). Considerada instituição financeira, a CH 
é autorizada e supervisionada pelo Banco Central e regulada não 
só por esta autarquia, como também pelo Conselho Monetário 
Nacional. Deve ser constituída sob a forma de sociedade anônima 
e a expressão “Companhia Hipotecária” deve constar de sua 
denominação social.
São exemplos de Companhias Hipotecárias:
ASSOCIAÇÕES DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO
Associação de Poupança e Empréstimo (APE) é uma instituição 
criada para facilitar aos associados a aquisição da casa própria 
e captar, incentivar e disseminar a poupança. Os depositantes 
tornam-se associados da instituição. Os associados podem 
participar da APE de duas formas básicas: ao adquirir 
financiamento imobiliário ou ao depositar seu dinheiro para 
formar poupança. 
• Operações ativas: basicamente direcionadas ao mercado 
imobiliário, inclusive ao Sistema Financeiro de Habitação – 
SFH.
• Operações passivas: depósitos de poupança, letras 
hipotecárias, repasses e refinanciamentos contraídos no 
País, empréstimos e financiamentos contraídos no exterior, 
letras de crédito imobiliário, letra financeira e depósitos 
interfinanceiros. 
A APE compõe o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo 
(SBPE) e o Sistema Financeiro de Habitação, atua sob a forma de 
sociedade civil, sendo supervisionada pelo Banco Central. 
As APEs têm âmbito de atuação regional. Contudo, a única 
APE em pleno funcionamento no Brasil hoje, a Poupex, tem a 
particularidade de atuar em âmbito nacional. Ela é gerida pela 
Fundação Habitacional do Exército (FHE). 
1.2.4.3. Sistemas de Financiamento 
Habitacional e Imobiliário 
O SISTEMA BRASILEIRO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO (SBPE) 
O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) tem por 
finalidade promover o financiamento imobiliário em geral, por 
meio da captação e do direcionamento dos recursos de depósitos 
de poupança. Integram o SBPE (Resolução CMN nº 4.676/2018):
a. os bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário;
b. as caixas econômicas;
c. as sociedades de crédito imobiliário;
d. as associações de poupança e empréstimo; e
e. as cooperativas de crédito autorizadas a captar depósitos 
de poupança na forma da regulamentação vigente.
SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH)
O Sistema Financeiro da Habitação (SFH) destina-se a facilitar 
e a promover a construção e a aquisição da casa própria ou 
moradia, especialmente pelas classes de menor renda da 
população. Integram o SFH (Lei nº 4.380, de 21 de agosto de 1964 
e alterações):
a. os bancos múltiplos;
b. os bancos comerciais;
c. as caixas econômicas;
d. as sociedades de crédito imobiliário; 
e. as associações de poupança e empréstimo;
f. as companhias hipotecárias;
g. os órgãos federais, estaduais e municipais, inclusive 
sociedades de economia mista em que haja participação 
majoritária do poder público, que operem no financiamento 
de habitações e obras conexas;
h. as fundações, cooperativas e outras formas associativas 
para construção ou aquisição da casa própria sem 
finalidade de lucro;
i. as caixas militares;
j. as entidades abertas de previdência complementar;
k. as entidades fechadas de previdência complementar.
l. as companhias securitizadoras de crédito imobiliário;
m. outras instituições que venham a ser consideradas 
pelo Conselho Monetário Nacional como integrantes do 
Sistema Financeiro da Habitação;
n. demais instituições financeiras autorizadas a funcionar 
pelo Banco Central; e
As operações no âmbito do SFH devem observar as seguintes 
condições específicas:
I. limite máximo do valor de avaliação do imóvel financiado 
de R$1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); e
II. custo efetivo máximo para o mutuário, compreendendo 
juros, comissões e outros encargos financeiros, de 12% 
a.a. (doze por cento ao ano).
SISTEMA FINANCEIRO IMOBILIÁRIO (SFI)
O Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) tem por finalidade 
promover o financiamento imobiliário em geral, segundo 
condições compatíveis com os fundos respectivos. Integram o SFI 
(Lei nº 9.514, de 20 de novembro de 1997):
17
Conhecimentos Bancários | Juca Siade
a. as caixas econômicas;
b. os bancos comerciais;
c. os bancos de investimento;
d. os bancos com carteira de crédito imobiliário;
e. as sociedades de crédito imobiliário;
f. as associações de poupança e empréstimo;
g. as companhias hipotecárias; e
h. a critério do Conselho Monetário Nacional - CMN, outras 
entidades.
QUADRO RESUMO – SISTEMAS DE FINANCIAMENTO 
HABITACIONAL E IMOBILIÁRIO
INSTITUIÇÕES SBPE SFH SFI
Caixas Econômicas X X X
Sociedades de Crédito Imobiliário X X X
Associações de Poupança e Empréstimo X X X
Bancos Múltiplos com carteira de crédito 
imobiliário
X X X
Cooperativas de Crédito autorizadas a captar 
depósitos de poupança
X
Bancos Múltiplos X
Bancos Comerciais X X
Bancos de Investimento X
Companhias Hipotecárias X X
Entidades Abertas de Previdência Complementar X
Entidades Fechadas de Previdência Complementar X
Securitizadoras de crédito imobiliário X
Órgãos federais, estaduais e municipais, inclusive 
sociedades de economia mista em que haja 
participação majoritária do poder público, que 
operem no financiamento de habitações e obras 
conexas.
X
Fundações, Cooperativas e outras formas 
associativas para construção ou aquisição da casa 
própria sem finalidade de lucro.
XCaixas Militares X
Outras instituições, a critério do Conselho 
Monetário Nacional.
X X
Demais instituições financeiras autorizadas a 
funcionar pelo Banco Central
X
1.2.4.4. Instituições Auxiliares do Mercado Financeiro
São aquelas que promovem intermediações entre poupadores 
e investidores, tendo a bolsa de valores como elemento 
fundamental desse segmento. 
Nesta categoria, enquadram-se:
1. Bolsas de Valores 
2. Bolsas de Mercadorias e Futuros 
3. Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários 
4. Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários 
5. Sociedades de Arrendamento Mercantil 
BOLSAS DE VALORES
As bolsas de valores são sociedades anônimas ou associações 
civis. Possuem autonomia financeira, patrimonial e 
administrativa, mas estão sujeitas à supervisão da CVM e às 
diretrizes e políticas do CMN. A Bolsa é o local especialmente 
criado e mantido para negociação de valores mobiliários (títulos, 
tais como: debêntures, ações e outros) em mercado livre e aberto, 
organizado e fiscalizado por seus membros e pela Comissão de 
Valores Mobiliários.
No Brasil a única bolsa de valores em atuação é a B3 S.A., 
resultante da fusão, em 2017, da BM&F Bovespa com a Central 
de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip S/A). 
Suas atividades incluem criação e administração de sistemas de 
negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para 
todas as principais classes de ativos, desde ações e títulos de 
renda fixa corporativa até derivativos de moedas, operações 
estruturadas e taxas de juro e de commodities.
BOLSAS DE MERCADORIAS E FUTUROS
Uma Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), é uma associação 
privada civil com finalidade lucrativa, organizada para 
proporcionar a seus membros as facilidades necessárias à 
realização de negócios (compra e venda) em mercados de 
liquidação futura.
Nas BM&F são negociadas commodities – termo usado em 
transações comerciais internacionais para designar um tipo 
de mercadoria em estado bruto ou com um grau pequeno de 
industrialização. As principais commodities são produtos 
agrícolas (café, soja, açúcar, etc) ou minérios (ouro, aço, cobre, 
etc.).
SOCIEDADES CORRETORAS E DISTRIBUIDORAS DE TÍTULOS E 
VALORES MOBILIÁRIOS
A corretora de títulos e valores mobiliários (CTVM) e a distribuidora 
de títulos e valores mobiliários (DTVM) atuam nos mercados 
financeiro e de capitais e no mercado cambial intermediando a 
negociação de títulos e valores mobiliários entre investidores e 
tomadores de recursos.
As corretoras e distribuidoras, na atividade de intermediação, 
oferecem serviços como plataformas de investimento pela 
internet (home broker), consultoria financeira, clubes de 
investimentos, financiamento para compra de ações (conta 
margem) e administração e custódia de títulos e valores 
mobiliários dos clientes. Na remuneração pelos serviços, essas 
instituições podem cobrar comissões e taxas. 
As corretoras e as distribuidoras devem ser constituídas sob a 
forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade 
limitada. São supervisionadas tanto pelo Banco Central quanto 
pela Comissão de Valores Mobiliários.
Com a Decisão Conjunta 17/2009, que autorizou as 
distribuidoras a operar diretamente nos ambientes e sistemas 
de negociação dos mercados organizados de bolsa de valores, 
eliminou-se a principal diferença entre as corretoras e as 
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, que hoje podem 
realizar praticamente as mesmas operações. 
18
Conhecimentos Bancários | Juca Siade
Principais atividades das corretoras e distribuidoras de títulos e 
valores mobiliários:
• comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta 
própria e de terceiros;
• operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta 
própria e de terceiros;
• intermediar a oferta pública e distribuição de títulos e valores 
mobiliários no mercado;
• operar em bolsas de valores;
• administrar carteiras e custodiar de títulos e valores 
mobiliários;
• subscrever emissões de títulos e valores mobiliários no 
mercado;
• exercer funções de agente fiduciário;
• instituir, organizar e administrar fundos e clubes de 
investimento;
• intermediar operações de compra e venda de moeda 
estrangeira, além de outras operações no mercado de câmbio;
• praticar operações de compra e venda de metais preciosos, 
no mercado físico, por conta própria e de terceiros;
• realizar operações compromissadas;
• praticar operações de conta margem;
• prestar serviços de intermediação e de assessoria ou 
assistência técnica, em operações e atividades nos mercados 
financeiro e de capitais.
São exemplos de Sociedades Corretoras de Títulos e Valores 
Mobiliários:
São exemplos de Sociedades Distribuidoras de Títulos e 
Valores Mobiliários:
SOCIEDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL
As sociedades de arrendamento mercantil devem ser constituídas 
como sociedades anônimas, constando obrigatoriamente em sua 
denominação social a expressão “Arrendamento Mercantil”.
Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e 
realizem operações com características de um financiamento, 
as sociedades de arrendamento mercantil não são consideradas 
instituições financeiras, mas sim entidades equiparadas a 
instituições financeiras.
As sociedades de arrendamento mercantil podem empregar 
em suas atividades, além de recursos próprios, os provenientes 
de:
I. recursos captados no exterior;
II. empréstimos e financiamentos de instituições financeiras 
nacionais, inclusive na forma de repasses de recursos 
externos;
III. instituições financeiras oficiais, destinados a repasses de 
programas específicos;
IV. emissão de Letra de Arrendamento Mercantil, nos termos 
da regulamentação específica;
V. emissão pública ou privada de debêntures;
VI. emissão de notas promissórias destinadas a oferta 
pública;
VII. cessão de contratos de arrendamento mercantil, bem 
como dos direitos creditórios deles decorrentes;
VIII. depósitos interfinanceiros, nos termos da regulamentação 
específica; e
IX. outras formas de captação de recursos autorizadas pelo 
Banco Central do Brasil.
São exemplos de Sociedades de Arrendamento Mercantil:
1.2.5. Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é órgão 
responsável por fixar as diretrizes e normas da política de 
seguros privados.
Composição 
• Representante do Ministério da Economia - Presidente
• Representante da SUSEP - Presidente Substituto
• Representante do Ministério da Justiça
• Representante da Secretaria Especial de Previdência e 
Trabalho
• Representante do Banco Central do Brasil
• Representante da Comissão de Valores Mobiliários
19
Conhecimentos Bancários | Juca Siade
Atribuições do CNSP
• Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados;
• Regular a constituição, organização, funcionamento e 
fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao 
Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação 
das penalidades previstas;
• Fixar as características gerais dos contratos de seguro, 
previdência privada aberta, capitalização e resseguro;
• Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
• Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do IRB;
• Prescrever os critérios de constituição das Sociedades 
Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência 
Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites 
legais e técnicos das respectivas operações;
• Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor.
Cabe à Secretaria de Política Econômica (SPE), nos termos do 
Decreto nº 9.745, de 8 de abril de 2019, assessorar o representante 
do Ministério da Economia no Conselho Nacional de Seguros 
Privados (CNSP), órgão regulador dos setores de seguros, 
resseguros, previdência complementar aberta e capitalização.
1.2.6. Superintendência de Seguros Privados – SUSEP
A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos 
mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização 
e resseguro. Autarquiavinculada ao Ministério da Economia, foi 
criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966.
Missão
“Estimular o desenvolvimento dos mercados de seguro, 
resseguro, previdência complementar aberta e capitalização, 
garantindo a livre concorrência, estabilidade e o respeito ao 
consumidor.”
Atribuições da SUSEP
• Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e 
operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, 
Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, 
na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP;
• Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular 
que se efetua através das operações de seguro, previdência 
privada aberta, de capitalização e resseguro;
• Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos 
mercados supervisionados;
• Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos 
instrumentos operacionais a eles vinculados, com vistas à 
maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e 
do Sistema Nacional de Capitalização;
• Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, 
assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades 
que neles operem;
• Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram 
o mercado;
• Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas 
entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de 
provisões técnicas;
• Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as 
atividades que por este forem delegadas;
• Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
Estrutura
A SUSEP é administrada por um Conselho Diretor, composto pelo 
Superintendente e por quatro Diretores. Compete ao Colegiado 
fixar as políticas gerais da Autarquia, com vistas à ordenação das 
atividades do mercado, cumprir e fazer cumprir as deliberações do 
CNSP e aprovar instruções, circulares e pareceres de orientação 
em matérias de sua competência.
A presidência do Colegiado cabe ao Superintendente que tem, 
ainda, como atribuições, promover os atos de gestão da Autarquia 
e sua representação perante o Governo e à sociedade.
1.2.7. Conselho Nacional de Previdência 
Complementar - CNPC
O Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC 
é o órgão com a função de regular o regime de previdência 
complementar operado pelas entidades fechadas de previdência 
complementar, nova denominação do então Conselho de Gestão 
da Previdência Complementar.
O CNPC é presidido pelo ministro da Previdência Social e 
composto por representantes da Superintendência Nacional de 
Previdência Complementar (Previc), da Casa Civil da Presidência 
da República, do Ministério da Economia, das entidades fechadas 
de previdência complementar, dos patrocinadores e instituidores 
de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência 
complementar e dos participantes e assistidos de planos de 
benefícios das referidas entidades.
1.2.8. Superintendência Nacional de 
Previdência Complementar – PREVIC
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar 
(Previc) é uma autarquia de natureza especial, dotada de 
autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, 
vinculada ao Ministério da Economia, com sede e foro no 
Distrito Federal, tendo atuação em todo o território nacional 
como entidade de fiscalização e supervisão das atividades das 
entidades fechadas de previdência complementar e de execução 
das políticas para o regime de previdência complementar operado 
pelas referidas entidades.
A Previc, de acordo com o Decreto nº 8.992, de 20 de fevereiro 
de 2017, é dirigida por uma Diretoria Colegiada, composta por: 
• Diretor-Superintendente;
• Diretor de Administração;
• Diretor de Licenciamento;
• Diretor de Fiscalização e Monitoramento; e
• Diretor de Orientação Técnica e Normas
Possui ainda, em sua estrutura, Gabinete, Assessoria de 
Comunicação Social e Parlamentar, Coordenação-Geral de 
Suporte à Diretoria Colegiada, Ouvidoria, Coordenação-Geral de 
Inteligência e Gestão de Riscos, Coordenação-Geral de Gestão 
Estratégica e Inovação Institucional, Corregedoria, Auditoria 
Interna, Procuradoria Federal, além de cinco Escritórios de 
Representação em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, 
Pernambuco e Rio Grande do Sul. 
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Conhecimentos Bancários | Juca Siade
Principais atribuições da Previc
• proceder à fiscalização das atividades das entidades fechadas 
de previdência complementar e das suas operações;
• apurar e julgar as infrações e aplicar as penalidades cabíveis;
• expedir instruções e estabelecer procedimentos para a 
aplicação das normas relativas à sua área de competência;
• autorizar: a constituição e o funcionamento das entidades 
fechadas de previdência complementar e a aplicação dos 
respectivos estatutos e dos regulamentos de planos de 
benefícios; as operações de fusão, cisão, incorporação ou 
qualquer outra forma de reorganização societária, relativas 
às entidades fechadas de previdência complementar; 
a celebração de convênios e termos de adesão por 
patrocinadores e instituidores e as retiradas de patrocinadores 
e instituidores; e as transferências de patrocínio, grupos de 
participantes e assistidos, planos de benefícios e reservas 
entre entidades fechadas de previdência complementar;
• harmonizar as atividades das entidades fechadas de 
previdência complementar com as normas e as políticas 
estabelecidas para o segmento;
• decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades 
fechadas de previdência complementar e nomear interventor 
ou liquidante, nos termos da lei;
• nomear administrador especial de plano de benefícios 
específico, podendo atribuir-lhe poderes de intervenção e 
liquidação extrajudicial, na forma da lei;
• promover a mediação e a conciliação entre entidades fechadas 
de previdência complementar e entre as entidades e seus 
participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores, 
bem como dirimir os litígios que lhe forem submetidos na 
forma da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996;
• enviar relatório anual de suas atividades ao Ministério da 
Fazenda e, por seu intermédio, ao Presidente da República e 
ao Congresso Nacional; e adotar as providências necessárias 
ao cumprimento de seus objetivos.
EXERCÍCIOS DO MÓDULO 1
1. (FGV/2014 – BNB) O Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) 
foi criado pela lei nº 4595, de 31/12/1964, para atuar como 
órgão executivo central do sistema financeiro, tendo como 
funções cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam 
o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN 
(Conselho Monetário Nacional). Entre as atribuições do Banco 
Central estão:
a. emitir papel-moeda, exercer o controle do crédito e 
exercer a fiscalização das instituições financeiras, 
punindo-as quando necessário;
b. determinar as taxas de recolhimento compulsório, 
autorizar as emissões de papel-moeda e estabelecer 
metas de inflação;
c. regulamentar as operações de redesconto de liquidez, 
coordenar as políticas monetárias creditícia e cambial e 
estabelecer metas de inflação;
d. regular o valor interno da moeda, regular o valor externo 
da moeda e zelar pela liquidez e solvência das instituições 
financeiras;
e. determinar as taxas de recolhimento compulsório, 
regular o valor interno e externo da moeda e autorizar as 
emissões de papel-moeda.
2. (FGV/2014 – BNB) O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o 
órgão responsável pela fixação das diretrizes das políticas 
monetária, creditícia e cambial do país. Não cabem ao CMN 
funções executivas. 
O número de membros do CMN foi variável desde a sua 
criação (31/12/1964), de acordo com as exigências políticas e 
econômicas de cada Governo. Em razão da Lei nº 9.069/95, em 
vigor, o CMN passou a ser integrado por:
a. 11 (onze) membros;
b. 10 (dez) membros;
c. 8 (oito) membros;
d. 4 (quatro) membros;
e. 3 (três) membros.
3. (FGV/2023 – CÂMARA DOS DEPUTADOS) A Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM) é uma entidade autárquica em 
regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com 
personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de

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