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CONBIO_AULA11_Estrategias in situ_2023_encurtada

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Estratégias de 
Conservação
In situ e Ex situ
Carla Morsello
EACH, CONBIO
Ex situ
O que fazer para 
reverter a perda de 
biodiversidade?
In situ
Duas estratégias principais
(1) In situ: no próprio ambiente
→áreas protegidas (e.g., APP) ou
Unidades de Conservação (e.g.,
Parques, ReBio etc)
(2) Ex situ: nível de espécie (>ria);
fora do próprio ambiente
Conservação
in situ
Conservação In situ
⚫ Refere-se à conservação da biodiversidade 
nas próprias paisagens naturais de origem
Estratégias
possíveis 
Manejo da paisagem.
Exs. Zoneamento,
Agroflorestas,
Reabilitação ou
restauração da
paisagem
Áreas protegidas
e/ou UCs
Mas o que são áreas 
protegidas?
Área 
protegida
“...uma área de terra e/ ou 
mar especialmente 
dedicada à proteção e 
manutenção da 
diversidade biológica, 
bem como dos recursos 
naturais e culturais
associados, e manejada 
ou gerida por meios legais
ou por outros meios 
institucionais efetivos.“
E. Bernard
(Fonte: www.iucn.org/ 2007)
Áreas protegidas e 
unidades de conservação
são sinônimos?
UCs: áreas cuja função primária é conservação: e.g. TI não são Ucs, mas 
são APs
Áreas Protegidas 
no Mundo
Histórico e Evolução do sistema
Evolução histórica da função principal 
das áreas protegidas
Conservar recursos 
para a elite:
Pré-Yelllowstone
Patrimônio 
para 
usufruto 
público:
Yellowstone
Conservação da 
natureza sem uso direto 
e beleza secundária: 
Everglades
Conservação 
com uso direto: 
Reservas 
Extrativista
Primeiras 
Áreas Protegidas no Mundo
Exemplos:
⚫ Sistema Hima: muçulmano →
reservas (1240)
⚫ Reservas de Oryx (hoje ex
situ) para dinastia do Norte 
da África: (Cartago/Tunísia) 
ou para os circos romanos
⚫ Egípcios, civilizações da Ásia 
e do Pacífico (pesca)
⚫ Reservas de caça da realeza 
européia (Itália, UK etc)
⚫ Sherwood: desde 1066 (Invasão 
Normandos)(Fontes: Runte, 1979; Gambino, 1991; Morsello, 
2001; MEA-Responses, 2005)
Scimitar-horned oryx (Oryx dammah)
⚫ Idéia antiga: foco em 
resguardar recursos para 
uso humano (elite)
Perspectiva Moderna das
Áreas Protegidas
• Nasce com Yellowstone (EUA) 1872
• Thomas Jefferson: Monumentos do Novo 
Mundo → identidade nacional
• Para (1) Conservação e (2) usufruto público:
• Início: (2) é mais importante
• Conservação a partir ~1940 com 
Everglades: crocodilos, mosquitos
• Em teoria, áreas “vazias” para a 
conservação:
• Mas Crow, Blackfeet etc habitavam
Yellowstone
(Fontes: Runte, 1979; Gambino, 1991; Morsello, 2001; MEA-Responses, 2005)Yellowstone
1º Parque Nacional do mundo: Yellowstone, EUA
Foco em belezas cênicas
Parque Nacional de Everglades, EUA
Foco em biodiversidade, beleza 
cênica não é o mais importante 
Conservação 
com uso: 
Reservas 
extrativistas
⚫ Nos anos 1980: APs em 
países em 
desenvolvimento não 
funcionam
⚫ Sem recursos 
suficientes
⚫ Geram conflitos 
pobreza x conservação
⚫ Direitos dos habitantes
Evolução histórica da função principal 
das áreas protegidas
Conservar recursos 
para a elite:
Pré-Yelllowstone
Patrimônio 
para 
usufruto 
público:
Yellowstone
Conservação da 
natureza sem uso direto 
e beleza secundária: 
Everglades
Conservação 
com uso direto: 
Reservas 
Extrativista
Tipos e 
Classificação 
das Áreas 
Protegidas
Fotos: Parques Nacionais na Namíbia
Parque Nacional: nome é igual
⚫ Em geral, áreas remotas 
e pouco transformadas. 
Permitem visitação e 
pesquisa.
⚫ Ex. Chapada Diamantina
⚫ Áreas muito grandes. 
Podem incluir paisagens 
naturais e culturais 
(cidades) a conservar 
⚫ Ex. Cinque Terre
⚫ Objetivos ou abordagens variam:
Preservação total:
Apenas cientistas podem
visitar Conservação de áreas com uso,
que incluem área urbanas
⚫ Nomenclatura não diferencia: como avaliar o 
cumprimento de metas internacionais da 
Convenção da Diversidade Biológica (CBD)?
Parque Nacional
no Brasil
Parque Nacional
na Itália
≠
Áreas diferem nas categorias e nos objetivos
Sistema de 
Classificação
Internacional
o Criado pela IUCN/UICN (União
Internacional para Conservação da 
Natureza)
o Visa padronizar categorias
diversas para monitorar condições:
o Nomes diferem entre países
→ sistematização por 
categorias numéricas
o Permite checar metas de 
conservação
o São 6 categorias identificadas
por números
Classificação Mundial IUCN
Categoria Objetivos da AP
nível de proteção/ conservação
Nome sugerido 
(não obrigatório)
I Proteção estrita (Ia) e de paisagens 
naturais (Ib)
Reserva Natural 
Estrita/Área Natural 
Silvestre
II Conservação de ecossistemas e uso 
público
Parque Nacional
III Conservação de características 
naturais específicas
Monumento Natural
IV Conservação por meio de manejo e 
intervenção (ex. Recuperação)
Área de Manejo de 
Espécies ou de Hábitats
V Conservação de paisagens terrestres 
ou marinhas e uso público
Paisagem Terrestre ou 
Marinha protegida
VI Utilização sustentável de ecossistemas 
naturais
Área Protegida com
Recursos Manejados
Classificação e governança
IUCN Guidelines (2008)
Histórico do 
crescimento no 
número e por tipo 
de Áreas Protegidas 
Crescimento no número de
UCs no Mundo
(F
on
te
: 
IU
C
N
)
>
A
nos 3
0
Crescimento em área
Crescimento em número
Crescimento das áreas protegidas (1872-2009)
Crescimento e total acumulado em área 
por tipo de Área Protegida
Ia e IB: Áreas sem 
uso público (só 
pesquisa) ou II 
somente uso 
público
Maior crescimento
para áreas que
admitem uso, 
especialmente uso 
direto de recursos 
(extrativismo)
Mais restritivas
Mudança nas tendências 
históricas das Áreas Protegidas
Belezas cênicas para conservação da biodiversidade
Áreas desabitadas para áreas habitadas
Áreas criadas a Ferro e Fogo para participação no manejo
Áreas de proteção estrita para áreas de uso direto
ou uso sustentável
Pa
ss
a
d
o
Pr
e
se
nt
e
Evolução das metas 
mundiais de 
conservação
Evolução das metas internacionais 
de Áres Protegidas
Acordo da 
Biodiversidade 
com metas para 
2030
(mas anteriores não 
cumpridas em geral)
⚫ Conservar 30% das áreas terrestres e marítimas
⚫ Restaurar 20% ecossistemas de água doce, marinhos e 
terrestres degradados
⚫ Reduzir 50% na taxa de introdução de espécies exóticas 
invasoras.
⚫ Reduzir influxo de nutrientes em 50%, pesticidas em 
75% e 100% de resíduos plásticos.
⚫ Implementar soluções baseadas na natureza aptas a 
mitigar mudanças climáticas globais com 10 gigatons de 
CO2 por ano
⚫ Metas de manejo/ qualidade de implementação?
⚫ ACOMPANHAR EM: https://www.cbd.int/
Kunning-Montreal 
Biodiversity Framework 
(2022)
Metas de porcentagem territorial protegida
no mundo
Evolução das 
Áreas Protegidas
no Brasil
Primeiras Áreas Protegidas do Brasil
⚫ 1876: André Rebouças, engenheiro, comerciante de madeiras, 
sugere criação Ilha do Bananal e Sete Quedas. Ideia abortada. 
⚫ 1937: 1o PARNA: Itatiaia → reproduz ideal de belezas cênicas e 
usufruto público; período de popularização na América do Sul
⚫ 1939: Serra dos Órgãos e Iguaçu seguem mesmo padrão
⚫ Depois de 20 anos: criação de 12 Parques, expansão do sistema 
para áreas remotas (início da motivação conservacionista)
⚫ Entre 1960-1989, SEMA e IBDF: compartilharam atribuições
Itatiaia S. ÓrgãosSete Quedas (1982)
(F
o
n
te
s:
 D
ru
m
m
o
n
d
, 
19
8
8
; 
M
o
rs
e
ll
o
, 
2
0
0
1)
Classificação Brasileira de UCs
Uso Indireto:
No máximo 
pesquisa, 
educação e
turismo
Uso direto:
Aceita
exploração:
extrativismo
Proteção
Integral:
No máximo 
pesquisa, 
educação e
turismo
Uso
sustentável:
Aceita
exploração:
extrativismo
SNUC atual
o Estabelecido em 2000
o Organiza categorias
federais, mas também
estaduais e municipais
o Proteção integral:
o 5 categorias
o Uso sustentável:
o 7 categorias
Unidades de Conservação
Proteção Integral Uso Sustentável
Estação Ecológica
Reserva Biológica
Parque Nacional
Monumento Natural
Refúgio da Vida Silvestre
Área de Proteção Ambiental
Área de Relevante
Interesse Ecológico
Floresta Nacional
Reserva ExtrativistaReserva de Fauna
Reserva de 
Desenvolvimento Sustentável
Reserva Particular do
Patrimônio Natural
Como 
diferem?
Vários aspectos
UCS
Variam quanto a:
Objetivos de
Manejo
Propriedade da
Terra (Governança)
Quem institui
Atividades permitidas
Nível de proteção
Pública
Pública e usufruto
de população local
Particular
Governo (PARNA, 
Rebio, RDS etc)
Proprietário
(RPPN)
Moradores
(RESEX)
Pesquisa
Educação
Turismo e lazer
Proteção Estrita (só pesquisa)
Exploração direta: extrativismo
Intervenção/ Recuperação
SNUC é inconsistente
⚫ Sistema original de 2 agências: SEMA e IBDF
⚫ Lei do SNUC (Sistema Nacional de Unidades 
de Conservação) em 2000
⚫ Discussão por 15 anos
⚫ Deveria unificar e tirar duplicações
⚫ Mas o resultado é uma colcha de retalhos 
resultante de pressões políticas. Exs:
⚫ Refúgio de Vida Silvestre (pressão?)
⚫ RPPN de uso sustentável (puxada de tapete?)
⚫ Resex x RDS = quem solicita a criação
Evolução 
das Áreas 
Protegidas 
no Brasil
Última
Meta 11 
de Aichi
⚫ Brasil alcançou as 
metas da 
porcentagem de 
área
⚫ Mas manejo?
⚫ Maior parte não é 
efetivamete
implementada: 
parques de papel
Porcentagem da área total em 
APs
Mapa 
das 
Ucs
do 
Brasil
(Fonte: Brasil, 2018)
Porcentagem do total de áreas por bioma 
(2015)
Amazon
77%
Caatinga
4%
Cerrado
12% Atlantic 
Forest
7%
Pampa
0.3%
Pantanal
0.5%
Áreas protegidas por categorias de 
proteção (2015)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Amazon Caatinga Cerrado Atlantic
Forest
Pampa Pantanal Coastal/
marine
area
Proteção estrita Uso sustentável
Sobreposição
PADDD - Protected Area downgrading, 
downsizing, and degazettement
Diminuir 
restrições
Diminuir 
tamanho
Eliminar área 
protegida
Fonte: WWF, Infográfico
Ameaça atual:
criar não garante
segurança perpétua
⚫ Entre 1892 e 2020: 4.399 eventos 
de PADD em 74 países (74% desde 
2000)
⚫ Em países onde há monitoramento, 
eventos: atingiram 28% das áreas 
protegidas
PADDD no Mundo 
( 
K
ro
n
e
r 
e
t 
a
l.
 S
c
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n
c
e
 2
0
1
9
;3
6
4
:8
8
1
-8
8
6
)
PADDD
no Brasil
( Kroner et al. Science 2019;364:881-886)
Projeto que monitora situação
https://plataforma.padddbrasil.org.br/
https://plataforma.padddbrasil.org.br/
Para maiores 
informações
⚫ Sobre UCs Painel interativo com 
filtros
⚫ https://www.mma.gov.br/areas-
protegidas/cadastro-nacional-
de-ucs.html
⚫ Catálogo internacional 
atualizado sempre (pode baixar 
dados – RP?)
⚫ https://www.protectedplanet.net
⚫ PADDD tracker: monitoramento da 
situação mundial 
⚫ https://www.padddtracker.org
⚫ PADD no Brasil
⚫ https://www.padddbrasil.org.br
https://www.mma.gov.br/areas-protegidas/cadastro-nacional-de-ucs.html
https://www.mma.gov.br/areas-protegidas/cadastro-nacional-de-ucs.html
https://www.mma.gov.br/areas-protegidas/cadastro-nacional-de-ucs.html
Referências:
⚫ Bruner, A. et al. 2001. Effectiveness of Parks in Protecting Tropical Biodiversity. Science, v. 
291, n.125, p. 125-127. 
⚫ Drummond, J. A. 1988. National Parks in Brazil: A Study of 50 Years of Environmental Policy. 
Dissertação (Masters in Environmental Studies Program), The Evergreen State College, 
Olympia, Washington. 438 p. 
⚫ Ferreira, L. V.; Venticinque, E.; Almeida, S. 2005. O desmatamento na Amazônia e a importância 
das áreas protegidas. Estudos Avançados. V. 19, n. 52, p. 
⚫ Gambino, R. 1991 I parchi naturali problemi ed esperienze di pianificazione nel contesto 
ambientale. Roma: La Nuova Italia Scientifica, 156p.
⚫ MEA. 2005. Policy Responses. COMPLETAR
⚫ Morsello, C. Áreas protegidas públicas e privadas. São Paulo: Annablume/Fapesp. P.
⚫ Mulongoy, K. S.; Chape, S. 2004. An overview of Key Issues. UNEP/WCMC/CBD.
⚫ Rabinowitz, D., S. Cairns, and T. Dillon. 1986. Seven forms of rarity and their frequency in the 
flora of the British Isles. Pages 182-204 in M. E. Soulé, editor. Conservation biology: the 
science of scarcity and diversity. Sinauer, Sunderland, Massachusetts, USA. 
⚫ Runte, A. 1979. National Parks: the American Experience. Lincoln and London: University of 
Nebraska Press. 240p.
⚫ Terborgh, J. VER LIVRO PORTUGUÊS 
⚫ Wittemyer G, Elsen P, Bean WT, Burton AC, Brashares JS. Accelerated human population 
growth at protected area edges. Science. 2008 Jul 4;321(5885):123-6.
	Slide 1: Estratégias de Conservação In situ e Ex situ
	Slide 2
	Slide 3: Conservação in situ
	Slide 4: Conservação In situ
	Slide 5: Mas o que são áreas protegidas?
	Slide 6: Área protegida
	Slide 7: Áreas protegidas e unidades de conservação são sinônimos?
	Slide 8: Áreas Protegidas no Mundo
	Slide 9: Evolução histórica da função principal das áreas protegidas
	Slide 10: Primeiras Áreas Protegidas no Mundo
	Slide 11: Perspectiva Moderna das Áreas Protegidas
	Slide 12: 1º Parque Nacional do mundo: Yellowstone, EUA
	Slide 13
	Slide 14: Parque Nacional de Everglades, EUA
	Slide 15
	Slide 16: Conservação com uso: Reservas extrativistas
	Slide 17: Evolução histórica da função principal das áreas protegidas
	Slide 18: Tipos e Classificação das Áreas Protegidas
	Slide 19: Parque Nacional: nome é igual
	Slide 20: Áreas diferem nas categorias e nos objetivos
	Slide 21: Sistema de Classificação Internacional
	Slide 22: Classificação Mundial IUCN
	Slide 23: Classificação e governança IUCN Guidelines (2008)
	Slide 24: Histórico do crescimento no número e por tipo de Áreas Protegidas 
	Slide 25: Crescimento no número de UCs no Mundo
	Slide 26: Crescimento e total acumulado em área por tipo de Área Protegida
	Slide 27: Mudança nas tendências históricas das Áreas Protegidas
	Slide 28: Evolução das metas mundiais de conservação
	Slide 29: Evolução das metas internacionais de Áres Protegidas
	Slide 30: Acordo da Biodiversidade com metas para 2030 (mas anteriores não cumpridas em geral) 
	Slide 31: Metas de porcentagem territorial protegida no mundo
	Slide 35: Evolução das Áreas Protegidas no Brasil
	Slide 36: Primeiras Áreas Protegidas do Brasil
	Slide 37: Classificação Brasileira de UCs
	Slide 38: SNUC atual
	Slide 39
	Slide 40: Como diferem?
	Slide 41
	Slide 42: SNUC é inconsistente
	Slide 43
	Slide 44: Evolução das Áreas Protegidas no Brasil
	Slide 45: Última Meta 11 de Aichi
	Slide 46: Mapa das Ucs do Brasil
	Slide 47: Porcentagem do total de áreas por bioma (2015)
	Slide 48: Áreas protegidas por categorias de proteção (2015)
	Slide 49: PADDD - Protected Area downgrading, downsizing, and degazettement
	Slide 50: Ameaça atual: criar não garante segurança perpétua 
	Slide 51: PADDD no Mundo 
	Slide 52: PADDD no Brasil
	Slide 53: Projeto que monitora situação
	Slide 54: Para maiores informações
	Slide 55: Referências:

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