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Bem-estar de animais silvestres 2: Exploração comercial Módulo 24 silvestres 2: Exploração comercial da vida silvestre Este módulo permitirá a você • Aprofundar conhecimentos sobre a exploração comercial de certos animais selvagens • Aprofundar conhecimentos sobre o comércio internacional dessas espécies e seus produtosinternacional dessas espécies e seus produtos • Entender as implicações dessas indústrias sobre o bem-estar e a preservação • Conhecer os produtos alternativos humanitários disponíveis Introdução • Diversos fatores favorecem a exploração de espécies silvestres • Diferentes tipos de exploração exercem diversos efeitos sobre o bem-estar animal • Os animais podem ser capturados da vida livre • Os animais podem ser capturados da vida livre ou criados em cativeiro • Eles podem ser comercializados vivos ou mortos (inteiros, em partes ou como produtos manufaturados) • Há implicações sobre bem-estar e preservação animal Regras internacionais • Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens em Perigo de Extinção (Convention on International Trade in Endangered Species of wild fauna and flora – CITES) • Associação de Transporte Animal (AATA) • Associação de Transporte Aéreo Internacional (International Air Transport Association – IATA) CITES – Histórico • Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens em Perigo de Extinção (CITES) • Acordo internacional de controle do comércio internacional de espécies de comércio internacional de espécies de animais e plantas em perigo de extinção • Criada em 1973 com 25 países membros, a convenção conta hoje com 169 países membros CITES – Visão geral • As espécies são categorizadas de acordo com o grau de ameaça imposto pelo comércio internacional – Há 3 anexos • A CITES interfere no comércio das espécies • A CITES interfere no comércio das espécies relacionadas nos anexos – Anexo I confere a maior proteção • A força da convenção depende da criação e implementação de leis pelos países membros CITES – Estrutura • Texto original da convenção • Documentos de resoluções e decisões • Reuniões da CITES: Conferência dos • Reuniões da CITES: Conferência dos Membros, Comitê Permanente, Comitês da Fauna e Flora • Anexos I, II e III das espécies CITES – Tomada de decisões • Secretaria da CITES – Coordenação • Comitês da CITES: Permanente, Fauna, Flora – Direito a voto • Membros da CITES – Direito a voto • Organizações não-governamentais (ONGs) – Apresentam achados, fazem lobby junto aos países membros CITES – Preservação e bem-estar • A principal preocupação da CITES são os efeitos do comércio sobre os níveis populacionais das espécies – Preservação • MAS o bem-estar animal é contemplado pelo texto original da convenção (artigos III, IV e V) e nas resoluções relativas a fazendas e reprodução em cativeiro AATA • Associação de Transporte Animal • Criada em 1976, como resposta às preocupações de líderes da indústria, funcionários do governo e representantes de associações humanitárias • AATA divulga informação e estimula colaboração • AATA divulga informação e estimula colaboração para garantir um transporte de animais seguro e humanitário • Os membros da AATA incluem companhias aéreas, de transporte rodoviário e de navegação e agências governamentais IATA • Associação de Transporte Aéreo Internacional • Fundada em 1919, a IATA tem por objetivo assegurar a facilitação do transporte de pessoas, mercadorias e de correio ao redor do mundo • Os Regulamentos para Animais Vivos da IATA • Os Regulamentos para Animais Vivos da IATA são padrão mundial para o transporte de animais por companhias aéreas – Fornece diretrizes específicas quanto ao tamanho dos recintos para transportar animais Questões de bem-estar que afetam animais silvestres de vida livre • Pesquisa WSPA 2006 – Questões de bem-estar que afetam animais silvestres de vida livre na África, ao sul do deserto do Sahara, e na América Latina – Identificadas 3 categorias:– Identificadas 3 categorias: 1. Armadilha, caça e pesca 2. Comércio de animais silvestres vivos ou de suas partes 3. Invasão humana (módulo 23) • Aplicável a todas as espécies em todo o mundo Situação nacional Situação no Brasil 1 2 3 • Armadilha: – “Utilização de armadilhas para capturar e matar animais-alvo ou não para comida, ganho financeiro ou diversão” Armadilha, caça e pesca ganho financeiro ou diversão” • Caça: – “Vigiar, perseguir e matar utilizando uma variedade de armas (rifles, lanças, etc.) e/ou cães para perseguir e abater animais” • Pesca: – “a caça e a matança específica de peixes, crustáceos, cefalópodes, anfíbios e alguns Armadilha, caça e pesca anfíbios e alguns invertebrados por anzol, armadilha ou coleta desses animais” Armadilha, caça e pesca Quase todos os animais silvestres são afetados, incluindo-se: – Animais “alvo”, ex.: • Antílope caçado por tribos indígenas • Pesca esportiva – Por troféu – Animais “não alvo”, ex.: • Grandes mamíferos africanos, ex.: Gorila, cão-do-mato e búfalo pegos em armadilha • Cetáceos, ex.: Golfinhos pegos em redes de pesca Razões para armadilha, caça e pesca • Vida silvestre utilizada para comida ou outros produtos – Subsistência – Comércio • Conflito da vida silvestre com comunidade local – Competição por comida, risco para gado e plantações, etc. – Controle populacional, ex.: Elefantes refugados • Recreação e esporte, ex.: Troféus (urso, tubarão) Comércio de carne silvestre Efeitos de armadilha, caça e pesca no bem-estar animal • Enquanto aprisionados em armadilhas – Tentativas de escapar levam a ferimentos, doença e morte dolorosa – Medo e frustração devido à separação do grupo– Medo e frustração devido à separação do grupo • Enquanto caçados – Ferimentos ao tentar escapar – Medo devido à presença do predador (caçador, cães, etc.) • Enquanto sendo mortos – Métodos desumanos e lentos levam à dor e medo antes da morte Efeitos de armadilha, caça e pesca no bem-estar animal antes da morte • Enquanto os peixes são pegos no anzol – Medo e sofrimento porque não conseguem escapar – Dor Comércio de animais silvestres vivos • Práticas envolvem captura, transporte, alojamento e venda de animais silvestres para suprir: – Comércio de animais de estimação – Pesquisa biomédica– Pesquisa biomédica – Caça em área reservada – Zoológicos • Afeta grande variedade de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes • Duas categorias amplas: – Comércio local, ex.: Pegos e mantidos pela comunidade Comércio de animais silvestres vivos ex.: Pegos e mantidos pela comunidade local (animais de estimação exóticos) – Comércio nacional e internacional, ex.: Transportados e vendidos nacional ou internacionalmente Causas de comércio de animais silvestres vivos • Demanda – Mercado de animais de estimação, ex.: Papagaios – Acervos de zoológicos, ex.: Cetáceosex.: Cetáceos – Pesquisa biomédica, ex.: Primatas, aves silvestres, etc. – Caça em área reservada, ex.: Leões, chitas, leopardos, etc. • Fornecimento – Pobreza, porém grande biodiversidade Efeitos do comércio de animais silvestres vivos sobre os animais • Depende do estágio do processo de comércio – Captura – Condições de transporte – Condições de cativeiro Comércio de animais silvestres vivos: Captura e transporte Comércio de animais silvestres vivos: Posse • Pós-venda – Falta de conhecimento das necessidades dos animais – Negligência ou – Negligência ou abandono depois que não é mais novidade – Animal não está livre para expressar comportamento natural Comércio de animais silvestres vivos: Espécies exóticas Comércio de animais silvestres vivos: Espécies exóticas • Em lojas – Falta de conhecimento – Disseminação de doenças – Disseminação de doenças e parasitos – Situações estressantes por superpovoamento Comércio de animais silvestresvivos: Disseminação de doenças • Varíola dos macacos – Nos EUA em 2003 – Proveniente de Gana– Proveniente de Gana – Afetou cães das pradarias e seres humanos (Southern Cooperative Wildife Disease Study 2003 ) Comércio de partes de animais: Cascos de tartarugas Comércio de partes de animais: Cascos de tartarugas Soluções potenciais: Geral • Encorajar a educação e a percepção • Encorajar o manejo comunitário e sustentável da vida silvestree sustentável da vida silvestre – Factível? Ex.: Caça a baleias • Ampliar as leis e executá-las • Encorajar as ocupações alternativas Soluções potenciais para armadilha / caça / pesca • Remoção permanente de armadilhas • Utilização de redes de pesca apropriadas • Unidades anti-invasões/armadilhas• Unidades anti-invasões/armadilhas • Projetos que não incluam vida silvestre e que beneficiem as comunidades locais • Provisão de fontes de proteína alternativa e “segura” • Aumento dos recursos para programas de vida silvestre Soluções potenciais ao comércio de animais silvestres • Alvo no mercado final – Educar vendedores, consumidores e público • Reprodução sustentável de• Reprodução sustentável de animais silvestres • Comércio sustentável e humanitário de animais silvestres • Pesquisas adicionais – Necessita-se de informação correta e objetiva Exemplos de espécies silvestres de “produção” • Ursos para produção • Civetas (almiscareiros) para produção • Comércio e produção de peles Criação de ursos em fazendas • Vesículas e bílis de ursos são usadas na medicina tradicional chinesa • A criação de ursos para obtenção de vesículas e bílis começou na China, no início da década de 1980, como iniciativa do governo para preservar iniciativa do governo para preservar as populações de ursos silvestres • Existem preocupações, tanto de bem-estar quanto de preservação da espécie, associadas à indústria de produção com ursos • A Coréia e o Vietnã também criam ursos em fazendas Fazendas de ursos – Preocupações • Instalações de cativeiro sem estímulos • Anormalidades comportamentais • Taxa de reprodução baixa• Taxa de reprodução baixa • Desmame e separação da mãe precoces • Assistência veterinária inadequada • Os ursos sofrem de uma série de problemas de saúde • As populações cativas são complementadas com animais capturados Fazendas de ursos • A China produz enormes quantidades de bílis de urso – Mais de 7.000 kg por ano • Somente 4.000 kg são usados – O restante é armazenado ou exportado ilegalmente • Atualmente usa-se bílis de urso em muitos Fazendas de ursos • Atualmente usa-se bílis de urso em muitos produtos não-tradicionais, como vinhos e tônicos • Produtos de bílis de urso são exportados ilegalmente para muitos países do mundo em infração à CITES Produtos de bílis de urso Fazendas de ursos e a CITES • O urso negro da Ásia está incluído no Anexo I da CITES • Resolução 10.8 – Preservação e comércio de ursos ursos • Resolução 12.10 – Registro de instalações de reprodução de espécies listadas no Anexo I para propósitos comerciais • Resolução 10.19 – Medicamentos tradicionais Alternativas para bílis de urso • As fazendas de ursos devem acabar pelos seguintes motivos: – Extrema crueldade – Efeitos negativos sobre a preservação de ursos – Efeitos negativos sobre a preservação de ursos silvestres – Existência de alternativas de herbários e sintéticas Alternativas para bílis de urso • A procura por produtos de bílis de urso precisa parar • As alternativas têm de ser promovidas ativamente • Este trabalho pode ser iniciado • Este trabalho pode ser iniciado por ONGs em cooperação com governos nacionais • Utilização de kits para detecção de bílis de urso é utilizada por consumidores na Austrália, no Canadá e em outros países Fazendas de civetas (almiscareiros) Fazendas de civetas (almiscareiros) Comércio de peles: Visão geral • Pele é usada por – Necessidade econômica – Na indústria da alta-costura • Este último uso é completamente não-essencial – Muitos produtos alternativos e imitações de pele – Muitos produtos alternativos e imitações de pele estão disponíveis • Existem implicações severas de bem-estar e conservação associadas tanto à pele de animais capturados quanto à produção de pele em cativeiro Comércio de peles: Animais capturados 65 martas comuns 60-80 martas pretas 20-30 gatos domésticos 130-200 chinchilas 40-50 martas grandes 10-12 texugos Quantos animais têm de morrer para fazer um casaco de pele? Dados do comércio de peles 40-50 martas grandes 10-12 texugos 16-20 castores 10-24 raposas 100-400 esquilos 10-16 lontras 12-18 onças 60-70 doninhas 20-30 lebres 20-30 guaxinins 8-12 linces 3-5 lobos Comércio de peles: Espécies criadas em fazendas Conclusões • A exploração comercial de animais selvagens leva a sofrimento animal e a efeitos negativos sobre as populações silvestres em todo o mundo • Animais pegos em armadilhas, caçados ou levados do meio silvestre sofrem e morrem levados do meio silvestre sofrem e morrem durante captura, transporte, nas lojas ou nos mercados e em cativeiro • A exploração comercial precisa ser rigorosamente controlada • Onde for preciso, devem ser introduzidos regulamentos adicionais para evitar o sofrimento de animais • Se o sofrimento não puder ser aliviado, a Conclusões exploração comercial tem de acabar • Devem ser pesquisadas e promovidas ativamente formas alternativas não-invasivas de comercialização, como o ecoturismo • Animal Transportation Association (AATA): www.aata- animaltransport.org/ • The Bear Bile Business , WSPA 2002 • Bushmeat: Africa’s conservation crisis, WSPA 2000 • Civet Farming: An Ethiopian investigation, WSPA 1999 • Convention on International Trade in Endangered Species of Leitura adicional • Convention on International Trade in Endangered Species of wild fauna and flora (CITES): www.cites.org/ • Fashion Victims: An inquiry into the welfare of animals on fur farms, WSPA 1998 • The Fur Inquiry: What you should know about the trapping, rearing and killing of fur animals, WSPA 1995 • The Illegal Trade in Hawksbill Turtles: Case studies from Indonesia and Japan, WSPA 2003 Leitura adicional • International Air Transport Association (IATA): www.iata.org/ • Southern Cooperative Wildife Disease Study 2003. Monkeypox introduced with exotic pets. SCWDS Briefs 19:2 • Turtle Alert: How the world’s biggest industry can help save one of the world’s oldest species, WSPA 1997