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E-book completo_Analise de Mercado Tendencias Comportamentos e Movimentos (COMPORTAMENTOS, EXPERIÊNCIA DO CONSUMIDO E TENDÊNCIAS) (VERSÃO DIGITAL)_SER

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ANÁLISE DE MERCADO -
TENDÊNCIAS, 
COMPORTAMENTOS
E MOVIMENTOS
(Comportamentos, Experiência 
do Consumidor e Tendências)
Autores:
Felipe Taliar Giuntini
Luiz Fernando Corcini
Análise de Mercado - 
Tendências, 
Comportamentos 
e Movimentos
© by Ser Educacional
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro 
tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia 
autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional.
Imagens e Ícones: ©Shutterstock, ©Freepik, ©Unsplash.
Diretor de EAD: Enzo Moreira.
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato.
Coordenadora de projetos EAD: Jennifer dos Santos Sousa.
Núcleo de Educação a Distância – NEAD
Giuntini, Felipe Taliar; Corcini, Luiz Fernando.
Análise de mercado – tendências, comportamentos e movimentos:
Recife: Editora Telesapiens e Grupo Ser Educacional - 2023.
152 p.: pdf
ISBN: 978-85-54921-04-0
1. Análise de mercado
Grupo Ser Educacional
Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro
CEP: 50100-160, Recife - PE
PABX: (81) 3413-4611
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
Iconografia
Estes ícones irão aparecer ao longo de sua leitura:
ACESSE
Links que 
complementam o 
contéudo.
OBJETIVO
Descrição do conteúdo 
abordado.
IMPORTANTE
Informações importantes 
que merecem atenção.
OBSERVAÇÃO
Nota sobre uma 
informação.
PALAVRAS DO 
PROFESSOR/AUTOR
Nota pessoal e particular 
do autor.
PODCAST
Recomendação de 
podcasts.
REFLITA
Convite a reflexão sobre 
um determinado texto.
RESUMINDO
Um resumo sobre o que 
foi visto no conteúdo.
SAIBA MAIS
Informações extras sobre 
o conteúdo.
SINTETIZANDO
Uma síntese sobre o 
conteúdo estudado.
VOCÊ SABIA?
Informações 
complementares.
ASSISTA
Recomendação de vídeos 
e videoaulas.
ATENÇÃO
Informações importantes 
que merecem maior 
atenção.
CURIOSIDADES
Informações 
interessantes e 
relevantes.
CONTEXTUALIZANDO
Contextualização sobre o 
tema abordado.
DEFINIÇÃO
Definição sobre o tema 
abordado.
DICA
Dicas interessantes sobre 
o tema abordado.
EXEMPLIFICANDO
Exemplos e explicações 
para melhor absorção do 
tema.
EXEMPLO
Exemplos sobre o tema 
abordado.
FIQUE DE OLHO
Informações que 
merecem relevância.
SUMÁRIO
UNIDADE 1
Mercado – conceitos e características � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 13
Conceito de mercado � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 13
Características do mercado � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �14
Oferta e Demanda � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �14
Tipos de mercado � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �16
Ciclo de produção � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �17
Análise de mercado � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 18
Conceito de Análise de Mercado � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �19
Análise de Mercado – os últimos anos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �21
Características � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 22
Análise da indústria e do setor � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 23
Descrição do nicho de mercado � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 23
Análise SWOT � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 25
Plano de ação � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 27
Marketing Digital � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 27
A profissionalização do mercado � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �29
Principais desafios � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 31
Desafios na cidade � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 31
Desafios no campo � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 37
Desafios na indústria � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 42
UNIDADE 2
A formação profissional e seus desafios � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 51
A educação da sociedade contemporânea � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 53
Desafios para a profissionalização � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 56
Os desafios para a formação do profissional do futuro� � � � � � � � � � � � � � 58
Planejamento de Carreira � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 61
Plano de carreira empresarial � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 63
Plano de carreira pessoal � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 65
Inovação em tempos de mudanças � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 66
Empreendedorismo � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �70
Introdução � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 70
Tipos de empreendedorismo � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 72
Importância do empreendedorismo na sociedade � � � � � � � � � � � � � � � � � 74
Razões para empreender � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 75
Características das competências empreendedoras � � � � � � � � � � � � � � � 76
Aprendizado com base no comportamento � � � � � � � � � � 76
Competências pessoais, técnicas e gerenciais � � � � � � � � 77
Competências de conhecimento e gestão da inovação 78
UNIDADE 3
Tendências tecnológicas e suas implicações � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 81
Big Data e Ciência de Dados � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �85
Habilidades de Data Science � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 90
Programação � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 90
Estatística � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 90
Machine Learning� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 90
Cálculo Multivariado, Álgebra Linear e Aprendizado 
Estatístico � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 92
Data Wrangling � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 92
Visualização & Comunicação de Dados � � � � � � � � � � � � � � � 93
Intuição baseada em dados � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 93
Engenharia de software � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 94
Redes Sociais – importância, oportunidades e implicações � � � � � 94
Comportamento em rede � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 102
Problemas e síndromes decorrentes da vida on-line � 104
Cidades inteligentes e internet das coisas: desafios e aplicações � �107
Definição de cidade inteligente � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 109
Modelos de cidades inteligentes � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 111
UNIDADE 4
O cenário econômico e suas implicações � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 117
Mudanças no equilíbrio do mercado � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 124
Habilidades sociais - características e implicações � � � � � � � � � � � � � 127Habilidades sociais no emprego � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 130
O comportamento humano e suas emoções � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 132
Tecnologia e sociedade – desafios � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 136
Autoria
Felipe Taliar Giuntini.
Meu nome é Felipe Taliar Giuntini. Sou Graduado em Análise e De-
senvolvimento de Sistemas pela Faculdade de Tecnologia do Estado 
de São Paulo e Mestre em Ciência da Computação pela Universidade 
Federal de São Carlos. Sou professor, pesquisador na área de Ciên-
cia da Computação, com publicações nacionais e internacionais. Em 
termos de pesquisa, tenho interesse em problemas relacionados à 
Computação Afetiva, Inteligência Artificial, Internet das Coisas e 
e-Health. Dessa forma, aceitei o convite da Editora Telesapiens para 
integrar seu elenco de autores. Estou muito feliz em poder ajudar 
você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
Luiz Fernando Corcini.
Olá. Meu nome é Luiz Fernando Corcini. Sou formado em Engenha-
ria Eletrônica, com especialização em Administração de Tecnolo-
gia da Informação (TI), mestre em Educação e Novas Tecnologias 
e doutorando em Sistemas Tutores Inteligentes. Tenho experiência 
técnico-profissional em desenvolvimento e gestão da produção de 
softwares nas áreas de Gerenciamento de Processos Empresariais. 
Uso os recursos disponibilizados pela web há mais de 20 anos. Sou 
professor universitário há mais de 15 anos e já publiquei vários li-
vros técnicos sobre assuntos voltados à área de informática. Sou 
apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de 
vida àqueles que estão iniciando em suas profissões, por isso fui 
convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores 
independentes. Estou muito feliz em poder ajudá-lo nesta fase de 
estudo e trabalho. Conte comigo!
UN
ID
AD
E
1
Objetivos
1. Entender os conceitos e características do mercado;
2. Introduzir o contexto de análise do Mercado, demonstrando 
sua problemática;
3. Compreender como o mercado tem sido profissionalizado 
desde a revolução Industrial;
4. Discutir os principais desafios da modernização do trabalho e 
suas implicações.
10
Introdução
A presente unidade tem por objetivo apresentar uma visão ge-
ral dos últimos anos do mercado, destacando seus conceitos e 
características, tendo como finalidade a verificação de seus compor-
tamentos, mudanças e tendências. Em seguida, contextualizamos a 
Análise de Mercado, apresentando também algumas ferramentas 
necessárias. Segue-se o contexto de profissionalização atual que o 
mercado vem sofrendo nos últimos 20 anos e, por fim, os princi-
pais desafios e as implicações para os dias de hoje, nos contextos 
das cidades, campo e indústria. É importante destacar que a análise 
de tendências e comportamentos de um determinado nicho de mer-
cado muitas vezes desperta em nós uma postura empreendedora, o 
que é muito salutar.
Dúvidas? Não se preocupe! Recorra ao fórum de dúvidas e dis-
cussões para socializar seu conhecimento e esclarecer todas as suas 
dúvidas. Depois, desenvolva as atividades e as questões sugeridas. 
Nós estaremos à sua disposição em caso de dificuldades!
Então, vamos em frente, pois, ao longo desta unidade letiva, 
você mergulhará neste interessante universo!
Vamos nessa?
11
Mercado – conceitos e características
Para iniciar nossa aventura e possibilitar você a compreender cor-
retamente as implicações de cada tópico abordado neste material, 
faz-se necessário partirmos de conceitos comuns, os quais servirão 
de base e nortearão nossos estudos.
Então vamos lá. Avante!
Conceito de mercado
Iniciamos com a definição de “mercado” destacada por Nunes (2016):
Em economia e nas ciências económicas e em-
presariais em geral, o termo mercado designa 
um local, físico ou não, no qual os compradores 
e os vendedores se confrontam para estabele-
cer o preço e a quantidade de um determina-
do bem que pretendem transacionar. (NUNES, 
2016, n.p)
Para complementar o conceito do termo “mercado”, apre-
sentamos um trecho de um artigo publicado no site conceito de:
O mercado é o ambiente social ou virtual pro-
pício às condições para a troca de bens e ser-
viços. Também se pode entender como sendo 
a instituição ou organização mediante a qual 
os ofertantes (vendedores) e os demandantes 
(compradores) estabelecem uma relação co-
mercial com o fim de realizar transações, acor-
dos ou trocas [...] (2011, n.p)
Pode-se perceber que as definições citadas são bem abran-
gentes, porém apontam sempre para a realização de uma transação 
(compra e/ou venda) de mercadorias e/ou serviços. Em nosso caso, 
especificamente, vamos tratar sobre o mercado de Tecnologia da 
Informação (TI), uma área, aliás, que deu origem à chamada econo-
mia digital e que está em constante evolução.
12
Perceba também que o mercado (esse ambiente social, real 
ou virtual onde acontecem as transações) está povoado de diver-
sos atores. Além dos já citados compradores e vendedores, existem 
outros, desde indivíduos até empresas, ONGs etc., os quais se orga-
nizam em torno dos princípios da oferta e da demanda, de modo a 
produzir o produto ou serviço que é objeto da transação.
Nesse sentido, faz-se necessário entender como se classifi-
cam os tipos de mercado e suas respectivas características.
Características do mercado
Segundo Kotler (2000), a economia moderna (mercado) se baseia 
no princípio da divisão do trabalho, isto é, uma pessoa ou um gru-
po de pessoas se especializa na produção de algo, produz e recebe 
um pagamento por isso. Com esse dinheiro, pode-se adquirir outros 
produtos que necessitam, os quais são produzidos por outra pessoa 
ou grupo de pessoas.
Perceba que um mesmo indivíduo assume papéis diferentes 
dentro do ciclo definido por Kotler, ou seja, em um primeiro mo-
mento, ela é a fornecedora de um produto ou serviço e, depois, passa 
a ser consumidora. Isso faz a economia “girar” (o dinheiro circula 
entre os agentes do processo) e cria riqueza, com base na lei/prin-
cípio fundamental do mercado: a lei ou princípio da oferta e da de-
manda, detalhada no item a seguir.
Oferta e Demanda
A lei da oferta e demanda é uma característica peculiar que rege o 
mercado desde que a humanidade começou a realizar transações. 
Ela tem a ver com a quantidade ou demanda de determinados bens e 
serviços ofertados em determinada região.
A escassez de um determinado produto ou serviço eleva seu 
preço (lei da oferta e da demanda). Em outras palavras:
 • se existe muita oferta (disponibilidade) de um determinado 
bem ou serviço e pouca demanda (procura) por ele, seu preço 
13
tende a baixar, já que os vendedores precisam atrair os poucos 
interessados para seu negócio;
 • se existe pouca oferta de um determinado bem ou serviço, ou 
seja, se houver escassez e muita procura, isso fará com que 
seu valor (preço) aumente, mesmo que comerciantes tenham 
a compra do referido produto ou serviço garantidos.
Com a finalidade de evitar a pouca demanda por um determi-
nado bem ou serviço, o empreendedor deve escolher com cuidado 
o nicho de mercado¹ em que vai investir/atuar. Para compreen-
der melhor os referidos conceitos, é importante observar a figura 
abaixo.
Figura 1 – Lei da oferta e da demanda
Fonte Dicionário Financeiro [s.d] adaptado pelo editorial Grupo Ser Educacional 
(2023).
1 Nicho de mercado é uma parte de um mercado consumidor, que tem ne-
cessidades de produtos ou serviços específicos e que não encontram tantos 
fornecedores para satisfazerem suas necessidades. Disponível em: <ht-
tps://marketingobjetivo.com.br/nicho-de-mercado/>. Acesso em 27 abr. 
2023�
Preço
Preço de equilíbrio
Oferta
Ponto de Equilíbrio
Demanda
Quantidade de equilíbrio
Quantidade
https://marketingobjetivo.com.br/nicho-de-mercado/
https://marketingobjetivo.com.br/nicho-de-mercado/
14
Tipos de mercado
Segundo Thompson (2017), os tipos de mercado podem ser organi-
zados de acordo com visões que determinamsua classificação, que 
pode ser:
De acordo com a situação geográfica: nessa classificação es-
tão relacionados os tipos de mercados locais, nacionais, regionais, 
internacionais e global.
De acordo com o tipo de cliente: nesse caso, destacam-se os 
seguintes tipos:
 • mercado consumidor: para o caso dos produtos vendidos ao 
cliente final;
 • mercado industrial: para o caso de produtos vendidos para 
outras empresas;
 • mercado revendedor: caso existam intermediários; e
 • mercado governamental: caso o cliente seja alguma insti-
tuição governamental.
De acordo com a natureza do produto comercializado, com 
estes mercados:
 • mercado de bens ou produtos: formado por empresas, orga-
nizações ou indivíduos que necessitam de produtos tangíveis 
(físicos), como computador, telefone celular, móvel, automó-
vel etc.;
 • mercado de serviços: formado por empresas, organizações ou 
pessoas que necessitam de atividades ou benefícios que po-
dem ser objeto de transação. Por exemplo: serviço de limpeza, 
segurança etc.; e
 • mercado de ideias: envolve empresas, organizações ou pes-
soas que pagam por inovações ou boas ideias. Podemos citar 
como exemplos campanhas publicitárias, desenho ou projeto 
de um novo produto, logomarca ou serviço.
15
De acordo com o tipo de recurso: segundo Kotler (2000), o 
mercado pode ser dividido em mercado de matéria-prima, de força 
de trabalho e mercado de dinheiro.
Essa característica está relacionada às estratégias de marke-
ting e às condições operacionais dos diferentes concorrentes de um 
bem ou serviço em um mercado específico. Nesse sentido, podemos 
identificar, segundo Martinez citado por Thompson (2017), dois ti-
pos de concorrência:
 • Concorrência perfeita: é um mercado em que todos os parti-
cipantes competem em condições de igualdade pela compra, 
sem intervenções externas ao mercado, sem atos de desleal-
dade competitiva. Nesse tipo de mercado (ideal), os produtos 
competem uns com os outros por sua qualidade e não existe 
propaganda enganosa (embora alguns autores destaquem que 
a concorrência perfeita não existe).
 • Competição imperfeita: ao contrário da anterior, nesse caso, 
os fatores externos à dinâmica do mercado interferem na 
aceitação do produto ou serviço. Entre esses fatores, podemos 
citar: regulamentações estatais, reserva de mercado, mono-
pólios, grandes campanhas publicitárias, entre outros. Há 
também a alteração do funcionamento natural do mercado, o 
que favorece alguns players (participantes) em detrimento de 
outros.
Ciclo de produção
Outra característica do mercado é o ciclo de produção de um bem ou 
serviço. Para o caso de bens (produtos), o ciclo segue, de modo geral, 
as seguintes etapas:
 • extração de matéria-prima; 
 • produção ou manufatura;
 • distribuição;
 • venda.
16
Para o caso de prestação de serviços, o ciclo deve, de modo 
geral, seguir as seguintes etapas:
 • identificação da demanda;
 • capacitação de profissionais;
 • divulgação do serviço;
 • venda.
Para ambos os casos, alguns autores também mencionam a 
pós-venda como sendo uma etapa significativa no processo.
Agora que já conhecemos o conceito, as características e os 
tipos de mercado, vamos seguir juntos e entendermos o próximo 
assunto: Análise de Mercado.
Análise de mercado
Da mesma forma que fizemos no item anterior, antes de entrar em 
detalhes sobre a área específica de TI, cabe clarificar o conceito e as 
características do termo “análise de mercado”.
Figura 2 – Análise de Mercado
Fonte: Freepik (2023).
17
Conceito de Análise de Mercado
Segundo a MASCI Consultoria (2017):
A análise de mercado é o processo de obtenção 
de informações sobre o mercado de atuação da 
sua empresa/ideia, bem como os fatores que 
podem impactar no sucesso ou fracasso desse 
empreendimento.
Para corroborar essa ideia, um artigo da Endevor Brasil (2015) 
destaca que:
[...] a análise de mercado deve sempre ser con-
siderada porque serve, em linhas gerais, para 
fornecer respostas a duas perguntas funda-
mentais: ‘o que meus clientes querem?’ e ‘o 
que meus concorrentes oferecem?’.
Nota-se que, pelos textos citados, para que se possa fazer 
uma análise de mercado, é necessário saber em qual nicho sua em-
presa pretende trabalhar ou já trabalha. Nessa mesma linha, Dorne-
las (2014) destaca que a análise de mercado deve:
[...] apresentar o entendimento do mercado da 
empresa, seus clientes, seus concorrentes e 
quanto a empresa conhece, em dados e infor-
mações, o mercado onde atua. Permite ainda se 
conhecer de perto o ambiente onde o produto/
serviço se encontra. (DORNELAS, 2014)
Assim, podemos citar que, tão importante quanto acreditar 
em uma ideia, produto ou serviço, você (empreendedor) precisa ter 
a certeza do valor do seu negócio e se as pessoas, de fato, comprarão 
a ideia.
Nota-se aqui, a figura do empreendedor como pessoa física 
ou jurídica que acredita em um determinado projeto. Os conceitos 
e os desafios do empreendedorismo serão tratados posteriormente 
na Unidade 2, mas cabe aqui uma breve descrição do termo, de modo 
18
a formar os conceitos base para nosso estudo. Segue, então, alguns 
apontamentos de modo a clarificar a questão.
Conforme destacado pelo Sebrae (2017), entende-se como 
empreendedor, em uma visão simplificada: “[...] aquele que inicia 
algo novo, que vê o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes, 
que sai da área do sonho, do desejo, e parte para a ação”.
Relativamente ao “ser empreendedor”, Fillion (2000) desta-
ca dois pontos a se considerar:
“O que os empreendedores fazem está intima-
mente ligada à maneira como interpretam o 
que está ocorrendo em um setor em particular 
do meio”. (FILLION, 2000, p. 5)
“Os empreendedores não apenas definem si-
tuações, mas também imaginam visões sobre 
o que desejam alcançar.” (FILLION, 2000, p. 6)
Perceba como o empreendedor está diretamente ligado ao 
tema análise de mercado, pois, de acordo com as citações anterio-
res, ele deve conhecer a área em que está prestes a empreender e, 
para tanto, deve proceder a sua análise. Essa investigação deve ter 
por base os seguintes tópicos:
 • conhecer seu setor;
 • estudar seu cliente;
 • avaliar as projeções do mercado;
 • estudar o produto.
Nesse sentido, a MASCI (2017) apresenta dois tipos básicos 
de análise de mercado que podem auxiliar na execução dos tópicos 
citados: a análise de gabinete e a pesquisa de mercado.
A análise de gabinete é caracterizada por ter seus dados le-
vantados de forma abrangente, coletados em canais de comunicação 
públicos, como: jornais, internet e demais mídias, sem a neces-
sidade de contato direto com os clientes. Permite consolidar uma 
visão genérica do mercado em que se pretende atuar e é eficiente 
19
para estudar (de maneira superficial) tanto a concorrência quanto 
o público-alvo.
O contato e o diálogo com os clientes são instrumentos pri-
mordiais nesse tempo de inovação, tendo em vista que é extrema-
mente importante a aquisição e a retenção dos consumidores finais. 
Nesse sentido, para uma análise mais aprofundada do mercado 
(clientes e concorrência), faz-se necessária a utilização da ferra-
menta chamada pesquisa de mercado, que visa a identificação das 
necessidades reais dos clientes, incluindo contato direto com eles, 
de modo a descobrir, mediante perguntas diretas, o nível de serviço 
esperado e as expectativas sobre o negócio em si.
Análise de Mercado – os últimos anos
Uma das principais discussões acerca desse tema é a questão do em-
prego e renda. É fato que a inserção dessas novas tecnologias tem 
diminuído o custo operacional e a necessidade de mão de obra nos 
processos produtivos. Contudo, tem demandado uma série de novas 
competências e profissionais qualificados para gerenciar e operar 
essas novas tecnologias e processos. Esse tipo de profissional espe-
cialista tem sido escasso e muito valioso.
Devido às mudanças na cadeia de suprimentos e nos proces-
sos produtivos de modo geral, o retorno sobre os investimentos, 
também conhecido comoROI, tem sido em longo prazo. É neces-
sário ter em mente que primeiro é preciso compreender o proces-
so de modernização e, somente depois, se o investimento foi válido 
ou não. Contudo, esse é um dos motivos pelos quais os empresá-
rios têm receio em aplicar modificações a processos de empresas 
já lucrativas, ou seja, é um risco que nem todos querem correr. 
O problema é manter a competitividade com processos e formas de 
produção antigas.
Outro ponto a ser considerado é que a exigência do usuário 
sobre produtos e serviços deve crescer, considerando o aumento 
na qualidade dos processos produtivos. Além disso, pode ser exi-
gida melhor experiência nos serviços, com mais personalização, 
segurança e agilidade, tendo em vista que o acesso mais fácil à 
20
automatização e aos serviços virtuais tem permitido que mais pes-
soas atuem no mercado.
Quando se estuda sobre a história do comportamento hu-
mano, bem como das revoluções, percebe-se como as mudanças de 
comportamento tem sofrido alterações e atualizações constantes ao 
longo do tempo. Observamos, por exemplo, o crescimento de em-
presas de transporte como a Uber, que faz uso de aplicativos móveis 
para gerenciar e atender seus clientes. É um serviço que mudou a 
forma de deslocamento em grandes cidades e tem sido alvo de elo-
gios de um público cada vez mais exigente.
Assim como a Uber, outras empresas têm investido em técni-
cas de análise do comportamento a fim de melhorar os seus serviços.
Figura 3 - Transporte via aplicativo
Fonte: Tingey Injury Law Firm / Unsplash / Disponível em: https://unsplash.com/
pt-br/fotografias/Kb1HVT7JjRE
Características
A análise de mercado está intimamente relacionada ao setor de 
marketing de uma empresa, sendo que, por meio dela, é possível 
21
compreender o nicho de mercado da companhia, seus possíveis 
clientes e a sua concorrência. Compreende-se que o mercado é com-
posto pelo contexto em que uma corporação atua e se localiza. Dessa 
forma, a análise de mercado deve levar em conta os seguintes itens: 
(1) análise da indústria e do setor, (2) descrição do nicho de merca-
do, (3) análise SWOT do produto ou serviço e (4) plano de ação.
Análise da indústria e do setor
Uma análise da empresa normalmente contém informações acerca 
de seu tamanho, desenvolvimento e um estudo do contexto em que 
ela está inserida. Primeiramente, faz-se uma coleta de dados (por 
exemplo, uma pesquisa) de modo a gerar relatórios estatísticos ou 
mesmo previsões por meio de algoritmos de regressão em machine 
learning. Esses relatórios devem ser utilizados para reflexão e me-
lhoria dos processos produtivos, das estratégias e das práticas de 
marketing e, consequentemente, de seus serviços.
Descrição do nicho de mercado
Uma vez definido o nicho de atuação da empresa em meio ao mer-
cado nacional e mundial, ainda será necessário deixar mais claro 
as particularidades do mercado que são alvo da organização. Esses 
segmentos podem ser definidos tendo como base as características 
do produto e o tipo de consumidor, pois o perfil de um jovem soltei-
ro, quando vai às compras, é diferente do perfil de uma família. Ou 
seja, o estilo de vida e as características do consumidor implicam o 
oferecimento do serviço adequado.
No contexto computacional, algoritmos de regras de associação são 
perfeitos para estudo do comportamento de mercado e do usuário. 
Para isso, basta obter os dados e transformá-los em forma de 
SAIBA MAIS
22
transição do tipo A→B. Esses algoritmos podem ser utilizados para 
identificação de padrões recorrentes de comportamento. Os padrões 
recorrentes em uma série temporal são subsequências que ocorrem de 
forma frequente em determinado conjunto de dados. Por exemplo, 
quando fazemos compras, geralmente temos uma lista padrão de 
coisas para comprar e cada comprador, dependendo das suas neces-
sidades ou preferências, tem uma lista de compras distinta, ou seja, 
enquanto o perfil de dona de casa tende a comprar ingredientes 
para o preparo de um jantar saudável em família, um jovem soltei-
ro tende a comprar mais bebidas e alimentos prontos congelados. 
Entender esses padrões pode ajudar a aumentar as vendas de várias 
maneiras, como, por exemplo, se houver um par de itens, X e Y, que 
são frequentemente comprados juntos, pode-se ofertar uma pro-
moção conjunta.
De forma geral, para conseguir separar uma fatia do merca-
do (segmentar) adequadamente, recomenda-se que essa tarefa seja 
realizada por um conjunto de especialistas diferentes, ou seja, uma 
equipe multidisciplinar e com uma visão do todo, tanto qualitativa 
quanto quantitativamente. Inicialmente, pode-se pensar em algu-
mas questões, como:
1. Qual é a participação da empresa entre os concorrentes 
principais?
2. Qual é a potencialidade de mercado?
3. O negócio já está sendo bem atendido? Há demanda?
4. Quais são as ocasiões para seu produto ou serviço ter maior 
participação no mercado?
Ao realizar o agrupamento de clientes por semelhança, é pos-
sível atender às suas necessidades particulares de modo mais eficaz. 
Quanto mais recursos e preferências os clientes demandam, mais 
necessário será dividi-los em grupos. Uma forma bem simples de 
23
definir o segmento é verificar: (1) quem está adquirindo o produto 
ou serviço, (2) o que está adquirindo e (3) o motivo da compra.
Contudo, como hoje o conjunto de dados é muito grande, há 
outros interesses a serem verificados e que podem agregar infor-
mações mais relevantes para a empresa.
Análise SWOT
A análise SWOT (ou FOFA, em português), é considerada uma fer-
ramenta clássica da administração. Seu nome é um acrônimo das 
palavras em inglês para Strenghts (pontos fortes ou forças), Weak-
nesses (pontos fracos ou fraquezas), Opportunities (oportunidades) e 
Threats (ameaças). Segundo o Nakagawa (2012), a origem dessa fer-
ramenta não é clara, porém “[...] muitos acreditam que tenha sido 
desenvolvida na década de 1960 por professores da Universidade de 
Stanford, a partir da análise das 500 maiores empresas dos Estados 
Unidos”.
Ainda segundo o mesmo autor, a análise SWOT pode ser usada 
de diversas maneiras, mas o empreendedor de empresas de menor 
porte pode empregá-la como uma ferramenta para obter conheci-
mento mais aprofundado a respeito do seu negócio. Para utilizar a 
ferramenta e proceder a análise da empresa, o empreendedor, ges-
tor ou administrador primeiramente necessita identificar itens que 
se enquadram em cada um dos termos relativos a sigla SWOT. Com 
isso, para compreender melhor o assunto em questão, a seguir são 
listadas alguns pontos e suas respectivas considerações.
Pontos fortes ou forças: trata-se da lista de vantagens com-
petitivas da sua empresa. Exemplos: boa localização, ter acesso a 
um bom canal de distribuição, ter patente de um produto, ter uma 
marca conhecida, entre outros.
Pontos fracos ou fraquezas: lista dos itens que sua empresa 
não faz bem e/ou poderia fazer melhor. Exemplos: despesas desne-
cessárias; retrabalho; custos, perdas e gastos que, sendo controla-
dos, podem melhorar a eficiência do seu negócio.
24
Alguns autores como Furlan (1997) destacam que a negação 
de problemas existentes identifica os Fatores-Chave de Sucesso 
(FCS)². Exemplo: ponto fraco identificado: lentidão do atendimen-
to às solicitações de clientes. FCS relacionado: “Rapidez no atendi-
mento às solicitações de clientes”. (FURLAN, 1997, p. 17)
Lista de oportunidades: para elaborar a lista, é preciso que a 
empresa tenha uma estratégica clara, com objetivos, indicadores e 
metas bem definidos. Isso permitirá que as oportunidades vislum-
bradas para o negócio sejam priorizadas de acordo com a estratégia 
da empresa (NAKAGAWA, 2012).
Lista de ameaças: esse item pode ser iniciado com os itens 
que sua empresa pode enfrentar ou já está enfrentando com a con-
corrência. “Que atitudes de seus concorrentes podem contribuir 
para reduzir as vendas ou aumentar os custos de sua empresa?” 
(NAKAGAWA, 2012).
Depois de preenchida a tabela com os referidos pontosé que o 
trabalho efetivamente começa. É chegado o momento de:
[...] analisar o que a empresa poderá (ou deve-
rá) fazer para aproveitar seus pontos fortes e 
as oportunidades, melhorar seus pontos fracos 
e tentar extinguir ou minimizar o efeito das 
ameaças potenciais. (NAKAGAWA, 2012, p.3)
Em outras palavras, é necessário contar com um plano de ação.
² Fatores-Chave de Sucesso (FCS) representam aquelas poucas coisas que 
devem ocorrer de modo correto, mesmo em detrimento de outras, que não 
estejam indo a contento, para alcançar os objetivos da empresa (FURLAN, 
1997, p. 12).
25
Plano de ação
De acordo com o Sebrae (2017), o “plano de ação é um documento 
em que sistematizamos a lista de ações a serem executadas para o 
alcance de determinado objetivo”.
Furlan (1997, p. 19), por sua vez, destaca que “planos de ação 
representam os passos pragmáticos que necessitam ser dados para 
a concretização das estratégias definidas”. Ainda segundo o autor, 
esses planos devem possuir as seguintes características:
 • data de realização bem definida; prioridade de execução;
 • devem ter um responsável pela sua execução.
Para complementar a definição do termo, o Sebrae (2017) 
aponta que o plano de ação é um documento que deve conter:
 • o que fazer; como fazer; porque fazer;
 • em que prazo fazer;
 • quem serão as pessoas responsáveis pela execução da ação;
 • quanto custará a execução.
Para finalizar o tópico sobre análise de mercado, faz-se ne-
cessário abordar mais um tema: marketing digital.
Marketing Digital
Embora o marketing digital seja um desejo da grande maioria das 
empresas, tendo em vista o baixo custo operacional quando com-
parado ao não digital, é necessário que os objetivos e as abordagens 
sejam sempre revistos de modo a torná-los mais claros e melhorar 
a experiência do usuário. Diante desse contexto, tem-se a neces-
sidade de se aperfeiçoar o conhecimento sobre novas tecnologias e 
softwares que permitam a otimização do potencial estratégico.
Vamos a algumas experiências?
26
Contudo, para uma melhor experiência do usuário/cliente, 
são necessários:
1. serviços ou produtos cada vez mais próximos do cliente;
2. bom atendimento, suporte e brand awareness (reconhecimen-
to de marca) na internet;
3. serviços ou produtos bem estruturados;
4. estratégia de marketing bem estruturada e alinhada ao perfil 
do usuário e aos processos de produção.
Analisando os itens citados, temos que:
1. O item 1 diz respeito à proximidade da empresa e seus ser-
viços com os potenciais clientes. Nesse sentido, é necessário 
que processos e produtos estejam bem definidos, de modo a 
atender adequadamente aos consumidores. A informação e o 
feedback dos consumidores são amplamente divulgados na 
internet, principalmente nas redes sociais. Logo, a empresa 
não deve ter o foco apenas em uma venda, mas em criar vín-
culos e fidelizar o cliente.
2. O item 2 pede atenção aos atendimentos e suporte oferecidos 
pela marca. Frequentemente, nota-se páginas de redes so-
ciais despreparadas para a alta demanda de usuários de redes 
sociais.
3. O item 3 refere-se ao modo como serviços e produtos estão 
estruturados. Cada um deles precisa ser revisto constante-
mente, de modo a alinhá-los ao cliente e ao plano de negócio.
4. O item 4 pede atenção à estratégia de marketing, que deve 
ser alinhada ao perfil do consumidor e planejada por equipes 
especializadas. De forma geral, não adianta ter processos de 
produção estruturados se não estão alinhados ao marketing; 
e não adianta ter um ótimo plano de marketing se os produ-
tos e serviços deixam a desejar e prejudicam a experiência do 
consumidor.
27
O primordial é se questionar: “Será que a comunicação com 
meu cliente é satisfatória? Qual é a experiência dele?”. Assim, é pos-
sível observar se o planejamento da transição do marketing tradi-
cional para o digital está ocorrendo adequadamente.
Espero que a importância desses conceitos tenha ficado mais 
clara para você. Agora, vamos avançar e estudar sobre a Profissio-
nalização do Mercado. Vamos em frente!
A profissionalização do mercado
Até aqui, temos discutido como as transformações têm ocorrido no 
mercado corporativo de forma geral. Nessa seção, vamos destacar 
um ponto muito relevante: a profissionalização. Como visto, a hu-
manidade tem se transformado em uma velocidade bastante rápida 
e passado por constantes revoluções, como a industrial e a digital. 
Dessa forma, desde a revolução industrial, foi exigida certa forma 
de profissionalização cada vez maior, ou seja, as profissões dei-
xaram de ser apenas transmitidas pela família (de pai para filho) e 
passaram a ser desenvolvidas em cursos de capacitação ou treina-
mento técnico na própria empresa.
Diante desse contexto, o mercado de trabalho tem influen-
ciado diretamente a maneira como os cursos universitários são 
criados e coordenados. Isso se deve ao fato de que as instituições 
de ensino devem se posicionar para permitir que seus alunos saiam 
preparados para o mercado, com vários diferenciais em relação aos 
cursos concorrentes. Os alunos, por sua vez, são as pessoas que mais 
têm cobrado das instituições, a fim de atingir suas expectativas, de 
modo que estejam cada vez mais especializados ao concluírem seus 
cursos.
De acordo com a avaliação do Sistema Nacional da Pós-Gra-
duação (SNPG), divulgada em setembro de 2017, houve crescimento 
de 25% no número de programas de pós-graduação no Brasil entre 
2013 e 2016.
Pode-se verificar que o sistema educacional tem acompa-
nhado essas demandas, com inovações constantes do mercado e 
28
novas áreas de atuação, os cursos lato sensu e MBA (Master of Busi-
ness Administration) têm crescido e se diversificado com o objetivo 
de atender a todas as profissões e áreas do conhecimento.
Existe uma preocupação em acompanhar as rápidas atuali-
zações no campo de trabalho e, por isso, o número de instituições 
que oferecem esses tipos de cursos também tem aumentado, pos-
sibilitando mais escolhas aos profissionais. Além disso, motiva-
dos pelo anseio de crescer na carreira, especializar-se e agregar 
valor ao currículo, alunos têm investido cada vez mais em suas 
profissionalizações.
As salas de aula também vêm se transformando. Metodolo-
gias como PBL (Aprendizagem Baseada em Problemas) e Sala de 
Aula Invertida (ver imagem abaixo) estão cada vez mais presentes 
no meio acadêmico. Assim, os centros de educação tornaram-se 
um espaço de network, isto é, um ambiente promissor para troca de 
contatos pensando em parcerias futuras.
Em suma, no que se refere ao futuro e ao desempenho das 
instituições de ensino, elas necessitam observar, com propriedade, 
o ambiente corporativo e suas mudanças. Somente assim, é possível 
manter o conhecimento prático e teórico nas aulas de acordo com o 
cenário corporativo.
Segundo o G1 (2017), as alterações profissionais constantes 
têm feito com que algumas profissões percam espaço no mercado 
de trabalho, seja pelo tempo, pela mudança de comportamento 
das pessoas e pela digitalização e automação de alguns serviços. 
Contudo, esses mesmos itens têm levado às novas carreiras, como 
os profissionais da área de Tecnologia da Informação (TI).
A área de TI é um campo de trabalho muito amplo, que se 
relaciona com diversas áreas, como Engenharias Civil e Elétrica, 
Medicina, Psicologia, Biologia, entre outras. Isso se deve ao fato que 
todas as áreas da sociedade estão utilizando recursos, serviços e/ou 
produtos tecnológicos. Vários cursos de graduação formam profis-
sionais nessa área e cada curso tem sua especialidade. Hoje em dia, 
as áreas mais requisitadas são: Desenvolvimento Mobile, Ciência 
de Dados, Aprendizado de Máquina, Redes e Sistemas Web.
29
Finalizamos o capítulo. Então, vamos continuar nossa trilha 
de conhecimento?
Vamos em frente!
Principais desafios
Nesta seção, serão discutidos os principais desafios decorrentes das 
mudanças no mercado. Essas mudanças têm sido cada vez mais rá-
pidas e intensas, trazendo uma série de desafiosa ser superada.
Considerando que este material é voltado a alunos da área de 
Tecnologia da Informação, que estamos vivendo uma revolução di-
gital e que a tecnologia tem se inserido em diversos contextos, va-
mos dar um enfoque nos desafios decorrentes dessa revolução em 
que a tecnologia está envolvida.
Um dos itens que mais se tem discutido e que não pode pas-
sar despercebido é a questão da organização das cidades. Da mesma 
forma em que as cidades cresceram muito com a migração dos mo-
radores da área rural em busca de emprego durante o período da Re-
volução Industrial, novamente vemos as cidades se reorganizando 
nessa revolução digital. O fato é que a tecnologia se torna acessível 
e onipresente, permitindo a melhoria dos serviços, mais conforto, 
aumento da qualidade de vida aos usuários e maior aproveitamento 
dos recursos.
Desafios na cidade
Com a inserção de tecnologia nos mais variados setores e no coti-
diano da população, a possibilidade da utilização dessa tecnologia, 
com vistas a identificar os problemas da população e organizar os 
processos urbanos, não passou despercebida. O desafio é tornar as 
cidades cada vez mais inteligentes e autossustentáveis.
Além do conforto da possibilidade de escolher e contratar 
o fornecimento de um produto ou serviço por meio de um smart-
phone, segundo a FGV (2018), “o enfoque atual é uma cidade cria-
tiva e sustentável, que faz uso da tecnologia em seu processo de 
30
planejamento com a participação dos cidadãos”. Afirma-se, ainda, 
que a tecnologia deve ser usada para permitir o uso estratégico da 
infraestrutura e serviços de informação e comunicação com o objetivo 
de dar respostas às necessidades sociais e econômicas da sociedade.
Várias cidades, em todos os continentes, estão implemen-
tando, em maior ou menor grau, projetos com objetivo de melhorar 
a qualidade de vida da população. Na Europa, por exemplo, mais da 
metade das cidades com mais de 100 mil habitantes está promo-
vendo iniciativas para o desenvolvimento de soluções smart cities. A 
seguir estão relacionadas a lista das sete cidades mais inteligentes 
do mundo, segundo Alves (2018) e IESE (2018):
 • Nova York/Estados Unidos: a cidade lançou uma plataforma 
interativa que converteu sistemas telefônicos públicos anti-
gos para fornecer acesso à internet para todos os residentes. 
Além de fornecer informações sobre eventos locais, notícias 
de vizinhança e listas de entretenimento, a plataforma ainda 
fornece alertas de segurança.
 • Amsterdã/Holanda: a cidade possui uma plataforma que ofe-
rece suporte e incentivo para que instituições, empresas e ci-
dadãos desenvolvam projetos verdes, que podem beneficiar a 
qualidade de vida urbana de todos os habitantes.
 • Tóquio/Japão: uma parceria da cidade com a empresa Pana-
sonic construiu um bairro ecológico onde se localizava sua 
antiga fábrica. Todas as casas se baseiam no uso de energia 
renovável e aparelhos ultra eficientes, com sistemas de auto-
mação que ajudam a determinar até o melhor momento para 
se lavar roupa com base na previsão do tempo.
 • São Francisco/Estados Unidos: eleita a cidade mais verde dos 
Estados Unidos, a cidade foi uma das primeiras do mundo a 
divulgar todos os seus dados burocráticos e administrativos à 
população. São Francisco estabeleceu metas para diminuir sua 
pegada de carbono, aumentando o uso de energias renováveis 
em novas construções. Atualmente, 41% de sua rede elétrica é 
alimentada com energia renovável.
31
 • Viena/Áustria: de acordo com a Associação Internacional de 
Transportes Públicos, a capital austríaca possui o melhor sis-
tema de transporte público de todo o mundo. Mais de 90% dos 
residentes da cidade têm fácil acesso, com um sistema de car-
tão inteligente que calcula automaticamente taxas para qual-
quer meio de transporte.
 • Copenhagen/Dinamarca: a cidade se comprometeu a atin-
gir a emissão neutra de carbono até 2025. Quarenta por cento 
da população da cidade utiliza a bicicleta regularmente como 
meio de transporte, e quando não há trânsito nas ruas, os 
semáforos se desligam automaticamente para economizar 
energia.
 • Curitiba/Brasil: é uma das cidades mais verdes do país, com 
uma rede de quase 30 parques e áreas florestais. Setenta por 
cento dos resíduos produzidos pelos habitantes é reciclado, e 
a prefeitura municipal criou programas de incentivo como o 
Câmbio Verde, por meio do qual a população pode trocar seu 
lixo reciclável por frutas e verduras frescas.
Figura 4 - Dinamarca 
Fonte: David Mark / Pixabay / Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/
nyhavn-dinamarca-cidade-urbano-1835610/
32
Os projetos das cidades inteligentes são abrangentes, a envol-
ver as mais diversas áreas tecnológicas, como Internet das Coisas, 
Big Data e governança, e a tratar desde questões de mobilidade e 
segurança até saúde pública e combate a incêndios.
Em resumo, essas áreas permitem o sensoriamento inteli-
gente e o processamento de dados de modo a auxiliar na tomada de 
decisões pelos gestores e prover serviços ágeis e personalizados para 
as pessoas. Desse modo, é possível uma melhoria das condições de 
vida e sustentabilidade ambiental e financeira, tendo em vista que 
os processos e a organização da cidade podem ser otimizados com 
base na análise de dados.
Como você pode perceber, o desafio das cidades é algo muito 
relevante para manter o convívio e a qualidade de vida em níveis 
adequados, uma vez que o número de pessoas que vivem nessas lo-
calidades tem crescido muito no último século.
Apenas como exemplo, há 200 anos, Londres (Inglaterra), 
Beijing (China) e Tóquio (Japão) continham com mais de 1 milhão 
de habitantes. Hoje, há mais de 442 milhões de metrópoles pelo 
mundo, sendo que mais da metade da população mundial já vive em 
centros urbanos. Existem estimativas de que, em 2030, 70% da po-
pulação mundial viverá em centros urbanos.
Esse grande acúmulo de pessoas, somado ao aumento con-
siderável da longevidade, tem demandado melhoria na capacidade 
de gestão das cidades, as quais, como exemplificado anteriormente, 
têm incentivado projetos de automatização em várias áreas, como 
sistemas inteligentes de medição e furto de energia e água.
Para Anthony Townsend, diretor de pesquisa do Instituto para o 
Futuro, em Palo Alto, Vale do Silício, “soluções tecnológicas para 
cidades estão sendo criadas em todos os cantos do mundo, desde 
pequenas empresas e indivíduos a multinacionais e governos”.
SAIBA MAIS
33
Para se ter uma ideia, nos últimos cinco anos houve a construção 
do zero de cidades inteligentes como Songdo, na Coreia do Sul, e 
Masdar, em Dubai. Isso tem motivado grandes empresas a criarem 
centros de pesquisa focados no desenvolvimento de sistemas inteli-
gentes. Exemplos disso são Google, Huawei, Siemens e IBM.
No Brasil, já temos um protótipo de cidade inteligente no interior 
do Estado de São Paulo. A pequena cidade de Águas de São Pedro foi 
utilizada como cidade modelo em uma parceria entre o grupo Te-
lefônica e a empresa de telecomunicações Huawei para mostrar a 
viabilidade de implantação e transformação de cidades no Brasil.
As cidades podem receber quatro classificações conforme o 
nível de tecnologia implantada, a cobertura e a disponibilidade dela 
na cidade. As classificações são as seguintes:
 • Digital City: diz respeito a uma cidade conectada que possui, 
em conjunto, infraestrutura de comunicação banda larga, 
arquitetura computacional flexível orientada à serviços, ba-
seada em padrões abertos e serviços que atendem às neces-
sidades dos governos e seu povo (ISHIDA, 2000). A utilização 
de padrões abertos é importante para se obter a interopera-
bilidade (PETROLO, LOSCRI e MITTON, 2014) entre os diver-
sos sistemas integrantes, tendo em vista que os dados de uma 
pessoa ou serviço devem ser compartilhados e consultados 
por sistemas de áreas diferentes, sem que haja a necessidade 
de um cadastro do usuário em todos os subsistemas da cidade.
 • Intelligent City: as cidades são definidas como jurisdiçõesque 
trazem sistemas de inovação e consultoria em uma mesma 
localidade, combinado com a criatividade da população da ci-
dade e as instituições que aperfeiçoam a aprendizagem em es-
paços de inovação, facilitando a gestão do conhecimento. Essa 
estratégia de agregar a criatividade das pessoas envolve o que 
pode ser chamado de estratégia de inteligência coletiva, em 
que as convergências são identificadas e unificadas, de for-
ma a aproveitar o background de cada indivíduo, colaborando 
com a coletividade. (KMONINOS, 2002).
34
 • Smart City: nesse paradigma, o uso de infraestrutura de com-
ponentes e serviços tecnológicos visam tornar os serviços 
essenciais das cidades mais inteligentes, interligados e efi-
cientes (HOLLANDS, 2008), (PETROLO, LOSCRI e MITTON, 
2014), (WASHBURN e SINDHU, 2010). As metas principais 
visam melhorar a qualidade de vida das pessoas e o nível de 
acesso às informações. Exemplos de cidades que implemen-
taram este conceito são: Brisbane, Dubai, Kochi e Malta (AN-
THOPOULOS e FITSILIS, 2010).
 • Ubiquitous City: considera-se que nesse cenário a cidade este-
ja totalmente equipada com redes de comunicação, por meio 
das quais as autoridades monitoram o que está ocorrendo na 
cidade, como as condições de trânsito e a prevenção da cri-
minalidade. Dessa forma, é possível o acesso de diversas lo-
calidades aos serviços da cidade e, além de sistemas distintos 
comunicarem-se, trocando dados e informações, o número 
de dispositivos IoT atuando de forma global é maior que nas 
classificações anteriores, o que tem levantado uma série de 
discussões acerca da privacidade dos indivíduos.
Cidades inteligentes têm evoluído na direção de aproveitar 
todas as dimensões existentes da inteligência em uma cidade, são 
elas: a artificial, a coletiva e a humana. A construção ou forma-
ção dessas cidades combinam três dimensões (KMONINOS, 2002) 
(KOMNINOS, 2006), veja abaixo:
1. As pessoas da cidade: a inteligência, a criatividade e a capa-
cidade de inovação dos indivíduos que vivem na cidade. Essa 
perspectiva agrega os valores e os anseios da ‘nova classe cria-
tiva’, constituída pelo talento e conhecimento de cientistas, 
artistas, empresários, além de outras pessoas criativas, que 
têm impacto na determinação de como é organizado o espaço 
de trabalho e, portanto, se as companhias vão prosperar e se 
a cidade vai se desenvolver ou não. Essa dimensão foi descrita 
por Richard Florida, em 2002, como “cidade criativa”.
35
2. A inteligência coletiva da população de uma cidade: essa 
dimensão é baseada nas instituições da cidade que permitem 
a cooperação no conhecimento e na inovação. Ela envolve: a 
disposição das comunidades contribuírem intelectualmente 
na inovação; o exercício e o processo criativo coletivo concre-
tizado por meio de trocas de conhecimento e de inventividade 
intelectual; e a aptidão de um grupo em se preparar para deli-
berar acerca do futuro de sua comunidade e controlar as metas 
para realização.
3. A inteligência artificial ubíqua e disponível para popula-
ção na cidade: essa dimensão diz respeito à infraestrutura de 
comunicação, aos espaços digitais e às ferramentas públicas 
para a solução de problemas disponíveis para a população da 
cidade.
Dessa forma, é possível perceber que o conceito de cidade in-
teligente envolve todas as três dimensões mencionadas em conjun-
to, ou seja, os espaços físicos, institucionais e digitais. Além disso, 
ele engloba um conjunto de atividades bem definidas em relação à 
troca de conhecimento e cooperação social, um conjunto de tecno-
logias para a infraestrutura de comunicação, espaços e ferramentas 
dedicados à inovação. Além disso, o grande conjunto de dados obti-
dos de sensoriamento deve oferecer habilidade de resolver proble-
mas e inovar sobre a incerteza.
Desafios no campo
As tecnologias de Internet das Coisas e a computação em nuvem têm 
permitido o desenvolvimento e inserção cada vez mais de robôs, 
máquinas autônomas e inteligentes na lavoura.
O termo fazenda inteligente, ou smart farming em inglês, diz 
respeito ao desenvolvimento formado pelo uso da tecnologia da 
informação e comunicação no ciclo de gerenciamento da fazenda 
(WOLFERT, GE, et al., 2017).
36
Figura 5 - Smart Farm
Fonte: seungwoo yon / Pixabay / Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/
colorau-colheita-smart-fazenda-2345580/
Esse conceito de fazenda inteligente também tem engloba-
do a análise de grande conjunto de dados (Big Data) a fim de ex-
trair novos conhecimentos para melhoria dos processos, tomada 
de decisões e redesenho dos planos de negócio em tempo quase 
real. Exemplo disso, as aplicações têm influenciado toda a cadeia 
de suprimentos (supply chain) de alimentos, provocando diversas 
mudanças. Dentre os participantes dessas mudanças estão gran-
des empresas de tecnologia e agronegócio e capitalistas de risco. 
Somado a isso, instituições públicas de pesquisa têm oferecido da-
dos abertos anônimos para que outros interessados e produtores 
menores possam utilizar em determinados processos de mineração 
de dados.
Segundo Wolfert et al. (2017), o futuro da agricultura tem se 
desdobrado em duas vertentes:
 • sistemas proprietários fechados em que o agricultor faz par-
te de uma cadeia de fornecimento de alimentos altamente 
integrada;
 • sistemas colaborativos abertos nos quais o agricultor (e todos 
os demais interessados na cadeia de lojas) é flexível na escolha 
de parceiros de negócios, tanto pela tecnologia quanto pelo 
lado da produção de alimentos.
37
O desenvolvimento de infraestruturas de dados, softwares, 
aplicativos e seu desenvolvimento institucional tem desempenha-
do um papel crucial na batalha entre esses cenários. A partir de 
uma perspectiva socioeconômica, Wolfert et al. (2017) propuseram 
dar prioridade à pesquisa de questões organizacionais relativas 
a questões de governança e modelos de negócios, adequados para 
compartilhamento de dados em diferentes cenários da cadeia de 
suprimentos.
Com a utilização cada vez maior de máquinas inteligentes e 
sensores nas fazendas, os processos agrícolas têm se tornado cada 
vez mais orientados e habilitados para dados. Enquanto a agricul-
tura comum não inteligente leva em consideração apenas a varia-
bilidade de campo, a agricultura inteligente, conforme destacado 
por Wolfert et al. (2017), tem se baseado no gerenciamento do lo-
cal e dos dados, que podem ser aprimorados pelo conhecimento do 
contexto e desencadeados por eventos em tempo real. Recursos de 
reconfiguração assistida em tempo real são necessários para reali-
zar ações ágeis, especialmente em casos de condições operacionais 
e incidentes.
Os dispositivos inteligentes expandem as ferramentas con-
vencionais, adicionando certa autonomia em todos os tipos de 
sensores, isto é, uma inteligência global capaz de executar ações 
autônomas. Sabe-se que mesmo com toda autonomia, os humanos 
não estarão excluídos das fazendas inteligentes, resolvendo proble-
mas que as máquinas não conseguem decidir, ou seja, deixando a 
maioria das atividades operacionais repetitivas para as máquinas.
Os algoritmos de análise e mineração de dados fornecem 
papel importante no desenvolvimento dessas fazendas, tendo em 
vista que as máquinas agrícolas são compostas por sensores, que 
possuem a capacidade de observar e coletar dados do ambiente, da 
capacidade das próprias máquinas (se funcionam bem ou exigem 
manutenção) e dos produtos que envolve, por exemplo, a qualidade 
do grão coletado. Dentre as abordagens computacionais utilizadas, 
pode-se variar desde o uso de heurísticas simples, fornecidas por 
especialistas ou criadas com base na observação (o que envolve 
problemas tradicionais de busca e interferência, árvores e poda), 
mas também pode envolver o uso de algoritmos de aprendizagem 
38
profunda (deep learning), como o uso de redes neurais recorrentes 
para implementar a estratégia certa em determinadas culturas de 
plantio. Abordagens deep learning são consideradas o estado da arte 
na áreade inteligência artificial.
Além disso, é possível que dados meteorológicos possam ser 
agregados e considerados nesses algoritmos, com o objetivo de me-
lhorar a precisão e conformidade deles. Vale a pena ressaltar que, 
em algoritmos de aprendizagem profunda, é necessário um conjun-
to de dados muito grande e, quanto maior for esse conjunto, me-
lhores serão os resultados obtidos. Esse conjunto massivo de dados 
requer um conjunto de técnicas com novas formas de integração que 
visam insights de conjuntos de dados que são diversos, complexos e 
de escala massiva (HASHEN, et al., 2015). Eles representam ativos 
de informação marcados por um volume, velocidade e variedade tão 
altos que requerem tecnologia específica e métodos analíticos para 
sua transformação em valor.
A iniciativa Data FAIRport enfatiza a dimensão operacional 
do Big Data, fornecendo o princípio FAIR — isso significa que os da-
dos devem ser Findable (Encontráveis), Accessible (Acessíveis), Inte-
roperable (Interoperáveis) e Re-Usable (Reutilizáveis). Isso também 
implica a importância de metadados, ou seja, dados sobre os dados, 
como os temporais e de localização. 
Sabe-se que os conceitos dessas duas áreas (Big Data e smart 
farming) são consideravelmente recentes. Questões globais, como 
segurança e segurança alimentar, sustentabilidade e, como resul-
tado, melhoria de eficiência, são tentadas a serem exploradas por 
algoritmos de análise de dados. Essas questões fazem com que o es-
copo dos aplicativos Big Data se estenda muito além da agricultura, 
mas cubra toda a cadeia de suprimentos.
O desenvolvimento da Internet das Coisas, conectando todos 
os tipos de objetos e dispositivos na agricultura e na cadeia de su-
primentos, está produzindo muitos novos dados, que são acessíveis 
em tempo real. As operações e transações são as fontes mais im-
portantes a serem processadas. Sensores e robôs também produzem 
dados não tridimensionais, como imagens e vídeos, que fornecem 
muitos dados gerados por máquina. Além disso, redes sociais têm 
39
sido uma importante fonte de dados. Essas grandes quantidades de 
dados fornecem acesso a informações explícitas e capacidade de to-
mada de decisões em um nível que não era possível antes. Muitas 
empresas novas e inovadoras estão ansiosas para vender e implan-
tar todo tipo de aplicações para os agricultores, dos quais os mais 
importantes são relacionados à implantação de sensoriamento, 
benchmarking, modelagem preditiva e gerenciamento de riscos. 
A partir disso, resta-nos uma dúvida: como essas redes de interesse 
podem ser integradas e organizadas, se é que elas realmente são?
Um ponto em aberto a ser questionado diz respeito a quais 
serão as variações esperadas, causadas por grandes desenvolvi-
mentos. De forma geral, acredita-se que o grande conjunto de dados 
provocará um enorme know-how (conhecimento) para os produtos 
e para os envolvidos na cadeia de suprimentos, provocando gran-
des transformações nos processos de produção e na organização da 
agricultura como um todo.
Essa análise de negócios em larga escala e em alta velocidade 
tem reinventado continuamente novos modelos de negócios. Certa-
mente, os processos, o gerenciamento e as atividades das fazendas 
mudarão muito com o acesso aos dados em tempo real da detecção 
e rastreamento de itens físicos, e em combinação com os desenvol-
vimentos da IoT em automação adicional e operação autônoma da 
fazenda.
Considerando a questão de pesquisa anterior, já é visível que 
o Big Data também causará grandes mudanças nas relações de po-
der entre os diferentes participantes da rede de interesse. O estágio 
atual de desenvolvimento, entretanto, não revela ainda quais são os 
principais cenários que serão desenvolvidos. Dentre os desafios que 
precisam ser abordados, uma longa lista de questões pode ser dis-
cutida; contudo, a maioria delas pode ser envolvida nas seguintes 
categorias:
 • questões de propriedade, privacidade e segurança relacio-
nadas: embora precisem ser tratadas adequadamente, nor-
malmente quando aplicadas com muita intensidade, podem 
desacelerar as inovações;
40
 • qualidade de dados: essa sempre foi uma questão desafiadora 
nos sistemas de informações agrícolas, mas é mais preocu-
pante a obtenção de dados em tempo real;
 • processamento e análise inteligente: devido à grande quanti-
dade de dados heterogêneos não estruturados, normalmente 
é requerido um aprendizado supervisionado por especialistas 
em domínio;
 • integração sustentável de fontes de dados: é extremamente 
desafiador criar e manter integração de diferentes fontes de 
dados;
 • modelos de negócios que sejam atraentes para provedores de 
soluções, mas que também permitam uma participação justa 
entre os diferentes stakeholders;
 • plataformas que acelerarão o desenvolvimento de soluções e 
inovação em geral, mas também capacitarão os agricultores 
em suas cadeias de oferta de insumo.
Desafios na indústria
Nos últimos anos, as empresas têm enfrentado desafios ao lidar 
com questões de Big Data e de tomada de decisão rápida para me-
lhorar a produtividade. Isso se deve ao fato de que estamos vivendo 
o mais alto nível de competitividade no ambiente dos negócios, fa-
zendo com que haja certa pressão para tomada de decisões rápidas. 
O fato é que, na indústria, muitos sistemas de manufatura não estão 
prontos para gerenciar grandes volumes de dados devido à falta de 
ferramentas analíticas inteligentes e de mão de obra qualificada. Na 
indústria moderna atual, tem-se exigido grande especialização dos 
profissionais. Embora tenha-se noção de que os processos produ-
tivos estão em constante modificações e, na maioria das vezes, são 
operados por máquinas cada vez mais autoconscientes e autôno-
mas, o que ainda não se sabe é qual o papel o ser humano desempe-
nhará nos próximos anos.
41
Embora a Inteligência Artificial (IA) tenha ocupado várias 
posições humanas, sabe-se que ela só consegue operar bem com 
base em um grande conjunto de dados passados, ou seja, para que 
um algoritmo de IA consiga realizar operações e tomar decisões de 
modo satisfatório, ele precisa “conhecer” experiências anteriores. 
Em resumo, não é possível a tomada de decisões sobre problemas 
inéditos. Vale a pena ressaltar que a IA não somente tem ocupa-
do algumas posições, mas também tem gerado novas profissões 
no mercado. Exemplo disso são as novas categorias de profissões, 
como cientista de dados, analista de dados, desenvolvedor de apli-
cações de machine learning, engenheiro de robótica, entre outros.
Ao ponto que haja uma grande incorporação de sistemas inte-
ligentes na produção de produtos ou serviços, maior é a autonomia 
alcançada nos processos produtivos e maior é o conjunto de dados 
gerados. As fábricas inteligentes têm se concentrado principalmen-
te em processos de otimização e inteligência centradas no controle 
dos processos de produção. Além disso, sabe-se que a maior inteli-
gência pode ser obtida por meio da interação e agregação de dados 
de diferentes sistemas ao redor, podendo ocorrer um impacto real e 
direto no desempenho das máquinas. Atingir essa interação perfei-
ta com os sistemas ao redor, tem transformado máquinas comuns 
em máquinas autoconscientes e de autoaprendizagem, o que, con-
sequentemente, pode melhorar o desempenho geral e o gerencia-
mento de manutenção dessas máquinas.
Embora metodologias de computação autônoma tenham sido 
implementadas com sucesso na ciência da computação, os instru-
mentos de autoaprendizagem ainda estão longe da implementação 
nos setores atuais. A transformação do status de hoje em máquinas 
mais inteligentes exige mais avanços na ciência, abordando várias 
questões fundamentais. Esses problemas podem ser divididos em 
cinco categorias distintas:
 • Interação entre gerentes e operadores: atualmente, os ope-
radores controlam máquinas, os gerentes planejam crono-
gramas de logística e as máquinas executam apenas as tarefas 
atribuídas. Embora essas atividades sejam geralmente oti-
mizadaspor operadores e gerentes especializados, um fator 
significativamente importante está faltando nessas decisões: 
42
a condição de integridade dos componentes da máquina. Em 
resumo, é necessária uma integração de todos.
 • Frota de máquinas: é muito comum que máquinas semelhan-
tes ou idênticas (frota de máquinas) estejam expostas a con-
dições de trabalho completamente diferentes para diferentes 
tarefas. Em contraste, a maioria dos métodos preditivos e 
prognósticos é projetada para suportar um número único ou 
limitado de máquinas e condições de trabalho. Atualmente, 
os métodos de prognóstico e de gestão de saúde disponíveis 
não estão aproveitando a possibilidade de considerar essas 
máquinas idênticas como uma frota, reunindo conhecimento 
valioso de diferentes instâncias.
 • Qualidade do produto e do processo: como resultado do 
processo de fabricação, a qualidade do produto fornece mui-
tas informações sobre a condição da máquina por meio de 
algoritmos de raciocínio retrógrados. O nível de qualidade 
do produto pode fornecer feedback para o gerenciamento do 
sistema, que pode ser usado para melhorar o agendamento 
da produção. Atualmente, esse ciclo de feedback não existe e 
precisa de mais pesquisas.
 • Grande conjunto de dados e computação em nuvem: o ge-
renciamento e o processamento distribuído dos dados no 
ambiente de Big Data têm sido consideráveis para obter má-
quinas autoconscientes e de autoaprendizagem. Isso se deve 
ao fato de que há certa limitação computacional das máquinas 
ao se processar esse grande conjunto de dados, podendo le-
var semanas nessa atividade. Com isso, tem-se utilizado de 
ferramentas de computação distribuída e paralela de modo 
que o processamento seja distribuído em diversas máquinas 
automaticamente conforme a demanda. Além disso, pode-se 
aproveitar da flexibilidade e contratar um serviço de proces-
samento em nuvem. Os recursos adicionais oferecidos pela 
computação em nuvem são consideráveis, mas a adaptação de 
algoritmos de gerenciamento de dados requer mais pesquisa 
e desenvolvimento.
43
 • Rede de sensores e controladores: os sensores físicos ou ló-
gicos são a porta de entrada da máquina para detectar o am-
biente. No entanto, a falha e a degradação do sensor podem 
passar leituras erradas e imprecisas para os algoritmos de to-
mada de decisão, o que resultará em um resultado incorreto. 
Contudo, pode-se aproveitar da duplicidade de sensores e de 
algoritmos de tolerância a falhas.
Dessa forma, é importante destacar que o desenvolvimento 
de novas tecnologias acompanhou o desenvolvimento da indústria 
desde os sistemas mecânicos, para suportar processos de produção, 
até as atuais linhas de produção automáticas, a fim de que sejam 
rápidos e adaptáveis às exigências e demandas dinâmicas atuais 
do mercado. Com base nos avanços da industrialização e no cresci-
mento da capacidade de processamento computacional e dos meios 
de comunicação via redes sociais, o contexto social dos indivíduos 
consumidores tem sido extremamente influenciado, alterando a 
percepção sobre inovação, qualidade, variedade e velocidade de en-
trega de produtos.
Isso tem exigido o estabelecimento de uma indústria com 
capacidade de identificar seu contexto social, público-alvo e de se 
ajustar e reconfigurar a sua linha de produção conforme o contexto 
muda. Podemos dizer que as empresas que possuem essas caracte-
rísticas são empresas sensíveis ao contexto.
Dois tipos de desenvolvimento inovador estão recebendo 
mais atenção pela academia e indústrias: inovação de serviços e Big 
Data industrial. Muitos países avançados, cuja base econômica é a 
indústria transformadora, fizeram esforços para transformar suas 
economias e revigorar a indústria. Eles têm sofrido ameaças dos 
mercados emergentes e da oferta global de manufatura cadeia. Por-
tanto, as empresas de manufatura não só buscam inovação técnica 
de fabricação, mas também estão começando a focar no escopo de 
serviço.
44
A servitização é um conceito proposto por Vandermerwe e Rada 
(1988) e enfatiza as competências de foco no cliente e a agregação 
de produtos, serviços, suporte e conhecimento. Vamos continuar 
estudando!
Além disso, os autores também afirmam que não somen-
te empresas de serviços, mas também indústrias devem focar no 
desenvolvimento de produtos inovadores combinados com novos 
serviços, a fim de melhorar rapidamente competências essenciais. 
Baines et al. (2009) definiu servitização como inovação de capaci-
dades organizacionais e processos, desde vendas de produtos até 
serviços integrados a produtos. A servitização também pode ser 
definida como a inovação estratégica de capacidades e processos 
da organização em mudar suas vendas de produtos isolados, para 
vender uma oferta que integre produtos e serviços agregando valor 
no uso, ou seja, um sistema de serviço para produto. Um exemplo 
popular é o laptop Macbook, da Apple, que vende junto com o hard-
ware o sistema operacional específico da marca.
Para se ter ideia, um Product Service System (PSS) é um caso de 
servitização, tendo em vista que um PPS pode ser entendido como 
um sistema de produtos, serviços, redes de apoio e infraestrutura. 
Eles são projetados para serem altamente competitivos e satisfa-
zerem as necessidades dos clientes. No modelo de negócios do PSS, 
indústrias desenvolvem produtos com serviços de valor agregado 
em vez de único produto físico em si, com o objetivo de fornecer aos 
seus clientes os serviços que são necessários. Desse modo, o sentido 
da relação está no fato de que o objetivo do mercado dos fabrican-
tes não é apenas a venda de produtos, mas o lucro contínuo dos 
clientes, como uma forma de assinatura fixa ou conforme a deman-
da de uso dos usuários.
Assista aqui um vídeo sobre os principais entraves da econo-
mia brasileira e reflita sobre como a tecnologia poderá ajudar o país 
DEFINIÇÃO
45
a superar esses desafios: Aula 10 de Economia, “Economia Contem-
porânea”, trecho de vídeo de 18m e 49s até 20m e 40s.
Chegamos ao fim desta unidade. Abordamos, de forma efi-
ciente e clara, todos os conteúdos e esperamos que você tenha assi-
milado o conhecimento necessário sobre o assunto apresentado. Na 
próxima unidade, abordaremos os desafios profissionais na era da 
tecnologia, a importância, as oportunidades da profissionalização e 
planejamento de carreiras.
Tenho certeza de que isso fará uma grande diferença na sua 
vida profissional.
Siga em frente!
Bom estudo!
46
UN
ID
AD
E
2
Objetivos
1. Contextualizar os desafios, a importância e oportunidades 
da profissionalização;
2. Discutir como deve-se planejar a carreira considerando a 
globalização e a economia;
3. Discutir como gerar e promover a inovação em tempo de 
mudanças;
4. Entender os conceitos e desafios do empreendedorismo.
48
Introdução
A presente unidade tem por objetivo apresentar uma visão geral dos 
desafios profissionais na era da tecnologia. Dessa forma, inicial-
mente, serão contextualizados os desafios, a importância e opor-
tunidades da profissionalização. Em seguida, serão discutidos como 
é possível planejar a carreira considerando a globalização e a eco-
nomia, que sofrem diversas modificações. Adiante, abordaremos 
como gerar e prover inovação nesses tempos de mudanças. Por fim, 
apresenta-se alguns conceitos e desafios do Empreendedorismo. 
Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste 
universo!
Vamos nessa?
49
A formação profissional e seus desafios
A sociedade tem passado por grandes transformações, especialmente 
nos últimos 50 anos. É de se referir que uma série de inovações tec-
nológicas tem alterado de maneira radical e com uma velocidade 
espantosa o cotidiano das pessoas, deixando marcas na sociedade 
como nunca antes na história da evolução humana. De modo geral, 
pode-se destacar que o resultado dessas inovações está alterando 
nossas vidas tanto no âmbito pessoal quanto no profissional, ge-
rando globalização econômica, social e educacional, bem comoo 
surgimento de um modo de vida batizado de sociedade do conheci-
mento. Diante desse contexto, o progresso da tecnologia e a impor-
tância do acesso à informação é super importante.
Para que se tenha ideia da velocidade da evolução do conhe-
cimento humano, segundo Pinto (2020), estima-se que o conheci-
mento humano dobre de tamanho a cada 12 meses. a partir de 2020, 
estará dobrando de tamanho a cada 12 horas. Com base nessa infor-
mação, imagine o desafio que será tentar acompanhar a evolução do 
conhecimento na área profissional de sua preferência?
Isso se deve ao avanço da capacidade computacional e ao 
desenvolvimento de novos algoritmos que possibilitam realizar 
processamento cada vez maiores, em menos tempo, ligados à ca-
pacidade de extração e a transmissão do conhecimento em qualquer 
formato de mídia, como texto, imagens, áudios e vídeos.
Além do uso demasiado dos recursos disponibilizados na 
internet, fica explicito que essa globalização econômica e social 
tem transformado as relações e formas de trabalho. É cada vez 
mais comum a opção do emprego tradicional ser deixado de lado, 
e substituído por trabalho autônomo, o qual depende de certas ca-
racterísticas, dentre as quais, podemos citar: alto nível de conhe-
cimento técnico e social, criatividade, senso crítico, habilidade de 
inovar e se redesenhar em tempos de mudanças frequentes.
Diante disso, possuir um diploma já não garante a empre-
gabilidade. Esta característica está cada vez mais relacionada à 
qualificação, isto é, às habilidades técnicas e sociais normalmente 
requeridas na área de atuação. Como exemplos, podemos citar: 
50
domínio de um ou mais idiomas, conhecimento específico sobre 
um determinado negócio e habilidade de operar uma ferramenta ou 
sistema.
O mercado de trabalho tem procurado pessoas que sabem 
aprender e/ou buscam se reinventar. Pode parecer estranho essa 
expressão, mas como a tecnologia e as formas de negócio têm evo-
luído rapidamente, não basta ser apenas técnico. O maior valor não 
está em, simplesmente, saber identificar e apontar os problemas, 
mas sim na habilidade de buscar soluções, o que implica na capaci-
dade de aprender constantemente e ainda se reinventar.
No final da década de 90, e início dos anos 2000, a linguagem de 
programação Delphi era muito útil para qualquer um que quisesse 
um espaço no mercado de trabalho de desenvolvimento de softwares. 
Porém, os tempos mudam, outras necessidades aparecem, e a tec-
nologia evolui. Aqueles que aprenderam Delphi, mas não evoluíram 
para outras linguagens de programação como Java, encontraram 
grandes problemas no mercado de trabalho.
Outro aspecto a ser levado em consideração é o fato de que 
sistemas/robôs estão ocupando cada vez mais os postos de trabalho 
operacionais, especialmente os maçantes e repetitivos. Isto se dá 
porque trabalhos repetitivos induzem à desmotivação, podendo le-
var ao erro, produzir perdas e causar acidente de trabalho. Por outro 
lado, um sistema não vai se chatear, nem se desmotivar porque está 
carimbando mil livros por dia numa biblioteca ou, numa linha de 
produção automotiva, parafusando o mesmo local, em várias peças.
Isto quer dizer que, feliz ou infelizmente, em pouco tem-
po não teremos mais posto de trabalho operacional. Muitas 
vagas de emprego deixarão de existir, mas antes que você se de-
sespere, muitas outras vagas de trabalho serão criadas, porém, com 
EXEMPLO
51
tendência menos operacional e mais sofisticada, de nível tático, ou 
nível gerencial.
Atualmente, existem sistemas, robôs que contam quantos 
cliques do mouse você deu numa determinada página ou anúncio. 
Eles conseguem contar quantas vezes você acessou determinado 
assunto na internet, entre outras coisas.
Imagine um anúncio de emprego como este: “Contrata-se 
funcionário para contar o número de vezes que os visitantes deste 
site clicam num determinado link ou anúncio.” Nenhuma pessoa 
conseguiria fazer isso em tempo hábil, não é mesmo? Mas pode, ao 
extrair o relatório diário/semanal/mensal sobre o número de cli-
ques que um determinado site obteve, fazer considerações, verificar 
perfil dos visitantes e o mais importante, tomar decisões sobre qual 
deve ser o próximo passo. É fato que os sistemas informatizados e 
a inteligência artificial estão nos ajudando a construir ou formar a 
nossa base de conhecimento, mas, por enquanto, nós ainda estamos 
no comando.
Outros fatores emergentes podem ser considerados, quando 
se trata da formação profissional, como a capacidade do trabalhador 
em gerenciar seus aspectos emocionais em determinadas posições.
A educação da sociedade contemporânea
Nesta sociedade de mercado contemporânea, o conhecimento é 
a chave de tudo, sendo que o papel do ser humano é fundamental. 
Vale ressaltar que um sistema de banco de dados, por exemplo, 
contém, como o próprio nome diz, apenas dados. No entanto, dados 
não implicam em informações e elas nem sempre implicam em co-
nhecimento. O saber implica na capacidade de tomar decisões, criar 
situações e produtos inéditos. Devido a isso, o ser humano sempre 
estará envolvido no processo de conhecimento, tendo em vista que 
abordagens de inteligência artificial se baseiam em ocorrências 
de situações anteriores para poder cumprir sua tarefa, isto é, es-
sas abordagens envolvem uma etapa denominada como etapa de 
treinamento do sistema inteligente, diferente do treinamento que 
acontece conosco.
52
O processo educacional sempre teve grande importância nas 
sociedades civilizadas e tem grande impacto na construção de ideias, 
na liberdade de expressão e num processo de criação de riqueza, de 
evolução, autêntico e harmonioso. Preocupado com esses aspectos, 
a Comissão Internacional de Educação da UNESCO definiu quatro 
pilares de enfoque para a educação:
 • aprender a conhecer
 • aprender a fazer
 • aprender a viver
 • aprender a ser.
Com relação ao primeiro item, aprender a conhecer, consi-
derando um mundo globalizado e a imensa quantidade de dados 
e informações gerados a cada momento, os desafios da educação 
deixaram de ser o quanto de informação a pessoa acumula, para 
desenvolver meios para que a pessoa consiga chegar à informa-
ção e produzir conhecimento e conteúdo relevante baseados nela. 
Ratificando esta ideia, Siemens (2005), citado por Munhoz (2015), 
destaca que:
[...] a aquisição de conhecimento algo que 
não pode ser transmitido, mas que decorre de 
uma quantidade de interações que você venha 
a desenvolver na grande rede. Ou seja, não é 
possível adquirir pessoalmente toda a quanti-
dade de informações sobre algum assunto em 
particular, isso somente ocorre com a colabo-
ração de outros participantes da grande rede. 
(MUNHOZ, 2015, p. 39).
Com base nisso, estar conectado é fundamental para manter 
o aprendizado, pois esta nova maneira de organização do proces-
so educacional tem pregado que ela deva ocorrer ao longo da vida, 
ou seja, o indivíduo sempre estará em processo de aprendizado, a 
fim de que esteja em constante melhoria de si mesmo, no sentido 
mais amplo da vida, não se limitando ao campo profissional.
53
Com relação ao terceiro item, aprender a viver, vale a pena 
destacar que a interdependência da sociedade moderna e a forma 
como as relações internacionais têm se tornado cada vez mais im-
portantes para a economia local, aprender a viver em conjunto tem 
sido um dos itens fundamentais da educação, no que tange a convi-
vência e a relação com culturas diferentes.
Outro autor de destaque é Morin (2000), o qual apresentou 
um conjunto de sete reflexões de melhoria da educação, que vere-
mos a seguir:
 • O conhecimento admite erros, tendo em vista que ela é com-
posta por seres humanos, que são sujeitos a falhas;
 • O conhecimento é pertinente, ou seja, promove um conheci-
mento que é capaz de entender problemas locais e globais;
 • O ensino deve ser centrando na condição humana, ou seja, ela 
deve abordar questões do plano físico, social, cultural e histó-
rico do indivíduo;
 • O ensino deve estar

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