Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 1/42 Mediação escolar e inclusão Prof.ª Maria Teresa Tedesco Descrição A mediação inclusiva como um direito humano e a busca pelo conhecimento e a instrumentalização. Propósito Instrumentalizar os alunos sobre o que é educação inclusiva e mediação, demonstrando como ela é um direito e faz parte do cotidiano escolar. Objetivos Módulo 1 Educação Inclusiva e mediação pedagógica Relacionar o conceito de educação inclusiva ao conceito de mediação pedagógica. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 2/42 Módulo 2 O estudante e a mediação inclusiva Reconhecer a mediação inclusiva como procedimento pedagógico para a efetiva educação inclusiva. Introdução A escola é a principal instituição de construção do conhecimento no mundo. Trata-se de uma instituição necessária para a formação de qualquer ser humano e que precisa, como tal, cumprir sua função. Apesar de todas as nossas diferenças como seres humanos, essa instituição tem sido confrontada com o desafio de se tornar “inclusiva”, o que implica refletir em que medida sua prática é, de fato, inclusiva. Nesse desafio, fica implícita a constatação de que ela ainda tem uma prática que exclui, aparta e discrimina. Logo, falar em inclusão nos remete às discussões sobre o direito à igualdade e à diferença. Portanto, incluir significa agregar a todos porque todos somos diferentes. As sociedades são multiculturais, em sua essência. Não há país ou grupo social no qual todos os indivíduos sejam ou ajam da mesma forma, ou que professem a mesma fé, ou tenham as mesmas aspirações. Tanto nas suas ações cotidianas em busca da sobrevivência quanto nas interpretações simbólicas da existência, cada ser humano é absolutamente único. Um grupo se constrói por uma necessidade histórica de estar junto ao outro. Neste sentido, a Lei nº 13.146, Capítulo II - Art. 4º, aduz que “Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie de discriminação”. Logo, para agregar as diferenças, o processo de mediação em contexto escolar visa garantir aos estudantes com deficiência igualdade na aquisição do 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 3/42 conhecimento, evitando que esses estudantes sejam ou sofram qualquer perfil de discriminação. 1 - Educação Inclusiva e a mediação pedagógica Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar o conceito de educação inclusiva ao conceito de mediação pedagógica. Aspectos conceituais: o que é educação inclusiva? Falar em inclusão significa discutir o direito de cada um à diferença, bem como discutir o direito à igualdade. A escolas são uma pequena reprodução do mundo em que as pessoas se inserem, e internamente estão presentes as próprias contradições do mundo. Por refletir o que ocorre na sociedade, a escola espelha suas diferenças, na qual prepondera um modelo econômico capitalista, que é, por natureza, excludente e concentrador. No Brasil, devido às suas características históricas peculiares, nossas diferenças avultam-se, de forma gigantesca e absurda, caracterizando-se por um abismo social. Diante desse processo, tendemos a pensar que, para receber alunos com necessidades físicas e educacionais especiais, são necessárias escolas com condições fantásticas. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 4/42 A Declaração de Salamanca trata dos princípios, políticas e práticas na área de necessidades educativas e, no caso brasileiro, informa que: [...] uma alta percentagem de de�ciência constitui resultado direto da falta de informação, pobreza e baixos padrões de saúde. (BRASIL, 1994, p. 46) No Brasil, as desigualdades não são somente econômicas e de classe social. Elas se apresentam também de outras formas: diferenças físicas, de idade, socioculturais e de níveis de aprendizagem. São muitos elementos e características, transitórios ou permanentes, que reforçam os aspectos desiguais de nossa sociedade, e exigem políticas educacionais, saberes pedagógicos e currículos específicos e flexíveis, luta ainda travada no século XXI. O processo de inclusão, no Brasil, teve muitas idas e vindas. O país tem sido palco de discussão teórica sobre o assunto há três décadas, o que se refletiu na aprovação de uma legislação voltada para a educação inclusiva, tendo como foco principal os alunos designados como aqueles com necessidades educacionais especiais, a exemplo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, e as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Ambas estão afinadas tanto aos princípios da Constituição Brasileira de 1988 quanto a documentos internacionais, como a Declaração de Jomtien sobre a Educação para Todos, de 1990, e a Declaração de Salamanca sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área de Necessidades Educativas Especiais, de 1994. Em todos esses documentos, a premissa comum é de que a escola deve estar baseada em valores como liberdade, tolerância, convivência, democracia, pluralidade, respeito, singularidade, solidariedade e equidade, devendo 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 5/42 ainda abrigar a todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, psicológicas, sociais e linguísticas. Sobre as políticas legislativas voltadas para a educação inclusiva, dois pontos merecem destaque: A política de inclusão escolar não se debruça, apenas, sobre as crianças, mas sobre jovens e adultos também, pois muitos são analfabetos ou analfabetos funcionais, excluídos, portanto, das condições sociais, evadidos, muitas vezes, da escola para poderem lutar pela sobrevivência. A política de inclusão escolar também trouxe em seu bojo a necessidade de atendimento diferenciado para determinados tipos de alunos, o que chamamos de educação especial ou atendimento educacional especializado na educação regular. A educação inclusiva se impõe diante do fracasso escolar e exige da escola uma postura pedagógica fundada no respeito às diferenças sociais, culturais, econômicas e pessoais. Por seu turno, deve cobrar da escola respostas educacionais com a implementação de currículos flexíveis, adaptados, além da inserção de recursos didáticos tecnológicos que favoreçam e potencializem o aprender. Por fim, exige professores bem instrumentalizados para mediar a aprendizagem. Comentário 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 6/42 Do ponto de vista da organização escolar, a proposta de educação inclusiva efetiva-se, prioritariamente, na constituição de turmas mistas nas quais todos os alunos, com ou sem necessidades especiais, devem estar inseridos. Essa integração é o pilar central desse novo modelo de educação, embora seja o ponto nevrálgico dessa implementação, dadas as dificuldades e as resistências para a formação de grupos/turmas que abriguem as heterogeneidades, especificamente tratadas neste momento. Uma provocação O ambiente escolar deve ser um espaço de acesso a todos. É um âmbito rodeado de conflitos e desafios, principalmente para pessoas com deficiências. Apesar de ser uma pauta discutida há alguns anos, a mediação em educação especial ainda não é um projeto fácil e bem estabilizado nas instituições. A inclusão é um projeto que visa à adaptação do espaço social para receber as diferenças. Logo, esse espaço e os profissionais devem estar preparados para lidarem com esses conflitos e terem metodologia para mediarem de forma a agregar o aprendizado daspessoas com necessidades educacionais especiais. A educação inclusiva não deve ser feita de forma segregada, mas sim incluindo os alunos com necessidades especiais em um ambiente escolar com os demais estudantes, para que eles tenham, minimamente, as mesmas experiências didáticas dos demais. Aceite o desa�o Analise as duas situações-problema a seguir: 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 7/42 Agora sobre uma situação-problema que trate da questão de classe: 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 8/42 Considerando as situações-problema apresentadas acima, analise a imagem: Personagens com e sem deficiência interagem no mesmo espaço. Revista Viva as diferenças!, Mauricio de Souza, 2009 (MATTOS, 2022, p. 13). Como se sabe, em todo o mundo existem pessoas com algum tipo de deficiência. Embora nem sempre aceitas, a criação de legislações em defesa da inclusão tem favorecido sua inserção na sociedade. Apesar dos avanços, existe ainda um longo caminho a ser percorrido, sobretudo no que tange ao tratamento igualitário em relação aos demais indivíduos, pois o imaginário social acerca das pessoas com deficiência como incapazes e desprotegidas contribui para que as diferenças sejam acentuadas ainda na infância. A cena do quadrinista Maurício de Souza traz à baila essa questão crucial na sociedade, incluindo, em sua obra, personagens com necessidades especiais. O quadrinho não oferece resistência à percepção de que todos somos iguais nas diferenças que se apresentam como traços peculiares do ser humano. Ao trazer a discussão por meio de um gênero textual acessível a grandes camadas, os gibis da Turma da Mônica podem contribuir para a desconstrução de crenças e de preconceitos vigentes e atuar na reconstrução de valores favoráveis à independência e à capacidade das pessoas com deficiência. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 9/42 Precisamos ter em mente que a ascensão social depende de fatores viabilizadores que estão fora do alcance das camadas pobres, sempre as menos privilegiadas socialmente, o que ocasiona, por vezes, conflitos sociais em busca do acesso a tais fatores. A função da escola é permitir o desenvolvimento das condições para esse acesso, sendo a inclusão de todos os estudantes uma tarefa essencial para a consolidação dessa perspectiva. Mediação inclusiva No contexto escolar, a tarefa de mediação de estudantes com qualquer perfil de necessidade educacional especial requer a participação e o envolvimento de todos os profissionais, do professor ao diretor. No entanto, há o profissional específico, com formação pedagógica, que atua como mediador entre o estudante com deficiência e o professor. Segundo Mamedes: O mediador deve ter uma relação harmoniosa e interativa com o professor e o aluno; além disso, deve ter aptidões e habilidades interpessoais para desenvolver e manter relações de trabalho com as crianças, família e demais profissionais da escola. (MAMEDES, 2021, p. 1) Essa participação do mediador junto ao professor e ao estudante com deficiência não implica um afastamento entre esses sujeitos. Ao contrário! O mediador vai instrumentalizar o professor com estratégias cujo propósito é facilitar a convivência com o discente especial. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 10/42 Mamedes (2021) observa que o mediador de estudantes com necessidades educacionais especiais é um profissional atuante em todo contexto escolar. Isso implica que o profissional participe do processo de interação entre os alunos, sendo uma “ponte” significativa de socialização. Uma pergunta importante, então, é: qual a função desse mediador no contexto da educação inclusiva? Primeiramente, é preciso ratificar que a mediação escolar inclusiva se tornou mais frequente a partir da Convenção de Salamanca, quando o debate tomou forma e impulso. As escolas de todo o mundo tiveram que dar conta de incluir crianças que precisavam de ajuda em classes já existentes, muitas vezes, com profissionais docentes cuja formação não previa lidar com essas peculiaridades. Apesar de essa função ser garantida por lei, não existe muita clareza quanto ao seu papel e às suas atribuições, nem quanto à regulamentação da profissão. A mediação escolar inclusiva se tornou mais frequente a partir da Convenção de Salamanca, quando o debate tomou forma e impulso. As escolas de todo o mundo tiveram que dar conta de incluir crianças que precisavam de ajuda em classes já existentes, muitas vezes, com profissionais docentes cuja formação não previa lidar com essas peculiaridades. Apesar de essa função ser garantida por lei, não existe muita clareza quanto ao seu papel e às suas atribuições, nem quanto à regulamentação da profissão. Claro está, entretanto, que o mediador é um outro ator que passa a fazer parte do contexto escolar. Não se trata, pois, de um intruso ou substituto na relação professor/aluno, mas um intermediário nas questões sociais e de comportamento, na comunicação e na linguagem, bem como nas atividades pedagógicas, contribuindo para o desenvolvimento do sujeito com necessidades 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 11/42 educacionais especiais, nas suas limitações motoras ou de leitura, nos diversos níveis escolares. A principal função do mediador é ser o intermediário entre a criança e as situações vivenciadas por ela, nas quais se depara com dificuldades de interpretação e de ação. Assim, a relação pedagógica, com o mediador inclusivo, no contexto escolar, passa a ser estruturada da seguinte forma: Há de se ter clareza de que um mediador, ao estimular a aquisição de linguagem e as habilidades sociais no cotidiano escolar, amplia a possibilidade não só da quantidade de estímulo recebido, mas também a qualidade, já que sua intermediação sempre ocorrerá em situação real de uso, do aprendizado in loco, tendo em vista que a escola é o espaço, por excelência, para a construção do aprendizado. É importante enfatizar que o papel do mediador escolar está coadunado à função de intermediar as questões sociais e de linguagem daquele estudante com necessidades especiais. Sem dúvida, este sujeito, dadas as suas características, precisa ser engajado a participar das atividades sociais, como se relacionar com crianças da sua idade e no esclarecimento do que se espera dela em cada situação, incluindo, portanto, suas habilidades de linguagem. Uma condição essencial no processo de mediação é, primeiramente, conhecer o aluno que será acompanhado pela mediação. A seguir, ter 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 12/42 encontros sistemáticos com a equipe pedagógica, a fim de discutir e conhecer as questões terapêuticas que circundam aquele estudante para poder favorecer as interações sociais. As interações são fundamentais para a construção dos processos mentais superiores, funções psicológicas que resultam em relações de nexo e que se intercambiam entre si, como a memória, a atenção ou a percepção. A transformação de processos mentais elementares em funções superiores ocorre por meio das atividades mediadas. Sendo assim, o mediador poderá incluir a criança no cenário da interação, sendo o elo entre ela e seus pares e, ao mesmo tempo, auxiliará na compreensão da(s) leitura(s) social(is). Estimular a comunicação e a interação social são ferramentas básicas para promover a inclusão dessas crianças. Saiba mais A Declaração de Salamanca (1994) é o documento resultante da Conferência Mundial sobre NecessidadesEducativas Especiais. Juntamente com a Conferência Mundial de Educação para Todos (1990), constitui-se em marco internacional no contexto da garantia dos direitos das pessoas com necessidades educacionais especiais e deficiência. Essa declaração unifica os princípios, a política e as práticas da integração das pessoas com necessidades educativas especiais. O documento da Declaração de Salamanca (1994) proclama que: Todas as crianças têm direito fundamental à educação e deve ser dada a oportunidade de obter e manter um nível adequado de conhecimentos. Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem próprias. Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo que tenham em vista toda a gama dessas diferentes características e necessidades. As pessoas com necessidades educativas especiais devem ter acesso à escola regular, que deverá integrá-las em uma pedagogia centrada na pessoa, capaz de atender a essas necessidades. As escolas regulares, com essa orientação inclusiva, constituem os meios mais eficazes de combater as atitudes discriminatórias, criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos, além de proporcionar uma educação efetiva à maioria das crianças e melhorar tanto a 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 13/42 eficiência como a relação custo- benefício de todo o sistema educacional (BRASIL, 1995). Mousinho et al. (2010) elenca um conjunto de sugestões concernentes à mediação, considerando o desenvolvimento das habilidades de linguagem, condição essencial para o processo de interação social. Não se quer considerar que essa seja uma lista fechada. Defende-se que essas são sugestões importantes para o desenvolvimento da função de mediador, foco de nosso curso. Os autores afirmam que é bem documentado na literatura que o melhor prognóstico de indivíduos com dificuldades de interação, comunicação e interesses restritos está intimamente relacionado com sua competência linguística e comunicativa. Dessa forma, as 27 habilidades a seguir deverão ser estimuladas, tanto para as crianças quanto para os adultos com necessidades especiais. Vamos conferi-las? Aumentar o contato visual, reconhecer as expressões faciais e seus significados. Desenvolver a reciprocidade social, verificando se a comunicação foi efetiva, bem como repará-la e persistir no ato comunicativo. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 14/42 Estimular a imaginação e o simbolismo. Atribuir significado às estereotipias. Melhorar a compreensão. Estimular sempre o apontar e o direcionamento do olhar da criança para aquilo ou para quem está falando. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 15/42 Estimular a imitação de movimentos, sons e atitudes. Estimular a "triangulação do olhar", que significa olhar para a pessoa e para o objeto, alternadamente, fechando os vértices de um triângulo com o olhar. Traduzir ou complementar as informações auditivas com informações visuais por meio de fotos, objetos ou figuras. Desenvolver a comunicação espontânea e funcional. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 16/42 Utilizar imagens de pessoas, locais ou situações para ajudar a criança a compreender o que vai acontecer (antecipação). Utilizar informações verbais curtas, ou seja, partir as informações em frases pequenas e objetivas. Ajudar a criança a organizar seu discurso com lógica e clareza. E ajudar a criança a modificar seu discurso utilizando a primeira pessoa, quando esta não o faz. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 17/42 Ajudar a criança a utilizar os turnos de diálogo, respeitando a vez de cada um na comunicação verbal, fazendo-a perceber os marcadores para iniciar ou terminar uma conversa. Dirigir a atenção da criança para quem se fala ou para as atividades que estão sendo utilizadas na sala de aula. Ensinar a criança a perceber a linguagem corporal, apontando o comportamento corporal do outro como modelo ou o seu próprio. Ensinar a criança a perceber as emoções. Pode-se utilizar recursos visuais de expressão facial, ensinando a criança a detectar pistas que indiquem as emoções. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 18/42 Auxiliar a criança na compreensão de comentários do amigo, sem que aconteça um mal-entendido. E também explicar o sentido de metáforas e expressões idiomáticas. Usar assuntos que fazem parte do interesse restrito como parte motivacional e inicial da conversação. Favorecer a diminuição do uso de sons e emissões verbais não convencionais, como as estereotipias verbais, a ecolalia (imediata ou remota) e as perguntas incessantes, podendo atribuir significado aos mesmos. E também responder a qualquer som que a criança faça. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 19/42 Usar gestos apropriados, tom de voz, linguagem corporal para acentuar as emoções. Usar agendas de visualização e esquemas de atividades com figuras ou palavras, rotina diária e sequência de figuras na área de trabalho para definir a sequência de atividades, auxiliando a linguagem bem como o comportamento. Manter a atenção da criança voltada para as ordens e informações dirigidas pela professora. Nos momentos livre de pátio e recreio, proporcionar melhor comunicação entre as crianças, direcionando para a interação e fazendo leituras de comportamentos para que a criança saiba como agir junto aos outros amigos. Lamentavelmente, a presença do mediador não é uma regra em todas as instituições escolares. Além desse fato, há instituições educacionais que apresentam um quantitativo de mediadores que não se constituem em 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 20/42 número suficiente para atuar junto a todos os casos de estudantes com deficiência. Mamedes (2021) confirma que a presença do mediador não é uma realidade em muitas instituições: A demanda pelo mediador pode surgir de maneiras diversas: por intermédio da escola, da família e até dos profissionais de saúde que acompanham a criança. (MAMEDES, 2021, p. 3) Uma provocação A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), Lei nº 13.146, aprovada no dia 06 de julho de 2015, trouxe em seu texto uma série de direitos e deveres a serem instituídos na área da educação. Para as pessoas com TEA, Transtorno do Espectro Autista, a lei trouxe ganhos, como vedação da negativa de matrícula nas instituições de ensino, impedimento da cobrança de taxas exclusivas e exige que sejam ofertados, pela escola, profissionais qualificados que atendam às limitações desses alunos (SANTOS, 2021, p.1). Atividade discursiva “A pessoa com deficiência intelectual, normalmente, precisa de auxílio para utilizar estratégias cognitivas, já que não consegue antecipar suas ações de forma espontânea” (PALANGANA, 2015, p. 91). Partindo dessa citação, avalie a assertiva sobre a função do mediador inclusivo a seguir: 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 21/42 Considerando que crianças com deficiência intelectual são vulneráveis quanto ao desenvolvimento intelectual, devido às suas limitações na capacidade de generalização e transferência de aprendizagem, cabe ao mediador proporcionar-lhespossibilidades de interações sociais e afetivas. Você concorda com a assertiva acima? Justifique a sua resposta. Digite sua resposta aqui Chave de resposta A função do mediador é proporcionar possibilidades de interação social e de afeto. Não se trata de reconstituir ações, pois essas não se perdem. Além disso, não somos nós, professores e/ou mediadores, que devemos desejar a aprendizagem. São os sujeitos do processo de aprendizagem que a desejam, os protagonistas do processo. As mediações não se restringem aos aspectos comportamentais, elas se desenvolvem na interação, na construção das relações sociais, afetivas e, por conseguinte, cognitivas, que não se resolvem somente com os aspectos lúdicos, embora sejam parte do processo. Estudo de caso: lidando com o diferente Confira agora um estudo de caso sobre inclusão com base em diferentes perfis de alunos. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 22/42 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 23/42 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O reconhecimento de que os alunos aprendem segundo suas capacidades não surge de uma hora para a outra, só porque as teorias assim afirmam. O professor, então, desempenhará seu papel formador, que não se restringe a ensinar somente a uma parcela dos alunos que consegue atingir o desempenho exemplar esperado pela escola. Qual a postura esperada do professor em um contexto de educação inclusiva? Parabéns! A alternativa A está correta. Estamos lidando com o que rompe, que é a expectativa do desenvolvimento homogêneo, que nunca existiu e pode ser considerado um fator de resistência à absorção de alunos com necessidades educacionais especiais. A Heterogênea. B Individualizada. C Monocromática. D Especializada. E Homogênea. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 24/42 Questão 2 É nos bancos escolares que se aprende a viver entre os nossos pares, a dividir as responsabilidades, a repartir tarefas. Os professores, quando buscam obter o apoio dos alunos e propõem trabalhos diversificados e em grupo, desenvolvem formas de compartilhamento e difusão dos conhecimentos nas salas de aula. Nesses ambientes, com base nas diferenças e talentos de cada um e na valorização da contribuição individual para a consecução de objetivos comuns, desenvolve-se a produção em grupo. Para isso, é necessário um ambiente de Parabéns! A alternativa A está correta. Uma das habilidades a serem estabelecidas no processo de inclusão é lidar com uma aprendizagem coletiva, o que nos remete ao processo relacionado à cooperação, uma competência humana fundamental. A cooperação. B individualização. C exclusão. D intimidação. E segregação. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 25/42 2 - O estudante e a mediação inclusiva Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a mediação inclusiva como procedimento pedagógico para a efetiva educação inclusiva. Caracterizando as necessidades especiais Em linhas gerais, os autores preconizam características diversas para os estudantes que podem precisar do apoio de um mediador escolar, cujas dificuldades podem ser de diferentes naturezas. Vamos verificá-las a seguir. Observação: É importante frisar que não há uma etapa escolar restrita que precise de mediador, e sim uma demanda do estudante. Di�culdade motora geral e acessibilidade Estudantes com limitações motoras, mesmo com acessórios que facilitem a locomoção ou digitação, por exemplo, podem necessitar, pelo menos em um período de adaptação, de 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 26/42 mediadores escolares. A implementação de muitos recursos só é possível com este auxílio individualizado. Adaptações de material também podem ser uma constante. Di�culdades comportamentais importantes Determinados comportamentos, sobretudo agressivos, podem colocar em risco a integridade do próprio aluno, bem como de seus colegas. Neste caso, o mediador escolar pode favorecer interações saudáveis e, quando necessário, intervir em comportamentos que possam prejudicar alguém no ambiente escolar. Di�culdades de concentração e de impulsividade Uma criança com déficit de atenção importante pode precisar de um profissional que possa mediar sua atenção e ensiná-la a se autorregular no tempo, com seus materiais, facilitando assim a organização da criança, o planejamento de atividades e a antecipação das possíveis reações, como controle da impulsividade, eventualmente. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 27/42 Di�culdades de leitura O mediador ajuda os estudantes a reverem informações sobre trabalhos ou relatórios, nas aulas de revisão de classe. Compartilha leituras para que não haja sobrecarga na tarefa. Organiza a produção da escrita, quando a dificuldade prejudica muito a expressão de seus pensamentos. Seguindo a orientação do professor de turma, busca-se antecipar situações oferecendo outros recursos (vídeos, fotos, experiências) para que os alunos não dependam exclusivamente da leitura, criando experiências diferenciadas sobre os mais variados assuntos. Adaptações de materiais podem ser importantes, também. Além disso, o mediador pode aproveitar diversas situações do cotidiano escolar a fim e estimular as habilidades necessárias para a alfabetização. Vejamos! Di�culdades no ensino fundamental II e no ensino médio Nesta etapa escolar, o mediador muitas vezes, especializa-se em um assunto específico, como o ensino de Inglês ou Ciências. Ele é muitas vezes responsável por projetos especiais e pelo preparo de materiais e equipamentos específicos para determinadas disciplinas ou conteúdos. Di�culdades na comunicação e na interação A estimulação de linguagem e da interação no ambiente privilegiado da escola visa não somente estimular a fala, mas também tem o objetivo de desenvolver e promover a competência comunicativa e interacional. Comumente, este tipo de abordagem produz um efeito no comportamento geral, uma vez que o desenvolvimento da comunicação favorece as relações, bem como sua organização. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 28/42 As metodologias de mediação a serem utilizadas podem ser das mais variadas formas possíveis. Para cada atividade ou necessidade, você deverá preparar com cuidado e detalhe cada mediação. Há, no âmbito, diversos casos de pessoas com necessidades especiais, e cada uma delas precisa de didáticas que facilitem a interação, de acordo com os limites de cada um. Mediação inclusiva para o transtorno do espectro autista O autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento que se manifesta de formas e graus diferentes. Há cada vez mais espaços preparados e qualificados para uma classe com inclusão, mesmo nas universidades. Nos primeiros dias, é muito importante ganhar a confiança dos alunos. É preciso entender que esse processo será, muitas vezes, demorado. E você, professor/mediador, integrante da instituição e em preparação, sabe que, assim como toda criança, o aluno com autismo deve ter atividades elaboradas de acordo com sua evolução. Imagine que você esteja em uma turma de fundamental II e, juntamente com o professor, o profissional em educação inclusiva que fará a mediação esteja preparando uma atividade para um aluno com espectro autista. A recepção é um dos pontos principais do processo da mediação. É preciso que o aluno se sinta à vontadee tenha desejo de estar no ambiente escolar. Vale lembrar que cada pessoa com o transtorno de espectro autista reage e sente de forma diferente. Receba-a de forma natural, e espere o tempo dela para se adaptar ao ambiente. Barulhos causam irritação a essa pessoa, principalmente, na fase inicial da infância, devido à sensibilidade que têm. Além disso, não são recomendadas atividades em ambientes desconhecidos e desconfortáveis. Lembre-se de que a combinação de atividades entre professor e mediador deve acontecer, pois o planejamento de aula é feito pelo 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 29/42 professor e colocado em prática juntamente com o mediador. Agora, quais procedimentos são bem-vindos para esses estudantes? Criação de atividades em grupos, com foco na inclusão de seus membros. Desenvolva atividades em que todos consigam exercitar alguma tarefa, explique como devem se organizar para atingir aquele objetivo, torne o ambiente confortável, incentive- os para que se ajudem mutuamente. Isso inclui atividades que o aluno com autismo esteja acostumado a fazer; mostre para a classe que seu espectro não o impede de desenvolver e completar atividades. Ao contar histórias, faça com que elas ganhem um tom de realidade, de veracidade, criando espaços atrativos para seu desenrolar, caracterizando personagens, ações etc. Torne as ações de aprendizado as mais concretas possíveis, como, por exemplo, trazendo os personagens para a sala de aula e simulando contextos para as contas matemáticas realizadas. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 30/42 A cada ação pedagógica sistematize, claramente, os conceitos essenciais. Mediação inclusiva para de�ciência visual (baixa visão) Dentro dessa classificação, temos diversos graus. Especificamente, vamos abordar o caso dos alunos com baixa visão, ou seja, pessoas que não têm 100% da visão comprometida, mas, ainda assim, precisam de acessibilidade. Hoje, como sabemos, você pode usar a tecnologia a seu favor e do aluno. Há inúmeros programas que podem ser utilizados para o desenvolvimento de suas atividades dentro de sala de aula. Antes, você precisa saber que, caso use os meios tecnológicos, precisará usar fundo escuro e letras brancas para facilitar o entendimento dos seus alunos. Também é importante que o mediador saiba se comunicar com a pessoa com deficiência visual, estimulando seus outros sentidos, a exemplo do tato, da audição, do olfato, além de contar com materiais próprios para essa condição. Teclado em braille adaptado para baixa visão em alto contraste com teclas pretas e letras brancas. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 31/42 Para o convívio diário, é importante que o mediador, em sua mediação, deixe livre e independente a pessoa com deficiência visual. Os colegas devem ser estimulados para que seja respeitado o espaço do aluno com deficiência visual, pois ele precisa de um espaço maior e livre para se adaptar. Uma atitude simples e necessária é a autodescrição dos interlocutores, bem como a descrição do espaço para que a pessoa com limitações visuais possa perceber onde se encontra e reconhecer seus interlocutores. Além disso, é uma atitude inclusiva dirigir-se à pessoa com baixa visão, e não apenas ao seu acompanhante, se for o caso. Lembre-se de que a pessoa pode não enxergar, mas consegue ouvir e responder à interlocução feita. Portanto, as crianças precisam ser orientadas e estimuladas para que, ao crescerem, tornem-se adultos independentes, parte do contexto social em que estão inseridos. Para ilustrar a perspectiva de inclusão postulada no curso, apresentamos uma outra cena da revista Turma da Mônica. Confira! Apresentação da Dorinha. Revista Dorinha, a nova amiguinha, Mauricio de Souza, 2004 (MATTOS, 2022, p. 13). 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 32/42 Mauricio de Sousa cria a personagem Dorinha, uma menina cega, capaz de reconhecer os amigos com precisão, pois tem a audição, tato e olfato muito apurados. É uma menina extrovertida, inteligente, e participa de várias aventuras da Turma da Mônica. Seu cachorro, Radar, é um labrador que a ajuda a se guiar. Dorinha e Radar. A visão do quadrinista é exemplar quanto à questão da inclusão, pois a cena mostra uma personagem com deficiência em contexto de não convivência com situações conflituosas advindas de preconceitos ligados à sua condição. Ao contrário, a cena demonstra interação plena entre as crianças, sendo a condição de deficiência visual reduzida a uma particularidade, representada como uma característica, apenas, sem maior relevância. A fala de Dorinha traz as características positivas, apresentando aspectos, em geral, ignorados pelas pessoas. É importante afirmar que a visão trazida pelo quadrinista pode contribuir para uma possível mudança social, sendo, a nosso ver, uma forma efetiva de mediação inclusiva. Mediação inclusiva para de�ciência motora No que tange à deficiência motora, o indivíduo não necessariamente terá dificuldade de aprendizado devido a uma condição intelectual. Há, no entanto, limitações, por isso é preciso trabalhar com os outros estudantes sua inclusão para que não haja desrespeito ou preconceitos no processo de aprendizado. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 33/42 As alternativas que podem ser tomadas em possíveis conflitos seria apostar em atividades lúdicas que permitam a inclusão da pessoa com deficiência física, sendo incentivados a realizá-las, respeitando seus limites, bem como apostar em práticas de esporte para pessoas com deficiência. Como sabemos, é fundamental manter a acessibilidade a qualquer espaço dentro do âmbito escolar para que não existam barreiras espaciais e de acesso, e para que os estudantes com essas necessidades possam se sentir inseridos no contexto escolar, desenvolvendo sua autoestima e suas condições de inserção social. Exercite as atividades de fala e de escrita, a fim de que possam praticar de forma falada e expressiva, por exemplo. Deixe livre a escolha de apresentação de conteúdo; só assim o aluno não se sentirá pertencente ao grupo que “dê trabalho”, mas sim um sujeito com autonomia para escolher aquilo que lhe propicie mais conforto e autoconfiança. Mediação inclusiva para de�ciência auditiva A audição, quando prejudicada por fatores hereditários ou adquiridos ao longo da vida, seja de forma total ou parcial, sinaliza um alerta de inclusão. Temos a língua dos sinais brasileira, Libras, que permite a comunicação com parte visual-motora, por meio de gestos e sinais com as mãos. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 34/42 A língua brasileira de sinais deve ser utilizada em sala de aula para que o aluno entenda o que está sendo transmitido e possa ter um ensino de qualidade. O mediador também pode ser um intérprete, alguém que domine a língua de sinais e a utilize, em ambiente escolar, junto a um professor para explicar e exemplificar o que é falado por este ao estudante com deficiência. Em uma verdadeira ação inclusiva, o que pode ser feito para minimizar tais diferenças é o ensino concomitante da língua de sinais, tanto para pessoas com deficiência auditiva quanto para quem não a apresente. Essa ação inclusiva ajudaria o indivíduo a compreender as coisas do mundo, proporcionando uma melhoria na qualidade de vida de uma pessoa surda, já que, sendo compreendido, se sentirá incluído. Uma provocação Vejamos o exemplo abaixo: Renato* foi diagnosticado com Transtornodo Espectro Autista (TEA) quando estava com quatro anos de idade. Seu irmão gêmeo, Felipe*, já desde os seis meses de vida, recebe tratamento para paralisia cerebral. Eles comemoraram oito anos no dia 13 de abril, quando a casa onde moram no município de Viamão ficou repleta de crianças, todos ex- colegas de Felipe, pois Renato não quis convidar ninguém. Como autista, são difíceis 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 35/42 para ele a comunicação e a interação social, aspectos que tornam ainda mais importante a inclusão escolar. Porém, desde o início do ano letivo, os gêmeos estão fora da escola. Eles aguardam o desfecho da ação que seus pais ajuizaram junto à Promotoria de Justiça Especializada da Comarca de Viamão contra a escola na qual foram matriculados neste ano. Conforme Fernanda*, mãe dos meninos, mesmo tendo sido acordado com a direção que as crianças poderiam ser acompanhadas em sala de aula por suas assistentes terapêuticas nos primeiros 15 dias de aula, isso não ocorreu. *Os nomes foram alterados para preservar a integridade das fontes. (SILVEIRA, J. C. Autismo: inclusão para além do diagnóstico. Extraclasse. Consultado na internet em: 23 nov. 2022) Atividade discursiva No que concerne à inclusão das pessoas com transtorno global do desenvolvimento, em especial a criança com TEA (Transtorno do Espectro Autista), partindo da situação descrita, analise as afirmativas a seguir: 1) Para as crianças com TEA, as escolas não necessitam realizar adaptações curriculares, bastando incluir atividades que facilitem a interação com os outros alunos. 2) Uma forma de auxiliar a inclusão dos alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), na escola, é o Atendimento Educacional Especializado (AEE), definido como um conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 36/42 3) Para incluir, a escola deve se adaptar para atender às especificidades desses alunos; para isso, são necessárias mudanças na sua estrutura e no seu funcionamento, na formação dos professores e nas relações família-escola. Você concorda com as afirmativas acima? Justifique a sua resposta. Digite sua resposta aqui Chave de resposta A situação descrita nos faz afirmar que é importante para o processo de mediação inclusiva que haja uma adaptação da escola para atender às necessidades da criança com TEA. Devemos atentar que não se trata de facilitação para a interação. Trata-se de uma verdadeira interação, entendendo que as necessidades especiais constituem um traço da personalidade do sujeito, não podendo ser um entrave para o desenvolvimento de sua vida social. Deve haver uma organização institucional, articulada à formação docente. Di�culdades e soluções Confira agora as dificuldades típicas da inclusão e as estratégias que podem ser tentadas e indicadas para cada caso. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 37/42 Falta pouco para atingir seus objetivos. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 38/42 Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 O ensino de Língua Portuguesa inclusivo, na prática, depende da inspiração nas experiências dos docentes em criarem estratégias de inclusão a partir de sua realidade. Avalie as assertivas: I. Alfabetização de crianças com expectativas de aprendizagem diferentes da turma: professora desenvolveu estratégias pedagógicas para ensinar estudantes a ler e escrever em meio à turma já alfabetizada, garantindo o acesso ao mesmo currículo. II. Usar poesia para falar de diversidade e preconceito: estudantes tiveram autonomia para se expressar e aprenderam a respeitar as diferenças com seus colegas. III. Desenvolver material pedagógico para alfabetizar alunos com dificuldades de aprendizagem. Material pedagógico acessível desenvolvido por educadores possibilita aprendizagem mais prazerosa e igualitária para todos os estudantes. IV. A necessidade de flexibilizar o currículo não está sendo incorporada, aos poucos, pelos professores dos estabelecimentos de ensino, que não buscam atender às diferentes necessidades dos educandos, que se diversificam a cada dia, tendo em vista o grande número de educandos com necessidades educacionais especiais. Marque a alternativa correta: A Somente I e II estão corretas. B Somente II e III estão corretas. C Somente III e IV estão corretas. D I, II e III estão corretas. E I, III e IV estão corretas. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 39/42 Parabéns! A alternativa D está correta. Apesar de parecer uma questão de português não tratada, o problema é diferente: tem relação com o entendimento da inclusão na mediação e de como é necessária diante dos desafios da educação e da responsabilidade com os jovens com necessidades educacionais especiais. Questão 2 “A discussão pedagógica acerca da inclusão tem pontuado a importância de os currículos não estarem apenas centrados na diversidade, mas na diferença, concebida como processo, com uma pedagogia e currículo que não se limitam apenas a celebrar a identidade e a diferença, mas que buscam problematizá-las. As crianças com deficiência sensorial, auditiva ou visual necessitam de um ambiente de aprendizagem que estimule a construção do sistema de significação e linguagem, a exploração ativa do meio como forma de aquisição de experiências, o uso do corpo, do brinquedo e da ação espontânea como instrumentos para a compreensão do mundo. Elas precisam da mediação do professor para a formação de conceitos, o desenvolvimento da autonomia e independência, incentivando-as a se comunicarem, interagirem e participarem de todas as atividades em grupo.” (BRUNO, M. M. G. Educação infantil: saberes e práticas da inclusão. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006). Aos alunos com necessidades educacionais especiais, independentemente do tipo de deficiência, torna-se necessário que sejam expostos a eventuais situações. Avalie as assertivas: I. Situações de aprendizagem desafiadoras: que sejam solicitados a pensar, a resolver problemas, a expressar sentimentos, e perceber sua impossibilidade de aprender. II. Formas positivas de comunicação e interação devem ser controladas, evitando bullying e outros tipos de violência. III. Exposição a perigo iminente para que aprendam a se defender. Marque a alternativa correta: A Somente I está correta. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 40/42 Parabéns! A alternativa D está correta. O valor central deve ser a socialização e a interação entre os vários grupos presentes na escola. O direito à inserção social e ao desenvolvimento pleno dos sujeitos é algo que deve ser buscado e não evitado. Considerações �nais Este material se propõe a discutir um tema, em pleno século XXI, que ainda oferece resistência: a mediação inclusiva. Apresentamos a visão da inclusão como direito de todas as pessoas com deficiência e as atitudes necessárias para a efetivação de uma prática menos preconceituosa e segregacionista, considerando a mediação inclusiva como prática pedagógica necessária para esse fim. Portanto, é necessário compreender o que, de fato, é a inclusão, e de enxergar a escola como um espaço para expressão das diferenças. Podcast B Somente II está correta. C Somente III está correta. D I e II estão corretas. E II e III estão corretas. 16/04/2024,08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 41/42 Ouça agora um bate-papo sobre os principais aspectos da mediação escolar e inclusão. Explore + Confira as indicações que separamos para você! Veja o depoimento de Fátima Sueli Vidoto sobre a importância da inclusão de alunos com deficiência auditiva na escola de ensino regular de Naviraí-MS: um estudo de caso. Veja o depoimento de Maria Lucilene Pereira dos Santos sobre a inclusão de crianças com síndrome de Down na rede regular de ensino: um estudo de caso na cidade de São Bento-PB. Referências BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Consultado na internet em: 01 nov. 2022. COSSICH, M. Histórias em quadrinhos. Uma reflexão sobre a questão da sua representação, 2015. Consultado na internet em: 01 nov. 2022. DALL’AGNOL, D. Representações de deficiência na Turma da Mônica, de Mauricio de Souza. 2008, 73f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Luterana do Brasil, Canoas, 2008. GUSMÃO, N. M. M. de. Antropologia, diversidade e educação: um campo de possibilidades. Rev. Ponto e vírgula, n. 10, p. 32-45, 2011. LEMOS, V. Brasil é o segundo pior em mobilidade social em ranking de 30 países. BBC News Brasil, 15 jun. 2018. Consultado na internet em: 01 nov. 2022. 16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 42/42 MAMEDES, N. O. L. Educação Inclusiva: Interação de professor e mediador. Revista Educação Pública, v. 21, n. 25, 6 jul. 2021. MATTOS, M. S. Personagens com deficiência nos quadrinhos de Mauricio de Sousa: diversão e respeito às diferenças. Revista do Isat. Consultado na internet em: 23 out. 2022. MOUSINHO, R. et al. Mediação escolar e inclusão: revisão, dicas e reflexões. Rev. Psicopedagogia, n. 27, v. 82, p. 92-108, 2010. ORRÚ, S. E. Contribuições da abordagem histórico-cultural na educação de alunos autistas. Revista Humanidades Médicas, v. 10, n. 3, 2010. PALANGANA, I. C. Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e Vigotski: a relevância do social. São Paulo: Summus, 2015 SANTOS, J. S. Inclusão e mediação escolar: relato do processo inclusivo de uma criança autista. Revista Educação Pública, v. 21, n. 31, 17 ago. 2021. Material para download Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF. Download material O que você achou do conteúdo? Relatar problema javascript:CriaPDF()
Compartilhar