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Tema 4 - Mediação Escolar

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16/04/2024, 08:56 Mediação escolar e inclusão
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/04713/index.html?brand=estacio# 1/42
Mediação escolar e inclusão
Prof.ª Maria Teresa Tedesco
Descrição
A mediação inclusiva como um direito humano e a busca pelo
conhecimento e a instrumentalização.
Propósito
Instrumentalizar os alunos sobre o que é educação inclusiva e mediação,
demonstrando como ela é um direito e faz parte do cotidiano escolar.
Objetivos
Módulo 1
Educação Inclusiva e mediação pedagógica
Relacionar o conceito de educação inclusiva ao conceito de mediação
pedagógica.
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Módulo 2
O estudante e a mediação inclusiva
Reconhecer a mediação inclusiva como procedimento pedagógico
para a efetiva educação inclusiva.
Introdução
A escola é a principal instituição de construção do conhecimento
no mundo. Trata-se de uma instituição necessária para a
formação de qualquer ser humano e que precisa, como tal,
cumprir sua função. Apesar de todas as nossas diferenças como
seres humanos, essa instituição tem sido confrontada com o
desafio de se tornar “inclusiva”, o que implica refletir em que
medida sua prática é, de fato, inclusiva.
Nesse desafio, fica implícita a constatação de que ela ainda tem
uma prática que exclui, aparta e discrimina. Logo, falar em
inclusão nos remete às discussões sobre o direito à igualdade e à
diferença. Portanto, incluir significa agregar a todos porque todos
somos diferentes.
As sociedades são multiculturais, em sua essência. Não há país
ou grupo social no qual todos os indivíduos sejam ou ajam da
mesma forma, ou que professem a mesma fé, ou tenham as
mesmas aspirações. Tanto nas suas ações cotidianas em busca
da sobrevivência quanto nas interpretações simbólicas da
existência, cada ser humano é absolutamente único. Um grupo se
constrói por uma necessidade histórica de estar junto ao outro.
Neste sentido, a Lei nº 13.146, Capítulo II - Art. 4º, aduz que
“Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de
oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma
espécie de discriminação”. Logo, para agregar as diferenças, o
processo de mediação em contexto escolar visa garantir aos
estudantes com deficiência igualdade na aquisição do
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conhecimento, evitando que esses estudantes sejam ou sofram
qualquer perfil de discriminação.
1 - Educação Inclusiva e a mediação pedagógica
Ao �nal deste módulo, você será capaz de relacionar o conceito de educação inclusiva ao
conceito de mediação pedagógica.
Aspectos conceituais: o que é
educação inclusiva?
Falar em inclusão significa discutir o direito de cada um à diferença, bem
como discutir o direito à igualdade. A escolas são uma pequena
reprodução do mundo em que as pessoas se inserem, e internamente
estão presentes as próprias contradições do mundo.
Por refletir o que ocorre na sociedade, a escola espelha suas diferenças,
na qual prepondera um modelo econômico capitalista, que é, por
natureza, excludente e concentrador. No Brasil, devido às suas
características históricas peculiares, nossas diferenças avultam-se, de
forma gigantesca e absurda, caracterizando-se por um abismo social.
Diante desse processo, tendemos a pensar que, para receber alunos com
necessidades físicas e educacionais especiais, são necessárias escolas
com condições fantásticas.
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A Declaração de Salamanca trata dos princípios, políticas e práticas na
área de necessidades educativas e, no caso brasileiro, informa que:
[...] uma alta percentagem de
de�ciência constitui
resultado direto da falta de
informação, pobreza e baixos
padrões de saúde.
(BRASIL, 1994, p. 46)
No Brasil, as desigualdades não são somente econômicas e de classe
social. Elas se apresentam também de outras formas: diferenças físicas,
de idade, socioculturais e de níveis de aprendizagem.
São muitos elementos e características, transitórios ou
permanentes, que reforçam os aspectos desiguais de
nossa sociedade, e exigem políticas educacionais,
saberes pedagógicos e currículos específicos e
flexíveis, luta ainda travada no século XXI.
O processo de inclusão, no Brasil, teve muitas idas e vindas. O país tem
sido palco de discussão teórica sobre o assunto há três décadas, o que
se refletiu na aprovação de uma legislação voltada para a educação
inclusiva, tendo como foco principal os alunos designados como
aqueles com necessidades educacionais especiais, a exemplo da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, e as Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
Ambas estão afinadas tanto aos princípios da Constituição Brasileira de
1988 quanto a documentos internacionais, como a Declaração de
Jomtien sobre a Educação para Todos, de 1990, e a Declaração de
Salamanca sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área de
Necessidades Educativas Especiais, de 1994. Em todos esses
documentos, a premissa comum é de que a escola deve estar baseada
em valores como liberdade, tolerância, convivência, democracia,
pluralidade, respeito, singularidade, solidariedade e equidade, devendo
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ainda abrigar a todas as crianças, independentemente de suas
condições físicas, psicológicas, sociais e linguísticas.
Sobre as políticas legislativas voltadas para a educação inclusiva, dois
pontos merecem destaque:
A política de inclusão escolar não se debruça, apenas, sobre as
crianças, mas sobre jovens e adultos também, pois muitos são
analfabetos ou analfabetos funcionais, excluídos, portanto, das
condições sociais, evadidos, muitas vezes, da escola para
poderem lutar pela sobrevivência.
A política de inclusão escolar também trouxe em seu bojo a
necessidade de atendimento diferenciado para determinados
tipos de alunos, o que chamamos de educação especial ou
atendimento educacional especializado na educação regular.
A educação inclusiva se impõe diante do fracasso escolar e exige da
escola uma postura pedagógica fundada no respeito às diferenças
sociais, culturais, econômicas e pessoais. Por seu turno, deve cobrar da
escola respostas educacionais com a implementação de currículos
flexíveis, adaptados, além da inserção de recursos didáticos
tecnológicos que favoreçam e potencializem o aprender. Por fim, exige
professores bem instrumentalizados para mediar a aprendizagem.
Comentário
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Do ponto de vista da organização escolar, a proposta de educação
inclusiva efetiva-se, prioritariamente, na constituição de turmas mistas
nas quais todos os alunos, com ou sem necessidades especiais, devem
estar inseridos.
Essa integração é o pilar central desse novo modelo de educação,
embora seja o ponto nevrálgico dessa implementação, dadas as
dificuldades e as resistências para a formação de grupos/turmas que
abriguem as heterogeneidades, especificamente tratadas neste
momento.
Uma provocação
O ambiente escolar deve ser um espaço de acesso a todos. É um âmbito
rodeado de conflitos e desafios, principalmente para pessoas com
deficiências. Apesar de ser uma pauta discutida há alguns anos, a
mediação em educação especial ainda não é um projeto fácil e bem
estabilizado nas instituições.
A inclusão é um projeto que visa à adaptação do espaço social para
receber as diferenças. Logo, esse espaço e os profissionais devem estar
preparados para lidarem com esses conflitos e terem metodologia para
mediarem de forma a agregar o aprendizado daspessoas com
necessidades educacionais especiais.
A educação inclusiva não deve ser feita de forma segregada, mas sim
incluindo os alunos com necessidades especiais em um ambiente
escolar com os demais estudantes, para que eles tenham, minimamente,
as mesmas experiências didáticas dos demais.
Aceite o desa�o
Analise as duas situações-problema a seguir:
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Agora sobre uma situação-problema que trate da questão de classe:
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Considerando as situações-problema apresentadas acima, analise a
imagem:
Personagens com e sem deficiência interagem no mesmo espaço. Revista Viva as diferenças!,
Mauricio de Souza, 2009 (MATTOS, 2022, p. 13).
Como se sabe, em todo o mundo existem pessoas com algum tipo de
deficiência. Embora nem sempre aceitas, a criação de legislações em
defesa da inclusão tem favorecido sua inserção na sociedade. Apesar
dos avanços, existe ainda um longo caminho a ser percorrido, sobretudo
no que tange ao tratamento igualitário em relação aos demais
indivíduos, pois o imaginário social acerca das pessoas com deficiência
como incapazes e desprotegidas contribui para que as diferenças sejam
acentuadas ainda na infância.
A cena do quadrinista Maurício de Souza traz à baila essa questão
crucial na sociedade, incluindo, em sua obra, personagens com
necessidades especiais. O quadrinho não oferece resistência à
percepção de que todos somos iguais nas diferenças que se apresentam
como traços peculiares do ser humano.
Ao trazer a discussão por meio de um gênero textual
acessível a grandes camadas, os gibis da Turma da
Mônica podem contribuir para a desconstrução de
crenças e de preconceitos vigentes e atuar na
reconstrução de valores favoráveis à independência e à
capacidade das pessoas com deficiência.
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Precisamos ter em mente que a ascensão social depende de fatores
viabilizadores que estão fora do alcance das camadas pobres, sempre
as menos privilegiadas socialmente, o que ocasiona, por vezes, conflitos
sociais em busca do acesso a tais fatores. A função da escola é permitir
o desenvolvimento das condições para esse acesso, sendo a inclusão de
todos os estudantes uma tarefa essencial para a consolidação dessa
perspectiva.
Mediação inclusiva
No contexto escolar, a tarefa de mediação de estudantes com qualquer
perfil de necessidade educacional especial requer a participação e o
envolvimento de todos os profissionais, do professor ao diretor. No
entanto, há o profissional específico, com formação pedagógica, que
atua como mediador entre o estudante com deficiência e o professor.
Segundo Mamedes:
O mediador deve ter uma relação
harmoniosa e interativa com o
professor e o aluno; além disso,
deve ter aptidões e habilidades
interpessoais para desenvolver e
manter relações de trabalho com as
crianças, família e demais
profissionais da escola.
(MAMEDES, 2021, p. 1)
Essa participação do mediador junto ao professor e ao estudante com
deficiência não implica um afastamento entre esses sujeitos. Ao
contrário! O mediador vai instrumentalizar o professor com estratégias
cujo propósito é facilitar a convivência com o discente especial.
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Mamedes (2021) observa que o mediador de estudantes com
necessidades educacionais especiais é um profissional atuante em todo
contexto escolar. Isso implica que o profissional participe do processo de
interação entre os alunos, sendo uma “ponte” significativa de
socialização.
Uma pergunta importante, então, é: qual a função desse mediador no
contexto da educação inclusiva?
Primeiramente, é preciso ratificar que a mediação escolar inclusiva se
tornou mais frequente a partir da Convenção de Salamanca, quando o
debate tomou forma e impulso. As escolas de todo o mundo tiveram que
dar conta de incluir crianças que precisavam de ajuda em classes já
existentes, muitas vezes, com profissionais docentes cuja formação não
previa lidar com essas peculiaridades. Apesar de essa função ser
garantida por lei, não existe muita clareza quanto ao seu papel e às suas
atribuições, nem quanto à regulamentação da profissão.
A mediação escolar inclusiva se tornou mais frequente
a partir da Convenção de Salamanca, quando o debate
tomou forma e impulso. As escolas de todo o mundo
tiveram que dar conta de incluir crianças que
precisavam de ajuda em classes já existentes, muitas
vezes, com profissionais docentes cuja formação não
previa lidar com essas peculiaridades.
Apesar de essa função ser garantida por lei, não existe muita clareza
quanto ao seu papel e às suas atribuições, nem quanto à
regulamentação da profissão. Claro está, entretanto, que o mediador é
um outro ator que passa a fazer parte do contexto escolar. Não se trata,
pois, de um intruso ou substituto na relação professor/aluno, mas um
intermediário nas questões sociais e de comportamento, na
comunicação e na linguagem, bem como nas atividades pedagógicas,
contribuindo para o desenvolvimento do sujeito com necessidades
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educacionais especiais, nas suas limitações motoras ou de leitura, nos
diversos níveis escolares.
A principal função do mediador é ser o intermediário entre a criança e as
situações vivenciadas por ela, nas quais se depara com dificuldades de
interpretação e de ação. Assim, a relação pedagógica, com o mediador
inclusivo, no contexto escolar, passa a ser estruturada da seguinte
forma:
Há de se ter clareza de que um mediador, ao estimular a aquisição de
linguagem e as habilidades sociais no cotidiano escolar, amplia a
possibilidade não só da quantidade de estímulo recebido, mas também a
qualidade, já que sua intermediação sempre ocorrerá em situação real de
uso, do aprendizado in loco, tendo em vista que a escola é o espaço, por
excelência, para a construção do aprendizado.
É importante enfatizar que o papel do mediador escolar está coadunado
à função de intermediar as questões sociais e de linguagem daquele
estudante com necessidades especiais. Sem dúvida, este sujeito, dadas
as suas características, precisa ser engajado a participar das atividades
sociais, como se relacionar com crianças da sua idade e no
esclarecimento do que se espera dela em cada situação, incluindo,
portanto, suas habilidades de linguagem.
Uma condição essencial no processo de mediação é, primeiramente,
conhecer o aluno que será acompanhado pela mediação. A seguir, ter
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encontros sistemáticos com a equipe pedagógica, a fim de discutir e
conhecer as questões terapêuticas que circundam aquele estudante para
poder favorecer as interações sociais.
As interações são fundamentais para a construção dos processos
mentais superiores, funções psicológicas que resultam em relações de
nexo e que se intercambiam entre si, como a memória, a atenção ou a
percepção. A transformação de processos mentais elementares em
funções superiores ocorre por meio das atividades mediadas.
Sendo assim, o mediador poderá incluir a criança no cenário da
interação, sendo o elo entre ela e seus pares e, ao mesmo tempo,
auxiliará na compreensão da(s) leitura(s) social(is). Estimular a
comunicação e a interação social são ferramentas básicas para
promover a inclusão dessas crianças.
Saiba mais
A Declaração de Salamanca (1994) é o documento resultante da
Conferência Mundial sobre NecessidadesEducativas Especiais.
Juntamente com a Conferência Mundial de Educação para Todos
(1990), constitui-se em marco internacional no contexto da garantia dos
direitos das pessoas com necessidades educacionais especiais e
deficiência. Essa declaração unifica os princípios, a política e as práticas
da integração das pessoas com necessidades educativas especiais.
O documento da Declaração de Salamanca (1994) proclama que:
Todas as crianças têm direito fundamental à educação e deve ser
dada a oportunidade de obter e manter um nível adequado de
conhecimentos.
Cada criança tem características, interesses, capacidades e
necessidades de aprendizagem próprias.
Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas
aplicados de modo que tenham em vista toda a gama dessas
diferentes características e necessidades.
As pessoas com necessidades educativas especiais devem ter
acesso à escola regular, que deverá integrá-las em uma pedagogia
centrada na pessoa, capaz de atender a essas necessidades.
As escolas regulares, com essa orientação inclusiva, constituem os
meios mais eficazes de combater as atitudes discriminatórias,
criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade
inclusiva e alcançando educação para todos, além de proporcionar
uma educação efetiva à maioria das crianças e melhorar tanto a
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eficiência como a relação custo- benefício de todo o sistema
educacional (BRASIL, 1995).
Mousinho et al. (2010) elenca um conjunto de sugestões concernentes à
mediação, considerando o desenvolvimento das habilidades de
linguagem, condição essencial para o processo de interação social. Não
se quer considerar que essa seja uma lista fechada. Defende-se que
essas são sugestões importantes para o desenvolvimento da função de
mediador, foco de nosso curso.
Os autores afirmam que é bem documentado na literatura que o melhor
prognóstico de indivíduos com dificuldades de interação, comunicação e
interesses restritos está intimamente relacionado com sua competência
linguística e comunicativa.
Dessa forma, as 27 habilidades a seguir deverão ser estimuladas, tanto
para as crianças quanto para os adultos com necessidades especiais.
Vamos conferi-las?
Aumentar o contato visual, reconhecer as expressões faciais e
seus significados.
Desenvolver a reciprocidade social, verificando se a
comunicação foi efetiva, bem como repará-la e persistir no ato
comunicativo.
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Estimular a imaginação e o simbolismo.
Atribuir significado às estereotipias.
Melhorar a compreensão.
Estimular sempre o apontar e o direcionamento do olhar da
criança para aquilo ou para quem está falando.
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Estimular a imitação de movimentos, sons e atitudes.
Estimular a "triangulação do olhar", que significa olhar para a
pessoa e para o objeto, alternadamente, fechando os vértices de
um triângulo com o olhar.
Traduzir ou complementar as informações auditivas com
informações visuais por meio de fotos, objetos ou figuras.
Desenvolver a comunicação espontânea e funcional.
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Utilizar imagens de pessoas, locais ou situações para ajudar a
criança a compreender o que vai acontecer (antecipação).
Utilizar informações verbais curtas, ou seja, partir as
informações em frases pequenas e objetivas.
Ajudar a criança a organizar seu discurso com lógica e clareza.
E ajudar a criança a modificar seu discurso utilizando a
primeira pessoa, quando esta não o faz.
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Ajudar a criança a utilizar os turnos de diálogo, respeitando a
vez de cada um na comunicação verbal, fazendo-a perceber os
marcadores para iniciar ou terminar uma conversa.
Dirigir a atenção da criança para quem se fala ou para as
atividades que estão sendo utilizadas na sala de aula.
Ensinar a criança a perceber a linguagem corporal, apontando o
comportamento corporal do outro como modelo ou o seu
próprio.
Ensinar a criança a perceber as emoções. Pode-se utilizar
recursos visuais de expressão facial, ensinando a criança a
detectar pistas que indiquem as emoções.
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Auxiliar a criança na compreensão de comentários do amigo,
sem que aconteça um mal-entendido. E também explicar o
sentido de metáforas e expressões idiomáticas.
Usar assuntos que fazem parte do interesse restrito como parte
motivacional e inicial da conversação.
Favorecer a diminuição do uso de sons e emissões verbais não
convencionais, como as estereotipias verbais, a ecolalia
(imediata ou remota) e as perguntas incessantes, podendo
atribuir significado aos mesmos. E também responder a
qualquer som que a criança faça.
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Usar gestos apropriados, tom de voz, linguagem corporal para
acentuar as emoções.
Usar agendas de visualização e esquemas de atividades com
figuras ou palavras, rotina diária e sequência de figuras na área
de trabalho para definir a sequência de atividades, auxiliando a
linguagem bem como o comportamento.
Manter a atenção da criança voltada para as ordens e
informações dirigidas pela professora.
Nos momentos livre de pátio e recreio, proporcionar melhor
comunicação entre as crianças, direcionando para a interação e
fazendo leituras de comportamentos para que a criança saiba
como agir junto aos outros amigos.
Lamentavelmente, a presença do mediador não é uma regra em todas as
instituições escolares. Além desse fato, há instituições educacionais que
apresentam um quantitativo de mediadores que não se constituem em
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número suficiente para atuar junto a todos os casos de estudantes com
deficiência.
Mamedes (2021) confirma que a presença do mediador não é uma
realidade em muitas instituições:
A demanda pelo mediador pode
surgir de maneiras diversas: por
intermédio da escola, da família e
até dos profissionais de saúde que
acompanham a criança.
(MAMEDES, 2021, p. 3)
Uma provocação
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), Lei nº
13.146, aprovada no dia 06 de julho de 2015, trouxe em seu texto uma
série de direitos e deveres a serem instituídos na área da educação.
Para as pessoas com TEA, Transtorno do Espectro Autista, a lei trouxe
ganhos, como vedação da negativa de matrícula nas instituições de
ensino, impedimento da cobrança de taxas exclusivas e exige que sejam
ofertados, pela escola, profissionais qualificados que atendam às
limitações desses alunos (SANTOS, 2021, p.1).
Atividade discursiva
“A pessoa com deficiência intelectual, normalmente, precisa de auxílio
para utilizar estratégias cognitivas, já que não consegue antecipar suas
ações de forma espontânea” (PALANGANA, 2015, p. 91).
Partindo dessa citação, avalie a assertiva sobre a função do mediador
inclusivo a seguir:

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Considerando que crianças com deficiência intelectual são vulneráveis
quanto ao desenvolvimento intelectual, devido às suas limitações na
capacidade de generalização e transferência de aprendizagem, cabe ao
mediador proporcionar-lhespossibilidades de interações sociais e
afetivas.
Você concorda com a assertiva acima? Justifique a sua resposta.
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
A função do mediador é proporcionar possibilidades de interação
social e de afeto. Não se trata de reconstituir ações, pois essas não
se perdem. Além disso, não somos nós, professores e/ou
mediadores, que devemos desejar a aprendizagem. São os sujeitos
do processo de aprendizagem que a desejam, os protagonistas do
processo.
As mediações não se restringem aos aspectos comportamentais,
elas se desenvolvem na interação, na construção das relações
sociais, afetivas e, por conseguinte, cognitivas, que não se
resolvem somente com os aspectos lúdicos, embora sejam parte
do processo.
Estudo de caso: lidando com o
diferente
Confira agora um estudo de caso sobre inclusão com base em diferentes
perfis de alunos.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O reconhecimento de que os alunos aprendem segundo suas
capacidades não surge de uma hora para a outra, só porque as
teorias assim afirmam. O professor, então, desempenhará seu papel
formador, que não se restringe a ensinar somente a uma parcela dos
alunos que consegue atingir o desempenho exemplar esperado pela
escola. Qual a postura esperada do professor em um contexto de
educação inclusiva?
Parabéns! A alternativa A está correta.
Estamos lidando com o que rompe, que é a expectativa do
desenvolvimento homogêneo, que nunca existiu e pode ser
considerado um fator de resistência à absorção de alunos com
necessidades educacionais especiais.
A Heterogênea.
B Individualizada.
C Monocromática.
D Especializada.
E Homogênea.
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Questão 2
É nos bancos escolares que se aprende a viver entre os nossos
pares, a dividir as responsabilidades, a repartir tarefas. Os
professores, quando buscam obter o apoio dos alunos e propõem
trabalhos diversificados e em grupo, desenvolvem formas de
compartilhamento e difusão dos conhecimentos nas salas de aula.
Nesses ambientes, com base nas diferenças e talentos de cada um
e na valorização da contribuição individual para a consecução de
objetivos comuns, desenvolve-se a produção em grupo. Para isso, é
necessário um ambiente de
Parabéns! A alternativa A está correta.
Uma das habilidades a serem estabelecidas no processo de
inclusão é lidar com uma aprendizagem coletiva, o que nos remete
ao processo relacionado à cooperação, uma competência humana
fundamental.
A cooperação.
B individualização.
C exclusão.
D intimidação.
E segregação.
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2 - O estudante e a mediação inclusiva
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a mediação inclusiva como
procedimento pedagógico para a efetiva educação inclusiva.
Caracterizando as necessidades
especiais
Em linhas gerais, os autores preconizam características diversas para os
estudantes que podem precisar do apoio de um mediador escolar, cujas
dificuldades podem ser de diferentes naturezas. Vamos verificá-las a
seguir.
Observação: É importante frisar que não há uma etapa escolar restrita
que precise de mediador, e sim uma demanda do estudante.
Di�culdade motora geral e acessibilidade
Estudantes com limitações motoras, mesmo com acessórios
que facilitem a locomoção ou digitação, por exemplo, podem
necessitar, pelo menos em um período de adaptação, de
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mediadores escolares. A implementação de muitos recursos só
é possível com este auxílio individualizado. Adaptações de
material também podem ser uma constante.
Di�culdades comportamentais importantes
Determinados comportamentos, sobretudo agressivos, podem
colocar em risco a integridade do próprio aluno, bem como de
seus colegas. Neste caso, o mediador escolar pode favorecer
interações saudáveis e, quando necessário, intervir em
comportamentos que possam prejudicar alguém no ambiente
escolar.
Di�culdades de concentração e de impulsividade
Uma criança com déficit de atenção importante pode precisar
de um profissional que possa mediar sua atenção e ensiná-la a
se autorregular no tempo, com seus materiais, facilitando assim
a organização da criança, o planejamento de atividades e a
antecipação das possíveis reações, como controle da
impulsividade, eventualmente.
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Di�culdades de leitura
O mediador ajuda os estudantes a reverem informações sobre
trabalhos ou relatórios, nas aulas de revisão de classe.
Compartilha leituras para que não haja sobrecarga na tarefa.
Organiza a produção da escrita, quando a dificuldade prejudica
muito a expressão de seus pensamentos.
Seguindo a orientação do professor de turma, busca-se antecipar
situações oferecendo outros recursos (vídeos, fotos, experiências) para
que os alunos não dependam exclusivamente da leitura, criando
experiências diferenciadas sobre os mais variados assuntos.
Adaptações de materiais podem ser importantes, também. Além disso, o
mediador pode aproveitar diversas situações do cotidiano escolar a fim e
estimular as habilidades necessárias para a alfabetização. Vejamos!
Di�culdades no ensino fundamental II e no ensino
médio
Nesta etapa escolar, o mediador muitas vezes, especializa-se
em um assunto específico, como o ensino de Inglês ou
Ciências. Ele é muitas vezes responsável por projetos especiais
e pelo preparo de materiais e equipamentos específicos para
determinadas disciplinas ou conteúdos.
Di�culdades na comunicação e na interação
A estimulação de linguagem e da interação no ambiente
privilegiado da escola visa não somente estimular a fala, mas
também tem o objetivo de desenvolver e promover a
competência comunicativa e interacional. Comumente, este
tipo de abordagem produz um efeito no comportamento geral,
uma vez que o desenvolvimento da comunicação favorece as
relações, bem como sua organização.
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As metodologias de mediação a serem utilizadas podem ser das mais
variadas formas possíveis. Para cada atividade ou necessidade, você
deverá preparar com cuidado e detalhe cada mediação. Há, no âmbito,
diversos casos de pessoas com necessidades especiais, e cada uma
delas precisa de didáticas que facilitem a interação, de acordo com os
limites de cada um.
Mediação inclusiva para o transtorno
do espectro autista
O autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento que se manifesta de
formas e graus diferentes. Há cada vez mais espaços preparados e
qualificados para uma classe com inclusão, mesmo nas universidades.
Nos primeiros dias, é muito importante ganhar a confiança dos alunos. É
preciso entender que esse processo será, muitas vezes, demorado.
E você, professor/mediador, integrante da instituição e em preparação,
sabe que, assim como toda criança, o aluno com autismo deve ter
atividades elaboradas de acordo com sua evolução. Imagine que você
esteja em uma turma de fundamental II e, juntamente com o professor, o
profissional em educação inclusiva que fará a mediação esteja
preparando uma atividade para um aluno com espectro autista.
A recepção é um dos pontos principais do processo da mediação. É
preciso que o aluno se sinta à vontadee tenha desejo de estar no
ambiente escolar.
Vale lembrar que cada pessoa com o transtorno de
espectro autista reage e sente de forma diferente.
Receba-a de forma natural, e espere o tempo dela para
se adaptar ao ambiente.
Barulhos causam irritação a essa pessoa, principalmente, na fase inicial
da infância, devido à sensibilidade que têm. Além disso, não são
recomendadas atividades em ambientes desconhecidos e
desconfortáveis.
Lembre-se de que a combinação de atividades entre professor e
mediador deve acontecer, pois o planejamento de aula é feito pelo
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professor e colocado em prática juntamente com o mediador.
Agora, quais procedimentos são bem-vindos para esses estudantes?
Criação de atividades em grupos, com foco na inclusão de seus
membros. Desenvolva atividades em que todos consigam
exercitar alguma tarefa, explique como devem se organizar para
atingir aquele objetivo, torne o ambiente confortável, incentive-
os para que se ajudem mutuamente. Isso inclui atividades que
o aluno com autismo esteja acostumado a fazer; mostre para a
classe que seu espectro não o impede de desenvolver e
completar atividades.
Ao contar histórias, faça com que elas ganhem um tom de
realidade, de veracidade, criando espaços atrativos para seu
desenrolar, caracterizando personagens, ações etc.
Torne as ações de aprendizado as mais concretas possíveis,
como, por exemplo, trazendo os personagens para a sala de
aula e simulando contextos para as contas matemáticas
realizadas.
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A cada ação pedagógica sistematize, claramente, os conceitos
essenciais.
Mediação inclusiva para de�ciência
visual (baixa visão)
Dentro dessa classificação, temos diversos graus. Especificamente,
vamos abordar o caso dos alunos com baixa visão, ou seja, pessoas que
não têm 100% da visão comprometida, mas, ainda assim, precisam de
acessibilidade. Hoje, como sabemos, você pode usar a tecnologia a seu
favor e do aluno. Há inúmeros programas que podem ser utilizados para
o desenvolvimento de suas atividades dentro de sala de aula.
Antes, você precisa saber que, caso use os meios tecnológicos, precisará
usar fundo escuro e letras brancas para facilitar o entendimento dos
seus alunos. Também é importante que o mediador saiba se comunicar
com a pessoa com deficiência visual, estimulando seus outros sentidos,
a exemplo do tato, da audição, do olfato, além de contar com materiais
próprios para essa condição.
Teclado em braille adaptado para baixa visão em alto contraste com teclas pretas e letras
brancas.
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Para o convívio diário, é importante que o mediador, em sua mediação,
deixe livre e independente a pessoa com deficiência visual. Os colegas
devem ser estimulados para que seja respeitado o espaço do aluno com
deficiência visual, pois ele precisa de um espaço maior e livre para se
adaptar.
Uma atitude simples e necessária é a autodescrição
dos interlocutores, bem como a descrição do espaço
para que a pessoa com limitações visuais possa
perceber onde se encontra e reconhecer seus
interlocutores.
Além disso, é uma atitude inclusiva dirigir-se à pessoa com baixa visão, e
não apenas ao seu acompanhante, se for o caso.
Lembre-se de que a pessoa pode não enxergar, mas consegue ouvir e
responder à interlocução feita. Portanto, as crianças precisam ser
orientadas e estimuladas para que, ao crescerem, tornem-se adultos
independentes, parte do contexto social em que estão inseridos.
Para ilustrar a perspectiva de inclusão postulada no curso,
apresentamos uma outra cena da revista Turma da Mônica. Confira!
Apresentação da Dorinha. Revista Dorinha, a nova amiguinha, Mauricio de Souza, 2004 (MATTOS,
2022, p. 13).
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Mauricio de Sousa cria a personagem Dorinha, uma menina cega, capaz
de reconhecer os amigos com precisão, pois tem a audição, tato e olfato
muito apurados. É uma menina extrovertida, inteligente, e participa de
várias aventuras da Turma da Mônica. Seu cachorro, Radar, é um
labrador que a ajuda a se guiar.
Dorinha e Radar.
A visão do quadrinista é exemplar quanto à questão da inclusão, pois a
cena mostra uma personagem com deficiência em contexto de não
convivência com situações conflituosas advindas de preconceitos
ligados à sua condição. Ao contrário, a cena demonstra interação plena
entre as crianças, sendo a condição de deficiência visual reduzida a uma
particularidade, representada como uma característica, apenas, sem
maior relevância.
A fala de Dorinha traz as características positivas, apresentando
aspectos, em geral, ignorados pelas pessoas. É importante afirmar que a
visão trazida pelo quadrinista pode contribuir para uma possível
mudança social, sendo, a nosso ver, uma forma efetiva de mediação
inclusiva.
Mediação inclusiva para de�ciência
motora
No que tange à deficiência motora, o indivíduo não necessariamente terá
dificuldade de aprendizado devido a uma condição intelectual. Há, no
entanto, limitações, por isso é preciso trabalhar com os outros
estudantes sua inclusão para que não haja desrespeito ou preconceitos
no processo de aprendizado.
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As alternativas que podem ser tomadas em possíveis conflitos seria
apostar em atividades lúdicas que permitam a inclusão da pessoa com
deficiência física, sendo incentivados a realizá-las, respeitando seus
limites, bem como apostar em práticas de esporte para pessoas com
deficiência.
Como sabemos, é fundamental manter a acessibilidade a qualquer
espaço dentro do âmbito escolar para que não existam barreiras
espaciais e de acesso, e para que os estudantes com essas
necessidades possam se sentir inseridos no contexto escolar,
desenvolvendo sua autoestima e suas condições de inserção social.
Exercite as atividades de fala e de escrita, a fim de que possam praticar
de forma falada e expressiva, por exemplo. Deixe livre a escolha de
apresentação de conteúdo; só assim o aluno não se sentirá pertencente
ao grupo que “dê trabalho”, mas sim um sujeito com autonomia para
escolher aquilo que lhe propicie mais conforto e autoconfiança.
Mediação inclusiva para de�ciência
auditiva
A audição, quando prejudicada por fatores hereditários ou adquiridos ao
longo da vida, seja de forma total ou parcial, sinaliza um alerta de
inclusão. Temos a língua dos sinais brasileira, Libras, que permite a
comunicação com parte visual-motora, por meio de gestos e sinais com
as mãos.
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A língua brasileira de sinais deve ser utilizada em sala de aula para que o
aluno entenda o que está sendo transmitido e possa ter um ensino de
qualidade. O mediador também pode ser um intérprete, alguém que
domine a língua de sinais e a utilize, em ambiente escolar, junto a um
professor para explicar e exemplificar o que é falado por este ao
estudante com deficiência.
Em uma verdadeira ação inclusiva, o que pode ser feito
para minimizar tais diferenças é o ensino concomitante
da língua de sinais, tanto para pessoas com deficiência
auditiva quanto para quem não a apresente.
Essa ação inclusiva ajudaria o indivíduo a compreender as coisas do
mundo, proporcionando uma melhoria na qualidade de vida de uma
pessoa surda, já que, sendo compreendido, se sentirá incluído.
Uma provocação
Vejamos o exemplo abaixo:
Renato* foi diagnosticado com Transtornodo
Espectro Autista (TEA) quando estava com
quatro anos de idade. Seu irmão gêmeo,
Felipe*, já desde os seis meses de vida, recebe
tratamento para paralisia cerebral. Eles
comemoraram oito anos no dia 13 de abril,
quando a casa onde moram no município de
Viamão ficou repleta de crianças, todos ex-
colegas de Felipe, pois Renato não quis
convidar ninguém. Como autista, são difíceis
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para ele a comunicação e a interação social,
aspectos que tornam ainda mais importante a
inclusão escolar. Porém, desde o início do ano
letivo, os gêmeos estão fora da escola. Eles
aguardam o desfecho da ação que seus pais
ajuizaram junto à Promotoria de Justiça
Especializada da Comarca de Viamão contra
a escola na qual foram matriculados neste
ano. Conforme Fernanda*, mãe dos meninos,
mesmo tendo sido acordado com a direção
que as crianças poderiam ser acompanhadas
em sala de aula por suas assistentes
terapêuticas nos primeiros 15 dias de aula,
isso não ocorreu.
*Os nomes foram alterados para preservar a
integridade das fontes.
(SILVEIRA, J. C. Autismo: inclusão para além do
diagnóstico. Extraclasse. Consultado na internet
em: 23 nov. 2022)
Atividade discursiva
No que concerne à inclusão das pessoas com transtorno global do
desenvolvimento, em especial a criança com TEA (Transtorno do
Espectro Autista), partindo da situação descrita, analise as afirmativas a
seguir:
1) Para as crianças com TEA, as escolas não necessitam realizar
adaptações curriculares, bastando incluir atividades que facilitem a
interação com os outros alunos.
2) Uma forma de auxiliar a inclusão dos alunos com Transtorno do
Espectro Autista (TEA), na escola, é o Atendimento Educacional
Especializado (AEE), definido como um conjunto de atividades, recursos
de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente,
prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos
alunos no ensino regular.

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3) Para incluir, a escola deve se adaptar para atender às especificidades
desses alunos; para isso, são necessárias mudanças na sua estrutura e
no seu funcionamento, na formação dos professores e nas relações
família-escola.
Você concorda com as afirmativas acima? Justifique a sua resposta.
Digite sua resposta aqui
Chave de resposta
A situação descrita nos faz afirmar que é importante para o
processo de mediação inclusiva que haja uma adaptação da
escola para atender às necessidades da criança com TEA.
Devemos atentar que não se trata de facilitação para a interação.
Trata-se de uma verdadeira interação, entendendo que as
necessidades especiais constituem um traço da personalidade do
sujeito, não podendo ser um entrave para o desenvolvimento de
sua vida social. Deve haver uma organização institucional,
articulada à formação docente.
Di�culdades e soluções
Confira agora as dificuldades típicas da inclusão e as estratégias que
podem ser tentadas e indicadas para cada caso.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
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Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O ensino de Língua Portuguesa inclusivo, na prática, depende da
inspiração nas experiências dos docentes em criarem estratégias de
inclusão a partir de sua realidade. Avalie as assertivas:
I. Alfabetização de crianças com expectativas de aprendizagem
diferentes da turma: professora desenvolveu estratégias
pedagógicas para ensinar estudantes a ler e escrever em meio à
turma já alfabetizada, garantindo o acesso ao mesmo currículo.
II. Usar poesia para falar de diversidade e preconceito: estudantes
tiveram autonomia para se expressar e aprenderam a respeitar as
diferenças com seus colegas.
III. Desenvolver material pedagógico para alfabetizar alunos com
dificuldades de aprendizagem. Material pedagógico acessível
desenvolvido por educadores possibilita aprendizagem mais
prazerosa e igualitária para todos os estudantes.
IV. A necessidade de flexibilizar o currículo não está sendo
incorporada, aos poucos, pelos professores dos estabelecimentos
de ensino, que não buscam atender às diferentes necessidades dos
educandos, que se diversificam a cada dia, tendo em vista o grande
número de educandos com necessidades educacionais especiais.
Marque a alternativa correta:
A Somente I e II estão corretas.
B Somente II e III estão corretas.
C Somente III e IV estão corretas.
D I, II e III estão corretas.
E I, III e IV estão corretas.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Apesar de parecer uma questão de português não tratada, o
problema é diferente: tem relação com o entendimento da inclusão
na mediação e de como é necessária diante dos desafios da
educação e da responsabilidade com os jovens com necessidades
educacionais especiais.
Questão 2
“A discussão pedagógica acerca da inclusão tem pontuado a
importância de os currículos não estarem apenas centrados na
diversidade, mas na diferença, concebida como processo, com uma
pedagogia e currículo que não se limitam apenas a celebrar a
identidade e a diferença, mas que buscam problematizá-las. As
crianças com deficiência sensorial, auditiva ou visual necessitam de
um ambiente de aprendizagem que estimule a construção do
sistema de significação e linguagem, a exploração ativa do meio
como forma de aquisição de experiências, o uso do corpo, do
brinquedo e da ação espontânea como instrumentos para a
compreensão do mundo. Elas precisam da mediação do professor
para a formação de conceitos, o desenvolvimento da autonomia e
independência, incentivando-as a se comunicarem, interagirem e
participarem de todas as atividades em grupo.” (BRUNO, M. M. G.
Educação infantil: saberes e práticas da inclusão. Brasília: MEC,
Secretaria de Educação Especial, 2006).
Aos alunos com necessidades educacionais especiais,
independentemente do tipo de deficiência, torna-se necessário que
sejam expostos a eventuais situações. Avalie as assertivas:
I. Situações de aprendizagem desafiadoras: que sejam solicitados a
pensar, a resolver problemas, a expressar sentimentos, e perceber
sua impossibilidade de aprender.
II. Formas positivas de comunicação e interação devem ser
controladas, evitando bullying e outros tipos de violência.
III. Exposição a perigo iminente para que aprendam a se defender.
Marque a alternativa correta:
A Somente I está correta.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
O valor central deve ser a socialização e a interação entre os vários
grupos presentes na escola. O direito à inserção social e ao
desenvolvimento pleno dos sujeitos é algo que deve ser buscado e
não evitado.
Considerações �nais
Este material se propõe a discutir um tema, em pleno século XXI, que
ainda oferece resistência: a mediação inclusiva.
Apresentamos a visão da inclusão como direito de todas as pessoas
com deficiência e as atitudes necessárias para a efetivação de uma
prática menos preconceituosa e segregacionista, considerando a
mediação inclusiva como prática pedagógica necessária para esse fim.
Portanto, é necessário compreender o que, de fato, é a inclusão, e de
enxergar a escola como um espaço para expressão das diferenças.
Podcast
B Somente II está correta.
C Somente III está correta.
D I e II estão corretas.
E II e III estão corretas.

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Ouça agora um bate-papo sobre os principais aspectos da mediação
escolar e inclusão.
Explore +
Confira as indicações que separamos para você!
Veja o depoimento de Fátima Sueli Vidoto sobre a importância da
inclusão de alunos com deficiência auditiva na escola de ensino
regular de Naviraí-MS: um estudo de caso.
Veja o depoimento de Maria Lucilene Pereira dos Santos sobre a
inclusão de crianças com síndrome de Down na rede regular de
ensino: um estudo de caso na cidade de São Bento-PB.
Referências
BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Lei Brasileira de Inclusão
da Pessoa com Deficiência. Consultado na internet em: 01 nov. 2022.
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DALL’AGNOL, D. Representações de deficiência na Turma da Mônica, de
Mauricio de Souza. 2008, 73f. Dissertação (Mestrado em Educação) -
Universidade Luterana do Brasil, Canoas, 2008.
GUSMÃO, N. M. M. de. Antropologia, diversidade e educação: um
campo de possibilidades. Rev. Ponto e vírgula, n. 10, p. 32-45, 2011.
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MAMEDES, N. O. L. Educação Inclusiva: Interação de professor e
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MATTOS, M. S. Personagens com deficiência nos quadrinhos de
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MOUSINHO, R. et al. Mediação escolar e inclusão: revisão, dicas e
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ORRÚ, S. E. Contribuições da abordagem histórico-cultural na educação
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PALANGANA, I. C. Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e
Vigotski: a relevância do social. São Paulo: Summus, 2015
SANTOS, J. S. Inclusão e mediação escolar: relato do processo inclusivo
de uma criança autista. Revista Educação Pública, v. 21, n. 31, 17 ago.
2021.
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