Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Introdução Meningite → processo inflamatório que acomete as meninges, o espaço subaracnóide que contém o líquido cefalorraquidiano (LCR). ● Pode ser infecciosa, medicamentosa, neoplásica ou autoimune. Encefalite → infecção aguda do parênquima encefálico (acometimento ou comprometimento), resultante, muitas vezes, de uma meningite e podendo constituir uma meningoencefalite. Meninges Proteção do cérebro e da medula. ● Entre o encéfalo e a medula é encontrado o líquido cefalorraquidiano. Formadas por 3 membras: ● Dura-máter – a mais externa e “colada” com a calota craniana.→ bem aderida ao crânio ● Aracnóide – onde fica o líquido cefalorraquidiano e é localizada entre as outras duas membranas. ○ Abaixo dela→ espaço subaracnóideo ○ Cerca de 150 mL de líquor ● Pia-máter – aderida ao parênquima encefálico. Meningite→ comprometimento das 3 meninges. ● O líquido cefalorraquidiano é renovado em 3x a cada 24h e reflete processo inflamatório das meninges ● O líquor é absorvido nas vilosidades coriônicas e segue para a circulação sanguínea → produção aumentada pode levar a hidrocefalia Etiologia ● Vírus ● Bactérias ● Fungos ● Parasitas ● Micobacterías Vírus e bacs→ maioria, + agudos e + agressivos Fungos, parasitas e micobactérias → processos infecciosos crônicos, + arrastados, com sintomas + amenos → semanas a meses! 🚨 A maioria das meningites infecciosas afeta as leptomeninges, mas o envolvimento paquimeníngeo pode ser observado nas meningites fúngicas, tuberculosas e sifilíticas. ● Inflamação promove formação de edema e lesiona os tecidos nervosos subjacentes→ sintomatologia! VÍRUS ● Meningites autolimitadas são as mais comuns. → O próprio corpo debela a infecção viral ○ Comuns principalmente em crianças 1 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● + frequente que a bacteriana, sendo caracterizada geralmente por quadros benignos e autolimitados, com baixa letalidade e menor risco de sequelas. ● Principais agentes infecciosos→ enterovírus (maioria), arbovírus, herpes-vírus (HSV-1, HSV-2, VZV, CMV, EBV), caxumba, vírus da coriomeningite linfocitária (RN e lactentes), influenza, parainfluenza, sarampo. ○ Não vale a pena tentar identificar por painel de vírus porque são muitos ● Enterovírus o patógeno mais comum identificado (85% dos casos), seguido pelo vírus da caxumba (7% dos casos), o vírus do herpes simples (4% dos casos), os arbovírus (2% dos casos), da varicela (1% dos casos), do sarampo (1% dos casos), rubéola e os adenovírus ● Embora a maioria dos vírus seja diagnosticada por PCR, alguns são diagnosticados com mais sensibilidade pela sorologia do LCR, como os arbovírus. As causas mais comuns de meningite viral são enterovírus, HSV-2 e VZV ○ Arbovírus diagnosticados com + sensibilidade por anticorpos IgM no LCR ● Cefaleia de evolução rápida, náusea, vômito, febre e rigidez de nuca→ sintomas - graves ● Precisa de análise de LCR para diferenciar da bacteriana ● Benignas ● Tratamento→ hidratação e analgesia. ● Pcte comprometido e com alteração comportamental importante→ aumento da morbidade Meningoncefalite por enterovírus ● Quadro de IVAS 3-5 dias antes (com diarreia ou não), seguido de cefaleia ● Sem melhora→ LCR com padrão de meningite viral ● Tratamento empírico Meningoncefalite por Herpes ● Causada por reativação do HSV-1 e é uma doença GRAVE. ○ HSV 1 + relacionado a encefalite e o 2 com meningite ○ Meningite por HSV 2 pode ocorrer como complicação do herpes genital ● 1 caso para cada 250 mil hab/ano. ● Compromete mais os idosos. ● Parece com bacteriana!! ● Mudança de comportamento → agitado ou sonolento, confuso ● Febre, cefaleia, desorientação, crises epilépticas, rebaixamento de nível de consciência ● Tropismo por região temporal!!! ● Reaticação pode ser desencadeada por imunossupressão ● Tratamento precoce diminui lesões definitivas, então antes de sair o resultado do líquor, começa o tratamento para HSV-1. ● Líquor → pleocitose (10-100 cels/mm³), discreta hiperproteinorraquia e glicorrraquia normal. ● PCR para herpes no líquor ● Eletroencefalograma (EEG) ● TC ou RM de encéfalo → lesão de parênquima e necrose tecido cerebral → descartar outras alterações ○ RNM→ hipersinal em T2 lobo temporal ○ Não é patognomônico, mas unido à clinica é altamente provável ● Diagnóstico ○ Imagem suspeita + PCR herpes LCE ● Tratamento ○ Quando precoce diminui lesões definitivas → havendo dúvida, em caso suspeitom LCR sugestivo, já inicia tto ○ Aciclovir intravenoso 10mg/kg de 8/8h por 14 a 21 dias.→ Suspende se PCR negativo Antes X Depois do mesmo paciente: esse lobo frontal será necrosado e substituído por líquor. 2 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA HIV ● + comum no momento da soroconversão ou próximo a ele ● Pode ser acompanhado de doença semelhante à gripe ● Pacientes com HIV também podem desenvolver cefaleia crônica persistente e pleocitose no LCR consistente com meningite. BACTÉRIAS ● São quadros mais graves e podem deixar sequelas ● No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a taxa de incidência é 1,4 caso/100 mil habitantes/ano, e letalidade de 22,2%. ● Emergência neurológica universalmente fatal→ Se não tratadas, alta taxa de morbidade e mortalidade. → Pode fazer AVE, vasculites, etc ○ Com frequência sobrepõe-se a sepse ● Características clínicas→ febre, dor de cabeça, rigidez de nuca e alteração do estado mental ● Entra pelas vias aéreas → bactéria invade corrente sanguínea (disseminação hematogênica) → chega ao cérebro ○ Diminuição das células de defesa → proliferação bacteriana→ inflamação + edema → hipertensão intracraniana Principais agentes infecciosos → meningococo (Neisseria meningitidis), pneumococo (streptococcus pneumoniae),, haemophilus influenzae (infância), staphiloccus aureus (mais comum em pós-cirúrgicos), Listeria monocytogenes (+ em RN - canal de parto), streptococcus beta-hemolítico do grupo B, bacilos gram-neg e anaeróbios. E coli tbm ● Meningococo → mais comum em adulto jovem, de início rápido (pode levar a óbito em horas), com apresentação de petéquias e instabilidade hemodinâmica.→Pode ter outras síndromes → Responde bem já à primeira dose de atb ○ Transmissão pelo ar → contactantes precisam de profilaxia ● Pneumococo → + comum em idosos, com presença de otite ou sinusite e pacientes com HIV/esplenectomizados ou com TCE/fratura de base do crânio é mais suscetível a ter por pneumococo. A morbimortalidade é mais do que a meningite meningocócica. ○ 50% de todos os casos de meningite bacteriana → 2x mais frequente que o meningococo que é apenas 25% dos casos ○ + de 50% dos pacientes têm menos de 1 ano de idade ou mais de 50 anos. ○ Otite ou sinusite presente→ contiguidade ○ HIV→ maior chance ○ TCE/fratura de crânio → maior chance → Principalmente se houver fístula liquórica ○ Esplenectomia e defeitos de imunoglobulina são fatores predisponentes. ○ Quais são os fatores de risco para meningite pneumocócica? ■ Infecção (pneumonia, otite, rinossinusite), asplenia ■ Hipogamaglobulinemia ■ Deficiência de complemento ■ Alcoolismo ■ Diabetes e traumatismo craniano com extravasamento de líquido cerebrospinal (LCS). Fisiopatologia ● Os meningococos (N. meningitidis) podem ter acesso às meninges diretamente a partir da nasofaringe, através da lâmina cribriforme ; ● Entretanto, as bactérias são habitualmente isoladas do sangue antes do início da meningite, indicando que a colonização da nasofaringe com bacteremia e disseminação subsequente para o SNC é mais comum! ● Diminuição das células de defesa → proliferação bacteriana → inflamação + edema → hipertensão intracraniana ● Cápsula bacteriana de polissacarídio tem importância na penetração para ter acesso ao corpo → elementos da parede celular bacteriana (pili e fimbrias) → corroboram para penetração no LCS pelo endotélio vascular e ainda ativa mais a resposta inflamatória ● A reação inflamatória é particularmente grave no espaçosubaracnóideo, sobre a convexidade do cérebro 3 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA e ao redor das cisternas na base do cérebro. A reação pode estender-se ao longo dos espaços perivasculares de Virchow-Robin para dentro do cérebro e da medula espinal. ● Com a evolução da doença ocorre espessamento da pia-aracnóide → formação de aderências ⇒ reação inflamatória e fibrose das meninges ao longo das raízes dos nervos cranianos causam paralisias de nervos cranianos! ● lesão do nervo coclear→ perda auditiva ● lesão de parênquima → hemiplegia, afasia e sinais cerebelares) → ocorrem devido a infartos devido a trombose de artérias ou veias inflamadas 🚨 A infecção meníngea por S.pneumoniae complicação de infecções pulmonares, otite média, mastoidite, sinusite, fraturas do crânio, fístulas do LCS e infecções respiratórias superiores!!! Como as bactérias chegam no SNC? ● As bactérias podem ter acesso ao espaço ventrículo-subaracnóideo por meio do sangue, durante a evolução de septicemia ou como metástase de infecção do coração, dos pulmões ou de outras vísceras. ● As meninges também podem ser invadidas por extensão direta a partir de um foco séptico no crânio, na coluna vertebral ou no parênquima do sistema nervoso (p. ex., sinusite, otite, osteomielite, abscesso cerebral). Diagnóstico confirmado por punção lombar ● Fazer TC antes se aumento da PIC for preocupação→ paciente apresentar sinais focais no exame neurológico, coma, papiledema, estado imunocomprometido ou convulsões de início recente ● Nem a TC nem a RM do cérebro são específicas para o diagnóstico de meningite bacteriana ● A ressonância magnética ponderada em T1 pós-contraste geralmente revela realce das leptomeninges dentro dos sulcos cerebrais Quadro clínico → febre + cefaleia + rigidez de nuca + alteração de consciência + náuseas e vômito + petéquias (Meningococcemia, estreptococcemia) ● Tríade Clássica→ febre, rigidez de nuca e cefaleia. 4 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Precisa estar presente com pelo menos 1 dos 3 ○ Sem o três: valor preditivo negativo ● Idoso geralmente não tem febre!!! Sinais meníngeos→ meningismo ● + comuns → Brudzinski, Kerning e rigidez nucal → sensibilidade muito baixa e podem estar ausentes em pacientes com mais de 65 anos de idade, imunocomprometidos ou em uso de medicamentos analgésicos ● HSA, Inflamação de nervo, meningites ● Sinal de Lewinson→Prova de rigidez de nuca ○ Positiva se não houver flexão adequada ● Sinal de Brudzinsky ○ Flexão da cervical em mov. brusco ○ Positivo→ flexão de pernas→ sinal antálgica ● Sinal de Kernig ○ Flexão da coxa e extensão da perna ○ Positiva→ flexão de cervical ● Sinal de Lasegue ○ Flexão da perna completa ○ Positivo→ flexão cervical 🚨Meningite pode causar convulsão, AVE (vasculite infecciosa), hidrocefalia, neuropatia craniana (+ comum em tb e fúngicas) e alteração do nível de consciência. Características focais podem ser observadas se abscesso cerebral, trombose do seio venoso ou infarto devido a vasculite infecciosa complicarem a meningite. Meningococcemia aguda → disseminação hematogênica da N. meningitidis. ● Não é obrigatório ter infecção no SNC ● Pode ter meninococcemia sem ter meningite. ● Quadro séptico grave, com apresentação de febre, toxemia, rash cutâneo, petéquias e purpuras ● Exantema por vasculite ● Pode ocorrer necrose de adrenais (síndrome de Waterhouse-Friderichsen) ○ Pode ocorrer por choque séptico associado a bactérias disseminadas havendo necrose de adrenais ○ Bactérias gram negativas ● Necrose de vasos periféricos (perda de membros) ○ Na suspeita→ atb assim que chegar!!!!!! Fungos (meningites crônicas) ● Acomete mais imunossuprimidos. ● Principais agentes infecciosos → criptococose (esporos e fungos), candidíase, aspergilose, histoplasmose (cavernas, mineiros), paracoccidiodomicose, mucormicose ○ Os principais fungos → C. neoformans e a C. gattii. ● Outros menos frequente→ Candida albicans, Candida tropicalis, Histoplasma capsulatum, Paracoccidioides brasiliensis, Aspergillus fumigatus. ● Manifestam-se principalmente em indivíduos com estado imunológico comprometido (aids ou outras condições de imunossupressão). PARASITAS (meningites crônicas) ● Mais comum em pacientes imunossuprimidos. ● Principais agentes infecciosos → toxoplasmose (intrauterina), cisticercoce, esquistossomose (pode causar mielite), angilostrongilodias, acantamebiase, tuberculose 5 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Mycobacterium tuberculosis → disseminação hematogênica com processo inflamatório que predomina na base do cérebro ■ Hematogênica→ + difícil ■ Contiguidade ■ Inalatória→ + comum Manifestações Clínicas Gerais ● Pelo menos 2 das seguintes síndromes: SÍNDROME TOXÊMICA SÍNDROME DE HIPERTENSÃO INTRACRANIANA SÍNDROME DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA Queda do estado geral Náuseas Rigidez de nuca Palidez Vômitos em jato Desconforto lombar Febre Cefaleia Sinal de Brudzinski Delirium HIpotensão, prostração Papiledema Edema de n. óptico→ congestão, fundoscopia/retinogradia Sinal de Kerning - posição semifletida por estiramento lombar Confusão mental Alterações do nível de consciência⚠ *Pode ficar sonolento, delirar, hipo ou hiperativo + Convulsões* Dano ao parênquima encefálico *Convulsões → acontece quando há comprometimento do parênquima encefálico.→Encefalite→ risco de herniação Como é o quadro clínico? ● Geral → febre de início súbito, associada à cefaleia, prostração, náuseas, vômitos, hiporexia, rigidez de nuca, mialgia, agitação, fotofobia e sinais meníngeos. ● Bacteriana Aguda → evolui rapidamente em poucas horas, ou vai piorando de maneira progressiva ao longo de vários dias → tríade clássica: febre, cefaléia e rigidez de nuca! ○ 95% apresentam pelo menos dois dos quatro sintomas de febre, rigidez de nuca, alterações do estado mental e cefaléia. ○ Alteração do estado mental ocorre em > 75% dos casos e varia de letargia ao coma. ○ Náuseas, vômitos e fotofobia também são comuns. ○ Crises epilépticas ocorrem em 20 a 40% dos pacientes ○ A elevação da pressão intracraniana (PIC) é a principal causa de rebaixamento do sensório e coma ○ Exantema da meningococcemia 🚨 A tríade: febre + rigidez de nuca + mudança no estado mental não é tão comum em jovens, apresentando-se com mais frequência em pacientes com idade > 60 anos!!!!!!! Neonatos e lactentes → irritabilidade, baixa aceitação da dieta, hipertonia/hipotonia, febre, convulsões, choque séptico, convulsão, abaulamento de fontanela e grito meníngeo Aresentação da bacteriana💫→ 3 síndromes ● Síndrome tóxica → Queda acentuada do estado geral, febre alta, delirium, e quadro confusional. ● Síndrome da Hipertensão Intracraniana (HIC) → Cefaleia, náuseas e vômitos. ● Síndrome da irritação meníngea →Rigidez nucal, sinal de Kernig, sinal de Brudzinski e desconforto lombar. Apresentação da viral🎉 ● febre, cefaléia e irritação meníngea associada a pleocitose linfocítica no LCS. A febre pode ser acompanhada de mal-estar, mialgia, anorexia, náuseas e vômitos, dor abdominal e/ou diarreia. ● Pode haver um grau leve de letargia ou sonolência; 6 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● alteração mais profunda da consciência deve suscitar avaliação de diagnósticos alternativos, incluindo encefalite!! ● Devido ao seu principal agente etiológico, o enterovírus, está muito relacionada a manifestações gastrointestinais (vômitos, hiporexia, diarreia e dor abdominal), respiratórias (tosse, faringite) e ainda erupção cutânea. ● Ao exame físico, o paciente apresenta-se com bom estado geral associado aos sinais de irritação meníngea Sintomas pelo aumento de pressão intracraniana ● Pode ser causada por diversas formas: desde que ocupe espaço (tumor, sangramentos, processo inflamatório) ● Vômitos em jatos: sem náusea premonitória ● Papiledema: edema de nervo óptico (o nervo tem borda bem definida, altera) ● Existe HIC sem papiledema; Mas nos casos crônicos é bem possívelque tenha ● Consciência → Pode ficar muito sonolento ou mais agitado ● Convulsão: comprometimento do parênquima encefálico (encefalite) * Alguns fletem o joelho contralateral como se fosse Brudzinski contralateral em Kernig (???) Quando pensar em encefalite? ● Comprometimento da função cognitiva, como não reconhecer pessoas, confusão mental, palavras desconexas, agressivo + convulsão, desorientação, sinais de hipertensão intracraniana, hipoatremia. → Significa que acometeu o parênquima ● Delirium com sinais de toxemia tbm ● Meningoencefalite → Os mesmos. Tem sinal meníngeo com sintomas de encefalite; É raro, mas acontece, de ter somente encefalite sem meningite ○ O que diferencia é o sinal meníngeo ● Em neonato → sintomas muito inespecíficos. Ex.: dorme e não acorda para mamar, febre, apatia, hipoativo.→ Letargia ● Lactente → febre, MUITA irritação e pode ter abaulamento de fontanela→ a fontanela fica abaulada e pulsátil. ● Rash, petéquias e púrpuras→ doença meningocócica ● Idoso geralmente não apresenta sinal meníngeo!!! Diagnóstico Clínico + laboratoriais + LCR + exame de imagem Laboratoriais→ sangue e urina ● Sempre fazer hemocultura → sensibilidade de 90% para bacterianas agudas Análise do líquor: ● Celularidade ○ Quantidade de leucócitos ○ Nas bacterianas há grande aumento, principalmente polimorfonucleares ○ A meningite bacteriana aguda produz uma resposta polimorfonuclear, geralmente superior a 1.000 células/mm³. ○ A meningoencefalite viral pode produzir uma resposta polimorfonuclear precoce que posteriormente transita para uma resposta linfocítica, mas a contagem de células raramente excede 1.000 glóbulos brancos/mm³. ○ A reação linfocítica com níveis baixos de glicose sugere meningite tuberculosa ou fúngica, embora esse padrão possa ocasionalmente ser observado na meningoencefalite viral ○ Eosinófilos elevados no LCR podem ser observados em infecções parasitárias ou fúngicas, mas também em outras condições não infecciosas, incluindo síndrome hipereosinofílica, granulomatose com poliangiite, doença de Hodgkin e glioblastoma invadindo as meninges. ● Proteína ○ Havendo muita inflamação, há muita proteína ○ Os valores normais para a proteína total do LCR são inferiores a 35 mg/dL ○ Concentração de proteína no LCR, o grau de elevação da proteína no LCR reflete o grau de abertura da barreira hematoencefálica ou barreira hematoencefálica ○ Proteína do LCR é normalmente mais baixa nos ventrículos do que no saco lombar. 7 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● ADA ○ Eleva na tuberculose e infecção por pus (empiema) ● Glicose ○ Hipoglicorraquia → infecções do LCR, condições inflamatórias (p. ex., sarcoidose), processo neoplásico (meningite carcinomatosa), meningite química (p. ex., ruptura dermóide ou craniofaringioma) e hemorragia subaracnóidea ○ Normal deve ser 40% superior do nível sérico → cerca de 40mg/dL a mais→ se menor que 40% indica infecção ○ Medir a glicose sérica 1h antes da punção lombar ○ O nível de glicose no LCR é mais elevado nos ventrículos do que no saco lombar (mesmo quando há infecção). ● Gram ● TB ○ Há maior celularidade que a viral ○ Há maior inflamação, mais proteína ○ Evolução mais lenta ○ Glicose cai um pouco por ser uma bactéria de crescimento lento, mas ainda ○ ADA aumentado ● Ter cuidado com os pacientes que por algum motivo iniciaram antibiótico, pode alterar o resultado e dar uma redução dos parâmetros ● Líquor normal→ mais linfócitos e glicose⅔ da glicemia (glicorraquia)→ água de rocha, límpido ● Líquor alterado ○ Predomínio de neutrófilos nas meningites bacterianas ○ Predomínio de linfócitos nas meningites virais 8 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Turvo, purulento, opalocente ○ Tb aumenta cloreto Líquor bacteriana aguda: D diferencial -líquor Bacterioscopia – “GRAM” ● Diplococos Gram negativos→N. meningitidis ● Cocos Gram positivos→ S. pneumoniae ● Coco bacilos Gram negativos→ H. influenza ● Bacilo gram -→ haemophilus ● Bacilos Gram positivos→ Listeria monocytogenes ● Pneumococo → diplococos gram + Exame de imagem (tomografia computadorizada / ressonância magnética do encéfalo) ● Indicar se e o paciente apresentar sinais neurológicos focais, como assimetria de pupilas, ptose palpebral, desvio da boca, hemiparesia cerebral. ● Caso ele tenha é necessário fazer uma tomografia antes de puncionar, pois se for um abcesso ou tumor cerebral, pode haver uma descompensação da pressão intracraniana → a punção faz uma pressão negativa→ 9 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA o cérebro vai querer sair pelo forame magno→ hérnia cerebral ● Casos em que deve preferencialmente fazer TC antes da punção LCR: ⚠ É só preferencialmente, se realmente for necessário → iniciar atb. Quando indicar a punção lombar? ● Febre de origem obscura muito demorada, sintomas de irritação. ● É realizada a nível de L2-L3, mais ou menos na linha da crista ilíaca. Paciente fica em posição fetal. 📌Punção e TOMO→ qual fazer primeiro? ● Realiza exame de imagem se houver sinal neurológico focal (assimetria de pupila, desvio de boca, ptose palpebral, falta de força, hemiparesia cerebral), não pode puncionar sem tomo → se tiver com hipertensão intracraniana e puncionar, pode dar herniação ● Na tomo se houver abcesso, tumor, sangramento: pode descompensar hipertensão intracraniana criando uma pressão negativa ao puncionar.→Havia pressão alta, mas equalizada. → O cérebro vai querer também sair pela pressão negativa pelo forame magno.→ herniação ● Só faz a tomo antes de punção se tiver sintoma focal. Fora isso, punciona ● O caso pode evoluir a grave em minutos ou horas. ● Na dúvida, não espere pelo líquor ou tomo, inicia antibioticoterapia antes + idade > 60 anos, Disartria ou alteração de linguagem, Convulsão recente, Alteração de visão, Paralisia facial, Doenças do SNC anteriores Teste de Aglutinação do Látex ● Bactérias ● Fungos ● LCR é “misturado” com uma gota do microorganismo pesquisado→ se houver, aglutina ○ Nem sempre positiva, nem sempre dá diagnóstico Tinta da China ● Pesquisa direta Criptococo ● Tinta de Nanquim→Não penetra na cápsula do criptococo Diagnóstico microbiológico ● Cultura do LCR, sorologia ou diagnóstico molecular, como ensaios baseados na PCR e sequenciamento metagenômico de próxima geração Tratamento Iniciar tratamento empírico da meningite bacteriana e das infecções focais do SNC→ enquanto espera resultado do LCR → Antibioticoterapia endovenosa de amplo espectro→ tudo IV para ultrapassar barreira hematoencefálica ● Instituição precoce diminui a mortalidade ● É feito com ceftriaxona na maioria dos casos. ● A terapia antimicrobiana intraventricular deve ser considerada para pacientes com ventriculite e meningite associadas aos cuidados de saúde se a 10 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA infecção responder mal apenas à terapia antimicrobiana sistêmica ● Antivirais → aciclovir se suspeita, antes da confirmação.→ sintomático ● Corticoide → Dexametasona 20 minutos antes do ATB→ situações: ○ A dexametasona deve ser iniciada antes ou junto com a primeira dose de antibióticos, mas parece mostrar benefício apenas na meningite estreptocócica e geralmente é descontinuada se as culturas revelarem uma etiologia alternativa ○ A administração de corticosteróides, particularmente dexametasona, na dose de 6 mg a cada 6 horas, durante os primeiros 4 dias de doença, antes do uso de antibióticos, diminui significativamente a mortalidade, a perda auditiva e a morbidade em adultos de países de alta renda ■ Inicia o corticóide antes da primeira dose de ATB ■ Com o início do ATB pode ter aumento da inflamação e o paciente pode rebaixar mais ■ Dexametasona, mantido por cerca de 2 dias ○ HIC com edema cerebral e desvio de linha média ○ Paralisia de pares cranianos ○ Sinais de aracnoidite, como quadros de algia torácica ou lombossacral ○ Início de terapia antibiótica antes da definição do agente (pneumo, 30minutos antes ATB) ■ Inicia o corticóide antes da primeira dose de ATB ■ Com o início do ATB pode ter aumento da inflamação e o paciente pode rebaixar mais ■ Dexametasona, mantido por cerca de 2 dias ○ Meningite tuberculosa ■ 2 primeiros meses de corticóide ■ Tratamento com ATB de 12m <1 mês → Cefotaxima (cefalosporina de 3ª geração) porque não pode utilizar ceftriaxona em menores de 1 mês por maior risco de Kernicterus, colecistite ● Ampicilina é o único que trata a Listeria sp. Em adultos é possível fazer penicilina cristalina, mas tem meia-vida muito curta 4/4h 11 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Tratamento para meningite não bacterianas ● TB SNC→RIPE 12 meses + corticoide 2 meses ○ Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida, Etambutol por 2 meses ○ 2 meses de Corticóide ○ Os 10 meses seguintes: Rifampicina e isoniazida ● Herpética→ aciclovir 2-3 semanas EV ● Criptococo→ anfotericina + fluocitosina ○ Fluconazol por 2 anos Tto viral ● O tratamento de suporte ou sintomático em geral é suficiente, e muitas vezes a hospitalização é desnecessária→ analgésicos e antipiréticos. ● Quem deve ser hospitalizado? os idosos e os pacientes imunocomprometidos devem ser hospitalizados, assim como aqueles cujo diagnóstico é incerto ou que apresentem alterações significativas da consciência, crises epilépticas ou sinais ou sintomas neurológicos focais ● Casos graves de meningite por HSV, EBV e VZV podem ser tratados com aciclovir IV (5 a 10 mg/kg a cada 8 h) seguido por um fármaco oral (aciclovir, 800 mg 5×/dia; fanciclovir, 500 mg 3×/dia; ou valaciclovir, 1.000 mg 3×/dia) por um total de 7 a 14 dias; para os casos leves, um ciclo de antivirais orais apenas pode ser apropriado. ● O prognóstico de recuperação completa é excelente. ● A vacinação é um método eficaz de prevenção da meningite e de outras complicações neurológicas associadas ao poliovírus, à caxumba, à rubéola, ao sarampo e à infecção por VZV.! Quimioprofilaxia ● Feita para contactantes do mesmo domicílio e pessoas que tiverem contato prolongado em ambiente fechado. Além disso, faz em profissionais de saúde em contato com secreções de orofaringe sem proteção. 12 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Contato prolongado em ambiente fechado ○ Vôos, trabalho ○ Por 6-8h ○ Profissionais de saúde em contato com secreção de orofaringe sem proteção ○ (máscara cirúrgica) ● N. meningitidis ○ Se for criança, não faz cipro, faz rifampicina por apenas 2 dias ○ Ceftriaxona: não é viável a via oral ● H. influenza ○ OUTRAS crianças abaixo de 4 anos ○ Se houver, faz em todos os contactantes ○ Faz somente rifampicina por 4 dias Vacinas 13 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Paciente não foi tratado com cefalosporina de 3ª geração? →Faz quimioprofilaxia para o próprio paciente!! Meningites Crônicas ● A meningite crônica é definida como meningite com duração superior a 1 mês sem melhora. A maioria das causas são infecções bacterianas e fúngicas crônicas e distúrbios inflamatórios (por exemplo, sarcoidose, doença relacionada à IgG4) Quais são os responsáveis por elas pelas meningites crônicas e recorrentes? ● Infecções meníngeas ● Câncer ● Doenças inflamatórias não infecciosas ● Meningite química ● Infecções parameníngeas ● Mais comum em pacientes imunossuprimidos. ● Principais agentes infecciosos: toxoplasmose, cisticercose, esquistossomose, angilostrongilodias, acantamebiase, tuberculose ○ Mycobacterium tuberculosis →Disseminação hematogênica com processo inflamatório que predomina na base do cérebro! ■ Hematogênica ■ Contiguidade ■ Inalatória Microorganismos de crescimento lento → Micobacterium tuberculosis e bactérias de crescimento lento 14 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA (Listeria monocytogenes, Brucella spp., Treponema pallidum e Borrelia burgdoferi) podem ocasionar um quadro mais insidioso ● Predileção do espaço subaracnóideo → Crytococcus neoformans, e é a meningite fúngica mais prevalente no mundo ● Toxoplasma gondii e Taenia solium classicamente levam a lesões parenquimatosas e, raramente, provocam quadros meníngeos. Meningite crônica não infecciosa → neoplasia, química (AINE, ATB, imunoglobulina EV, quimioterápicos, contrastes), rompimento de craniogaringioma ou cisto epidermóide 15 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA 16 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Imunossupressão é FR para meningite crônica!!! ● Aumento da AIDS → aumento criptococose e infecções oportunistas por varicela-zóster, citomegalovírus, toxoplasmose Quais os fatores de risco para meningite crônica? ● Uso de agentes imunossupressores para a doença autoimune e a imunossupressão pós-transplante ● O comprometimento da imunidade celular e humoral, levaram a maior população de indivíduos com risco de causas infecciosas de meningite crônica. 💉 Comportamento de risco e uso de drogas injetáveis são FR para sífilis, infecção por HTLV1 e HIV Clínica ● Insidiosa e menos evidente ● Cefaleia holocraniana, contínua, intensidade leve a moderada, aumenta a intensidade com a progressão do quadro ● Febre intermitente e <39ºC na maior parte ● Irritação meníngea ausente ou sutil, mais presente em casos avançados ● Pode haver acometimento de pares cranianos, alteração cognitivas ou sinal de acometimento em via longa em casos tardios ● Crise convulsiva se houver extensão ao parênquima ou secundária à HIC ● Emagrecimento e sudorese noturna falam a favor de TB e neoplasia ● Sintomas respiratórios → TB, doenças fúngicas, neoplasias e doenças autoimunes ● Lesão de pele: Behçet, sífilis, LES, esporotricose ● Alteração ocular: sífilis, sarcoidose, Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada (uveíte), doença de Sjögren (xeroftalmia) ou doença de Behçet (iridociclite). Diagnóstico ● LCR, neuroimagem ● LCR → pode estar turvo, xantocrômico, purulento ou hemorrágico ○ Pressão de abertura elevada ○ Celularidade>5, casos de imunossupressão pode estar normal ou leve ○ Pleocitose linfocítica ○ Neutrófilos→ bactéria de cresc. lento ○ Eosinófilos → parasitária, e raro em TB e linfoma ○ Células tumorais → Buscar neoplasia em outro sítio ○ PTN<45, se houver maior pode indicar alteração na BHE por inflamação ○ Glicorraquia reduzida pode ser por neoplasia ou sarcoidose ● Sorologias séricas para sífilis, HIV e doença de Lyme são evidências úteis de infecção sistêmica por patógenos que podem causar meningite. Também é recomendado um teste cutâneo de derivado de proteína purificada (PPD) ou um estudo de liberação de interferon gama no sangue para TB. ● Se nenhum diagnóstico for feito por esses meios, devem ser consideradas sorologias séricas para infecções fúngicas e bacterianas, como histoplasmose, blastomicose, coccidioidomicose, brucelose e leptospirose. Tratamento ● Neoplásica → Quimioterápicos intratecal (associado ou não à radio) ● Autoimune→corticosteróide, ciclofosfamida, rituximab ● PIC→ controlar para evitar lesão secundárias ○ Punção de alívio com frequência ■ Pressão<200mmH2O ou ≤50% do inicial ○ Pode realizar derivação ventricular ○ Deterioração clínica ou demora no diagnóstico → tto empírico ■ Tuberculostático, corticóide e antifúngico ■ Evitar corticóide concomitante por risco de maior deterioração, como em linfomas ■ Antifúngicos → cuidados com efeitos adversos ■ Corticóide isolado em quadros não infecciosos Prognóstico ● Bom→ química por analgésico e cisto epidermóide ● Fatal em quase todos os casos da neoplásica ● Demora da abordagem→ lesões pela HIC ○ Nível de consciência, herniação, complicação vascular (motor ou cognitivo), surdez e déficit visual por comprometer par craniano Tuberculose ● Neurotuberculose 17 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Meningoencefalite ○ Alterações crônicas, evolução lenta sem lesão focal ○ Alteração comportamental ○ Pode não ter febre ○ TB pulmonar ativa não é obrigatório ○ Vasculite ○ Crises convulsivas ○ Hidrocefalia pode ocorrer ○ Tuberculoma→raro ● Caracterizada por dor de cabeça, rigidez denuca e febre, a meningite tuberculosa geralmente se apresenta após um pródromo sistêmico de mais de 6 dias ● Pode ocorrer com ou sem evidência de TB sistêmica ● Os bacilos podem se disseminar por via hematogênica para locais extrapulmonares, incluindo as meninges e parênquima cerebral adjacente. A meningite tuberculosa é uma forma agressiva de doença extrapulmonar, que é mais comum em pacientes infectados pelo HIV. ● Ocorre mais em crianças não vacinadas, imunodeprimidos ● O bacilo penetra no espaço liquórico através dos plexos coróides dos ventrículos cerebrais; ● Forma +sequelas de tuberculose ● Clínica subaguda { + arrastado} → acometimento do par craniano ○ Fase prodrômica → febre, mal-estar, irritabilidade ou apatia (no caso da criança), inapetência, sintomas respiratórios. ○ Fase meníngea →Febre + cefaleia persistente + sinais meníngeos; alterações de pares cranianos, hemiparesia, desorientação ○ Fase avançada → Torpor, coma, crise convulsiva; hemiplegia, coreoatetose ● No LCR → aumento de proteínas, glicose baixa (⅔ da basal) PMN→ padrão linfomononuclear ● Os vasos cerebrais podem ser afetados por inflamação adjacente das meninges, produzindo vasoespasmo, constrição e, por fim, trombose com infarto cerebral. ● O diagnóstico de meningite tuberculosa pode ser difícil e tipicamente envolve uma combinação de exames de neuroimagem, exames sorológicos e análise do LCS. ● Caso haja TB pulmonar + meningite → altamente sugestivo ● O diagnóstico de TB pode ser feito por teste cutâneo PPD ou ensaio de liberação sérica de interferon gama, mas pode ser negativo em pacientes anérgicos ou com doença isolada do SNC. ● O LCR mostra proteínas elevadas, glicose diminuída e pleocitose linfocítica, mas os valores geralmente não são tão extremos como na meningite bacteriana. ● O tratamento é feito com os antimicobacterianos isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol com adição de dexametasona na fase inicial do tratamento Criptococose ● Neurocriptococose ● Meningoencefalite ● Dois tipos→ diferencia por cultura ○ C. neoformans → comum em paciente HIV+ (5% dos pacientes com HIV terão) ○ C. gattii→ não-HIV ● Alteração comportamental ● Febre (pode ter de certa forma frequente) ● Cefaleia intensa→ razão da busca de assistência ○ Tapete de fungo na tenda do cérebro, onde há a reabsorção de LCR→ não reabsorve→ Só alivia com punção liquórica ● Hipertensão intracraniana importante - dificuldade de reabsorção do LCR ● O tratamento de indução é com anfotericina B 0,7 mg/kg/d ou anfotericina B lipossomal 3 mg/kg/d a 4 mg/kg/d mais flucitosina 100 mg/kg/d por 2 semanas; isso é seguido por tratamento de consolidação com fluconazol 400 mg/dia a 800 mg/dia por 8 semanas e depois terapia de manutenção com fluconazol 200 mg/dia a 400 mg/dia por 1 ano. Doença de Lyme ● Transmitida por carrapatos causada por Borrelia burgdorferi. ● Suspeita-se do diagnóstico clínico da doença de Lyme como causa de meningite em uma área endêmica após picada de carrapato e/ou lesão cutânea clássica eritema crônico migratório, embora a erupção cutânea possa estar ausente ou passar despercebida. ● O diagnóstico é estabelecido pela sorologia sérica e pelo índice de anticorpos sorológicos no LCR no contexto de pleocitose do LCR. ● Tanto a ceftriaxona intravenosa quanto a doxiciclina oral são consideradas tratamentos eficazes para a neuroborreliose. Sífilis meningovascular ● A neurossífilis pode afetar o sistema nervoso de várias maneiras → sífilis meningovascular, goma (abscesso), tabes dorsalis e paresia geral (demência). 18 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● A sífilis meningovascular causa uma síndrome de meningite subaguda e deve ser considerada em pacientes com HIV ou história de outras doenças sexualmente transmissíveis que desenvolvem meningite crônica. ● A análise do LCR geralmente demonstra pleocitose linfocítica e proteína elevada, e o diagnóstico é confirmado por soro não treponêmico (VDRL) ou teste rápido Diagnósticos Diferenciais Quais os diagnósticos diferenciais? ● Inclui meningoencefalite viral, em especial a causada pelo HSV (ver adiante); riquetsioses, como a febre maculosa das Montanhas Rochosas (imunofluorescência de lesões cutâneas); infecções focais supurativas do SNC, como empiema subdural e extradural e abscesso cerebral (ver adiante); hemorragia subaracnóidea; e doença desmielinizante, como encefalomielite disseminada aguda Quando pensar em encefalite? ● Comprometimento da função cognitiva, como não reconhecer pessoas, confusão mental, palavras desconexas, agressivo + convulsões, desorientação, sinais de hipertensão intracraniana, hiponatremia. → Significa que acometeu o parênquima ● Meningoencefalite: Os mesmos. Tem sinal meníngeo com sintomas de encefalite; É raro, mas acontece, de ter somente encefalite sem meningite ○ O que diferencia é o sinal meníngeo ● Em neonato → sintomas muito inespecíficos. Ex.: dorme e não acorda para mamar, febre, apatia, hipoativo. ● Lactente → febre, MUITA irritação e pode ter abaulamento de fontanela→ a fontanela fica abaulada e pulsátil. ● Rash, petéquias e púrpuras→ doença meningocócica ● Idoso geralmente não apresenta sinal meníngeo!!! 19
Compartilhar