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Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Transtorno Psicótico ● Transtornos psicóticos→Perda do juízo da realidade ○ O maior representante é a esquizofrenia O primeiro episódio psicótico (PEP) é definido como um quadro de alterações agudas, sempre com a presença de sintomas psicóticos, sem manifestações prévias e sem remissão do quadro desde o início dos sintomas, por um período de pelo menos 1 semana, com a presença de delírios, alucinações, desorganização do pensamento, alterações significativas da psicomotricidade, além de prejuízo de funcionamento. ● Paciente também pode apresentar apatia, avolição e embotamento afetivo ou sintomas maníacos, ansiosos e depressivos. ● Existem diversas etiologias a serem consideradas ● Investigação de etiologias clínicas e neurológicas ● Diagnóstico diferencial com encefalite ANTI-NMDA, paraneoplasia Fisiologicamente, a psicose é um aumento da atividade dopaminérgica da via mesolímbica, o que causa estado alterado do psiquismo. Sintomas das síndromes psicóticas: ● Alucinações→Alteração do juízo de realidade ● Delírios → alteração do pensamento (estão me perseguindo) que você não consegue tirar essa ideia de sua cabeça. ○ Alteração de sensopercepção ● Sensações de que o ambiente está estranho ● Agitação, confusão, agressividade ● Não falar coisa com coisa ● Insônia e inapetência ● Sensação de que os mais diversos fatos não são coincidências ● Atribuição de significados diferentes a coisas reais ● Isolamento ● Comportamento estranho ● Pensamento bloqueado, interrompido ● Desleixo com a aparência e com a higiene Essa voz vem de fora ou está dentro da cabeça? ● Dentro da cabeça→ pensamento ● Voz de fora→ alucinação Perda do juízo da realidade, porém SEM queda do nível de consciência. ● Alteração na estrutura das experiências fundamentais ● O mundo parece invadir o sujeito ● Autorreferência ● Insight baixo → paciente acredita no delírio e não sabe que está doente ● Quadros graves Outras síndromes psicóticas ● Transtorno delirante persistente ● Transtorno psicótico agudo/breve/transitório ● Transtorno esquizoafetivo Critério diagnóstico - psicose Requer período de ao menos 1 semana, com presença de ≥ 1 dos sintomas a seguir: ● Delírios ● Alucinações ● Desorganização de pensamento ● Alteração importante da psicomotricidade ● Comportamento desorganizado 💡Os sintomas estão associados a prejuízo de funcionamento. Causas + comuns: ● Esquizofrenia ● Distúrbio afetivo bipolar ○ Depressão psicótica ○ Mania psicótica ● Parto (psicose puerperal ● Reação a alguns medicamentos (anfetamina e cortisona) 1 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● TCE ● Álcool e drogas ● Doenças físicas (LES, hipertireoidismo) ● Doenças neurológicas (AVC, tumores cerebrais) ● Doença de Alzheimer As psicoses secundárias às doenças psiquiátricas, como a esquizofrenia, costumam surgir no final da adolescência e no adulto jovem. Enquanto os quadros psicóticos surgidos na maturidade se devem, na maioria das vezes, a doenças médicas gerais. Episódios psicóticos em pacientes sem história familiar de doença mental, com início súbito de doença, com idade > 40 anos ou que desenvolveram quadro psicótico em contextos de atendimento hospitalar devem ser considerados como quadros secundários a condições médicas gerais ou neurológicas. Abordagem ● O ideal é que o paciente seja atendido sem a sua família, para a criação de vínculo. Enquanto isso, seus parentes deveriam ser escutados por outro profissional, para uma abordagem simultânea e rápida. ● O indicado é que o local de atendimento seja tranquilo, individualizado e silencioso. Lugares agitados podem provocar superestimulação ao paciente, provocando agitação e agravamento do quadro, bem como piora da agressividade (se houver). Exames Utilizados para detectar ou afastar causas orgânicas potencialmente reversíveis Exames básicos iniciais: ● Glicemia ● Hemograma completo ● Dosagem de eletrólitos ● Exames das funções hepáticas e renal ● Sorologias – hepatites, HIV e sífilis ● Urina – EAS ● Beta-HCG ● Perfil tireoidiano ● Exames toxicológicos na urina Casos facultativos ● Se houver suspeita de infecção, solicita VHS ● Se houver alterações no exame físico → exame do líquor cefalorraquidiano ● Em suspeita de doenças reumatológicas→ FAN Em casos de suspeita de delirium, exames complementares relativamente simples são indispensáveis: ● Hemograma ● Glicemia ● Eletrólitos ● Bioquímica ● Raio-x de tórax 🧠 Os exames de neuroimagem são recomendados apenas para exclusão de causas orgânicas e devem ser limitados aos casos de PEP onde há sintomas e sinais neurológicos, apresentação psicótica atípica, sintomas sugestivos de delirium e PEP em paciente com > 50 anos. Eletroencefalograma deve ser solicitado nas seguintes situações: ● Antecedente pessoal de crises convulsivas ● Estreitamento do campo de consciência ● Antecedente de traumatismo cranioencefálico grave ● Suspeita de narcolepsia (alucinações durante as transições do ciclo sono-vigilia) Diagnóstico diferencial Os sintomas psicóticos podem estar presentes em transtornos psiquiátricos, nas intoxicações por substâncias e em doenças clínicas e neurológicas. O diagnóstico de psicose é clínico, baseado na história e no exame do estado mental. Causas orgânicas: ● Doenças endócrinas → hiper e hipotireoidismo, hiperparatireoidismo, Doença de Cushing, insulinoma, feocromocitoma, porfiria aguda intermitente. ● Alterações metabólicas → uremia, desbalanço pós hemodiálise, hiponatremia ● Pós-operatório de grandes cirurgias ortopédicas e cirurgias cardíacas. ● Deficiências de vitaminas, como de B12, folato, niacina, tiamina. ● Hipóxia cerebral. ● Doenças infecciosas → influenza, HIV, neurossífilis, malária, toxoplasmose, neurocisticercose. ● Doenças neurológicas → acidentes vasculares encefálicos, traumatismos cerebrais, epilepsias, tumores cerebrais, doenças desmielinizantes. ● Doenças autoimunes, como o LES. ● Algumas doenças genéticas. 2 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Síndromes paraneoplásicas. ● Medicamentos → entre eles, os mais citados são cimetidina, levodopa, dissulfiram, benzodiazepínicos, anti-inflamatórios não hormonais, tiroxina, corticoides, anfetaminas, Opioides, Bupropiona, Buspirona, ácido fólico, antidepressivos tricíclicos, betabloqueadores, digitais, isoniazida, anti-convulsivantes, metildopa, antineoplásicos, abuso de drogas e de medicamentos). Delirium / Intoxicação exógena. Mesmo no PEP, é importante estabelecer as bases de uma relação terapêutica que favoreça a aderência e a participação no tratamento por parte do paciente e da família. Tratamento ● Surto psicótico→ proteger o paciente ● Internamento involuntário pode ser necessário ● Medicação injetável pode ser necessária ● Antipsicóticos com alto bloqueio D2 e mais sedativos podem ser associados As medicações de 1ª geração (AP típicos) têm maior propensão a causar efeitos colaterais neurológicos extrapiramidais. Já as de 2ª geração, tendem a induzir ganho de peso ou distúrbios no metabolismo da glicose e dos lipídios. ● À exceção, temos a clozapina, que produz poucos efeitos extrapiramidais e tem eficácia terapêutica em pacientes refratários. No entanto, está associada a efeitos colaterais sérios, incluindo convulsões, miocardite e agranulocitose. É necessário a espera de pelo menos 4 semanas fazendo o tratamento corretamente para ser realizado ajuste de doses em menores intervalos de tempo, quando necessário. Os objetivos do tratamento de um quadro psicótico agudo, em curto prazo, são controlar os sintomas rapidamente, particularmente a agitação e os sintomas psicóticos, e prevenir o dano ao paciente e a terceiros. ● Prevenção de dano → redução do risco de suicídio, autoagressão, acidentes e heteroagressividade. Esquizofrenia ● É a principal forma de psicose, além de constituir um dos mais graves e debilitantes transtornos mentais. ● Evolui de modo crônico e modifica sobremaneirao funcionamento psicossocial do indivíduo. Os sintomas envolvem alterações da sensopercepção, do pensamento (sobretudo em seu conteúdo: delírios), na cognição como um todo, nas emoções, no comportamento global e funcionalidade psicossocial. ● Perturbação de múltiplas funções mentais: ○ Ppensamento e juízo de realidade (delírios, desorganização) ○ Sensopercepção (alucinações) ○ Experiência do eu (vivências de controle externo sobre sentimentos, impulsos, pensamentos e comportamento) ○ Cognição (prejuízos da atenção, memória verbal e cognição social) ○ Volição (redução da motivação) ○ Afeto (achatamento afetivo) ○ Comportamento (bizarro, desorganizado). Associada a uma menor expectativa de vida → um indivíduo esquizofrênico tem expectativa de 15 anos a menos do que a população em geral. Ademais, tem risco de suicídio de 5 a 10%. Comorbidades somáticas em maior frequência que a população geral: ● Obesidade ● DM ● Doenças cardiovasculares ● ISTs ● DPOC Antigamente, classificavam a esquizofrenia em 4 subtipos: ● Paranoide → alucinações e ideias delirantes, principalmente de conteúdo persecutório. ○ + comum ● Catatônica → alterações motoras, hipertonia, flexibilidade cerácea, rigidez e alterações da vontade, como negativismo, mutismo e impulsividade. ● Hebefrênica → pensamento desorganizado, comportamento bizarro e afeto marcadamente pueril, infantilizado. ○ Prognóstico ruim ○ Comportamento pueril + sintomas negativos ● Simples → lento e progressivo empobrecimento psíquico e comportamental, com negligência quanto aos cuidados de si (higiene, roupas, saúde), embotamento afetivo e distanciamento social. 3 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA A partir do CID-11 e DSM-5 esses subtipos não existem mais, pois os pacientes não são estáveis a um mesmo subtipo durante toda a vida. Além de que os subtipos não predizem padrão de evolução da doença, tratamento farmacológico ou psicossociais. Apesar de descrita como uma “doença única”, parece encampar um grupo com fisiopatologia e etiopatogenia heterogênea, incluindo pacientes com diversas apresentações sintomatológicas, diferentes respostas terapêuticas e desfecho clínico variável. Epidemiologia ● 0,8-1% da população ● Tem início na adolescência ou no adulto jovem. ● Pico bimodal: ○ 15-24 anos, ligeiramente mais acentuado para os homens. ○ 55-64 anos – mais em mulheres. ■ Medcurso diz 25-35 anos ● Afeta os 2 sexos, mas tem predomínio nos homens. Além disso, o início da esquizofrenia, nesse público, é mais precoce, promovendo maior prejuízo global a estes. ○ 15/100.000 homens e 10/100.000 mulheres. ○ Variações de até 5 vezes para os valores de prevalência, conforme a região geográfica ● Incidência anual em torno de 15 a 42 por 100 mil habitantes e prevalência pontual de 0,4%. ● Raro ocorrer na infância Fatores de risco ● Várias vertentes de evidência indicam que a esquizofrenia tem relação com o neurodesenvolvimento. ● Adversidades intrauterinas, como infecções maternas e fome durante a gravidez ● Complicações obstétricas, incluindo parto prematuro e pré-eclâmpsia ● Desenvolvimento neurológico precoce interrompido ● Desenvolvimento cognitivo e motor na infância ● História familiar No entanto, o fator de risco mais prevalente é a GENÉTICA. Etiologia ● Aspectos neuroanatômicos→ dopamina ● Aspectos genéticos → 10x maior em familiares do 1º grau ● Aspectos ambientais → exposição pré-natal materna a vírus influenza, maconha durante a adolescência ○ Indivíduos nascidos no fim do inverno ou no começo da primavera, criados em ambiente com alta urbanicidade e baixa coesão social, expostos a adversidades na infância, e em imigrantes de primeira e segunda gerações. Idade paterna avançada também é um fator de risco também já descrito. 4 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Em indivíduos saudáveis, a produção excitatória das células piramidais corticais é moderada secundariamente à inibição do ácido gama aminobutírico (GABA)-érgica dos interneurônios. ● A interação entre neurônios excitatórios e inibitórios gera oscilações gama, que por sua vez são cruciais para a geração de flutuações lentas na atividade neural que fundamentam as redes cerebrais funcionais. ● Em indivíduos com esquizofrenia, vários mecanismos parecem estar alterados nesses circuitos corticais. A perda das espinhas dendríticas das células piramidais leva a uma redução líquida na atividade excitatória; a redução da entrada excitatória para os interneurônios GABAérgicos leva à redução da inibição das células piramidais; e ocorre redução da inibição interneuronal das células piramidais. Propõe-se que essas alterações levem à atividade gama aberrante e à disfunção das redes funcionais e, assim, contribuam para os sintomas cognitivos e negativos da doença. Abordagem neuroanatômica ● Aumento do tamanho ventricular, principalmente os laterais ● Diminuição do córtex pré-frontal e hipocampo → redução do tamanho neuronal ○ Reduções de áreas do córtex pré-frontal (CPF) medial e de estruturas como a ínsula anterior, o tálamo e a amígdala, assim como partes do lobo temporal, sobretudo a formação hipocampal e o giro temporal superior. ● Cérebros de esquizofrênicos → 30-50% de diminuição na expressão de mielina no córtex pré-frontal e hipocampo Abordagem dopaminérgica ● Aumento da atividade dopaminérgica agrava a esquizofrenia (anfetaminas, levodopa) ● Sintomas positivos se esse aumento ocorre na via mesolímbica ● Densidade de receptores dopaminérgicos está aumentada em cérebros de esquizofrênicos não tratados ● Antipsicóticos bloqueiam receptores D2 → podem causar parkinsonismo Abordagem serotoninérgica ● Efeitos alucinógenos do LSD (agonista parcial dos receptores 5-HT2A) ● Antipsicóticos atípicos→ bloqueio 5-HT2A > D2 Abordagem glutamatérgica ● Fenciclidina → antagonista NMDA induz psicose semelhante à esquizofrenia ● Estudos pós-mortem→ diminuição da concentração de glutamato no córtex frontal e hipocampo ● Antagonista NMDA → aumenta DA no córtex pré-frontal e estruturas subcorticais Neurodesenvolvimento ● Acredita-se que os fenômenos de maturação neural ocorridos na segunda e na terceira década de vida, principalmente o processo de reorganização sináptica cortical conhecido como poda neuronal, estejam envolvidos no desencadear da doença esquizofrênica. ● Cascatas de eventos moleculares associadas a processos inflamatórios e ao estresse oxidativo podem influenciar a maturação neural. ● Além disso, existem evidências para o envolvimento de elementos imunológicos como a micróglia, o complexo principal de histocompatibilidade classe I e o sistema complemento Quadro clínico Geralmente, o paciente esquizofrênico apresenta sintomas pré-mórbidos e até personalidade, desde sua infância. 5 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Sinais e sintomas pré-mórbidos → Passividade, introversão, sem interesse romântico e social, desconfiado ● Personalidade pré-mórbidas: ○ Esquizóide→ frio, isolado, introspectivo ○ Esquizotípica → excêntrico (mudou de personalidade) ○ Introvertido → sem amigos, namoro, isolado desconfiado Principais grupos de sintomas na esquizofrenia: ● Sintomas negativos ● Sintomas positivos→ alucinação e delírio ● Sintomas de desorganização ● Sintomas psicomotores/catatonia ● Sintomas/prejuízos cognitivos ● Sintomas de humor Sintomas negativos (deficitários) Caracterizam-se pela PERDA de certas funções psíquicas (na esfera da vontade, do pensamento, da linguagem) e pelo empobrecimento global da vida afetiva, cognitiva e social do indivíduo. ● Distanciamento e aplainamento afetivo ou afeto embotado → perda da capacidade de se sintonizar afetivamente com as pessoas. ● Retração social ou associalidade→ apatia, abulia. ● Alogia ou empobrecimento da linguagem e do pensamento:→↓ da fluência verbal e discurso pobre ● Avolia → hipopragmatismo → dificuldade ou incapacidade de realizar ações, tarefas, trabalhos minimamente organizados que exijaminiciativa, motivação, organização e persistência. ● Anedonia→Perda do prazer ● Autoneegligência →higiene pobre, roupas mal cuidadas, descuido da aparência e/ou dos cuidados com a saúde, cabelos sujos, dentes apodrecidos. 🤧 Os sintomas negativos são refratários ao tratamento farmacológico e representam, ao lado das perdas cognitivas, importante componente que agrava o curso da doença e empobrece consideravelmente a vida social, laboral e afetiva de pessoas com esquizofrenia. Atualmente, busca-se identificar se os sintomas negativos são primários ou secundários às medicações (APs), depressão ou de privação e isolamento social. Sintomas positivos (produção) ● Relacionados ao aumento da dopamina na via mesolímbica Os principais são: ● Alucinações → distorção sensoperceptiva → o tipo mais frequente é a auditiva (“vozes” que o paciente ouve, geralmente com conteúdos de acusação, ameaça ou pejorativos). Além disso, pode haver alucinações visuais, táteis, gustativas (gosto de veneno nos alimentos) e/ou olfativas (sentir cheiro de podre). ○ Auditiva, visual e cinestésica/viscerais (acha que o órgão sumiu, apodreceu) ○ Alucinações visuais são muito raras nas psicoses funcionais, e a sua presença sugere a ocorrência de transtorno mental orgânico ○ Fenômenos de interpretação delirante (p. ex., um paciente acredita que o carro estacionado em frente a sua casa está lá propositalmente para espioná-lo) são confundidos com alucinações visuais ○ Mussitação e solilóquios são comuns nas auditivas ● Delírio → distorção do pensamento → paranóide/grandeza ○ Frequentemente de conteúdo persecutório, autorreferentes ou de influência. ○ Os delírios de grandeza, hipocondria, perseguição, ciúme, reivindicação) → delírios persecutórios são os mais frequentes! ○ Fenômeno de interpretação delirante ○ Dividido em: sistematizado e não sistematizado ● Distorção da realidade → presença de ideias muito deturpadas, marcadamente bizarras, sobre a realidade, sobre os fatos do mundo, sobre a história do paciente. ● Linguagem→ neologismos, ecolalia ● Outros → agitação psicomotora, discurso desorganizado, desorganização do pensamento e desagregação As alucinações e delírios têm conteúdos implausíveis e bizarros, assim como não congruentes com o humor basal do paciente. Os sintomas positivos estão muito interligados ao primeiro episódio psicótico. Nesses casos, eles são reverberados após um estresse agudo ou uso de drogas ou medicações (corticoide e anfetamina, principalmente). 6 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA “Sintomas de primeira ordem” são considerados sintomas positivos que teriam um “peso maior” para o diagnóstico de esquizofrenia, são eles: ● Percepção delirante ● Alucinações auditivas características: vozes que acompanham o paciente ● Eco do pensamento ou sonorização do pensamento: o pct escuta seus pensamentos ● Difusão, divulgação ou publicação do pensamento: o pct tem a sensação de que seus pensamentos são ouvidos ou percebidos claramente pelos outros, quando os pensa. ● Roubo do pensamento ● Distúrbios da vivência do eu ○ Vivências de influência sobre o corpo→ sente que uma força ou um ser externo age sobre seu organismo. ○ Vivências do “fabricado” ou do “feito” por outros→ experiência de que algo influência de forma maciça seus sentimentos, impulsos, vontades ou pensamentos. Sintomas de desorganização ● Pensamento progressivamente desorganizado, de leve afrouxamento das associações, passando por descarrilamento do pensamento até a total desagregação e produção de um pensamento totalmente incompreensível, incoerente. ● Tangencialidade e circunstancialidade em níveis não totalmente desorganizados da linguagem/pensamento. A presença de neologismos eventualmente é incluída aqui. ● Comportamentos desorganizados e incompreensíveis, particularmente comportamento sociais e sexuais 7 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA bizarros e inadequados → vestimenta, adornos, aparência e expressão geral bizarra. ● Afeto inadequado Sintomas psicomotores e catatonia Lentificação e empobrecimento psicomotor com restrição do repertório da esfera gestual e motora. Alterações psicomotoras também são verificadas na forma de estereotipias de: ● Movimentos → atos, gestos, atitudes mais complexas que os tiques, repetidos de forma mecânica, sem finalidades ● Maneirismos → gestos complexos, repetidos, que parecem ter um objetivo e significado para o indivíduo, mas que são percebidos pelo observador como algo excessivo, excêntrico e muito bizarro ● Posturas bizarras. Na síndrome catatônica (anormalidades comportamentais), o paciente apresenta nível de consciência preservado, porém podem relevar sintomas de estupor (↓ marcante da atividade psicomotora), flexibilidade cerácea, catalepsia (fica na posição em que o colocam, até mesmo contra a gravidade), ecolalia (repetir mecanicamente palavras do interlocutor) e/ou a ecopraxia (repetir mecanicamente o ato dos outros). Sintomas e prejuízos cognitivos Alterações cognitivas difusas que, na maior parte das vezes, precedem os sintomas psicóticos e são muito relevantes, pois afetam marcadamente a evolução funcional dos pacientes. As alterações cognitivas incluem os seguintes domínios: ● Atenção ● Memória episódica ● Memória de trabalho ● Velocidade de processamento ● Funções executivas frontais (inclusive fluência verbal) Além disso, pode haver alterações da cognição social, com dificuldades na percepção e no gerenciamento de emoções e déficit na percepção social. Sintomas de humor Há redução da experiência e da expressão emocional. Em contraste com tal redução, os indivíduos apresentam com frequência ↑ da reatividade emocional (sobretudo quando também apresentam sintomas positivos, quando expostos a muitos estímulos). Pessoas com esquizofrenia apresentam taxas mais altas do que a população em geral de sintomas ansiosos e depressivos. Outras características e sintomas associados FALTA DE INSIGHT → os pacientes não acham que têm qualquer doença ou problema, que não precisam de tratamento, acompanhamento médico e/ou psicológico ou tratamento medicamentoso. Sintomas neurológicos inespecíficos → prejuízo na função olfativa, hipoalgesia e alterações da motilidade dos olhos. Também podem apresentar prejuízo nas habilidades de coordenação motora fina e de sequenciamento de tarefas motoras complexas, presença aumentada de reflexos primitivos de liberação cortical. Comorbidades Os pacientes com esquizofrenia têm comorbidades somáticas em maior frequência que a população geral. ● Obesidade→O IMC parece ser mais alto do que os da mesma idade e do mesmo sexo na população geral. → efeito de muitos medicamentos antipsicóticos, ao desequilíbrio nutricional e à atividade motora diminuída. ○ O ganho de peso contribui para o aumento do risco de morbidade e mortalidade cardiovascular, bem como do risco de diabetes, hiperlipidemia e apneia obstrutiva do sono. ● DM → Aumento do risco de diabetes melito tipo II por aumento de peso e pelas medicações por mecanismo direto. ● Doenças cardiovasculares → Diversos antipsicóticos têm efeito direto sobre a eletrofisiologia cardíaca. Além disso, a obesidade, o diabetes melito, a maior taxa de tabagismo, a hiperlipidemia e o estilo de vida sedentário favorecem o aumento de morbidade e mortalidade cardiovascular. ● Doenças sexualmente transmissíveis → Pessoas com esquizofrenia têm risco duas vezes maior do que a população geral de contrair HIV e hepatite C associados ao comportamento de risco, como sexo sem proteção, múltiplos parceiros e uso abusivo de substâncias psicoativas. ● DPOC → A maior prevalência de tabagismo nessa população contribui para tal problema. Entre as comorbidades psiquiátricas mais frequentes, figura a dependência de substâncias psicoativas nos pacientes esquizofrênicos. ● Tagabismo → A nicotina é a substância mais usada por pacientes psicóticos, inclusive esquizofrênicos. Cerca de 60 a 90% dosindivíduos são tabagistas. 8 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Diagnóstico O diagnóstico é clínico, porém tem que descartar outras etiologias no primeiro episódio psicótico, como visto acima. O seu diagnóstico se dá após o início dos sintomas psicóticos, apesar de que alguns sintomas podem estar presentes antes do diagnóstico (pródromos). ● Excluir causas secundárias → uso de drogas, perfil metabólico Precisa de 2/+ dos seguintes por 6 meses ● Alucinações * ● Delírios * ● Discurso desorganizado * ○ Como descarrilhamento frequente ou incoerência ● Comportamento desorganizado ou catatônicos ● Sintomas negativos *Ao menos 1 desses→ esses pode ser 1 mês Sempre tem que excluir álcool e drogas e doenças físicas, além de outras patologias mentais. Diagnósticos diferenciais Médicos ● Porfiria intermitente aguda; AIDS; deficiência de vitamina B12; envenenamento por monóxido de carbono; pelagra; lúpus eritematoso sistêmico; doença de Wilson; envenenamento por metais pesados; homocistinúria; leucodistrofia metacromática 9 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Neurológicos ● Epilepsia (lobo temporal); neoplasia, doença cerebrovascular ou traumatismo (frontal e límbico); lipoidose cerebral; hidrocefalia de pressão normal; encefalite herpética; doença de Huntington; doença de Fabry; doença de Creutzfeldt-Jakob; neurossífilis; doença de Wernicke-Korsakoff; doença de Wilson; doença de Fahr; doença de Hallervorden-Spatz Psiquiátricos ● Psicose atípica; transtorno do autismo; transtorno psicótico breve; transtorno delirante; transtorno factício com sinais e sintomas psicológicos; simulação; transtornos de humor; adolescência normal; transtorno obsessivo-compulsivo; transtorno de personalidade (esquizoide, esquizotípica, borderline, paranoide); transtorno esquizoafetivo; transtorno esquizofreniforme; induzidos por substâncias (anfetamina, alucinógenos, alcaloides da beladona, alucinose alcoólica, abstinência de barbitúrico, cocaína, fenciclidina) Quais os exames complementares básicos a todos os pacientes que se apresentam com sintomas psicóticos? ● Neuroimagem de crânio (preferencialmente ressonância magnética), hemograma completo, função e marcadores hepáticos e pancreáticos, função renal e eletrólitos, função tireoidiana, sorologias para HIV, sífilis e hepatites e vitaminas (B12 e ácido fólico) ● Toxicológico (maconnha, cocaína/crack, metanfetaminas, LSD) ● Teste de gravidez Outros testes que devem ser solicitados de acordo com suspeita: ● Angiorressonância magnética ou angiotomografia de crânio → suspeita de acidente vascular cerebral ou vasculites. ● Eletroencefalografia → suspeita da presença de crises epilépticas, encefalites ou delirium. ● Coleta e análise de líquido cefalorraquidiano → suspeita de meningite; psicose em pacientes imunossuprimidos; suspeita de encefalite ou doenças inflamatórias (p. ex., esclerose múltipla). ● Autoanticorpos → (fator antinuclear, anti-DNA, anti-P, anti-Ro, anti-LA, anti-Jo1, anti-Sm, anti RNP, fator reumatoide), complemento e suas frações e marcadores inflamatórios → suspeita de doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico, vasculites autoimunes ou artrite reumatoide. ● Tomografia por emissão de pósitrons (PET) com FDG (fluordeoxiglicose) → suspeita de síndrome demencial, adultos ou idosos. Curso e prognóstico Um padrão pré-mórbido de sintomas pode ser a primeira evidência da doença. →Começam na adolescência e são seguidos pelo desenvolvimento de sintomas prodrômicos em um intervalo de dias a alguns meses. ● Alterações sociais ou ambientais, como mudanças para cursar universidade em outra cidade, o uso de substâncias psicoativas ou a morte de um parente, podem precipitar os sintomas perturbadores. ● Síndrome prodrômica pode durar 1 ano ou mais antes do início de sintomas psicóticos manifestos. O curso clássico da esquizofrenia é de exacerbações e remissões. Após o primeiro episódio psicótico, o paciente recupera-se gradualmente e funciona de modo relativamente normal por um longo tempo. As recaídas são comuns, e o padrão da doença durante os primeiros 5 anos após o diagnóstico indica o curso da doença no paciente. ● A deterioração do funcionamento basal é cada vez maior após cada recaída da psicose. ● Os sintomas positivos tendem a tornar-se menos graves com o tempo, mas a gravidade dos sintomas negativos ou deficitários socialmente debilitantes pode piorar. 10 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA As recaídas na esquizofrenia estão associadas a uma pior evolução da doença, com maior resistência ao tratamento, recuperação mais lenta e incompleta e perda de funcionamento global. Tratamento O objetivo é a remissão dos sintomas e a reabilitação ativa do paciente. Embora não curativas, as substâncias neurolépticas ou APs se estabeleceram como tratamento primário para todos os estágios da doença→Antipsicótico para o resto da vida! ● A taxa de resposta ao tratamento é de 70%. Todos os APs apresenta potência semelhante quando usado em doses equivalentes, com exceção à clozapina, que apresenta eficácia bem superior. Porém, só é indicada em casos refratários devido aos seus efeitos adversos. Típicos (1ª geração) Exemplos: ● Haloperidol → alta potência antipsicótica/ menos sedativo ○ Muita ação em D2 ● Clorpromazina → baixa potência antipsicótica/ mais sedativo ● Levomepromazina ● Trifluoperazina ● Zuclopentixol Atípicos (2ª geração) Exemplos: ● Clozapina → agranulocitose, ↓ limiar convulsivo, p/casos refratários. ○ Melhor antipsicótico segundo Luiz :) → muito efeito serotoninérgico ● Olanzapina → ↑ peso, dislipidemia, ↑ resistência insulina. 2º melhor fármaco para tratar esquizofrenia, perdendo apenas p/ clozapina. ○ + potente ○ Ganha muito peso→ avaliar mensalmente ○ Uso em TAB tbm ● Quetiapina→ ação hipnótica e antidepressiva ○ A epender da dose e da forma que é liberada tem ações diferentes ○ LI ( liberação imediata) ■ 25 -50 mg → hipnótico ( histamínico) ■ 300 mg → pico muito rápido dos receptores não é tão bom antipsicótico ○ LP ( liberação prolongada) ■ 300 mg - efeito mais antidepressivo no TB ■ 800 mg - efeito antipsicótico - ocupa mais de 60% dos receptores D2 e 5HTA2 e é super eficaz ● Anesapina→ sublingual e 10 in sem comer nada ● Zotepina ● Risperidona → em dose ↑ tem efeito típico, melhora irritabilidade ○ Se aumentar a dose pode ter efeitos de típico ○ Pode ser usado em TEA ○ Efeito de depósito ● Lurasiona ● Ziprasidona ○ Não causa ganho de peso→ sem receptor X! ○ Tomar junto com refeição de 500kcal ● Aripiprazol → usa muito em depressão refratáriatb ● Brexpipazol 1ª linha de tratamento → monoterapia. Algumas diretrizes recomendam que se tente, de início, um AP de 2ª geração (atípicos). 11 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA É necessário de um período entre 4 e 8 semanas para avaliar a resposta terapêutica. Monoterapia com APs (exceto clozapina) Qualquer AP pode ser a 1ª escolha para o tratamento da fase aguda. No entanto, a intolerância aos efeitos colaterais, assim como a resistência dos pacientes a alguns medicamentos, pode limitar seu uso. Entre os APs encontra-se substâncias de alta, média e baixa potência. ● Não é indicado para idosos e pacientes debilitados os APs de baixa potência, devido aos seus efeitos anticolinérgicos e à consequente toxicidade. ○ Risperidona e olanzapina tiveram seus custos reduzidos nos últimos anos e são escolhas viáveis por terem menos efeitos colaterais agudos. Administração Formas de administração ● São geralmente administrados por VO. As doses maiores são administradas à noite, para uma tolerância maior aos efeitos colaterais. ● Em pacientes muito agitados ou agressivos, é necessário o uso por via IM, inicialmente. Nessa forma de apresentação tem: haloperidol, clorpromazina, levomepromazina, droperidol, zuclopentixol, ziprasidona, olanzapina. Cuidados pós uso de antipsicóticos: ● Solicitar perfil metabólico (glicemia de jejum, hemoglobina glicada,colesterol total e frações, triglicerídios) e eletrocardiograma ● Medidas de peso, pressão arterial e de circunferência abdominal na prescrição de antipsicóticos e periodicamente (quando houver aumento de dose, senão semestral ou anualmente) após fazê-lo. 12 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Fase aguda ● Busca remissão dos sintomas positivos com o uso de antipsicótico de 1ª linha em monoterapia ( 2ª geração) ➕ monitorização de resposta e ajuste de dose a cada 2 a 4 semanas ● Avaliar risco de auto e heteroagressividade ou presença de agitação psicomotora e providenciar proteção apropriada ao paciente → pode exigir internação hospitalar ● Se falhar dois antipsicóticos usados em dose e tempo apropriados? → refratário → uso de clozapina → monitorização com hemogramas semanais por 6 meses, depois quinzenais por mais 6 meses e depois mensal pro resto da vida ○ Refratária a clozapina → indicação de eletroconvulsoterapia ou associação de outro antipsicótico ou de lamotrigina à clozapina Surto psicótico: ● Proteger paciente ● Internamento involuntário pode ser necessário ● Medicamento injetável pode ser necessária ● Antipsicóticos com alto bloqueio D2 e mais sedativos podem ser associados ● Reabilitação ● Investir em cognição cognição e volição ● Antipsicóticos típicos e atípicos podem ser utilizados ● Adesão Fase de Manutenção ● Manter uso de antipsicótico na dose que obteve remissão com uso diário por 01 ano e depois com acompanhamento posso realizar reduções de dose discretas e espaçadas por meses até encontrar a menor dose eficaz! ● Paciente com apenas 01 surto → posso tentar gradativamente retirar medicação ● Pacientes com vários surtos manter por tempo indeterminado ● Avaliação de adesão ao tratamento🚨 ● Se houver dificuldades com adesão aos psicofármacos = medicação de depósito intramuscular quinzenal (risperidona) ou mensal (haloperidol e paliperidona) ● Não fazer uso de substâncias ( maconha - pior prognóstico) Aumento da dose ● Quando ocorre resposta PARCIAL a um AP após o seu uso por 6 semanas em doses médias, pode-se tentar elevar sua dose até os níveis máximos permitidos e tolerados e mantê-la por + 2 semanas, com reavaliação após esse período. Troca de AP ● Se o paciente não obteve melhora de pelo menos 30% na BPRS com dose adequada de AP, ou se o paciente não tolerar o uso de APs em função da ocorrência de efeitos colaterais muito intensos, pode-se considerar a substituição. Tratamento de manutenção ● Após 6-8 meses de tratamento apropriado, com boa resposta, pode-se cogitar redução da dose do medicamento ou o uso de APs na forma de depósito (liberação prolongada). 13 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Clozapina ● É indicado em casos de refratariedade.→Quando usou 2 APs em dose terapêutica por 6 semanas, sem redução satisfatória da sintomatologia (30% ou mais de escores da BPRS – escala de avaliação psiquiátrica breve). Se possível, sendo 1 dos APs de 2ª geração. ● Diminuição do risco de suicídio ● Causa agranulocitose 0,5 a 1% dos pacientes ● Tem efeito histamínico ● Outras indicações: ○ Discinesia ○ Distonia tardia ○ Persistentes pensamentos e comportamentos suicidas Tratamento dos sintomas negativos Avaliar se os sintomas negativos são secundários a sintomas positivos. ● Se sim, recomenda-se otimização de dose do AP em uso. ○ Se houver ocorrência de ECEs relacionados ao tratamento com medicação AP, adicionar anticolinérgico (ex.: biperideno ou triexifenidil) ou trocar para um dos APSGs. ● Quando sintomas depressivos são evidenciados, pode-se trocar para um APSGs ou adicionar um antidepressivo de qualquer classe ao tratamento, sendo a mirtazapina com melhor evidência. Se o paciente apresenta sintomas negativos em predominância ao sintomas positivos, é recomendado o uso de um APSG. O que tem mais evidência de eficácia são amisulprida, em baixas doses (50-300mg/dia), e a olanzapia. Esquizofrenia ultrarefratária Aqui, os pacientes não respondem nem a clozapina. Os esforços no tratamento incluem medicamentos e ECT. Opções de tratamento: ● Associação a outra AP ● Associação a estabilizador de humor ● ECT ● Associação a antidepressivo Uma combinação de clozapina + lamotrigina é indicada. Manejo dos efeitos colaterais 1ª geração→ produz mais sintomas motores extrapiramidais 2ª geração→ mais sintomas cardiometabólicos. Mais comuns ● Sedação → histamina, ACH (pinas) e Alfa-1-Adrenérgico ( pinas e donas) ● Clozapina ● Olanzapina ● Quetiapina ● Asenapina 14 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Síndromes metabólica → ganho de peso, obesidade, RI, DM2→ histamina, 5HTA2C ● Risco metabólico alto→ clozapina, olanzapina* ● Risco moderado → risperidona, paliperidona, quetiapina, iloperidona ● Risco baixo → ziprasidona, aripiprazol, lurasidona, iloperidona, asenapina, brexipiprazol, cariprazina Hospitalização Indica-se quando: ● Precisa de esclarecimento de diagnóstico ● Estabilização da medicação ● Contenção de comportamento muito desorganizado ou inadequado (incluindo a incapacidade de cuidar das necessidades básicas, como alimentação, vestuário e abrigo) ● Caso de comorbidade com uso abusivo de substâncias psicoativas ● Segurança do paciente devido à ideação suicida ou a de terceiros quando há agressividade e/ou ímpeto homicida Abordagem psicossocial É de extrema importância para que o paciente desenvolva e mantenha capacidades psicossociais. Outros Transtornos psicóticos No delirante: ● Ideia delirante fixa e inabalável com duração de 1 mês ou mais ● Responde muita mal a antipsicótico ● Delírios “não-bizarros” / sem alucinações/ idade + ou - 40 anos ● Quando um indivíduo exibe delírios que não podem ser atribuídos a outros transtornos psiquiátricos por, pelo menos, 1 mês, segundo o DSM-5 e, por pelo menos 3 meses, de acordo com a CID-10, o diagnóstico de transtorno delirante talvez seja o diagnóstico para o problema. ● Em geral, como características do próprio transtorno delirante, os indivíduos acometidos apresentam a cognição preservada, não admitindo o adoecimento e, muitas vezes, opondo-se ao tratamento psiquiátrico. Tais pacientes podem ser vistos na comunidade como reclusos, excêntricos ou estranhos e, comumente, só têm contato com profissionais de saúde quando obrigados por familiares ou ordem judicial 15 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Subtipos de delírio: ● Tipo erotomaníaco → aplica-se quando o tema central do delírio é o de que outra pessoa está apaixonada pelo indivíduo ● Tipo grandioso → aplica-se quando o tema central do delírio é a convicção de ter algum grande talento (embora não reconhecido), insight ou ter feito uma descoberta importante ● Tipo ciumento → aplica-se quando o tema central do delírio do indivíduo é o de que o cônjuge ou parceiro é infiel ● Tipo persecutório → aplica-se quando o tema central do delírio envolve a crença de que o próprio indivíduo está sendo vítima de conspiração, enganado, espionado, perseguido, envenenado ou drogado, difamado, maliciosamente assediado ou obstruído na busca de objetivos de longo prazo ● Tipo somático →aplica-se quando o tema central do delírio envolve funções ou sensações corporais ● Tipo misto → aplica-se quando não há nenhum tema delirante predominante ● Tipo não especificado → aplica-se quando a crença delirante dominante não pode ser determinada com clareza ou não está descrita nos tipos específicos (p. ex., delírios referenciais sem um componente persecutório ou grandioso proeminente) Transtorno esquizoafetivo ● Distúrbio do humor (mania ou depressão) + esquizofrenia Transtorno psicótico breve ● Esquizofrenia que dura < 1 mês Transtorno esquizofreniforme ● esquizofrenia que dura entre 1-6 meses 16