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Direito Administrativo Conceitos: Direito: conjunto de regras e princípios instituídos por quem detenha o poder, com o propósito de viabilizar a harmonia das relações jurídicas travadas entre os indivíduos que compõem a sociedade. Ciência humana regras de conduta Direito posto: conjunto de normas que são impostas coercitivamente pelo Estado. Direito externo: regulam relações jurídicas nacionais. Direito interno: regulam relações jurídicas nacionais. Direito privado: tem como escopo principal a regulação dos interesses particulares, como forma de possibilitar o convívio das pessoas em sociedade e uma harmoni- osa fruição de seus bens. Relações privadas, horizontais (particular-particular), interesse individual, disponibili- dade. Direito público: tem por objetivo primordial a regulação dos interesses da sociedade como um todo, quer nas relações desta com o estado, quer nas relações entre as entidades e os órgãos estatais em si considerados Relações entre Estado-Estado ou Estado-particular, desiquilíbrio entre as partes, vertical (a favor do Estado), interesse coletivo. Direito Administrativo É o conjunto harmônico de normas e princípios jurídicos que regulamentam e disciplinam os órgãos, agentes, entidades, bens e serviços públicos, assim como os atos, poderes, processos, procedimentos e atividades administrativas do Estado. Objeto do direito administrativo: Objeto imediato: são os princípios e normas que regulam a função administrativa. Objeto mediato: a disciplina das atividades, agentes, pessoas e órgãos da administração pública. Ordenamento jurídico: conjunto de normas e princípios jurídicos vigentes em determinado Estado. Fontes do direito administrativo: Leis: Fonte primaria do direito administrativo. É uma descrição textual abstrata de determinada situação/circunstância à qual se confere um efeito jurídico. Nenhuma das fontes secundarias pode contrariar o que é previsto na lei. Características: generalidade, impessoalidade e abstração. Norma jurídica: é um comando proibindo, impossibilitando ou autorizando determinada conduta. Jurisprudência: Fonte secundaria do direito administrativo. É o conjunto de decisões judiciais reiteradas no mesmo sentido, acerca de caos concretos se- melhantes. Sumulas: enunciados elaborados pelos tribunais para resumir e consolidar algumas de suas orientações jurisprudenciais. Sumulas vinculantes: são as únicas jurisprudências que, quando votados e aprovados por pelo menos 2/3 do plenário, se torna um entendimento obrigatório ao qual todos devem seguir, com exceção do poder legislativo e do próprio STF. Direito Administrativo Regulamento (aspectos administrativos) Subjetivos: orgão, agentes, entidades, bens e serviços públicos Objetivos: atos, poderes, processos, procedimentos, atividades administrativas. Critérios subjetivos, objetivo material, objetivo formal. Doutrina: São os estudos, teses, teorias e trabalhos científicos elaborados pe- los doutrinadores e estudiosos do direito. Costumes: Repetição de comportamentos administrativos exigidos em lei ado- tados pelas diversas entidades da administração pública em casos concretos. O costume é aplicado em lacunas da lei. Princípios gerais do direito: São premissas, paradigmas ou valores mais essenciais de uma sociedade. Olimpiano: 1. Viver honestamente; 2. Dar a cada um o que é seu; 3. Não causar prejuízo a ninguém; 4. Supremacia do interesse público sobre o privado; 5. Função social da propriedade; 6. Dignidade da pessoa humana; 7. Vedação do enriquecimento ilícito; 8. Ninguém pode se beneficiar da malicia/torpeza/astucia. Estado e Governo: Estado: nação politicamente organizada. É dotado de personalidade jurídica própria, sendo pessoa jurídica de direito publico interno, e de quatro elementos básicos: povo, território, poder soberano e finalidades definidas. Personalidade jurídica: aptidão genérica para adquirir direitos e contrair deveres. Pessoa jurídica: um ente ou entidade abstrata o que se atribui por ficção personalidade jurídica. Povo: conjunto de pessoas que fazem parte do Estado (nacionais). Território: base geográfica do Estado, sua dimensão espacial. Poder soberano: poder de autodeterminação e auto-organização emanadas do povo para ser exercido em território determinado e por ele definido. Forma de Estado: Federação: Confere a cada ente federado capacidade de auto-organização, autogoverno e auto- administração. Entes: Poderes e funções essenciais do Estado: São poderes da união, independentes e harmônicos entre si, o legislativo, o execu- tivo e o judiciário (clausula pétrea) Função típica: inerente ao poder. Função atípica: própria de outros poderes. Fonte material: A partir do fato real eclode em direito administrativo. Tipos de costumes Secundum lege = de acordo com a lei Contra lege = contrario a lei Praeter lege = complementa uma lacuna da lei União Estados Distrito Federal Municípios - Todos possuem suas normas constitutivas (constituição estaduais e leis orgânicas) - Elegem seus governantes. - Organizam seus órgãos e entidades da administração. - Todos possuem personalidade jurídica de direito público interno. O exercício da atividade administrativa é concreto e direto, o da atividade legisla- tiva é abstrato, e o do judiciário é indireto. Governo: é a atividade diretiva do Estado. No sentido subjetivo, é a cúpula diretiva do Estado, responsá- vel pela condução dos altos interesses estatais e pelo poder político, e cuja composição pode ser modificada mediante eleição. Forma de governo: Republicana: privilegia a isonomia entre todos, governantes e governados, não admite irres- ponsabilidade política e privilegia o interesse público. Sistema de governo: Presidencialista: confiado ao chefe do Executivo a chefia da administração pública, a repre- sentação do Estado e do Governo. Administração Pública: É o conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa, independente do poder ao qual pertençam. (Sentido subjetivo, orgânico ou formal) Exercem função de execução, planejamento, coordenação e controle da gestão pública, sob o comando do governo. Regime jurídico da administração: É o conjunto de normas e princípios jurídicos aplicados nas relações jurídicas envolvendo a administração pública. - Regime de direito público: são normas e princípios jurídicos aplicados nas relações que conferem prerrogativas especiais a administração, garantindo- lhe supremacia. Fundamenta-se em dois basilares: - Supremacia do interesse público sobre o privado - Indisponibilidade do interesse público pela própria adm. - Regime de direito privado que se submete a administração: são normas do direito civil e comercial a que, eventualmente, a adm. Pública se submete para não prejudicar o interesse público. Função administrativa: É aquela exercida pelos agentes públicos na defesa dos interesses públicos. - Interesse público: é a soma ou ao resultante dos interesses de todos os indivíduos na sua dimensão ou perspectiva coletiva. Interesse público primário: verdadeiro interesse da coletividade Interesse público secundário: interesse patrimonial do Estado como pessoa jurídica. Só pode ser deferido quando coincidir com o primário. Não tem supremacia perante o interesse particular. A função administrativa é exercida em caráter infra legal – absoluta submissão da lei. Funções essenciais do Estado Poder Função típica Função atípica Legislar Atividade normativa Legislativo Ato legislativo Art.59, CF Ato administrativo (Art.52, XIII, CF) Ato judicial (julgar improbidade) Administrar Executivo Ato administrativo Ato legislativo (lei delega) Ato judicial (PAD) Julgar Funçãojurisdicional Judiciário Ato judicial Ato administrativo (Art.96. I, “b”) Ato legislativo (Art.96, I, “a”) Conceitos da Adm. Pública: Em sentido: Objetivo, material ou funcional: são atividades destinadas a desempenhar, realizar a função típica administrativa do Es- tado. Amplo: é o conjunto de todos os órgãos, agen- tes e entidades do estado, ou o con- junto de todas as atividades realizadas para cumprir qualquer das funções do Estado. Estrito: são somente os órgãos, agentes e enti- dades destinados precipuamente a fun- ção de administrar, ou então apenas as atividades tipicamente administrativas. Adm. Pública Quem? Subjetivo Amplo Agentes Órgãos Endidade dos 3 poderes Estrito só agentes, orgãos e entidades do Executivo. O que? Objetivo Amplo atividade administrativa, legislativa e julgar Estrito só atividade administrativa Constituição leis atos administrativos Tarefas precípuas da adm. Pública: São 3 as tarefas essenciais da administração pública: O exercício do poder de polícia. A prestação de serviços pública. A realização de atividade de fomento. Princípios da administração: Princípios são valores ou premissas que norteiam a elaboração e a aplicação ou interpreta- ção das normas jurídicas. Eles podem ser expressos na lei ou implícitos no ordenamento jurídico. Violar um princípio é muito mais grave do que violar uma norma. Não existe hierarquia entre os princípios, entretanto, é correto afirmar que o princípio da legalidade precede aos demais. Princípios Constitucionais: Expressos no art.37, CF/88. - Legalidade: significa que a administração e seus agentes só podem fazer aquilo que a lei expressamente autoriza, permite ou determina. É o princípio da legalidade estrita/restrita. Dele decorre a presunção de legitimidade dos atos administrativos. Fundamentos constitucionais: art.37, caput; art.5º, II; art.84, IV, da CF/88. *Legalidade para os administrados: Art.5º, II, CF/88: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. É o princípio da legalidade ampla: Os administrados podem fazer tudo aquilo que a lei não proíbe (autonomia da vontade) A administração (Estado) só pode criar deveres e obrigações para a administrados por meio de lei. * Exceções a legalidade: Medida provisória; Estado de defesa; Estado de sítio. - Impessoalidade: Significa que a administração e seus agentes não podem favorecer ou desfavo- recer qualquer que seja, com base em amizade, inimizade, afeto, desafeto, afi- nidade, prestigio social ou qualquer outro subjetivismo. É uma decorrência da igualdade (isonomia) Proíbe a promoção pessoal do agente público, com exceção para home- nagens póstumas (art.37, §1º, CF/88) Impõe o dever de atuar em conformidade com a finalidade pública. Acarreta a imputação ao Estado da responsabilidade pela conduta de seus agentes. = Estimular o progresso. Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Art.37, caput, CF/88 Presunção de legitimidade Presunção de conformidade com a lei Presunção relativa Presunção de veracidade Legalidade Acarreta inversão do ônus da prova Por este princípio é possível reconhecer a validade de atos praticados por funcionários públicos irregularmente investido do cargo ou função, sob o fundamento de que tais atos configuram atuação do órgão e não do agente público. - Moralidade: significa que além de cumprir a lei, os agentes públicos devem observar padrões éticos e morais de comportamento. Soma da ética, honestidade, lealdade e probidade. Senso comum (padrão do homem médio): é a noção social predominante de justo ou injusto, certo ou errado, honesto ou desonesto. Nem tudo que é legal será moral. Para atuar de acordo com a moral administrativa não basta cumprir a letra fria (seca) da lei. Moralidade administrativa compreende: Lealdade: é honrar as justas expectativas criadas. É manter comportamento esperado em razão do cargo ou função que exerce. É ser fiel aos interesses e instituições a que servir. Boa fé: significa que além de realizar o interesse público, os agentes públicos devem assegurar aos administrados o exercício dos seus direitos e o cumprimento de suas obrigações. Probidade administrativa: é o dever de honestidade, lisura, retidão de cará- ter, decência, honradez, integridade moral e funcional que se im- põe aos agentes públicos. Apesar de ser um dos aspectos da moralidade, a probidade recebeu um tratamento próprio na constituição federal. Atos de improbidade acarretam: Perda da função pública; Suspensão dos direitos políticos; Indisponibilidade de bens; Ressarcimento ao erário. Art.5º, LXXIII, CF: conferiu a todos os cidadãos o direito ou garantia fundamental de ajuizar a ação popular para assegurar a moralidade administrativa. O princípio da moralidade pode ser levado em consideração para a responsabili- zação dos agentes públicos. Moralidade administrativa ≠ Moralidade social Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: (...) V - Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; Exemplo de moralidade social, não é princípio da moralidade. - Publicidade: pode ser definido como o dever de divulgação oficial dos atos administrativos. É direito dos indivíduos o livre acesso a informações de seus interesses e de transparência na atu- ação administrativa. Garantir a publicidade corresponde o direito do administrado de ter ciência da tra- mitação de processos administrativo em que tenha a condição do interessado ter vista dos autos, obter cópia de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas. Subprincípios da publicidade: Transparência: abriga o dever de prestar informações de interesse dos cida- dãos e de não praticar condutas sigilosas. Divulgação oficial: exige a publicação do conteúdo dos atos praticados aten- tando-se para o meio de publicidade definido. Objetivos da publicidade: Art.37, §4º, CF Regulamentada pela lei 8.429/92 Habeas data: É cabível quando a informação for relativa ao próprio impetrante. Exteriorizar a vontade da administração pública divulgando seu conteúdo para conhecimento público; Tornar exigível o conteúdo do ato; Desencadear a produção de efeitos do ato administrativo; Permitir controle de legalidade do comportamento. Formas de publicidade: Atos individuais: simples comunicação do interessado; Atos gerais: publicação no diário oficial; Atos individuais de efeitos coletivos: publicação no diário oficial. Publicidade ≠ Publicação Natureza jurídica: Corrente majoritária: condição de eficácia do ato (ato já existe, mas sem efeito) Corrente minoritária: constitui elemento de existência (o ato só existirá após sua publicação) Exceção a publicidade: É autorizado o sigilo nos casos de risco para: A segurança nacional (do Estado) A segurança da sociedade A intimidade dos envolvidos (ex.: processo administrativo disciplinar) A publicidade ou propaganda de atos, obras, serviços e programas devem observar os seguintes aspectos: a. Finalidade { Educativa Informativa Orientação social Seu descumprimento viola o princípio da publicidade e da finalidade pública. b. É vedada a autopromoção do agente mediante di- vulgação indevida de: nomes símbolos, imagens. Seu descumprimento viola o princípio da impessoali- dade e da moralidade. - Eficiência: Incluída na CF/88 através da EC 19/98. * Até 1998: modelo burocrático (controle) Após 1998: modelo gerencial (resultado) Procurou implementar o modelo gerencial voltado para um controle de resultados na atuação estatal. São valores da eficiência: economicidade, redução de desperdício, qualidade, rapidez, produtividadee rendimento funcional. O conteúdo jurídico do princípio da eficiência consiste em obrigar a administração bus- car os melhores resultados por meio da aplicação da lei. Economicidade: é o dever de atuar com base no planejamento de ações, no estabe- lecimento de metas e objetivos e na análise de custos e riscos para melhor desempenhar os interesses da coletividade. Eficiência: modo pelo qual se exerce a função administrativa; Eficácia: meios e instrumentos empregados pelo agente; Efetividade: resultado de um ato ou conduta. Forma Principio Lei 2.527/2011 – lei de acesso a informação Regula a publicidade Nem todo ato é público; Nem todo ato público é publicável; Nem todo ato público publicável será publicado em diário oficial. Princípios infraconstitucionais: Princípios legais (art.2º, lei 9.784/99) Princípios infraconstitucionais e doutrinários têm a mesma relevância sistêmica daqueles expressos na CF. - Finalidade: Finalidade geral veda a utilização de prerrogativas administrativas para defesa de inte- resse alheio ao interesse público. Finalidade especifica proíbe a pratica de ato administrativo em hipóteses diferentes daquela para o qual foi previsto na lei, violando sai tipicidade legal. (Uso de decreto quando a lei exige licença) * Desvio de finalidade: Desvio de poder ou predestinação é defeito que torna nulo o ato administrativo quando praticado, tendo em vista fim diverso daquele previsto, explicita ou implicitamente, na regra de competência. Desvio de poder ≠ excesso de poder - Motivação: Significa que os atos administrativos praticados devem ser fundamentados e justificados. Trata-se de um mecanismo de controle sobre a legalidade e legitimidade das decisões da administração pública. Motivação: justificativa escrita sobre as razões fáticas e jurídicas que determinaram a pra- tica do ato. Motivo: fato que autoriza a realização do ato administrativo. Causa: pertinência logica entre o motivo do ato e o conteúdo Móvel: intensão declarada pelo agente como justificativa para pratica do ato Intenção real: é a verdadeira razão que conduz o agente a praticar o ato. Motivação dispensada: Evidente ato em si é a motivação Inviável ex.: sinal de transito dos semáforos Nomeação e exoneração de cargos comissionados livre exoneração e livre nomeação * A motivação deve ser apresentada simultaneamente ou no instante seguinte a pratica do ato. Ela deve ser explicita, clara e congruente. * O motivo apresentado como fundamento fático da conduta vincula a validade do ato ad- ministrativo. - Razoabilidade: * Princípio constitucional implícito Exigência implícita da legalidade É o dever de atuar com bom senso, equilíbrio e ponderação, evitando excessos, abusos, desmandos e condutas incoerentes e inconsequentes ou despropositadas. - Proporcionalidade: Constitui proibição de exageros no exercício da função administrativa. Há duas formas de violação da proporcionalidade: pela intensidade e pela extensão da me- dida adotada. A proporcionalidade dever seguir os seguintes aspectos: Necessidade: consiste em verificar se é necessária uma atuação do poder público. Adequação: consiste em levantar quais são as soluções das medidas cabíveis e pos- síveis no caso concreto. Proporcionalidade em sentido estrito: escolher a medida mais adequada ao caso concreto. * Proporcionalidade perante a lei aplica-se ao administrador público, que deverá evitar exa- geros no modo de aplicação da lei ao caso concreto. * Proporcionalidade na lei constitui exigência aplicável ao legislador, pois, no momento de criação da lei está obrigado a estabelecer penas adequadas a todos os tipos de conduta. * Também pode receber o nome de Equilíbrio. * É um princípio constitucional implícito. “Não se usa canhões para matar pardais. ” - Ampla defesa e contraditório: Estão inseridos no critério de garantia dos direitos a comunicação, a apresentação de ale- gações finais, a produção de provas e a interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litigio. - Segurança jurídica: Também chamado de boa-fé ou proteção à confiança, é um fundamento geral aplicável a todo o direito. Garante estabilidade social e previsibilidade das atuações estatais. Seu principal emprego está na proibição de aplicação retroativa de novas interpretações de dispositivos legais e normas administrativas (art.2º, XIII, lei 9.784/99) Diversos institutos jurídicos refletem a proteção da segurança jurídica: Decadência: perda do próprio direito, por não ser exercido no prazo legal para tanto. Prescrição: perda do direito ou faculdade de agir ou exercer um direito em razão do decurso do tempo para fazê-lo. Atos administrativos prescrevem em 5 anos, alguns. Preclusão: é o exaurimento das instancias ou oportunidades dentro de um processo administrativo. Usucapião, direito adquirido, irretroatividade da lei, coisa julgada e manutenção de atos praticados por funcionário de fato. - Outros Princípios: o Supremacia dos interesses públicos: significa que os interesses da coletividade são mais importantes que o interesse individual. É um princípio constitucional implícito. o Indisponibilidade de interesse público: enuncia que os agentes públicos não são donos do interesse por eles definidos. Princípio constitucional implícito. Não se admite que os agentes renunciem aos poderes legalmente conferidos ou que transacionem em juízo. Constitui uma noção relativa. o Continuidade do serviço público: veda a interrupção na prestação dos serviços públicos. Exceções: Por falta de pagamento pelo usuário do serviço; Por falta de adequação técnica do usuário para continuar recebendo o serviço público; Para manutenção; Em razão de caso fortuito (evento humano) ou de força maior (evento natural). o Autotutela ou autocontrole: consagra o controle interno que a adm. Pública exerce sobre seus próprios atos. A administração não precisa recorrer ao judiciário para anular seus atos ilegais e revogar os atos inconvenientes que pratica. A anulação envolve problema de legalidade. A revogação trata de mérito do ato. A administração deve anular. A administração pode revogar. Estrutura da administração pública: Divisão Vertical: A República federativa do Brasil é composta pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios. Todo detém personalidade jurídica de direito público interno reunindo capacidade de auto-orga- nização, autogoverno, auto legislação e autoadministração. Competências materiais (adm.) União: interesse nacional Exclusiva: art.21 da CF/88 Comum: art.23 da CF/88 Estados-membros: interesse regional Comum: art.23 da CF/88 Residual: art.25, §1º da CF/88 Municípios: interesses locais Comum: art.23 da CF/88 Privativa: art.30, III a IX, da CF/88 Distrito Federal: competência cumulativa Reuni competência dos municípios e estados-membros Não admite subdivisão em municípios (art.32, CF/88) * O arquipélago de Fernando de Noronha é hoje uma entidade autárquica que integra o Executivo de Per- nambuco, nominada de distrito estadual, com estatuto próprio e autonomia administrativa e financeira. Divisão horizontal: - Administração Direta: É cada um dos entes federativos com suas respectivas estruturas orgânicas (seus órgãos). Dotada de personalidade jurídica própria. - Administração Indireta: São as pessoas jurídicas administrativas criadas por cada um dos entes federativos para de- sempenhar de forma autônoma parcela de suas competências. Competência legislativa: União: Privativa: art.22/CF Concorrente: art.24/CF Estado-membro: Expressa: art.25, caput/CF Residual:art.25, §1º/CF Delegada: art.22, PU/CF Concorrente: art.24/CF Suplementar: art.24, §1º a 4º/CF Municípios: Expressa: art.29, caput/CF Suplementar: art.30, I/CF Desconcentração: É a forma de repartição interna da competência atribuída à entidade estatal e dela decorre a criação de órgãos públicos. * A desconcentração também pode ocorrer internamente nas entidades da administração indireta, exceto nas empresas públicas e na sociedade de econo- mia mista. * Órgão público é um núcleo de competências estatais sem personalidade jurídica própria. Espécies: Territorial ou geográfica: cada órgão público detém as mesmas atribuições materiais dos demais, variando somente o âmbito geográ- fico de sua atuação. Ex.: delegacia de polícia. Material ou temática: especialização de cada órgão em determi- nado assunto. Ex.: ministérios. Hierarquia ou funcional: relação de subordinação. Ex.: tribunais administrativos em relação aos órgãos de 1º instancia. Descentralização: Atividade administrativa transferida para outro ente, com personalidade pró- pria. Fenômeno por meio do qual um ente federativo cria uma entidade da admi- nistração indireta e a ela transfere parcela da sua competência direta. * Entidade é a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica própria. Tendo responsabilidade autônoma, tais entidades respondem judicialmente pelos prejuízos causa- dos por seus agentes públicos. Regime jurídico: Público – atividade típica do Estado Privado - atividade típica do privado Prerrogativas do regime jurídico público: 1. Imunidade tributária: art.150, VI, “a”, CF/88 Apenas impostos 2. Bens públicos: Impenhoráveis – precatório (legitima a pessoa como credor do Estado) art.100, CF/88 Inusucapiveis art.191, PU, CF/88 Inalienáveis – exceção: art.17 e 19 da lei 8.666/1993 3. Processo civil: Art. 91, Lei n.º 13.105/2015 (CPC): As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo vencido. Art. 496, Lei n.º 13.105/2015 (CPC): Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: I - Proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respec- tivas autarquias e fundações de direito público; II - Que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. Espécies: Política: ao criar ente federativo (art.18, CF/88) Administrativa: Geográfica ou territorial: Ex.: territórios federais – autarquia federal Técnica, por serviço ou funcional: Ao criar: Autarquias criada por outorga transfere a titularidade e execução da competência. Fundação publica Empresa publica Sociedade de economia mista Consórcios públicos Criados por delegação legal Transfere apenas a execução da competência Por colaboração (delegação de serviços) Ao transferir a um particular apenas a execução de um serviço público. Realiza-se por concessão (de serviço), permis- são (de serviço) por contrato, autorização (de serviço) por ato administrativo. Descentralização: responsabilidade da empresa Desconcentração: responsabilidade da união Estrutura administrativa do Estado administração direta Centralizada órgãos públicos agentes publicos ag. politico ag. administrativo ag.honorifico ag.delegado ag.credenciado administração indireta Descentralizada autarquia fundações publicas empresas publicas sociedade de economia mista consorcios publicos * As entidades da administração indireta possuem capacidade exclusivamente administrativa. * Os entes federativos são criados por norma constitucional, ao passo que as entidades administrativas são criadas por normas infra- constitucionais; * Imunidade Tributária: (impostos – art.150 §2º, CF/88) “ No que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Caso a entidade reinvestir o que ganhar em atividades essenciais da própria entidade, esta não precisará pagar o imposto”. Órgãos Públicos: Órgãos públicos são centros de competência, ou unidades de atuação, pertencentes a uma en- tidade estatal, dotados de atribuições próprias, porém não dotada de personalidade jurídica própria. Teoria de órgão: o agente público atua em nome do Estado, titularizando um órgão público, de modo que a atuação do agente é atribuída ao Estado. Quem responde pelos atos dos agentes, em seu exercício da função, é o Estado. Características: º Há hierarquia (dentro da mesma PJ). º São meros centros de competência criados ou extintos por lei formal. º Não possuem personalidade jurídica própria. º Embora não sejam entes personalizados, possuem o registro do CNPJ, que serve apenas para fins fiscais de reconhecimento. Art. 4º Todas as entidades domiciliadas no Brasil estão obrigadas a se inscrever no CNPJ, bem como cada um de seus estabelecimentos localizados no Brasil ou no exterior, antes do início de suas atividades... § 1º Os estados, o Distrito Federal e os municípios devem ter uma inscrição no CNPJ, na condição de estabelecimento matriz, que os identifique como pessoa jurídica de direito público. (Instrução Normativa RFB nº 2.119, de 2022) º Não possuem patrimônio próprio. º Não respondem pelos seus atos. Espécies de órgãos: 1. Quanto a posição hierárquica: Independentes: aqueles originários da constituição federal e representa- tivos da cúpula dos poderes estatais, não sujeito a qualquer subordinação hierárquica ou funcional. Exemplos: Casas Legislativas (Câmara e Senado); Presidência da República; Tribunais (todos). Autônomos: gozam de ampla autonomia administrativa, financeira e téc- nica e são dotados de competência de planejamento, supervisão e controle sobre outros órgãos. Exemplo: Ministérios Secretarias e advocacia geral da União. Superiores: são aqueles de nível mais elevado na função técnica de gestão do Estado e subordinados a um órgão autô- nomo ou independente. Exemplos: Secretaria do Tesouro nacional Secretaria da receita federal Procuradorias gerais Coordenadorias gerais Subalternos: são órgãos comuns dotados de atribuições predomi- nantemente executória. Exemplo: repartições comuns. 2. Quanto a estrutura: Simples: constituídos somente por um centro de competências. Exemplo: Presidência da Republica Juiz Composto: Constituído por diversos órgãos menores Exemplo: Secretarias Ministérios • Presidencia Da Republica, Tribunais, MP, CNJ, CNMP, TCU, Senado, Câmara Independentes: • AGU, CGU, GSI, Ministérios, Secretarias Especiais. Autônomos: • STN, ABIN, SRF, Procuradorias Gerais, Coordenadorias Gerais, Divisões, Departamentos Superiores: • Setor De Claviculario, Sessões, Subsessões, Núcleo, Setores Almoxarifados Subalternos 3. Quanto a atuação funcional: Singulares: são aqueles em que as decisões, em nome do órgão, são tomadas pela mani- festação de uma única autoridade superior. Exemplo: Presidência da República Ministérios Secretarias, departamentos Colegiados: as decisões são tomadas mediante a votação de um grupo de agentes que decidem por maioria ou unanimidade. Exemplo: Câmara e Senado Tribunais Superiores Conselho de política monetária 4. Quanto a função: Ativo: destinados, predominantemente, a execução de serviços públicos ou atividades ad- ministrativas do Estado. Ex.: departamento de polícia federal Marinha Secretaria da receita federal Consultivos: destinados, principalmente, a assessoria, prestar consultoria e subsidiar ou- tros órgãos para que possam tomar decisões. Exemplo: conselho da republica Conselho de segurança Advocacia geral da União De controle: destinados,principalmente, a rever, revisar, fiscalizar e controlar atos de ou- tros poderes. Exemplo: controladoria geral da união Corregedorias de policias TCU, MPU, CNJ, CNMP Autarquias: São pessoas jurídicas de direito público interno, pertencente à administração pública indireta, criadas por lei especifica para o exercício de atividades típicas da administração pública. Art.5º, I, Decreto-lei n.º200/1967: Autarquia: o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão ad- ministrativa e financeira descentralizada. O nome “instituto” designa entidades públicas com natureza autárquica. A personalidade jurídica de uma autarquia surge com a publicação da lei que a institui, dispen- sando o registro dos atos constitutivos em cartório. Lei especifica é a que trata exclusivamente da criação da autarquia. Dotada de autonomia gerencial, orçamentária e patrimonial. Capacidade de autogoverno Não estão subordinadas hierarquicamente à administração pública direta, mas sofre supervisão ou tutela ministerial. Não exercem atividade econômica, somente desempenham atividade típica da administração pública, como prestar serviços públicos, exercer o poder de polícia ou promover o fomento. São imunes a impostos. Seus bens são públicos: impenhoráveis, inalienáveis e imprescritíveis. Praticam atos administrativos: são dotados de presunção de legitimidade, exigibilidade, impe- ratividade e autoexecutoriedade. Celebram contratos administrativos. Regime jurídico público. Responsabilidade objetiva e direta: é responsável pelos atos de seus agentes. Sofrem controles dos Tribunais de Contas. Deve observar as regras de contabilidade pública. É vedada acumulação de cargos e funções públicas. Devem realizar licitações. Seus dirigentes ocupam cargos em comissão de livre provimento e exoneração. 1. Autarquia administrativa ou de serviço: Autarquias comuns. Ex.: INSS 2. Autarquia especial: Maior autonomia que as autarquias comuns. Stricto Sensu: Exemplo: Bacen, Sudam, Sudene etc. Agências reguladoras: Criadas para fiscalizar, controlar e regulamentar a prestação de serviços públicos, estatizados ou não, e as atividades de relevante interesse coletivo. Exercem predominantemente o poder de polícia administrativa sobre os respec- tivos setores regulares. Possuem competência normativa administrativa para dispor sobre aspectos de cada setor regulado. Possuem discricionariedade técnica sobre o respectivo setor regulado. Vinculação à administração direta. (Ministério supervisor) Dirigentes: Presidente da república Senado Indica (ad.nutum) autoriza (por sabatina) Mandato fixo Duração depende da lei de cada autarquia Quarentena - Certo tempo proibido de trabalhar em empresas no qual fiscalizava (conflito de interesses) Exemplo: ANATEL, ANTT, ANEEL, ANTAC etc. Nem tudo que é denominado agencia será uma autarquia especial. Ex.: ABIN – Agencia Brasileira de Inteligência (órgão público subordinado ao Ministério da Defesa) APEX/Brasil – Agência para exportação brasileira (entidade para estatal) Autarquia fundacional (executivas) Autarquia ou fundação criada por lei. Título emitido pelo Presidente da República através de decreto. Exemplo: INMETRO Contrato de gestão (art.37, §8º, CF/88) Autarquias territoriais: Territórios federais (art.33, CF/88) O arquipélago de Fernando de Noronha é hoje uma entidade autárquica que integra o executivo pernambucano, nominada de distrito estadual, com estatuto e autono- mia administrativa e financeira. Autarquia corporativa: Autarquias profissionais Exercem controle e fiscalização sobre determinadas categorias profissionais. Exemplo: CREA, CAU, CRM Exceção: OAB Entidade sui generis Tem prerrogativas públicas (não paga impostos) Não sofre controle público. Não é entidade privada Agencia executiva: é um título atribuído pelo governo federal a autarquia, fundação pú- blica e órgãos que celebrem contrato de ges- tão para ampliação de sua autonomia medi- ante a fixação de metas de desempenho. * importante instrumento da administração gerencial. Quadro comparativo entre agências reguladoras e agencias executivas: Agência executiva Agência reguladora Natureza Qualificação jurídica atribuída a ór- gãos ou pessoas governamentais Autarquias em regime especial Atuação Visam a operacionalidade mediante exercício descentralizado de tarefas públicas Controle e fiscalização de setores pri- vados Surgimento Contexto da reforma administrativa Contexto da reforma administrativa Exemplos INMETRO ANATEL, ANEEL, ANAC Base ideológica Modelo da administração gerencial Modelo da administração gerencial Âmbito federativo Existe apenas no âmbito federal Existem em todas esferas federativas. Fundações públicas: Art.5º, IV, Decreto-Lei 200/67: Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos res- pectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. São pessoas jurídicas de direito público interno, instituídas por lei especifica mediante a afetação de um acervo patrimonial do Estado a uma dada finalidade pública. Art.5º, §3º, Decreto-Lei 200/67: (Fundação públicas) adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua consti- tuição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações. É um patrimônio público personificado ou personalizado. Decorre do princípio da especialidade. Descentralização por delegação (legal) Possuem autonomia gerencial, orçamentária, financeira, patrimonial e administrativa. Personalidade jurídica: Direito privado: fundações governamentais Sem prerrogativas FUNPRESP (lei n.º 12618/12) Direito público: fundações autárquicas Autarquias fundacionais Com prerrogativas FUNAI, CNPQ, IBGE Fundação publica de direito privado: Criada por lei especifica (art.37, XIX, CF/88) Lei + Ato administrativo + registro em cartório = forma de lei civil Fundação publica de direito publico ≡ autarquias. Fundações governamentais: Pessoa jurídica de direito privado; Pertence a administração pública indireta; Criada por autorização legislativa; A personalidade jurídica surge como o registro dos atos constitutivos em cartório, após publica- ção de lei autorizando e do decreto regulamen- tando a instituição; São extintas com baixa em cartório; Categoria autônoma; Não pode titularizar serviços públicos. Autarquias e fundações públicas (Semelhanças) 1. Características jurídicas comuns: Respondem por seus próprios atos. Sem fins lucrativos. Regime, predominantemente, estatutário. Regidos pela lei de licitação (8.666/1993) Responsabilidade civil objetiva (responde pelos seus funcionários) Regime público jurídico de bens. Não estão sujeitos a falência nem a recuperação judicial. Gozam de imunidade tributária reciproca. (Aplica-se apenas as atividades fins ou delas decorrentes) 2. Prerrogativas processuais: Possuem personalidade jurídica (de direito público) ou capacidade processual. Prerrogativas processuais comuns aos do regime jurídico. 𝑟𝑒𝑠𝑝𝑜𝑛𝑠𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑣𝑖𝑙 { 𝑆𝑢𝑏𝑗𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 { 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑎 𝑑𝑎𝑛𝑜 𝑛𝑒𝑥𝑜 𝑐𝑎𝑢𝑠𝑎𝑙𝑑𝑜𝑙𝑜 𝑜𝑢 𝑐𝑢𝑙𝑝𝑎 { 𝑛𝑒𝑔𝑙𝑖𝑔ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑖𝑚𝑝𝑟𝑢𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑖𝑚𝑝𝑒𝑟í𝑐𝑖𝑎 𝑂𝑏𝑗𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 { 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑎 𝑑𝑎𝑛𝑜 𝑛𝑒𝑥𝑜 𝑐𝑎𝑢𝑠𝑎𝑙 Empresas públicas: Art.5º, II, Decreto-Lei 200/67: Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja le- vado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. São pessoas jurídicas de direito privado, criadas por autorização legislativa, com totalidade de capital público e regime organizacional livre. Características: Criação autorizada por lei especifica. Todo capital é público. Forma organizacional livre: pode adotar qualquer forma admitida pelo Direito empresarial. Suas demandas são de competência da justiça federal. Empresa pública não admite sócio privado. Pode ter mais de um sócio desde que todos sejam públicos. No âmbito estadual, distrital e municipal a competência de suas demandas será a justiça estadual ou do DF. A vítima do dano tem que comprovar Ex.: omissão do Estado A vítima tem que comprovar Conduta + Dano Lei ordinária Lei + Ato administrativo + Registro No cartório e junta comercial: Confere a existência Expedição de decreto: Constitui Autoriza Sociedade de economia mista: Art.5º, III, Decreto-Lei 200/67: Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração In- direta. Pessoa jurídica de direito privado criada mediante autorização legislativa, com maioria de capital público e organizada obrigatoriamente como sociedades anônimas. Além de explorar atividades econômicas, pode também prestar serviços públicos. Características: o Criação autorizada por lei: A personalidade jurídica surge com o registro dos atos constitutivos no cartório. o A maioria do capital é público. O capital votante deve ser de 50% mais uma ação e deve pertencer ao Estado. o Forma organizacional, obrigatoriamente, deverá ser sociedade anônima. o Suas demandas são de competência da justiça comum estadual. As estaduais, distritais e municipais tem causas julgadas em Varas Cíveis. Art.5º, §1º, Decreto-Lei 200/67: quando a atividade for submetida a regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá apenas à União, em caráter permanente. Consorcio Público: É uma pessoa jurídica criada por lei com a finalidade de executar a gestão associada de serviços públicos, onde os entes consorciados, no todo ou em partes, destinarão pessoal e bens essenciais à execução dos serviços transferidos. Lei que rege: lei n.º 11;107/2005. Consórcio público de direito público integra a administração indireta de todos entes da federação associados. Consórcio público de direito privado devem observar as normas de licitação, celebração de con- tratos, prestação de contas e admissão de pessoal (CLT). Entidades Paraestatais: Entidades que atuam ao lado do Estado. Segundo Celso Antônio Bandeira de Melo, o conceito de paraestatal inclui somente os Serviços Sociais autônomos. Serviços Sociais Autônomos: Os serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito privado, criadas medi- ante autorização legislativa e que compõem o denominado sistema S. Estão ligados às estruturas sindicais. SESC, SENAI, SENAC... Características: Não tem fins lucrativos Executam serviços de utilidade pública, mas não serviços públicos. Não pertencem ao Estado. São custeados pelos sindicalizados (parafiscalidade tributaria). Seu superávit deverá ser convertido em beneficies da entidade. Sociedade de economia mista e empresa pública: Prestadoras de serviço público Exploradoras de atividade econômica Imunes a impostos Bens públicos Responsabilidade objetiva O Estado responde subsidiariamente Sujeitam-se a impetração de mandado de segurança Maior influência do direito administrativo Obrigadas a licitar Não tem imunidade Bens privados Responsabilidade subjetiva O estado não tem responsabilidade pelos danos causados Não se sujeitam a impetração de mandado de segurança Menor influência do direito administrativo Obrigadas a licitar, exceto no que tange suas atividades fim. Estão sujeitos a Controle Estatal, inclusive TCs. Não contrata mediante concurso público (não é obrigado) Estão obrigados a realizar licitações. Podem editar regulamento próprio de licitação e contratação. São imunes a impostos incidentes sobre patrimônio, renda e serviços. Terceiro setor: É composto por entidades privadas da sociedade civil que exercem atividade de interesse público sem finalidade lucrativa. Organizações sociais: (OS) Desempenham atividades de interesse público, mas que não se caracterizam como ser- viço público stricto sensu. Áreas de atuação: Ensino, pesquisa cientifica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. Organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituída por iniciativa dos particulares, para desempenhar serviços não executivos do Estado. Não podem ser OSCIP: Sociedades comerciais; Sindicatos, organizações partidárias; Instituições religiosas; Plano de saúde, instituições hospitalares privadas não gratuitas; Escolas privadas não gratuitas; Organizações sociais, cooperativas, fundações públicas e suas subordinadas, orga- nizações credenciadas com vinculo ao sistema financeiro. Quadro comparativo entre OS e OSCIP: Organizações Sociais OSCIP Lei n.º 9.637/98; Exercem atividades de interesse público anterior- mente desempenhadas pelo Estado; Contrato de gestão Outorga discricionária; A qualificação depende de aprovação do Ministro de Estado ligado à área de atuação da entidade; Podem ser contratadas por dispensa de licitação; Devem realizar licitação para contratações resultantes da aplicação de recursos e bens repassados direta- mente pela união; Estão proibidas de receber a qualificação das OSCIPS; Pode ter seu ingresso de funcionário por concurso. Lei n.º 9.790/99; Exerce atividade de natureza privada; Termo de parceria; A outorga é vinculada; A qualificação é outorgada pelo Ministério da Justiça; Não há previsão legal de contratação direta sem licitação; Devem realizar licitação para contratações resultantes da aplicação de recursos e bens repassados diretamente pela União; Não há previsão legal equivalente. 1º setor • Estado • Coletivo • Direito público 2º setor • Iniciativa Privada • Individual • Direito Privado 3º setor • Privada • Sem fins lucrativos • coletivo • direito privado 4º setor • Economia informal • individual • atividades ilicitas, irregulares 1 – As entidades do serviço social autônomo sujeitam-se a regra da obrigatoriedade da licitação, porém não estão obrigadas a observar as regras do procedimento licitatório previstos na lei 8.666/1993 e na lei 10.520/2002. Isso porque elas podem editar regulamento próprio de licitação. 2 e 3 – Sujeitam-se a obrigatoriedade de licitação e aos princípios licitatórios, mas não estão obrigados a seguir as regras da lei 8.666/1993 e da lei 10.520/2002. 4 – A partir de 2012, o TST firmou jurisprudência no sentido de que elas não precisam realizar concurso, nem processo seletivo. 5 – Este contrato de gestão não se confunde com aqueledestinado a qualificar uma entidade como agencia executiva. Aqui o contrato de gestão se destina a qualificar como OS uma entidade privada sem fins lucra- tivos da área de saúde, ensino, cultura, pesquisa, assistência ou proteção e preservação do meio ambiente. Destina-se também a dispor sobre o repasse de recursos públicos e a seção de pessoal e bens do poder público para a OS. 6 – É o ajuste ou acordo que dispõe sobre a conjugação de recursos e esforços entre o poder público e a entidade de apoio para a consecução de um interesse coletivo comum. Destina-se a dispor sobre o repasse de recursos, bens e pessoal entre eles. 7 - É o ajuste ou acordo firmado entre um ente público e uma entidade privada sem fins lucrativos, que já tenha sido qualificada como OSCIO por ato vinculado ao ministério da justiça. Destina-se também a dispor sobre o repasse de recursos, bens e pessoal. Atos administrativos: São manifestações unilaterais de vontade do Estado ou de quem atua em nome dele, submetidas ao re- gime jurídico-administrativo e destinadas a realizar função tipicamente administrativa para produzir efeitos jurídicos imediatos e satisfazer um interesse coletivo. É toda manifestação expedida no exercício da função administrativa, com caráter infralegal, consistente na emissão de comandos complementares à lei, com a finalidade de produzir efeitos jurídicos. Atos da administração: É qualquer acontecimento ou realização no âmbito da administração (poder Executivo) Atos políticos ou de governo: ampla margem de discricionariedade e tem competência extraída diretamente da Constituição Federal. Exemplo: declaração de guerra, indulto, veto. Atos meramente materiais (fatos administrativos): constituem mera prestação con- creta de serviços. Exemplo: poda de arvore, varrer rua. Atos legislativos e jurisdicionais: praticados no exercício de função atípica. Exemplo: medida provisória. Características jurídicas de direito público aplicados aos entes de cooperação Serviços Sociais Autônomos Lei 9.637/98 OS Lei 8.958/94 Entidade de Apoio Lei 9.790/99 OSCIP Devem prestar contas ao TCU e outros entes de controle? Sim Sim Sim Sim Devem realizar licitação para contrata- ção de bens, serviço e obras? Sim1 Sim2 Não Sim3 Devem realizar concurso ou processo seletivo para contratação de pessoal? Não4 Sim Não Não Devem observar os princípios básicos da administração pública? (LIMPE) Sim Sim Sim Sim Qual é a forma ou instrumento jurí- dico de cooperação ou parceria com o Estado? Por lei Por contrato5 de gestão Por convênio6 Por tempo de parceria7 Atos regidos pelo direito privado ou ato de gestão: ocupam posição de igualdade pe- rante o particular. Exemplo: contrato de locação, compra, venda. Contratos administrativos: vinculações jurídicas bilaterais. Exemplo: concessão de serviço público, parceria público-privada. Atributos do ato administrativo: São prerrogativas conferidas a administração ao praticar um ato administrativo, para fazer valer o interesse coletivo dobre o individual. Presunção de legitimidade Autoexecutoriedade Imperatividade Exigibilidade Tipicidade Presunção de legitimidade Significa que o ato administrativo, até prova em contrário, é considerado valido para o direito. Efeitos imediatos. Presunção relativa: cabe ao particular provar existência de vicio que macula o ato administrativo. Juris tantun Inversão do ônus da prova Fé pública Enquanto não decretada a invalidade, o ato produzirá os mesmos efeitos decorren- tes dos atos válidos. É atribuído presente em todo ato administrativo. Imperatividade (coercibilidade) Significa que o ato administrativo pode criar unilateralmente obrigações aos particu- lares, independentemente da anuência destes. É uma decorrência do poder extroverso do Estado. É o poder que o Estado tem de intervir na esfera individual dos particulares im- pondo-lhes obrigações e deveres. A coercibilidade (aplicação da força) é aptidão da administração pública para fazer cumprir seus atos de império. A aplicação da força deve ser proporcional a resistência do particular Não está presente em atos enunciativos. Exigibilidade: Permite a administração aplicar punições aos particulares por violação da ordem ju- rídica, sem necessidade de ordem judicial. É o poder de aplicar sanções administrativas. Autoexecutoriedade: Permite que a administração pública realize a execução material dos atos adminis- trativos ou de dispositivos legais, usando a força física, se for para desconstituir situação violadora da ordem jurídica. Tipicidade: Dependendo da finalidade que a administração pretende alcançar, existe um ato de- finido em lei. Impede a administração pública de praticar atos atípicos ou inominados. Respeito as finalidades típicas. Abrange todos os atos administrativos. Elementos ou requisitos do ato administrativo: Elementos = requisitos, componentes ou pressupostos. Competência Forma vinculado Finalidade Objeto Motivo Competência (Sujeito capaz): É o poder atribuído ao agente da administração para o desempenho de usas fun- ções. A competência não se transfere a outro por falta de uso. Inderrogabilidade = irrenunciabilidade Incaducalidade = imprescritividade não se extingue, exceto por vontade legal. Delegabilidade = Passar a responsabilidade a outra pessoa. É admitida nos sentidos verticais e horizontais. Deve sempre ser motivada. São indelegáveis: (art.13, lei nº 9.784/99) I – Edição de atos normativos; II – Decisão de recursos; III – Matéria de competência exclusiva. Avocabilidade: Conferir a si próprio a responsabilidade. É admitida apenas no sentido vertical (de cima para baixo). Como regra, em caráter temporário. Exigibilidade Aplicação de sanções administrativas Ex.: multa de transito Dispensa ordem judicial Coerção indireta Pune, mas não desfaz a ilegalidade Não permite uso da força física Autoexecutoriedade Execução material do ato administrativo Ex.: guinchamento do carro Dispensa ordem judicial Coerção direta Pune e desconstitui a situação ilegal Permite o uso da força física • Exceção: • art.5º, XI, XXII, XXIII, XXIV - CF/88 Discricionário Forma (Previsão legal): É a exteriorização da vontade ou ato da administração. Espécies de forma: Escrita Verbal Eletrônica Gestual Luminosa ou semafórica Pictórica ou simbólica Sonora Finalidade (resultado) É aquilo, ou interesse público, que deve ser alcançado com a pratica do ato por determinação legal. Imediato: especifico, resultado prático a ser alcançado pela vontade administrativa. (Variável) Mediato: geral, interesse coletivo que deve o administrador perseguir. O ato só será legal se atender as duas finalidades ao mesmo tempo. Objeto (conteúdo) É aquilo que o ato dispõe, impõe ou determina sobre situação, coisa ou pessoa. Licito Certo Possível Moral Todo ato administrativo tem por objeto a criação, modificação, comprovação de situação jurídica concernente a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação da administração pública. Motivo (porquê) É a situação de fato e o fundamento jurídico que autorizam a prática do ato. É ele- mento externo, extrínseco ao ato administrativo, aparecendo antes da pratica do ato. Existe sem sua explicitação. Motivação aliunde: Motivação que se refere à ação administrativa baseada num parecer, laudo ou qualquer outro documento de ato admi- nistrativo anterior. Art.50, §1º, Lei 9.784/1999: A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com funda- mentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrantedo ato. Não é necessário motivo para: Nomeação e exoneração para cargos em comissão Atos materiais (de mera execução) Teoria dos motivos determinantes: Por essa teoria os atos administrativos praticados ficam vinculados aos moti- vos apresentados, de maneira que, se os motivos forem falsos ou inexistentes o ato é nulo e deve ser invalidado. Ato administrativo motivo condizente com a realidade ato válido motivo falso ou inexistente ato invalido Classificação dos atos administrativos: Quanto a liberdade (grau) – Regramento Atos vinculados: são aqueles praticados pela administração sem margem alguma de li- berdade. Não podem ser revogados. Não possui mérito, sofre controle judicial. Pode ser anulado por vicio de legalidade. Atos discricionários: dispõe de margem de liberdade para que o agente público decida, diante do caso concreto, qual a melhor maneira de atingir o interesse público. Possui mérito (juízo de conveniência e oportunidade no motivo ou objeto) Pode ser anulado por vicio de legalidade. Poder ser revogado por razão de interesse público. Estão sujeitos a amplo controle de legalidade perante o judiciário. Não pode revisar o mérito. Quanto a formação: Simples Composto Complexo Mecanismo de for- mação Manifestação de um único órgão Praticado por um ór- gão, mas sujeito à aprovação de outro Conjugação de vontades de mais de um órgão Exemplo importante Decisão do conselho de contribuintes Auto de infração que depende do visto de autoridade superior Investidura de Funcionário Dica especial A vontade de um único órgão torna o ato exis- tente, valido e eficaz A vontade do 2º órgão é condição de exequibilidade do ato A vontade do 2º órgão é elemento de existência do ato O que guardar Mesmo se o órgão for colegiado, o ato é sim- ples Apareceu na prova “condição de exequibi- lidade”, o ato é com- posto No ato complexo, as duas vontades se fun- dem na pratica de ato uno. Quanto ao destinatário: Atos gerais (regulamentares ou normativos): São aqueles de natureza genérica e abstrata destinados a dispor sobre determinadas circunstâncias e produzir efeitos reiterados a quem quer que venha a se enquadrar na respectiva circunstância. Ex.: decretos, resoluções, regulamentos, portarias, circulares etc. Normalmente publicados na imprensa Oficial, jornais de grande publicação ou locais públicos. Atos coletivos (plúrimos): Expedido em função de um grupo definido de destinatários. A publicidade é atendida com a simples comunicação dos interessados. Ex.: alteração de horário de uma repartição. Atos individuais (concreto): Destinado a um indivíduo determinado. A publicidade é cumprida com a comunica- ção ao destinatário. Ex.: nomeação, multa, remoção de oficio etc. Regulam apenas um caso, esgotando-se após a primeira aplicação. Quanto ao alcance: Atos internos: efeitos dentro da administração pública. Ex.: instrução ministerial. Atos externos: efeitos perante terceiros. Ex.: fechamento de estabelecimento. Quanto ao objeto: Atos de império: praticado em posição de superioridade diante do particular. Ex.: multa. Atos de gestão: expedidos em posição de igualdade perante o particular. Ex.: locação de imóvel. Atos de expediente: são rotinas internas da administração pública sem competência de- cisória. Ex.: protocolar Quanto ao conteúdo: Atos declaratórios (enunciativos) São destinados a comprovar ou demonstrar um direito ou uma situação jurídica pré- existente. Ex.: certidões, atestados, declarações. Atos constitutivos Criam novas situações jurídicas. Ex.: admissão de aluno em escola pública. Atos extintivos (desconstitutivos) Destinados a pôr fim a um direito ou situação jurídica pré-existente. Ex.: exoneração, nomeação, revogação. Atos alienativos: Realizam a transferência de bens ou direitos a terceiros. Ex.: venda de bens públicos. Atos modificativos: Alteram situações preexistentes. Ex.: remoção, readaptação Atos abdicativos: O titular abre mão de um direito ou renuncia a um interesse. Ex.: perdão de dívida, renuncia à função pública. Sempre dependem de autorização especifica em lei. Outros: Ato regra: cria situações gerais, abstratas e impessoais. Ato subjetivo: cria situações particulares, concretas, pessoais. Ato condição: alguém se submete a situações criadas pelos atos regra. Ato valido: atende todos os requisitos exigidos pela ordem jurídica. Ato nulo: possui defeito insuscetível de convalidação. Ato anulável: possui vícios sanáveis. Admite convalidação. Ato inexistente: possui erro gravíssimo, sem qualquer efeito jurídico. Ato irregular: possui defeitos formais leves, sem prejuízo a seus efeitos. Ato perfeito: atende a todos dos requisitos. Ato imperfeito: incompleto em sua formação. Ato pendente: sua irradiação de efeitos depende do implemento de condição suspensiva ou termo inicial. Ato consumado ou exaurido: produzem todos os efeitos. Ato irrevogável: insuscetível a revogação. Ato revogável: sujeito a possibilidade de extinção por revogação. Somente atos discricio- nários admitem revogação. Ato suspensível: pode ter seus efeitos interrompidos temporariamente diante de situa- ções excepcionais. Ato precário: ao ser revogado ou retirado do mundo jurídico a qualquer tempo pela ad- ministração, não geram para o prejudicado o direito a indenização dos prejuízos sofridos. Ato não precário: ao ser retirado do mundo jurídico antes do prazo legal geram direito a indenização ao particular prejudicado. Ato auto executório: executado pela administração. Ato não auto executório: necessita de intervenção do judiciário. Ato principal: existência basta em si. Ato complementar: aprova ou confirma o principal. Ato intermediário: (precatório) concorrem para a pratica de um ato principal e final. Ato condição: são pré-requisitos a outro ato. Ato de jurisdição: envolve decisão de matéria controvertida. Espécie de ato administrativo: Atos normativos: São aqueles que contém comandos, em regra, gerais e abstratas para viabilizar o comprimento da lei. São “lei em sentido material” Não podem inovar o ordenamento jurídico. Decorrem do exercício do poder administrativo disciplinar. Ex.: decretos, resoluções, regulamentos, instruções normativas. Atos ordinários: Destinados a detalhar, estruturar, escalonar e dispor sobre o funcionamento admi- nistrativo do Estado, o exercício das competências e a conduta dos agentes. Ex.: despacho, portaria, ordem de serviço, memorando, aviso, circular, provimento etc. Atos enunciativos: Cerificam ou atestam uma situação existente, não contendo manifestação de von- tade da administração pública. Ex.: certidões, pareceres, laudos técnicos, relatórios etc. Atos punitivos: São aqueles destinados a impor sansões ou penalidades administrativas a servido- res e administrados. Ex.: advertência, multa, suspensão, demissão, destituição de cargo em comissão, cassação, embarque de obra, interdição de estabelecimento, apreensão de mercadoria etc. Atos negociais: São aqueles editados pelo poder público que contém uma manifestação de vontade da administração pública coincidente com a vontade do particular (mas não se confundem com contratos administrativos). Visam a concretizar negócios públicos ou conferir direitos e prerrogativas aos particulares. Ex.: licença, alvará, autorização, permissão de uso, visto, renuncia, homologação, entre outros. Diferença entre concessão, permissão e autorização: Concessão Permissão Autorização Quanto a natureza Ato bilateral (Contrato adminis- trativo) Ato unilateral, dis- cricionário precário Ato unilateral, discri- cionário constitutivo e precário Quanto asobeneficiários Só pessoas jurídicas Pessoas físicas e pessoas jurídicas Pessoas físicas e pessoas jurídicas. Quanto a licitação Exige previa con- corrência Exige licitação em qualquer modali- dade Exige licitação em qualquer modali- dade Quanto ao prazo Prazo determinado Pode ter prazo inde- terminado Pode ter prazo inde- terminado Quanto a forma de outorga Lei especifica Autorização legisla- tiva Autorização legisla- tiva Dica especial Na concorrência que antecede a concessão, a fase de julgamento an- tecede a habitação É outorgada no in- teresse predomi- nante da coletivi- dade (interesse pú- blico) É outorgada no inte- resse predominante do particular Exemplos Rodovias Telefonia fixa Radio TV Empresas aéreas Transporte de pas- sageiros Taxistas Instalação de mesas de bar em calçadas Extinção ou invalidação dos atos administrativos; O ato administrativo é praticado, produz efeito e desaparece. Naturais ou ordinárias: A extinção é automática. São atos eficazes, ou seja, já produziram seus efeitos. Extinção ipso Iuri pelo cumprimento integral de seus efeitos. Pode se dar das seguintes formas: Esgotamento do conteúdo Execução material Implemento de condições resoluta ou termo final (vencimento de prazo) Desaparecimento do sujeito ou do objeto no qual o ato é praticado. Extinção por renúncia: Ocorre quando o próprio beneficiário abre mão da situação proporcionada pelo ato. Retirada do ato: A extinção decorrerá da manifestação de vontade do administrador. São eles: re- vogação, anulação, cassação, caducidade e contraposição. Cassação: ocorre quando o administrado deixa de preencher condição necessária para permanência da vantagem. Ex.: habilitação cassada porque o con- dutor ficou cego. Caducidade ou decaimento: Há caducidade quando a retirada se fundamenta no advento de nova le- gislação que impede a permanência da situação anteriormente consentida. O ato, que passa a ficar em antagonismo com a nova norma, extingue-se. Contraposição: Ocorre com a expedição de um segundo ato, fundado em competência diversa, cujos efeitos são contrapostos aos do ato inicial, produzindo sua extinção. Ex.: ato de nomeação de um funcionário extinto com a exoneração. Ato 1 Ato 2 Anulação Revogação Motivo Ilegalidade Ilegitimidade Irregularidade Conveniência e oportunidade (Interesse público) Competência Administração Judiciário (quando provocado) Somente a administração Efeitos Retroativos (ex tunc) Não retroativo (ex nunc) Ato que realiza Ato anulatório Ato revocatório Natureza Decisão vinculada “Poder-dever” Obrigatória Decisão discricionária “Poder” Facultativa Alcance Ato vinculado e Ato discricionário Atos discricionários perfeitos e eficazes Prazo 5 anos Não tem Objeto Ato invalido Ilegal Ato valido Legal Repristinação1 Não há Não há2 Direito adquirido3 Não há Há Respeita o direito adquirido Dica especial Anulação de atos ampliativos e dos pra- ticados por funcionários de fato tem efeito ex nunc A revogação só pode ser rea- lizada com a superveniência de fato novo que deve cons- tar da motivação do ato re- vocatório. Ato administrativo válido e vinculado não pode ser retirado do mundo jurídico, ou seja, não pode ser anulado nem revogado. 1 – Repristinação = restauração funcional ao estado inicial; 2 – Só ocorrerá a restauração dos efeitos (repristinação) se o último ato revogador expressamente de- terminar; 3 – Direito adquirido = é o direito subjetivo que já ingressou no patrimônio jurídico de uma pessoa, mas ainda não foi exercida ou gozada. Convalidação: É uma forma de suprir defeitos leves do ato para preservar sua eficácia. Fundamento: preservação da segurança jurídica e da economia processual. Objeto: ato administrativo, vinculado ou discricionário, possuídos de vicio sanável ensejado de anulabilidade. Ato inexistente, nulo ou irregular nunca poderá ser convalidado. São passiveis de convalidação os atos com defeito na competência ou na forma. Regido pelo art.55 da lei 9.784/99: Art. 55, lei 9.784/1999: Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apre- sentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. Espécie de convalidação: Ratificação: quando é realizado pela mesma autoridade que praticou o ato. Confirmação: realizada por outra autoridade. Saneamento: nos casos em que o particular é quem promove a somatória do ato. Conversão: Aproveitamento de ato defeituoso como ato valido. É constituído, discricionário e com eficácia ex tunc. Mérito do ato administrativo: Mérito ou merecimento é a margem de liberdade que os atos discricionários recebem da lei para permitir aos agentes públicos escolher, diante da situação concreta, qual a melhor maneira de atender ao interesse público. Trata-se de um juízo de conveniência e oportunidade que constitui o núcleo da função típica do Poder executivo. É vedado ao poder Executivo controlar o mérito do ato administrativo. Essa margem de liberdade se limita ao motivo e objeto do ato discricionário. Poderes da administração: A função administrativa deve ser exercida nos limites e na forma da lei e do direito. O agente há de reunir competência para a pratica do ato, a finalidade há de ser aquela imposta na lei que autoriza a atuação, os motivos devem ser verdadeiros e aqueles presumidos na norma, o objeto há de ser licito e a forma não vedada pelo direito ou a imposta na lei. Poder, para a administração pública, corresponde, ao mesmo tempo, a dever. Poder-dever. Há inteira subordinação do poder em relação ao dever, tanto que o poder não pode ser exer- cido livremente, sujeitando-se sempre a uma finalidade especifica. Tipos: o Poder vinculado: É a prerrogativa de agir, mas também a obrigação de fazê-lo, sempre que estiverem presentes os motivos legais para tanto. Não há margem para conveniência e oportunidade para mérito administrativo. Onde houver vinculação, o agente público é um simples executor da vontade legal. É exercido por atos vinculados. o Poder Discricionário: Na discricionariedade, o legislador atribui certa competência a administração pú- blica, reservando uma margem de liberdade para que o agente público, diante da situação concreta, possa selecionar entre as opções predefinidas qual a mais apropriada para de- fender o interesse público. Haverá discricionariedade sempre que pelo menos um dos aspectos da competência inclua a referida margem de liberdade. Nunca haverá discricionariedade em todos os aspectos do comportamento a ser ado- tado. Toda atribuição de competência implica a definição de limites. Não existe competência ilimitada. Mérito (só ato discricionario possui) Oportunidade juízo sobre o momento e o motivo da pratica do ato a grave inoportuniddae fere o principio da razoabilidade Conveniêcia juizo na escolha do conteudo e da intensidade de eficacia juridica a grave inconveniencia fere o principio da proporcionalidade o Poder disciplinar: Consiste na possibilidade de a administração aplicar punições aos agentes públicos que cometeram (cometam) infrações funcionais. Constatada a infração, a administração é obrigada a punir seu agente. É um dever vinculado, mas a escolha da punição é discricionária. Regime disciplinar + Sanções administrativas o Poder hierárquico: É a prerrogativa que a administração tem de organizar, estruturar, escalonar e dispor sobre as atividades administrativas o exercício das competências e a conduta dos agentes. Compreende as relações funcionais de subordinação 9verticais) e de coordenação (horizontais). Permite o exercício do poder político de direção e comando sobreas esferas admi- nistrativas inferiores, mediante atos concretos e abstratos de caráter vinculante. Permite dar ordens e rever, revisar, controlar, fiscalizar, revogar, anular e convalidar os próprios atos administrativos praticados. Além disso, permite delegar e avocar compe- tências ou atribuições. Delegação: Art.12, lei 9.784/1999. Poderá ser realizado em razão de circunstância de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. A delegação é a transferência temporária de competência admi- nistrativa de seu titular a outro órgão ou agente público. Admite-se delegação vertical e horizontal. Pode ser revogada a qualquer tempo pela autoridade delegante. O ato de delegação, obrigatoriamente, especificará: Matérias Poderes transferidos Limites Duração Objetivos Recursos cabíveis Deverão indicar que foram praticados em decorrência de delega- ção Vedações a delegação (competência) – art.13, lei 9.784/1999 Edição de ato de caráter normativo Decisão em recursos administrativos Materiais de competência exclusiva do órgão ou autoridade Aos servidores públicos e particulares que se submetem a disciplina interna da administração: Particulares que celebram contrato com a adminis- tração pública; Entidades paraestatais; 3º setor; Alunos de instituições públicas; Delegatório de serviço público; Preso ... Advertência Suspensão Demissão Cassação Destituição Instauração de PAD Avocação: A autoridade hierarquicamente superior chama para se a compe- tência de um órgão ou agente subordinado em casos excepcionais e tem- porários. Art.15, lei 9.784/1999 Sempre motivada. Admite-se no sentido vertical É o sistema hierarquizado que permite a distribuição da legitimidade demo- crática do governo entre as várias instancias administrativas. o Poder regulamentar: Consiste na possibilidade de os chefes do Poder Executivo edita- rem atos administrativos gerais e abstratos, ou gerais e concretos, ex- pedidos para dar fiel execução a lei. Não pode inovar no ordenamento jurídico. Sua função especifica é estabelecer detalhamentos quanto ao modo de aplicação de dispositivos legais. Decreto autônomo: inova no ordenamento jurídico. Hipóteses onde o decreto autônomo é admitido: Para organizar e estruturar a administração publica desde que não acarrete criação ou extinção de órgão público, nem aumente despesa orçamentaria. (art.84, VI, “a”, CF/88) Para extinguir cargos e funções publicas quando vagos. (art.84, VI, “b”, CF/88) o Poder de polícia: O poder de polícia representa uma atividade estatal restritiva dos interesses priva- dos, limitando a liberdade estatal restritiva dos interesses privados, limitando a liberdade e a propriedade individual em favor do interesse público. É uma decorrência da supremacia geral do Estado. Manifestações do poder de polícia: Legislação: consiste em editar leis ou atos normativos estabelecendo restri- ções ou proibições ao exercício de atividades particulares ou uso de bens privados. Ex.: CTB – Resolução 130, ANAC/2009, Procedimento de identifi- cação do passageiro para embarque em aeroportos brasilei- ros. Consentimento: consiste na exigência de autorização ou liberação previa para que alguma atividade particular ou uso de um bem privado seja feito legitimamente pelo particular ou indivíduo. Ex.: alvará, licença, porte de armas, CNH... Fiscalização: consiste em verificar a observância ou cumprimento das restri- ções ou proibições inerentes ao poder de polícia. Ex.: inspeção, vistoria, aferição, pesagem, mensuração, rastrea- mento, monitoramento. Sanção: consiste em aplicar medidas punitivas ou interruptivas para inibir ou fazer cessar atividades que causam lesão ou exponham o risco de lesão ao interesse coletivo. Ex.: multa, embargo de obra, cassação de alvará, apreensão de mercadoria, interdição de estabelecimento. Decreto é o veí- culo introdutor do regulamento. Vínculo jurídico comum que liga a administração e os parti- culares. Nela, o princípio da legalidade tem o comporta- mento tradicional, isto é, somente por meio da lei podem ser criadas obrigações de fazer ou de não fazer, cabendo a admi- nistração o papel de simples executora da vontade legal. Preventiva: evita ou impede particulares a causarem lesão ou exponha o risco de lesão ao interesse coletivo. Ex.: legislação, consentimento, fiscalização. Repressiva: interrompe ou cessa atividades particulares ou uso de bens priva- dos que estejam causando lesão ao interesse público ou expondo a risco de lesão. Ex.: sanção. Casos no qual o poder de polícia pode ser delegado: Empresas públicas e sociedade de economia mista podem receber apenas a delegação das atividades inerentes ao poder de polícia caso sejam prestadoras de serviço público, segundo STF. (Consentimento e fiscalização) A fiscalização pode ser delegada a determinados particulares (concessionários e permissionários do serviço público). Ex.: comandante de aeronaves e capitães de embarcações. Atributos: Coercibilidade: significa que os atos de polícia são imperativos de cumpri- mento obrigatório pelos particulares. Ao particular a decisão administrativa sempre será cogente, obrigatória, admitindo o emprego de força para seu cumprimento. Auto executoriedade: o ato será executado diretamente pela administração, não carecendo de provimento judicial para tornar-se apto. Discricionariedade: a lei concede à administração a possibilidade de decidir o momento, as circunstâncias para o exercício da atividade, con- cede-lhe oportunidade e conveniência a seu juízo. Os atributos podem ou não estar presentes, conforme a modela- gem ofertada pela lei a atuação administrativa. Limites: Observância dos direitos fundamentais. Observância dos princípios da proporcionalidade, adequação, necessidade. Observância dos limites previstos em lei. O poder de polícia incide sobre bens, direitos, atividades e liberdade*. Em nenhuma hipótese o poder de polícia incide sobre uma pessoa, ou seja, não acarreta prisão. Comparativos: Poder de policia Policia judiciária Finalidade Restringir ou limitar ativi- dades particulares em be- nefício do interesse cole- tivo Investigar e apurar supos- tos crimes, visando a uma condenação penal poste- rior. Objeto Ilícito administrativo Ilícito penal Natureza Preventiva Repressiva Antes do crime Repressiva Após o crime Normas Direito administrativo Direito processual penal Incidência Bens, direitos e atividades Pessoas Instituições que exercem Polícia militar, CBM, DE- TRAN, IBAMA, PRF... Polícia civil Polícia militar A polícia judiciária tem uma atuação voltada as pessoas, enquanto que a polí- cia administrativa se relaciona mais com a atividade das pessoas. A servidão administrativa é uma modalidade de intervenção do estado na pro- priedade privada. Ao contrário do poder de polícia, a servidão atinge um bem determinado, restringindo seu uso em benefício do interesse público. Limitação administrativa (Poder de polícia) Servidão administrativa Valores atingidos Liberdade e propriedade Somente propriedade Conteúdo Gera obrigações de não fazer Produz dever de tolerar Indenização Nunca indenizar Pode indenizar Abrangência É geral (vale para todos) Atinge bem determinado Conceito Legislativo Art.78, Lei n.º5.172/1966 (CTN): Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disci- plina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas de- pendentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito
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