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Universidade Federal de Uberlândia Instituto de Química Físico Química Experimental PRÁTICA 8: Determinação do ponto de congelamento Uberlândia - MG Janeiro - 2023 1. Sumário 1. Sumário.............................................................................................................2 2. Introdução.........................................................................................................3 3. Materiais e métodos..........................................................................................5 4. Resultados e discussões .................................................................................7 5. Conclusão………………………………………………...........................……......8 6. Referências Bibliográficas..............................................................................16 2. Introdução A presença de um soluto no solvente interfere em propriedades tais como o ponto de ebulição, ponto de congelamento e pressão osmótica. Em soluções diluídas, estas propriedades são chamadas de coligativas ou coletivas, devido a essa interferência ser quantitativa, e não qualitativa. Ou seja, o fator que interfere nessas propriedades é o número de partículas presente no soluto, e não a natureza destas partículas. A presença do soluto também provoca diminuição do potencial químico do solvente líquido, tornando possível assumir que: 1) o soluto não é volátil, de modo a não contribuir para o vapor da solução, e 2) o soluto não se dissolve no solvente sólido, então, este se separa quando a solução é congelada. Esta diminuição tem efeito sobre o ponto de congelamento e, nela, o potencial do solvente puro seµ * transforma em com a adição do soluto (onde ). Tal interferênciaµ *+ 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥 𝐴 𝑥 𝐴 < 1 do soluto sobre o solvente só ocorre na fase líquida, visto que não existe soluto no vapor ou no sólido. Sendo assim, o equilíbrio líquido-vapor ocorre em temperaturas mais elevadas, enquanto o equilíbrio sólido-líquido se dá em temperaturas menores, como mostra a Figura 1. No ponto de congelamento, o equilíbrio ocorre entre um solvente sólido puro e𝐴 uma solução com soluto presente em uma fração molar . Em uma análise𝑥 𝐵 termodinâmica, temos: µ 𝐴 * (𝑠) = µ 𝐴 * (𝑙) + 𝑅𝑇𝑙𝑛𝑥 𝐴 Podendo escrever, então: ∆𝑇 = 𝐾. 𝑥 𝐵 𝐾 = 𝑅𝑇+2 ∆ 𝑓𝑢𝑠 𝐻 Onde é o abaixamento do ponto de congelamento, e representa a entalpia∆𝑇 ∆ 𝑓𝑢𝑠 𝐻 molar de fusão do solvente. Em soluções diluídas, a fração molar e a molalidade do soluto são proporcionais, ou seja, . é maior para solventes que tem∆𝑇 = 𝐾 𝑓 ∆𝑇 entalpias de fusão baixas e pontos de fusão altos. Na crioscopia, a massa molar do soluto pode ser medida através do abaixamento crioscópico, quando se sabe o valor da constante crioscópica . Essa propriedade coligativa pode ser observada na𝐾 𝑓 Figura 2. 3. Materiais e Métodos Materiais: ● Frasco cilindrico; ● Àgua pura; ● Hidroquinona; ● Nacl; ● Sacarose; ● Gelo; ● Etanol; ● Termômetro; Métodos: Inicialmente montamos um esquema experimental de acordo com a figura abaixo. O aparato constitui-se de dois frascos cilíndricos arranjados de forma concêntrica e envoltos por uma jaqueta refrigerante. O recipiente externo (jaqueta externa) que envolve os recipientes concêntricos (frasco de congelamento + frasco cilíndrico) foi preenchida com uma mistura recentemente preparada de gelo moído e água e NaCl (técnico) que constitui-se a mistura refrigerante, que quando na proporção de 23% de NaCl e 77% de H2O ponderais é o ponto eutético da mistura que funde a –21,1°C. O frasco cilíndrico, que envolve o frasco de congelamento, foi preenchido somente com etanol técnico para que a transmissão de calor entre o frasco mais interno (solvente/solução) e o mais externo (jaqueta refrigerante), seja o mais uniforme possível. No frasco de congelamento(solvente/solução) foram colocados o solvente puro, num primeiro momento e depois a solução, e o ponto de congelamento foi medido nos dois casos. O líquido tem que estar sendo homogeneizado (agitação mecânica ou magnética) para um congelamento uniforme. A temperatura foi medida de tempos em tempos através de um termômetro enquanto o solvente/solução foi resfriando.O envolvimento em isopor é recomendado. Fig.1 1- Colocou-se 15,00 ml de água pura com uma pipeta dentro do tubo interno de amostra. Em seguida, foi preparado a mistura refrigerante (gelo moído + água) dentro do frasco refrigerante (jaqueta externa), deixando-se um buraco cilíndrico para inserir a jaqueta interna isolante, envolvendo-se rapidamente com o isopor. 2- Em seguida,na jaqueta interna colocou-se pequena quantidade de etanol, atuando como isolante, inserindo-se o tubo interno com a amostra (água). Quando a temperatura da amostra atingir ~ 15 °C, iniciou-se o processo de medida da temperatura da amostra (água) em função do tempo de contato (60-60 seg.). Anotou-se as observações para determinar, diante dos gráficos, a temperatura de congelamento da água. 3- Após isso, jogue fora toda a água congelada do tubo interno lavando com água destilada através de uma pisseta. 4- Em seguida, repetiu-se o procedimento acima, para uma quantidade precisa de 600mg de NaCl dissolvida em 15,00 ml de água destilada, obteve-se as temperaturas. Após, uma segunda medida para uma quantidade de 900mg de Nacl dissolvida em 15,00 ml de água destilada, obteve-se as temperaturas. Na terceira medida para uma quantidade 900mg de Hidroquinona dissolvida em 15,00 ml de água destilada, obteve-se as temperaturas. E por último, na quarta medida para uma quantidade de 600mg de Sacarose dissolvida em 15,00 ml de água destilada, obteve-se as temperaturas. Cada solução foi dividida e realizada pelos grupos de alunos. 5- Os valores obtidos foram determinados a massa molar do soluto e o número de íons gerados em solução de eletrólito, e a conclusão do gráfico de seu ponto de congelamento. 4. Resultados e Discussões Primeiramente, foram preparadas 4 soluções para a determinação do ponto de congelamento, as que continham: Água pura; Água e hidroquinona (900,0 mg); Água e NaCl (611,0 mg); Água e NaCl (905,0 mg); Água e sacarose (604,0 mg). Em seguida, foi registrada a temperatura em função do tempo para cada solução: Tabela 1 - Valores da temperatura para cada minuto da água pura. Água pura (medida 1): Água pura (medida 2): T (ºC) Tempo (min) T (ºC) Tempo (min) 15 0 15 0 12,1 1 13,8 1 9,2 2 12,7 2 7,8 3 11,6 3 7,6 4 10,7 4 6,3 5 9,8 5 5,3 6 8,8 6 4,5 7 8 7 4,4 8 7,3 8 3,3 9 6,8 9 2,3 10 6,1 10 2 11 5,3 11 1,7 12 4,6 12 0,5 13 3,9 13 0,9 14 3,5 14 0,5 15 3 15 2,6 16 2,2 17 1,8 18 1,5 19 1,2 20 0,9 21 0,6 22 0,3 23 0,1 24 0 25 -0,4 26 -0,4 27 -0,6 28 -0,8 29 -1,1 30 Tabela 2 - Valores da temperatura para cada minuto da Água e hidroquinona (900,0 mg). Água e hidroquinona (900,0 mg); T (ºC) Tempo (min) 15 0 11,6 1 9,6 2 8,1 3 6,8 4 6 5 5,2 6 4,4 7 3,4 8 2,5 9 1,7 10 0,9 11 0,3 12 -0,4 13 -0,9 14 -1,4 15 -1,9 16 -0,7 17 -0,4 18 -0,4 19 -0,4 20 -0,4 21 Tabela 3 - Valores da temperatura para cada minuto da Água e NacL (600,0 mg) e Água e NacL (900,0 mg). Água e NaCl (600,0 mg): Água e NaCl (900,0 mg): T (ºC) Tempo (min) T (ºC) Tempo (min) 15 0 15 0 11,1 1 7,1 1 8,4 2 3,3 2 6,5 3 0,3 3 4,6 4 -1,9 4 3,1 5 -3,7 5 1,9 6 -5,1 6 0,7 7 -4 7 -0,4 8 -3,9 8 -1,4 9 -4,1 9 -2,4 10 -4,2 10 -3,5 11 -2,7 12 -2,6 13 -2,7 14 -2,9 15 -2,9 16 Tabela 4 - Valores da temperatura para cada minuto da Água e Sacarose. Água e Sacarose: T (ºC) Tempo (min) 15 0 11,4 1 8,6 2 5,2 3 4,5 4 3,1 5 1,4 6 0,1 7 -1,5 8 -2,7 9 -0,2 10 -0,2 11 -0,2 12 -0,2 13 Ponto de congelamento da água pura: Plotando um gráfico a partir dos dados analisados da temperatura em função do tempo, conseguimos extrair por meio da análise do mesmo, seu ponto de congelamento. Figura 1 - Representação gráfica teórica (A e B) das curvas de resfriamento para um solvente puro. Fonte: Canobre,2012. Figura 2 - Resultados da temperatura em função do tempo para a água pura 1 e 2. Pode-se perceber que na medida 2, a temperatura torna-se constante por volta de -0,4 ºC, o que provavelmente, se manteria constante caso fossem registradas mais medidas de tempo. Isso porque a água pura, tem um perfil de curva de resfriamento A, como indicado na Figura 1. Ponto de congelamento da Água / Sacarose: Figura 3 - Resultados da temperatura em função do tempo para a sacarose. Pode-se perceber que esse gráfico se assemelha à curva B da Figura 1, ou seja, há um ponto de inflexão, onde a temperatura de congelamento é registrada no retorno à inflexão. Logo, podemos registrar que o ponto de congelamento da mistura, água e sacarose, é de -0,2 ºC. Com esse valor e com o ponto de congelamento da água pura, podemos obter a Massa Molar do soluto por meio da equação: 𝑀𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 𝑖 𝑥 𝐾𝑐 𝑥 𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 (𝑇𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 − 𝑇𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜) 𝑥 𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑡𝑛𝑡𝑒 Onde i = 1 (soluções não eletrolíticas) Kc = 1,86 K.Kg.mol-1 Tsolvente = -0,4 ºC = 272,75 K Tsolução = -0,2ºC = 272,95 K msoluto = 604 mg = 6,04 x 10-4 Kg msolvente = 15 g ou 1,5 x 10-2 Kg Logo, 𝑀𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 1 𝑥 1,86 𝑥 6,04 𝑥 10−4 (272,75 − 272,95) 𝑥 1,5 𝑥 10−2 𝑀𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 1,12 𝑥 10−3 3 𝑥 10−3 𝑀𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 0, 373 𝐾𝑔 / 𝑚𝑜𝑙 Ponto de congelamento da Água / NaCl (600mg e 900mg): Figura 4 - Resultados da temperatura em função do tempo para NaCl 600mg e 900mg. Pode-se perceber que esse gráfico também se assemelha à curva B da Figura 1, ou seja, há um ponto de inflexão, onde a temperatura de congelamento é registrada no retorno à inflexão. Logo, podemos registrar que o ponto de congelamento da mistura, água e NaCl 600mg, é de -2,7 ºC e da mistura, água e NaCl 900mg, de -4,0 ºC. Com esse valor e com o ponto de congelamento da água pura, podemos obter a Massa Molar do soluto por meio da equação: 𝑀𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 𝑖 𝑥 𝐾𝑐 𝑥 𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 (𝑇𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒 − 𝑇𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜) 𝑥 𝑚 𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑡𝑛𝑡𝑒 Para o NaCl 600mg: Onde i = 2 (Mx) Kc = 1,86 K.Kg.mol-1 Tsolvente = -0,4 ºC Tsolução = -2,7ºC msoluto = 611 mg = 6,11 x 10-4 Kg msolvente = 15 g ou 1,5 x 10-2 Kg Logo, 𝑀𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 2 𝑥 1,86 𝑥 6,11 𝑥 10−4 (−0,4 −(−2,7)) 𝑥 1,5 𝑥 10−2 𝑀𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 2,27 𝑥 10−3 3,45 𝑥 10−2 𝑀𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 0, 066 𝐾𝑔 / 𝑚𝑜𝑙 Para o NaCl 900mg: Onde i = 2 (Mx) Kc = 1,86 K.Kg.mol-1 Tsolvente = -0,4 ºC Tsolução = -4,0ºC msoluto = 900 mg = 9,055 x 10-4 Kg msolvente = 15 g ou 1,5 x 10-2 Kg Logo, 𝑀𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 2 𝑥 1,86 𝑥 9,055 𝑥 10−4 (−0,4 −(−4,0)) 𝑥 1,5 𝑥 10−2 𝑀𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 3,368 𝑥 10−3 5,4 𝑥 10−2 𝑀𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 0, 062 𝐾𝑔 / 𝑚𝑜𝑙 Ponto de congelamento da Água / Hidroquinona (900mg): Figura 5 - Resultados da temperatura em função do tempo para Hidroquinona 900mg. Pode-se perceber que esse gráfico também se assemelha à curva B da Figura 1, ou seja, há um ponto de inflexão, onde a temperatura de congelamento é registrada no retorno à inflexão. Logo, podemos registrar que o ponto de congelamento da mistura, água e hidroquinona 900mg, é de -0,7 ºC. Para a Hidroquinona 900mg: Onde i = 1 (soluções não eletrolíticas) Kc = 1,86 K.Kg.mol-1 Tsolvente = -0,4 ºC Tsolução = -0,7ºC msoluto = 900 mg = 9,0 x 10-4 Kg msolvente = 15 g ou 1,5 x 10-2 Kg Logo, 𝑀𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 1 𝑥 1,86 𝑥 9,0 𝑥 10−4 (−0,4 −(−0,7)) 𝑥 1,5 𝑥 10−2 𝑀𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 1,674 𝑥 10−3 4,5 𝑥 10−3 𝑀𝑀𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜 = 0, 372 𝐾𝑔 / 𝑚𝑜𝑙 5. Conclusão Através dos dados encontrados pode-se observar que utilizando as propriedades coligativas como o abaixamento crioscópico obteve-se resultados com erros de até 9% na massa dos solutos. O experimento com a hidroquinona pode-se considerar inconclusivo, dado o valor do erro, seria necessário repetir tal experimento. MMNaCl= 58,44 g/mol; MMNaCl experimento= 63,0 g/mol (erro =+ 7,80%) MMsacarose= 342,3 g/mol ; MMsacarose experimento= 373,0 g/mol (erro =+ 8,97%) MMhidroquinona= 110,11 g/mol; MMhidroquinona experimento = 372 g/mol (erro=+ 237,84%) Apesar dos fatos supracitados os gráficos seguiram o padrão esperado pela literatura . 6. Referências Bibliográficas 1. BROWN, T. L, LEMAY, BURSTERn Química: A ciência central, 9ª ed., 2005 2. ATKINS, Peter; PAULA, Julio de. Físico-Química. Vol. 1. Local: LTC, 2008,
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