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Prática Profissional do Educador Físico Educação Física – Prof.ª Dr.ª Natália Monaco Educação Física 1 A prática da Educação Física e do esporte é um direito fundamental para todos, sendo essencial à completa formação da personalidade das pessoas e ao desenvolvimento físico, intelectual e moral. A Educação Física e esporte são elementos essenciais da educação ao longo da vida. A proteção dos valores éticos e morais da educação física e do esporte tem que estar sempre presentes, em todos as pessoas (segundo a Carta Internacional da Educação Física e do Esporte. Conferência Geral da UNESCO, novembro de 1978) 2 Valores agregados da atividade física e do esporte: • Educação * Saúde * Sociais *Morais * Benefícios para a qualidade de vida * Agregação dos praticantes: • *Desenvolvimento humano *Formação integral das pessoas *Integração *Justiça social Atividade Física e Esporte Proporcionam 3 - Formação da cidadania - Prevenção de doenças - Relacionamento em grupo - Combate a doenças - Aprendizado social - Responsabilidade social - Inclusão social - Promoção da saúde - Vida saudável - Autossuperação - Interação - Cidadania - - Fraternidade - - Solidariedade - - Auto estima - - Respeito ao próximo - - Amizade - - Sentido de Coletivo - - Respeito as regras - - Liderança - - Tolerância - - Cooperação - - Honestidade - - Disciplina - - Confiança - - Noções de trabalho em equipe - - Paz Auxiliam, promovem, estimulam e desenvolvem Sua importância • Historicamente a Educação Física sempre esteve muito ligada às ciências humanas e do esporte. O corpo analisado em suas diferentes dimensões era entendido como a via de interação entre homem e sociedade. O esporte também serviu como instrumento pedagógico da Educação Física. De tal modo que há uma influência significativa no desenvolvimento da formação individual através da prática social. • Há aproximadamente três décadas atrás a graduação se pautava em um conhecimento muito prático, sem a existência de uma estrutura robusta de conhecimento teórico e científico. Nessa época, era muito comum que o graduando em Educação Física tivesse que desenvolver muito suas valências físicas para ser aprovado nas disciplinas do curso, já que a habilidade motora era muito valorizada no profissional. • Essa visão era fruto da forte relação entre o esporte e as aulas de Educação Física (BRACHT, 2003). Os cursos de licenciatura em Educação Física desse período atendiam muito bem à demanda profissional desse contexto. • Nas últimas décadas, pelo próprio desenvolvimento científico no campo das ciências médicas e da saúde, a Educação Física passou a ser peça chave na prevenção e no tratamento de diversas doenças e na própria promoção da saúde. Foi então que o Conselho Nacional de Saúde através da resolução n° 218 de 6 de março de 1997, reconheceu os profissionais de Educação Física como Profissionais de Saúde, e em seguida houve a regulamentação da profissão através da Lei 9.696/1998 com a atuação do sistema CONFEF/CREFs. Educação Física e Saúde • Ciente da importância do profissional de Educação Física na promoção da saúde, o Ministério da Saúde incluiu a atividade física no Sistema Único de Saúde (SUS). As atividades são vistas como um importante elemento para desenvolver a qualidade de vida na população. Clínicas, academias e centros de reabilitação física passaram a funcionar com a figura do profissional de Educação Física. As mudanças • Essa mudança refletiu também nos currículos de formação profissional. No início dos anos 2000 os currículos dos cursos de Educação Física foram modificados. A partir disso, foram criados cursos separados para a licenciatura e o bacharelado, formando profissionais com atuações diferenciadas na sociedade. • O licenciado em Educação Física atua na docência da Educação Básica, na escola. Já o bacharel é um profissional capaz de intervir acadêmica e profissionalmente nos campos da prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, na educação, projetos sociais, esportes, lazer e gestão de empreendimentos dessa área. • O licenciado em Educação Física, historicamente falando, já tem legitimado um lugar específico de atuação, a escola. O bacharel em Educação Física, contudo, vem formando sua identidade profissional agora, já que a regulamentação da profissão é recente. Atuando frequentemente como técnicos, treinadores, gestores e empreendedores os bacharéis em Educação Física são profissionais que também ensinam, mas com outro modo de intervenção (NUNES M.P. et al, 2012). Esse é o grande desafio da formação do bacharel em Educação Física no Brasil, achar sua própria identidade profissional. • Com a ampliação na área de atuação do profissional de Educação Física também foram desenvolvidas as competências precisas para apresentar a realização de um bom trabalho. Abaixo encontram-se as características fundamentais necessárias ao ótimo exercício da profissão nos dias atuais: Competência Pedagógica e Técnica • É fundamental que o profissional de Educação Física tenha uma formação que o capacite a preparar aulas e treinamentos adequados a seus alunos/clientes. Além de conhecer as principais estratégias apontadas pela ciência para elaboração de um treinamento físico seguro e eficaz e de aulas pedagogicamente adequadas a cada estágio do desenvolvimento dos seus alunos. Características do profissional de educação física • Assim, o levará melhor desempenho e ao melhor estado de saúde possível com o mínimo de riscos, considerando suas particularidades e sua história de vida. Mesmo para o bacharel em Educação Física são essenciais o entendimento da pedagogia do movimento, dos processos que envolvem aprendizagem motora e das implicações do corpo sobre o desenvolvimento socioafetivo desse sujeito. • Ao contrário do que muitos pensam, o pesquisador não está somente em instituições de pesquisa ou em Faculdades. O pesquisador é aquele profissional que se depara com um desafio em uma situação de seu trabalho e sabe buscar em fontes confiáveis e científicas a possível resposta para a sua prática profissional. Assim, um professor de musculação. Capacidade de pesquisar • A cada dia se torna mais difícil trabalhar de forma isolada dentro da Educação Física. Diversas são as situações em que o Profissional de Educação Física precisa se comunicar e trabalhar juntamente com outros profissionais visando o bem estar de seu aluno. Por exemplo, no caso de um individuo que procure um professor de academia para emagrecer, ele muito provavelmente já terá passado por um médico endocrinologista, um nutricionista, talvez ainda um psicólogo, dentre outros profissionais. • É fundamental a inter-relação entre todos esses saberes que estão direcionados para esse individuo, de maneira que um profissional saiba do trabalho realizado pelo outro, podendo adequar seu planejamento para melhor atender o individuo. Capacidade de se relacionar com outros profissionais • O profissional de Educação Física é um profissional graduado por uma Instituição de Ensino Superior, responsável por desenvolver hábitos físicos, prescrever atividades, orientar e acompanhar aqueles que se inserem no domínio da prática da atividade física ou desportiva (OLIVEIRA; SILVA, 2009). • No entanto, para que esse profissional seja bem sucedido é fundamental que o mesmo atue com ética, porque a prática da ética aumenta as chances de oportunidades, além de melhorar a credibilidade do profissional diante a sociedade e aumentar seu valor profissional (BORGES; MEDEIROS, 2007). Ética na educação física • O código de Ética dos Profissionais da Educação Física, em seus capítulos II (artigos 4°e 5°) e II (artigos 6° e 7°), apresentam os princípios éticos que norteiam a profissão e elencam as responsabilidades e deveres inerentes à mesma. Todos os graduandos e formados emEducação Física deveriam estudar e refletir sobre esses princípios: Ética na educação física • Art. 4º – O exercício profissional em Educação Física pautar-se-á pelos seguintes princípios: • o respeito à vida, à dignidade, à integridade e aos direitos do indivíduo; • a responsabilidade social; • a ausência de discriminação ou preconceito de qualquer natureza; • o respeito à ética nas diversas atividades profissionais; • a valorização da identidade profissional no campo da atividade física; • a sustentabilidade do meio ambiente; • a prestação, sempre, do melhor serviço, a um número cada vez maior de pessoas, com competência, responsabilidade e honestidade; • a atuação dentro das especificidades do seu campo e área do conhecimento, no sentido da educação e desenvolvimento das potencialidades humanas, daqueles aos quais presta serviços. Capítulo II Dos Princípios e Diretrizes Art. 4º – O exercício profissional em Educação Física pautar-se-á pelos seguintes princípios: • comprometimento com a preservação da saúde do indivíduo e da coletividade, e com o desenvolvimento físico, intelectual, cultural e social do beneficiário de sua ação; • atualização técnica e científica, e aperfeiçoamento moral dos profissionais registrados no Sistema CONFEF/CREFs; • transparência em suas ações e decisões, garantida por meio do pleno acesso dos beneficiários e destinatários às informações relacionadas ao exercício de sua competência legal e regimental; • autonomia no exercício da Profissão, respeitados os preceitos legais e éticos e os princípios da bioética; • priorização do compromisso ético para com a sociedade, cujo interesse será colocado acima de qualquer outro, sobretudo do de natureza corporativista; • integração com o trabalho de profissionais de outras áreas, baseada no respeito, na liberdade e independência profissional de cada um e na defesa do interesse e do bem-estar dos seus beneficiários. Art. 5º – São diretrizes para a atuação dos órgãos integrantes do Sistema CONFEF/CREFs e para o desempenho da atividade Profissional em Educação Física: • ser pontual; • explicar o que será feito na aula para o(s) aluno(s); • não opinar sobre um treinamento físico planejado por um colega de profissão sem saber em qual contexto o mesmo foi criado; • quando for substituir um colega respeitar a sua forma prévia de trabalho com aquele aluno ou turma; • sempre que entrar em uma sala de aula pedir licença e cumprimentar com respeito o professor que lá já se encontra bem como seu aluno ou sua turma; • nunca abordar um aluno de outro colega de profissão oferecendo serviço mais barato sem seu consentimento. • Agindo dessa maneira, se estabelece um código de conduta profissional que dignifica coletivamente a profissão e eleva a credibilidade dos serviços prestados pelos Profissionais da Educação Física à sociedade. Além das condutas referidas pelo código de ética formal dos profissionais da Educação Física, existem outras de caráter informal, com o mesmo nível de importância para a boa prática da Educação Física. São elas: • O objetivo pedagógico da Educação Física é o ser humano, um objeto que além de biológico, é emocional, cognitivo e social. Dessa forma, é esperado que a Educação Física use de outras ciências para observar e estudar seu objetivo pedagógico em todas as dimensões que ele possui. • Tornar-se uma ciência com seu próprio objeto, método e linguagem não resolveria a crise da Educação Física. É preciso nos conscientizar de que ela, como prática de intenção pedagógica, visa analisar o movimento corporal em todas as dimensões que ele apresenta, e que, para tanto, não consegue fazê-lo sozinha, e vai precisar sempre se apoiar em outras áreas do saber para tal. Objetivo Pedagógico da Educação Física • Dessa maneira, os profissionais da Educação Física poderão ficar mais tranquilos em utilizar referenciais de outras ciências para apoiar sua prática pedagógica. E assim, a dita crise se esvanecerá e ficará apenas a consciência de que a área de atuação da Educação Física é muito complexa e ampla, restando aos profissionais o trabalho de se encontrarem dentro desse vasto campo de atuação. • Para que o profissional de fato, fuja da crise de identidade da Educação Física, além de entender a singularidade de seu objeto de estudo (o ser humano como objeto da prática pedagógica), ele também precisa se encontrar e se reconhecer em um ou mais campos de atuação possíveis em sua profissão Objetivo Pedagógico da Educação Física • Para tal, é fundamental que ainda durante sua graduação, o aspirante a profissional de Educação Física comece a planejar sua carreira. Conversas com profissionais experientes e bem sucedidos, participação em cursos e congressos científicos, participação em palestras e eventos, inserção em programas de estágio no seu campo preferido de atuação profissional, tudo isso irá auxiliar o profissional a se identificar com uma área de atuação dentro de tantas possíveis na Educação Física. Carreira do Profissional de Educação Física • A Educação Física mudou nos últimos anos e seus campos de atuação aumentaram consideravelmente. Se há trinta anos atrás as veias pedagógica e do esporte falavam mais alto, hoje, somada a elas temos também o amplo campo de trabalho da Educação Física voltada para a saúde. Essa mudança se refletiu nos currículos de formação profissional em todo o Brasil. • As grades curriculares dos cursos de graduação passaram a formar profissionais diferentes: o professor licenciado que atuaria nas escolas, e o profissional bacharel em Educação Física para atuação em clínicas, academias e centros de reabilitação. O aspirante a profissional de Educação Física passou a ter a difícil missão de decidir qual o seu campo de atuação antes mesmo de ingressar na faculdade. Grade curricular • Se formos capazes de entender que a Educação Física tem um objeto de estudo muito complexo (a prática pedagógica voltada para o ser humano), e que por isso naturalmente irá precisar se apoiar em outras áreas da ciência, ficará mais fácil aceitarmos essa pluralidade de possibilidades de atuação do Profissional dessa área. Sob essa perspectiva, vivemos hoje não um momento de crise, mas de ajustes às novas possibilidades da profissão. • Integrar a lista de profissões da saúde e ainda assim manter um olhar pedagógico e integral sobre nosso aluno exigiu de nós mais maturidade e compromisso com nossa profissão. Com muito estudo, dedicação, ética e planejamento de carreira o profissional de Educação Física conseguirá trabalhar com eficiência e segurança, sem crises de identidade e com grande satisfação pessoal e profissional. Grade curricular • “Cada um faz o que quer” • Não-aula - Desinvestimento pedagógico • Ocupar as crianças com uma bola sem Intervenção pedagógica intencional e efetiva • REJEITA-SE: (BRACHT, 2011) E quais fatores que podem estar impedindo que novas formas de abordagens de conteúdos dentro da escola possam ser colocados em prática? O que devemos Rejeitar? • Categoricamente podemos citar que se trata: • a) Da falta de preparo que têm os professores para o enfrentamento de novas estratégias metodológicas; • b) Da falta de interesse em estimular novas abordagens metodológicas; • c) Da condição de refratário do conhecimento que os docentes assumem no ensino; • d) Da estabilidade empregatícia que os docentes têm dentro do sistema educacional e; • e) Do medo da instabilidade frente a novos conteúdos e estratégias metodológicas, pois seria um risco desnecessário, já que não são cobrados para tal ação. (OLIVEIRA, 1997) Categoricamente podemos citar que se trata: • Trabalho transversal entre temas/áreas • Solução de problemas • Protagonismo discente • Planejamento participativo – coautoria • Saída do comum para o novo • Situações relevantes e emergentes PEDAGOGIA DE PROJETOS • Perfil do professor, sua postura positiva na escola, tolerância e estratégias;• Seu senso crítico e o valor que atribui a sua profissão; • Alfabetização tecnológica do professor; • Base intelectual da Educação Física intrínseca ao processo de ensino; • Estudante como protagonista e/ou coautor nas aulas; • Respeito à diversidade e aos talentos. ENSINO INOVADOR NA EDUCAÇÃO FÍSICA • Perfil do professor, sua postura positiva na escola, tolerância e estratégias; • Seu senso crítico e o valor que atribui a sua profissão; • Alfabetização tecnológica do professor; • Base intelectual da Educação Física intrínseca ao processo de ensino; • Estudante como protagonista e/ou coautor nas aulas; • Respeito à diversidade e aos talentos. ENSINO INOVADOR NA EDUCAÇÃO FÍSICA • REFERÊNCIAS • BRACHT, Valter et al. Pesquisa em ação: Educação Física na escola. Ijuí, RS: Ed. da Unijuí, 2003. • NUNES, Marcello Pereira; VOTRE, Sebastião Josué; SANTOS, Wagner dos. O profissional em educação física no Brasil: Desafios e perspectivas no mundo do trabalho. Motriz, Rio Claro, v.18 n.2, p.280-290, 2012. • OLIVEIRA, A. L.; SILVA, M. F. O profissional de Educação Física e a responsabilidade lega que cerca: fundamentos para uma discussão. Disponível em: <http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/ anais9/artigos/comunicacao_oral/art4.pdf>. Acessado em 20 de junho de 2017. • BORGES, E.; MEDEIROS, C. Comprometimento e ética profissional: um estudo de suas relações juntos aos contabilistas. R. Cont. Fin. USP, São Paulo, n. 44, p. 60 – 71, Maio /Agosto 2007. • BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. • BRACHT, Valter. A constituição das teorias pedagógicas da educação física. Cadernos Cedes, Campinas, v. XIX, n. 48, p. 69-88, ago. 1999. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v19n48/v1948a05.pdf >. Acessado em 20 de junho de 2017.22
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