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Regulamentação do Trabalho Remoto- final-1

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Direito do Trabalho
A regulamentação do trabalho remoto e suas consequências nas relações trabalhista.
Introdução:
Para se evitar a proliferação do vírus, durante os anos de auge da pandemia de Covid-19, foi necessário rever as modalidades e maneiras de o trabalho ser executado, novos paradigmas tornaram-se urgentes, tanto na definição dos serviços considerados essenciais, como no formato e execução de muitas atividades. Os serviços de entrega cresceram absurdamente e atividades que puderam ser realizadas à distância tornaram-se a solução mais eficiente. Essas medidas visavam manter o distanciamento social, diminuindo a circulação de pessoas, o uso de transporte público, provocando o fechamento de escritórios, escolas, faculdades, comércios em geral e o trabalho realizado de forma remota nos setores administrativos e pedagógicos foi o que mais incrementou essa modalidade. O período da pandemia mostrou disparidades sociais, regionais, ocupacionais, evidenciando que quanto maior o grau de escolaridade e mais qualificada a função, maior a proporção do trabalho remoto. 
Antes da pandemia, o IBGE havia divulgado em 2018 que um total de 3,8 milhões de pessoas trabalhando “em domicílio”. Já na Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar – PNAD-COVID-19, o IBGE estimou que cerca de 8,6 milhões brasileiros estavam trabalhando remotamente, isso representa aproximadamente 12,4% da população ocupada no país. (SENADO, 2020). 
Essa solução temporária para algumas empresas está se tornando permanente. Um estudo realizado pela FIA – Fundação Instituto de Administração em abril de 2020 coletou dados de 139 pequenas, médias e grandes empresas no Brasil. A Pesquisa Gestão de Pessoas na Crise COVID-19 revelou que o home office foi a estratégia adotada por 46% das empresas durante a pandemia (MELLO, 2020). 
A compreensão e regulamentação adequadas das formas de trabalho são fundamentais para proteger os direitos dos trabalhadores e relações entre trabalhador e empregador justas. Em constante evolução, modalidades de trabalho, nunca antes imaginado, como o trabalho remoto, freelance e outras formas mais flexíveis, tornaram-se mais predominantes.
1. Definição e Contextualização do Trabalho Remoto:
Atualmente o Trabalho é reconhecido internacionalmente como um Direito Humano, conforme consta no Artigo 23 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Artigo 23:
 “1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
 2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses.” 
(Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III), 10 de dezembro 1948).
De acordo com o artigo 75-B inserido pela Lei 13.467/2017, o teletrabalho refere-se às atividades realizadas por meio de tecnologias de informação e comunicação fora das dependências do empregador. Este método não é considerado trabalho externo. Isto significa que os trabalhadores não são obrigados a exercer as suas funções nas instalações físicas do empregador. 
Home office significa que seu expediente é cumprido parcial ou inteiramente na sua residência. Você não tem o chefe ao lado, nem colegas de trabalho, na maioria das vezes. Está conectado por Internet à sua empresa ou ao seu órgão público, com ou sem imagem, e, na mesma facilidade de comunicação presencial, fala com todos como se estivessem ali, segundo publicado na Revista Doutrina, de 2014.
A Legislação trabalhista, nos artigos 2º e 3º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estabelece a as características do vínculo empregatício:
*Art. 2º, CLT – Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. (BRASIL, 2017)
 *Art. 3° CLT – Considera-se empregada toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.” (BRASIL, 2017). 
Nesse contexto, vale lembrar da modalidade híbrida adotada e também regulamentada em 2.022, onde os colaboradores executam suas funções em dias específicos na empresa e outros em locais de livre escolha.
2. Regulamentação do Trabalho Remoto e o Papel dos Sindicatos:
 Em 28 de março de 2.022, foi publicada um Medida Provisória, a  MP 1.109/22, que flexibiliza as regras de trabalho até então estabelecidas (Antigas MP 927/20 e 1.045/21). Tal medida tornou-se necessária quando, após o controle da pandemia, as empresas chamaram os funcionários de volta para seus postos de trabalho. Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e pela Fundação Instituto de Administração (FIA), mostrou que 73% das pessoas entrevistadas estavam satisfeitas com o home office e o número vai para 78% daquelas que querem manter o trabalho de casa. Ainda, 81% acha que a produtividade é maior de casa.
Os sindicatos desempenham um papel fundamental na negociação coletiva de direitos e benefícios trabalhistas para os trabalhadores remotos, garantindo que eles tenham as mesmas condições e proteções que os trabalhadores presenciais.
Os sindicatos têm o objetivo de representar e defender os interesses dos trabalhadores, buscando melhores condições de trabalho, salários justos e benefícios adequados. No caso dos trabalhadores remotos, essa representação é essencial, pois enfrentam desafios e peculiaridades específicas.
Uma das principais funções dos sindicatos é negociar acordos coletivos com os empregadores, estabelecendo condições de trabalho justas e vantajosas para os trabalhadores. No contexto do trabalho remoto, isso pode incluir questões como jornada de trabalho flexível, definição de metas realistas, fornecimento de equipamentos adequados e reembolso de despesas relacionadas ao trabalho.
Além disso, os sindicatos têm um papel fundamental na proteção dos direitos dos trabalhadores remotos, garantindo que as leis trabalhistas sejam cumpridas. Eles atuam na fiscalização das condições de trabalho, na prevenção e solução de conflitos trabalhistas e na orientação dos trabalhadores sobre seus direitos e deveres.
Os sindicatos também desempenham um papel importante na luta pela igualdade de oportunidades e no combate à discriminação no ambiente de trabalho remoto. Eles podem fazer campanhas e pressionar os empregadores a adotarem políticas e práticas que promovam a diversidade e a inclusão.
Em suma, os sindicatos desempenham um papel essencial na negociação coletiva para trabalhadores remotos, garantindo que seus direitos sejam respeitados e que eles tenham um ambiente de trabalho justo e seguro.
3. Saúde e Bem-estar dos Trabalhadores:
Quando se trata da saúde e segurança dos trabalhadores que trabalham em casa, a legislação exige que os empregadores garantam a saúde e a segurança dos seus empregados, mesmo quando estes realizam trabalho fora das instalações da empresa e sem supervisão direta. Isso está previsto no artigo 75-E da CLT, que exige que os empregadores forneçam informações explícitas e visíveis sobre os cuidados a serem tomados para evitar doenças e acidentes de trabalho (CLT, 2017, artigo 75-E). 
 Os empregadores devem informar os empregados sobre medidas para prevenir doenças e acidentes no local de trabalho, e os empregados devem comprometer-se a seguir estas diretrizes através de acordos de responsabilidade para garantir atividades mais seguras.  
Alguns estudiosos defendem que os empregadores devem ser responsáveis pelos riscos associados às atividades laborais no espaço físico das residências dos empregados. Isto se baseia no Artigo 7, Inciso XXII da ConstituiçãoFederal de 1988, que prevê o direito dos empregados de reduzir efetivamente os riscos relacionados ao trabalho por meio de padrões de saúde, higiene e segurança. É, portanto, essencial que os empregadores cumpram a sua obrigação legal de garantir um ambiente de trabalho seguro, mesmo quando trabalham em casa. De acordo com as regulamentações trabalhistas, o artigo 75-E da CLT prevê que os empregadores devem informar de forma clara e visível aos empregados sobre os cuidados a serem tomados para prevenir doenças e acidentes de trabalho (CLT, 2017, artigo 75-E). 
As responsabilidades dos empregadores são complexas pois os trabalhadores nem sempre estão em contato direto com os seus empregadores, dificultando o monitoramento quanto o cumprimento dos padrões de segurança ocupacional pelos funcionários. O sugerido por especialistas é treinar seus funcionários e fornecer-lhes instruções sobre como manter a saúde e a segurança no desempenho de suas funções. Essa talvez seja a medida de maior dificuldade de execução. O empregador não tem o poder, por exemplo, de entrar na residência do empregado para fiscalizar se as orientações estão sendo seguidas. A alternativa pode ser, além de fornecer equipamentos ergonômicos, criar uma cartilha orientativa, adequada à atividade do empregado, e dedicar esforços para criar uma cultura de boas práticas, através de avisos online permanentes, demonstrando que há uma preocupação com a saúde do trabalhador. (MIGALHAS, 2020) 
4. A CLT nas relações com o Trabalho Remoto:
A CLT é a legislação que rege as relações de trabalho no Brasil, e ela também se aplica ao trabalho remoto. Isso significa que as empresas têm a responsabilidade de fornecer um ambiente seguro e saudável para seus funcionários, mesmo que eles estejam trabalhando em casa.
Uma das questões mais importantes é a ergonomia. A empresa deve garantir que o colaborador tenha os equipamentos necessários para desempenhar suas funções de forma adequada, como uma cadeira confortável, uma mesa ergonômica e um computador adequado. Além disso, é importante oferecer orientação sobre postura correta e pausas para descanso.
Outro ponto importante são os riscos relacionados à saúde mental. Trabalhar em casa pode aumentar o estresse e a sensação de isolamento, por isso é fundamental que as empresas ofereçam suporte emocional aos funcionários, como sessões de psicoterapia online ou grupos de apoio.
A CLT também aborda a responsabilidade do empregado em relação ao trabalho remoto. É importante que o colaborador cumpra as normas de saúde e segurança estabelecidas pela empresa, além de comunicar qualquer problema ou incidente que possa ocorrer no ambiente de trabalho.
Em resumo, as normas de saúde e segurança do trabalho também se aplicam ao trabalho remoto de acordo com a CLT. Tanto a empresa quanto o colaborador têm responsabilidades em relação a garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável. O respeito a essas normas é fundamental para garantir o bem-estar dos trabalhadores, mesmo à distância.
5.Questões de segurança e proteção de dados.
Como pôde-se observar, o trabalho remoto é executado em qualquer outro lugar fora da empresa; há a modalidade híbrida, com dias pré-determinados para se comparecer à empresa e a exclusivamente home-office que, apesar da livre tradução significar “escritório em casa”, nem sempre será realizado em casa. Independentemente do local utilizado para se realizar as tarefas, há a preocupação com violação, perda, roubo de dados e informações confidenciais, riscos reais e amplo, já que fora da empresa o controle sobre a segurança não é tão amplo.
A LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), Lei nº 13.709/2018, é uma legislação brasileira que regula o tratamento de dados pessoais, incluindo no contexto laboral e corporativo, onde o trabalho remoto ganha destaque. Trabalhar em casa apresenta desafios de segurança, pois o ambiente doméstico pode ser mais vulnerável do que o corporativo, como acima mencionado.
Os riscos incluem violações de dados causadas por interrupções não autorizadas durante o trabalho remoto. Para mitigar esses riscos, são necessárias medidas como bloqueio de tela, uso de VPN, criptografia de dados e atenção à documentação física.
É essencial realizar uma avaliação de impacto na privacidade de dados, considerando a sensibilidade das informações e os possíveis riscos de perda ou extravio.
Regras de segurança devem ser estabelecidas, incluindo quem pode levar documentos para casa, como eles devem ser transportados e como relatar uma perda.
O treinamento da equipe é crucial para conscientizá-los sobre a importância da segurança dos dados e como agir em caso de incidentes.
Para reduzir os riscos, são recomendadas práticas como o uso de senhas seguras, VPN, criptografia de dispositivos, backup de dados e atualizações de software.
Organizações devem implementar políticas e procedimentos claros para o trabalho remoto, fornecer ferramentas seguras aos trabalhadores, aplicar criptografia de dados e monitorar a rede para identificar ameaças.
Embora existam desafios, investir em segurança para trabalhadores remotos é essencial para evitar violações de dados e proteger a reputação e os interesses financeiros das organizações, até porque o trabalho remoto tornou-se uma realidade impossível de retroceder.
6- Pesquisa sobre o teletrabalho no Brasil (IBGE)
Os gráficos abaixo mostram que, em 2022, cerca de 7,4 milhões de pessoas estavam em teletrabalho, considerado um subgrupo do trabalho remoto. Isso significa que esses trabalhadores estavam trabalhando, ao menos parcialmente, em um local alternativo, e usavam equipamentos de tecnologia da informação e comunicação (TIC) em suas atividades.
No mesmo período, 9,5 milhões de pessoas trabalharam remotamente no país, o que inclui, além dos teletrabalhadores, aqueles que não usavam equipamentos de TIC. Esse contingente representa 9,8% do total de ocupados que não estavam afastados do trabalho (96,7 milhões).
A proporção de mulheres ocupadas que realizaram teletrabalho (8,7%) era superior à dos homens (6,8%).
Quando considerado o recorte por cor ou raça, é possível verificar que as pessoas brancas (11,0%) também tinham percentuais maiores que os dos ocupados pretos (5,2%) e pardos (4,8%).
Cerca de um quarto (25,8%) das pessoas ocupadas no setor de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas realizou teletrabalho em pelo menos um dia no período de referência da pesquisa.
O rendimento médio também dos teletrabalhadores era maior (R$6.479) que o dos que não trabalharam dessa forma (R$2.398).
Cerca de metade (49,6%) dos domicílios do total de ocupados tinha computador e Internet. Entre os teletrabalhadores, essa proporção era de 91,2.
 
7- Conclusão:
O teletrabalho é uma nova modalidade, com diversas vantagens que podem ser aproveitados, tanto pelo empregador, como pelo colaborador, desde as questões financeiras, qualidade de vida e até mesmo a inclusão, sem mencionar a economia de tempo, dinheiro e preservação do meio-ambiente, por minimizar o uso de transporte. 
A regulamentação do trabalho remoto é essencial para garantir condições justas e seguras para os trabalhadores, promover a igualdade de oportunidades, proteger dados e garantir a eficiência no ambiente de trabalho. Deve ser pensado como uma inovação, capaz de se ampliar o mercado, de oferecer benefícios às empresas, aos trabalhadores e à sociedade em geral, e não somente tratado como uma estratégia de negócios para aumentar os lucros, e sim, com a mesma seriedade e responsabilidade de um trabalhador tradicional, pois é uma modalidade que veio para ficar.
BIBLIOGRAFIA
* Magalhães, Maria Luiza- Palestra em TopRH Sync - Congresso Digital;
* Clara da Silva Meira, Rodrigo de Cássio Martins Rabelo da Cruz2
orientador: prof. Hernando Fernandes da Silva3 ; Os desafios do trabalho remoto em home office e seus efeitos nas relações trabalhistas e na qualidade de vida dos trabalhadores , Revista FT, Volume 28 - Edição 128/NOV 2023 SUMÁRIO/ 10/11/2023;
* agenciadenoticias.ibge.gov. b, Pesquisa inédita do IBGE mostra que 7,4 milhões de pessoas exerciam teletrabalho em 2022, publicado em 25/10/2022;
* Drummond, Marcílio Guedes, jusbrasil.com.br/artigos/seguranca-da-informacao-e-protecao-de-dados-no-home-office-o-guia/802688576;
* salaryfits.com.br/blog/trabalho-remoto-home-office-regulamentacao-atualizada-no-brasil.
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