Buscar

RELATORIO_OBSERVACOES_PSI_COTIDIANO[1]

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
CAMPUS II – RANGEL 
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA 
 
 
 
ANA CAROLINA M. H. PRESTES – T719801 
IZABELE COSTA DA SILVA – G55BAG5 
JÉSSICA LUNA DUARTE – N0008F3 
MARIA GABRIELA CAMILO LEITE DOS SANTOS – N0195J7 
 
 
 
RELATÓRIO PARCIAL DE OBSERVAÇÕES 
Estágio supervisionado de Psicologia do Cotidiano 
 
 
 
 
 
 
SANTOS 
2024 
2 
 
ANA CAROLINA M. H. PRESTES – T719801 
IZABELE COSTA DA SILVA – G55BAG5 
JÉSSICA LUNA DUARTE – N0008F3 
MARIA GABRIELA CAMILO LEITE DOS SANTOS – N0195J7 
 
 
 
RELATÓRIO PARCIAL DE OBSERVAÇÕES 
Estágio supervisionado de Psicologia do Cotidiano 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao curso de 
psicologia do 4°/5° semestre da 
Universidade Paulista como requisito 
para avaliação parcial de estágio 
supervisionado da disciplina Psicologia 
do Cotidiano. 
Orientador: Prof. Armando 
 
 
 
 
SANTOS 
2024 
3 
 
1ª OBSERVAÇÃO 
Local: Terminal Rodoviário de Santos – Santos-SP 
Data: 26/02/2024 - segunda-feira 
Horário: 10:15 às 12:15 
 
OBSERVAÇÃO DA ANA CAROLINA 
Assim que chego na rodoviária, observo que sua estrutura é em maior parte 
envidraçada, com uma estrutura em aço estampado com furos, na cor azul 
escura. Desço do carro, e o local de embarque e desembarque onde parei é 
movimentado, cheio de táxis, pessoas com malas, mochilas, de olho em seus 
celulares e placas de carro, acredito que procurando seus carros por aplicativo. 
Grande movimento de pessoas chegando e saindo. 
Para entrar, o acesso a parte interna se dá por uma escada pequena, de 6 
degraus e uma rampa. Tudo acessível, inclusive com piso tátil para pessoas com 
deficiência visual. Porta de vidro automática, um segurança logo na entrada. Pé 
direito alto, salão envidraçado e ambiente bem iluminado. 
Assim que entro, sinto um cheiro de salgado, que vem de três lanchonetes que 
existem no salão. Logo na entrada, tem uma placa de sinalização azul, do tom 
do aço estampado de fora, luminosa, com letras em led branco, estruturada no 
teto, indicando todos os locais de acesso da rodoviária: Guichês de vendas de 
passagens; Apoio médico, sanitários e Fraldário (masculino, feminino e com 
acessibilidade); Sala de espera de passageiros; Plataforma de embarque e 
desembarque e praça de alimentação. 
Pelo salão tem Telas, no suporte de parede, indicando os horários de embarque 
dos ônibus. Tem um corredor com os guichês para compra de passagem e um 
guichê de informações turísticas. Todos com câmeras do lado externo e interno 
da cabine. Computadores, funcionários uniformizados. Para a compra de 
passagens, filas de pessoas de variadas faixas etária. Bastante adultos e idosos, 
algumas crianças e jovens. Pessoas sozinhas, grupos de amigos. Pessoas 
vestidas em sua maioria com roupas confortáveis. Algumas de traje mais social, 
4 
 
como se estivessem indo trabalhar. Pessoas com malas, mochilas, bagagem de 
mão. Notei dois grupos que me chamaram atenção: Havia um grupo de 8 
ciclistas. Estavam todos com macaquinho de ciclismo, capacete e suas 
bicicletas. Estavam animados, rindo, brincando e comprando passagens para 
São Paulo, procurando por uma empresa que estivesse com o bagageiro vazio, 
para conseguirem ir todas as bicicletas juntas. Se mantiveram animados todo o 
tempo que estive por ali. Outro grupo, 5 adultos. 3 homens e 2 mulheres, com 
fantasia de paquita (da Xuxa). Os homens com chapéu vermelho e detalhes 
dourados. Um com uma camiseta escrito “Xuxa” e as duas mulheres com 
camiseta prateada, também com escritas da Xuxa. Era um grupo de amigos, 
pareciam voltar de algum evento… Porém, não tinham o mesmo ânimo do grupo 
dos ciclistas. Estavam com malas, travesseiros na mão, aguardando o ônibus, 
sentados, com expressão de cansaço. Uns mexeram no celular, uma das 
mulheres se apoiou no travesseiro. Estavam mais para uma Quarta-Feira de 
Cinzas. 
Pelo terminal existem bastante placas de sinalização com regras, como o aviso 
de que é proibido fumar no local, a obrigatoriedade do uso de máscara e até 
avisos falando que é “Proibido Mexer nas plantas” próximo aos vasos. O que me 
fez acreditar que está ali porque mexiam antes. 
Observei também grupo de funcionários, com coletes verde neon, com fitas 
fluorescentes. 4 homens, esperando os ônibus chegarem na plataforma, para 
então organizarem o embarque. Enquanto eles aguardavam, ficaram em roda, 
conversando e rindo. Um pareceu fazer piada, todos, riram. Um chutou o outro 
brincando. Assim que chegaram os ônibus, eles mudaram a feição, assumiram 
uma postura mais séria e cada um foi para sua função, abandonando o ar de 
brincadeira de segundos atrás. 
 
OBSERVAÇÃO DA IZABELE 
A fachada é azul, escrito “Estação Rodoviária de Santos” em branco. A rodoviária 
fica de frente para uma praça, onde é possível ver algumas pessoas em situação 
de rua. 
5 
 
Ao chegar na rodoviária existe um grande fluxo de pessoas embarcando e 
desembarcando de taxis e Uber, outras pessoas paradas mexendo no celular. 
Subi a escada para ter acesso a parte interna da rodoviária, tem um segurança 
logo na entrada, do lado direito fica os guichês para comprar as passagens, e do 
lado esquerdo fica uma praça de alimentação, com 4 lanchonetes e duas lojinhas 
de venda de artigos para lembranças e presentes. 
Observei um rapaz sentado em uma mesa mais ao canto, sozinho, mexendo no 
celular, fazia expressões de riso, digitava bem rápido, apesar de estar na praça 
de alimentação não estava comendo. Depois de um certo tempo, chegou uma 
moça com uma menininha, se cumprimentaram, a moça colocou suas bolsas na 
cadeira e conversaram um pouco, o rapaz estava à espera da moça e se dirigiu 
a lanchonete com a criança. 
Uma das lanchonetes, com nome de “Café Floresta”, tem duas atendentes, estão 
conversando bastante, entre um atendimento e outro, elas interagem e fazem 
suas tarefas, são simpáticas e educadas. 
Quando chega algum ônibus na plataforma de embarque e desembarque, 
sempre tem um funcionário da agência para ajudar as pessoas a retirarem as 
malas, e as pessoas descem com pressa e com celular na mão, muitas já se 
dirigem para a saída. 
 
OBSERVAÇÃO DA JÉSSICA 
A rodoviária é o lugar onde as pessoas pegam ônibus para viajar para outra 
cidade, ou chegam de viagem. Na entrada tem escadas, com corrimão, e ao lado 
uma rampa para subir com malas, as portas são todas de vidro, logo quando 
entra sente um cheiro de salgados e café com leite, tem dois acessos, na 
esquerda tem duas lojinhas que vende acessórios e lembranças da cidade, são 
lojas pequenas, nas duas tem as vitrines com portas de vidros, com bastante 
coisas amostra, como carrinhos, chaveiros, copos, garrafas etc. Por dentro as 
lojas são cheias de coisas, nas paredes, balcão, tudo com lembranças, 
acessórios, bolsas e muito mais. No mesmo ambiente tem quatro lanchonetes, 
três delas tem o estilo bem parecidos, tem o balcão, em cima tem doces amostra, 
6 
 
salgados, geladeiras com bebidas, uma delas serve até almoço, a outra que é a 
menor, é como se fosse uma cafeteria de rede, pequena, vende cafés e 
salgados, no centro desse ambiente tem mesas e cadeiras que fica em frente as 
lanchonetes, e ao lado tem bancos, ao redor de plantas. Entrando pela direita, já 
se vê vários guichês onde vende passagens, em todos eles tem uma tela em 
cima identificando os lugares e os ônibus, é como se fosse um corredor, no final 
dele continua os guichês, tem a parte onde fica os banheiros nesse mesmo 
ambiente, virando à esquerda no final do corredor. Nesse local tem mais um 
corredor onde você consegue dar a volta, indo por ali tem a área de espera, 
contém várias cadeiras azuis enfileiradas, tem televisões mostrando os horários 
que os ônibus chegam, nesse local as portas também são todas de vidros e 
automáticas, elas ficam fechadas porque tem ar condicionado, saindo por essa 
porta, tem escadas, onde é o acesso para o embarque e desembarque dosônibus, é como se fosse uma garagem, eles vão parando um do lado do outro e 
as pessoas fazem fila para embarcar. 
Nesta segunda-feira as 10:15 da manhã percebe-se bastante fluxo de pessoas, 
a maioria delas com malas, mochilas, possivelmente voltando para casa depois 
do fim de semana na praia, aparentam estar cansadas, usam roupas básicas e 
confortáveis, tem crianças, jovens, adultos e idosos, bastante gente fica 
aguardando sentadas, tomam café e comem algo nas lanchonetes, para passar 
o tempo ficam sentadas mexendo no celular, ou se está com alguém fica 
conversando, ou só olhando o ambiente, tem gente que aproveita o tempo para 
se maquiar, percebe bastante gente lá fora esperando Uber ou taxi, a maioria 
das pessoas estão sem pressa, então andam devagar olhando ao redor, pois 
muitas vezes não conhece, outras andam mais rapidamente porque deve estar 
atrasados ou com pressa. Na porta tem seguranças, dentro da rodoviária tem as 
moças que ficam limpando o local, elas usam uniforme, calça, camisa azul e 
bota. 
Nos guichês nota que a maioria das pessoas que estão na fila para comprar 
passagem são mais velhas, pois acham mais fácil ou não sabe muito sobre a 
tecnologia, que dá para comprar em sites, pelo celular mesmo, então costumam 
ir pessoalmente comprar. É um local onde a maioria das pessoas não ficam lá 
por muito tempo, a maioria chega de algum lugar e já sai e pede Uber ou têm 
7 
 
alguém esperando, e as que estão lá aguardando normalmente porque chegou 
mais cedo e está esperando o ônibus sair. É um local seguro, aparentemente as 
pessoas não têm medo de ficar lá, porque é fechado e tem segurança, tem 
câmeras em todos os locais, então se sentem mais seguros. 
 
OBSERVAÇÃO DA MARIA GABRIELA 
Ao observar a interação das pessoas na rodoviária de Santos, sentada entre a 
praça de alimentação e duas lojas de lembranças e acessórios, pude notar o 
fluxo constante de passageiros chegando e partindo, carregando malas, 
mochilas e dispositivos eletrônicos. A rodoviária conta com uma sala de espera, 
praça de alimentação, agências de ônibus, sanitários, plataformas onde os 
ônibus param para os passageiros desembarcarem ou embarcarem, além de 
televisões indicando as plataformas de embarque e desembarque. 
Observo as funcionárias das lanchonetes, em especial do café Floresta, 
atendendo os clientes e preparando os seus respectivos pedidos, os funcionários 
da rodoviária se movimentavam apressadamente, alguns auxiliando os 
passageiros. Um homem com duas malas junto com uma mulher, dão risada, 
enquanto mexem no celular, antes de irem para a praça de alimentação e depois 
para a sala de espera. Quatro funcionários da rodoviária, identificados por seus 
uniformes fluorescentes, conversavam na praça de alimentação quando se 
levantam rapidamente para realizar suas tarefas, um deles que estava falando 
no telefone diz a pessoa que retorna a ligação depois. Um casal compartilhava 
momentos afetivos, onde o homem cuidava da mulher enquanto ela cochilava, 
antes de partirem juntos em direção ao ônibus. 
Na entrada da rodoviária, pessoas chegaram de bicicletas, táxis e carros de 
aplicativos, enquanto três amigos sentados se reuniram para conversar, antes 
de um deles partir. Na plataforma, funcionários interagiam enquanto passageiros 
embarcavam e desembarcavam dos ônibus, observo um homem com bengala, 
máscara e óculos escuro descendo as escadas, e uma moça segurando um vaso 
ao desembarcar do ônibus. 
 
8 
 
2ª OBSERVAÇÃO 
Local: Terminal Rodoviário de Santos – Santos-SP 
Data: 28/02/2024 - quarta-feira 
Horário: 10:30 às 11:30 
 
OBSERVAÇÃO DA ANA CAROLINA 
Ao entrar no terminal, senti cheiro de café e limpeza, misturados. O terminal tinha 
pouco movimento. Sempre com rotatividade de pessoas, chegadas e partidas. 
Mas não estava cheio. Havia mais idosos. Chegou uma moça correndo, com 
feição apreensiva, foi até o guichê e perguntou se dava tempo de pegar o ônibus, 
sorriu aliviada quando ouviu que sim. 
Um homem, de aproximadamente 40 anos, de bermuda, camiseta, tênis e 
mochila transversal chegou sozinho, comprou um café, um pão de queijo e se 
sentou nas mesas da praça para comer. Ao seu lado, um idoso e uma mulher de 
meia idade. Sentaram-se juntos, conversaram por uns 5 minutos e ele se 
levantou e foi até a cafeteria fazer seu pedido. Enquanto isso ela ficou sentada 
e pegou o celular e ficou mexendo. Ele trouxe uma água e voltou para pegar o 
restante do pedido. Ela não se levantou para ajudá-lo. Ele voltou com 2 cafés e 
um salgado. A mulher é sua filha, chamou ele de pai. Mostrou algo no celular e 
os dois estão tomando café e conversando sobre o que ela mostrara. Ela 
continuou no celular, diminuíram a conversa. Eles vestem roupas simples. Ela 
leva uma bagagem de mão cheia, estilo sacola retornável. Ele anda com uma 
bolsa transversal. A filha guardou o celular e eles voltaram a conversar. Falam 
sem parar. Parecem não ter pressa, aguardando o horário de sua viagem. 
Desembarcou um casal jovem. O rapaz com aparência de uns 22 anos, a jovem 
aparentava uns 19. Ela estava com um bebê no colo e puxando uma mala 
enorme na outra mão. O homem, tinha o corpo todo tatuado, estava levando o 
carrinho de bebê desmontado, uma cadeirinha de carro, uma mochila e uma 
sacola retornável roxa. Chegaram e se sentaram em banquinhos que tem no 
meio do salão. Ele soltou as coisas que segurava, com expressão de alívio, como 
quem carrega algo pesado e desajeitado e consegue parar para se organizar. 
9 
 
Eles têm uma feição de carinho um com o outro. Falam sorrindo, baixo. Se 
organizaram, olharam o celular e foram embora. 
Percebi a movimentação rápida e repentina do segurança vindo em minha 
direção. No reflexo, olhei assustada para ele, para ver o que estava acontecendo 
e vi que ao meu lado estava atravessando o salão um senhor negro, sem camisa, 
vestindo uma bermuda suja, descalço e com uma sacola plástica amarrada no 
tornozelo. O segurança foi em sua direção e ele atravessou bem rápido falando 
“já to indo embora, já to indo embora” e saiu depressa, pela porta do outro lado 
e o segurança atrás. 
Na loja de souvenir, observo uma atendente. Ela estava o tempo todo no celular, 
atrás do balcão. Entrou um homem com fone de ouvido, envelope na mão. Ela 
não saiu de trás do balcão, foi um pouco para o lado e deixou o celular. Está 
parada, de braços cruzados, acompanhando o possível cliente com os olhos. Ele 
olha, olha…. Até que falou para ela o que estava buscando. Ela saiu do balcão, 
mostrou para ele, e agora está do lado de fora do balcão, encostada nele, com 
a mão na cintura. Ele está vendo brinquedos de criança. Mais precisamente um 
pesca-peixe e uma cobrinha. Pega em um, no outro… até que pega o celular, 
parece falar com alguém e opta pela cobra. Entrou uma mulher e uma criança 
na loja. Enquanto isso a atendente embrulhava o presente do rapaz. Parece mãe 
e filho. Eles têm fisionomias parecidas e o mesmo tom de pele. Ela aparenta ter 
uns 40 anos, os dois vestem roupas bem simples. Ela está apenas com uma 
mochilinha infantil. Ele tem cabelos longos que está preso de trança baixa. Ele 
está maravilhado, com os olhinhos em movimento constante vendo todos os 
carrinhos de madeira. Ele escolheu um, fez sinal de por favor, com as mãozinhas 
para ela. Ela está no celular. Perguntou o preço para a atendente, e com um 
sorriso, deu recusa para o garotinho. A expressão dele mudou, fez uma carinha 
de triste… Ela foi em direção a outros carrinhos, de plástico. Ele a seguiu e 
começou a vê-los também. Ele olhou, olhou.... Mas voltou para os de madeira. 
Pegou um e ficou segurando. A mulher deu um sorrisinho e voltou a ver o de 
plástico e mostrar para ele. Ela pegou um avião de plástico, ele viu, não 
demonstrou interesse. A mulher pegou da mão dele e decidiu por ele. Deu para 
o menino segurar. Enquanto ela paga, ele está segurando o avião, de frente para 
os carrinhos demadeira, olhando para eles com muita vontade. A mulher 
10 
 
finalizou o pagamento e eles saíram da loja. A mulher então abriu o avião, deu a 
embalagem para ele jogar no lixo. Preparava o avião para ele brincar. Quando 
deu na mão dele, ele foi correr na rodoviária fazendo movimento do avião 
voando. A mulher foi para um lado e o menino para outro, correndo. Acompanhei 
o menino, ele foi até umas cadeiras, que estavam o restante da bagagem. Uma 
mala grande, 23kg, uma manta e mamadeira. Tudo muito simples, e com 
aparência de encardido. A mulher voltou e ficou em pé, mexendo no celular, 
enquanto o menino brincava com o avião. 
Me aproximei e o ouvi a chamando de avó. Aparentemente ela tem uns 40 e 
poucos anos. Sua fisionomia parece bem cansada. Ele logo deixou o avião de 
lado, não brincou mais que dois minutos. Está brincando no chão, deitado. E ela 
no celular. Agora se sentou e colocou para carregar. Deu 2 reais na mão dele, 
ele saiu correndo para fazer algo e ela foi atrás dele. Ela deu um sorriso para 
ele, notei que não tem alguns dentes. Nesse vai e vem dela pela rodoviária, deixa 
todos seus pertences nos bancos. Carregador, mala de mão. Parece não se 
preocupar de alguém mexer (e de fato, ninguém mexeu). O menino foi até a 
lanchonete comprar uma coca cola. E ficaram sentados aguardando o ônibus. 
 
OBSERVAÇÃO DA IZABELE 
Hoje é possível notar que o fluxo é bem menor comparado a segunda feira dia 
26/02, a praça está bem vazia, na segunda feira as pessoas ficavam procurando 
por mesas disponíveis. O segurança que está com uniforme da cor preta está 
rondando, com fluxo baixo ele está conseguindo circular pela rodoviária. 
Notei que apesar do giro de pessoas na rodoviárias, as lojinhas de artigo de 
presentes não têm fluxo, não tem pessoas fazendo compras. 
A loja “Sou Venir”, tem um Senhor com aproximadamente 55 a 60 anos, está 
sentado mexendo no celular, sempre atento quando alguém para na vitrine. A 
loja vende desde chaveiros, placas com dizeres “estive em Santos”, vende vários 
tipos de produtos, como carregadores para celular, ursinhos de pelúcias, 
canecas, garrafas etc. Alguém ligou para o Senhor em chamada de vídeo, 
conversaram por alguns minutos, a ligação encerrou e o Senhor começou a 
11 
 
organizar alguns itens, e repor as mercadorias, depois se sentou no fundo da 
lojinha, atrás tem um computador, dei a volta para verificar o que Senhor estava 
fazendo porque estava distraído, e ele estava vendo algum filme ou serie. Depois 
de uns 30 minutos de observação um jovem entrou na lojinha, o Senhor o 
cumprimentou, mas permaneceu onde estava, o jovem mexeu em alguns 
chaveiros, olhou a vitrine por dentro, mas não pediu nada e logo saiu. Noto que 
as pessoas param na frente da vitrine, mas não entram na lojinha. 
 
OBSERVAÇÃO DA JÉSSICA 
Hoje o ambiente se encontra com menos fluxo, acredito que seja por conta que 
estamos no meio da semana, pessoas aparentemente indo a trabalho ou 
encontrando conhecidos, estão com bolsas e malas pequenas. O fluxo está 
menor, mas ainda sim tem um movimento, nos guichês onde vende passagens 
tem uma fila, pessoas sentadas esperando o ônibus, hoje notei que tem duas 
moças juntas na parte da limpeza, o fluxo maior é de pessoas mais velhas. 
Um homem e uma mulher sentados na mesa de frente pra lanchonete, 
aparentemente os dois tem de 30 a 40 anos, os dois estavam de uniforme, 
devem ser colegas de trabalho, eles mechem no celular e conversam, a moça 
fica o tempo todo mandando áudios para alguém, o moço levanta com o tablet 
na mão e vai até o balcão e fica um tempo lá, provável que ele esteja pegando 
alguma informação ou fazendo algum pedido de algo para eles comerem, ele 
volta a sentar na mesa e continua fazendo o mesmo que estava fazendo, eles 
ficam um bom tempo lá e vão embora. 
Duas senhoras de aparentemente uns 60 anos, chegaram cada uma com uma 
mala e se sentaram nos bancos que tem na área das lanchonetes, elas 
conversam e dão risadas, ficam um bom tempo esperando, alguns minutos 
depois uma delas se senta na mesa e a outra vai até a lanchonete pegar um café 
para cada uma, tomam o café e continuam conversando e aguardando passar o 
tempo, quando chegou o ônibus elas embarcaram e foram embora. 
Um senhor de aparência de 50 a 60 anos, muito bem-vestido e elegante, com 
um caderno, notebook e celular na mesa, ele fica mexendo no celular, parece 
12 
 
estar esperando a resposta de alguém, não demorou muito tempo ele guardou 
as coisas na mochila e foi embora rápido, estava de carro pois ele ficou com a 
chave na mão e saiu pela porta de entrada. 
 
OBSERVAÇÃO DA MARIA GABRIELA 
Ao retornar à rodoviária, notei o ambiente muito mais tranquilo em comparação 
à primeira vez. O fluxo de pessoas diminuiu e as lojas de lembranças 
continuavam relativamente vazias. Enquanto eu estava sentada em um dos 
bancos retangulares de frente para as lojas, pude observar algumas pessoas 
passando apressadas. 
As cadeiras e mesas na área da praça de alimentação eram pretas, contrastando 
com o chão de mármore, enquanto na sala de embarque, as cadeiras eram azuis. 
As lanchonetes oferecem uma variedade de salgados e doces, com geladeiras 
repletas de sucos e refrigerantes. 
Uma lanchonete em particular, a Lanchonete Tropical, destacava-se com um 
balcão repleto de doces, chocolates e sorvetes, além de uma variedade maior 
de opções doces do que salgadas. Enquanto isso, nas agências de ônibus, os 
funcionários se ocupavam com diferentes tarefas: alguns mexiam no celular, 
outros atendiam clientes, e uma moça estava cochilando em uma cadeira. As 
cabines das agências eram identificáveis pela cor azul e possuíam uma tela de 
vidro com pequenas aberturas para comunicação. 
Os funcionários utilizavam uniformes distintos, dependendo da agência em que 
trabalhavam. Observei sentada em uma das mesas da praça de alimentação, as 
pessoas fazendo pedidos na barraquinha do Café Floresta, enquanto outras já 
estavam sentadas lanchando ou mexendo no celular. 
SÍNTESE DA OBSERVAÇÃO – TERMINAL RODOVIÁRIO DE SANTOS 
O estágio de observação realizado no Terminal Rodoviário de Santos nos 
proporcionou insights sobre diversos fenômenos da vida cotidiana, sob a 
perspectiva da Psicologia do Cotidiano. A diversidade de passageiros, desde 
13 
 
adultos e idosos até crianças e jovens, evidencia a heterogeneidade social 
presente no ambiente. Fizemos a observação no mesmo lugar, por dois dias 
diferentes, com o intuito de notar quais seriam mudanças nos fenômenos 
psicossociais observados. Nosso intuito foi compreender que apesar do 
ambiente ser o mesmo, as situações e pessoas nele observados, favorecem 
para que outros fenômenos aconteçam. 
A infraestrutura do terminal, com sua sinalização clara e acessibilidade para 
pessoas com deficiência, reflete a preocupação com o bem-estar e a inclusão 
dos usuários. A presença de seguranças e funcionários uniformizados contribui 
para a sensação de segurança e ordem no ambiente, influenciando o 
comportamento e a percepção dos frequentadores. Além disso, a organização 
espacial do terminal, com áreas distintas para embarque, desembarque e 
serviços diversos, influencia os padrões de comportamento e interação dos 
usuários. A presença de placas de sinalização e advertência, assim como a 
disposição de lixeiras e extintores de incêndio, contribui para a regulação do 
comportamento e a segurança dos indivíduos no ambiente. O ambiente também 
proporciona oportunidades de interação social e entretenimento, como a 
presença de lanchonetes, lojas de souvenir e áreas de descanso. As relações 
interpessoais entre funcionários, como observado no grupo de trabalhadores que 
alternava entre momentos de descontração e seriedade, são exemplos de 
dinâmicas sociais que permeiam o cotidiano laboral. 
A observação dos diferentes grupos de passageiros também é reveladora. 
Enquanto havia pessoas vestidas de roupa social,mochila com notebook, que 
pareciam estar indo trabalhar em São Paulo, havia também grupo de ciclistas 
que demonstravam entusiasmo e camaradagem, e outro grupo fantasiado 
parecia cansado e desanimado, sugerindo diferentes estados de ânimo e 
interações sociais. Essa variação de comportamentos pode ser analisada à luz 
da psicologia social, considerando fatores como identidade grupal, coesão e 
influência social. 
Apesar de não ser um local elitista, há regras. E uma que chamou atenção, por 
exemplo, foi quando o guarda foi em direção ao homem em situação de rua para 
retirá-lo do salão. Uma vez que a rodoviária é um local público, que não pode 
discriminar a presença de qualquer pessoa pela sua situação social. Porém, de 
14 
 
forma multifacetada, não houve discriminação pelo fato da condição social do 
homem, mas ao descumprimento de regras quanto a vestimenta inadequada 
para o local. O que nos leva a refletir que mesmo um ambiente público, é 
manipulado para que surja um fenômeno psicossocial que é esperado e 
permitido para determinado lugar. Ou seja, o lugar é feito para que aquele 
fenômeno psicossocial aconteça. 
Em suma, o estágio de observação no Terminal Rodoviário de Santos 
proporcionou uma análise rica e detalhada dos fenômenos da vida cotidiana, 
destacando a complexidade das interações sociais, a influência entre aspectos 
sociais, psicológicos e ambientais que moldam a experiência dos usuários neste 
espaço urbano e nos mostra que a partir de cada perspectiva é possível notar 
diferentes interações humanas em um mesmo ambiente, e perceber que os 
fenômenos da vida diária constituem as generalidades e a complexidade do 
mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
3ª OBSERVAÇÃO 
Local: Café Kopenhagen – Miramar Shopping – Santos-SP 
Data: 06/03/2024 - quarta-feira 
Horário: 11:05 às 12:05 
 
OBSERVAÇÃO DA ANA CAROLINA 
É um quiosque quadrado, com base bege e vidro. Caixas de chocolate. O 
exterior, tem umas 25 mesas pretas espalhadas, dispostas com jogos de 3 e 4 
cadeiras. 
Tem duas funcionárias. Usam avental, cabelo preso de coque. São atenciosas, 
assim que sentamos uma já veio retirar o pedido. Elas são responsáveis por todo 
o funcionamento do café. Vão até a mesa, tiram o pedido, tiram a nota, preparam, 
servem e lá dentro do quiosque lavam louças. Seus trabalhos não param, mas 
elas atendem sempre com cortesia e sorriso no rosto. 
Era um dia chuvoso na cidade, notamos movimento de pessoas passando pelo 
shopping como quem o usa apenas para cortar caminho, já que entravam por 
uma rua e saiam por outra. Muitas de guarda-chuva. 
O café tinha um certo movimento. Na mesa ao lado da minha, tinham 3 amigos. 
Idosos. 2 parecem ter a mesma idade, uns 80 anos… e outro, entre 56 e 60, de 
aparência física. Estavam relaxados, conversando, dando risada e tomando um 
cafezinho. Passou um homem, todo molhado de chuva, os cumprimentou, ficou 
de pé conversando um pouquinho. Um amigo comentou que o dia estava feio, e 
esse que chegou todo molhado respondeu com a frase “não existe mal tempo, 
existe roupa inadequada”. Todos riram, e logo ele foi embora. Continuaram 
conversando, logo chegou outro amigo, de aparentemente uns 75 anos, vestido 
de roupa social e estava de guarda-chuva. Sentou-se e ficaram conversando. 
Eles falam sobre trabalho, política, mulheres.... Vários assuntos, dão risadas e 
brincam uns com os outros. 
A atendente parece conhecê-los pela maneira como os atende, com o mesmo 
sorriso que para nós, mas conversando mais com eles, passando a impressão 
16 
 
de que eles devem frequentar lá há um tempo. Pelo horário e pelo tempo, o 
movimento não estava alto no shopping, e foquei minha observação nesse grupo 
de amigos, que inicialmente estavam em 3, mas com o vai e vem de conhecidos, 
chegaram a ficar em 6 homens. Emergindo do ambiente o que ele lhe era 
propício: amigos sentados em volta de uma mesa, descontraídos, em clima de 
confraternização. 
 
OBSERVAÇÃO DA IZABELE 
O Quiosque da Kopenhagen fica no piso térreo, próxima da entrada do shopping 
pela rua Euclides da Cunha, entre a Lojas Americanas, e um elevador, ali tem 
um grande fluxo de pessoas de passagem, que usam o shopping para diminuir 
o trajeto de uma rua para outra, tem duas funcionárias, que se revezam entre as 
tarefas, atender os clientes e servir, o dia está chuvoso e o quiosque está bem 
movimentado. 
Tem um grupo de 5 homens, aproximadamente em torno de 50 a 70 anos, são 
amigos, conversam bastante, e falam sobre vários assuntos, como novelas, 
sobre alguém que adquiriu um carro, eles consomem só um cafezinho cada, 
nada mais, como para justificar a permanecia ali. 
Existe algumas mesas ocupas, mas com pessoas sozinhas, mexendo no celular 
e tomando alguma bebida, em sua maioria são em xicaras. 
Uma Senhora chegou apressada, perguntou a uma das atentes sobre valores de 
ovos de pascoas e questionou sobre a validade, a atendente levou a senhora 
para o outro lado do quiosque e foi mostrando os sabores e as validades, a 
senhora falou que seriam para presentes. Agradeceu a atendente e foi embora. 
 
OBSERVAÇÃO DA JÉSSICA 
O local fica dentro do shopping no térreo, é como se fosse um quiosque, com 
mesas e cadeiras ao redor, nas cores preta, servem vários tipos de cafés, e 
vendem chocolates da marca. A faixada é toda preta com o letreiro escrito 
Kopenhagen em dourado, o balcão na parte de cima é de vidro, bem moderno. 
17 
 
É um ambiente calmo, as pessoas que frequentam o local são mais velhas. 
Nesse horário tem um certo movimento, acredito que seja um dos lugares mais 
movimentados do shopping nesse horário, bastante idosos param para tomar 
café e ficar conversando. A maioria deles ficam lá por horas conversando, outros 
só tomam um café e vai embora rapidamente. 
Um casal de aparentemente uns 60 anos, foram visto sentados na mesa da 
Kopenhagen, a moça é bem vaidosa, loira do cabelo curto, usa batom escuro 
vermelho, bastante acessórios, de pele clara, com roupa básica, um vestido 
vermelho, o moço é mais básico, quase careca, usa óculos, pele branca, ele usa 
cordão e pulseira preta, com camiseta simples na cor cinza, eles estão sentados 
no sofazinho com a mesa, como se fosse um banco, parece que já tomaram 
seus cafés, e estão conversando a bastante tempo, eles conversa e ao mesmo 
tempo observa o ambiente, começaram a mexer no celular, provavelmente eles 
estão passeando ou esperando dar a hora de algum compromisso, a moça 
levantou, parece ter ido embora pois demorou pra voltar, o moço está sozinho 
mexendo no celular, depois de uns 10 minutos ela voltou e sentou de novo, 
parece ter ido no banheiro, pegaram suas coisas levantaram e foram embora, 
estavam com bolsa e guarda chuva. 
 
OBSERVAÇÃO DA MARIA GABRIELA 
No Shopping Miramar, observei o quiosque da Kopenhagen localizado no térreo. 
Este espaço oferece mesas e cadeiras, cercadas por algumas lojas, onde duas 
funcionárias cuidam do atendimento e preparo dos pedidos dos clientes. 
Observei um casal conversando em uma das mesas, enquanto duas mulheres 
trocavam palavras. Um grupo de quatro idosos, visivelmente contentes e ativos, 
compartilhava risadas e conversas, e quando um quinto senhor se juntou a eles, 
o clima festivo só aumentou, sugerindo que poderiam ser aposentados 
aproveitando um café durante a semana. 
Uma cena chamou a atenção das pessoas quando um menino expressou o 
desejo de tomar café da manhã na Kopenhagen, mas sua mãe negou e os dois 
18 
 
partiram. Enquanto uma das funcionárias cuidadosamente limpava as mesas, 
notei um semblante cansado em seu rosto. 
Em seguida, duas senhoras passaram por mim, uma delas acompanhada por 
um cachorro, e mais tarde uma senhora e um homem se sentaram juntos em 
uma das mesas do quiosque. Enquanto isso, o grupo de senhores continuava 
desfrutando de sua conversa, preenchendo o ambiente com bastante animação.19 
 
4ª OBSERVAÇÃO 
Local: Café Kopenhagen – Miramar Shopping – Santos-SP 
Data: 13/03/2024 - quarta-feira 
Horário: 11:15 às 12:15 
 
OBSERVAÇÃO DA ANA CAROLINA 
Na observação de hoje, decidimos seguir a mesma linha da observação 
passada: Ir pela segunda vez a um mesmo lugar, com circunstâncias climáticas 
diferentes, para observar quais os fenômenos mais prováveis de ocorrer diante 
da alteração de fenômenos como o tempo. 
Hoje era um dia de sol e calor na cidade. Chegamos no shopping e fomos direto 
ao café do piso térreo. Pegamos a mesma mesa da semana passada. Dessa 
vez, de primeira já foi possível notar uma pequena diferença no atendimento, a 
atendente não veio até nossa mesa assim que nos sentamos. Notei que ela 
estava bem ocupada. Passado um tempinho, ela veio nos atender. A qualidade 
de seu atendimento se manteve, ela realmente só parecia que estava mais 
corrida. 
Havia várias mesas ocupadas. Próximo a minha mesa, observei que havia 
novamente uma mesa com 4 idosos sentados… pensei ser os mesmos da 
semana passada, mas percebi que que não. Apenas um dos que estavam ali, 
era o mesmo que estava semana passada. Logo após, chegou um outro senhor, 
sentou-se junto deles. Este, também estava na semana passada. Pude observar 
que eles seguem a mesma dinâmica: devem ter afazeres na rua, e conforme dá, 
vão chegando e aumentando a roda em volta da mesa. Mas é o um grupo de 
amigos em comum, que tem por hobby tomar um café ali, conversar e deixar o 
tempo passar um pouco. Hoje tem uns vestidos mais informais, de bermuda, 
óculos escuro e boné. Observei também que eles conhecem muitas pessoas que 
passam por ali. Então muitos passam e param um pouquinho para cumprimentar 
e acabam conversando. No geral, parecem todos descontraídos, sorridentes e 
animados. 
20 
 
Nas mesas ao lado, tem quatro que estão ocupadas. Observei que todos mexem 
em seus celulares. Há um casal, homem e mulher, que não conversam entre si. 
Estão o tempo todo cada um no seu celular. Em outra mesa, 3 homens juntos, 
os três também não conversam e mexem em seus celulares. 
Na mesa que observei os idosos, passou uma mulher, aparentemente mesma 
faixa etária, vestida com roupa esportiva. Parou, cumprimentou todos, um em 
especial se levantou, a cumprimentou com um beijo no rosto, ela mostrou que 
havia ido comprar um tênis e ficou sentada um pouco de lado com ele. 
Conversaram por um tempo e ela foi embora. Ele se voltou a roda de amigos. 
Um casal com roupa de esporte também chegou e se sentou em uma das mesas. 
O homem foi até a mesa dos idoso, os cumprimentou, fez brincadeiras, riu. O 
clima entre eles parece sempre descontraído e animado. Enquanto ele 
conversava, sua mulher ficou sentada na mesa ao lado, mexendo em seu celular. 
Quando ele voltou, ela continuou no celular. Ele pegou o dele, e ambos ficaram 
em seus celulares. 
Fenômeno esse muito observado por nós: as pessoas, em geral, costumam ficar 
muito tempo conectada em seus aparelhos celulares. 
Ao final da observação, os idosos continuaram lá no café. Não aparentam ter 
pressa, estavam tranquilos e conversando. Esses, pouco mexem em seus 
aparelhos celulares. 
 
OBSERVAÇÃO DA IZABELE 
Hoje o dia está bem ensolarado e o ar-condicionado do Shopping bem gelado, 
em torno de 7 mesas ocupadas, mesmo as pessoas que estão acompanhadas 
conversam e mexem no celular. 
São as mesmas atendentes da semana anterior, a dinâmica do trabalho é a 
mesma, se revezam nas tarefas, uma delas está bem agitada, contando algum 
fato para colega de trabalho, demonstra certa indignação ao narrar os fatos. 
21 
 
O grupo de Senhores estão novamente no quiosque, conversam bastante, notei 
que não mexem no celular, um deles pediu café, e a interação contínua, outros 
homens passam e cumprimentam o grupo. 
Um casal chegou, devem ter aproximadamente 50 anos, roupas esportivas, se 
sentaram em uma mesa, fizeram seus pedidos, o homem se levantou e foi até a 
mesa do grupo dos homens, cumprimentou todos, e começaram a falar sobre 
futebol, enquanto isso a moça em sua mesa, não esboçou nenhuma reação e 
não foi cumprimentar o grupo, mexendo no celular ela estava e permaneceu até 
o rapaz voltar para a mesa. 
É possível notar que o Quiosque da Kopenhagen é um ponto de encontro para 
aquele grupo de senhores, e que muitas pessoas se sentam ali, pegam algum 
tipo de bebida e ficam passando o tempo. 
 
OBSERVAÇÃO DA JÉSSICA 
Chegamos no local praticamente o mesmo horário da semana passada, e 
encontramos o mesmo casal que eu havia observado na última semana, eles 
estão fazendo a mesma coisa, agora tenho quase certeza de que eles são um 
casal, pois ela levantou e deu um selinho nele, parece ter ido ao banheiro de 
novo, mas sempre demora um pouco para voltar, e o moço continuou sentado 
mexendo no celular, aparentemente eles devem frequentar o local sempre ou 
todo dia, e fazem a mesma coisa. A moça voltou, sentou-se e saiu de novo, e 
ele continuou sentado, não faço ideia de onde ela deve ter ido e o que foi fazer, 
depois de uns minutos que ela saiu, parece ter ido embora mesmo, ele pagou a 
conta e foi embora. 
Na semana passada, tinha uma mesa com vários idosos, eles aparentam ser 
amigos, e parece se juntarem vários dias da semana, eles pedem um café e 
ficam conversando por horas, e sempre vai chegando mais gente, eles chegam, 
sentam-se e ficam lá conversando, hoje em específico, no grupo tem dois que 
são os mesmos que vimos na outra semana, e tem outros diferentes, eles ficam 
conversando sobre vários assuntos diferentes, durante horas. Hoje vimos que 
chegou uma mulher, ela ficou conversando com um deles, e depois saiu, depois 
22 
 
de um tempo mais um daqueles que estava na outra semana chegou, eles 
continuaram conversando por muito tempo, eles aparentam ser aposentados, a 
maioria, porque ficam praticamente a manhã toda lá, então deduzi que 
provavelmente não tenham nada para fazer na parte da manhã então sempre 
fazem a mesma coisa, vão no café e se encontram pra ficarem conversando. 
As funcionárias são as mesmas da outra semana, elas costumam ser bem-
educadas e sempre pergunta se está tudo bem, normalmente para os idosos que 
sempre estão aqui. 
 
OBSERVAÇÃO DA MARIA GABRIELA 
Ao retornar à Kopenhagen, observei que o grupo de idosos estava novamente 
presente, porém dois novos senhores estavam acompanhando-os, enquanto 
notei a ausência de outros que estavam presentes anteriormente. 
O casal que também estava lá na primeira vez estava agora também no 
quiosque, a mulher se levantou, deu um selinho no marido e saiu do local. Notei 
que o grupo de idosos estava envolvido em uma conversa animada, enquanto a 
maioria das outras pessoas no quiosque estava mexendo nos celulares. 
O homem que estava com sua esposa inicialmente, agora estava sozinho, 
mexendo em seu celular, até que ela retornou mais tarde. As mesmas 
funcionárias da observação anterior, transitavam pelo espaço do quiosque, 
atendendo os clientes e preparando os pedidos. 
Um casal chegou e cumprimentou um homem que já estava na Kopenhagen e o 
grupo de idosos. Eles estavam vestidos com roupas esportivas, enquanto a 
mulher se sentava, o homem engajou-se em uma conversa com o grupo de 
idosos sobre a prática de esportes, sugerindo que já se conheciam. 
SÍNTESE DA OBSERVAÇÃO – CAFÉ KOPENHAGEN 
Ao observarmos o contexto do local, notamos que a grande parte das pessoas 
que frequentam e param para tomar um café, são as pessoas que estão “livres” 
pela manhã ou somente param e tomam seu café e vai embora, mas notamos 
que uma grande parte desses sempre frequentam o local, então ficamos com 
23 
 
uma conclusão de que eles ficam a parte da manhã trocando papo e passando 
o tempo, e pelo visto fazem isso sempre, e o que mais nos chamou a atenção 
foi o grupo de senhores que estavam lá todas as vezes, e aparentemente são 
muitos que frequentam o local e se conhecem, então eles sempre fazemisso, 
vai chegando um e outro e ficam conversando por horas. 
O fenômeno social deste local em si prevalece a socialização entre o grupo de 
idosos, e um momento de pausa para esses, e os demais frequentadores, 
permitindo recarregar suas energias enquanto desfrutam de alguma bebida e 
conversam entre si. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
5ª OBSERVAÇÃO 
Local: Praça da Santa Casa de Santos-SP 
Data: 20/03/2024 - quarta-feira 
Horário: 11:35 às 12:35 
 
OBSERVAÇÃO DA ANA CAROLINA 
Fiquei em frente ao Pronto-socorro da Santa Casa de Santos. Observando a 
movimentação do hospital, notei que é grande a movimentação de chegada e 
saída para visita. As pessoas em sua maioria têm vestimenta simples. Poucas 
usam máscara de proteção. Muitos carros de aplicativo chegam deixando 
passageiros. As pessoas chegam debilitadas, as vezes mancando, se apoiando 
em alguém que está acompanhando. Umas com andador, bengala. Outras com 
alguma parte do corpo com talas, gesso. Em geral, observei bastante pessoas 
com expressão de dor. O movimento de pessoas que chegam também para o 
horário de visita é grande. 
Notei que chegou uma van, com serviço de acessibilidade. Escrito em adesivo 
“a serviço da prefeitura de Guarujá”, veio buscar uma senhora, que caminhava 
com mobilidade reduzida. Desceu uma moça da van, com um sorrisão para a 
senhora, acionou o elevador de acessibilidade, ajudou a senhora a subir, a 
acomodou dentro da van e então a van foi embora. 
Eu estava sentada no banco da praça. Chegaram duas mulheres, com uma 
criança de aproximadamente 5 anos e uma bebê de meses, no colo de uma das 
mulheres. A criança de 4 anos passou falando que não vai para escola. Sua mãe 
disse estar triste com ela, pois ontem ela deu um show na hora de entrar na 
escola. Mordeu a mãe, fez escândalo. E sua mãe disse que hoje ela ia, sem falta. 
E falou que se ela desse escândalo, ia tirar seu celular. A mãe estava fumando, 
junto com outra mulher, que segurava uma bebezinha recém-nascida. 
A criança aparenta uns 5 anos. Está tomando uma lata de refrigerante e 
comendo bala. As moças parecem irmãs. Seguem a mesma movimentação de 
parecer que estão em intervalo de visita, ou de espera de algum procedimento. 
25 
 
É uma grande movimentação de pessoas que chegam para visita. Que chegam 
e perguntam a hora, então acabam conversando, falando que estão super 
adiantadas para sua consulta médica. O movimento se repete. 
Noto que chega outra van, dessa vez com a escrita “Lar espírita”. Veio buscar 
um menino, em cadeira de roda com paralisia cerebral. Ele estava acompanhado 
de uma mulher. A van também tinha acessibilidade para cadeira. A mulher 
colocou o menino dentro, se sentou e foram embora. 
Um tempo depois, havia uma mulher sentada no banco ao lado do que eu estava, 
ela começou a contar para outra, que havia chegado a pouco e lhe perguntado 
as horas, o porquê de ela estar ali. Ela estava com uniforme de Escola (de 
professora de educação infantil). Disse que estava indo trabalhar e estourou uma 
veia do seu olho. Ela disse que é glaucoma, mas que é normal, que por pegar 
criança no colo, o peso acaba fazendo isso. Mas ela estava revoltada porque o 
médico que lhe atendeu passou tratamento, e lhe deu um atestado, afastando-a 
do trabalho por 6 dias. E ela disse que não podia faltar no trabalho assim, que 
poderia até perder o emprego, então pediu apenas um de comparecimento, mas 
disse que ele negou e falou que ela precisava cuidar dos olhos. Revoltada, deu 
uma suspirada e disse “fazer o que, né? Agora vou levar isso na escola e ver 
como fica. Mas eu consigo trabalhar...” E foi embora, se despedindo da moça 
que acabara de conhecer. 
Um pouco próximo a hora do almoço, começam a sair turma de médicos. Jovens 
adultos. Saindo em grupo. Muitos com jaleco pendurado. Parecem residentes 
saindo para horário de almoço. 
O movimento ali não para. E tanto pelos carros, como por vestimentas, é possível 
perceber que é um local com público de poder aquisitivo variado. Tendo carros 
importados estacionados, e ao mesmo tempo, pessoas chegando em Vans que 
prestam atendimento social. 
 
OBSERVAÇÃO DA IZABELE 
A fachada do pronto socorro é bege, com as letras em prata. Na entrada tem 3 
máquinas automáticas, com alguns produtos alimentícios para compra: 
26 
 
Primeira máquina é de refrigerantes com vários sabores, tem opção de água. 
Segunda tem opções com lanches naturais, salgadinhos e refrigerantes. Terceira 
máquina é de bebidas, no entanto de café, chocolate etc. 
Logo na entrada existe pessoas desembarcando de carros particulares ou de 
Uber. Na entrada do Pronto Atendimento fica uma recepcionista, vestida de 
branco e um jaleco azul, ela posicionada ao lado de um totem, ela retira as 
senhas e fornece orientações, em um dos bolsos do jaleco ela tem uma tesoura, 
e quando as pessoas saem estendem o braço para que a mesma corte a etiqueta 
de identificação, além disso, tem álcool em gel e máscaras disponível para 
pacientes e acompanhantes. 
A recepcionista fica em pé o tempo todo e não tem um banco para sentar-se, em 
alguns momentos ela encosta na parede, mas quando alguém se aproxima ela 
logo volta a postura ereta. Ela tem uma feição séria, bem-educada ao passar as 
informações. 
Um paciente ao sair brincou com a recepcionista, falando que ela é a tesoureira 
da Santa Casa (pelo fato dela usar a tesoura para cortar as etiquetas), ela reagiu 
bem a brincadeira, retribuindo com uma risada. 
Duas mulheres saíram da ala de pronto atendimento, a mais jovem que deve ter 
por volta de 40 anos, estava com alguém no telefone informando que já saíram 
do hospital, e a pessoa do outro lado da linha pediu uma foto do local onde elas 
estavam, a outra senhora que tem mais de 70 resmungou para que foto... Tudo 
tem que fazer foto. 
A mulher mais nova ainda está com a pessoa no telefone e fala que a senhora 
está impaciente, não quer ficar dentro do pronto socorro aguardando alguém as 
buscar, a foto na verdade era para que a pessoa do outro lado da linha 
identificasse em qual entradas elas estavam, porque estava solicitando pelo 
aplicativo um carro para ir buscar as senhoras. Após alguns minutos o Uber 
chegou. 
 
 
 
27 
 
OBSERVAÇÃO DA JÉSSICA 
Chegamos no local e fomos ver se conseguíamos entrar na recepção, mas para 
entrar tem que pegar uma senha, então preferimos ficar fora, até por causa das 
doenças que estão por aí, então nos sentamos nos bancos que tem na parte do 
estacionamento, que fica na frente da entrada, é um estacionamento bem 
grande, têm várias arvores, carros estacionados. 
As pessoas que frequentam o local são bem simples, a maioria, mas observei 
que tem bastante carros importados, e os populares parece ser mais ubers, que 
só entra e sai, bastante pessoas são vistas sozinhas, e algumas em família, 
ficam aguardando serem atendidas ou esperando o horário de visita, ou até 
esperando alguém vir buscar, aqui fora aonde estamos sentadas tem pessoas 
esperando, sozinhas ou com mais alguém, então ficam conversando ou 
mexendo no celular. 
Chegou uma família, duas mulheres, uma bebê e uma criança, aparentemente 
são irmãs, parece estar esperando para visitar a mãe, ficaram um pouco no 
banco e depois foram para sombra por causa da bebê, elas chegaram falando 
para a criança parar de enrolar para não ia para a escola, e meio que brigando 
porque ela mordeu, e que iria tirar o celular. 
O fluxo do local é bem alto comparado a outros lugares, aqui também tem 
consultas médicas, então tem gente que chega mais cedo e fica esperando o 
horário. Vemos muito movimento de funcionários, saem tirando o jaleco, 
provavelmente indo almoçar. 
 
OBSERVAÇÃO DA MARIA GABRIELA 
Durante minha observação na praça do Hospital Santa Casa, pude analisar o 
comportamento das pessoas e suas interações no ambiente. Sentada em um 
dos bancos próximos à entrada do pronto-socorro da Santa CasaParticular e 
Convênios e 1 G entrada, pude observar tanto a chegada de pessoas, algumas 
de carro e outras a pé, quanto a partida delas. Uma van de Guarujá parou em 
frente à entrada principal, onde uma senhora foi acompanhada por outra mulher 
para dentro da van, onde subiu utilizando um elevador de acessibilidade. 
28 
 
Ao longo do tempo, percebi um fluxo constante de pessoas chegando e saindo 
do hospital, incluindo um homem utilizando muletas e outros com dificuldades de 
locomoção. Na praça, observei duas mulheres, uma com um bebê no colo e 
outra com uma criança. A criança expressou que não haveria tempo para ir à 
escola devido estarem no hospital, e a mulher mencionou que ela ficaria sem o 
celular se continuasse falando assim. 
Durante a observação, uma ambulância passou pela área. Notei que algumas 
pessoas entravam no hospital para receber atendimento médico, enquanto 
outras pareciam estar aguardando para serem atendidas ou para visitar algum 
paciente. Ao passarem pela porta de entrada do hospital, as pessoas já portavam 
alguns documentos, pois havia um guarda na entrada que as direcionava para 
retirar a senha correspondente ao serviço que buscavam. 
Além disso, observei alguns funcionários trajando uniformes amarelos, que 
aparentavam ser responsáveis pela segurança do estacionamento, portando 
rádios de comunicação. No decorrer da observação, um grupo de dois homens 
e duas mulheres jovens saiu do hospital, todos vestindo jalecos, indicando 
possivelmente serem internos ou residentes. Pouco depois, mais dois homens 
vestindo jalecos também deixaram o local. 
 
SÍNTESE DA OBSERVAÇÃO – PRAÇA DA SANTA CASA DE SANTOS 
Ao analisar o contexto do cotidiano em um Hospital, é possível notar um fluxo 
grande de pessoas como pacientes, acompanhantes e funcionários, como essa 
interação acontece. 
As pessoas buscam por atendimento devido alguma enfermidade, muitas 
chegam com feições de dor, e outras de apoio até para andar, mas ali não há 
nenhum segurança ou funcionário para ajudar na locomoção na entrada do 
pronto atendimento. 
A recepcionista ali parada, aguardando ser solicitada, feição seria e demonstra 
cansaço ao encostar na parede, no entanto sempre atentar as perguntas e 
esboça um sorriso ao ser cumprimentada, pela sua postura tudo ali é repetitivo, 
29 
 
e muitas vezes é como se as pessoas não a notassem por passar direto pela 
entrada. 
Será que as pessoas a ignoram por falta de educação ou por estarem despeço 
com algum tipo de angústia, já que estamos observando um cenário em que 
muitas vezes as pessoas estão com algum ente querido internado. 
As duas mulheres saindo do pronto atendimento, é possível notar todo o zelo e 
cuidado da mulher mais nova com a senhora mesmo com a demonstração de 
impaciência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
6ª OBSERVAÇÃO 
Local: Cantina UNIP – Santos (térreo) 
Data: 27/03/2024 - quarta-feira 
Horário: 11:10 às 12:10 
 
OBSERVAÇÃO DA ANA CAROLINA 
Hoje é um dia nublado, garoou um pouco pela manhã. Pessoas estão de guarda-
chuva, algumas de casaco. Em sua maioria, observo que os jovens são os que 
mais usam jaquetas de moletom. 
O espaço tem mesas dispostas como praça de alimentação. Tem duas cantinas, 
uma ao lado da outra. O pé direito é alto, bem iluminado, conta tanto com 
bastante luz natural quanto lâmpadas brancas. 
Alguns alunos vão direto em uma cantina e fazem seu pedido, outros já passam, 
olham as duas vitrines e optam por uma. As mesas são dispostas com 4 cadeiras 
e mesas juntos, estilo praça de alimentação. 
Sentados na mesa em frente a que estou, tem um grupo de 7 alunos com 
uniforme da “Educação Física” 3 meninas e 4 rapazes. Eles juntaram duas 
mesas. São jovens, conversam em voz alta, dão risadas alta, falam bastante 
gírias e palavrão. Quase tudo que falam, dão risada. 
Senti cheiro de bolo no forno. Alguma cantina deve estar com bolo assando. 
Ao meu lado esquerdo, está sentado um casal. Jovens também. Parecem 
apaixonados. Trocam carinho por cima da mesa, na mão, no rosto. Conversam 
sorrindo um para o outro, olhando nos olhos… eles falam baixinho, bem 
próximos. Inclinando seus corpos sobre a mesa. Sempre com muito carinho um 
pelo outro. 
Chegou uma moça sozinha, ombros curvados, parece mais retraída. Usando o 
guarda-chuva como bengala. Procurou uma mesa, assim que sentou pegou seu 
celular e não largou mais. Não tirou a mochila das costas. Faço um paralelo, e 
31 
 
observo que sua postura, sozinha, é diferente dos demais que estão em grupo, 
sorridentes e falastrões. 
 A maioria das mesas é composta por grupos de estudantes. A faculdade está 
para iniciar a semana de provas, e existem vários grupos estudando. Tem uma 
mesa com um homem e três moças. Duas moças estão com seus cadernos e 
não param de escrever. O rapaz é o que mais conversa. 
É hora do almoço e há também bastante movimento de funcionários almoçando 
ou fazendo um lanche. Noto que mesmo em grupo, as pessoas mexem muito 
em seus celulares e as vezes interagem pouco com quem está na mesa. Mas os 
funcionários que observei, quando chegavam com algum colega, conversavam, 
e quando estavam sozinhos, logo que se sentavam, pegavam seus celulares. 
Observei que tem um pessoal de curso da área da saúde, que se vestem inteiro 
de branco. Eles, em grande parte, trazem marmita e almoçam na cantina. 
Em sua maioria, pessoas sozinhas ficam mais no celular, mas também mexem 
nele quando estão em grupos (duas amigas na mesa de trás, cada uma mexe 
no seu e mostra para a outra algo que veem). 
Chegou um grupo de 4 amigos. Assim que se sentaram, os quatro tiraram o 
celular do bolso. Estavam animados, agitados… percebi que estão jogando. 
Parecem bem jovens, uns 18 anos. Começaram a conversar e rir… Três deles 
dispersaram do celular, mas um ficou. Está vidrado, jogando sem parar. Nem 
interage com os amigos. Já os três mexem em algo, mostram para o outro e 
caem na risada. 
O movimento de funcionários indo almoçar é contínuo. Agora, 12:05 senti um 
cheiro de salgado. Deve ter saído uma boa fornada. E o movimento nas cantinas 
continua... 
 
OBSERVAÇÃO DA IZABELE 
A praça de alimentação fica logo na entrada da Unip, no lado esquerdo, tem 2 
lanchonetes, uma área com salas de vidro destinada para cursos EAD e outra 
sala. 
32 
 
A praça está bem movimentada, observei que a maioria dos alunos andam em 
grupos, alguns grupos parecem estar passando o tempo, outros fazem grupo de 
estudos, mas tem pessoas que afastas estudando sozinhas. 
Tem uma funcionária da faculdade, limpando o chão, está varrendo e recolhendo 
os lixos, ela interage com uma funcionária da lanchonete, elas conversam, mas 
não se prologam no assunto, e logo a funcionária da faculdade se retira. 
Noto um grupo de 4 amigos (3 meninas e 1 menino), estão estudando, uma delas 
está com caderno em mãos, com várias anotações, eles conversam bastante, 
tiram dúvidas um do outro. 
Do lado oposto tem uma menina sozinha, mexendo no celular e fazendo muitas 
anotações. 
A praça tem muito ruídos, por conta das conversas em grupos e por conta das 
lanchonetes também. 
A praça da Unip é um ponto de encontro, muitos ficam ali para interagir com o 
seu grupo, é possível ver pessoas que trazem marmitas feitas de casa apesar 
de ter lanchonete disponível. 
 
OBSERVAÇÃO DA JÉSSICA 
A cantina principal da Unip em si contém duas lanchonetes, e várias mesas e 
cadeiras, normalmente os alunos e funcionários frequentam o local para lanchar 
ou ficar conversando mesmo. 
Sentamo-nos em uma mesa no canto, para conseguir ter uma visão maior, do 
nosso lado tem um casal, eles estão sentados de frente, conversam e trocam 
carícias, com olhares apaixonados, aparentemente são alunos, parecem ser 
calouros, eles ficaram um tempo aqui e foram provavelmente embora. 
Tem mesas que tem grupos de alunos, outras alguém sozinho, em dupla, a 
maioria em grupo, então ficambastante tempo sentados conversando sobre 
vários assuntos aleatórios. 
 
33 
 
Por ser começo de ano sempre tem mais gente, então aqui sempre está cheio, 
no intervalo a fila das lanchonetes são imensas. 
A grande maioria sempre está mexendo no celular, sozinha em grupo, o celular 
sempre permanece ali. 
Os alunos e funcionários quando vai chegando esse horário sempre pede pra 
moça da lanchonete esquentar as marmitas, e outros pedem o almoço mesmo 
no local. As funcionárias quase nunca ficam parada, sempre estão fazendo algo, 
fazendo bolo, salgados ou preparando a comida. 
 
OBSERVAÇÃO DA MARIA GABRIELA 
Durante minha observação no refeitório da Unip, pude analisar as dinâmicas de 
interação entre os alunos. Predominantemente jovens, eles se agrupam para 
conversar, usar seus celulares ou fazer suas refeições. 
O ambiente é espaçoso, com várias mesas e bancos, além de duas lanchonetes 
e banheiros disponíveis. 
As funcionárias das lanchonetes atendiam os clientes e preparavam os lanches. 
Notei também um casal agindo de forma carinhosa, enquanto um grupo de 
estudantes de educação física, identificados por suas blusas do curso, 
interagiam de forma animada, com risadas e conversas altas. 
Além disso, observei uma estudante dedicada, imersa em seus estudos, com a 
mesa coberta de papéis. Outro grupo, composto por quatro jovens, estava 
engajado em uma conversa entre eles, embora um dos membros estivesse 
constantemente distraído com o celular. 
Uma observação relevante é a prevalência do uso de celulares, tanto por 
pessoas que estão sozinhas quanto por aquelas em grupo. 
 
SÍNTESE DA OBSERVAÇÃO – CANTINA UNIP 
Com base nas observações do refeitório da Unip, é evidente que o ambiente é 
frequentado principalmente por pessoas jovens, que interagem de diversas 
34 
 
formas. As interações variam desde conversas em grupo até momentos de 
intimidade, como o casal trocando carícias. Nota-se também a presença de 
estudantes dedicados, como a menina estudando sozinha, e de grupos mais 
descontraídos, como os jovens da educação física, que conversam alto e riem. 
Além disso, é comum ver pessoas usando seus celulares, tanto individualmente 
quanto em grupos. O refeitório, com sua estrutura ampla e diversas mesas, 
oferece um espaço propício para essas interações sociais, refletindo a dinâmica 
e diversidade da comunidade universitária. 
Além disso, a presença de funcionárias das lanchonetes atendendo os clientes 
e preparando os lanches contribui para a dinâmica do ambiente, oferecendo 
opções de alimentação e contribuindo para a comodidade dos frequentadores. 
A variedade de atividades observadas, desde estudos solitários até interações 
sociais animadas, ilustra a multifuncionalidade do refeitório como um espaço 
para alimentação, estudo, socialização e relaxamento. 
A prevalência do uso de celulares também destaca a influência da tecnologia na 
vida cotidiana dos estudantes universitários. Em suma, o refeitório da Unip é um 
espaço diversificado, onde as pessoas encontram maneiras diferentes de 
aproveitar e interagir. 
Além do mais, a observação de um grupo de jovens homens interagindo entre 
si, com um deles concentrado no celular, sugere a coexistência de diferentes 
estilos de interação e interesses dentro do mesmo ambiente. 
Essa diversidade de comportamentos e atividades ressalta a pluralidade de 
interesses e personalidades presentes na comunidade estudantil da Unip. Por 
fim, a atmosfera geral do refeitório, com sua movimentação constante e 
variedade de atividades, destaca-o como um espaço central de convivência e 
integração dentro do campus universitário. 
 
 
 
 
35 
 
7ª OBSERVAÇÃO 
Local: Praia de Santos – Quiosques canal 2 
Data: 04/04/2024 - quinta-feira. 
Horário: 11:15 às 12:15 
 
OBSERVAÇÃO DA ANA CAROLINA 
Sentamo-nos em banquinhos de concreto que tem na praia de Santos. É uma 
mesa com 4 banquinhos, sem encosto, em estrutura de concreto. A cidade é 
atravessada por canais, numerados do 1 ao 7. Os canais cortam a cidade e saem 
no mar. Ficamos hoje em um desses canais, o 2, no bairro do Gonzaga. 
Era um dia ensolarado e quente. Os termômetros marcavam 30°C. Ao chegar e 
passar pelo primeiro quiosque, que estava vazio, uma funcionaria nos abordou, 
oferecendo mesa, cervejinha e churrasco. Agradecemos e cada uma se sentou 
em um ponto, observando aquele cenário. 
Próximo a mim, chegou um casal de jovens adultos, com roupa de passeio. Ela 
de minissaia, blusa e rasteirinha, ele de chinelo, bermuda e sem camisa. 
Pararam no quiosque de coco, cada um tomou uma água de coco, ficaram 
mexendo no celular, interagiram pouco entre si, terminaram a água e foram 
embora. Do outro lado, oposto ao meu, tem o calçadão, e ali havia 4 homens em 
situação de rua. Com eles, um cachorro. Eles estão com dois carrinhos (tipo de 
supermercado), cheios de coisas. Panos, roupas e mais algumas coisas que não 
consegui identificar. Dos 4, 2 estão deitados no chão. Um parece estar dormindo, 
o outro está apenas deitado, conversando com os demais. 
Sentado ao lado deles, tem dois senhores que estão conversando há um tempo 
(quando cheguei, eles já estavam ali). E estão vestidos com roupa de passeio, 
bem arrumados. Usam boné, relógio. Um usa uma bengala. Eles estão sentados 
debaixo de uma arvore, na sombra, e parecem tranquilos. A movimentação dos 
4 homens em situação de rua logo ao lado deles, não lhes parece chamar 
atenção em algum aspecto. 
36 
 
É um dia lindo de sol, e o ambiente que escolhemos nos oferecem várias cenas. 
As pessoas passam pelos homens em situação de rua, eles estão agora 
comendo, sentados no chão. E ninguém parece se chocar. Parece uma cena 
comum no cotidiano, passam sem observar, como se fosse algo habitual. 
Um deles depois de comer foi até o chuveirinho. Aliás, observei que o local que 
eles estão é bem estratégico quanto a localização de chuveirinhos e banheiros 
próximo. Ele foi de roupa e mais do que uma ducha, pareceu tomar banho. 
Mesmo que de calça jeans, dava para notar que ele não apenas se refrescava, 
mas lavava todas as partes de seu corpo. Saiu dali com a calça jeans molhada 
e foi ao banheiro. Ao sair, viu um casal que estava fumando e tomando cerveja 
parados em frente ao banheiro, ele pediu um cigarro, recebeu e foi deitar no 
chão, ao lado dos outros homens. 
Dois casais passaram e chamaram minha atenção. Pelas suas roupas, achei 
algo incomum para a praia, naquela temperatura. Os homens de calça e 
camiseta polo, as mulheres de vestido longo e bolsas a tira colo. Eles estavam 
indo até um dos quiosques. Foram almoçar. É interessante colocar que ao 
mesmo tempo que achei incomum vê-los nesse traje na praia, passou uma moça 
pelo calçadão da avenida que estava trajando biquíni, e também estranhei. Por 
estar usando biquíni fora da faixa de areia. É importante lembrar que não existe 
certo ou errado quanto a vestimenta, para um lugar tão democrático quanto a 
praia de Santos, que como eu citei acima, oferece vários cenários: mergulho de 
mar, sol, prática de esportes ou almoço no quiosque. Apenas uma visão minha, 
como observadora que um mesmo lugar, ao mostrar várias nuances, desperta 
sentimentos diferentes em quem observa. 
 
OBSERVAÇÃO DA IZABELE 
O dia estava quente com uma temperatura de 28°, ao chegar no local notei um 
grupo de 5 homens em situação de rua, um estava deitado no chão, e os outros 
conversando, havia também um cachorro, e dois carrinhos de mercado com 
algumas coisas. 
37 
 
Próximo ao grupo de situações de rua, tinha dois senhores sentados em um 
banco embaixo de uma arvore, estavam conversando e não esboçaram se 
incomodar com a presença do grupo próximo a eles, pois a conversa fluía. 
Mesmo a praia sendo um espaço de lazer, havia dois rapazes fazendo a 
manutenção das câmeras da orla da praia, devidamente uniformizados, estavam 
verificando as câmeras, amarraram a escada no poste, o funcionárioque subiu 
na escada colocou o equipamento de proteção, enquanto o outro estava no 
celular, um dos rapazes usava uma camiseta de proteção UV por baixa da blusa 
do uniforme da empresa, enquanto o outro não, finalizaram um poste e foram 
para o próximo, revezaram o trabalho. 
O fluxo do local estava bem calmo, mas era possível notar algumas pessoas se 
exercitando ou chegando a praia para passar o dia. 
 
OBSERVAÇÃO DA JÉSSICA 
Ficamos sentadas nos bancos com mesa, onde tem vários quiosques, neles tem 
um que vende água de coco, tem uma cervejaria, um de caipirinha, porção etc. 
De começo, assim que chegamos, já avistamos um grupo com 4 homens e 1 
cachorro em situação de rua, eles ficam conversando, outros deitados no chão, 
e alguns dormindo, carregam um carrinho com suas coisas, eles ficam sem 
camisa e sempre estão na sombra. 
Nesse horário e local, vemos um fluxo de pessoas mais velhas, passeando, 
conversando etc. 
Os funcionários dos quiosques esse horário fica organizando, escutando música, 
e conversando entre eles, pois esse horário quase não tem movimento, uma 
pessoa ou outra que para beber uma água de coco e vai embora. 
Pessoas caminham pelo calçadão, a maioria sempre está em dupla, de bicicleta, 
mulheres a pé e de biquini, pessoas sozinhas passeando com o cachorro… duas 
senhoras de aparentemente 60 anos para mais, de biquini e tênis, elas vieram 
da areia, caminhando, parece estarem se exercitando e por estar de biquini 
38 
 
acredito que estejam aproveitando o sol, elas deram uma volta e depois entraram 
no carro e foram embora. 
 
OBSERVAÇÃO DA MARIA GABRIELA 
Num dia ensolarado, sentada nas mesinhas ao redor dos quiosques no calçadão 
da praia, pude observar uma série de comportamentos e atividades que se 
desenrolava diante de mim. 
Logo no início, um casal chegou a um dos quiosques e pediu água de coco. 
Enquanto conversavam, o homem mexia no celular e, em poucos minutos, 
partiram. 
Mais adiante, dois senhores conversavam em um banco debaixo das árvores. 
Um deles, com uma bengala e joelheira. Próximo a eles, quatro homens em 
situação de rua, um deitado e outros sentados conversavam, acompanhados por 
um cachorro. Um dos homens em situação de rua se aproximou de um dos 
quiosques e conversou com um dos funcionários. 
Um pouco adiante, dois homens uniformizados pareciam estar fazendo 
manutenção nas câmeras de segurança do calçadão, subindo em escadas e 
uma mulher também uniformizada, cuidava da limpeza do banheiro público 
próximo ao quiosque. 
Enquanto isso, dentro do quiosque que vendia coco, dois funcionários atendiam 
os clientes enquanto trocavam algumas palavras entre si. Além disso, o calçadão 
estava movimentado com pessoas caminhando, algumas acompanhadas por 
cachorros, outras correndo. A maioria vestia roupas leves, óculos de sol, bonés 
e trajes de praia, aproveitando o clima. 
 
SÍNTESE DA OBSERVAÇÃO – PRAIA DE SANTOS – QUIOSQUES CANAL 2 
A partir das observações, é possível concluir que o calçadão da praia em um dia 
ensolarado é um ambiente dinâmico e diversificado, onde diferentes grupos 
interagem de maneiras variadas. Desde casais desfrutando de bebidas em 
quiosques até pessoas em situação de rua, o espaço é utilizado de diversas 
39 
 
formas. Além da presença de trabalhadores realizando manutenção e limpeza. 
Em suma, o calçadão da praia é um espaço vibrante que atende às 
necessidades e interesses de uma ampla gama de pessoas. 
Além disso, a presença de pessoas caminhando com cachorros e outras 
praticando atividades físicas como corrida indica uma valorização do espaço ao 
ar livre para a prática de exercícios e o convívio com animais de estimação. A 
diversidade de vestimentas, incluindo roupas leves, óculos de sol e bonés, reflete 
a adaptação das pessoas ao clima ensolarado da praia. No entanto, a 
observação da interação entre diferentes grupos sociais, como casais, 
trabalhadores, pessoas em situação de rua e funcionários de quiosques, também 
revela as disparidades e desigualdades presentes na sociedade. 
Adicionalmente, a presença de trabalhadores realizando manutenção em 
câmeras de segurança e uma mulher limpando o banheiro público ressalta a 
importância da segurança e da higiene para o bem-estar e conforto dos 
frequentadores do calçadão. 
Essas atividades de manutenção e limpeza contribuem para a qualidade do 
ambiente e para a experiência positiva dos visitantes. No entanto, também é 
possível observar momentos de descontração e interação social, como os 
funcionários do quiosque conversando enquanto atendem os clientes, o que 
evidencia a atmosfera relaxante e acolhedora do local. 
Em resumo, o calçadão da praia é um espaço multifacetado, onde coexistem 
atividades de lazer, trabalho, manutenção e convivência social, refletindo a 
diversidade e a dinâmica da vida urbana à beira-mar.

Continue navegando