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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP CAMPUS II – RANGEL GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA ANA CAROLINA M. H. PRESTES – T719801 IZABELE COSTA DA SILVA – G55BAG5 JÉSSICA LUNA DUARTE – N0008F3 MARIA GABRIELA CAMILO LEITE DOS SANTOS – N0195J7 RELATÓRIO PARCIAL DE OBSERVAÇÕES Estágio supervisionado de Psicologia do Cotidiano SANTOS 2024 2 ANA CAROLINA M. H. PRESTES – T719801 IZABELE COSTA DA SILVA – G55BAG5 JÉSSICA LUNA DUARTE – N0008F3 MARIA GABRIELA CAMILO LEITE DOS SANTOS – N0195J7 RELATÓRIO PARCIAL DE OBSERVAÇÕES Estágio supervisionado de Psicologia do Cotidiano Trabalho apresentado ao curso de psicologia do 4°/5° semestre da Universidade Paulista como requisito para avaliação parcial de estágio supervisionado da disciplina Psicologia do Cotidiano. Orientador: Prof. Armando SANTOS 2024 3 1ª OBSERVAÇÃO Local: Terminal Rodoviário de Santos – Santos-SP Data: 26/02/2024 - segunda-feira Horário: 10:15 às 12:15 OBSERVAÇÃO DA ANA CAROLINA Assim que chego na rodoviária, observo que sua estrutura é em maior parte envidraçada, com uma estrutura em aço estampado com furos, na cor azul escura. Desço do carro, e o local de embarque e desembarque onde parei é movimentado, cheio de táxis, pessoas com malas, mochilas, de olho em seus celulares e placas de carro, acredito que procurando seus carros por aplicativo. Grande movimento de pessoas chegando e saindo. Para entrar, o acesso a parte interna se dá por uma escada pequena, de 6 degraus e uma rampa. Tudo acessível, inclusive com piso tátil para pessoas com deficiência visual. Porta de vidro automática, um segurança logo na entrada. Pé direito alto, salão envidraçado e ambiente bem iluminado. Assim que entro, sinto um cheiro de salgado, que vem de três lanchonetes que existem no salão. Logo na entrada, tem uma placa de sinalização azul, do tom do aço estampado de fora, luminosa, com letras em led branco, estruturada no teto, indicando todos os locais de acesso da rodoviária: Guichês de vendas de passagens; Apoio médico, sanitários e Fraldário (masculino, feminino e com acessibilidade); Sala de espera de passageiros; Plataforma de embarque e desembarque e praça de alimentação. Pelo salão tem Telas, no suporte de parede, indicando os horários de embarque dos ônibus. Tem um corredor com os guichês para compra de passagem e um guichê de informações turísticas. Todos com câmeras do lado externo e interno da cabine. Computadores, funcionários uniformizados. Para a compra de passagens, filas de pessoas de variadas faixas etária. Bastante adultos e idosos, algumas crianças e jovens. Pessoas sozinhas, grupos de amigos. Pessoas vestidas em sua maioria com roupas confortáveis. Algumas de traje mais social, 4 como se estivessem indo trabalhar. Pessoas com malas, mochilas, bagagem de mão. Notei dois grupos que me chamaram atenção: Havia um grupo de 8 ciclistas. Estavam todos com macaquinho de ciclismo, capacete e suas bicicletas. Estavam animados, rindo, brincando e comprando passagens para São Paulo, procurando por uma empresa que estivesse com o bagageiro vazio, para conseguirem ir todas as bicicletas juntas. Se mantiveram animados todo o tempo que estive por ali. Outro grupo, 5 adultos. 3 homens e 2 mulheres, com fantasia de paquita (da Xuxa). Os homens com chapéu vermelho e detalhes dourados. Um com uma camiseta escrito “Xuxa” e as duas mulheres com camiseta prateada, também com escritas da Xuxa. Era um grupo de amigos, pareciam voltar de algum evento… Porém, não tinham o mesmo ânimo do grupo dos ciclistas. Estavam com malas, travesseiros na mão, aguardando o ônibus, sentados, com expressão de cansaço. Uns mexeram no celular, uma das mulheres se apoiou no travesseiro. Estavam mais para uma Quarta-Feira de Cinzas. Pelo terminal existem bastante placas de sinalização com regras, como o aviso de que é proibido fumar no local, a obrigatoriedade do uso de máscara e até avisos falando que é “Proibido Mexer nas plantas” próximo aos vasos. O que me fez acreditar que está ali porque mexiam antes. Observei também grupo de funcionários, com coletes verde neon, com fitas fluorescentes. 4 homens, esperando os ônibus chegarem na plataforma, para então organizarem o embarque. Enquanto eles aguardavam, ficaram em roda, conversando e rindo. Um pareceu fazer piada, todos, riram. Um chutou o outro brincando. Assim que chegaram os ônibus, eles mudaram a feição, assumiram uma postura mais séria e cada um foi para sua função, abandonando o ar de brincadeira de segundos atrás. OBSERVAÇÃO DA IZABELE A fachada é azul, escrito “Estação Rodoviária de Santos” em branco. A rodoviária fica de frente para uma praça, onde é possível ver algumas pessoas em situação de rua. 5 Ao chegar na rodoviária existe um grande fluxo de pessoas embarcando e desembarcando de taxis e Uber, outras pessoas paradas mexendo no celular. Subi a escada para ter acesso a parte interna da rodoviária, tem um segurança logo na entrada, do lado direito fica os guichês para comprar as passagens, e do lado esquerdo fica uma praça de alimentação, com 4 lanchonetes e duas lojinhas de venda de artigos para lembranças e presentes. Observei um rapaz sentado em uma mesa mais ao canto, sozinho, mexendo no celular, fazia expressões de riso, digitava bem rápido, apesar de estar na praça de alimentação não estava comendo. Depois de um certo tempo, chegou uma moça com uma menininha, se cumprimentaram, a moça colocou suas bolsas na cadeira e conversaram um pouco, o rapaz estava à espera da moça e se dirigiu a lanchonete com a criança. Uma das lanchonetes, com nome de “Café Floresta”, tem duas atendentes, estão conversando bastante, entre um atendimento e outro, elas interagem e fazem suas tarefas, são simpáticas e educadas. Quando chega algum ônibus na plataforma de embarque e desembarque, sempre tem um funcionário da agência para ajudar as pessoas a retirarem as malas, e as pessoas descem com pressa e com celular na mão, muitas já se dirigem para a saída. OBSERVAÇÃO DA JÉSSICA A rodoviária é o lugar onde as pessoas pegam ônibus para viajar para outra cidade, ou chegam de viagem. Na entrada tem escadas, com corrimão, e ao lado uma rampa para subir com malas, as portas são todas de vidro, logo quando entra sente um cheiro de salgados e café com leite, tem dois acessos, na esquerda tem duas lojinhas que vende acessórios e lembranças da cidade, são lojas pequenas, nas duas tem as vitrines com portas de vidros, com bastante coisas amostra, como carrinhos, chaveiros, copos, garrafas etc. Por dentro as lojas são cheias de coisas, nas paredes, balcão, tudo com lembranças, acessórios, bolsas e muito mais. No mesmo ambiente tem quatro lanchonetes, três delas tem o estilo bem parecidos, tem o balcão, em cima tem doces amostra, 6 salgados, geladeiras com bebidas, uma delas serve até almoço, a outra que é a menor, é como se fosse uma cafeteria de rede, pequena, vende cafés e salgados, no centro desse ambiente tem mesas e cadeiras que fica em frente as lanchonetes, e ao lado tem bancos, ao redor de plantas. Entrando pela direita, já se vê vários guichês onde vende passagens, em todos eles tem uma tela em cima identificando os lugares e os ônibus, é como se fosse um corredor, no final dele continua os guichês, tem a parte onde fica os banheiros nesse mesmo ambiente, virando à esquerda no final do corredor. Nesse local tem mais um corredor onde você consegue dar a volta, indo por ali tem a área de espera, contém várias cadeiras azuis enfileiradas, tem televisões mostrando os horários que os ônibus chegam, nesse local as portas também são todas de vidros e automáticas, elas ficam fechadas porque tem ar condicionado, saindo por essa porta, tem escadas, onde é o acesso para o embarque e desembarque dosônibus, é como se fosse uma garagem, eles vão parando um do lado do outro e as pessoas fazem fila para embarcar. Nesta segunda-feira as 10:15 da manhã percebe-se bastante fluxo de pessoas, a maioria delas com malas, mochilas, possivelmente voltando para casa depois do fim de semana na praia, aparentam estar cansadas, usam roupas básicas e confortáveis, tem crianças, jovens, adultos e idosos, bastante gente fica aguardando sentadas, tomam café e comem algo nas lanchonetes, para passar o tempo ficam sentadas mexendo no celular, ou se está com alguém fica conversando, ou só olhando o ambiente, tem gente que aproveita o tempo para se maquiar, percebe bastante gente lá fora esperando Uber ou taxi, a maioria das pessoas estão sem pressa, então andam devagar olhando ao redor, pois muitas vezes não conhece, outras andam mais rapidamente porque deve estar atrasados ou com pressa. Na porta tem seguranças, dentro da rodoviária tem as moças que ficam limpando o local, elas usam uniforme, calça, camisa azul e bota. Nos guichês nota que a maioria das pessoas que estão na fila para comprar passagem são mais velhas, pois acham mais fácil ou não sabe muito sobre a tecnologia, que dá para comprar em sites, pelo celular mesmo, então costumam ir pessoalmente comprar. É um local onde a maioria das pessoas não ficam lá por muito tempo, a maioria chega de algum lugar e já sai e pede Uber ou têm 7 alguém esperando, e as que estão lá aguardando normalmente porque chegou mais cedo e está esperando o ônibus sair. É um local seguro, aparentemente as pessoas não têm medo de ficar lá, porque é fechado e tem segurança, tem câmeras em todos os locais, então se sentem mais seguros. OBSERVAÇÃO DA MARIA GABRIELA Ao observar a interação das pessoas na rodoviária de Santos, sentada entre a praça de alimentação e duas lojas de lembranças e acessórios, pude notar o fluxo constante de passageiros chegando e partindo, carregando malas, mochilas e dispositivos eletrônicos. A rodoviária conta com uma sala de espera, praça de alimentação, agências de ônibus, sanitários, plataformas onde os ônibus param para os passageiros desembarcarem ou embarcarem, além de televisões indicando as plataformas de embarque e desembarque. Observo as funcionárias das lanchonetes, em especial do café Floresta, atendendo os clientes e preparando os seus respectivos pedidos, os funcionários da rodoviária se movimentavam apressadamente, alguns auxiliando os passageiros. Um homem com duas malas junto com uma mulher, dão risada, enquanto mexem no celular, antes de irem para a praça de alimentação e depois para a sala de espera. Quatro funcionários da rodoviária, identificados por seus uniformes fluorescentes, conversavam na praça de alimentação quando se levantam rapidamente para realizar suas tarefas, um deles que estava falando no telefone diz a pessoa que retorna a ligação depois. Um casal compartilhava momentos afetivos, onde o homem cuidava da mulher enquanto ela cochilava, antes de partirem juntos em direção ao ônibus. Na entrada da rodoviária, pessoas chegaram de bicicletas, táxis e carros de aplicativos, enquanto três amigos sentados se reuniram para conversar, antes de um deles partir. Na plataforma, funcionários interagiam enquanto passageiros embarcavam e desembarcavam dos ônibus, observo um homem com bengala, máscara e óculos escuro descendo as escadas, e uma moça segurando um vaso ao desembarcar do ônibus. 8 2ª OBSERVAÇÃO Local: Terminal Rodoviário de Santos – Santos-SP Data: 28/02/2024 - quarta-feira Horário: 10:30 às 11:30 OBSERVAÇÃO DA ANA CAROLINA Ao entrar no terminal, senti cheiro de café e limpeza, misturados. O terminal tinha pouco movimento. Sempre com rotatividade de pessoas, chegadas e partidas. Mas não estava cheio. Havia mais idosos. Chegou uma moça correndo, com feição apreensiva, foi até o guichê e perguntou se dava tempo de pegar o ônibus, sorriu aliviada quando ouviu que sim. Um homem, de aproximadamente 40 anos, de bermuda, camiseta, tênis e mochila transversal chegou sozinho, comprou um café, um pão de queijo e se sentou nas mesas da praça para comer. Ao seu lado, um idoso e uma mulher de meia idade. Sentaram-se juntos, conversaram por uns 5 minutos e ele se levantou e foi até a cafeteria fazer seu pedido. Enquanto isso ela ficou sentada e pegou o celular e ficou mexendo. Ele trouxe uma água e voltou para pegar o restante do pedido. Ela não se levantou para ajudá-lo. Ele voltou com 2 cafés e um salgado. A mulher é sua filha, chamou ele de pai. Mostrou algo no celular e os dois estão tomando café e conversando sobre o que ela mostrara. Ela continuou no celular, diminuíram a conversa. Eles vestem roupas simples. Ela leva uma bagagem de mão cheia, estilo sacola retornável. Ele anda com uma bolsa transversal. A filha guardou o celular e eles voltaram a conversar. Falam sem parar. Parecem não ter pressa, aguardando o horário de sua viagem. Desembarcou um casal jovem. O rapaz com aparência de uns 22 anos, a jovem aparentava uns 19. Ela estava com um bebê no colo e puxando uma mala enorme na outra mão. O homem, tinha o corpo todo tatuado, estava levando o carrinho de bebê desmontado, uma cadeirinha de carro, uma mochila e uma sacola retornável roxa. Chegaram e se sentaram em banquinhos que tem no meio do salão. Ele soltou as coisas que segurava, com expressão de alívio, como quem carrega algo pesado e desajeitado e consegue parar para se organizar. 9 Eles têm uma feição de carinho um com o outro. Falam sorrindo, baixo. Se organizaram, olharam o celular e foram embora. Percebi a movimentação rápida e repentina do segurança vindo em minha direção. No reflexo, olhei assustada para ele, para ver o que estava acontecendo e vi que ao meu lado estava atravessando o salão um senhor negro, sem camisa, vestindo uma bermuda suja, descalço e com uma sacola plástica amarrada no tornozelo. O segurança foi em sua direção e ele atravessou bem rápido falando “já to indo embora, já to indo embora” e saiu depressa, pela porta do outro lado e o segurança atrás. Na loja de souvenir, observo uma atendente. Ela estava o tempo todo no celular, atrás do balcão. Entrou um homem com fone de ouvido, envelope na mão. Ela não saiu de trás do balcão, foi um pouco para o lado e deixou o celular. Está parada, de braços cruzados, acompanhando o possível cliente com os olhos. Ele olha, olha…. Até que falou para ela o que estava buscando. Ela saiu do balcão, mostrou para ele, e agora está do lado de fora do balcão, encostada nele, com a mão na cintura. Ele está vendo brinquedos de criança. Mais precisamente um pesca-peixe e uma cobrinha. Pega em um, no outro… até que pega o celular, parece falar com alguém e opta pela cobra. Entrou uma mulher e uma criança na loja. Enquanto isso a atendente embrulhava o presente do rapaz. Parece mãe e filho. Eles têm fisionomias parecidas e o mesmo tom de pele. Ela aparenta ter uns 40 anos, os dois vestem roupas bem simples. Ela está apenas com uma mochilinha infantil. Ele tem cabelos longos que está preso de trança baixa. Ele está maravilhado, com os olhinhos em movimento constante vendo todos os carrinhos de madeira. Ele escolheu um, fez sinal de por favor, com as mãozinhas para ela. Ela está no celular. Perguntou o preço para a atendente, e com um sorriso, deu recusa para o garotinho. A expressão dele mudou, fez uma carinha de triste… Ela foi em direção a outros carrinhos, de plástico. Ele a seguiu e começou a vê-los também. Ele olhou, olhou.... Mas voltou para os de madeira. Pegou um e ficou segurando. A mulher deu um sorrisinho e voltou a ver o de plástico e mostrar para ele. Ela pegou um avião de plástico, ele viu, não demonstrou interesse. A mulher pegou da mão dele e decidiu por ele. Deu para o menino segurar. Enquanto ela paga, ele está segurando o avião, de frente para os carrinhos demadeira, olhando para eles com muita vontade. A mulher 10 finalizou o pagamento e eles saíram da loja. A mulher então abriu o avião, deu a embalagem para ele jogar no lixo. Preparava o avião para ele brincar. Quando deu na mão dele, ele foi correr na rodoviária fazendo movimento do avião voando. A mulher foi para um lado e o menino para outro, correndo. Acompanhei o menino, ele foi até umas cadeiras, que estavam o restante da bagagem. Uma mala grande, 23kg, uma manta e mamadeira. Tudo muito simples, e com aparência de encardido. A mulher voltou e ficou em pé, mexendo no celular, enquanto o menino brincava com o avião. Me aproximei e o ouvi a chamando de avó. Aparentemente ela tem uns 40 e poucos anos. Sua fisionomia parece bem cansada. Ele logo deixou o avião de lado, não brincou mais que dois minutos. Está brincando no chão, deitado. E ela no celular. Agora se sentou e colocou para carregar. Deu 2 reais na mão dele, ele saiu correndo para fazer algo e ela foi atrás dele. Ela deu um sorriso para ele, notei que não tem alguns dentes. Nesse vai e vem dela pela rodoviária, deixa todos seus pertences nos bancos. Carregador, mala de mão. Parece não se preocupar de alguém mexer (e de fato, ninguém mexeu). O menino foi até a lanchonete comprar uma coca cola. E ficaram sentados aguardando o ônibus. OBSERVAÇÃO DA IZABELE Hoje é possível notar que o fluxo é bem menor comparado a segunda feira dia 26/02, a praça está bem vazia, na segunda feira as pessoas ficavam procurando por mesas disponíveis. O segurança que está com uniforme da cor preta está rondando, com fluxo baixo ele está conseguindo circular pela rodoviária. Notei que apesar do giro de pessoas na rodoviárias, as lojinhas de artigo de presentes não têm fluxo, não tem pessoas fazendo compras. A loja “Sou Venir”, tem um Senhor com aproximadamente 55 a 60 anos, está sentado mexendo no celular, sempre atento quando alguém para na vitrine. A loja vende desde chaveiros, placas com dizeres “estive em Santos”, vende vários tipos de produtos, como carregadores para celular, ursinhos de pelúcias, canecas, garrafas etc. Alguém ligou para o Senhor em chamada de vídeo, conversaram por alguns minutos, a ligação encerrou e o Senhor começou a 11 organizar alguns itens, e repor as mercadorias, depois se sentou no fundo da lojinha, atrás tem um computador, dei a volta para verificar o que Senhor estava fazendo porque estava distraído, e ele estava vendo algum filme ou serie. Depois de uns 30 minutos de observação um jovem entrou na lojinha, o Senhor o cumprimentou, mas permaneceu onde estava, o jovem mexeu em alguns chaveiros, olhou a vitrine por dentro, mas não pediu nada e logo saiu. Noto que as pessoas param na frente da vitrine, mas não entram na lojinha. OBSERVAÇÃO DA JÉSSICA Hoje o ambiente se encontra com menos fluxo, acredito que seja por conta que estamos no meio da semana, pessoas aparentemente indo a trabalho ou encontrando conhecidos, estão com bolsas e malas pequenas. O fluxo está menor, mas ainda sim tem um movimento, nos guichês onde vende passagens tem uma fila, pessoas sentadas esperando o ônibus, hoje notei que tem duas moças juntas na parte da limpeza, o fluxo maior é de pessoas mais velhas. Um homem e uma mulher sentados na mesa de frente pra lanchonete, aparentemente os dois tem de 30 a 40 anos, os dois estavam de uniforme, devem ser colegas de trabalho, eles mechem no celular e conversam, a moça fica o tempo todo mandando áudios para alguém, o moço levanta com o tablet na mão e vai até o balcão e fica um tempo lá, provável que ele esteja pegando alguma informação ou fazendo algum pedido de algo para eles comerem, ele volta a sentar na mesa e continua fazendo o mesmo que estava fazendo, eles ficam um bom tempo lá e vão embora. Duas senhoras de aparentemente uns 60 anos, chegaram cada uma com uma mala e se sentaram nos bancos que tem na área das lanchonetes, elas conversam e dão risadas, ficam um bom tempo esperando, alguns minutos depois uma delas se senta na mesa e a outra vai até a lanchonete pegar um café para cada uma, tomam o café e continuam conversando e aguardando passar o tempo, quando chegou o ônibus elas embarcaram e foram embora. Um senhor de aparência de 50 a 60 anos, muito bem-vestido e elegante, com um caderno, notebook e celular na mesa, ele fica mexendo no celular, parece 12 estar esperando a resposta de alguém, não demorou muito tempo ele guardou as coisas na mochila e foi embora rápido, estava de carro pois ele ficou com a chave na mão e saiu pela porta de entrada. OBSERVAÇÃO DA MARIA GABRIELA Ao retornar à rodoviária, notei o ambiente muito mais tranquilo em comparação à primeira vez. O fluxo de pessoas diminuiu e as lojas de lembranças continuavam relativamente vazias. Enquanto eu estava sentada em um dos bancos retangulares de frente para as lojas, pude observar algumas pessoas passando apressadas. As cadeiras e mesas na área da praça de alimentação eram pretas, contrastando com o chão de mármore, enquanto na sala de embarque, as cadeiras eram azuis. As lanchonetes oferecem uma variedade de salgados e doces, com geladeiras repletas de sucos e refrigerantes. Uma lanchonete em particular, a Lanchonete Tropical, destacava-se com um balcão repleto de doces, chocolates e sorvetes, além de uma variedade maior de opções doces do que salgadas. Enquanto isso, nas agências de ônibus, os funcionários se ocupavam com diferentes tarefas: alguns mexiam no celular, outros atendiam clientes, e uma moça estava cochilando em uma cadeira. As cabines das agências eram identificáveis pela cor azul e possuíam uma tela de vidro com pequenas aberturas para comunicação. Os funcionários utilizavam uniformes distintos, dependendo da agência em que trabalhavam. Observei sentada em uma das mesas da praça de alimentação, as pessoas fazendo pedidos na barraquinha do Café Floresta, enquanto outras já estavam sentadas lanchando ou mexendo no celular. SÍNTESE DA OBSERVAÇÃO – TERMINAL RODOVIÁRIO DE SANTOS O estágio de observação realizado no Terminal Rodoviário de Santos nos proporcionou insights sobre diversos fenômenos da vida cotidiana, sob a perspectiva da Psicologia do Cotidiano. A diversidade de passageiros, desde 13 adultos e idosos até crianças e jovens, evidencia a heterogeneidade social presente no ambiente. Fizemos a observação no mesmo lugar, por dois dias diferentes, com o intuito de notar quais seriam mudanças nos fenômenos psicossociais observados. Nosso intuito foi compreender que apesar do ambiente ser o mesmo, as situações e pessoas nele observados, favorecem para que outros fenômenos aconteçam. A infraestrutura do terminal, com sua sinalização clara e acessibilidade para pessoas com deficiência, reflete a preocupação com o bem-estar e a inclusão dos usuários. A presença de seguranças e funcionários uniformizados contribui para a sensação de segurança e ordem no ambiente, influenciando o comportamento e a percepção dos frequentadores. Além disso, a organização espacial do terminal, com áreas distintas para embarque, desembarque e serviços diversos, influencia os padrões de comportamento e interação dos usuários. A presença de placas de sinalização e advertência, assim como a disposição de lixeiras e extintores de incêndio, contribui para a regulação do comportamento e a segurança dos indivíduos no ambiente. O ambiente também proporciona oportunidades de interação social e entretenimento, como a presença de lanchonetes, lojas de souvenir e áreas de descanso. As relações interpessoais entre funcionários, como observado no grupo de trabalhadores que alternava entre momentos de descontração e seriedade, são exemplos de dinâmicas sociais que permeiam o cotidiano laboral. A observação dos diferentes grupos de passageiros também é reveladora. Enquanto havia pessoas vestidas de roupa social,mochila com notebook, que pareciam estar indo trabalhar em São Paulo, havia também grupo de ciclistas que demonstravam entusiasmo e camaradagem, e outro grupo fantasiado parecia cansado e desanimado, sugerindo diferentes estados de ânimo e interações sociais. Essa variação de comportamentos pode ser analisada à luz da psicologia social, considerando fatores como identidade grupal, coesão e influência social. Apesar de não ser um local elitista, há regras. E uma que chamou atenção, por exemplo, foi quando o guarda foi em direção ao homem em situação de rua para retirá-lo do salão. Uma vez que a rodoviária é um local público, que não pode discriminar a presença de qualquer pessoa pela sua situação social. Porém, de 14 forma multifacetada, não houve discriminação pelo fato da condição social do homem, mas ao descumprimento de regras quanto a vestimenta inadequada para o local. O que nos leva a refletir que mesmo um ambiente público, é manipulado para que surja um fenômeno psicossocial que é esperado e permitido para determinado lugar. Ou seja, o lugar é feito para que aquele fenômeno psicossocial aconteça. Em suma, o estágio de observação no Terminal Rodoviário de Santos proporcionou uma análise rica e detalhada dos fenômenos da vida cotidiana, destacando a complexidade das interações sociais, a influência entre aspectos sociais, psicológicos e ambientais que moldam a experiência dos usuários neste espaço urbano e nos mostra que a partir de cada perspectiva é possível notar diferentes interações humanas em um mesmo ambiente, e perceber que os fenômenos da vida diária constituem as generalidades e a complexidade do mundo. 15 3ª OBSERVAÇÃO Local: Café Kopenhagen – Miramar Shopping – Santos-SP Data: 06/03/2024 - quarta-feira Horário: 11:05 às 12:05 OBSERVAÇÃO DA ANA CAROLINA É um quiosque quadrado, com base bege e vidro. Caixas de chocolate. O exterior, tem umas 25 mesas pretas espalhadas, dispostas com jogos de 3 e 4 cadeiras. Tem duas funcionárias. Usam avental, cabelo preso de coque. São atenciosas, assim que sentamos uma já veio retirar o pedido. Elas são responsáveis por todo o funcionamento do café. Vão até a mesa, tiram o pedido, tiram a nota, preparam, servem e lá dentro do quiosque lavam louças. Seus trabalhos não param, mas elas atendem sempre com cortesia e sorriso no rosto. Era um dia chuvoso na cidade, notamos movimento de pessoas passando pelo shopping como quem o usa apenas para cortar caminho, já que entravam por uma rua e saiam por outra. Muitas de guarda-chuva. O café tinha um certo movimento. Na mesa ao lado da minha, tinham 3 amigos. Idosos. 2 parecem ter a mesma idade, uns 80 anos… e outro, entre 56 e 60, de aparência física. Estavam relaxados, conversando, dando risada e tomando um cafezinho. Passou um homem, todo molhado de chuva, os cumprimentou, ficou de pé conversando um pouquinho. Um amigo comentou que o dia estava feio, e esse que chegou todo molhado respondeu com a frase “não existe mal tempo, existe roupa inadequada”. Todos riram, e logo ele foi embora. Continuaram conversando, logo chegou outro amigo, de aparentemente uns 75 anos, vestido de roupa social e estava de guarda-chuva. Sentou-se e ficaram conversando. Eles falam sobre trabalho, política, mulheres.... Vários assuntos, dão risadas e brincam uns com os outros. A atendente parece conhecê-los pela maneira como os atende, com o mesmo sorriso que para nós, mas conversando mais com eles, passando a impressão 16 de que eles devem frequentar lá há um tempo. Pelo horário e pelo tempo, o movimento não estava alto no shopping, e foquei minha observação nesse grupo de amigos, que inicialmente estavam em 3, mas com o vai e vem de conhecidos, chegaram a ficar em 6 homens. Emergindo do ambiente o que ele lhe era propício: amigos sentados em volta de uma mesa, descontraídos, em clima de confraternização. OBSERVAÇÃO DA IZABELE O Quiosque da Kopenhagen fica no piso térreo, próxima da entrada do shopping pela rua Euclides da Cunha, entre a Lojas Americanas, e um elevador, ali tem um grande fluxo de pessoas de passagem, que usam o shopping para diminuir o trajeto de uma rua para outra, tem duas funcionárias, que se revezam entre as tarefas, atender os clientes e servir, o dia está chuvoso e o quiosque está bem movimentado. Tem um grupo de 5 homens, aproximadamente em torno de 50 a 70 anos, são amigos, conversam bastante, e falam sobre vários assuntos, como novelas, sobre alguém que adquiriu um carro, eles consomem só um cafezinho cada, nada mais, como para justificar a permanecia ali. Existe algumas mesas ocupas, mas com pessoas sozinhas, mexendo no celular e tomando alguma bebida, em sua maioria são em xicaras. Uma Senhora chegou apressada, perguntou a uma das atentes sobre valores de ovos de pascoas e questionou sobre a validade, a atendente levou a senhora para o outro lado do quiosque e foi mostrando os sabores e as validades, a senhora falou que seriam para presentes. Agradeceu a atendente e foi embora. OBSERVAÇÃO DA JÉSSICA O local fica dentro do shopping no térreo, é como se fosse um quiosque, com mesas e cadeiras ao redor, nas cores preta, servem vários tipos de cafés, e vendem chocolates da marca. A faixada é toda preta com o letreiro escrito Kopenhagen em dourado, o balcão na parte de cima é de vidro, bem moderno. 17 É um ambiente calmo, as pessoas que frequentam o local são mais velhas. Nesse horário tem um certo movimento, acredito que seja um dos lugares mais movimentados do shopping nesse horário, bastante idosos param para tomar café e ficar conversando. A maioria deles ficam lá por horas conversando, outros só tomam um café e vai embora rapidamente. Um casal de aparentemente uns 60 anos, foram visto sentados na mesa da Kopenhagen, a moça é bem vaidosa, loira do cabelo curto, usa batom escuro vermelho, bastante acessórios, de pele clara, com roupa básica, um vestido vermelho, o moço é mais básico, quase careca, usa óculos, pele branca, ele usa cordão e pulseira preta, com camiseta simples na cor cinza, eles estão sentados no sofazinho com a mesa, como se fosse um banco, parece que já tomaram seus cafés, e estão conversando a bastante tempo, eles conversa e ao mesmo tempo observa o ambiente, começaram a mexer no celular, provavelmente eles estão passeando ou esperando dar a hora de algum compromisso, a moça levantou, parece ter ido embora pois demorou pra voltar, o moço está sozinho mexendo no celular, depois de uns 10 minutos ela voltou e sentou de novo, parece ter ido no banheiro, pegaram suas coisas levantaram e foram embora, estavam com bolsa e guarda chuva. OBSERVAÇÃO DA MARIA GABRIELA No Shopping Miramar, observei o quiosque da Kopenhagen localizado no térreo. Este espaço oferece mesas e cadeiras, cercadas por algumas lojas, onde duas funcionárias cuidam do atendimento e preparo dos pedidos dos clientes. Observei um casal conversando em uma das mesas, enquanto duas mulheres trocavam palavras. Um grupo de quatro idosos, visivelmente contentes e ativos, compartilhava risadas e conversas, e quando um quinto senhor se juntou a eles, o clima festivo só aumentou, sugerindo que poderiam ser aposentados aproveitando um café durante a semana. Uma cena chamou a atenção das pessoas quando um menino expressou o desejo de tomar café da manhã na Kopenhagen, mas sua mãe negou e os dois 18 partiram. Enquanto uma das funcionárias cuidadosamente limpava as mesas, notei um semblante cansado em seu rosto. Em seguida, duas senhoras passaram por mim, uma delas acompanhada por um cachorro, e mais tarde uma senhora e um homem se sentaram juntos em uma das mesas do quiosque. Enquanto isso, o grupo de senhores continuava desfrutando de sua conversa, preenchendo o ambiente com bastante animação.19 4ª OBSERVAÇÃO Local: Café Kopenhagen – Miramar Shopping – Santos-SP Data: 13/03/2024 - quarta-feira Horário: 11:15 às 12:15 OBSERVAÇÃO DA ANA CAROLINA Na observação de hoje, decidimos seguir a mesma linha da observação passada: Ir pela segunda vez a um mesmo lugar, com circunstâncias climáticas diferentes, para observar quais os fenômenos mais prováveis de ocorrer diante da alteração de fenômenos como o tempo. Hoje era um dia de sol e calor na cidade. Chegamos no shopping e fomos direto ao café do piso térreo. Pegamos a mesma mesa da semana passada. Dessa vez, de primeira já foi possível notar uma pequena diferença no atendimento, a atendente não veio até nossa mesa assim que nos sentamos. Notei que ela estava bem ocupada. Passado um tempinho, ela veio nos atender. A qualidade de seu atendimento se manteve, ela realmente só parecia que estava mais corrida. Havia várias mesas ocupadas. Próximo a minha mesa, observei que havia novamente uma mesa com 4 idosos sentados… pensei ser os mesmos da semana passada, mas percebi que que não. Apenas um dos que estavam ali, era o mesmo que estava semana passada. Logo após, chegou um outro senhor, sentou-se junto deles. Este, também estava na semana passada. Pude observar que eles seguem a mesma dinâmica: devem ter afazeres na rua, e conforme dá, vão chegando e aumentando a roda em volta da mesa. Mas é o um grupo de amigos em comum, que tem por hobby tomar um café ali, conversar e deixar o tempo passar um pouco. Hoje tem uns vestidos mais informais, de bermuda, óculos escuro e boné. Observei também que eles conhecem muitas pessoas que passam por ali. Então muitos passam e param um pouquinho para cumprimentar e acabam conversando. No geral, parecem todos descontraídos, sorridentes e animados. 20 Nas mesas ao lado, tem quatro que estão ocupadas. Observei que todos mexem em seus celulares. Há um casal, homem e mulher, que não conversam entre si. Estão o tempo todo cada um no seu celular. Em outra mesa, 3 homens juntos, os três também não conversam e mexem em seus celulares. Na mesa que observei os idosos, passou uma mulher, aparentemente mesma faixa etária, vestida com roupa esportiva. Parou, cumprimentou todos, um em especial se levantou, a cumprimentou com um beijo no rosto, ela mostrou que havia ido comprar um tênis e ficou sentada um pouco de lado com ele. Conversaram por um tempo e ela foi embora. Ele se voltou a roda de amigos. Um casal com roupa de esporte também chegou e se sentou em uma das mesas. O homem foi até a mesa dos idoso, os cumprimentou, fez brincadeiras, riu. O clima entre eles parece sempre descontraído e animado. Enquanto ele conversava, sua mulher ficou sentada na mesa ao lado, mexendo em seu celular. Quando ele voltou, ela continuou no celular. Ele pegou o dele, e ambos ficaram em seus celulares. Fenômeno esse muito observado por nós: as pessoas, em geral, costumam ficar muito tempo conectada em seus aparelhos celulares. Ao final da observação, os idosos continuaram lá no café. Não aparentam ter pressa, estavam tranquilos e conversando. Esses, pouco mexem em seus aparelhos celulares. OBSERVAÇÃO DA IZABELE Hoje o dia está bem ensolarado e o ar-condicionado do Shopping bem gelado, em torno de 7 mesas ocupadas, mesmo as pessoas que estão acompanhadas conversam e mexem no celular. São as mesmas atendentes da semana anterior, a dinâmica do trabalho é a mesma, se revezam nas tarefas, uma delas está bem agitada, contando algum fato para colega de trabalho, demonstra certa indignação ao narrar os fatos. 21 O grupo de Senhores estão novamente no quiosque, conversam bastante, notei que não mexem no celular, um deles pediu café, e a interação contínua, outros homens passam e cumprimentam o grupo. Um casal chegou, devem ter aproximadamente 50 anos, roupas esportivas, se sentaram em uma mesa, fizeram seus pedidos, o homem se levantou e foi até a mesa do grupo dos homens, cumprimentou todos, e começaram a falar sobre futebol, enquanto isso a moça em sua mesa, não esboçou nenhuma reação e não foi cumprimentar o grupo, mexendo no celular ela estava e permaneceu até o rapaz voltar para a mesa. É possível notar que o Quiosque da Kopenhagen é um ponto de encontro para aquele grupo de senhores, e que muitas pessoas se sentam ali, pegam algum tipo de bebida e ficam passando o tempo. OBSERVAÇÃO DA JÉSSICA Chegamos no local praticamente o mesmo horário da semana passada, e encontramos o mesmo casal que eu havia observado na última semana, eles estão fazendo a mesma coisa, agora tenho quase certeza de que eles são um casal, pois ela levantou e deu um selinho nele, parece ter ido ao banheiro de novo, mas sempre demora um pouco para voltar, e o moço continuou sentado mexendo no celular, aparentemente eles devem frequentar o local sempre ou todo dia, e fazem a mesma coisa. A moça voltou, sentou-se e saiu de novo, e ele continuou sentado, não faço ideia de onde ela deve ter ido e o que foi fazer, depois de uns minutos que ela saiu, parece ter ido embora mesmo, ele pagou a conta e foi embora. Na semana passada, tinha uma mesa com vários idosos, eles aparentam ser amigos, e parece se juntarem vários dias da semana, eles pedem um café e ficam conversando por horas, e sempre vai chegando mais gente, eles chegam, sentam-se e ficam lá conversando, hoje em específico, no grupo tem dois que são os mesmos que vimos na outra semana, e tem outros diferentes, eles ficam conversando sobre vários assuntos diferentes, durante horas. Hoje vimos que chegou uma mulher, ela ficou conversando com um deles, e depois saiu, depois 22 de um tempo mais um daqueles que estava na outra semana chegou, eles continuaram conversando por muito tempo, eles aparentam ser aposentados, a maioria, porque ficam praticamente a manhã toda lá, então deduzi que provavelmente não tenham nada para fazer na parte da manhã então sempre fazem a mesma coisa, vão no café e se encontram pra ficarem conversando. As funcionárias são as mesmas da outra semana, elas costumam ser bem- educadas e sempre pergunta se está tudo bem, normalmente para os idosos que sempre estão aqui. OBSERVAÇÃO DA MARIA GABRIELA Ao retornar à Kopenhagen, observei que o grupo de idosos estava novamente presente, porém dois novos senhores estavam acompanhando-os, enquanto notei a ausência de outros que estavam presentes anteriormente. O casal que também estava lá na primeira vez estava agora também no quiosque, a mulher se levantou, deu um selinho no marido e saiu do local. Notei que o grupo de idosos estava envolvido em uma conversa animada, enquanto a maioria das outras pessoas no quiosque estava mexendo nos celulares. O homem que estava com sua esposa inicialmente, agora estava sozinho, mexendo em seu celular, até que ela retornou mais tarde. As mesmas funcionárias da observação anterior, transitavam pelo espaço do quiosque, atendendo os clientes e preparando os pedidos. Um casal chegou e cumprimentou um homem que já estava na Kopenhagen e o grupo de idosos. Eles estavam vestidos com roupas esportivas, enquanto a mulher se sentava, o homem engajou-se em uma conversa com o grupo de idosos sobre a prática de esportes, sugerindo que já se conheciam. SÍNTESE DA OBSERVAÇÃO – CAFÉ KOPENHAGEN Ao observarmos o contexto do local, notamos que a grande parte das pessoas que frequentam e param para tomar um café, são as pessoas que estão “livres” pela manhã ou somente param e tomam seu café e vai embora, mas notamos que uma grande parte desses sempre frequentam o local, então ficamos com 23 uma conclusão de que eles ficam a parte da manhã trocando papo e passando o tempo, e pelo visto fazem isso sempre, e o que mais nos chamou a atenção foi o grupo de senhores que estavam lá todas as vezes, e aparentemente são muitos que frequentam o local e se conhecem, então eles sempre fazemisso, vai chegando um e outro e ficam conversando por horas. O fenômeno social deste local em si prevalece a socialização entre o grupo de idosos, e um momento de pausa para esses, e os demais frequentadores, permitindo recarregar suas energias enquanto desfrutam de alguma bebida e conversam entre si. 24 5ª OBSERVAÇÃO Local: Praça da Santa Casa de Santos-SP Data: 20/03/2024 - quarta-feira Horário: 11:35 às 12:35 OBSERVAÇÃO DA ANA CAROLINA Fiquei em frente ao Pronto-socorro da Santa Casa de Santos. Observando a movimentação do hospital, notei que é grande a movimentação de chegada e saída para visita. As pessoas em sua maioria têm vestimenta simples. Poucas usam máscara de proteção. Muitos carros de aplicativo chegam deixando passageiros. As pessoas chegam debilitadas, as vezes mancando, se apoiando em alguém que está acompanhando. Umas com andador, bengala. Outras com alguma parte do corpo com talas, gesso. Em geral, observei bastante pessoas com expressão de dor. O movimento de pessoas que chegam também para o horário de visita é grande. Notei que chegou uma van, com serviço de acessibilidade. Escrito em adesivo “a serviço da prefeitura de Guarujá”, veio buscar uma senhora, que caminhava com mobilidade reduzida. Desceu uma moça da van, com um sorrisão para a senhora, acionou o elevador de acessibilidade, ajudou a senhora a subir, a acomodou dentro da van e então a van foi embora. Eu estava sentada no banco da praça. Chegaram duas mulheres, com uma criança de aproximadamente 5 anos e uma bebê de meses, no colo de uma das mulheres. A criança de 4 anos passou falando que não vai para escola. Sua mãe disse estar triste com ela, pois ontem ela deu um show na hora de entrar na escola. Mordeu a mãe, fez escândalo. E sua mãe disse que hoje ela ia, sem falta. E falou que se ela desse escândalo, ia tirar seu celular. A mãe estava fumando, junto com outra mulher, que segurava uma bebezinha recém-nascida. A criança aparenta uns 5 anos. Está tomando uma lata de refrigerante e comendo bala. As moças parecem irmãs. Seguem a mesma movimentação de parecer que estão em intervalo de visita, ou de espera de algum procedimento. 25 É uma grande movimentação de pessoas que chegam para visita. Que chegam e perguntam a hora, então acabam conversando, falando que estão super adiantadas para sua consulta médica. O movimento se repete. Noto que chega outra van, dessa vez com a escrita “Lar espírita”. Veio buscar um menino, em cadeira de roda com paralisia cerebral. Ele estava acompanhado de uma mulher. A van também tinha acessibilidade para cadeira. A mulher colocou o menino dentro, se sentou e foram embora. Um tempo depois, havia uma mulher sentada no banco ao lado do que eu estava, ela começou a contar para outra, que havia chegado a pouco e lhe perguntado as horas, o porquê de ela estar ali. Ela estava com uniforme de Escola (de professora de educação infantil). Disse que estava indo trabalhar e estourou uma veia do seu olho. Ela disse que é glaucoma, mas que é normal, que por pegar criança no colo, o peso acaba fazendo isso. Mas ela estava revoltada porque o médico que lhe atendeu passou tratamento, e lhe deu um atestado, afastando-a do trabalho por 6 dias. E ela disse que não podia faltar no trabalho assim, que poderia até perder o emprego, então pediu apenas um de comparecimento, mas disse que ele negou e falou que ela precisava cuidar dos olhos. Revoltada, deu uma suspirada e disse “fazer o que, né? Agora vou levar isso na escola e ver como fica. Mas eu consigo trabalhar...” E foi embora, se despedindo da moça que acabara de conhecer. Um pouco próximo a hora do almoço, começam a sair turma de médicos. Jovens adultos. Saindo em grupo. Muitos com jaleco pendurado. Parecem residentes saindo para horário de almoço. O movimento ali não para. E tanto pelos carros, como por vestimentas, é possível perceber que é um local com público de poder aquisitivo variado. Tendo carros importados estacionados, e ao mesmo tempo, pessoas chegando em Vans que prestam atendimento social. OBSERVAÇÃO DA IZABELE A fachada do pronto socorro é bege, com as letras em prata. Na entrada tem 3 máquinas automáticas, com alguns produtos alimentícios para compra: 26 Primeira máquina é de refrigerantes com vários sabores, tem opção de água. Segunda tem opções com lanches naturais, salgadinhos e refrigerantes. Terceira máquina é de bebidas, no entanto de café, chocolate etc. Logo na entrada existe pessoas desembarcando de carros particulares ou de Uber. Na entrada do Pronto Atendimento fica uma recepcionista, vestida de branco e um jaleco azul, ela posicionada ao lado de um totem, ela retira as senhas e fornece orientações, em um dos bolsos do jaleco ela tem uma tesoura, e quando as pessoas saem estendem o braço para que a mesma corte a etiqueta de identificação, além disso, tem álcool em gel e máscaras disponível para pacientes e acompanhantes. A recepcionista fica em pé o tempo todo e não tem um banco para sentar-se, em alguns momentos ela encosta na parede, mas quando alguém se aproxima ela logo volta a postura ereta. Ela tem uma feição séria, bem-educada ao passar as informações. Um paciente ao sair brincou com a recepcionista, falando que ela é a tesoureira da Santa Casa (pelo fato dela usar a tesoura para cortar as etiquetas), ela reagiu bem a brincadeira, retribuindo com uma risada. Duas mulheres saíram da ala de pronto atendimento, a mais jovem que deve ter por volta de 40 anos, estava com alguém no telefone informando que já saíram do hospital, e a pessoa do outro lado da linha pediu uma foto do local onde elas estavam, a outra senhora que tem mais de 70 resmungou para que foto... Tudo tem que fazer foto. A mulher mais nova ainda está com a pessoa no telefone e fala que a senhora está impaciente, não quer ficar dentro do pronto socorro aguardando alguém as buscar, a foto na verdade era para que a pessoa do outro lado da linha identificasse em qual entradas elas estavam, porque estava solicitando pelo aplicativo um carro para ir buscar as senhoras. Após alguns minutos o Uber chegou. 27 OBSERVAÇÃO DA JÉSSICA Chegamos no local e fomos ver se conseguíamos entrar na recepção, mas para entrar tem que pegar uma senha, então preferimos ficar fora, até por causa das doenças que estão por aí, então nos sentamos nos bancos que tem na parte do estacionamento, que fica na frente da entrada, é um estacionamento bem grande, têm várias arvores, carros estacionados. As pessoas que frequentam o local são bem simples, a maioria, mas observei que tem bastante carros importados, e os populares parece ser mais ubers, que só entra e sai, bastante pessoas são vistas sozinhas, e algumas em família, ficam aguardando serem atendidas ou esperando o horário de visita, ou até esperando alguém vir buscar, aqui fora aonde estamos sentadas tem pessoas esperando, sozinhas ou com mais alguém, então ficam conversando ou mexendo no celular. Chegou uma família, duas mulheres, uma bebê e uma criança, aparentemente são irmãs, parece estar esperando para visitar a mãe, ficaram um pouco no banco e depois foram para sombra por causa da bebê, elas chegaram falando para a criança parar de enrolar para não ia para a escola, e meio que brigando porque ela mordeu, e que iria tirar o celular. O fluxo do local é bem alto comparado a outros lugares, aqui também tem consultas médicas, então tem gente que chega mais cedo e fica esperando o horário. Vemos muito movimento de funcionários, saem tirando o jaleco, provavelmente indo almoçar. OBSERVAÇÃO DA MARIA GABRIELA Durante minha observação na praça do Hospital Santa Casa, pude analisar o comportamento das pessoas e suas interações no ambiente. Sentada em um dos bancos próximos à entrada do pronto-socorro da Santa CasaParticular e Convênios e 1 G entrada, pude observar tanto a chegada de pessoas, algumas de carro e outras a pé, quanto a partida delas. Uma van de Guarujá parou em frente à entrada principal, onde uma senhora foi acompanhada por outra mulher para dentro da van, onde subiu utilizando um elevador de acessibilidade. 28 Ao longo do tempo, percebi um fluxo constante de pessoas chegando e saindo do hospital, incluindo um homem utilizando muletas e outros com dificuldades de locomoção. Na praça, observei duas mulheres, uma com um bebê no colo e outra com uma criança. A criança expressou que não haveria tempo para ir à escola devido estarem no hospital, e a mulher mencionou que ela ficaria sem o celular se continuasse falando assim. Durante a observação, uma ambulância passou pela área. Notei que algumas pessoas entravam no hospital para receber atendimento médico, enquanto outras pareciam estar aguardando para serem atendidas ou para visitar algum paciente. Ao passarem pela porta de entrada do hospital, as pessoas já portavam alguns documentos, pois havia um guarda na entrada que as direcionava para retirar a senha correspondente ao serviço que buscavam. Além disso, observei alguns funcionários trajando uniformes amarelos, que aparentavam ser responsáveis pela segurança do estacionamento, portando rádios de comunicação. No decorrer da observação, um grupo de dois homens e duas mulheres jovens saiu do hospital, todos vestindo jalecos, indicando possivelmente serem internos ou residentes. Pouco depois, mais dois homens vestindo jalecos também deixaram o local. SÍNTESE DA OBSERVAÇÃO – PRAÇA DA SANTA CASA DE SANTOS Ao analisar o contexto do cotidiano em um Hospital, é possível notar um fluxo grande de pessoas como pacientes, acompanhantes e funcionários, como essa interação acontece. As pessoas buscam por atendimento devido alguma enfermidade, muitas chegam com feições de dor, e outras de apoio até para andar, mas ali não há nenhum segurança ou funcionário para ajudar na locomoção na entrada do pronto atendimento. A recepcionista ali parada, aguardando ser solicitada, feição seria e demonstra cansaço ao encostar na parede, no entanto sempre atentar as perguntas e esboça um sorriso ao ser cumprimentada, pela sua postura tudo ali é repetitivo, 29 e muitas vezes é como se as pessoas não a notassem por passar direto pela entrada. Será que as pessoas a ignoram por falta de educação ou por estarem despeço com algum tipo de angústia, já que estamos observando um cenário em que muitas vezes as pessoas estão com algum ente querido internado. As duas mulheres saindo do pronto atendimento, é possível notar todo o zelo e cuidado da mulher mais nova com a senhora mesmo com a demonstração de impaciência. 30 6ª OBSERVAÇÃO Local: Cantina UNIP – Santos (térreo) Data: 27/03/2024 - quarta-feira Horário: 11:10 às 12:10 OBSERVAÇÃO DA ANA CAROLINA Hoje é um dia nublado, garoou um pouco pela manhã. Pessoas estão de guarda- chuva, algumas de casaco. Em sua maioria, observo que os jovens são os que mais usam jaquetas de moletom. O espaço tem mesas dispostas como praça de alimentação. Tem duas cantinas, uma ao lado da outra. O pé direito é alto, bem iluminado, conta tanto com bastante luz natural quanto lâmpadas brancas. Alguns alunos vão direto em uma cantina e fazem seu pedido, outros já passam, olham as duas vitrines e optam por uma. As mesas são dispostas com 4 cadeiras e mesas juntos, estilo praça de alimentação. Sentados na mesa em frente a que estou, tem um grupo de 7 alunos com uniforme da “Educação Física” 3 meninas e 4 rapazes. Eles juntaram duas mesas. São jovens, conversam em voz alta, dão risadas alta, falam bastante gírias e palavrão. Quase tudo que falam, dão risada. Senti cheiro de bolo no forno. Alguma cantina deve estar com bolo assando. Ao meu lado esquerdo, está sentado um casal. Jovens também. Parecem apaixonados. Trocam carinho por cima da mesa, na mão, no rosto. Conversam sorrindo um para o outro, olhando nos olhos… eles falam baixinho, bem próximos. Inclinando seus corpos sobre a mesa. Sempre com muito carinho um pelo outro. Chegou uma moça sozinha, ombros curvados, parece mais retraída. Usando o guarda-chuva como bengala. Procurou uma mesa, assim que sentou pegou seu celular e não largou mais. Não tirou a mochila das costas. Faço um paralelo, e 31 observo que sua postura, sozinha, é diferente dos demais que estão em grupo, sorridentes e falastrões. A maioria das mesas é composta por grupos de estudantes. A faculdade está para iniciar a semana de provas, e existem vários grupos estudando. Tem uma mesa com um homem e três moças. Duas moças estão com seus cadernos e não param de escrever. O rapaz é o que mais conversa. É hora do almoço e há também bastante movimento de funcionários almoçando ou fazendo um lanche. Noto que mesmo em grupo, as pessoas mexem muito em seus celulares e as vezes interagem pouco com quem está na mesa. Mas os funcionários que observei, quando chegavam com algum colega, conversavam, e quando estavam sozinhos, logo que se sentavam, pegavam seus celulares. Observei que tem um pessoal de curso da área da saúde, que se vestem inteiro de branco. Eles, em grande parte, trazem marmita e almoçam na cantina. Em sua maioria, pessoas sozinhas ficam mais no celular, mas também mexem nele quando estão em grupos (duas amigas na mesa de trás, cada uma mexe no seu e mostra para a outra algo que veem). Chegou um grupo de 4 amigos. Assim que se sentaram, os quatro tiraram o celular do bolso. Estavam animados, agitados… percebi que estão jogando. Parecem bem jovens, uns 18 anos. Começaram a conversar e rir… Três deles dispersaram do celular, mas um ficou. Está vidrado, jogando sem parar. Nem interage com os amigos. Já os três mexem em algo, mostram para o outro e caem na risada. O movimento de funcionários indo almoçar é contínuo. Agora, 12:05 senti um cheiro de salgado. Deve ter saído uma boa fornada. E o movimento nas cantinas continua... OBSERVAÇÃO DA IZABELE A praça de alimentação fica logo na entrada da Unip, no lado esquerdo, tem 2 lanchonetes, uma área com salas de vidro destinada para cursos EAD e outra sala. 32 A praça está bem movimentada, observei que a maioria dos alunos andam em grupos, alguns grupos parecem estar passando o tempo, outros fazem grupo de estudos, mas tem pessoas que afastas estudando sozinhas. Tem uma funcionária da faculdade, limpando o chão, está varrendo e recolhendo os lixos, ela interage com uma funcionária da lanchonete, elas conversam, mas não se prologam no assunto, e logo a funcionária da faculdade se retira. Noto um grupo de 4 amigos (3 meninas e 1 menino), estão estudando, uma delas está com caderno em mãos, com várias anotações, eles conversam bastante, tiram dúvidas um do outro. Do lado oposto tem uma menina sozinha, mexendo no celular e fazendo muitas anotações. A praça tem muito ruídos, por conta das conversas em grupos e por conta das lanchonetes também. A praça da Unip é um ponto de encontro, muitos ficam ali para interagir com o seu grupo, é possível ver pessoas que trazem marmitas feitas de casa apesar de ter lanchonete disponível. OBSERVAÇÃO DA JÉSSICA A cantina principal da Unip em si contém duas lanchonetes, e várias mesas e cadeiras, normalmente os alunos e funcionários frequentam o local para lanchar ou ficar conversando mesmo. Sentamo-nos em uma mesa no canto, para conseguir ter uma visão maior, do nosso lado tem um casal, eles estão sentados de frente, conversam e trocam carícias, com olhares apaixonados, aparentemente são alunos, parecem ser calouros, eles ficaram um tempo aqui e foram provavelmente embora. Tem mesas que tem grupos de alunos, outras alguém sozinho, em dupla, a maioria em grupo, então ficambastante tempo sentados conversando sobre vários assuntos aleatórios. 33 Por ser começo de ano sempre tem mais gente, então aqui sempre está cheio, no intervalo a fila das lanchonetes são imensas. A grande maioria sempre está mexendo no celular, sozinha em grupo, o celular sempre permanece ali. Os alunos e funcionários quando vai chegando esse horário sempre pede pra moça da lanchonete esquentar as marmitas, e outros pedem o almoço mesmo no local. As funcionárias quase nunca ficam parada, sempre estão fazendo algo, fazendo bolo, salgados ou preparando a comida. OBSERVAÇÃO DA MARIA GABRIELA Durante minha observação no refeitório da Unip, pude analisar as dinâmicas de interação entre os alunos. Predominantemente jovens, eles se agrupam para conversar, usar seus celulares ou fazer suas refeições. O ambiente é espaçoso, com várias mesas e bancos, além de duas lanchonetes e banheiros disponíveis. As funcionárias das lanchonetes atendiam os clientes e preparavam os lanches. Notei também um casal agindo de forma carinhosa, enquanto um grupo de estudantes de educação física, identificados por suas blusas do curso, interagiam de forma animada, com risadas e conversas altas. Além disso, observei uma estudante dedicada, imersa em seus estudos, com a mesa coberta de papéis. Outro grupo, composto por quatro jovens, estava engajado em uma conversa entre eles, embora um dos membros estivesse constantemente distraído com o celular. Uma observação relevante é a prevalência do uso de celulares, tanto por pessoas que estão sozinhas quanto por aquelas em grupo. SÍNTESE DA OBSERVAÇÃO – CANTINA UNIP Com base nas observações do refeitório da Unip, é evidente que o ambiente é frequentado principalmente por pessoas jovens, que interagem de diversas 34 formas. As interações variam desde conversas em grupo até momentos de intimidade, como o casal trocando carícias. Nota-se também a presença de estudantes dedicados, como a menina estudando sozinha, e de grupos mais descontraídos, como os jovens da educação física, que conversam alto e riem. Além disso, é comum ver pessoas usando seus celulares, tanto individualmente quanto em grupos. O refeitório, com sua estrutura ampla e diversas mesas, oferece um espaço propício para essas interações sociais, refletindo a dinâmica e diversidade da comunidade universitária. Além disso, a presença de funcionárias das lanchonetes atendendo os clientes e preparando os lanches contribui para a dinâmica do ambiente, oferecendo opções de alimentação e contribuindo para a comodidade dos frequentadores. A variedade de atividades observadas, desde estudos solitários até interações sociais animadas, ilustra a multifuncionalidade do refeitório como um espaço para alimentação, estudo, socialização e relaxamento. A prevalência do uso de celulares também destaca a influência da tecnologia na vida cotidiana dos estudantes universitários. Em suma, o refeitório da Unip é um espaço diversificado, onde as pessoas encontram maneiras diferentes de aproveitar e interagir. Além do mais, a observação de um grupo de jovens homens interagindo entre si, com um deles concentrado no celular, sugere a coexistência de diferentes estilos de interação e interesses dentro do mesmo ambiente. Essa diversidade de comportamentos e atividades ressalta a pluralidade de interesses e personalidades presentes na comunidade estudantil da Unip. Por fim, a atmosfera geral do refeitório, com sua movimentação constante e variedade de atividades, destaca-o como um espaço central de convivência e integração dentro do campus universitário. 35 7ª OBSERVAÇÃO Local: Praia de Santos – Quiosques canal 2 Data: 04/04/2024 - quinta-feira. Horário: 11:15 às 12:15 OBSERVAÇÃO DA ANA CAROLINA Sentamo-nos em banquinhos de concreto que tem na praia de Santos. É uma mesa com 4 banquinhos, sem encosto, em estrutura de concreto. A cidade é atravessada por canais, numerados do 1 ao 7. Os canais cortam a cidade e saem no mar. Ficamos hoje em um desses canais, o 2, no bairro do Gonzaga. Era um dia ensolarado e quente. Os termômetros marcavam 30°C. Ao chegar e passar pelo primeiro quiosque, que estava vazio, uma funcionaria nos abordou, oferecendo mesa, cervejinha e churrasco. Agradecemos e cada uma se sentou em um ponto, observando aquele cenário. Próximo a mim, chegou um casal de jovens adultos, com roupa de passeio. Ela de minissaia, blusa e rasteirinha, ele de chinelo, bermuda e sem camisa. Pararam no quiosque de coco, cada um tomou uma água de coco, ficaram mexendo no celular, interagiram pouco entre si, terminaram a água e foram embora. Do outro lado, oposto ao meu, tem o calçadão, e ali havia 4 homens em situação de rua. Com eles, um cachorro. Eles estão com dois carrinhos (tipo de supermercado), cheios de coisas. Panos, roupas e mais algumas coisas que não consegui identificar. Dos 4, 2 estão deitados no chão. Um parece estar dormindo, o outro está apenas deitado, conversando com os demais. Sentado ao lado deles, tem dois senhores que estão conversando há um tempo (quando cheguei, eles já estavam ali). E estão vestidos com roupa de passeio, bem arrumados. Usam boné, relógio. Um usa uma bengala. Eles estão sentados debaixo de uma arvore, na sombra, e parecem tranquilos. A movimentação dos 4 homens em situação de rua logo ao lado deles, não lhes parece chamar atenção em algum aspecto. 36 É um dia lindo de sol, e o ambiente que escolhemos nos oferecem várias cenas. As pessoas passam pelos homens em situação de rua, eles estão agora comendo, sentados no chão. E ninguém parece se chocar. Parece uma cena comum no cotidiano, passam sem observar, como se fosse algo habitual. Um deles depois de comer foi até o chuveirinho. Aliás, observei que o local que eles estão é bem estratégico quanto a localização de chuveirinhos e banheiros próximo. Ele foi de roupa e mais do que uma ducha, pareceu tomar banho. Mesmo que de calça jeans, dava para notar que ele não apenas se refrescava, mas lavava todas as partes de seu corpo. Saiu dali com a calça jeans molhada e foi ao banheiro. Ao sair, viu um casal que estava fumando e tomando cerveja parados em frente ao banheiro, ele pediu um cigarro, recebeu e foi deitar no chão, ao lado dos outros homens. Dois casais passaram e chamaram minha atenção. Pelas suas roupas, achei algo incomum para a praia, naquela temperatura. Os homens de calça e camiseta polo, as mulheres de vestido longo e bolsas a tira colo. Eles estavam indo até um dos quiosques. Foram almoçar. É interessante colocar que ao mesmo tempo que achei incomum vê-los nesse traje na praia, passou uma moça pelo calçadão da avenida que estava trajando biquíni, e também estranhei. Por estar usando biquíni fora da faixa de areia. É importante lembrar que não existe certo ou errado quanto a vestimenta, para um lugar tão democrático quanto a praia de Santos, que como eu citei acima, oferece vários cenários: mergulho de mar, sol, prática de esportes ou almoço no quiosque. Apenas uma visão minha, como observadora que um mesmo lugar, ao mostrar várias nuances, desperta sentimentos diferentes em quem observa. OBSERVAÇÃO DA IZABELE O dia estava quente com uma temperatura de 28°, ao chegar no local notei um grupo de 5 homens em situação de rua, um estava deitado no chão, e os outros conversando, havia também um cachorro, e dois carrinhos de mercado com algumas coisas. 37 Próximo ao grupo de situações de rua, tinha dois senhores sentados em um banco embaixo de uma arvore, estavam conversando e não esboçaram se incomodar com a presença do grupo próximo a eles, pois a conversa fluía. Mesmo a praia sendo um espaço de lazer, havia dois rapazes fazendo a manutenção das câmeras da orla da praia, devidamente uniformizados, estavam verificando as câmeras, amarraram a escada no poste, o funcionárioque subiu na escada colocou o equipamento de proteção, enquanto o outro estava no celular, um dos rapazes usava uma camiseta de proteção UV por baixa da blusa do uniforme da empresa, enquanto o outro não, finalizaram um poste e foram para o próximo, revezaram o trabalho. O fluxo do local estava bem calmo, mas era possível notar algumas pessoas se exercitando ou chegando a praia para passar o dia. OBSERVAÇÃO DA JÉSSICA Ficamos sentadas nos bancos com mesa, onde tem vários quiosques, neles tem um que vende água de coco, tem uma cervejaria, um de caipirinha, porção etc. De começo, assim que chegamos, já avistamos um grupo com 4 homens e 1 cachorro em situação de rua, eles ficam conversando, outros deitados no chão, e alguns dormindo, carregam um carrinho com suas coisas, eles ficam sem camisa e sempre estão na sombra. Nesse horário e local, vemos um fluxo de pessoas mais velhas, passeando, conversando etc. Os funcionários dos quiosques esse horário fica organizando, escutando música, e conversando entre eles, pois esse horário quase não tem movimento, uma pessoa ou outra que para beber uma água de coco e vai embora. Pessoas caminham pelo calçadão, a maioria sempre está em dupla, de bicicleta, mulheres a pé e de biquini, pessoas sozinhas passeando com o cachorro… duas senhoras de aparentemente 60 anos para mais, de biquini e tênis, elas vieram da areia, caminhando, parece estarem se exercitando e por estar de biquini 38 acredito que estejam aproveitando o sol, elas deram uma volta e depois entraram no carro e foram embora. OBSERVAÇÃO DA MARIA GABRIELA Num dia ensolarado, sentada nas mesinhas ao redor dos quiosques no calçadão da praia, pude observar uma série de comportamentos e atividades que se desenrolava diante de mim. Logo no início, um casal chegou a um dos quiosques e pediu água de coco. Enquanto conversavam, o homem mexia no celular e, em poucos minutos, partiram. Mais adiante, dois senhores conversavam em um banco debaixo das árvores. Um deles, com uma bengala e joelheira. Próximo a eles, quatro homens em situação de rua, um deitado e outros sentados conversavam, acompanhados por um cachorro. Um dos homens em situação de rua se aproximou de um dos quiosques e conversou com um dos funcionários. Um pouco adiante, dois homens uniformizados pareciam estar fazendo manutenção nas câmeras de segurança do calçadão, subindo em escadas e uma mulher também uniformizada, cuidava da limpeza do banheiro público próximo ao quiosque. Enquanto isso, dentro do quiosque que vendia coco, dois funcionários atendiam os clientes enquanto trocavam algumas palavras entre si. Além disso, o calçadão estava movimentado com pessoas caminhando, algumas acompanhadas por cachorros, outras correndo. A maioria vestia roupas leves, óculos de sol, bonés e trajes de praia, aproveitando o clima. SÍNTESE DA OBSERVAÇÃO – PRAIA DE SANTOS – QUIOSQUES CANAL 2 A partir das observações, é possível concluir que o calçadão da praia em um dia ensolarado é um ambiente dinâmico e diversificado, onde diferentes grupos interagem de maneiras variadas. Desde casais desfrutando de bebidas em quiosques até pessoas em situação de rua, o espaço é utilizado de diversas 39 formas. Além da presença de trabalhadores realizando manutenção e limpeza. Em suma, o calçadão da praia é um espaço vibrante que atende às necessidades e interesses de uma ampla gama de pessoas. Além disso, a presença de pessoas caminhando com cachorros e outras praticando atividades físicas como corrida indica uma valorização do espaço ao ar livre para a prática de exercícios e o convívio com animais de estimação. A diversidade de vestimentas, incluindo roupas leves, óculos de sol e bonés, reflete a adaptação das pessoas ao clima ensolarado da praia. No entanto, a observação da interação entre diferentes grupos sociais, como casais, trabalhadores, pessoas em situação de rua e funcionários de quiosques, também revela as disparidades e desigualdades presentes na sociedade. Adicionalmente, a presença de trabalhadores realizando manutenção em câmeras de segurança e uma mulher limpando o banheiro público ressalta a importância da segurança e da higiene para o bem-estar e conforto dos frequentadores do calçadão. Essas atividades de manutenção e limpeza contribuem para a qualidade do ambiente e para a experiência positiva dos visitantes. No entanto, também é possível observar momentos de descontração e interação social, como os funcionários do quiosque conversando enquanto atendem os clientes, o que evidencia a atmosfera relaxante e acolhedora do local. Em resumo, o calçadão da praia é um espaço multifacetado, onde coexistem atividades de lazer, trabalho, manutenção e convivência social, refletindo a diversidade e a dinâmica da vida urbana à beira-mar.
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