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Um breve resumo : Idade Média Arte Bizantina Arte Românica Arte Gótica Disciplina de Artes Profª Ester Zingano A Idade Média compreende o milênio entre os séculos V e XV, aproximadamente desde a queda de Roma até o Renascimento; No período Inicial, chamado Idade das Trevas, depois da queda do imperador Bizantino Justiniano, em 565, até o reinado de Carlos Magno, em 800, os bárbaros destruíram o que levara três mil anos para ser construído; Mas a Idade das Trevas foi apenas uma parte da Idade Média; Há muitos pontos de luz na arte e na arquitetura, desde o esplendor da corte bizantina, em Constantinopla, até a imponência das catedrais góticas; Três deslocamentos importantes tiveram ampla repercussão na civilização ocidental: 1 – A liderança cultural se deslocou do norte do Mediterrâneo para a França, Alemanha e Ilhas Britânicas; 2 – O Cristianismo triunfou sobre o paganismo e o barbarismo; 3 – A ênfase se deslocou do aqui e agora para o além, e da concepção de corpo belo para a de corpo corrupto; • Uma vez que o foco cristão se dirigia para a salvação e a vida eterna, desapareceu o interesse pela representação realista do mundo; • Os nus foram proibidos e até imagens de corpos vestidos revelavam a ignorância da anatomia; • Os ideais greco-romanos de proporções harmoniosas e equilíbrio entre corpo e mente desapareceram; • Os artistas medievais se interessavam exclusivamente pela alma, dispostos principalmente a iniciar os novos fiéis nos dogmas da igreja; A arte medieval se compõe de três estilos diferentes: • Bizantino • Românico • Gótico • A ARTE SE TORNOU SERVA DA IGREJA; • Os teólogos acreditavam que os cristãos aprendiam a apreciar a beleza divina através da beleza material, e o resultado foi uma profusão de mosaicos, pinturas e esculturas; Na arquitetura, essa orientação para o espiritual tomou a forma de construção mais arejadas, e mais leves; A massa e o volume da arquitetura romana deram lugar a edificações que refletiam o ideal cristão: discretos no exterior, mas refulgentes com mosaicos, afrescos e vitrais espiritualmente simbólicos no interior; Idade de Ouro da Arte Bizantina • O bizantino refere-se à arte do Mediterrâneo oriental desde 330 d.C., quando Constantino transferiu o trono do Império Romano para Bizâncio (mais tarde chamada Constantinopla) até a queda da cidade nas mãos dos turcos, em 1453; • Bizâncio se tornou o centro de uma brilhante civilização, combinando a arte primordial cristã com a predileção grega oriental pela riqueza das cores e da decoração; Características • Frontalidade, postura rígida, sem expressão ou emoção • Arte voltada ao tema religioso • Mãos em posição de benção • Luminosidade, sem contrastes • Ausência de proporção, volume e perspectiva • Aureola também nos reis e rainhas, como prova de santidade As características seguiam os dogmas do cristianismo. Temiam a Deus e buscavam a proteção divina: Fim do mundo Juízo final Céu e Inferno Arrependimento Salvação por Cristo Mosaicos • Uma das maiores formas de arte, o mosaico, surgiu durante os séculos V e VI em Bizâncio, já em poder dos turcos, e em sua capital italiana, Ravena; • Eram utilizados na propagação do novo credo oficial, o Cristianismo, portanto o tema era a religião em geral, mostrando Cristo como mestre e senhor todo- poderoso; • Uma suntuosa grandiosidade, com halos iluminando as figuras sagradas e fundo refulgindo em ouro, caracterizando essas obras; • As figuras humanas são chapadas, rígidas, simetricamente colocadas, parecendo estar penduradas; • Os artesãos não tinham o interesse em sugerir perspectiva ou volume; • Figuras humanas altas, esguias, com faces amendoadas, olhos enormes e expressão solene, olhavam diretamente para frente, sem menos esboço de movimento; Mosaico Romano Mosaico Bizantino Cubos em mármore opacos Cubos em vidro brilhante Peças com acabamento liso, uniforme Superfícies irregulares aumentam o brilho do mosaico Cores limitadas às tonalidades naturais das pedras Vidros coloridos em variada escala de cores Usado no chão de residências Usado nas paredes e tetos – normalmente em domos e abside de igrejas Temas seculares, batalhas, jogos Temas religiosos, Cristo como pastor Peças minúsculas para acentuar detalhes realistas Cubos em desenhos estilizados Paisagem de fundo Fundo abstrato: ouro sobre azul Arquitetura • Hagia Sophia – Antêmio de Tales e Isidoro de Mileto. Constantinopla (Istambul, Turquia). 532-537. Estrutura em domo. Mescla o grande porte das construções romanas, como as termas de Caracalla, com a atmosfera mística oriental; • Com um comprimento em que caberiam 3 campos de futebol, combina a planta retangular de uma basílica romana com um imenso domo central; Graças a contribuição da engenharia bizantina, conseguiram este vão (pendentes de abóboda esférica; Quarenta janelas em arco envolvendo a base do domo criam a ilusão de que o domo repousa sobre um halo de luz; Quatro arcos formando um quadrado sustentam o domo; Arte Românica: Histórias em Pedra • Com a instituição da fé católica romana, uma onda de construção de igrejas varreu a Europa feudal de 1050 a 1200; Os escultores tomaram emprestados elementos da arquitetura romana, como colunas e arcos redondos, surgindo assim o termo “românico”; • No entanto, deixaram de fazer tetos de madeira (como eram os romanos), fugindo ao perigo de incêndios, para fazerem os tetos em abóbodas de pedra. • Com o sistema de abóbadas cilíndricas ou de arestas, apoiadas em pilares, proviam grande espaços, livres de colunas e obstáculos. Até porque a peregrinação, muito em moda na época, precisava abrigar multidões em suas igrejas; A planta do prédio é cruciforme, com uma longa nave atravessada por um transepto mais curto, simbolizando o Corpo de Cristo crucificado; O Chevet (travesseiro em francês), assim chamado por ser concebido como o lugar para descanso da cabeça de Cristo preso à cruz, é a parte atrás do altar, capelas semicirculares onde se guardam os relicários; Exemplo de planta de uma igreja românica, com formato cruciforme e capelas semicirculares na cabeceira; • As arcadas permitiam os peregrinos andarem pelos corredores periféricos sem perturbar os serviços religiosos na nave central; • O exterior das igrejas românicas é bastante despojado, exceto pelos relevos esculturais em volta do portal principal; • Como a maioria dos fieis eram analfabetos, as esculturas ensinavam a doutrina religiosa; • A escultura ficava concentrada no tímpano, que é o espaço semicircular entre arco e o dintel da porta central; • Cenas da ascensão de Cristo eram bem comuns, mas também tinham cenas do Juízo Final, onde seres sombrios e diabólicos, seguram almas desesperadas, estrangulando-as e cuspindo nos corpos nus dos condenados; St. Trophime Fim do século XII, Arles, França; St. Sernin c. 1080 – 1120, França. Manuscritos Iluminados • Devido aos ataques de saqueadores, os monastérios eram tudo que restava entre Europa Ocidental e o caos generalizado; • Desta forma, monges e freiras copiavam manuscritos, mantendo vivas a arte da ilustração em particular e civilização ocidental em geral; • Substituíram os rolos de papiros usado do Egito a Roma pelos códices de pergaminho de pele de boi ou de carneiro, feitos de páginas separadas unidas por uma extremidade; • Os manuscritos eram considerados objetos sagrados que continham a palavra de Deus; • Eram profusamente decorados, de maneira que sua beleza exterior refletisse a sacralidade do conteúdo; • Tinham capas de ouro cravejadas com pedras preciosas e semipreciosas; • Até o século XV (desenvolvimento da tipografia), esta era a única forma existente de livros; Arte Gótica: Altura e Luz • As Catedrais Góticas foram o auge do desenvolvimento artístico da IdadeMédia, rivalizando com as maravilhas da Grécia e da Roma antiga; • Superaram até mesmo as a arquitetura clássica em termos de ousadia tecnológica; • Entre 1200 a 1500, os construtores medievais ergueram essas estruturas elaboradíssimas, com interiores atingindo uma altura sem precedentes no mundo da arquitetura; Catedral de Beauvais, iniciada em 1272. • O que tornou possível a catedral gótica foram dois desenvolvimentos da engenharia: abóbadas com traves e suportes externos chamados arcobotantes ou contrafortes; • Assim, foi possível substituir as paredes grossas com janelas estreitas, por paredes estreitas com janelas enormes, com vitrais inundando de luz o interior; • As catedrais góticas não conheceram a Idade das trevas; • Além da quantidades de treliça das paredes das catedrais (um efeito de “renda petrificada”, como as descreveu o escritor William Faulkner), a verticalidade caracteriza a arquitetura gótica; Elementos da arquitetura Gótica • Abóbada- teto em arcos • Nave- parte principal • Arcobotantes- pontes externas em alvenaria, que suportam as paredes • Abóbada Estriada- vigas de pedra moldada cobrindo as junções das abóbadas de arestas • Clerestório- parede da nave iluminada por janelas • Rosácea- janela circular com vitral • Rendilhado- armação em pedra emoldurando as janelas • Os construtores usavam o arco pontudo (ogival ou gótico) para aumentar tanto a ilusão como a realidade da altura; Muitos arquitetos competiam para ver quem fazia naves mais altas; • Em “Amiens”, a nave atinge a altura de 47 metros; • A devoção e o orgulho cívico dos fieis, faziam com que todos trabalhassem para terminar a construção das catedrais, juntos, homens e damas, açougueiros e pedreiros, unidos pelo mesmo objetivo; • A catedral da Colônia, por exemplo, levou seis séculos para ser concluída, o que explica a miscelânea de estilos sucessivos; Catedral da Colônia A Catedral de Colônia levou mais de 630 anos para ser construída e sua história começa em 1164, quando o arcebispo Rainald von Dassel trouxe as relíquias dos 3 Reis Magos de Milão para Colônia. A partir dai, a cidade tornou-se um importante local de peregrinação e a antiga catedral que estava lá desde o ano 870, foi demolida para a construção da nova, totalmente em estilo gótico, para poder abrigar os fiéis que a cada dia aumentava em número. As obras começaram em 1248. • Os teólogos medievais acreditavam que a beleza da igreja inspirava a meditação e a fé dos paroquianos, consequentemente, as igrejas são mais que espaços simples de reunião, são textos sagrados, com volumes de ornamentos pregando o caminho da salvação; • As principais formas de decoração das igrejas são as esculturas, os vitrais e as tapeçarias; Catedral de Notre- Dame - c. 1225-1290 França Catedral de Chartres. C. 1145 -1170 • A catedral de Chartres é a alma visível da Idade Média. Construída para abrigar o véu da Virgem, doado à cidade pelo neto de Carlos Magno; • Os vitrais, a mais intacta coleção de janelas medievais do mundo, ocupam uma área total de 8.800 metros. Ilustrando passagens da Bíblia, as vidas dos Santos e até mesmo os artesanatos tradicionais da França, os vitrais são gigantescos manuscritos iluminados; Vitrais Tapeçaria • Criaram uma tapeçaria altamente refinada, detalhando em minúcias as cenas da vida contemporânea; • Imensos tapetes de lã e seda, usados para cortar correntes de ar, decoravam as paredes de pedra de castelos e igrejas; Como Diferenciar? Românico Gótico Ênfase Horizontal Vertical Elevação Altura modesta Altíssima Planta Múltiplas unidades Espaço unificado, inteiro Traço principal Arco redondo Arco pontudo Sistema de suporte Pilastras, paredes Contrafortes externos Engenharia Abóbadas em cilindro e de arestas Abóbadas com arestas e traves Ambiente Escuro, solene Leve claro Exterior Simples, severo Ricamente decorado com esculturas E a pintura? contato da península itálica com a civilização bizantina, a arte da pintura nunca foi abandonada, mas no fim do século XIII sua técnica floresceu; • trocaram o estilo congelado bizantino por formas mais suaves, mais vivas; • Os afrescos Giotto di Bondone, c. 1266-1337, foram os primeiros, desde o período romano, a sugerir peso e curvas nas formas humanas, marcando o advento do que viria a se tornar o papel principal da pintura na arte ocidental; A lamentação Giotto Giotto Um breve resumo não foi um movimento para alguns artistas, mas uma nova concepção de vida adotada por uma parcela da sociedade; O Renascimento Cultural teve início na Itália no século XIV e difundiu-se para toda a Europa nos séculos XIV, XV e XVI; Principais acontecimentos • O declínio do feudalismo, o crescimento do poder real, das grandes invenções. • A imprensa e a vulgarização do papel, facilitaram a difusão da cultura, e a propagação das ideias que os humanistas despertaram. • As letras e as artes, inspiravam-se nas fontes do cristianismo, exaltavam o espírito de fé, o sentimento de perfeição moral, o Renascimento inspira-se mais na eloquência e na poesia greco-latina. • Humanista, a arte perde qualquer conotação mecânica para elevar-se a um nível de atividade intelectual; como conseqüência o artista tem um papel novo e mais livre. • longe das percepções ideológicas e tradicionais, único responsável das próprias soluções dos estilos contidos. • além das técnicas e temas, tem como realidade e como fonte privilegiada de inspiração, tudo o que há na natureza, que se converte em objeto de investigação. • A arte é um meio de investigação do homem sobre o próprio homem. • o artista trata de organizar racionalmente a própria visão da realidade. • O instrumento principal desta organização é a perspectiva: representação do espaço coerente com uma concepção única da realidade. • Os artistas eram sustentados pelos mecenas (artistas) • conceito de gênio • trabalho individualizado • Chiaroscuro - esfumato Fases do Renascimento: TRECENTOS ( séc. XIV) Manifesta-se predominantemente na Itália, em Florença, polo político, econômico e cultural da região; Caminho para o Calvário" de Simone Martini (1340). Características: •Rompimento com o imobilismo e a hierarquia da pintura medieval; •Valorização do individualismo; Giotto di Bondone QUATROCENTO (séc. XV) Durante esse período o Renascimento espalhou-se pela Península Itálica, atingindo seu apogeu; Primavera (1482). Sandro Botticelli. Galleria degli Uffizi, Florença (Itália). Características: •Inspiração greco-romana; •Racionalismo; •Experimentalismo; Artistas do período: O Pagamento do Tributo (Masaccio) - 1425 Lamentação sobre o Cristo Morto (Andrea Mantegna) – 1475-78 • Virgem do Cravo (1478 – 1480). Leonardo da Vinci. Antiga Pinacoteca, Munique (Alemanha). O Castigo dos Rebeldes- Botticeeli A santa ceia – Leonardo da Vinci A escola de Atenas – Rafael Sanzio CINQUECENTO (séc. XVI) O Renascimento tornou-se no século XVI um movimento universal europeu, tendo, iniciado sua decadência; Michelangelo: David, 1501- 1504. Galleria dell'Accademia, Florença. https://pt.wikipedia.org/wiki/Galleria_dell%27Accademia https://pt.wikipedia.org/wiki/Galleria_dell%27Accademia https://pt.wikipedia.org/wiki/Floren%C3%A7a A Criação de Adão de Michelangelo Michelangelo: David, 1501-1504. Galleria dell'Accademia, Florença. https://pt.wikipedia.org/wiki/Galleria_dell%27Accademia https://pt.wikipedia.org/wiki/Galleria_dell%27Accademia https://pt.wikipedia.org/wiki/Floren%C3%A7a Características gerais: • RACIONALISMO: a convicção de que tudo pode ser explicado pela razão do homem e pela ciência; • UNIVERSALISMO: Considera que o homem deve se envolver em todas as áreas do saber; • ANTROPOCENTRISMO: afirma que tudo no universo deve estar de acordo com a relação do homem; • HEDOÍSMO:afirma ser o prazer individual e imediato, o supremo bem da vida humana; • INDIVIDUALISMO: exprime a liberdade do indivíduo frente a um grupo, especialmente o Estado; • OTIMISMO: é uma forma de pensamento positivo, encontrado em pessoas otimistas; • Na escultura, o Renascimento será um período fértil e de grandes obras, como Michelangelo (1475-1564), Donatello (1386-1466) e outros mais. Buscavam, através da escultura, representar o homem real, inclusive em tamanho natural. Os corpos eram esculpidos minuciosamente, com o máximo de detalhes. Donatello, David (ca. 1440?) Museo Nazionale del Bargello altura: 158 cm • O movimento do Renascimento atinge toda a Europa e a Alemanha é também berço de grandes mestres, como Albrecht Dürer (1471-1528) • A beleza e a forma perfeita estão ligadas à humanidade como um todo. O Maneirismo ou anti-Renascimento foi uma fase em que houve o fim do Renascimento e o início do período conhecido como Barroco; A Pregação de João Baptista" - Jacopo del Conte Pintor maneirista italiano (1510-1598) AS TRANSFORMAÇÕES DA IDADE MÉDIA: ARTE NO RENASCIMENTO E BARROCO • O Barroco tem sido o termo usado pelos historiadores da arte durante quase um século para designar o estilo dominante no período entre 1600 a 1750. Para alguns, o Barroco é o espírito da Contrarreforma, e a arte barroca, segundo Gomes e Fonseca (2013), provoca a expansão do mundo moderno, não apenas geográfica, mas também intelectual, com a valorização do racionalismo. Bacco, de Caravaggio, 1595 • Esse período artístico traz uma arte permeada por emoção e ornamentação. A cor será o elemento principal da pintura em tons contrastantes de claro e escuro. O tema da pintura barroca será o homem, seguindo o conceito do Antropocentrismo e com forte influência da contrarreforma, na busca do fortalecimento da fé na Igreja Católica.A noiva judia, de Rembrandt, 1665 • Na pintura teremos mestres como Caravaggio, com suas telas monumentais destinadas à igreja; Rembrandt, com o realismo holandês em seus retratos; Rubens, com suas obras religiosas; Velásquez como pintor oficial da corte espanhola; e Vermeer, com sua luz e treva em equilíbrio dinâmico. REMBRANDT (AUTORRETRATO, 1665) •Peter Paul Rubens •O Massacre dos Inocente A Descida da Cruz https://www.meisterdrucke.pt/artista/Peter-Paul-Rubens.html As meninas Velha fritando ovos Diego Velázquez: https://cdn.britannica.com/03/4903-050-47B912D8/Las-meninas-oil-canvas-Diego-Velazquez-Prado-1656.jpg https://cdn.britannica.com/03/4903-050-47B912D8/Las-meninas-oil-canvas-Diego-Velazquez-Prado-1656.jpg • O estilo Barroco foi fortemente desenvolvido no Brasil através da influência portuguesa, sendo a obra do mestre Aleijadinho representativa desse período. O estado de Minas Gerais apresenta em sua arquitetura os fundamentos do estilo Barroco. • Aleijadinho retrata a Virgem Maria, que na obra recebe o nome de Nossa Senhora das Dores devido ao sofrimento vivido pela mãe de Jesus Cristo nas passagens bíblicas. Nossa Senhora das Dores, Aleijadinho, século XVIII Sumário Unidade 2 CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO TÓPICO 1 – ARTE NEOCLÁSSICA TÓPICO 2 – ARTE NO ROMANTISMO TÓPICO 3 – ARTE NO REALISMO TÓPICO 4 – ARTE NO IMPRESSIONISMO TÓPICO 5 – ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA TÓPICO 1 – ARTE NEOCLÁSSICA Neoclassicismo, também conhecido como Academicismo. O termo neo significa novo e as expressões artísticas desse período têm forte influência da arte grega e da arte romana. Longe de reproduzir a arte do passado, os artistas do Neoclássico a revigoram de forma crítica, com temas fortes e realistas. A banhista de Valpicon, Ingres, 1808 O Neoclássico, enquanto período histórico, tem como influências as ideias do Iluminismo e da Revolução Francesa. Os defensores do Iluminismo priorizavam a ciência e a razão, com investigação objetiva da natureza para sua compreensão. Morte de Marat, Jacques Louis David 1793, Museus Reais de Belas-Artes da Bélgica O Neoclássico se caracteriza por ser um movimento artístico que fez um retorno ao passado, buscando o que foi consagrado na arte greco-romana. Esse movimento se solidificou a partir do século XVIII, estendendo-se ao século XIX, quando a burguesia europeia se encontrava fortalecida. A fonte de inspiração dos artistas neoclássicos são também os modelos orientados pelo rigor da Academia de Belas Artes O Juramento dos Horácios, uma das obras mais conhecidas e influentes da escola neoclássica por Jacques-Louis David, 1784, Museu do Louvre A arquitetura neoclássica pode ser identificada pelos elementos arquitetônicos com as fachadas retas, colunas e frontões com herança do período Clássico grego. Todos os exageros e detalhes do Barroco e do Rococó desaparecem na arquitetura neoclássica, dando destaque às características de praticidade e funcionalidade. Villa Torlonia, Giuseppe Valadier, 1806 ARTE NEOCLÁSSICA - ARQUITETURA ESCULTURA A Escultura Neoclássica vem unir diversos elementos baseados na escultura clássica, Busca-se a harmonia das proporções e das formas com a exploração de temas relacionados a mitologia e personagens heroicos. Hercules, Antonio Canova. TÓPICO 1 – ARTE NEOCLÁSSICA No Brasil também temos construções com elementos do período Neoclássico, que chegaram com a família real ao Rio de Janeiro, através da Imperial Academia de Belas Artes, sendo o estilo neoclássico oficial da corte. Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny (1776- 1850) é o arquiteto de maior prestígio que chega ao Brasil, deixando construções importantes no estilo neoclássico como, por exemplo, a sede da reitoria Pontifícia Universidade Católica no Rio de Janeiro. Outro exemplo da arquitetura neoclássica no Brasil é o famoso Palácio do Catete, no Rio de janeiro, atual museu da República. Projetado pelo arquiteto alemão Carl Friedrich Gustav Waehneldt, em sua fachada deixa registrada a herança da arquitetura greco-romana, com paredes sólidas e janelas em harmonia matemática. Palácio do Catete, Carl F. G. Waehneldt, 1894 TÓPICO 2 – ARTE NO ROMANTISMO O romantismo não se refere propriamente a um estilo específico, mas antes a uma atitude de espírito que pode revelar-se sob muitos aspectos. O romantismo vem dos ‘romances’, histórias de aventuras medievais (como as lendas do Rei Artur ou do Santo Graal), tão em voga nos finais do século XVIII e assim chamados por serem escritos em língua ‘românica’ e não em latim”. os artistas românticos exaltavam a liberdade do homem, sua natureza instintiva. Caminhante sobre o mar de névoa, Caspar David Friedrich, 1818 TÓPICO 2 – ARTE NO ROMANTISMO •Sentimentalismo: supervalorização das emoções pessoais, com destaque para a melancolia. •Subjetivismo: há valorização das sensações do ser humano e da liberdade de pensamento. •Egocentrismo: foco no indivíduo, •Escapismo: desejo de evasão para escapar da realidade como ela se apresenta, criando um mundo idealizado. •Idealizações: idealização da sociedade, do amor e da mulher, buscando uma realidade diferente. . a queima das casas do parlamento" William Turner - 92 x 123 cm - 1835 TÓPICO 2 – ARTE NO ROMANTISMO •Oposição ao modelo clássico: valorização da arte popular e folclórica, oposta à arte erudita da antiguidade clássica. •Nacionalismo: forte exaltação da natureza e da pátria, com temas relacionados com a grandiosidade da natureza e o sentimento de pertença. •Retorno ao passado: a Idade Média passa a ser a referência para os artistas, que apreciavam as tradições e a fé humana. •. . A liberdade guiando o povo (1830), Eugène Delacroix Um dos pintores de destaque no Romantismo foi o espanhol Francisco José de Goyay Luciente (1746- 1828), conhecido como Goya. Destacou-se com seus retratos e composições criativas e permeadas de liberdade. Nesse quadro, Goya registra pictoricamentede forma expressiva o levantamento de 3 de maio, ocorrido em 1808, após Napoleão invadir a Espanha, momento em que as tropas francesas atiraram contra os revoltosos. Entre os condenados ao fuzilamento, o artista destaca um dos personagens. Centralizado na cena que registra a execução, de blusa branca levanta os braços rendido às armas, mas mantém a postura de enfrentamento com a certeza de que a causa ainda resistiria à tirania do imperador. Na composição da cena, a luz e a sombra constituem elemento central para a dramaticidade do tema, como se tivesse um holofote direcionado ao que iriam ser executados. O fuzilamento de 3 de maio 1814, Goya TÓPICO 2 – ARTE NO ROMANTISMO O Romantismo no Brasil marca a ideia de se construir o conceito de nação brasileiro e tudo o que nela estava envolvido, principalmente a compreensão de uma identidade nacional. As artes plásticas terão nomes importantes, através da pintura do gênero histórico, como Pedro Américo, Vitor Meirelles, Almeida Júnior, entre outros que exaltaram a natureza e o popular em busca da nacionalidade brasileira. Independência ou Morte, Pedro Américo, 1888 TÓPICO 3 – ARTE NO REALISMO O Realismo começou na França e um ponto marcante desse período vem do campo da literatura com a publicação de Madame Bovary, romance de Gustave Flaubert, publicado em 1856. Em Portugal, um dos representantes desse movimento literário foi Eça de Queirós, com O crime do Padre Amaro, e no Brasil com Machado de Assis, que sai do Romantismo e entra na fase realista com Memórias Póstumas de Brás Cubas, em 1881. Almoço na Relva, Édouard Manet, 1863 TÓPICO 3 – ARTE NO REALISMO O artista agora, focado em transmitir a realidade e reproduzir em suas obras seres como eles mesmos, ou que estejam dentro dos ambientes em que estes frequentam e observam, muitas vezes refletindo suas pretensões políticas. Nesse período, os pintores devem ter a mesma objetividade de estudo de um cientista ao esboçar seus traços. Moças peneirando trigo (1853-54), de Gustave Coubert, TÓPICO 3 – ARTE NO REALISMO Nesse quadro, Daumier traz o cotidiano de pessoas que compartilham o trem, em primeiro plano os representantes do povo e, em segundo plano, representantes da burguesia. O tema em si registrado em um quadro já é polêmico, visto que a sociedade não via a classe trabalhadora como digna de ser registrada pela arte. - denunciar o contexto de miséria da classe trabalhadora - castigados pela sua condição social em primeiro plano da tela. O vagão de terceira classe, Honoré Daumier, 1860 TÓPICO 3 – ARTE NO REALISMO O Realismo na escultura foi inspirado no homem real e o contexto em que estava inserido. se posicionado perante a sociedade. Material - bronze, apresentados sem retoques, gerando até certa brutalidade devido ao pouco polimento da peça. Algumas obras vão eternizar gestos humanos, por exemplo, a obra do francês François- Auguste-René Rodin (1840-1917). O Pensador, inspirado na obra Divina Comédia de Dante Alighieri -Dante em frente aos portões do inferno. É considerada a escultura mais famosa de Rodin, tendo sido inúmeras vezes replicada. O Pensador, Auguste Rodin, 1902 TÓPICO 4 – ARTE NO IMPRESSIONISMO Impressionismo foi um movimento artístico que teve seu início na França, no final do século XIX, tendo aversão à arte acadêmica que era ensinada em escolas artísticas da Europa. Um grupo de artistas propunha exaltar traços pictóricos imediatos. A fonte principal para a execução era a natureza. Procuravam captar as impressões daquele momento, registrando luz e cor e transpô-las diretamente para a tela. Algumas características facilitam a hora de analisar uma obra impressionista, tais como: • Na pintura teremos a predominância das tonalidades que os objetos adquirem ao serem expostos à luz natural, bem como as mudanças dessas tonalidades. • Desaparecem as linhas que contornavam as figuras, pois representam apenas uma parte e não o todo do objeto. • As sombras passam a ser representadas como luminosas e coloridas, se afastando dos tons escuros, como o preto, por exemplo. • As cores se encontram no objeto retratado e não são previamente misturadas. É o olho do observador que faz o encontro, gerando outros tons. IMPRESSIONISMO O impressionismo tinha como proposta estética apreender a beleza de um momento, como numa fotografia. Trabalharam com técnicas de representação naturalista, que deixava a pintura livre dos artifícios acadêmicos. Apesar de desenvolverem estilos particulares, os impressionistas compartilharam conceitos e técnicas. IMPRESSÃO, SOL NASCENTE (1872), CLAUDE MONET. MUSÉE MARMOTTAN, FRANÇA IMPRESSIONISMO TÓPICO 4 – ARTE NO IMPRESSIONISMO Nesse quadro, o artista desafia as regras morais da época e expõe os dois personagens centrais com os braços musculosos à mostra. Percebe- se que os demais integrantes da cena estão com trajes da época, tornando despojada a vestimenta dos dois personagens, contrastante com a composição geral. Mesmo assim, o clima retratado na tela é de harmonia e o grupo não parece se preocupar com as dissonâncias dos personagens em suas vestimentas informais. Percebe- se que o pintor, apesar de extremo cuidado com os detalhes, prioriza a totalidade da cena. O almoço dos remadores, Renoir, 1880 TÓPICO 5 – ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA O Pós-Impressionismo pode ser entendido como um período de transição entre o Impressionismo e o Expressionismo. Nesse momento, a Europa vive as mobilizações e revoluções operárias. No Brasil, os movimentos abolicionistas ganham força e, logo a seguir, tardiamente, se promulga o fim do sistema escravagista no país. Iniciou em 1885 e permanece até o início do cubismo. subjetividade, do humano, do emocional e do sentimental expostos nas obras, “os artistas buscavam novos estilos através de novos conceitos e técnicas acentuando as cores” (PROENÇA, 2012, p. 145). Destacaram-se por pesquisas de composições cromáticas. A pintura desenvolveu-se em 1886, com Gauguin, Cézanne, Van Gogh e Toulousse-Lautrec, os quais apresentaram um trabalho muito pessoal. A subjetividade ganha destaque entre os pintores desse período. Natureza Morta com molde de gesso, Cézanne, 1894 PÓS-IMPRESSIONISTA Paul Gauguin (1848-1903). Ele se preocupava pela ideia e não pelo efeito da pintura. Pintava de memória, pois ela conservava o essencial das formas e das cores, e suas obras revelam a influência egípcia nas composições planas, nas pessoas em primeiro plano e nas menores ao fundo. Ainda, segundo os autores, o artista contribuiu para a arte com as formas aplainadas, inovações em cores intensas e ricas. viveu no Taiti, mais especificamente nas ilhas Marquesas, foi um dos períodos mais produtivos da carreira do pintor. organização do cenário. Em primeiro plano, temos a figura feminina com uma criança sentada em seu ombro, em evidente referência a Maria e ao menino Jesus. Ave Maria, Gauguin, 1891 TÓPICO 5 – ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA 0 pintor holandês, Vincent van Gogh (1853-1890), foi um dos artistas mais significativos da arte pós-impressionista vida no campo e o contato com os impressionistas foi decisivo na pesquisa pictórica do artista. Outro tema marcante de seus quadros são os girassóis, incorporada a força da cor amarela usada com maestria.. Sequência de pinturas de girassóis, Van Gogh, 1888 TÓPICO 5 – ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA CAMPO DE TRIGO COM CORVOS” (1890), 50,3X103CM, VAN GOGH. MUSEU VAN GOGH, AMSTERDÃ A CASA AMARELA” (1888), 76X94 CM, VAN GOGH. MUSEU VAN GOGH, AMSTERDÃ Slide 1: Um breve resumo : Idade Média Arte Bizantina Arte Românica Arte Gótica Slide 2 Slide 3: Três deslocamentos importantes tiveram ampla repercussão na civilização ocidental: Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8: Idade de Ouro da Arte Bizantina Slide 9: Características Slide 10 Slide 11: Mosaicos Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide16 Slide 17 Slide 18 Slide 19: Arquitetura Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25: Arte Românica: Histórias em Pedra Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35: Manuscritos Iluminados Slide 36 Slide 37 Slide 38: Arte Gótica: Altura e Luz Slide 39 Slide 40: Elementos da arquitetura Gótica Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51: Vitrais Slide 52: Tapeçaria Slide 53: Como Diferenciar? Slide 54: E a pintura? Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59: Principais acontecimentos Slide 60 Slide 61 Slide 62: Fases do Renascimento: Slide 63: Características: Slide 64 Slide 65: Características: Slide 66: Artistas do período: Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70: O Castigo dos Rebeldes- Botticeeli Slide 71: A santa ceia – Leonardo da Vinci Slide 72: A escola de Atenas – Rafael Sanzio Slide 73 Slide 74 Slide 75 Slide 76: Características gerais: Slide 77 Slide 78 Slide 79 Slide 80 Slide 81: AS TRANSFORMAÇÕES DA IDADE MÉDIA: ARTE NO RENASCIMENTO E BARROCO Slide 82 Slide 83 Slide 84 Slide 85 Slide 86 Slide 87: Sumário Unidade 2 CONHECENDO A ARTE DO MUNDO MODERNO AO CONTEMPORÂNEO Slide 88: TÓPICO 1 – ARTE NEOCLÁSSICA Slide 89 Slide 90 Slide 91 Slide 92: ESCULTURA Slide 93: TÓPICO 1 – ARTE NEOCLÁSSICA Slide 94: TÓPICO 2 – ARTE NO ROMANTISMO Slide 95: TÓPICO 2 – ARTE NO ROMANTISMO Slide 96: TÓPICO 2 – ARTE NO ROMANTISMO Slide 97 Slide 98: TÓPICO 2 – ARTE NO ROMANTISMO Slide 99: TÓPICO 3 – ARTE NO REALISMO Slide 100: TÓPICO 3 – ARTE NO REALISMO Slide 101: TÓPICO 3 – ARTE NO REALISMO Slide 102: TÓPICO 3 – ARTE NO REALISMO Slide 103: TÓPICO 4 – ARTE NO IMPRESSIONISMO Slide 104: IMPRESSIONISMO Slide 105: IMPRESSIONISMO Slide 106: TÓPICO 4 – ARTE NO IMPRESSIONISMO Slide 107: TÓPICO 5 – ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA Slide 108: PÓS-IMPRESSIONISTA Slide 109: TÓPICO 5 – ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA Slide 110: TÓPICO 5 – ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA