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1 Imunologia das Vacinas Gabriella Almeida XXIV Imunologia das Vacinas Manipulando a Resposta Imune: Doenças infecciosas: principal causa de morte no homem. Medidas preventivas: o Saneamento básico/ Higiene e educação; o Limitação a exposição de pessoas saudáveis a infectados (quarentena); o Controle de vetores e hospedeiros; o Tratamento dos doentes; o Vacinação. VACINAS É uma suspensão de organismos, ou frações de organismos, usada para induzir imunidade. Objetivos: o Controle de disseminação de doenças; o Erradicação de doenças; o Proteção de grupos populacionais específicos – Imunidade coletiva. Propriedades ideais: o Acessível no mundo inteiro; o Estável ao calor; o Eficaz após uma única dose; o Proteção combinada contra várias doenças; o Administração via mucosa; o Adequada para uso em indivíduos em recém- nascidos. Desenvolvimento empírico – sem conhecimento dos fundamentos imunológicos que conferiam proteção. Variolação ou Variolização: o Inoculação de crostas varíolas ou de objetos contaminados. o Prática frequente no oriente – Inalação do pó feito de lesões de pele de pacientes com varíola. o Lady Mary Wortley (1721): Introduz a variolização na Inglaterra. o Alta mortalidade (10-40%). Nascimento da Imunologia como ciência com Sir Edward Jenner (1796). 1976 – Edward Jenner – Primeira vacina. Vaccus – Vaccinus – Vacinação 2 Imunologia das Vacinas Gabriella Almeida XXIV TIPOS DE IMUNIZAÇÃO Imunização Ativa: Exposição a um antígeno e desenvolvimento de imunidade específica. o Natural: exposição natural a infecções. o Artificial: vacinas. Princípio da imunização ativa: Vacina – Indução de imunidade celular e humoral: As respostas imunes a agentes infecciosos geralmente envolvem anticorpos dirigidos contra múltiplos epítopos. Vacinas: Somente alguns epítopos são usados. Vacinação bem-sucedida varia de acordo com a natureza do organismo infectante. Microrganismos extracelulares: Anticorpos fornecem o mecanismo adaptativo mais importante da defesa do hospedeiro. Microrganismos intracelulares: Resposta efetiva de linfócitos T DC8 é essencial. Objetivos: o Induzir proteção; o Induzir resposta imunológica. A vacinação deve ser feita primariamente em crianças: o Interferência dos anticorpos maternos. o Necessidade de reforço; A vacinação em adultos depende da determinação de grupos de risco: o Profissionais da saúde. o Idosos. Imunização Passiva: Administração de anticorpos ou células específicas de um indivíduo imunizado para outro não imune. o Natural: anticorpos da mãe para o filho. o Artificial: administração de soro imune de animais – Imunobiológicos. Condições que requerem imunização passiva: o Deficiência na síntese de anticorpos. o Exposição à doença que causará complicações (botulismo, tétano, difteria, raiva). o Exposição à toxina de animais peçonhentos. o Melhorar os sintomas de uma doença em curso. Limitações: Uso de soro de espécies diferentes gera forte resposta imune. o Formação de IgG e IgM específicas – Doença do soro – Hipersensibilidade do tipo III. o Formação de IgE específica – Risco de reação anafilática. o Alternativa: Anticorpos humanizados. 3 Imunologia das Vacinas Gabriella Almeida XXIV TIPOS DE VACINAS VACINAS DE MICRORGANISMOS INTEIROS: ATENUADAS Versões enfraquecidas dos patógenos que mimetizam a infecção natural. Diminuição da virulência por várias passagens em cultura ou ovos embrionados. Mimetizam fielmente uma infecção real. Induzem maior número de mecanismos efetores relevantes, incluindo as células T CD8 citotóxicas. Vantagens: o Estimulação de resposta imune celular e humoral semelhante à infecção original; o Resposta imune de longa duração. Desvantagens: o Possibilidade de reversão à cepa virulenta; o Não devem ser administradas em indivíduos imunocomprometidos. o Novas estratégias – tecnologia do DNA recombinante: ▪ Remoção de gene de virulência. ▪ Mutagênese in vitro de genes virais específicos. Reversão ao tipo selvagem – praticamente impossível. Exemplos: Vacinas contra a varíola, febre amarela, sarampo, caxumba, Sabin e BCG (Bacillus Calmette-Guérin). Desafios: o Infecções que naturalmente não conferem proteção contra reinfecções (malária); o Vírus que mutam rapidamente (HIV); o Vírus que existem em vários sorotipos (dengue). VACINAS DE MICRORGANISMOS INTEIROS: INATIVADOS/MORTOS Patógenos virulentos inativados por processos físicos/químicos. As vacinas virais inativadas, ou “mortas”, consistem em patógenos tratados de modo que sejam incapazes de se replicar. Métodos: o Formaldeído; o Β-propiolactona, etilenimina e psoralenos; o Luz ultra-violeta; o Raio-x. Induzem principalmente imunidade humoral, sendo menos eficazes na indução de imunidade celular, afetando a produção de uma imunidade humoral prolongada → Necessidade de múltiplos “boosters”. Vantagens: o Não há risco de mutação; o Não há risco de reversão da virulência; o Estáveis para armazenamento/ baixo custo. Desvantagens: o Induz apenas imunidade humoral; o Requer boosters para induzir proteção. Exemplos: o Vacinas contra raiva, hepatite A, influenza e Salk (poliomielite). VACINAS DE ANTÍGENO PURIFICADO/SUBUNIDADE (RECOMBINANTES/CONJUGADAS/TOXOIDES) Antígenos purificados a partir de microrganismos (flagelo, cápsula, superfície) ou toxinas inativadas – Evita perigos associados ao uso de organismos patogênicos vivos ou mortos. Proteínas purificadas estimulam células T auxiliares e respostas de anticorpos mas não geram potentes CTLs (linfócitos T citolíticos). Antígenos purificados → não são fortemente imunogênicos. 4 Imunologia das Vacinas Gabriella Almeida XXIV Adjuvantes: substâncias que aumentam a imunogenicidade dos antígenos. ↑ Coestimulantes ↑ Citocinas (ex.: IL-12) Papel dos adjuvantes: Componentes adicionais que mimetizam a ativação da imunidade inata que ocorre normalmente nas infecções e que induz as células dendríticas a estimularem as células T Tipos de adjuvantes: o Adjuvantes de Depósito. Ex.: Sais de alumínio e fosfato de cálcio, emulsões. o Adjuvantes particulados. Ex.: Lipossomas, microesferas. o Adjuvantes imunoestimuladores. Ex.: Glicanos, Dextran Sulfato, produtos de microrganismos. Adjuvante A: Agonistas de TLRs. Adjuvante B: Favorecem captura do antígeno e ativação da APC. Adjuvante C: Ativam imunidade celular (CTLs) e humoral. Vantagens: o Podem ser produzidas em larga escala. o Segurança. Desvantagens: o Pouco imunogênicas – necessitam de adjuvantes; o Só induzem resposta imune humoral; o Proteção necessita de doses de reforço em poucos anos. VACINAS RECOMBINANTES: Vacinas de subunidades produzidas por técnicas de engenharia genética – microrganismos são programados a partir da fração antigênica de interesse. Ex.: Produção de uma proteína viral recombinantes – Vacina para Hepatite B. VACINAS CONJUGADAS: Vacinas compostas por antígenos polissacarídeos bacterianos (pneumococo e H. influenza) geram anticorpos de baixa afinidade e são fracamente imunogênicos em crianças, então surgiram as vacinas conjugadas. As vacinas conjugadas foram desenvolvidas como resultado da compreensão de como as células T e B colaboram em uma resposta imune. 5 Imunologia das Vacinas Gabriella Almeida XXIV o Neisseria meningitidis (meningococo) o Streptococcus pneumoniae (pneumococo) o Haemophilus influenzae ➢ Cápsula externa composta por polissacarídeos → Opsonização por anticorpos. Conjugação dos polissacarídeos a proteínas carreadoras – peptídeos que podem ser reconhecidos pelas células T antígeno- específicas, gerando respostas timo dependentes. TOXOIDES Vacinas toxoides: o Toxinas inativadas. o Ex.: Vacinas contra toxina do tétano (Clostridium tetani). Vantagens: o Produção de anticorpos neutralizantes. Desvantagens: o Necessidade de “boosters” o Desenvolvimento de reações adversas. VACINAS DE ÁCIDOS NUCLEICOS (DNA) Injeção de um plasmídeo “nu” contém DNA complementar que codifica um antígeno proteico induzindo respostas imune celular e humoral contra o antígeno. Técnica do DNA recombinante. Injeção de um plasmídeo “nu” que contém DNA pode ser feita por via intramuscular ou pistola gênica. Mimetiza a infecção natural. As células musculares são as mais eficazes em capturar o DNA e produzir proteínas quando o DNA é injetado in vivo. VACINAS DE ÁCIDOS NUCLEICOS (DNA): Segunda Geração Novas estratégias para aumentar a potência das vacinas de DNA. 6 Imunologia das Vacinas Gabriella Almeida XXIV Dispositivos para aumenta a transfecção de células ou direcionar o DNA para locais específicos. Vantagens: o Alternativa às vacinas de microrganismos vivos atenuados. o Não requerem adjuvantes. Desvantagens: o Riscos de integração ao genoma; o Indução de tolerância; o Autoimunidade. VACINAS DE ÁCIDOS NUCLEICOS (DNA) EM VETORES VIRAIS / Vírus-like particle VLP. Introdução de genes que codificam antígenos microbianos em um vírus não citopático e infectar pessoas com esse vírus. Fácil propagação entre células. Desvantagem: o Produzir antígenos que estimulem respostas de CTLs que matam células hospedeiras infectadas. VACINA PARA O HPV Virus-like Particles: Expressão da proteína L1: Tecnologia do DNA recombinante. Antígenos sintéticos: Vacina quadrivalente contra o HPV tipos 6, 11, 16 e 18. As vacinas são 100% efetivas? Alguns indivíduos respondem fracamente – suscetíveis A imunogenicidade dos epítopos peptídicos de células T depende de suas associações específicas a variantes polimórficas de moléculas do MHC. Introdução de novas cepas – migrações São eficazes para patógenos que: o Não estabelecem latência. o Não vaiam antigenicamente. o Não interfere com a resposta imunológica. o Limitados a infecções em humanos. Doenças ainda sem vacina eficaz: Hepatite C HIV/Aids Tuberculose Malária Dengue
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