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Sentido da colonização_Caio Prado Jr

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Sentido da colonização
Caio Prado Jr.
Metodologia:
Análise do passado: acompanhar e interpretar o processo de formação social e econômica (Brasil).
Acontecimentos essenciais: orientação do sentido da evolução da sociedade.
Sentido da evolução do povo: variabilidade que marca a individualidade da sociedade dada.
Portugal:
História do país: lutas contra os árabes (geral da formação das nações europeias);
Século XV: a expansão marítima (mudança de rumo);
“Todo povo tem na sua evolução, vista à distância, um certo ‘sentido’”.
Unidade do período colonial: não houve descontinuidade;
Século XIX: síntese da obra colonizadora.
Formação social e econômica do Brasil: quadro mais amplo da história europeia.
“Processo que acabaria por integrar o Universo todo em uma nova ordem, que é do mundo moderno, em que a Europa, ou antes, a sua civilização, se estenderia dominadora por toda parte.” (p. 17)
Colonização da América portuguesa: não foi um fato isolado.
“Estamos tão acostumados em nos ocupar com o fato da colonização brasileira, que a iniciativa dela, os motivos que a inspiraram e determinaram, os rumos que tomou em virtude daqueles impulsos iniciais se perderam de vista.” (p. 17)
Brasil
Resultado: descobrimento e colonização da América.
Impulso: desenvolvimento do comércio continental europeu e a busca de empresas comerciais por mercadorias e mercados.
Expansão portuguesa (século XV): périplo africano -> novo equilíbrio europeu; deslocamento dos centros dinâmicos do comércio para a fachada oceânica (Holanda, Inglaterra, Normandia, Bretanha e a península Ibérica).
Expansão marítima europeia
Rotas de navegação: costa africana e o comércio com os mouros e nativos;
Colonização das ilhas atlânticas (Açores, Cabo Verde e Madeira);
Oriente (segunda metade do século XV).
Espanha, Holanda, Inglaterra e França: grandes navegações.
Era dos descobrimentos: expansão comercial europeia e a emergência de uma nova ordem.
América: obstáculo a passagem para a Ásia e o comércio de especiarias. 
Busca pela travessia: norte e sul do novo continente.
Pioneirismo português
Comércio X povoamento: feitorias.
Significado de colonizar: estabelecer sistemas de feitorias comerciais.
África, Ásia e a América: realidades distintas.
América: território primitivo; população rarefeita; sem grandes atrativos; extrativista (madeira, peles de animais e a pesca). 
Espanha e os impérios americanos: mineração (papel menor na empresa colonizadora).
Agricultura: pioneirismo português (ilhas atlânticas), ocupação do Caribe por ingleses, franceses e holandeses.
“Luzes sobre o espírito com que os povos da Europa abordam a América”
Temperadas: colonização de povoamento
Guerras religiosas na Europa (Inglaterra);
Lutas políticas;
Cercamento dos campos (Inglaterra): excedente de trabalhador livre.
Economia: exploração extrativista.
“São assim circunstâncias especiais, que não têm relação direta com ambições de traficantes ou aventureiros, que promoverão a ocupação intensiva e o povoamento em larga escala da zona temperada da América” (p. 23).
Ocupação e povoamento: nova ordem que a expansão comercial estava processando.
Vicissitudes da empresa colonizadora
Zonas tropicais e subtropical: outro rumo
Refutação da inadaptabilidade do europeu.
Estímulos: diversidade de condições naturais
Obtenção de gêneros tropicais (produtos de luxo):
Açúcar, tabaco, pimenta, anil, arroz, algodão.
“A América lhe poria à disposição, em tratos imensos, territórios que só esperavam a iniciativa e o esforço do homem. É isso que estimulará a ocupação dos trópicos americanos” (p. 25)
Colono europeu nos trópicos
Dirigente da produção de gêneros de grande valor comercial;
Empresário de um negócio rendoso;
Contragosto: trabalhador.
Caráter da exploração nos trópicos: larga escala (grandes unidades produtivas), com avultado número de trabalhadores (sem propriedade).
Adoção da escravidão: solução para a oferta de trabalhadores (demografia europeia).
Escravidão temporária;
Escravidão indígena;
Escravidão africana.
Zonas temperadas: colônias de povoamento;
Zonas tropicais e subtropicais: tipo de sociedade inteiramente original.
“as colônias tropicais tomaram um rumo inteiramente diverso do de suas irmãs da zona temperada”. 
“Não será a simples feitoria comercial, (...). Mas conservará no entanto um acentuado caráter mercantil; será a empresa do colono branco, que reúne à natureza, pródiga em recursos aproveitáveis para a produção de gêneros de grande valor comercial, o trabalho recrutado entre raças inferiores que domina: indígenas ou negros africanos importados.” (p. 28)
“No seu conjunto, e vista no plano mundial e internacional, a colonização dos trópicos toma o aspecto de uma vasta empresa comercial, mais completa que a antiga feitoria, mas sempre com o mesmo caráter que ela destinada a explorar os recursos naturais de um território virgem em proveito do comércio europeu.” (p. 28)
Essência de nossa formação:
 “na realidade nos constituímos para fornecer açúcar, tabaco, alguns outros gêneros; mais tarde ouro e diamantes; depois, algodão, e em seguida café, para o comércio europeu. Nada mais que isso. É com tal objetivo, objetivo exterior, voltado para fora do país e sem atenção a considerações que não fossem o interesse daquele comércio, que se organizarão a sociedade e a economia brasileira. Tudo disporá naquele sentido.” (p. 29).
Sentido da colonização tropical: Brasil é uma das resultantes
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