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AULA - GLAUCOMA

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GLAUCOMA
 É uma neuropatia na qual o principal fator de
risco é a pressão intraocular sobre o nervo
óptico. Neuropatia do nervo óptico que
provoca perda progressiva do campo visual
que costuma ocorrer da periferia para o centro.
 Principal causa de cegueira irreversível. O
diagnóstico precoce e tratamento permitem
bom prognóstico.
EPIDEMIOLOGIA
 Ano 2000 - estimativa de 66,8 milhões de
indivíduos afetados com 6,7 milhões cegos
bilateralmente.
 Nos EUA, 1,2milhões (250 mil cegueira parcial e
80 cegueira total).
 Somente 20% da população geral sabe que
glaucoma tem associação com aumento da
pressão intraocular.
DEFINIÇÃO
 É uma doença lentamente progressiva.
 Dano característico ao nervo óptico (aumento
da escavação papilar, hemorragias podem
estar presentes).
 Alterações típicas no campo visual. Perda
insidiosa e assimétrica da visão periférica
(tunelização).
FATORES DE RISCO
 Principal fator de risco: aumento da pressão
intraocular.
 Outros fatores:
 Idade > 40 anos.
 Negros.
 História familiar positiva.
 Míopes.
 DM e HAS.
OBS: existe o glaucoma (lesão no nervo óptico com
PIO normal (<21). Esses já devem ser tratados pois já
têm lesão no nervo óptico.e tem indivíduos com
nervo saudável e PIO > 21 (hipertenso ocular). Já os
hipertensos oculares a questão de tratar vai depender
de vários fatores.
HUMOR AQUOSO
 É produzido no corpo ciliar.
 A drenagem é realizada pelo seio camerular.
 Via convencional: 80 - 90%.
 Via úveo-escleral: 10 - 20%.
 O humor aquoso passa entre a íris e o cristalino,
câmara posterior, chegando na câmara anterior
do olho, entre a íris e córnea e é drenado pela
malha trabecular que fica no ângulo que é
formado pela íris e córnea.
 O desequilíbiro entre a produção e drenagem
leva ao aumento da pressão intraocular, que leva
à uma alteração na cabeça do nervo óptico.
 Aumentando a escavação, ocasionado lesão de
células ganglionares e neurais. Isso provoca
comprometimento do campo visual até que nos
últimos estágios, a pessoa tem um campo tubular,
central e temporal pequenos.
 O que já foi lesado não tem cura. É irreversível.
 A pressão intraocular considerada normal é
de 11 - 21mmHg.
TIPOS DE GLAUCOMA
 Glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA):
 É o mais comum (90%).
 Maior incidência em raça negra. Relacão
com idade. Sem predileção por sexo. Fator
de risco é pacientes míopes. História
familiar.
 Glaucoma primário de ângulo fechado:
ângulo iridocorneano estreito.
 É menos comum, mas pode causar crises
de glaucoma agudo.
 O fluxo de drenagem do humor aquoso é
bloqueado parcial ou totalmente pela íris
periférica.
 O glaucoma agudo acontece por
fechamento abrupto e total do ângulo,
apresentando perda dolorosa da visão,
náuseas e vômitos.
 Os principais fatores de risco são: etnia
asiática (olho pequeno), sexo feminino,
hipermetropia, história familiar e idade
com alteração do cristalino.
 Entre os fatores precipitantes de glaucoma
agudo estão: iluminação fraca(teatro,
cinema), fármacos anticolinérgicos, como
atropina, tropicamida, antidepressivos e
fármacos adrenergicos, colírios
midríaticos, tricíclicos.
 Glaucomas secundários:
 Trauma, infecções, doenças sistêmicas e
corticóides.
 Glaucoma congênito:
 Buftalmo(olho grande), fotofobia (pois a
córnea fica edemaciada devido aumento da
PIO e não tolera claridade), lacrimejamento
(epífora), estrias Haab (quebra das fibras da
membrana visualizado na lâmpada de fenda).
 Pode ser hereditário e causado por TORCHs.
 Maior parte é bilateral e em meninos.
 Tríade:
epífora+fotofobia+blefararoespasmo.
 Fisiopatologia da crise de glaucoma aguda: olhos
pequenos, bem predisposto em que a íris e
córnea ficam bem perto, o ângulo é menor e
estreito. Nesses pacientes, quando temos uma
dilatação da pupila (1/2 midríase), a íris encosta
no cristalino, o humor aquoso é produzido na
câmara posterior vai passar entre a íris e o
cristalino, porém está obstruído, não passa, e fica
represado, empurrando a periferia da íris em
direção à córnea, fechando ainda mais o ângulo.
Começa aumentar a pressão na câmara anterior
também, pois o fechamento do ângulo obstruiu a
drenagem do humor aquoso. A PIO aumenta
bastante ocasionando dor, baixa acuidade visual,
olho vermelho, náuseas e vômitos.
 Foto acima: 1/2 midríase. Paciente faz bloqueio
pupilar. Hiperemia conjuntival, opacidade e
edema de córnea.
AVALIAÇÃO CLÍNICA
 Tonometria: medida da pressão intraocular.
 Perimetria: avalia o campo visual.
 Gonioscopia: avalia o ângulo da câmara
anterior e dá o valor do ângulo.
 Exame de fundo de olho: avaliar o nervo
óptico.
FATORES QUE INFLUENCIAM A PIO
 Espessura da córnea:
 Córneas finas - < PIO
 Hipoestima a PIO. Aparelho registra um
valor abaixo da pressão real.
 Córneas espessas - > PIO
 Hiperestima a medida da PIO.
 Edema corneano: reduz a medida da PIO.
TRATAMENTO
 Clínico: paciente adulto o tratamento
inicialmente é clínico.
 Diminuir a produção do humor aquoso.
 Aumentar o escoamento do humor aquoso.
 As opções de colírios são:
 Betabloqueadores - reduzem a
produção do humor aquoso: timolol.
 Análogos das prostaglandinas -
aumentam a drenagem pela via úveo-
escleral: bimatoprosta.
 Alfa-adrenérgicos - reduzem a
produção de humor aquoso e
aumentam a drenagem pela via úveo-
escleral: brimonidina.
 Inibidores da anidrase carbônica -
reduzem a produção de humor
aquoso: dorzolamida.
 Mióticos (parasimpatomiméticos)
agonistas colinérgicos - facilitam a
drenagem pela via convencional:
pilocarpina.
 Laser:
 Trabeculoplastia.
 Iridotomia: restrita a paciente com
glaucoma de ângulo fechado.
 Cirúrgico: visam a diminuição da PIO.
 Trabeculectomia.
 Cirurgias não penetrantes.
 Implantes valvulares.
OBS: no glaucoma de ângulo aberto devemos abaixar
em 25 - 30% da PIO do paciente.
OBS: Já na crise aguda de glaucoma devemos
abaixar a PIO < 21mmHg. O tratamento é
emergencial. Usar colírios (timolol, pilocarpina,
brimonidina) e sistêmicos (acetazolamida/manitol).
Além disso, devemos reduzir a inflamação com
prednisolona 1%. Se a PIO não reduzir em 2
horas, indicar a iridoplastia periférica a laser
(emergencial). Após 3 - 7 dias, indicar a
iridotomia periférica a laser
bilateralmente(definitivo).

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