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INFECÇÃO DE FERIDA OPERATÓRIA - CSR INFECÇÃO DE FERIDA OPERATÓRIA Incidência em torno de 3% (variabilidade muito grande): Menos de 5% para as cirurgias limpas. Mais de 20% para uma infectada. A maioria é provocada pela flora bacteriana da própria pele, que é inoculada na incisão durante o procedimento cirúrgico (cocos gram + - Staphylococcus epidermidis, S. aureus, e Enterococcus sp). Razão mais comum de readmissão não planejada após a cirurgia. O tipo de cirurgia com maior risco de infecção é abdominal, principalmente a de cólon (10%). A cirurgia laparoscópica está associada a uma diminuição na incidência de infecção devo ao: Tamanho diminuído da incisão. Resposta ao estresse da lesão tecidual diminuída. Uma ferida cirúrgica é considerda infectada se: Há drenagem de material purulento macroscopicamente drenando da ferida. A ferida abre espontaneamente e drena líquido purulento. O líquido drenado da ferida tem cultura positiva ou gram + para bactérias. O cirurgião observa eritema ou drenagem e abre a ferida depois de determiná-la infectada. INFECÇÃO SUPERFCIAL DE FERIDA OPERATÓRIA Diagnóstico clínico: sinais e sintomas relacionados com a profundidade da infecção. Geralmente aparece no 4° - 5° PO. Sinais clínicos: endurecimento local, eritema, edema, dor, calor, saída de secreção. Ferida geralmente esta mole ou flutuante no local da infecção, que é diferente da rigidez encontrada na borda em cicatrização. Febre. Leucocitose. As primeiras etapas no tratamento de ISCs são abertura e o exame da porção suspeita da incisão. Se a infecção for confinada à pele e ao tecido subcutâneo subjacente, abrir a incisão e fornecer cuidados locais com a ferida. Antibioticoterapia em infecções superficiais é indicada apenas para eritema que estende além da margem da ferida, ou quando estão presentes sinais sistêmicos de infecção (Cefalexina). Cicatrização por segunda intenção. Prevenção: Controle dos fatores do paciente (obesidade, DM, tabagismo, nutrição, anemia). Cuidados durante a cirurgia (contaminação, hipotermia). INFECÇÃO PROFUNDA DE FERIDA OPERATÓRIA O envolvimento da fáscia e/ou do músculo com infecção é a marca registrada. Os sintomas de uma ISC profunda podem incluir inchaço localizado, calor, drenagem com ou sem odor, ruptura e separação da ferida (ou seja, deiscência), eritema peri-incisional e dor no local da incisão. Os sinais sistêmicos de infecção podem incluir febre, leucocitose. Exames de imagem: USG, TC, RNM. Exploração da incisão em centro cirúrgico, com debridamento e fechamento por segunda intenção. Envio de material para cultura + ATB empírico. INFECÇÃO DO ESPAÇO DOS ÓRGÃOS Cirurgia abertura de trato gastro-intestinal -> Gram – e anaeróbios. Em casos de ISCs incisionais profundas: crepitações, vesículas cutâneas ou bolhas podem estar presentes. Com a infecção em curso, os sinais de SIRS: dois ou mais sinais presentes, dentre febre, leucocitose, taquicardia ou taquipneia) indicam o desenvolvimento do quadro de sepse. Sinais de sepse: febre + taquicardia + calafrios Diagnósticos possíveis: Deiscência de anastomose. Abscesso intra-cavitário. O diagnóstico: Suspeita clínica. Exame laboratorial. Imagem (raio-x/TC de abdome). Os fatores de risco para infecção do espaço dos órgãos são: Diabetes. Obesidade. Câncer Emergência. Disseminação da infecção -> peritonite difusa -> LAPAROTOMIA DE URGÊNCIA: Drenagem do abscesso; Lavagem da cavidade; Deiscência de anastomose com peritonite fecal -> ostomia. ATB empírico (ceftriaxona + metronidazol). Cultura secreção (trato gastro-intestinal manipulado previamente). ATB guiado. CASO CLÍNICO 1 Paciente Júlia, 23 anos. Há 11 dias, ela foi submetida a uma cirurgia de apendicectomia convencional devido a apendicite aguda. No intraoperatório o cirurgião descreveu no prontuário que o apêndice encontrava-se com sinais de necrose local, perfuração e secreção purulenta na cavidade abdominal. Júlia recebeu antibiótico intra-venoso por 48h e recebeu alta com antibióticos via oral (Ciprofloxacino e Metronidazol) por mais 7 dias. Vai ao pronto-socorro, pois há 2 dias vem notando o aparecimento de sinais flogísticos em ferida operatória e saída de secreção purulenta em moderada quantidade. A) Diagnóstico: PO DE CIRURGIA SUJA QUE CURSOU COM INFECÇÃO DE FO B) Tratamento: ABRIR, LAVAR, DEIXAR FECHAR POR SEGUNDA INTENÇÃO E ATB. C) Cuidados locais: CASO CLÍNICO 2 Paciente José, 59 anos, obeso, diabético. Há 9 dias, ele foi submetido a uma cirurgia de emergência (laparotomia exploradora) devido abdome agudo obstrutivo. No intraoperatório o cirurgião descreveu no prontuário que o paciente apresentava tumor localizado no cólon sigmóide, sem sinais de doença metastática. Como não havia sinais de perfuração de alça e nem peritonite, foi optado pela colectomia e anastomose de cólon termino-terminal. Paciente ficou internado, recebeu antibiótico intra-venoso e foi de alta no 7º PO, sem queixas. Paciente procurou o pronto-socorro hoje, pois há 2 dias está com dor abdominal de forte intensidade em flanco esquerdo, acompanhada de diarréia, febre, calafrios e sensação de taquicardia. Você deve atender o paciente e responder às seguintes perguntas: A) Diagnóstico: SEPSE DEVIDO INFECÇÃO DO ESPAÇO DOS ÓRGÃOS POR DEISCÊNCIA B) Fatores de risco? DM, OBESIDADE, CA, EMERGÊNCIA. C) Tratamento: ABRIR, LAVAR, DERIVAR, ATB.
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