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1 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 07 ❖ Podem estar relacionadas a 3 elementos: • O paciente • O médico / Técnica cirúrgica • A doença de base ❖ Importância de avaliação pré operatória: • Avaliar estado paciente. A avaliação de como o paciente está avalia se ele pode passar por uma cirurgia e o melhor tipo para ele. • Avaliar técnica a ser utilizada. Nem toda doença cirúrgica vai ser tratada com a mesma técnica para todos os pacientes. • Avaliar melhor momento da cirurgia ❖ Importância do seguimento pós operatório • Identificação precoce das complicações • Escolha do tratamento adequado para cada tipo de complicação e quando elas aparecem. ❖ Podem ser precoces ou tardias ❖ Relacionadas aos sistemas orgânicos SEROMA: ❖ Mais comum ❖ Coleção de gordura liquefeita, soro e linfa localizado sob a incisão (estéril) ❖ Localizada no subcutâneo, bem delimitado. ❖ Aspecto “amarelo-claro”, “gorduroso” ❖ As vezes drena espontaneamente pelo local da incisão. ❖ Mais comuns em cirurgias com grandes dissecções, retalhos cutâneos extensos, uso de tela. Isso não é uma ordem, existem cirurgias pequenas que podem evoluir com seroma. APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO: ❖ Sinais: edema localizado e bem delimitado; as vezes apresenta drenagem. ❖ À palpação está sempre mole, sente dentro um conteúdo líquido. ❖ Não associado a sinais infamatórios, justamente por ser uma coleção estéril. É considerado uma tendência que o corpo tem a ocupar o espaço. Ou seja, se retiramos um nódulo, ou um lipoma o corpo tende a produzir mais líquido tentando ocupar espaço. ❖ Quando temos sinais inflamatórios associados ao seroma (o que é raro) devemos nos preocupar se ele infectou. ❖ Tratamento: Drenagem estéril + Curativo compressivo local (geralmente é feito um rolinho com gaze e aperta bem na região por um determinado tempo, costuma ser bastante efetiva, podendo até retornar, mas em quantidades menores). ❖ Em seromas pequenos a conduta pode ser conservadora, cursando apenas com observação. Geralmente, quando incomoda, é removível por procedimento estéril, não necessariamente cirúrgico. PREVENÇÃO: ❖ Uso de drenos (principalmente em cirurgias com grandes ressecções, retalhos e retirada de grandes órgãos), principalmente para facilitar a retirada de líquido produzido pelo corpo. ❖ Fechamento por planos (evitando deixar espaços vazios/morto, evitando, portanto, aparecimento do seroma). HEMATOMA: ❖ Coleção anormal de sangue, geralmente no subcutâneo ou em um espaço potencial após exérese de órgão Complicações pós operatórias Índice: 1. Complicações 2. Divisões 3. Complicações de feridas cirúrgicas 4. Complicações na termorregulação 5. Complicações respiratórias 6. Complicações cardíacas 7. Complicações renais 8. Complicações gastrointestinais 9. Complicações neurológicas Complicações Divisões Complicações de feridas cirúrgicas 2 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 07 ❖ Aspecto “vermelho-escuro”, pode ter “coágulos”. Quando feita a drenagem manual pode ser feita a saída de coágulos pela ferida ❖ Maior potencial infectante que o seroma. Caso em longos períodos no corpo ou manipulação inadequada pode formar o aparecimento de um abcesso. ❖ Associados a hemostasia inadequada, medicações antiagregantes / anticoa-gulantese /ou distúrbios da coagulação. Se atentar em pacientes que não podem ter esses medicamentos suspensos/descontinu-ados antes da cirurgia. • Quando possível tenta-se fazer a correção dos distúrbios de coagulação no pré-operatório (nem sempre é efetivo). APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO: ❖ Sinais e Sintomas: Variam de acordo com a localização – em geral causam tumefação (edema local), dor (o hematoma dói mais que o seroma) e descoloração da pele local quando hematomas superficiais (a depender se o hematoma forma mais interno ou mais externo pode-se ter alteração da coloração da pele ou nenhuma, em geral hematomas mais superficiais causam a descoloração da pele). ❖ Exemplos: • IRpA → Insuficiência respiratória aguda, • íleo paralítico → Em casos de hematomas que podem acontecer dentro da cavidade abdominal ou retroperitônio, • Anemia → Por excesso de sangramento, • Síndrome compartimental → Principalmente em membros, fazendo efeito de massa e comprimindo vasos e nervos na região. • Hematomas no pescoço podem cursar com insuficiência respiratória aguda, o que é algo extremamente preocupante, com isso o paciente fica quase impossível de ser entubado se não corrigido o hematoma). • O íleo paralítico pode acontecer dentro de própria cavidade abdominal ou no retroperitônio ❖ Pequeno → Tratamento expectante. Só observar e fazer compressa de gelo (controversa – alguns cirurgiões acreditam que hematomas sempre devem ser abordados e outros discordam) ❖ Grandes → Abertura da Ferida Operatória + Drenagem em Centro Cirúrgico + Revisão da hemostasia PREVENÇÃO: ❖ Hemostasia adequada; técnica cirúrgica adequada. Principal fator protetor contra hematoma. ❖ Suspensão de medicamentos / correção de distúrbios. Fator preventivo no pré-operatório. ❖ DRENO NÃO PROTEGE! DRENO AVISA! (em geral, hematoma entope o dreno). O dreno não impede que o hematoma aconteça. ❖ A contenção de um hematoma dentro de um espaço limitado produz as piores complicações ❖ Se tiver em expansão e causando compressão local os pontos devem ser abertos. característ icas seroma Hematoma Dor ausente Presente Cor Branco/hial ino Vermelho escuro Potencial infectante Menor Maior DEISCÊNCIA: ❖ Separação das camadas musculoaponeuróticas no pós operatório ❖ Perigo! – Risco: • Eventração → Descontinuidade da aponeurose, porém a pele fica intacta. Nesse caso as alças ainda não saíram pela ferida operatória. • Evisceração → Mais comum, alças Intestinais para fora. • Infecção • Hérnia incisional ❖ Mais frequentes entre 7-10º DPO (Pós operatório). Embora isso também possa acontecer no 1° pós- operatório. ❖ Fatores de risco: • Erro técnico Isso pode acontecer no fechamento da aponeurose onde são feitos pontos muito separados ou muito próximos, podendo causar isquemia. • Se não fecha direito pode pegar a alça junto com a aponeurose e gerar uma infecção local, abrindo a aponeurose • Cirurgia de emergência são mais propensas a ter deiscência • Idade Quanto mais idoso tem aponeurose mais fina • Obesidade Contribui por ser uma pressão abdominal aumentada com aponeurose mais frágil • Desnutrição • Entre outros, com câncer APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO: ❖ Sinais e Sintomas: evisceração, “sensação de rasgar”, drenagem de líquido cor de salmão em grande quantidade (25% dos casos) ❖ Tratamento: extensão da deiscência, presença de evisceração, patologias intra-abdominais. Ou seja, pressão intrabdominal aumentada gera mais dificuldade de tratar a deiscência. 3 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 07 ❖ Pequenas → Tratamento conservador (troca de curativo frequente, limpeza adequada) ❖ Evisceração → Cobrir alças com compressa úmida, manipular delicadamente e Reabordagem em Centro cirúrgico (CC). ❖ As vezes as alças ficam para fora por muito tempo e com isso ficam edemaciadas, gerando dificuldade para serem colocadas novamente dentro da barriga. ❖ Cuidados com a hipertensão intra abdominal PREVENÇÃO: ❖ Técnica adequada de fechamento: Sem tensão. A aponeurose não pode ficar muito tensa, pois ela pode isquemiar e abrir. ❖ Sutura contínua x separada: pacientes saudáveis – não tem diferença. Em paciente com desnutrição e outros problemas deve-se considerar que se um ponto falhar na sutura contínua tudo abre, enquantona sutura descontínua não. ❖ Na imagem a direita temos a bolsa de Bogotá, onde é colocado um saco de soro suturado entre as duas bordas do abdômen. Ela foi utilizada em casos de laparotomia de emergências, na qual a tentativa de fechar o abdômen de forma primária (fechar todo o abdômen na cirurgia) gerava uma grande pressão intrabdominal, visto que, as alças estavam muito edemaciadas e se fossem fechadas poderiam gerar síndrome compartimental abdominal. ❖ Na imagem embaixo vemos uma deiscência no esterno que foi debridada, ficando um defeito aumentado (ele não conseguiria unir as duas bordas). O vacuum é um sistema que usa uma pressão negativa na ferida (esponja conectada a um aspirador), tirando células mortas e líquidos, epitelizando bem a ferida e promove a cicatrização as bordas até o ponto que se pode suturar ou que se tenha a cicatrização completa. FEBRE PÓS OPERATÓRIA ❖ Aumento da temperatura corporal regulada pelo hipotálamo ❖ Agente causal: bactérias, trauma (cirurgia), doença crítica, síndrome da resposta infamatória sistêmica... ❖ Ocorre em até 2/3 dos pacientes, sendo infecção responsável por cerca de 1/3 dos casos ❖ Infecções mais comuns → Relacionadas a assistência à saúde: Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC), Infecção do trato urinário (ITU), infecção de cateter venoso central (CVC), pneumonia APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO: ❖ Avaliar: • Tipo de cirurgia (grande ou pequena) • Estado do paciente (bom estado geral, regular estado geral, já era debilitado? já tinha doença de base?) • Tempo de internação (Internado há muito tempo pode sugerir inclusive infecção hospitalar) • Doença primária • Etiologia das infecções hospitalares ❖ Febre nas primeiras 48-72h: ATELECTASIA • Atelectasia pode acontecer pois o paciente fica muito tempo deitado e o ventilador pode não expandir todo o pulmão. • Pode ser confundida com a pneumonia em um Raio-x. • A prevenção da atelectasia é a fisioterapia respiratória e a higiene pulmonar. • Alguns pacientes nem querem tossir no pós operatório e isso ajuda a juntar secreção. Com isso, a secreção dentro do nossos pulmão fica aprisionada e ajuda a formar a atelectasia. ❖ Febres persistente ou de 6-8ºDPO (Dia pós operatório): perigo! • Pesquisar prováveis etiologias – atenção a sintomas associados (Tosse? Disúria? Diarreia? Dor na panturrilha?) ❖ Exame físico completo + Avaliar cateteres e sondas + Exames pertinentes ❖ Tratamento: ATB + Troca de cateter ou sondas • Se retirado o cateter de um paciente necessariamente a sua ponta vai para cultura. ❖ Sempre entrar em contato com a CCIH do hospital até para tirar dúvidas com o infecto. A CCIH tem a função de definir o programa de controle de infecção hospitalar, mensurar e avaliar os índices de infecções e de direcionar as medidas para preveni-las. PREVENÇÃO: ❖ Fisioterapia respiratória ❖ Retirada precoce de Sonda vesical de demora (SVD) • No final de cirurgias grandes quando não ligadas ao trato urinário no mesmo dia ou no dia seguinte tenta-se tirar a sonda. Complicações na termorregulação 4 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 07 ❖ Cuidados com técnica e manipulação de Cateter venoso central (CVC). Deve ser feito com técnica asséptica. Manipular sempre com luva para não promover infecção local. ❖ No círculo vermelho é possível identificar um ponto de atelectasia, nas primeiras 48-72 horas é muito fácil de ser visto devido a posição do paciente e aos líquidos administrados. Alguns pacientes não têm a complacência pulmonar muito boa, o que dificulta a ventilação e gera um grau de atelectasia pulmonar. ❖ Na foto a direita vemos uma sonda vesical com presença de piuria, urina com cor de leite condensado, esse paciente está com infecção urinária. ❖ Nas imagens abaixo a da esquerda tem a presença de eritema e a da direita tem edema, Um cateter fica até 2 semanas, depois disso tem que procurar outro local. ❖ A incidência de complicações pulmonares excede 25% dos pacientes cirúrgicos ❖ De todas as mortes pós operatórias, 25% estão relacionadas a complicações pulmonares ❖ Complicações pulmonares estão associadas a 25% de outras complicações letais ❖ A capacidade vital pulmonar pode estar reduzida em cerca de 50% nos primeiros 2 dias pós operatórios ATELECTASIA E PNEUMONIA: ❖ Atelectasia é a complicação pulmonar mais comum ❖ O alvéolo que permanece colapsado, acumula secreção e torna-se fonte para infecção ❖ A pneumonia é a infecção nosocomial mais comum no hospital ❖ Atelectasia em geral ocorre nas primeiras 48h PO (pós operatório) ❖ Pneumonia manifestada após 48h da internação e sem sinais infecciosos prévios: Pneumonia adquirida no hospital ❖ Fatores de risco para pneumonia: • Estado imunológico • Comorbidades (Hipertensos, diabéticos) • Estado nutricional • Tabagismo • Tempo de internação (Internações prolongadas são mais susceptíveis ao aparecimento de pneumonias, • Uso de SNE (sonda Nasoenteral) / SNG (sonda nasogástrica) / IOT (intubação orotraqueal). As sondas nasogástricas e Nasoenteral funcionam como caminhos para as bactérias subirem ao trato respiratório superior e assim migrarem ao inferior. • Idade (mais velhos tem capacidade pulmonar diminuída, junta secreção com mais facilidade) • Uso de IBP (eles promovem o aumento da flora bacteriana no estômago, com o refluxo o retorno da bactéria é facilitado e pode migrar para o trato respiratório inferior). APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO: ❖ Sinais / Sintomas: Febre baixa, mal estar, diminuição dos sons respiratórios nas bases pulmonares. ❖ Sintomas respiratórios podem não estar presentes na atelectasia ❖ Pneumonia pode cursar com febre alta, confusão mental, tosse, leucocitose e alteração radiográfica ❖ Exame físico completo + Avaliar cateteres e sondas + Exames pertinentes ❖ TRATAMENTO DE ATELECTASIA: Fisioterapia respiratória + Higiene pulmonar ❖ TRATAMENTO DA PNEUMONIA: ATB guiado + Fisioterapia respiratória +Higiene pulmonar PREVENÇÃO: ❖ Fisioterapia respiratória, menor tempo de IOT / SNG / SNE, uso criterioso de IBP, cessação do tabagismo (TROMBOSE VENOSA PROFUNDA) E EP (EMBOLIA PULMONAR): ❖ TVP é causada por uma perturbação no sistema de coagulação, induzida por lesão da íntima (lesão da parede do vaso), estase de fluxo sanguíneo e hipercoagubilidade ❖ A maioria dos EPs (embolia pulmonar) provém de TVPs (trombose venosa profunda) existentes nos membros inferiores ❖ EP não diagnosticada tem taxa de mortalidade em tono de 30% ❖ O maior risco de TVP ocorre em pacientes internados para cirurgia (Por isso que sempre no check list cirúrgico se pergunta sobre prevenção a TVP, como bota pneumática, deambular precocemente) APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO: ❖ Mais de 50% das TVPs são silenciosas (a paciente não tem queixa), podendo ser a EP sua primeira manifestação da TVP. ❖ Sinais / Sintomas de EP: • Dor torácica pleurítica (quando a paciente respira doi) • Dispneia súbita • Taquipneia súbita • Hemoptise (casos mais extremos) • Edema de MMII (se tem dor a palpação, se tem edema podemos ter o tvp e isso servir de alerta à embolia) • dor a palpação de panturrilha, ... Complicações respiratórias 5 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 07 ❖ RX de tórax tem pouco valor diagnóstico, uma vez que quase não conseguimos ver embolo em RX. ❖ Para EP: Angio TC, doppler venoso (nos MMII para confirmar a trombose), D dímero (maior probabilidade a EP) ❖ Tratamento: • Anticoagulação PREVENÇÃO: ❖ Deambulação precoce ❖ fisioterapia motora ❖ profilaxia medicamentosa ❖ profilaxia mecânica (botas pneumáticas intermitentes – elas fazem a contração intermitente dos MMII ❖ A profilaxia medicamentosa e pneumática é a escolhaideal para aqueles pacientes que não podem deambular. ❖ Na imagem acima vemos a esquerda uma perna vermelha, empastada, sinal clássico de TVP, associada a dor. ❖ A direita temos um Doppler venoso com um vaso ocupado, ocluído. HIPERTENSÃO: ❖ Hipertensão perioperatória ocorre em cerca de 25% dos pacientes ❖ Seu risco está relacionado ao tipo de cirurgia ❖ No pré operatório o mais comum é a hipertensão essencial, ou seja, o paciente já era hipertenso (Deve-se adequar o tratamento para ele chegar mais normotenso no dia da cirurgia) ❖ No intraoperatório a sobrecarga de líquidos e agentes farmacológicos são as principais causas de hipertensão. ❖ No pós operatório fatores multicausais: dor (principalmente), hipotermia, hipóxia, sobrecarga líquida, descontinuação de agentes anti hipertensivos (ou seja, as vezes o paciente anestesiado recebeu muito medicamento anti- hipertensivo, e quando sai da medicação ele tem uma hipertensão de rebote) ❖ Crises hipertensivas (hipertensão + disfunção de órgão), são incomuns ❖ Lembrar que o uso de anti-hipertensivos até no dia da cirurgia. APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO: ❖ Avaliação pré operatória adequada- Manter uso de anti hipertensivos prévios até o dia da cirurgia ❖ Ajuste de dose ou medicação conforme tolerância (considerar anti hipertensivos IV em casos onde o paciente não pode receber nada por via oral) ❖ Tratamento: Prevenção (avaliação pré-operatória é muito importante nesses pacientes) + Identificação de lesões de órgão alvo em casos mais graves PREVENÇÃO: ❖ Avaliação e tratamento pré operatória ❖ Manter anti hipertensivos RETENÇAO URINÁRIA: ❖ Incapacidade de esvaziar a bexiga repleta de urina ❖ Complicação comum, em especial naqueles submetidos a cirurgias perianais ou para correção de hérnias ❖ Atenção a pacientes idosos e crianças (as vezes não consegue verbalizar tão bem o que está sentindo) APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO: ❖ Sinais / Sintomas: Desconforto intenso em hipogástrio, massa local (bexigoma), dor, urgência ❖ Tratamento: Analgesia adequada + Sondagem de alívio / SVD ou a sondagem de demora +Vigilância (paciente não deve permanecer por mais de 6-7h sem eliminação de urina, se isso acontecer deve ser feito o exame físico para poder diagnosticar um possível bexigoma) PREVENÇÃO: ❖ Controle na administração de líquidos, avaliação de débito urinário, analgesia adequada, cuidados com opioides (eles têm maior tendência a fazer retenção urinária nos pacientes) BEXIGOMA Complicações cardíacas Complicações renais Complicações gastrointestinais 6 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 07 ÍLEO E OBSTRUÇÃO INTESTINAL PÓS OPERATÓRIA: ❖ Após laparotomia a motilidade do intestino delgado retorna em várias horas, o estômago em 24-48h e o cólon em 48-72h com o funcionamento ineficaz. ❖ A obstrução intestinal pós operatória precoce é aquela que ocorre até 30 depois dias da cirurgia. Depois desse tempo é uma obstrução intestinal tardia. ÍLEO ❖ Obstrução funcional que decorre da inibição da atividade intestinal propulsiva ou mecânica ❖ Íleo primário – imediatamente após cirurgia, sem fatores precipitantes, resolve em 2-4 dias. Paciente que fica um pouco obstipado, mas melhora com andada e alimentação adequada. ❖ Íleo secundário, adinâmico ou paralítico – Fator precipitante (tem outra causa) + Atraso no retorno da função intestinal mais acentuada ❖ Contribuem para aparecimento do íleo: manipulação das alças, agentes narcóticos, estresse cirúrgico, distúrbio hidroeletrolíticos,... ❖ Por isso as alças devem ser manipuladas com muito cuidado, pois qualquer manipulação excessiva causa um distúrbio maior na motilidade intestinal. ❖ Obstrução intestinal mecânica precoce é comumente causada por aderências (92%), fleimão ou abscesso, hérnia interna, isquemia intestinal ou intussuscepção APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO: ❖ Íleo primário – Afeta o estômago e cólon primariamente (são os dois órgãos que tem o retorno à motilidade mais atrasado). Geralmente se resolve espontaneamente, com terapia expectante e de suporte. ❖ Íleo secundário – Afeta estômago, intestino delgado e cólon. O abdome pode estar distendido, silencioso (Sem RHA), com desconforto difuso, porém sem dor aguda ❖ Obstrução – Pode ser alta (delgado) ou baixa (cólon), em geral cursa com distensão (quanto mais baixa maior a distensão), dor à palpação, náuseas, vômitos (com conteúdo alimentar, biliosos ou até mesmo fecaloides) e obstipação. Abdome com sons acentuados. ❖ Radiografa do abdome em 3 incidências (em pé, deitado e de lado) – Rx abdome agudo. ❖ TC de abdome – identificação mais detalhada de causas mecânicas ❖ Tratamento: Reanimação + Investigação + Intervenção cirúrgica. Tratar distúrbios hidroeletrolíticos, ajudar o intestino a voltar a funcionar e nos casos de íleo primário e secundário vai investigar causas subjacente, obstrução mecânica, intervir cirurgicamente nos casos necessários) PREVENÇÃO: ❖ Manipulação cuidadosa das alças, corrigir DHE (distúrbios hidroeletrolíticos), evitar narcóticos, e outras substancias que lentificam o ritmo intestinal. ❖ Na imagem a esquerda vemos alças ileais que parecem alças empilhadas, com íleo alargado e distendido, colón distendido tanto na parte superior e inferior. ❖ Na imagem a direita temos um sinal importante de obstrução mecânica com a presença de nível hidroaéreo (se tem ar e líquido), fazendo uma retinha para fazer líquido retido. O ar fica em cima e o líquido pela gravidade desce. DELIRIUM: ❖ Refere-se a um estado de confusão aguda- Complicação comum após cirurgia ❖ Causas: idade avançada (pacientes novos tendem a apresentar principalmente quando fazem uso de drogas ilícitas e álcool), intoxicação ou abstinência alcoólica, drogas, distúrbios metabólicos e hemodinâmicos, sepse e infecções (principalmente quando em SNC), trauma, UTI (principal quadro de delirium).... ❖ Pacientes idosos e aqueles com histórico de abuso de substâncias(ilícitas ou lícitas) estão sobre maior risco ❖ Delirium tremens – associado a síndrome de abstinência ao álcool. Pode ocorrer de 48h até 14 dias após última dose. Hiperatividade autonômica extrema – febre, tremor, taquicardia, podendo evoluir com confusão mental, agitação e convulsões. Mortalidade em torno de 20% ❖ Na prova cai as complicações mais comum dos sistemas, ela vai trazer a abordagem de caso clínico. Pode ler o sabiston de complicações cirúrgicas, são 40 páginas, rs, mas ela afirma que as complicações que trouxe são as mais importantes e as que realmente vai cobrar. APRESENTAÇÃO E TRATAMENTO: ❖ Sinais / Sintomas de delirium: • agitação aguda • confusão mental • não cooperativo(não consegue conversar com o paciente) • acentuação de distúrbios psiquiátricos prévios (pacientes que já tem depressão ou esquizofrenia pode piorar) • níveis alterados de consciência(pode alternar entre agitação e depressão) Complicações neurológicas 7 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 07 • mudanças de cognição (pacientes não conseguem entender o que o médico esta falando) ❖ Alucinações, alterações do ciclo sono-vigília e atividade psicomotoras podem ocorrer, geralmente em casos mais graves; ❖ Sintomas pioram a noite, melhoram durante o dia ❖ Tratamento: Vigilância + Correção de fatores predisponentes + Excluir causas físicas (infecções, DHE, anemia) + Exames neurológicos (casos graves) + Medicação (haloperidol IV ou IM, benzodiazepínicos para casos de abstinência ao álcool) PREVENÇÃO: ❖ Menor tempo possível em UTI (grande alucinação, não se sabe se é dia ou noite, não tem relógio, tv, família), acesso a relógios e janelas abertas, mínima ou nenhuma contenção física, presençade familiares junto ao leito 8 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 07 ❖ Cerca de 50-70% das ISC são evitáveis ❖ Brasil: taxa de incidência em torno de 11% ❖ Ocupa terceira posição entre as infecções relacionadas assistência médica ❖ Aumento no custo na saúde, dias de internação, morbimortalidade e risco de óbito, paciente fica mais tempo internado ❖ Procedimentos são divididos em grau de contaminação: • LIMPOS → Não tem inflamação, invasão no trato respiratório, TGI (trato gastrointestinal) e TGU (trato geniturinário) • POTENCIALMENTE CONTAMINADOS → Invasão do TGI, TGU ou TR em condições controladas. Sem contaminação não usual. • CONTAMINADOS → Cirurgias abertas acidentalmente, quebra de técnica estéril e feridas abertas, mas sem secreção purulenta. • INFECTADOS → Tecido desvitalizado, corpo estranho, contaminação fecal e infecção pré- existente. ❖ Em sua grande maioria são provocadas pela fora bacteriana da própria pele. Patógenos mais frequentes: • Staphylococcus epidermidis • S. aureus • Enterococcus spp ❖ Atentar para local da cirurgia: • Infrainguinas/intracavitárias – gram negativos • Faringe/trato gastrointestinal inferior/trato genital feminino – Anaeróbicos INCISIONAL SUPERFICIAL ❖ Menos de 30 dias após a cirurgia ❖ Após 30 dias já é dado como infecção extra- hospitalar. ❖ Envolve pele e subcutâneo, além de 1 dos seguintes: • Drenagem purulenta • Diagnóstico de ISC por um cirurgião • Sinais inflamatórios (eritema, dor, edema local) INCISIONAL PROFUNDA ❖ Menos de 30 dias após cirurgia (sem implante) + envolvimento de partes moles ❖ Infecção com menos de 1 ano após cirurgia com um implante (prótese de quadril, joelho, valvar) + envolve tecidos profundos (fáscia e músculo)+ além de 1 dos seguintes: • Drenagem purulenta do espaço profundo (sem extensão para órgãos) • Abscesso em espaço profundo em exame direito ou de imagem ou na reoperação • Diagnóstico de ISC (infecção de centro cirúrgico) profunda por cirurgião • Sintomas de febre, dor, sensibilidade, levando a deiscência ou abertura da ferida por um cirurgiã ESPAÇO ORGÂNICO ❖ Infecção menos de 30 dias após a cirurgia sem implante ❖ Infecção menos de 1 anos após a cirurgia com implante ❖ Envolve qualquer parte da operação aberta ou manipulada, além de 1 dos seguintes: • Drenagem purulenta a partir de dreno colocado no espaço orgânico • Organismos cultivados de material aspirado do espaço do órgão. • Abscesso encontrado no exame direto ou de imagem ou durante a reoperação • Diagnóstico da infecção por um cirurgião Índice: 1. Introdução 2. Divisão 3. Antibiótico profilaxia Introdução Divisão Infecção do sítio cirúrgico 9 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 07 ❖ A antibioticoprofilaxia deve levar em consideração a área a ser operada e patógenos mais prováveis (por isso esta presente no check list) ❖ Se atentar que as feridas contaminadas e potencialmente contaminadas faz-se atb profilaxia e as sujas faz-se atb terapia. Cirurgias limpas pode ou não usar atb terapia. ❖ Incidência depende do grau de contaminação da cirurgia. Sendo menor nas cirurgias limpas e maior nas cirurgias infectadas ❖ Fatores relacionados a ISC: • Fatores do paciente • Fatores Ambientais • Fatores do Tratamento ❖ Papel do ASA e tempo cirúrgico – Cirurgia laparoscópica está cada vez mais sendo desenvolvida, pois diminui o tempo e a exposição do paciente. Fator predisponente para a infecção do centro cirúrgico. ❖ Fatores relacionados ao paciente: • Independentes: Ascite, diabetes, anemia pós operatória e perda de peso recente • Relacionados a infecção precoce: albumina sérica baixa, idade avançada, traqueostomia e amputações • Relacionadas ao risco de reinternação: fístula de diálise, reparo vascular e infecção precoce • Corticoides: controverso (não so porque o paciente utiliza o corticoide a muito tempo que ele tem mais chances de desenvolver infecção do centro cirúrgico) ❖ Fatores relacionados ao ambiente: • Infecção precoce: antissepsia cutânea inadequada • Sempre infecção de sitio cirúrgico ocorrendo precocemente em cirurgias limpas lembrar de quebra de barreira pelo cirurgião ou alguém da equipe médica. ❖ Fatores relacionados ao tratamento: • Cuidado com paciente: hipotermia, oxigenação adequada costuma prevenir, embora controverso. • Materiais: drenos (comunicação entre um ambiente dentro do corpo e um não estéril). Deve manipula-lo o mínimo possível para não levar bactéria de fora para dentro do paciente. • Tempo: cirurgias de urgência, internação pré operatória prolongada geralmente favorecem o aparecimento de infecções de centro cirúrgico. MEDIDAS DE PREVENÇÃO ❖ Banho pré operatório com sabão neutro evita infecção o centro cirúrgico. ❖ A descolonização nasal para procedimentos nos quais o S. aureus é a causa provável de infecção do centro cirúrgico alguns recomenda e outros não investigaram. ❖ Assepsia da equipe cirúrgica é indiscutível um dos fatores mais importantes para evitar infecção do sítio cirúrgico ❖ Preparação cirúrgica da pele e mucosa do paciente indiscutivelmente é importante para evitar infecção do sítio cirúrgico. ❖ Antibiótico profilático deve ser de acordo com a região a ser operada meia hora ou uma hora antes da incisão. Assim no início da cirurgia o antibiótico está no seu pico de circulação. ❖ O paciente deve ser mantido no deu nível de glicemia < 200, realmente evita infecção do centro cirúrgico. ❖ Normotermia (>36) evitar hipotermia, pois causa translocação bacteriana, contribui para infecção do centro cirúrgico, por isso manta e soro aquecido no paciente. ❖ Oxigenação suplementar intraoperatória, manter FO2 > 80%,principalmente nos pacientes sob anestesia geral. Antibiótico profilaxia 10 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 07 ❖ A irrigação com solução antisséptica da ferida operatória ainda não é consenso. ❖ Terapia de pressão negativa no tratamento de feridas em cirurgias de alto risco (complexas) ou o famoso vacum evita infecção de sítio cirúrgico, pois não deixa acumular tecido desvitalizado na incisão. ❖ Trocar o curativo em até 24 hrs da cirurgia. Curativos que estão limpos podem ficar por 24 hrs ou mais. DIAGNÓSTICO – CLÍNICO ❖ Mais comumente entre o 5º e 6ºDPO • Considerar quebra de barreira se ISC recente após cirurgia • 80-90% manifestam-se nos primeiros 30 dias pós cirurgia • 30-40% após alta hospitalar ❖ Segundo a Joint Commission a ferida operatória está infectada se: • Há drenagem de material purulento pela ferida • A ferida abre espontaneamente e drena líquido purulento • Líquido da ferida com cultura positiva ou Gram- positivo para bactérias • O cirurgião observa eritema ou drenagem e abre a ferida depois de determiná-la infectada • O olhar do cirurgião é principal para o diagnóstico ❖ Sinais e sintomas: • Profundidade da infecção e tempo pós operatório (4-5ºDPO) • Sinais infamatórios: edema, dor, hipertermia, eritema • SIRS – resposta inflamatória sistêmica com foco identificado de infecção esta asséptico) (febre, leucocitose, taquicardia ou taquipneia) + ISC(infecção de sítio cirúrgico) = Sepse • ISC intracavitárias: relacionados ao órgão atingido – Ex: íleo, alterações respiratórias ou de nível de consciência ❖ Culturas: • Avaliar necessidade • Coletar amostra cirurgicamente em casos profundos • Nunca coletar amostra da ferida já aberta (colonização). A mais estéril possível.❖ Preventivo: • Tabagistas devem parar de fumar 30 dias antes da cirurgia, preferencialmente. • Controlar nível glicêmico em pacientes diabéticos • Desnutridos devem receber suplementos nutricionais 7-14 dias antes da cirurgia, para garantir estado nutricional mais adequado. • Pacientes obesos devem ser estimulados a perder peso • Usuários crônicos de corticoide terão menores taxas de infecção caso consigam suspender ou reduzir dose antes da cirurgia, embora ainda não seja consenso para todos, mas sempre aplicado no Brasil. • Preparo intestinal adequado em caso de cirurgias intra-abdominais, limpar bem e isso tira o paciente de uma cirurgia contaminada para uma potencialmente contaminada. ❖ Inicial: • Avaliar porção suspeita da incisão • Decidir entre tratamento clínico x cirúrgico. ❖ ISC da pele e subcutâneo (incisionais): • Abrir incisão + cuidados locais • ATB: apenas se eritema ultrapassar a margem da ferida e/ou estiverem presentes outros sinais sistêmicos de infecção • Nem sempre as infecções de centro cirúrgico amis leves precisam ser tratadas com atb terapia, as vezes so limpeza e troca constante de curativo são suficientes. ❖ ISC profundas: • Exames de imagem: avaliar extensão • Exploração cirúrgica / Desbridamento / Drenagem • Tirar pus e tecido desvitalizado que estiverem na região • ATB • E-mail da pro para dúvidas: sonyaralisboa@gmail.com mailto:sonyaralisboa@gmail.com
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