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ABDOME AGUDO

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PAULO GUILHERME – TURMA XXVIII 
ABDOME AGUDO 
• Presença de afecção traumática ou não traumática, localizada em víscera ou estrutura contidas na cavidade abdominal e que se 
manifesta de modo súbito. É um desafio para os cirurgiões e para qualquer médico. A história e o exame físico completo são 
importantes. A cavidade abdominal possui órgãos de diversos sistemas do organismo. acomete cerca de 5 – 10% de todos os 
pacientes no pronto socorro. 
CONCEITO 
• Síndrome dolorosa aguda, de intensidade variável, que leva o doente a procurar assistência médica e requer tratamento imediato, 
clínico ou operatório. Não tratado, evolui para piora dos sintomas e progressiva deterioração do estado geral. 
• Segundo esse conceito, a dor aguda é o sintoma presente no abdome agudo, independentemente de sua etiologia. 
FISIOPATOLOGIA 
• Inervação: 6 últimos nervos intercostais (peritônio parietal anterior); nervo frênico e 4 últimos intercostais (peritônio 
diafragmático); nervos do plexo lombar (peritônio parietal posterior); plexo hipogástrico (peritônio pélvico). Irritações nessas 
inervações podem levar a dor abdominal. 
• Tipos de dor abdominal: 
o Visceral: mal localizada, em tipo cólica, com intensidade variável, geralmente de víscera oca. 
o Somática ou parietal: irritação peritoneal, bem localizada, insidiosa (típica de abdome inflamatório). 
o Referida ou irradiada: dor no local diferente onde foi iniciada a lesão. Quando há irritação no nervo frênico, por exemplo, a 
dor pode ser referida no ombro. 
ETIOLOGIA 
• Diagnóstico sindrômico: conjunto de sinais e sintomas semelhantes à um determinado grupo de doenças. Existe 5 síndromes 
no abdome agudo: 
o Abdome agudo inflamatório; 
o Abdome agudo obstrutivo; 
o Abdome agudo perfurativo; 
o Abdome agudo hemorrágico; 
o Abdome agudo vascular ou isquêmico. 
 
• Diagnóstico anatômico: órgão que está doente. 
• Diagnóstico clínico: doença propriamente dita. 
CLASSIFICAÇÃO DO ABDOME AGUDO 
• Abdome agudo inflamatório: apendicite é a causa mais comum de abdome agudo (50%), portanto, o tipo mais comum de 
abdome agudo é o inflamatório. 
• Abdome agudo perfurativo: deve ser encaminhado para cirurgia. 
• Abdome agudo obstrutivo; vascular; hemorrágico. 
DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO DO ABDOME AGUDO BASEADO NAS CARACTERÍSTICAS DA DOR E CAUSAS 
MAIS FREQUENTES 
• Abdome agudo inflamatório: dor insidiosa, progressiva, com longo tempo de evolução. As principais causas são: apendicite 
aguda, colecistite aguda, diverticulite aguda, doença inflamatório pélvica (DIP). 
• Abdome agudo obstrutivo: dor em cólica (costuma ser de víscera oca), intermitente, com tempo de evolução variável. As 
principais causas são: bridas/aderências, hérnia da parede abdominal, hérnia interna e neoplasias. 
• Abdome agudo perfurativo: dor súbita, intensa e torna-se difusa precocemente, com tempo de evolução curto. As principais 
causas são: úlcera perfurada, doença inflamatória intestinal e corpo estranho. 
• Abdome agudo hemorrágico: dor súbita, moderada ou leve, difusa, com sinais de hipovolemia (taquicardia, hipotensão), o 
tempo de evolução é curto. As principais causas são: gravidez tubária rota, cisto de ovário hemorrágico, rotura espontânea de 
baço. 
• Abdome agudo vascular: dor súbita e progressiva, com tempo de evolução curto. Uma das principais causas é o infarto intestinal. 
APENDICITE 
• O apêndice é um órgão de fundo cego que comunica com o ceco. O processo de apendicite se inicia por uma obstrução da luz 
apendicular, causada por fecálito, tumor, verme, etc. 
• A partir disso, inicia-se um processo inflamatório no apêndice, o qual fica edemaciado. O edema comprime a artéria apendicular, 
que leva a isquemia → necrose → perfuração → contaminação da cavidade abdominal. 
• As fases da apendicite aguda são: 
o Fase 1: catarral ou edematosa. 
o Fase 2: flegmonosa. 
o Fase 3: gangrenosa. 
o Fase 4: perfurativa. 
APENDICECTOMIA VIDEOLAPAROSCÓPICA 
• No Brasil, apenas 25% das cirurgias são por videolaparoscopia, 5% robóticas e 70% cirurgia aberta. É uma ótima opção para 
realizar apendicectomia porém o importante é resolver o problema do paciente, dessa forma, a opção do tratamento vai variar 
conforme a disponibilidade do local. 
• O tratamento da apendicite aguda é cirúrgico, por via de escolha, laparoscópica. 
QUADRO CLÍNICO 
• História e exame físico são os meios mais efetivos para se diagnosticar o abdome agudo. Conclui-se 75% dos diagnósticos de 
abdome agudo, diagnóstico sindrômico e conduta terapêutica. 
• Os sintomas de dor, náuseas, vômitos, parada de eliminação de gases e fezes são comuns aos diferentes tipos de abdome agudo. 
• A dor é o principal sintoma, e permite definir qual a síndrome abdominal e suas possíveis causas. 
• As principais causas de erro na condução do abdome agudo são a história e o exame físico incompletos. As hipóteses 
diagnósticas devem ser realizadas apenas após o exame clínico completo. 
 
DOR 
• É o sintoma mais importante e mais fácil de realizar diagnóstico, deve-se investigar todas as características da dor: 
o Tipo; 
o Intensidade; 
o Localização; 
o Irradiação; 
o Frequência; 
o Duração; 
o Fatores de melhora; 
o Fatores de piora; 
o Sintomas de acompanhamento; 
o Fatores desencadeantes. 
• Observação clínica e exames repetidos são importantes para se evitar erros. 
FEBRE 
• Febre alta – abdome agudo, em casos mais complicados, com abscesso, peritonite, etc. Ter cuidado com idosos, pois podem 
não apresentar a febre. E algumas doenças não cirúrgicas podem cursar com esse sinal. 
• Geralmente, abdome agudo inicia com febre baixa, quando se tem febre alta no início do quadro, provavelmente não é abdome 
agudo, podendo ser pielonefrite, pneumonia, entre outros. 
RUÍDOS HIDROAÉREOS 
• Obstrução intestinal: RHA aumentados por um período inicial, depois de alguns dias diminuído ou abolido. 
• RHA aumentados, diminuídos, timbre metálico. 
VÔMITOS 
• Pesquisar o momento dos vômitos em relação à dor. 
• Tipos de vômito: alimentar, biloso (comum em doenças biliares, PA, colecistite), fecalóide (obstrução intestinal baixa). 
SINAIS PERITONEAIS 
• Sinal de Blumberg (DB+): mais conhecido. Não existe DB duvidoso. DB+ pode ter em qualquer lugar do abdome. No ponto 
de McBurney é sinal de apendicite. Devemos pesquisar acometimento peritoneal com outras manobras. 
• Sinal de Alcino-Lázaro: punho-percussão do calcanhar. 
• Sinal de Lennander: não é mais realizado, diferença de temperatura axilar/retal. 
• Sinal do obturador: rotação interna. 
• Sinal de psoas: paciente em decúbito lateral esquerdo, eleva-se o membro direito esticado e depois empurra o mesmo em direção 
do abdome (abdução dele). 
• Sinal de Rovsing: muito utilizado, deslocamento de gases da fossa ilíaca esquerda para a direita → paciente refere dor em fossa 
ilíaca direita. 
• Os sinais citados acima, normalmente, estão presentes na apendicite. 
• Sinal de Murphy: presente na colecistite aguda. Na linha hemiclavicular, abaixo do rebordo costal direito, solicita-se ao paciente 
uma inspiração profunda, a vesícula toca na mão do examinador, o paciente sente dor e causa respiração intercortada. 
TOQUE RETAL E EXAME GINECOLÓGICO 
• Abdome agudo obstrutivos: empalamento. 
• Mulheres jovens com dor abdominal deve-se realizar o exame ginecológico. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
• O cirurgião de emergência não deve depender dos exames laboratoriais ou de imagem para realizar o diagnóstico da etiologia 
do abdome agudo, pois eles raramente apresentam exatidão de 100%. 
• Além disso, os exames subsidiários são pouco úteis se interpretados separadamente da história e do exame físico. 
• Na maioria das vezes, o diagnóstico é clínico e não deve depender de exames complementares. 
• Alguns exames são: 
o Hemograma. 
o Amilase e lipase. 
o EAS. 
o RX de tórax e de abdome. 
o Ultrassonografia de abdome e 
transvaginal. 
o Tomografia computadorizada 
de abdome. 
o Videolaparoscopia. 
SITUAÇÕES ESPECIAIS• Idosos: imunidade mais baixa, evolui a gravidade rapidamente. 
• Pacientes imunossuprimidos ou com HIV. 
• Mulheres em fase reprodutiva ou grávidas. 
DIAGNÓSTICOS INICIAIS ERRÔNEOS 
• Não estabelecer diagnóstico que justifique a alta hospitalar!! 
• GECA, gastrite aguda, ITU, DIP e obstipação intestinal. 
• DXS inicialmente não realizados: ruptura de AAA, apendicite, gravidez ectópica, diverticulite aguda, perfuração de víscera 
oca, isquemia mesentérica, IAM (a única manifestação pode ser dor epigástrica, se for parede inferior) e obstrução intestinal. 
• Assim como ITU, apendicite também pode apresentar leucocitúria (menor que na ITU), por isso deve-se avaliar 
minuciosamente a história clínica do paciente. 
• A tomografia computadorizada de abdome é o padrão ouro de imagem. Deve ser realizada apenas em caso de dúvida 
diagnóstica. 
CASOS CLÍNICOS 
CASO 01 
• Paciente de 22 anos, sexo masculino, refere há 1 dia dor no epigastro que há 12 horas se localizou em fossa ilíaca direita. Relata 
aumento progressivo da dor abdominal e associada com hiporexia e indisposição geral. 
• EF: BEG, corado e hidratado, acianótico, anictérico, Tax: 38°C. AR: MVF sem RA, eupneico, FR:20 irpm. ACV: BRNF à 
90bpm, sem sopros, PA 120/80mmHg. ABD: plano, flácido, dor à palpação no andar inferior do abdome, RHA presentes e 
normais, DB + na FID. Membros e neurológico sem alterações. 
• Diagnóstico sindrômico: dor insidiosa e progressiva, associada a hiporexia e indisposição geral, DB+ em FID → Abdome agudo 
inflamatório. 
• Diagnóstico anatômico: apêndice vermiforme. 
• Diagnóstico etiológico: apendicite aguda. 
• Os sinais semiológicos que podem ser pesquisados nesse caso são: 
o Sinal de Blumberg – DB; 
o Sinal de Rovsing; 
o Sinal de Alcino-Lázaro; 
o Sinal de Lennander; 
o Sinal do Psoas; 
o Sinal do Obturador; 
o Sinal de Dunphy; 
o Sinal de Lapinsky. 
• São necessários exames complementares? Não, o diagnóstico é clínico. Alguns exames que podem ser solicitados para 
confirmação do diagnóstico são: 
o Hemograma: espera-se leucocitose, mas pode vir 
normal. 
o PCR: espera-se aumentado. 
o US de abdome total: operador-dependente. 
o TC de abdome total (padrão-ouro): deve ser solicitada 
quando tiver dúvida diagnóstica, ou história estranha. 
CASO 02 
• Paciente de 42 anos, sexo feminino, refere há 4 dias dor tipo cólica no hipocôndrio direito, forte intensidade, irradiação para 
epigastro e para o dorso, piora com alimentos gordurosos, melhora com analgésicos por alguns minutos e retorna logo em 
seguida, associada com náuseas e vômitos biliosos em pequena quantidade. G3C2N1A0 e IMC: 35kg/m2. 
• EF: BEG, corada e hidratada, acianótica, anictérica, Tax: 37°C. AR: MVF sem RA, eupneico, FR: 18irpm. ACV: BRNF à 
80bpm, sem sopros, PA 120x80mmHg. ABD: plano, flácido, dor à palpação no andar superior direito do abdome, RHA 
presentes e normais, sinal de Murphy positivo. Membros e neurológico sem alterações. 
• Diagnóstico sindrômico: abdome agudo inflamatório. 
• Diagnóstico anatômico: vesícula biliar. 
• Diagnóstico etiológico: colecistite aguda. 
• Diagnóstico diferencial: 4F’s da colelitíase (perfil epidemiológico): F: forty (40 anos); F: female (feminino); F: fat (obeso); F: 
fertility (multípara). 
• O sinal semiológico que pode ser pesquisado nesse caso é: Sinal de Murphy. 
• São necessários exames complementares? Sim, os exames solicitados podem ser: 
o Ultrassonografia de abdome total: melhor exame para diagnóstico de colelitíase aguda (espessamento da parede da vesícula 
biliar). 
o PCR. 
o Hemograma. 
• O tratamento é feito por colecistectomia por via laparoscópica no momento do diagnóstico. 
CASO 03 
• Paciente de 28 anos, sexo feminino, refere há 3 dias dor do tipo peso no HD, forte intensidade, irradiação para epigastro e para 
HE, sem melhora com analgésicos e associada com náuseas e vômitos biliosos incoercíveis. G2C2N0A0 e IMC: 30kg/m2. 
• EF: BEG, corada e hidratada, acianótica, anictérica, Tax: 36,8°C. AR: MVF sem RA, eupneica, FR: 16 irpm. ACV: BRNF à 
100bpm, sem sopros, PA 130x80mmHg. ABD: levemente distendido, discreta tensão, dor à palpação no andar superior do 
abdome, RHA presentes e normais, sem sinais de irritação peritoneal. Membros e neurológico sem alterações. 
• Diagnóstico sindrômico: abdome agudo inflamatório. Dor em faixa, no andar superior do abdome. Presença de vômitos biliosos 
incoercíveis, comum na pancreatite aguda. Pelo pâncreas ser retroperitoneal não causa irritação peritoneal. 
• Diagnóstico anatômico: pâncreas. 
• Diagnóstico etiológico: pancreatite aguda. 
• Os sinais semiológicos que podem ser pesquisados são: 
o Sinal de Cullen; 
o Sinal de Grey Turner; 
o Sinal de Fox (hematoma na base do pênis). 
• São necessários exames complementares? Sim e os exames complementares são: 
o Amilase e lipase. 
o A lipase é específica do pâncreas. A amilase deve estar aumentada em 2 – 3x, e tende a aumentar no início dos sintomas 
e permanece aumentada em torno de 5 dias. Já a lipase pode-se considerar qualquer alteração dela. Começa a alterar 
após 5 dias de evolução e permanece alta por mais tempo. 
o TC de abdome total – solicitar apenas se pancreatite grave ou dúvida diagnóstica. 
CASO 04 
• Paciente de 68 anos, sexo feminino, refere há 3 dias dor do tipo cólica no hipocôndrio direito, forte intensidade, irradiação para 
o epigastro e associada com icterícia, febre aferida e calafrios, relata colúria, hiporexia e indisposição geral. G6C1N5A0 e IMC: 
28kg/m2. 
• EF: REG, descorada (+/+4) e desidratada (+/+4), acianótica, ictérica (+3/+4), Tax: 39°C. AR: MVF sem RA, taquipneica, FR: 
24irpm. ACV: MVF à 120bpm, sem sopros, PA 80x60mmHg. ABD: levemente distendido, dor à palpação no HD, RHA+ e 
normais, sem sinais de irritação peritoneal. Membros sem alterações. Neurológico: sonolenta com rebaixamento do nível de 
consciência. 
• Diagnóstico sindrômico: Síndrome colestática, cálculo obstruindo e causando infecção na via biliar → colangite aguda grave. 
Abdome agudo inflamatório. 
• Diagnóstico anatômico: vesícula biliar. 
• Diagnóstico etiológico: colangite aguda. 
• Tríade de Charcot: dor abdominal + febre + icterícia são sugestivos de colangite. 
• Pêntade de Reynolds: dor abdominal + febre + icterícia + hipotensão + rebaixamento do nível de consciência → diagnóstico de 
colangite aguda. 
• Qualquer doença que obstrui a via biliar pode levar a uma colangite, a maioria das vezes causada por cálculos, mas também 
pode ser por tumores. 
• Colangite aguda: síndrome colestática, paciente ictérico, presença de colúria, acolia fecal, dor abdominal e febre alta. 
• Coledocolitíase: síndromas de síndrome colestática sem febre. 
• São necessários exames complementares? Sim e os exames complementares necessários são: 
o Enzimas canaliculares: Fosfatase alcalina (FA) e Gama-GT. 
o Bilirrubinas diretas (conjugadas). 
o TGO e TGP. 
o Todos esses exames acima, vêm aumentados. 
o Exame de imagem de escolha: RNM de vias biliares ou Colangioressonância para avaliar cálculos biliares. 
 
 
CASO 05 
• Paciente de 80 anos, sexo masculino, refere há 2 dias dor na FIE, relata aumento progressivo da dor abdominal e associada com 
hiporexia e indisposição geral. 
• EF: BEG, corado e hidratado, acianótico, anictérico, Tax: 36°C. AR: MVF sem RA, eupneico, FR: 20irpm. ACV: BRNF à 
90bpm, sem sopros, PA 120x80mmHg. ABD: plano, flácido, dor à palpação no andar inferior do abdome, RHA presentes e 
normais, DB positivo na FIE. Membros e neurológico sem alterações. 
• Diagnóstico sindrômico: abdome agudo inflamatório. 
• Diagnóstico anatômico: intestino grosso. 
• Diagnóstico etiológico: diverticulite aguda. 
• São necessários exames complementares? Sim, e o exame indicado é a TC de abdome total. 
• A colonoscopia é contraindicada pois pode ocorrer perfuração. 
CASO 06 
• Paciente de 24 anos, sexo feminino, refere há 1 dia dor na FID. Informa que a dor iniciou na FID e depois irradiou parao 
hipogástrio. Relata aumento progressivo da dor abdominal e associada com hiporexia e indisposição geral. AP e F/HCV: NDN. 
• EF: BEG, corada e hidratada, acianótica, anictérica, Tax: 38°C. AR: MVF sem RA, eupneico, FR: 20irpm. ACV: BRNF à 
90bpm, sem sopros, PA 120/80. ABD: plano, flácido, dor à palpação no andar inferior do abdome, RHA presentes e normais, 
DB positivo na FID. Membros e neurológico sem alterações. Ginecológico: leucorreia purulenta e dor à mobilização dos anexos 
direitos. 
• Diagnóstico sindrômico: abdome agudo inflamatório. 
• Diagnóstico anatômico: ovários/trompas. 
• Diagnóstico etiológico: DIP, salpingite. 
• Sinal de Blumberg estará positivo. 
• Os exames necessários para diagnóstico de DIP são: 
o Ultrassonografia transvaginal. 
o Ultrassonografia de abdome total. 
o Videolaparoscopia diagnóstica. 
• O tratamento é realizado por videolaparoscopia diagnóstica. 
CASO 07 
• Paciente de 32 anos, sexo masculino, refere há 12 horas dor súbita no epigastro e de fortíssima intensidade e que rapidamente 
irradiou para todo abdome. Relata cansaço, hiporexia e indisposição geral. AP/HV: tabagismo e etilismo. 
• EF: MEG, descorado (+/+4) e desidratado (+2/+4), AAA, sudorese fria, posição antálgica. AR: MVF sem RA, taquipneico, FR: 
26irpm. ACV: BRNF à 128bpm, sem sopros, PA 90x60mmHg. ABD: plano, rígido, dor à palpação difusa, RHA ausentes, DB 
positivo em todo abdome. Membros e neurológico sem alterações. 
• Diagnóstico sindrômico: abdome agudo perfurativo. Se diferencia do hemorrágico pela intensidade da dor que já iniciou alta. 
• Diagnóstico anatômico: estômago/duodeno. 
• Diagnóstico etiológico: úlcera péptica perfurada. 
• O sinal semiológico que pode ser testado é o Sinal de Jobert que é o timpanismo no espaço subfrênico direito, próximo a loja 
hepática. 
• Os exames complementares necessários são: 
o RX de tórax em pé com cúpulas diafragmáticas (melhor exame): pneumoperitônio. 
o Hemograma: leucocitose. 
o PCR: aumentado. 
o Ureia/creatinina. 
• A conduta é melhorar sintomas do paciente (estabilizar) e encaminhar para cirurgia de emergência. 
CASO 08 
• Paciente de 42 anos, sexo feminino, refere há 3 dias dor tipo cólica que se localiza principalmente no epigastro e mesogastro. 
Refere vômito biliosos. Nega eliminações de fezes e flatos há 2 dias. Sem outras queixas. AP e HV: tabagismo, etilismo, 
G2C2N0A0, ligadura tubária há 15 anos. 
• EF: REG, descorada (+/+4) e desidratada (+/+4), AAA. AR: MVF, sem RA, eupneica. ACV: BRNF à 104bpm, sem sopros, 
PA 110X60mmHg. ABD: distendido, flácido, dor à palpação difusa, RHA aumentados, DB negativo. Membros sem alterações. 
Região inguinal sem alterações. Toque retal sem alterações. 
• Diagnóstico sindrômico: abdome agudo obstrutivo. 
• Diagnóstico anatômico: intestino. 
• Diagnóstico etiológico: aderência, brida, tumor obstrutivo, hérnia, entre outros. 
• Exames complementares a serem solicitados: 
o RX de abdome em pé e deitado: terá o sinal de empilhamento de moeda (deitado – sinal de obstrução de intestino delgado). 
Em pé encontra-se a presença de níveis hidroaéreos. 
 
CASO 09 
• Paciente de 84 anos, sexo masculino, refere há 6 dias dor tipo cólica que localiza em todo abdome. Refere vômitos de coloração 
amarronzada e de odor fétido. Nega eliminação de fezes e flatos há 4 dias. Relata emagrecimento não quantificado. Sem outras 
queixas. AP e F/HCV: tabagismo, etilismo, nega cirurgias prévias. 
• EF: REG, descorada (+2/+4) e desidratado (+2/+4), acianótico, anictérico e afebril. AR: MVF sem RA, eupneico. ACV: BRNF 
à 114 bpm, sem sopros, PA 80/60mmHg. ABD: distendido, flácido, dor à palpação difusa, RHA diminuídos, DB negativo. 
Membros sem alterações. Região inguinal sem alterações. Toque retal: ausência de fezes na ampola retal/ausência de lesões ao 
toque. 
• Diagnóstico sindrômico: abdome agudo obstrutivo. 
• Diagnóstico anatômico: cólon. 
• Diagnóstico etiológico: obstrução por neoplasia de cólon. 
• Exames complementares a serem solicitados são: radiografia em pé e deitado. 
CASO 10 
• Paciente de 40 anos, sexo feminino, refere há 12 horas dor súbita no hipogástrio e de moderada intensidade e que rapidamente 
irradiou para todo abdome. Relata cansaço, dispneia, hiporexia e indisposição geral. AP e F/HCV: G0C0N0A0/ Amenorreia há 
02 meses. 
• EF: MEG, descorada (+4/+4) e desidratada (+2/+4), acianótica, anictérica, afebril, palidez cutâneo-mucosa. AR: MVF, sem 
RA, taquipneica, FR: 28irpm. ACV: BRNF à 136bpm, sem sopros, PA 80/60mmHg. ABD: plano, dor à palpação difusa, RHA 
ausentes, DB positivo em todo abdome. Membros e neurológico sem alterações. 
• Diagnóstico sindrômico: abdome agudo hemorrágico. 
• Diagnóstico anatômico: gravidez tubária. 
• Diagnóstico etiológico: gravidez ectópica rota. 
• Os exames complementares a serem solicitados são: 
o Beta-HCG. 
o Ultrassonografia de abdome total. 
• Estabilizar a paciente é o foco, ou seja, pegar acessos e fazer volume. 
CASO 11 
• Paciente de 70 anos, sexo masculino, refere há 12 horas dor epigástrica e súbita, forte intensidade e com períodos de melhora e 
piora. Relata diarreia há 6 horas com saída de secreção avermelhada. AP e F/HCV: tabagismo por 40 anos, passado de arritmia 
cardíaca. 
• EF: BEG, corado e hidratado, acianótico, anictérico, afebril. AR: MVF, sem RA, taquipneico, FR: 24irpm. ACV: BRNF à 
12bpm, sem sopros, PA 100/60mmHg. ABD: distendido, dor leve à palpação difusa, RHA ausentes, DB negativo. Membros e 
neurológico sem alterações. 
• Diagnóstico sindrômico: abdome agudo vascular/isquêmico. 
• Diagnóstico anatômico: intestino delgado, oclusão de algum ramo da artéria mesentérica. 
• Diagnóstico etiológico: isquemia de alças intestinais. 
• Devemos levantar a HD quando dor abdominal em casos “desproporcional” aos exames. 
• São necessários exames complementares? Sim e eles são: 
o Hemograma. 
o Lactato. 
o TC de abdome.

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