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PAULO GUILHERME – TURMA XXVIII ABDOME AGUDO • Presença de afecção traumática ou não traumática, localizada em víscera ou estrutura contidas na cavidade abdominal e que se manifesta de modo súbito. É um desafio para os cirurgiões e para qualquer médico. A história e o exame físico completo são importantes. A cavidade abdominal possui órgãos de diversos sistemas do organismo. acomete cerca de 5 – 10% de todos os pacientes no pronto socorro. CONCEITO • Síndrome dolorosa aguda, de intensidade variável, que leva o doente a procurar assistência médica e requer tratamento imediato, clínico ou operatório. Não tratado, evolui para piora dos sintomas e progressiva deterioração do estado geral. • Segundo esse conceito, a dor aguda é o sintoma presente no abdome agudo, independentemente de sua etiologia. FISIOPATOLOGIA • Inervação: 6 últimos nervos intercostais (peritônio parietal anterior); nervo frênico e 4 últimos intercostais (peritônio diafragmático); nervos do plexo lombar (peritônio parietal posterior); plexo hipogástrico (peritônio pélvico). Irritações nessas inervações podem levar a dor abdominal. • Tipos de dor abdominal: o Visceral: mal localizada, em tipo cólica, com intensidade variável, geralmente de víscera oca. o Somática ou parietal: irritação peritoneal, bem localizada, insidiosa (típica de abdome inflamatório). o Referida ou irradiada: dor no local diferente onde foi iniciada a lesão. Quando há irritação no nervo frênico, por exemplo, a dor pode ser referida no ombro. ETIOLOGIA • Diagnóstico sindrômico: conjunto de sinais e sintomas semelhantes à um determinado grupo de doenças. Existe 5 síndromes no abdome agudo: o Abdome agudo inflamatório; o Abdome agudo obstrutivo; o Abdome agudo perfurativo; o Abdome agudo hemorrágico; o Abdome agudo vascular ou isquêmico. • Diagnóstico anatômico: órgão que está doente. • Diagnóstico clínico: doença propriamente dita. CLASSIFICAÇÃO DO ABDOME AGUDO • Abdome agudo inflamatório: apendicite é a causa mais comum de abdome agudo (50%), portanto, o tipo mais comum de abdome agudo é o inflamatório. • Abdome agudo perfurativo: deve ser encaminhado para cirurgia. • Abdome agudo obstrutivo; vascular; hemorrágico. DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO DO ABDOME AGUDO BASEADO NAS CARACTERÍSTICAS DA DOR E CAUSAS MAIS FREQUENTES • Abdome agudo inflamatório: dor insidiosa, progressiva, com longo tempo de evolução. As principais causas são: apendicite aguda, colecistite aguda, diverticulite aguda, doença inflamatório pélvica (DIP). • Abdome agudo obstrutivo: dor em cólica (costuma ser de víscera oca), intermitente, com tempo de evolução variável. As principais causas são: bridas/aderências, hérnia da parede abdominal, hérnia interna e neoplasias. • Abdome agudo perfurativo: dor súbita, intensa e torna-se difusa precocemente, com tempo de evolução curto. As principais causas são: úlcera perfurada, doença inflamatória intestinal e corpo estranho. • Abdome agudo hemorrágico: dor súbita, moderada ou leve, difusa, com sinais de hipovolemia (taquicardia, hipotensão), o tempo de evolução é curto. As principais causas são: gravidez tubária rota, cisto de ovário hemorrágico, rotura espontânea de baço. • Abdome agudo vascular: dor súbita e progressiva, com tempo de evolução curto. Uma das principais causas é o infarto intestinal. APENDICITE • O apêndice é um órgão de fundo cego que comunica com o ceco. O processo de apendicite se inicia por uma obstrução da luz apendicular, causada por fecálito, tumor, verme, etc. • A partir disso, inicia-se um processo inflamatório no apêndice, o qual fica edemaciado. O edema comprime a artéria apendicular, que leva a isquemia → necrose → perfuração → contaminação da cavidade abdominal. • As fases da apendicite aguda são: o Fase 1: catarral ou edematosa. o Fase 2: flegmonosa. o Fase 3: gangrenosa. o Fase 4: perfurativa. APENDICECTOMIA VIDEOLAPAROSCÓPICA • No Brasil, apenas 25% das cirurgias são por videolaparoscopia, 5% robóticas e 70% cirurgia aberta. É uma ótima opção para realizar apendicectomia porém o importante é resolver o problema do paciente, dessa forma, a opção do tratamento vai variar conforme a disponibilidade do local. • O tratamento da apendicite aguda é cirúrgico, por via de escolha, laparoscópica. QUADRO CLÍNICO • História e exame físico são os meios mais efetivos para se diagnosticar o abdome agudo. Conclui-se 75% dos diagnósticos de abdome agudo, diagnóstico sindrômico e conduta terapêutica. • Os sintomas de dor, náuseas, vômitos, parada de eliminação de gases e fezes são comuns aos diferentes tipos de abdome agudo. • A dor é o principal sintoma, e permite definir qual a síndrome abdominal e suas possíveis causas. • As principais causas de erro na condução do abdome agudo são a história e o exame físico incompletos. As hipóteses diagnósticas devem ser realizadas apenas após o exame clínico completo. DOR • É o sintoma mais importante e mais fácil de realizar diagnóstico, deve-se investigar todas as características da dor: o Tipo; o Intensidade; o Localização; o Irradiação; o Frequência; o Duração; o Fatores de melhora; o Fatores de piora; o Sintomas de acompanhamento; o Fatores desencadeantes. • Observação clínica e exames repetidos são importantes para se evitar erros. FEBRE • Febre alta – abdome agudo, em casos mais complicados, com abscesso, peritonite, etc. Ter cuidado com idosos, pois podem não apresentar a febre. E algumas doenças não cirúrgicas podem cursar com esse sinal. • Geralmente, abdome agudo inicia com febre baixa, quando se tem febre alta no início do quadro, provavelmente não é abdome agudo, podendo ser pielonefrite, pneumonia, entre outros. RUÍDOS HIDROAÉREOS • Obstrução intestinal: RHA aumentados por um período inicial, depois de alguns dias diminuído ou abolido. • RHA aumentados, diminuídos, timbre metálico. VÔMITOS • Pesquisar o momento dos vômitos em relação à dor. • Tipos de vômito: alimentar, biloso (comum em doenças biliares, PA, colecistite), fecalóide (obstrução intestinal baixa). SINAIS PERITONEAIS • Sinal de Blumberg (DB+): mais conhecido. Não existe DB duvidoso. DB+ pode ter em qualquer lugar do abdome. No ponto de McBurney é sinal de apendicite. Devemos pesquisar acometimento peritoneal com outras manobras. • Sinal de Alcino-Lázaro: punho-percussão do calcanhar. • Sinal de Lennander: não é mais realizado, diferença de temperatura axilar/retal. • Sinal do obturador: rotação interna. • Sinal de psoas: paciente em decúbito lateral esquerdo, eleva-se o membro direito esticado e depois empurra o mesmo em direção do abdome (abdução dele). • Sinal de Rovsing: muito utilizado, deslocamento de gases da fossa ilíaca esquerda para a direita → paciente refere dor em fossa ilíaca direita. • Os sinais citados acima, normalmente, estão presentes na apendicite. • Sinal de Murphy: presente na colecistite aguda. Na linha hemiclavicular, abaixo do rebordo costal direito, solicita-se ao paciente uma inspiração profunda, a vesícula toca na mão do examinador, o paciente sente dor e causa respiração intercortada. TOQUE RETAL E EXAME GINECOLÓGICO • Abdome agudo obstrutivos: empalamento. • Mulheres jovens com dor abdominal deve-se realizar o exame ginecológico. EXAMES COMPLEMENTARES • O cirurgião de emergência não deve depender dos exames laboratoriais ou de imagem para realizar o diagnóstico da etiologia do abdome agudo, pois eles raramente apresentam exatidão de 100%. • Além disso, os exames subsidiários são pouco úteis se interpretados separadamente da história e do exame físico. • Na maioria das vezes, o diagnóstico é clínico e não deve depender de exames complementares. • Alguns exames são: o Hemograma. o Amilase e lipase. o EAS. o RX de tórax e de abdome. o Ultrassonografia de abdome e transvaginal. o Tomografia computadorizada de abdome. o Videolaparoscopia. SITUAÇÕES ESPECIAIS• Idosos: imunidade mais baixa, evolui a gravidade rapidamente. • Pacientes imunossuprimidos ou com HIV. • Mulheres em fase reprodutiva ou grávidas. DIAGNÓSTICOS INICIAIS ERRÔNEOS • Não estabelecer diagnóstico que justifique a alta hospitalar!! • GECA, gastrite aguda, ITU, DIP e obstipação intestinal. • DXS inicialmente não realizados: ruptura de AAA, apendicite, gravidez ectópica, diverticulite aguda, perfuração de víscera oca, isquemia mesentérica, IAM (a única manifestação pode ser dor epigástrica, se for parede inferior) e obstrução intestinal. • Assim como ITU, apendicite também pode apresentar leucocitúria (menor que na ITU), por isso deve-se avaliar minuciosamente a história clínica do paciente. • A tomografia computadorizada de abdome é o padrão ouro de imagem. Deve ser realizada apenas em caso de dúvida diagnóstica. CASOS CLÍNICOS CASO 01 • Paciente de 22 anos, sexo masculino, refere há 1 dia dor no epigastro que há 12 horas se localizou em fossa ilíaca direita. Relata aumento progressivo da dor abdominal e associada com hiporexia e indisposição geral. • EF: BEG, corado e hidratado, acianótico, anictérico, Tax: 38°C. AR: MVF sem RA, eupneico, FR:20 irpm. ACV: BRNF à 90bpm, sem sopros, PA 120/80mmHg. ABD: plano, flácido, dor à palpação no andar inferior do abdome, RHA presentes e normais, DB + na FID. Membros e neurológico sem alterações. • Diagnóstico sindrômico: dor insidiosa e progressiva, associada a hiporexia e indisposição geral, DB+ em FID → Abdome agudo inflamatório. • Diagnóstico anatômico: apêndice vermiforme. • Diagnóstico etiológico: apendicite aguda. • Os sinais semiológicos que podem ser pesquisados nesse caso são: o Sinal de Blumberg – DB; o Sinal de Rovsing; o Sinal de Alcino-Lázaro; o Sinal de Lennander; o Sinal do Psoas; o Sinal do Obturador; o Sinal de Dunphy; o Sinal de Lapinsky. • São necessários exames complementares? Não, o diagnóstico é clínico. Alguns exames que podem ser solicitados para confirmação do diagnóstico são: o Hemograma: espera-se leucocitose, mas pode vir normal. o PCR: espera-se aumentado. o US de abdome total: operador-dependente. o TC de abdome total (padrão-ouro): deve ser solicitada quando tiver dúvida diagnóstica, ou história estranha. CASO 02 • Paciente de 42 anos, sexo feminino, refere há 4 dias dor tipo cólica no hipocôndrio direito, forte intensidade, irradiação para epigastro e para o dorso, piora com alimentos gordurosos, melhora com analgésicos por alguns minutos e retorna logo em seguida, associada com náuseas e vômitos biliosos em pequena quantidade. G3C2N1A0 e IMC: 35kg/m2. • EF: BEG, corada e hidratada, acianótica, anictérica, Tax: 37°C. AR: MVF sem RA, eupneico, FR: 18irpm. ACV: BRNF à 80bpm, sem sopros, PA 120x80mmHg. ABD: plano, flácido, dor à palpação no andar superior direito do abdome, RHA presentes e normais, sinal de Murphy positivo. Membros e neurológico sem alterações. • Diagnóstico sindrômico: abdome agudo inflamatório. • Diagnóstico anatômico: vesícula biliar. • Diagnóstico etiológico: colecistite aguda. • Diagnóstico diferencial: 4F’s da colelitíase (perfil epidemiológico): F: forty (40 anos); F: female (feminino); F: fat (obeso); F: fertility (multípara). • O sinal semiológico que pode ser pesquisado nesse caso é: Sinal de Murphy. • São necessários exames complementares? Sim, os exames solicitados podem ser: o Ultrassonografia de abdome total: melhor exame para diagnóstico de colelitíase aguda (espessamento da parede da vesícula biliar). o PCR. o Hemograma. • O tratamento é feito por colecistectomia por via laparoscópica no momento do diagnóstico. CASO 03 • Paciente de 28 anos, sexo feminino, refere há 3 dias dor do tipo peso no HD, forte intensidade, irradiação para epigastro e para HE, sem melhora com analgésicos e associada com náuseas e vômitos biliosos incoercíveis. G2C2N0A0 e IMC: 30kg/m2. • EF: BEG, corada e hidratada, acianótica, anictérica, Tax: 36,8°C. AR: MVF sem RA, eupneica, FR: 16 irpm. ACV: BRNF à 100bpm, sem sopros, PA 130x80mmHg. ABD: levemente distendido, discreta tensão, dor à palpação no andar superior do abdome, RHA presentes e normais, sem sinais de irritação peritoneal. Membros e neurológico sem alterações. • Diagnóstico sindrômico: abdome agudo inflamatório. Dor em faixa, no andar superior do abdome. Presença de vômitos biliosos incoercíveis, comum na pancreatite aguda. Pelo pâncreas ser retroperitoneal não causa irritação peritoneal. • Diagnóstico anatômico: pâncreas. • Diagnóstico etiológico: pancreatite aguda. • Os sinais semiológicos que podem ser pesquisados são: o Sinal de Cullen; o Sinal de Grey Turner; o Sinal de Fox (hematoma na base do pênis). • São necessários exames complementares? Sim e os exames complementares são: o Amilase e lipase. o A lipase é específica do pâncreas. A amilase deve estar aumentada em 2 – 3x, e tende a aumentar no início dos sintomas e permanece aumentada em torno de 5 dias. Já a lipase pode-se considerar qualquer alteração dela. Começa a alterar após 5 dias de evolução e permanece alta por mais tempo. o TC de abdome total – solicitar apenas se pancreatite grave ou dúvida diagnóstica. CASO 04 • Paciente de 68 anos, sexo feminino, refere há 3 dias dor do tipo cólica no hipocôndrio direito, forte intensidade, irradiação para o epigastro e associada com icterícia, febre aferida e calafrios, relata colúria, hiporexia e indisposição geral. G6C1N5A0 e IMC: 28kg/m2. • EF: REG, descorada (+/+4) e desidratada (+/+4), acianótica, ictérica (+3/+4), Tax: 39°C. AR: MVF sem RA, taquipneica, FR: 24irpm. ACV: MVF à 120bpm, sem sopros, PA 80x60mmHg. ABD: levemente distendido, dor à palpação no HD, RHA+ e normais, sem sinais de irritação peritoneal. Membros sem alterações. Neurológico: sonolenta com rebaixamento do nível de consciência. • Diagnóstico sindrômico: Síndrome colestática, cálculo obstruindo e causando infecção na via biliar → colangite aguda grave. Abdome agudo inflamatório. • Diagnóstico anatômico: vesícula biliar. • Diagnóstico etiológico: colangite aguda. • Tríade de Charcot: dor abdominal + febre + icterícia são sugestivos de colangite. • Pêntade de Reynolds: dor abdominal + febre + icterícia + hipotensão + rebaixamento do nível de consciência → diagnóstico de colangite aguda. • Qualquer doença que obstrui a via biliar pode levar a uma colangite, a maioria das vezes causada por cálculos, mas também pode ser por tumores. • Colangite aguda: síndrome colestática, paciente ictérico, presença de colúria, acolia fecal, dor abdominal e febre alta. • Coledocolitíase: síndromas de síndrome colestática sem febre. • São necessários exames complementares? Sim e os exames complementares necessários são: o Enzimas canaliculares: Fosfatase alcalina (FA) e Gama-GT. o Bilirrubinas diretas (conjugadas). o TGO e TGP. o Todos esses exames acima, vêm aumentados. o Exame de imagem de escolha: RNM de vias biliares ou Colangioressonância para avaliar cálculos biliares. CASO 05 • Paciente de 80 anos, sexo masculino, refere há 2 dias dor na FIE, relata aumento progressivo da dor abdominal e associada com hiporexia e indisposição geral. • EF: BEG, corado e hidratado, acianótico, anictérico, Tax: 36°C. AR: MVF sem RA, eupneico, FR: 20irpm. ACV: BRNF à 90bpm, sem sopros, PA 120x80mmHg. ABD: plano, flácido, dor à palpação no andar inferior do abdome, RHA presentes e normais, DB positivo na FIE. Membros e neurológico sem alterações. • Diagnóstico sindrômico: abdome agudo inflamatório. • Diagnóstico anatômico: intestino grosso. • Diagnóstico etiológico: diverticulite aguda. • São necessários exames complementares? Sim, e o exame indicado é a TC de abdome total. • A colonoscopia é contraindicada pois pode ocorrer perfuração. CASO 06 • Paciente de 24 anos, sexo feminino, refere há 1 dia dor na FID. Informa que a dor iniciou na FID e depois irradiou parao hipogástrio. Relata aumento progressivo da dor abdominal e associada com hiporexia e indisposição geral. AP e F/HCV: NDN. • EF: BEG, corada e hidratada, acianótica, anictérica, Tax: 38°C. AR: MVF sem RA, eupneico, FR: 20irpm. ACV: BRNF à 90bpm, sem sopros, PA 120/80. ABD: plano, flácido, dor à palpação no andar inferior do abdome, RHA presentes e normais, DB positivo na FID. Membros e neurológico sem alterações. Ginecológico: leucorreia purulenta e dor à mobilização dos anexos direitos. • Diagnóstico sindrômico: abdome agudo inflamatório. • Diagnóstico anatômico: ovários/trompas. • Diagnóstico etiológico: DIP, salpingite. • Sinal de Blumberg estará positivo. • Os exames necessários para diagnóstico de DIP são: o Ultrassonografia transvaginal. o Ultrassonografia de abdome total. o Videolaparoscopia diagnóstica. • O tratamento é realizado por videolaparoscopia diagnóstica. CASO 07 • Paciente de 32 anos, sexo masculino, refere há 12 horas dor súbita no epigastro e de fortíssima intensidade e que rapidamente irradiou para todo abdome. Relata cansaço, hiporexia e indisposição geral. AP/HV: tabagismo e etilismo. • EF: MEG, descorado (+/+4) e desidratado (+2/+4), AAA, sudorese fria, posição antálgica. AR: MVF sem RA, taquipneico, FR: 26irpm. ACV: BRNF à 128bpm, sem sopros, PA 90x60mmHg. ABD: plano, rígido, dor à palpação difusa, RHA ausentes, DB positivo em todo abdome. Membros e neurológico sem alterações. • Diagnóstico sindrômico: abdome agudo perfurativo. Se diferencia do hemorrágico pela intensidade da dor que já iniciou alta. • Diagnóstico anatômico: estômago/duodeno. • Diagnóstico etiológico: úlcera péptica perfurada. • O sinal semiológico que pode ser testado é o Sinal de Jobert que é o timpanismo no espaço subfrênico direito, próximo a loja hepática. • Os exames complementares necessários são: o RX de tórax em pé com cúpulas diafragmáticas (melhor exame): pneumoperitônio. o Hemograma: leucocitose. o PCR: aumentado. o Ureia/creatinina. • A conduta é melhorar sintomas do paciente (estabilizar) e encaminhar para cirurgia de emergência. CASO 08 • Paciente de 42 anos, sexo feminino, refere há 3 dias dor tipo cólica que se localiza principalmente no epigastro e mesogastro. Refere vômito biliosos. Nega eliminações de fezes e flatos há 2 dias. Sem outras queixas. AP e HV: tabagismo, etilismo, G2C2N0A0, ligadura tubária há 15 anos. • EF: REG, descorada (+/+4) e desidratada (+/+4), AAA. AR: MVF, sem RA, eupneica. ACV: BRNF à 104bpm, sem sopros, PA 110X60mmHg. ABD: distendido, flácido, dor à palpação difusa, RHA aumentados, DB negativo. Membros sem alterações. Região inguinal sem alterações. Toque retal sem alterações. • Diagnóstico sindrômico: abdome agudo obstrutivo. • Diagnóstico anatômico: intestino. • Diagnóstico etiológico: aderência, brida, tumor obstrutivo, hérnia, entre outros. • Exames complementares a serem solicitados: o RX de abdome em pé e deitado: terá o sinal de empilhamento de moeda (deitado – sinal de obstrução de intestino delgado). Em pé encontra-se a presença de níveis hidroaéreos. CASO 09 • Paciente de 84 anos, sexo masculino, refere há 6 dias dor tipo cólica que localiza em todo abdome. Refere vômitos de coloração amarronzada e de odor fétido. Nega eliminação de fezes e flatos há 4 dias. Relata emagrecimento não quantificado. Sem outras queixas. AP e F/HCV: tabagismo, etilismo, nega cirurgias prévias. • EF: REG, descorada (+2/+4) e desidratado (+2/+4), acianótico, anictérico e afebril. AR: MVF sem RA, eupneico. ACV: BRNF à 114 bpm, sem sopros, PA 80/60mmHg. ABD: distendido, flácido, dor à palpação difusa, RHA diminuídos, DB negativo. Membros sem alterações. Região inguinal sem alterações. Toque retal: ausência de fezes na ampola retal/ausência de lesões ao toque. • Diagnóstico sindrômico: abdome agudo obstrutivo. • Diagnóstico anatômico: cólon. • Diagnóstico etiológico: obstrução por neoplasia de cólon. • Exames complementares a serem solicitados são: radiografia em pé e deitado. CASO 10 • Paciente de 40 anos, sexo feminino, refere há 12 horas dor súbita no hipogástrio e de moderada intensidade e que rapidamente irradiou para todo abdome. Relata cansaço, dispneia, hiporexia e indisposição geral. AP e F/HCV: G0C0N0A0/ Amenorreia há 02 meses. • EF: MEG, descorada (+4/+4) e desidratada (+2/+4), acianótica, anictérica, afebril, palidez cutâneo-mucosa. AR: MVF, sem RA, taquipneica, FR: 28irpm. ACV: BRNF à 136bpm, sem sopros, PA 80/60mmHg. ABD: plano, dor à palpação difusa, RHA ausentes, DB positivo em todo abdome. Membros e neurológico sem alterações. • Diagnóstico sindrômico: abdome agudo hemorrágico. • Diagnóstico anatômico: gravidez tubária. • Diagnóstico etiológico: gravidez ectópica rota. • Os exames complementares a serem solicitados são: o Beta-HCG. o Ultrassonografia de abdome total. • Estabilizar a paciente é o foco, ou seja, pegar acessos e fazer volume. CASO 11 • Paciente de 70 anos, sexo masculino, refere há 12 horas dor epigástrica e súbita, forte intensidade e com períodos de melhora e piora. Relata diarreia há 6 horas com saída de secreção avermelhada. AP e F/HCV: tabagismo por 40 anos, passado de arritmia cardíaca. • EF: BEG, corado e hidratado, acianótico, anictérico, afebril. AR: MVF, sem RA, taquipneico, FR: 24irpm. ACV: BRNF à 12bpm, sem sopros, PA 100/60mmHg. ABD: distendido, dor leve à palpação difusa, RHA ausentes, DB negativo. Membros e neurológico sem alterações. • Diagnóstico sindrômico: abdome agudo vascular/isquêmico. • Diagnóstico anatômico: intestino delgado, oclusão de algum ramo da artéria mesentérica. • Diagnóstico etiológico: isquemia de alças intestinais. • Devemos levantar a HD quando dor abdominal em casos “desproporcional” aos exames. • São necessários exames complementares? Sim e eles são: o Hemograma. o Lactato. o TC de abdome.
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