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AULA - ABDOME AGUDO NÃO TRAUMÁTICO

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ABDOME AGUDO NÃO TRAUMÁTICO
DOR
 Uma experiência sensitiva e emocional
aversiva geralmente causada por, ou
semelhante àquela causada por, uma lesão
tecidual real ou potencial.
 A dor abdominal:
 2,5% das queixas de atendimento em
consultório.
 1,0% em estudos diagnósticos.
 8% em serviços de urgência/emergência.
 20%: inespecífico.
 40%: causas funcionais e 40%: causas
orgânicas mais comuns.
ABDOME AGUDO
 O abdômen agudo pode ser definido como uma
dor abdominal de aparecimento súbito, não
traumático, que pode ou não necessitar de
intervenção cirúrgica.
 Geralmente com duração de horas até 04 dias,
não ultrapassando 07 dias.
 A sua compreensão é componente importante no
processo de diagnóstico diferencial de inúmeras
doenças.
 Os nociceptores:
 Limiar alto: C e A-delta devem ser
sensibilizadas.
 Ocorre a modulação do estímulo.
TEORIA DAS COMPORTAS
SEMIOLOGIA DA DOR ABDOMINAL
 Localização.
 Qualidade/caráter.
 Intensidade.
 Duração.
 Irradiação.
 Evolução.
 Sintomas associados.
 Fatores agravantes.
 Fatores atenuantes.
 Alterações orgânicas.
 Perguntar sempre:
 Onde a dor é sentida? (localização,
irradiação).
 Qual o tipo de dor que ele sente?
(característica).
 Quando e como ela começa? (início).
 Que desconforto causa a dor? (intensidade).
 O que faz ela pior ou melhor? (fatores de
piora ou melhora).
 Como ela muda ao longo do tempo?
(duração e ciclicidade).
 O paciente teve crises anteriores?
(periodicidade).
PRINCIPAIS PROJEÇÕES DE DOR
VISCERAL REFERIDA
 Escápula e ombro D – frênica D e biliar.
 Escápula e ombro E – frênica E e baço.
 Em barra - pancreatite.
 Hipocôndrio direito – fígado, vesícula e lobo
inferior do pulmão direito.
 Periumbilical – Delgado e apêndice.
 Lombo sacra – Útero, testículos, rins e reto.
 Flanco – pâncreas e ureteres.
 Perineal – próstata e reto.
 Outros sintomas:
 Náuseas e vômitos.
 Febre.
 Inapetência/hiporexia.
 Diarréia.
 Evacuação.
 Flatos.
EXAME FÍSICO
 Inspeção e sinais vitais: fácies, modo de andar,
decúbito preferido, tipo de respiração, lesões
cutâneo-mucosas, hidratação, coloração de
conjuntivas, temperatura, FC e PA.
 Ausculta: em ambiente tranquilo, permanência
por 02 minutos. Fazer antes da palpação para
evitar aumento do peristaltismo.
ABDOME AGUDO - DIAGNÓSTICO
SINDRÔMICO
 Inflamatório.
 Perfurativo.
 Obstrutivo.
 Hemorrágico.
 Vascular.
ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO
 Estado geral: febre, vômitos e dor abdominal
localizada.
 Abdome:
 Dor à palpação superficial e profunda,
resistência abdominal a palpação voluntária
e involuntária, descompressão brusca
dolorosa, diminuição dos ruídos
hidroaéreos, palpação de plastrão, a
percussão abdominal determina a mesma
reação que a descompressão brusca.
 Quadro clínico geralmente é suficiente para
definir o dx.
 Hemograma: leucocitose com desvio à
esquerda.
 Rx: alças do intestino delgado distendidas(alças
sentinelas ao processo peritonítico).
 USG/TC: confirma dx etiológico.
ABDOME AGUDO PERFURATIVO
 Estado geral: toxemia, sudorese fria, dor
intensa em “facada”.
 Abdome:
 Irritação peritoneal difusa.
 Abdome em tábua.
 RHA diminuídos ou ausentes.
 Sinal de Jobert.
 Rx: pneumoperitônio.
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO
 Estado geral: sinais de desidratação e
hipovolemia, parada de eliminação de gases e
fezes.
 Abdome:
 Dor e distensão abdominal.
 Peristaltismo visível.
 RHA aumentados - timbre metálico?
 RX: distensão de alças de delgado com níveis
hiroaéreos. Sinal do empilhamento de moedas
(delgado).
ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO
 Estado geral: MEG, sinais de choque
hipovolêmico (hipotensão, pulso fino, síncopes
e palidez cutâneo-mucosa).
 Abdome:
 Peritonismo difuso intensidade moderada.
 RHA diminuídos.
 USG: líquido livre na cavidade.
ABDOME AGUDO VASCULAR
 Estado geral: choque misto de alta gravidade
em pacientes com antecedentes de cardiopatia.
 Abdome:
 Dor à palpação superficial e profunda.
 DB às vezes negativo.
 Distensão abdominal.
 Toque retal: saída de líquido hemorrágico
escurecido.
 Temperatura retal < temperatura axilar.
 Rx: pobreza de gases em alças intestinais.
 Dx: angiotomografia.
ABDOME AGUDO - ETIOLOGIA
 Inflamatório:
 Apendicite aguda.
 Colecistite aguda.
 Pancreatite aguda.
 Diverticulite.
 Doença inflamatória pélvica.
 Abscessos intra-abdominais.
 Peritonites primárias e secundárias, dentre
outros.
 Perfurativo:
 Úlcera péptica.
 Neoplasia gastro-intestinal perfurada.
 Síndrome de Boerhaave.
 Amebíase.
 Febre tifóide.
 Divertículos perfurados.
 Obstrutivo:
 Aderências intestinais.
 Hérnia estrangulada.
 Fecaloma.
 Obstrução pilórica.
 Volvo.
 Intussescepção.
 Cálculo biliar.
 Corpo estranho.
 Bolo de áscaris, dentre outros.
 Vascular:
 Embolia mesentérica.
 Trombose mesentérica.
 Torção do omento.
 Torção de pedículo de cisto ovariano.
 Infarto esplênico, dentre outros.
 Hemorrágico:
 Gravidez ectópica rota.
 Ruptura de baço.
 Ruptura de aneurisma de aorta abdominal.
 Cisto ovariano hemorrágico.
 Necrose tumoral.
 Endometriose, dentre outros.
DIAGNÓSTICO
 Laboratório (hemograma, EAS, amilase e TIG).
 Radiologia simples (decúbito e ortostatismo).
 Ultrassonografia.
 Tomografia computadorizada.
 Arteriografia.
 Ressonância magnética.
 Videolaparoscopia.
HEMOGRAMA
 O hemograma fornece evidências da gravidade
atual ou potencial de um abdômen agudo,
quando mostra:
 Grande elevação do número de leucócitos,
com grande percentual de neutrófilos;
 Alta proporção de formas jovens;
 Ausência de eosinófilos;
 Presença de granulações tóxicas ou
vacuolização nos neutrófilos;
 Diminuição absoluta do número de
linfócitos.
 OBS: leucopenia -> (gravidade e prognóstico
ruim).
EAS
 Densidade elevada: desidratação aguda.
 Presença de bilirrubina: icterícia obstrutiva.
 Leucocitúria: apendicite aguda, diverticulite,
etc.
 Hematúria: cálculos urinários, NTA, cistite
necrotizante, anemia falciforme, coagulopatias.
 Urina vinhosa: porfiria aguda.
 A lipase se mantém por mais tempo, é mais
específica.
 Amilase lipase são mais usados para pancreatite
aguda.
ABDOME AGUDO - QUANDO OPERAR?
 Sinais inquestionáveis de peritonite.
 Dor abdominal grave e progressiva.
 Dor abdominal e sinais de sepse inexplicáveis
por qualquer outro meio.
 Dor abdominal e sinal radiológico perfuração
gastrointestinal.
 Suspeita de isquemia intestinal.
 Na dúvida:
 Manter o paciente em observação e reavaliá-
lo em algumas horas (clinicamente,
laboratório e imagem).
 ABORDAGEM LAPAROSCOPICA???
 Lembretes:
 Pacientes com distúrbios psiquiátricos,
neurológicos, história de abuso de álcool e
drogas, em uso de corticoterapia e
imunossupressores são de difícil avaliação.
 Evitar excesso de analgesia até decidir se o
caso é ou não cirúrgico.
 Nem todo abdome agudo vai exigir
intervenção cirúrgica imediata.
MANEJO INICIAL EM ABDOME AGUDO
 Acesso venoso/ Reposição hídrica e de
eletrólitos.
 SNG (se tiver distensão abdominal).
 Analgesia.
 Cateter de Foley (débito urinário de 0,5ml/kg/h).
 PAS> 100 mmHg e Pulso<100 bpm.
 Intervenção cirúrgica preferencialmente com o
paciente hemodinamicamente estável.

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