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Roteiro aula 5_Comunicação, meio ambiente e políticas públicas

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CCA 5972 – Comunicação, meio ambiente e políticas públicas
AULA 5 – 27/09/2023 
Roteiro geral da aula
Exposição dialogada sobre Diálogo “Onde aterrar?”, permeado de pesquisas recentes (2022) sobre desinformação e negacionismo climático
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E o capitaloceno? Exemplos empíricos da Justiça Climática em pauta. 
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Dados da pesquisa "Combate à desinformação na Amazônia" (2023)
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O Mural do Clima
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Parte 1 – E o  capitaloceno?  
Exemplos empíricos da Justiça Climática em pauta.
Capitaloceno
Andreas Malm (2009), David Ruccio (2011), Donna Haraway (2015), Jason Moore (2013); 
Ênfase nas causas: capitalismo ("Mudar o sistema, não o clima"); 
Crítica de Eduardo Viveiros de Castro: negligencia as consequências ("é possível sair do capitalismo, mas não do Antropoceno"). 
Rabetaço e o prêmio Megafone de Ativismo
Parte 2 - Exposição dialogada sobre Diálogo “Onde aterrar?” 
permeado de pesquisas recentes (2022) sobre desinformação e negacionismo climático
Livro é ensaio escrito logo após eleição de Trump
Três fenômenos conectados
Desregulamentação;
Explosão de desigualdades; 
Negacionismo climático. 
 Sintomas de uma mesma situação histórica: as classes dirigentes (“elites”) concluíram que não há mais lugar suficiente na terra para todos e deixaram de fingir que a história conduz a um horizonte comum.
Produção ativa da ignorância 
Desinformação patrocinada:
“Há um episódio elucidativo que, por seu turno, nada tem de metafórico: no início dos anos 1990, a companhia Exxon-Mobil com pleno conhecimento de causa - ela já havia até publicado excelentes artigos científicos sobre os perigos da mudança climática -, decide investir pesadamente na extração frenética de petróleo e, ao mesmo tempo, na campanha igualmente frenética para negar a existência da ameaça” (LATOUR, 2022, p. 29). 
Estudo divulgado na COP-27
40% dos/as brasileiros/as acreditam que os combustíveis fósseis são energia limpa; 
44% creem que as mudanças climáticas não são causadas pela atividade humana; 
29% afirmam que os cientistas discordam sobre as causas das mudanças climáticas; 
24% dizem que os registros de temperatura global não são confiáveis; 
15% não acreditam que a produção de combustível fóssil pode causar problemas médicos a quem vive perto dos locais de extração. 
Fonte: Climate Action Against Disinformation, 2022
Responsabilidade das plataformas 
Trabalho da Laura Scofield, da Agência Pública;
Matérias sobre desinformação e emergência climática.
Pesquisa “Confiança na ciência no Brasil em tempos de pandemia”
Realizada pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT) 
Utilizou a técnica de survey, com coleta de dados por meio de entrevistas domiciliares, pessoais e individuais 
2.069 pessoas entrevistadas com 16 anos ou mais, entre agosto e outubro de 2022 (estatisticamente representativa)
68,9% dos(as) entrevistados(as) declararam confiar ou confiar muito na ciência.
Não é pós-verdade, é pós-política 
“A questão, portanto, não é saber como corrigir as falhas do pensamento, mas sim como partilhar a mesma cultura, enfrentar os mesmos desafios e vislumbrar um panorama que possamos explorar conjuntamente. A primeira atitude demonstra o vício habitual da epistemologia, que consiste em atribuir a supostos déficits intelectuais algo que é meramente um déficit de prática comum” 
(LATOUR, 2022, p. 36).
É preciso aterrar as ciências 
-Crítica ao suposto distanciamento científico
Programa de Comunicação das Mudanças Climáticas da Universidade de Yale 
Pesquisa foi conduzida com usuários(as) do Facebook com apoio da Meta. 
Objetivo era mensurar o conhecimento público sobre mudanças climáticas.
A amostra foi de 108.946 usuários(as) ativos(as) da plataforma, maiores de 18 anos. 
Respostas coletadas de 192 países e territórios em todo o mundo, entre 25 de março a 14 de abril de 2022.
90% dos(as) brasileiros(as) ouvidos estão convictos(as) que a temperatura média vem crescendo nos últimos 150 anos, crescerá ainda mais no futuro e que, em consequência, o clima mundial será alterado. 
53% dos(as) respondentes no Brasil afirmam que as causas são principalmente humanas. 
É preciso abrir as caixas pretas
Globalização mais e globalização menos 
Globalização como multiplicidade e conexão (globalização-mais); 
Globalização como visão única homogeneizadora (globalização-menos). 
Como sobreviver aos fins dos mundos
Aprender com os chamados povos originários a como aterrar 
Defesa do(s) território(s) 
“Quando o tapete é tirado de baixo dos seus pés, você entende num segundo que terá se de preocupar com o assoalho…” (LATOUR, 2022, p. 18) 
E assim chegamos ao Terrestre 
“Terra”? Vão pensar que se trata do planeta visto do espaço, o famoso “planeta azul”. “Natureza”? Seria grande demais. “Gaïa”? Seria apropriado, mais necessitaríamos de páginas e mais páginas para precisar os termos de seu uso. “Solo” lembra as antigas formas de localidade. “Mundo”, sim, de fato, mas há o risco de ser confundido com as antigas formas de globalizações” (LATOUR, 2022, p. 51). 
De sistemas de produção para sistemas de geração 
Sistema de produção = liberdade, papel central ao ser humano, mecanismo;
Sistema de geração = dependência, papel distribuído do ser humano, gênese.
Convite a embrenhar-se nas mil dobras do Terrestre. 
Afinal, como se orientar? 
Respostas ainda em elaboração; 
Pistas: devemos buscar conciliar dois processos aparentemente contraditórios, vincularmos ao solo e nos mundializarmos. 
“O solo permite se vincular; o mundo, se desprender. A vinculação é o que permite sair da ilusão de um Grande Exterior; o desprendimento, o que possibilita abandonar a ilusão das fronteiras. Essa é a nova estratégia a ser calculada” (LATOUR, 2022, p. 112) 
Descrever
Definir os terrenos de vida
“Para que haja uma ordem mundial, antes é preciso ter um mundo minimamente compartilhável, e é esse o resultado esperado do esforço de inventário proposto aqui” (LATOUR, 2022, p. 18). 
Quais as atividades agora suspensas que você gostaria de que não fossem retomadas?
Descreva por que essa atividade lhe parece prejudicial / supérflua / perigosa / sem sentido e de que forma o seu desaparecimento / suspensão / substituição tornaria outras atividades que você prefere mais fáceis / pertinentes. 
Que medidas você sugere para facilitar a transição para outras atividades daqueles trabalhadores /empregados / agentes / empresários que não poderão mais continuar nas atividades que você está suprimindo?
Quais as atividades agora suspensas que você gostaria que fossem ampliadas / retomadas ou mesmo criadas a partir do zero?
Descreva por que essa atividade lhe parece positiva e como ela torna outras atividades que você prefere mais fáceis / harmoniosas / pertinentes e ajuda a combater aquelas que você considera desfavoráveis. 
Que medidas você sugere para ajudar os trabalhadores / empregados / agentes / empresários a adquirir as capacidades / meios / receitas / instrumentos para retomar / desenvolver / criar esta atividade?
Parte 3 -  "Combate à desinformação na Amazônia" 
Pesquisa coordenada pelo intervozes (2023)
Projeto Amazônia Livre de Fake 
8 meses de 2022
8 coletivos amazônidas participantes, de 6 estados (AM, PA, AC, RR, MT e AP)
200 difusores de desinformação (avaliaram 80)
3 grupos: políticos profissionais, movimentos sociais de direita e veículos pseudo-noticiosos 
206 conteúdos de 3 páginas - menos de 10% das pautas eram socioambientais (estratégia de supressão). 
Parte 4 – O MURAL DO CLIMA 
E O CONTEXTO DE SUA CHEGADA AO BRASIL – JORNADAS PELO CLIMA
Criado em 2015 por Cédric Ringenbach.
Baralho de 42 cartas baseado nos gráficos do IPCC para ser organizado a partir de causas e consequências. 
Uma ferramenta em constante evolução.
ONG criada em dezembro de 2018 para divulgar e disseminar a metodologia e supervisionar a expansão pelo mundo.
ESTÁ SEMPRE EM ATUALIZAÇÃO
CARTASTRADUZIDAS +35 
IDIOMAS
+ de 15mil
VOLUNTÁRIOS FACILITANDO MURAIS
+ de 330 mil
PESSOAS SENSIBILIZADAS
EM 50 
PAÍSES
https://climatefresk.org/
Com base nos relatórios do IPCCs, o Mural do Clima é uma oficina colaborativa visa a aumentar a conscientização e compreender melhor as consequências das mudanças climáticas.
O Mural do Clima
Versão presencial
Versão on-line
DIFERENTES NÍVEIS DE DIFICULDADE
CRIANÇAS
21 CARTAS, 2 horas
Crianças de 8 a 14 anos.
Textos mais simples, menos cartas, dicas claras para conectar causa e efeito, foco na ação individual. 
.
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ADULTOS
42 CARTAS, 3 horas
Para novatos e experts.
Todos podem aprender algo sobre os mecanismos do clima. 
Versão simplificada: retire entre 3 e 5 cartas e o jogo se torna mais fácil!
ESPECIALISTAS
80 CARTAS, 2 a 5 horas
Versão para facilitadores.
Permite que os facilitadores aprofundem seu conhecimento sobre as questões climáticas e compartilhem seu conhecimento com outros colegas facilitadores. Não está à venda mas pode ser emprestado pela associação.
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Referências complementares
Leiserowitz, A. et al. International Public Opinion on Climate Change, 2022. New Haven, CT: Yale Program on Climate Change Communication and Data for Good at Meta, 2022. Disponível em: https://climatecommunication.yale.edu/wp-content/uploads/2022/06/international-public-opinion-on-climate-change-2022a.pdf. Acesso em: 26 mai. 2023. 
Massarani, L. et al. Confiança na ciência no Brasil em tempos de pandemia. Resumo executivo. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia - INCT-CPCT, 2022. Disponível em: https://www.inct-cpct.ufpa.br/wp-content/uploads/2022/12/Resumo_executivo_Confianca_Ciencia_VF_Ascom_5-1.pdf Acesso em: 26 mai. 2023. 
INTERVOZES.Combate à desinformação sobre a Amazônia Legal e seus defensores. São Paulo: Intervozes, 2023. Disponível em: https://intervozes.org.br/wp-content/uploads/2023/04/INTERRelatorioICS-2.pdf. Acesso em 21/08/2023. 
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