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Condrichthyes: Peixes Cartilaginosos 1. Introdução Os peixes possuem uma origem bem antiga (antes mesmo dos dinossauros) as primeiras formas surgiram no período Cambriano, e a maior diversidade aconteceu no período Devoniano, que é conhecida também como o período dos peixes, onde o número de espécies era bem maior que hoje. Sendo assim, os peixes cartilaginosos são, dentre todos os peixes do mundo, o grupo mais primitivo, os tubarões, por exemplo, que surgiram e praticamente não se modificaram em 350 milhões de anos, sempre promovendo o equilíbrio ecológico. As formas viventes de Condrichthyes incluem os cações, tubarões, raias e as quimeras (pouco conhecidas). O cação possui a presença de espiráculo, dentes achatados, os tubarões não tem espiráculo e os seus dentes são triangulares, a raia possui espiráculo e corpo achatado com dorso ventral. Com o surgimento das maxilas (elementos ósseos associados à boca e ligados ao eixo esquelético do crânio) representa um dos passos mais importantes na evolução dos vertebrados, então, os mesmos passam a atingir grandes tamanhos corporais, a presença de dois pares de nadadeiras sustentadas por elementos esqueléticos e uma série de outras características que são sinapomorfias do grupo. Ocorrem predominantemente em ambientes marinhos, porém alguns penetram secundariamente em lagoas e rios continentais: Charcharinidae, Dasyatidae, Potamotrigonidae e Pristtidae. As quimeras sempre serão de águas marinhas, e existe um tubarão que faz a transição de água salgada e doce. Dentre as características dos peixes cartilaginosos que podemos citar, estão: um esqueleto cartilaginoso com calcificação em sua camada superficial, dentes não fundidos à mandíbula e distribuídos em camadas, nadadeiras não segmentadas em raios córneos (ceratotríquia), narinas ventrais em cada lado da cabeça, válvula espiral no intestino, escamas placóides formadas por dentículos compostos por uma parede de dentina, presença de clásper, ausência de bexiga natatória, fendas branquiais e cloaca. Podendo ser dividido em duas subclasses: Halocephali cerca de 33 espécies de quimeras exclusivamente marinhas, com no máximo 1m de comprimento. E a Elasmobranchii tubarões, importantes predadores desde o médio Devoniano. Hoje em dia grande parte desses peixes está em risco de extinção, principalmente os tubarões, como o tubarão branco, em decorrência da pesca ilegal para a retirada das barbatanas que possui alto valor econômico, podendo ser utilizada na alimentação. 2. Objetivos O objetivo deste relatório é classificar, e descrever os peixes cartilaginosos, tendo por base suas características fisiológicas e morfológicas, bem como, exemplificar as subclasses: Elasmobranchii (tubarões e raias), Holocephali (Quimeras). Citando também a importância de sua evolução. 3. Metodologia Materiais: -Exemplares de Peixes cartilaginosos; -Bandeja; -Equipamento tecnológico para as observações e anotações. Procedimento: Através da prática s Vertebrados- Aula 07- Peixes Cartilaginosos Pode-se observar majoritariamente a anatomia externa. Com ênfase, nas nadadeiras, nos dentículos dérmicos e na calcificação prismática. Após a observação, descrever as etapas que ocorrem, com a demonstração por imagens de espécies e caracterização dos mesmos. 4. Resultados 4.1 Subclasses: Holocephali (Quimeras) e Elasmobranchii (tubarões e raias). Imagem 01- Holocephali e Elasmobranchii a) Holocephali (Quimeras): possuem 33 espécies. Em vez de uma boca com dentes, suas maxilas apresentam placas achatadas. A maxila é superior e fundida ao crânio, alimentam-se de algas, moluscos, equinodermos, crustáceos e peixes. As brânquias são protegidas por opérculo, possuem uma cauda longa e flexível, olhos grandes e sem escamas. b) Elasmobranchii (tubarões e raias): mais de 760 espécies, possuem fendas branquiais (5 a 7) não recobertas, nadadeira caudal bem desenvolvida, corpo recoberto por escamas placóides, boca ventral, arco mandibular frouxamente ligado ao crânio. Há diversas formas de dentículos, colorações, e fendas branquiais na lateral do corpo. Imagem 02- Holocephali Imagem 03- Algumas espécies de tubarões. Imagem 04- Tubarão martelo. Imagem 05- Tubarão com uma fenda branquial a mais. Imagem 06- Raia elétrica, possuem uma musculatura diferenciada, capaz de produzir descargas elétricas. Imagem 07- Raia Rajiforme. Grupo bastante diverso. Imagem 08- Raia Viola. Nadadeira peitoral bastante desenvolvida. Imagem 09- Característica comum entre as raias: fendas branquiais e a boca na região ventral. Imagem 10 e 11- Raia Myllobatiforme, que apresenta um ferrão na nadadeira caudal tóxico por possuir veneno, é usado para a defesa. 4.2 Sinapomorfias. a) Calcificação prismática: o endoesqueleto dos condrictes é composto por uma cartilagem do tipo hialina, coberto por uma fina camada de fosfato de cálcio altamente mineralizado (cristais de hidroxiapatita), a qual apresenta o aspecto de prismas dispostos lado a lado (tesserae). Tal característica é exclusiva desse grupo de animais. E em algumas espécies, animais adultos apresentam um esqueleto bastante rígido com zonas de hipercalcificação, assemelhando-se à dureza dos ossos; ainda assim, é tudo cartilagem, nada de osso no endoesqueleto de condrictes viventes ou fósseis. b) Dentículos dérmicos: ao invés de escamas, a pele dos tubarões é recoberta por dentes na pele, cada dentículo é formado por uma camada mais externa de esmalte que recobre a dentina e em seu interior existe a cavidade da polpa onde ficam os vasos sanguíneos. Essas estruturas fornecem aos tubarões uma proteção considerável, sem comprometer sua flexibilidade, e ajudam também a diminuir o atrito da água com o corpo do animal. Nas raias os dentículos ficam mais na região anterior ou próxima as nadadeiras. Essa conformação é tão eficiente que inspirou a criação de trajes usados por nadadores pressionais para diminuir o atrito dos atletas com a água e torná-los mais velozes durante as competições. Imagem 12- Calcificação prismática. Imagem 13- Sinapormofias: dentículos dérmicos. Imagem 14- Sinapormofias: microscopia eletrônica dos dentículos dérmicos em tubarões e raias. Raias Imagem 15- Dentículos dérmicos como inspiração de trajes usados por nadadores. Tubarões c) Mixopterígio ou clasper: nadadeira pélvica modificada que auxilia na introdução de espermatozoides. O macho introduz o clásper na cloaca da fêmea para deposição dos espermatozoides. 5. Conclusão Pode-se notar a partir de estudos que a irradiação moderna dos Elasmobranchii aconteceu no final do Carbonífero, onde a diferença mais marcante apresentada pelos tubarões modernos é o focinho proeminente que projeta a boca ventralmente. O arco mandibular apresenta suspensão hiolistica que permite múltiplas posições apropriadas às diferentes oportunidades de alimentação. A vantagem da mandíbula dos tubarões modernos é a sua capacidade de expansão que suga a água e alimento para a boca e permite abocanhar um organismo maior do que ele próprio. Imagem 16- Clasper de uma Raia. Imagem 17- Tubarões acasalando, a seta vermelha está mostrando o clasper do macho sendo introduzido na cloaca da fêmea. A notocorda foi substituída por centros vertebrais cartilaginosos, os olhos são dotados de tapetum lucidum (cristais de guanina) que aumentam a sensibilidade luminosa. A reprodução é uma parte importante no sucesso dos tubarões modernos, caracterizada pela fecundação interna, podendo ser ovíparos, ovovivíparos ou vivíparos. Os cláspers pélvicos dos machos têm uma estrutura esquelética sólida que pode aumentarsua eficiência. Durante a cópula, um único clásper é curvado em 90º, em relação ao eixo crânio caudal do corpo, assim, o canal dorsal da estrutura fica sob a papila cloacal, a partir do qual o esperma é espelido. Com a evolução da fecundação interna, os elasmobrânquios adotaram uma estratégia reprodutiva que favorece a produção de um pequeno numero de descendentes, os quais são retidos, protegidos e cuidados por períodos variáveis, dentro do corpo da fêmea. Este modo de reprodução requer um investimento significativo de energia da fêmea e é bem sucedido quando os adultos apresentam uma longa expectativa de vida. Quanto há espécies de peixes cartilaginosos com risco de extinção, no inicio do século XX, os tubarões eram mortos por causa do seu coro e do fígado rico em óleo. Porém no final do mesmo século, com o advento da pesca industrial, e exploração de águas mais profundas, foram criados novos mercados para peixes. Por causa disso, tubarões e raias começaram a serem vendidos em grande quantidade, sob o nome de . Todos os anos se matam cerca de 100 milhões de tubarões e afins, dos quais cerca de 6 milhões são tubarões azuis, mortos apenas pelas suas barbatanas. A maioria deles são perseguido, por pura ignorância ou como já supracitado, apenas por suas barbatanas (para o preparo de sopas e utilização afrodisíacas De acordo com uma avaliação do Instituto Chico Mendes cerca de um terço dos peixes cartilaginosos brasileiros estão ameaçados. Isso representa cerca de 35% das 169 espécies encontradas no Brasil. A pesca excessiva e não regulamentada é sem duvidas a maior causa de todo esse problema, já que com a dificuldade de reprodução, as populacoes destes peixes tendem a diminuir gradualmente. Por fim, a exploração indevida tem levado esses animais a listas de ameaçados de extinção. Por esse motivo, é importante que os órgãos de proteção consigam intervir, para que as leis sejam cumpridas e que a fiscalização aconteça. O comércio pode e deve acontecer, até por que muitas famílias dependem desses peixes, mas deve acontecer de forma regulamentada e controlada, de modo que, o período de reprodução e nascimento seja devidamente respeitado. Referências CLISTENES, A. Condrichthyes: Os Peixes Cartilaginosos. Metazoários III-Aula 01. Departamento de Zoologia- Universidade Estadual de Feira de Santana- UEFS. Feira de Santana-Ba. Brasil. 2019. DALLABONA, J.; CARDOZO, S. M. Pesca de peixes cartilaginosos. Universidade da Região de Joinville- UNIVILLE. Joinville-SC. Brasil. 2020. Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Zoologia dos Vertebrados - Aula 07- Peixes cartilaginosos. Youtube, 2017. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=shjsGqp_MFA&t=997s.
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