Buscar

ATIVIDADE RELATÓRIO PISCICULTURA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PISCICULTURA: Técnicas e Comercialização
1. Introdução 
 
De todas as espécies de animais que o homem já criou com o intuito alimentar, 
levando em consideração tanto a escala industrial quanto para a subsistência, o peixe é o 
um dos que mais se destacam por oferecer uma maior produtividade, transformando até 
alimentos de baixo custo ou de valor nutritivo baixo em uma proteína rica e de alta 
qualidade. A piscicultura também vem assumindo o papel importante no abastecimento 
alimentar, mostrando uma alta taxa de crescimento demográfico em ritmo de colisão com 
a oferta de alimentos, de origem animal, que induzem um esforço maior para serem 
produzidos. Percebe-se através de desenhos egípcios que a prática da cultura de peixes 
é muito antiga, os desenhos mostravam cenas de pesca e conservação de peixes em 
tanques. Através da China, Indonésia, Vietnã e Camboja a cultura de peixes expandiu-se 
sob pressão de populações crescentes. 
O propósito da cultura de peixe é a criação racional, tendo por base o controle do 
crescimento e a reprodução. A maioria das culturas de peixes é praticada em tanques, 
facilitando a supervisão e regulação da reprodução, alimentação, crescimento, bem como, 
mantém o controle do peixe, do estoque, e da manutenção dos tanques. Mesmo 
representando uma pequena quantidade de água doce total disponível, os tanques 
possuem uma alta reprodutividade. 
Entre as vantagens em explorar tanques ou açudes, está no desenvolvimento e 
exploração de Terras consideradas improdutivas, devido a grande quantidade de água 
presente ou em zonas de brejo, ou seja, terras antes consideradas de baixo custo e sem 
possibilidade de uso. Outra vantagem está relacionada ao grande valor nutricional 
(proteínas) presentes no peixe, considerando-o uma boa adição à alimentação, 
particularmente em zonas tropicais ou temperadas. A cultura de peixes também exerce 
uma função importante de reestoque artificial, devido o ambiente natural sofrer com 
perdas por poluição, pesca ilegal e também efeitos provocados ao redor das águas, como 
a erosão. 
 Infelizmente a piscicultura é uma prática não tanto explorada no Brasil, pois 
pesquisas demonstram que os brasileiros consomem poucos peixes, o que urgentemente 
deve mudar, já que o Brasil possui uma imensa costa litorânea e grandes bacias 
hidrográficas. É preciso enfim, estimular uma cultura que reúna excelentes condições de 
desenvolvimento em nosso país.
2. Objetivos 
O objetivo deste trabalho é demonstrar técnicas de cultivo e cativeiro (reprodução, 
controle, e crescimento) utilizadas na prática de piscicultura, bem como, citar os 
equipamentos indispensáveis nessa atividade. Elencar dados relevantes quanto ao 
comércio e consumo no Brasil, bem como, expor as espécies de peixes mais utilizadas, 
fazendo-se necessário a demonstração através de figuras oriundas de pesquisas na 
internet e em livros. Ressaltando enfim, a importância das culturas de peixe para o 
produtor e para a população em geral. 
3. Metodologia 
- Descrever os sistemas de cultivo: Extensivo, Semi-intensivo, Intensivo. 
- Manejo geral: peixes, alevinos. Manejo alimentar, dos sistemas, da produção. 
- Avaliar a qualidade da água para os animais aquáticos em questão: Temperatura (T° C), 
oxigênio dissolvido (OD, mg/L), ph (potencial hidrogeniônico), Alcalinidade (mg/L de 
CaCo3), Amônia, Nitrito. 
- Apresentar os tipos de criação: Tanques e açudes. 
-Enunciar os equipamentos indispensáveis em piscicultura. 
4. Resultados e Discussões 
4.1 Manejo dos Peixes 
O bom manejo começa com a escolha das espécies mais adequadas ao ambiente de 
cultivo levando em consideração as exigências ambientais e climáticas de cada espécie, o 
hábito alimentar, a rusticidade e a aceitação comercial. As principais espécies de água 
doce são: tilápias (Oreochromis spp), carpas (Cyprinus sp.), tambaqui (Colossoma 
macropomum), pacu (Piaractus mesopotamicus), matrinxã (Brycon spp.), piau (Leporinus 
sp.), bagre africano (Clarias gariepinus), entre outros. 
4.1.1 Manejo dos Alevinos 
Atentar-se ao procedimento de captura, se utilizar embalagem plástica, que seja atóxica e 
resistente, água limpa e oxigênio puro. 
b) Densidade: deve ser compatível com a espécie, tamanho e não transportar em dias 
muito quentes.
c) Recepção: verificar a qualidade da água, e depois de 15 a 30 minutos, deve-se soltá-
los devagar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.1.2 Manejo Alimentar 
Os custos com alimentação podem compor de 50 a 70% do custo total de produção de 
peixes, no entanto pode-se minimizar, através da adoção de manejo alimentar adequado 
e com o uso de rações de qualidade compatível com as diferentes fases de 
desenvolvimento dos peixes. Para cada fase tem-se a granulomentria e porcentagem de 
proteína bruta (PB) na ração adequada. Essa ração é extrusada. Exemplos: 
- Fase alevinagem: utiliza-se ração de 45 a 40 % PB. 
-Fase de engorda: utiliza-se ração de 36 a 32 % PB. 
A quantidade varia, podendo ser de 2 a 5 vezes ao dia ou até 9 vezes ao dia (fase 
alevinagem). 
 
4.1.3 Manejo dos Sistemas 
a) Monofásico: criam-se peixes da fase alevinagem (inicial) até a fase engorda (final). 
b) Bifásico: adota-se criar peixes da fase alevinagem (inicial) até a fase juvenil 
(intermediária), no mesmo ambiente de cultivo. 
Imagem 01- Alevinos de tilápia. Fonte: https://epamig.wordpress.com/2018/11/27/2329/ 
c) Trifásico: adota-se criar peixes realizando despescas em cada fase de desenvolvimento 
(fase alevinagem até a fase de engorda) podendo ficar em deferentes ambientes de 
cultivo. 
4.1.4 Manejo de produção 
a) Tarrafa: petrecho ideal para capturas localizadas, rápidas, com mínimo de mão de obra 
e sem causar traumatismo. 
 
 
 
b) Rede de arrasto: rede grande que quando puxada a uma velocidade, permite que os 
peixes, sejam retidos dentro dela. 
 
 
 
Imagem 02: Tarrafa. Fonte: Google Imagens. 
Imagem 03: Rede de arrasto. Fonte: Google Imagens. 
c) Puçás: uma rede tipo saco com cabo, que serve para pegar os peixes, evitando que 
escapem.
 
 
 
 
4.2-Tabela 1. Espécies mais cultivadas no Brasil em 2005. 
Espécies Quantidade (t) % 
Tilápia 67.850,5 
Carpa 42.490,5 
Tambaqui 25.011,0 
Tambacu 10.874,5 
Pacu 9.044,0 
Piau 4.066,5 
Tambatinga 2.494,5 
Truta 2.351,5 
Outros 5.824,0 
Fonte: IBAMA (2007) 
Hoje em dia um dos peixes mais cultivados é a Tilápia, tendo a China um dos maiores 
produtores do mundo. 
Especificações de algumas espécies citadas na tabela 1; 
Imagem 04: Puçá. Fonte: Google Imagens. 
a) Tambaqui (Colossoma macropomum): é um peixe onívoro e uma das principais 
espécies do rio Amazonas. Por tratar-se de uma espécie de piracema, em viveiros, ele 
somente reproduz artificialmente, isto é, com aplicação de hormônio. 
 
 
 
 
 
 
b) Tambacu:é o híbrido do cruzamento entre a fêmea do tambaqui e o macho do pacu 
obtido através da indução à desova por hormônio. 
 
 
c) Tambatinga: é o híbrido do cruzamento entre a fêmea do tambaqui e o macho da 
pirapitinga obtido através da indução à desova por hormônio. 
 
Imagem 05: Tambaqui. Fonte: https://panoramadaaquicultura.com.br/estrategias-de-filetagem-e-
aproveitamento-da-carne-do-tambaqui/ 
Imagem 06- Tambacu. Fonte: http://pisciculturadalbosco.com.br/tambacu/ 
Imagem 07- Tambatinga. Fonte: http://alevinoscuritiba.com.br/especies.html 
d) Pacu (Piaractus mesopotamicus): é um peixe de piracema e também se reproduz em 
cativeiro por aplicação de hormônios. É uma espécie que vem sendo muito utilizada na 
piscicultura e para a formação do híbrido Tambacu em cruzamento com o Tambaqui. 
Pode alcançar mais de 70 cm de comprimento e pesar até 20 Kg. 
 
 
e) Carpa comum (Cyprinus carpio): As carpas são lagarmente cultivadas em todo o 
mundo e possuem variedades dentro da espécie, elas se reproduzem normalmente em 
viveiros e apresentam uma desova por ano. 
 
 
f) Piau (Leporinus sp): peixe nativo do Brasil, apresenta bom crescimento,chegando a 
pesar entre 800 gramas e 1kg. 
Imagem 08- Pacu. Fonte: http://www.peixinhoslange.com.br/p/pacu.html 
Imagem 09- Carpa comum. Fonte: http://www.clubedapescaria.com.br/ 
 
 
 
 
 
4.3 Sistemas de Cultivo: 
a) Extensivo: Criação em ambientes amplos, tais como açudes, lagos e lagoas, sem que 
haja possibilidade de controle da água e de realização do manejo adequado, 
apresentando baixa produtividade. As espécies mais indicadas para esse sistema de 
cultivo são: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem 11: Curimatã. Fonte: Google Imagens. Imagem 12: Sardinha. Fonte: Google Imagens. 
Imagem 13: Pirapitinga. Fonte: Google Imagens. Imagem 14: Tilápia. Fonte: Google Imagens. 
Imagem 10- Piau. Fonte: http://peixesdomaranhao.blogspot.com/2010/05/piau-cabeca-gorda-leporinus-
frederici.html 
b) Sistema semi-intensivo (cultivo em viveiro): criação de peixes em viveiros de barragem 
ou de escavação, utilizando-se baixa densidade de estocagem (5.000 peixes por hectare) 
e sem fornecimento de ração balanceada.Nesse sistema, as espécies podem ser criadas, 
individualmente ou em conjunto, ou seja, em monocultilvo e policultivo e, ainda, 
consorciadas com outros animais, como o pato, galinha e porco. Sendo indicadas as 
seguintes espécies de peixes: tambaqui, pirapitinga...
c) Sistema intensivo: é desenvolvido em viveiros escavados, seguindo regras técnicas 
rigorosas, não sendo adaptado a pequenos açudes, salvo em condições muito 
particulares, utiliza rações balanceadas e alcança produções de 10 a 30 
toneladas/hectare. Indicam-se as espécies: tilápia do Nilo (macho), tilápia vermelha 
(fêmea), e tambaqui.
d) Sistema superintensivo: criação de peixes em gaiolas ou em tanques-rede, sendo 
indicada a espécie tilápia do Nilo, de preferência o macho, com densidade de até 300 
peixes por metro cúbico de gaiola ou tanque-rede flutuante.
Imagem 15: Tilápia do Nilo (macho). Fonte: Google 
Imagens.
Imagem 16: Tilápia Vermelha (fêmea). Fonte: 
Google Imagens.
Imagem 17: Pacu caranha. Fonte: Google Imagens.
4.4 Criação de peixes em açudes.
A piscicultura nos açudes é viável, desde que os alevinos sejam colocados depois 
da estação chuvosa, de modo que não haja risco de perdê-los em eventuais sangrias. 
Deve-se efetuar o povoamento com alevinos médios ou grandes (de 6 a 15 cm), das 
espécies de crescimento rápido tilápia do Nilo, tambaqui e carpa comum. No período de 6 
a 12 meses após o peixamento. A despesca tem que ser a mais completa possível, pois é 
necessário realizar o povoamento, a cada ano em que o açude encher, já que a 
remanescente não será suficiente para assegurar uma produção ótima no ano seguinte. 
 
 
Tabela 2. SUGESTÕES DE PEIXAMENTO DE AÇUDES 
Espécies Quantidade/ Hectare 
Tambaqui 150 
Tilápia do Nilo 150 
Carpa comum 100 
Apaiari 100 
Piau 100 
Curimatã comum 100 
Fonte: Instituto Centro de Ensino Tecnológico CENTEC. 
 
Imagem 18: Exemplo de um açude utilizado para a criação de peixes no Município de Alenquer, Pará. Fonte: 
Google imagens. 
4.5 Criação de peixes em viveiros e gaiolas
Viveiros são reservatórios de água, feitos em terreno natural e provenientes de 
escavações em solos impermeáveis ou de barragens de terra em leitos de rios, riachos ou 
córregos. Os viveiros escavados são dotados de abastecimento artificial (canal ou 
tubulação) e de sistema de drenagem construído pelo homem (sangradouro, escoadouro, 
cotovelo, monge e dreno).
Devem-se povoar os viveiros com alevinos de tamanho homogêneo, medindo, no mínimo, 
5 cm de comprimento. O tempo de cultivo varia de 4 a 12 meses.
Algumas espécies que podem ser encontradas nos viveiros:
Imagem 21: Carpa Chinesa. Fonte: Google Imagens.
Imagem 20: Catfish. Fonte: Google Imagens.Imagem 19: Black bass. Fonte: Google Imagens.
4.5.1 Gaiolas e Tanques
As gaiolas para criação de peixes são estruturas flutuantes, delimitadas por telas ou redes 
com a finalidade de prender os peixes, cuja fixação nos açudes é feita por uma estrutura 
composto de tambores, corda de náilon e âncoras. A gaiola é composta de um suporte ou 
base, uma tela ou rede, flutuadores e âncoras. 
 
 
 
 
 
 
 
A tilápia do Nilo, de preferência o macho é, atualmente, a espécie mais indicada, bem 
como, outros peixes, como o tambaqui e o pacu caranha, estão em fase de pesquisa. 
4.6 Qualidade da água na piscicultura 
4.6.1 Temperatura 
A temperatura é um fator importante na piscicultura, pois, entre outros fatores, ela está 
intimamente relacionada com o crescimento e reprodução dos peixes. Os peixes de água 
tropicais exigem águas mais quentes, que variam entre 26 e 28ºC. Em geral utiliza-se um 
termômetro de mercúrio. 
4.6.2 pH 
O pH vai informar o quanto ácida ou básica está a água, podendo variar numa escala de 0 
a 14, sendo os valores menores que 7 considerados ácidos, e básicos aqueles superiores 
a 7. Para peixes, o ideal é de 6,5 e 8,5 para uma boa reprodução, maiores que isso pode 
ocasionar a mortalidade dos peixes. 
Tabela 3. Influência da variação do pH na água em viveiros de peixes. 
pH Efeito 
Imagem 22: Gaiola (Tanques-rede) utilizada na criação de peixes. Fonte: Google Imagens. 
4 Ponto de morte ácida
4-5 Não há reprodução 
5-6 Crescimento lento 
6-9 Melhor crescimento 
9-11 Crescimento lento 
11 Ponto de morte básica 
Fonte: Adaptado de Boyd (1990) 
4.6.3 Oxigênio Dissolvido (O2) 
A fisiologia respiratória dos peixes depende da concentração de O2 dissolvido na água, 
tornando essa uma variável importante. É preciso atentar-se as concentrações de 
oxigênio no viveiro. Se a taxa for muito alta, haverá estresse dos indivíduos pela má 
qualidade da água. Essa variação modifica-se bastante durante o dia, isto é, durante a 
manhã e a tarde observam-se altas concentrações de O2 pela fotossíntese, mas a noite 
esses índices caem. A faixa ideal de oxigênio dissolvido para os peixes tropicais se situa 
entre 4-7 mg/L de O2. 
4.6.4 Alcalinidade 
A alcalinidade representa a capacidade de um sistema aquoso tem de neutralizar ácidos a 
ele adicionados. Nos viveiros de piscicultura, os bicarbonatos, os carbonatos, ou ambos, 
são os maiores responsáveis pela alcalinidade mensurável. Para o cultivo de peixes 
tropicais o ideal é de 50 a 60 mg/L. 
4.6.5 Amônia 
A alta concentração de amônia pode inibir o crescimento dos peixes e também causar 
doenças. Mesmo os pequenos valores, como aqueles acima de 0,2 mg/L, são 
reconhecidamente perigosos para os peixes, provocando toxidade crônica, dependendo 
do tempo de exposição. 
4.6.6 Nitrito 
O nitrogênio pode ser encontrado na forma de nitrito (NO2), que é a forma inorgânica do 
nitrogênio. O NO2 tem efeito tóxico para os peixes e essa toxidade pode variar de espécie 
para espécie e durante o ciclo de vida; os animais adultos, em geral são mais tolerantes 
ao nitrito comparados aos jovens.
Tabela 4. Valores recomendados das variáveis físico-químicas de um viveiro de cultivo de 
peixes 
Variáveis Limites recomendados 
Temperatura 28 a 32°C 
Oxigênio >4,0 mg/L 
Alcalinidade >30,0 mg/L 
Amônia (NH3) < 0,02 mg/L 
Nitrito (NO2) >0,1 mg/L 
pH 6,5 A 8,5 
 
Fonte: Boyd (1996); Garcia (2009). 
5. Conclusão 
 A piscicultura aumenta a disponibilidade e a qualidade da alimentação familiar, 
proporciona excelentes oportunidades para o lazer e fonte de renda, pois os famosos 
pesque-pague, além de servirem como entretenimento, quando explorados de forma 
adequada, apresentam um ótimo retorno financeiro. 
 Outro fator de extrema importância está no incentivo associativista, tendo sempre em 
vista o desenvolvimento de uma atividade rentável e que poderá contribuir para o 
incremento da oferta de proteína de origem animal de elevado teor nutricional às 
populações rurais e urbanas, pois o peixe é um alimento rico em proteínas, vitaminas, 
sais minerais e suas gorduras não saturadas contribuem para a redução dos teores de 
colesterol. 
 O Brasil é um ótimopaís para desempenhar mais a prática de piscicultura, pois tem 
um grande potencial hídrico e de solo, temperatura sem grandes oscilações e 
luminosidade durante todo o ano. No Estado do Ceará, por exemplo, existem mais de 
10.000 açudes, ocupando aproximadamente 1.700 hectares, distribuídos em pequenos, 
médios e grandes açudes, particulares e públicos, fornecendo sua produção tanto para o 
estado, como para todo país, estimulando empregos e alimentação.
 A piscicultura apresenta várias vantagens: pequeno investimento (quando já existe 
reservatório), pouca mão de obra, baixo risco e retorno econômico garantido. Uma 
produção permite um ganho de proteína de 20 a 80 vezes por hectare; aumenta a 
disponibilidade e a qualidade da alimentação familiar, como já supracitado. O produtor 
rural também se beneficia com essa pratica, levando em consideração as vantagens já 
mencionadas, e o valor proteico da carne de peixe é superior ao das carnes bovinas, de 
aves e suína. A técnica permite conhecimento maior sobre as espécies de peixes que são 
criadas (algo impossível por meio da pescaria, por exemplo), o que ajuda a ter mais 
controle sobre a qualidade e até mesmo sobre a quantidade do produto. 
 Outra vantagem está no manejo, doenças podem ser controladas, evitando que 
todos os animais sejam contaminados. Assim, garantir que produtos de qualidade sejam 
oferecidos à população. Um cultivo equilibrado e acompanhado profissionalmente por 
pessoas qualificadas permitiu, ainda, o surgimento de um mercado muito forte no 
consumo de peixe, especialmente no Brasil. 
 Especialistas acreditam que o consumo de peixe ainda está em crescimento e 
tende a aumentar cada vez mais em todo o mundo. No entanto, isso só se tornará 
efetivamente possível por meio da piscicultura. Os maiores desafios dos produtores serão 
aqueles voltados a manter o equilíbrio ambiental. É preciso ter consciência a respeito do 
tempo de regeneração e renovação, necessário para as espécies se manterem. Do 
contrário, os riscos de extinção aumentam, o que torna o modelo de negócio 
insustentável. O uso de energias limpas e renováveis é outro exemplo de questão 
ambiental que deve ser considerada pelos piscicultores. 
 A cada ano, novas tecnologias, produtos e técnicas são desenvolvidas, diminuindo o 
impacto ambiental da atividade ao redor do planeta. A renovação da água é outra 
preocupação. Já há experiências de criação de peixes em águas profundas sendo 
colocadas em prática, com a instalação de estruturas em alto mar. As próprias ondas 
geram a energia necessária para que a operação seja realizada. 
 
 
 
Referencias Bibliográficas 
ABRUNHOSA, F. Piscicultura, Apostila- técnico em Aquicultura. E-tec Brasil. Instituto 
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará. Pará. 2011. 
BOYD, C. E. Water quality in ponds for aquaculture. Songkhala: Shrimp Mart, 1996. p 
482. 
GARCIA, S. Avaliação da qualidade de água no cultivo de tilápia GIFT (Oreochormis 
niloticus) em diferentes densidades para a região do litoral centro norte do estado 
de Santa Catarina. 79f. 2009. Dissertação (Mestrado em Ciências e Tecnologia)- Univale, 
Santa Catarina, 2009. 
História da piscicultura: veja como a atividade surgiu e evoluiu! 2019. Disponível em: 
https://blog.sansuy.com.br/historia-da-piscicultura/. Acesso em: 23 de Maio de 2021. 
NUNES, I. Manejo Aplicado a Piscicultura de Água Doce. Universidade Federal do 
Pará- UFPA. Pará. Brasil. 2019. 
SAMPAIO, A. R., BASTOS, J.M.G. Piscicultura: criação de peixe. Instituto Centro de 
Ensino Tecnológico. CENTEC. 2. ed. ver. Edições Demócrito Rocha. Fortaleza- Ceará. 
Brasil, 2004.

Continue navegando