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Bradiarritmias 1 Bradiarritmias Definidas por FC 50bpm. A disfunção do nó sinusal cursa com bradicardias relacionadas ao NSA e apresenta-se, geralmente, como bradicardia sinusal, pausas ou paradas sinusais, bloqueio sinoatrial ou síndrome bradi-taqui (bradicardia seguida por taquicardia atrial, flutter ou fibrilação atrial). A doença do nó sinusal representa a disfunção do NSA acompanhada de sintomas como tontura, síncope e dispneia aos esforços. O BAV corresponde ao distúrbio na condução de estímulos elétricos gerados nos átrios para os ventrículos. A doença do nó sinusal e os BAV são mais comuns em idosos 70 anos, com comorbidades e ocorrem devido à degeneração do sistema de condução. As bradiarritmias são incomuns em crianças e geralmente ocorrem em situações patológicas, como BAVT congênito e hipertensão intracraniana. As bradicardias ocorrem em duas situações: Automatismo do NSA deprimido: nesse caso, outras células com menor frequência de disparo têm de assumir o ritmo. Bloqueio na condução do estímulo do NSA para os ventrículos: nessa situação, as células ventriculares assumem o controle com frequências bem baixas, o que chamamos de escape ventricular. Os BAV se subdividem de acordo com o local onde há o distúrbio na condução AV e isso relaciona-se à gravidade. Nos BAV de 1º grau e de 2º grau Mobitz I, o defeito está no NAV, e, por esse motivo, são considerados bloqueios “altosˮ ou não avançados. No caso do BAV 2º grau Mobitz II e no 3º grau BAVT, o distúrbio ocorre abaixo do feixe de His, portanto, são considerados “baixosˮ ou avançados. Os distúrbios de condução relacionados à isquemia do miocárdio dependem da localização da área do infarto e da massa de miocárdio afetada, correlacionando-se com pior prognóstico. No infarto inferior (supra de ST em DII, DIII e aVF, ocorre inclusão da artéria coronária direita (responsável pelo suprimento sanguíneo do NSA, Bradiarritmias 2 do NAV e do feixe de His). Cursa com bradicardia de localização mais “altaˮ no sistema de condução por redução do suprimento sanguíneo para o NAV e estimulação parassimpática. No infarto anterior (supra de V1 a V6, por outro lado, a bradicardia está relacionada à necrose do sistema de condução abaixo do feixe de His e, por esse motivo, é mais grave. Quadro Clínico Os sintomas têm relação com o baixo DC secundário à baixa FC. Os pacientes podem apresentar tonturas, lipotímia, síncope, cansaço, dispneia e confusão mental (pelo baixo fluxo sanguíneo cerebral). Síndrome de Stokes-Adams: síncope por baixo fluxo cerebral decorrente de BAV de alto grau. Geralmente ocorre sem pródromos, dura segundos e pode cursar com abalos musculares, porém a recuperação é rápida e espontânea, diferentemente da crise convulsiva que apresenta período pós-ictal. Diagnóstico Verificação da FC sinais e sintomas de baixa frequência ECG. Outros exames dependem do quadro clínico, como marcadores de necrose do miocárdio, dosagem de eletrólitos, função renal, dosagem sérica de digoxina e etc. Doença do Nó Sinusal Bradicardia sinusal: FC 60bpm, com onda p sinusal (positiva em D1 e aVF. Exemplo: página 143 do livro de Clínica Médica Cardiologia e Nefrologia) do Sanar. Bradicardia atrial: presença de onda p com orientação diferente da sinusal. Bradicardia juncional: ritmo de escape juncional, caracterizado por ausência de onda p ou onda p retrógrada (após QRS. Exemplo: página 143 do livro de Clínica Médica Cardiologia e Nefrologia) do Sanar. Bradiarritmias 3 Bloqueio sinoatrial BSA bloqueio na saída do estímulo do NSA em direção ao átrio. Geralmente é reconhecido como uma pausa no ECG que corresponde a um múltiplo (geralmente o dobro) do intervalo RR normal. Exemplo: página 144 do livro de Clínica Médica Cardiologia e Nefrologia) do Sanar. Pausa sinusal: ausência de atividade atrial por dois ou mais segundos e não representa múltiplo do intervalo RR. Síndrome bradi-taqui: bradicardia sinusal ou pausas, seguidas por taquicardia supraventricular (atrial, juncional, flutter ou FA. Exemplo: página 144 do livro de Clínica Médica Cardiologia e Nefrologia) do Sanar. Bloqueio Átrioventricular (BAV) BAV 1º grau: existe onda p precedendo cada QRS, com aumento do intervalo PR 200ms). Exemplo: página 145 do livro de Clínica Médica Cardiologia e Nefrologia) do Sanar. BAV 2º grau: existem ondas p que não são conduzidas (ditas “bloqueadasˮ), ou seja, perde-se a relação de uma onda p para cada QRS. BAV 2º grau Mobitz I há aumento progressivo no intervalo PR (fenômeno de Wencke-bach) até que ocorre bloqueio da onda p, que não é conduzida. Exemplo: página 146 do livro de Clínica Médica Cardiologia e Nefrologia) do Sanar. BAV 2º grau Mobitz II intervalo PR fixo, com momentos em que a onda p é bloqueada. Exemplo: página 146 do livro de Clínica Médica Cardiologia e Nefrologia) do Sanar. BAV 2º grau 21 padrão de 2 ondas P para cada QRS. Não é possível diferenciar Mobitz I e II. Exemplo: página 147 do livro de Clínica Médica Cardiologia e Nefrologia) do Sanar. Bradiarritmias 4 BAV 3º grau BAVT ocorre completa dissociação entre átrios e ventrículos. Todas as ondas p estão bloqueadas, logo, não há relação nenhuma entre a onda p e o QRS. O intervalo PP e o RR são fixos. Às vezes, a onda p ocorre simultaneamente ao QRS e não é possível visualizá-la. Exemplo: página 147 do livro de Clínica Médica Cardiologia e Nefrologia) do Sanar. Diagnóstico Diferencial Estão relacionados à etiologia da bradicardia, desde casos fisiológicos em atletas, passando por distúrbios hidroeletrolíticos (checar, principalmente, K e Ca), isquemia miocárdica e uso de medicações bradicardizantes. Tratamento Avaliar a bradicardia com ECG, estabelecer se existe causa reversível e se o paciente apresenta sintomas relacionados à instabilidade hemodinâmica. Bradicardia Instável Quando apresenta sintomas relacionados ao baixo débito cardíaco, como: dor torácica anginosa, dispneia por IC, desmaio, diminuição da PA, diminuição do nível de consciência → 5 Ds. Se o paciente tiver algum desses sintomas, deve ser encaminhado para a sala de emergência, monitorizado, receber oxigênio (se hipoxemia), estabelecer acesso venoso e administrar medicações. Se não houver causa reversível aparente e os sintomas forem de fato secundários à bradicardia, a primeira medida a ser tomada é a administração de atropina 1mg EV em bolus, que pode ser repetida até a dose máxima de 3mg. A atropina inibe o tônus vagal, portanto o sistema nervoso simpático prevalece e induz taquicardia. A resposta pode ser satisfatória apenas nos casos de bloqueios mais altos no sistema de condução. Se não houver resposta à atropina, o próximo passo pode ser um dos seguintes MED Bradiarritmias 5 Marca-passo transcutâneo. Epinefrina (adrenalina) 2 a 10mcg por minuto em BIC. Dopamina 5 a 20mcg/kg por minuto em BIC. 💡 Tanto a adrenalina quanto a dopamina são drogas adrenérgicas que elevam a FC, mas podem levar a arritmias, hipertensão e aumento do consumo de oxigênio pelo miocárdio. Por isso, devem ser tituladas para a menor dose possível para controle dos sintomas. No caso das bradicardias relacionadas ao IAM, o tratamento depende da localização e de sua fisiopatologia. Nos infartos inferiores, geralmente há boa resposta à atropina. Nos infartos anteriores, o tratamento inicial requer passam de marca-passo transvenoso provisório e, caso não ocorra melhora após o tratamento da isquemia, deve-se indicar marca-passo definitivo. MARCAPASSO A estimulação cardíaca temporária através do marca-passo transcutâneo MPTC é um procedimento de emergência, sendo uma técnica não invasiva e de instalação praticamente imediata. Pode estimular o ritmo cardíaco pelo fornecimento de corrente elétrica por eletrodos colados na pele. O MPTC exige sedação contínua e sua eficácia diminui após algumas horas, por isso outro método de estimulação deve ser estabelecido, como o marca- passo transvenosoMPTV. O MPTV deve ser passado por profissional habilitado, de preferência guiado por radioscopia na sala de hemodinâmica. Requer acesso venoso central e deve ser impactado na região do septo inferior do VD. Bradicardia Estável Os pacientes devem ser monitorados e avaliados quanto a possíveis causas reversíveis. Drogas antiarrítmicas devem ser suspensas (como bbloq, amiodarona e BCC não di-hidropiridínicos).
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