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LABORATÓRIO DE ARTES VISUAIS – AUDIOVISUAL E ANIMAÇÃO AULA 2 Prof. Matias Peruyera 2 CONVERSA INICIAL Depois do estudo da trajetória do audiovisual, vamos abordar as técnicas da produção, que também fazem parte dessa trajetória. Pensamos nesta disciplina como uma ponte entre as técnicas do cinema e audiovisual profissional, multimilionário, mainstream, e as produções caseiras, feitas na base da força de vontade, empréstimos e amor, que podem derivar da necessidade de os artistas se expressarem e explorarem novos meios, ou para trabalharem essas técnicas em sala de aula, com equipes de crianças e/ou adolescentes, entre outras possibilidades. A ideia é aprender como se faz, não só para entender melhor o meio audiovisual, mas também para aplicar essas técnicas e processos, devidamente adaptados para as nossas realidades. É o que norteia este material. Nesta aula, vamos abordar a parte do planejamento. Se você tem uma ideia, é bom registrá-la em papel antes de pegar a câmera. Fazer um roteiro, verificar os recursos disponíveis, fazer storyboards. Tudo isso facilita a parte da produção, tornando-a prazerosa, o que talvez seja o objetivo de muitos de vocês ao fazer uma produção audiovisual. Ao falar de storyboards, aproveitamos para falar de um elemento importantíssimo da linguagem cinematográfica, que são os tipos de planos, que devem ser considerados já nesta etapa. Por último, abordamos das diferentes funções dentro de uma equipe de produção, que podem ser adaptadas até para pequenos grupos de colegas que estejam fazendo a produção. Lembre-se de que você encontra explicações mais detalhadas no livro da disciplina (Peruyera, 2020). TEMA 1 – PLANEJAMENTO INICIAL Uma produção audiovisual precisa de um mínimo de planejamento – até a decisão de fazer algo sem planejamento é, de certa forma, um planejamento. Por isso é importante que você sente, pegue papel e lápis, e pense nas necessidades da sua produção. Há ideias que parecem fáceis, mas os detalhes, que são muitos, aparecem sem dó. 3 Figura 1 – Esta parede pode ser cenário de um filme sobre guerra, sobre um lugar antigo, sobre uma casa no campo… Crédito: AVN Photo Lab/Shutterstock. Figura 2 – Tais portas são mais específicas do que a parede anterior, mas poderiam ter lugar em muitas histórias Crédito: Paulo M. F./Shutterstock. Primeiramente, vamos falar em orçamento. Vamos seguir a divisão de Kellison (2007), que divide os custos em pré-produção, produção e pós- produção. A pré-produção inclui roteiros, storyboards e cenários. A produção se refere a tudo que é necessário para a produção em si: equipamentos, aluguéis, salários, e até a alimentação da equipe. A pós-produção inclui os gastos com o processamento do material captado: edição, dublagem, efeitos especiais, traduções, entre outros. 4 Por mais que se trate de uma produção mais “amadora”, é importante pensar no orçamento, nem que seja para você ver o que consegue e o que não consegue, e talvez desistir de ideias muito caras. Também é importante pensar nas partes que não implicam em dinheiro – e aqui as dificuldades começam a deixar as produções amadoras mais próximas das produções hollywoodianas. A ideia é pensar tudo o que é necessário e otimizar a produção. Vamos apresentar alguns itens a serem considerados no momento de planejar uma produção audiovisual – que também serve para pensar nas necessidades de uma produção animada. • Locação: trata-se de encontrar lugares que possam se passar pelos lugares da nossa história. Talvez a fachada de um prédio antigo possa ser o cenário de uma cena que se passa há muito tempo, ou talvez algum parente tenha um sofá bonito que poderia estar na casa de nossas personagens. Não basta ter a ideia: pode ser necessário agendar horários, conseguir autorizações, além de considerar as distâncias e a disponibilidade de horários da locação, da equipe e dos atores – vamos falar disso também. Considere ainda o ruído do lugar. Você provavelmente não poderá fechar a rua para evitar barulho de carros, ou pedir ao cachorro do vizinho para não latir. • Período do dia: se a produção incluir cenas externas, é importante cuidar que a luz se pareça com a do momento em que a ação acontece, ou pelo menos que não varie demais no momento da edição. À noite, pode ser necessário iluminação especial. A luz do dia também pode influenciar em ambientes internos, por isso também é importante cuidar desses detalhes. Além disso, é importante cuidar do clima. • Elenco: em produções amadoras, vamos ter que apelar para nossos amigos, e seu roteiro terá que se adaptar um pouco a eles. Veja quais perfis de atores seriam necessários, e adapte seu roteiro a quem estiver disponível. Trate bem a sua equipe, independentemente de serem voluntários ou pagos. Cuide também das autorizações de uso de imagem. Isso vale também para os figurantes. • Cenário: às vezes, uma boa locação não basta. Pode ser necessário emprestar móveis ou reorganizar um lugar. Grandes produções podem construir cidades inteiras para um filme. Você pode precisar compor um ambiente. 5 • Elementos cenográficos: os objetos são parte da cena e também requerem muito cuidado. Não espere que, na casa da sua tia, que deixou vocês filmarem em sua sala, você vai encontrar, por exemplo, uma máquina fotográfica antiga. Providencie, cheque, tenha certeza de que os objetos necessários estarão disponíveis no momento de filmar. Diretores de arte de grandes produções consideram dezenas de opções para um objeto como um vaso de flores. Aproveitando, vale lembrar que a posição dos objetos em uma cena abre espaço para erros de continuidade. Cuide deles e das suas posições. • Efeitos especiais: não precisam ser exclusividade de orçamentos milionários. Aqui estamos falando de efeitos que possam ser aplicados na edição, e também de coisas como sangue cenográfico. O importante é ter certeza de que a sua ideia pode ser executada. Caso, seja necessário, capte imagens de maneira tal que seja possível inserir efeitos especiais posteriormente. • Figurino: novamente, produções amadoras – e nem tanto! – vão compor o figurino a partir de peças emprestadas, ou dos próprios atores. Talvez você consiga orçamento ou ajuda para fazer figurinos especiais. • Cabelo e maquiagem: elementos importantíssimos. Aproveite as possibilidades, e, se possível, tenha alguém da equipe para cuidar deles. • Equipamento: uma câmera profissional de milhares de dólares, sem bateria, não serve para nada. Então, independentemente de você filmar com celulares ou com câmeras, cuide para que tudo esteja pronto: baterias carregadas, cartões de memória, computador para baixar as gravações… pense ainda em equipamento de iluminação e captação de som. • Veículos: podem ser necessários para a produção, ou para aparecerem em cena. Tenha certeza de que estarão ali quando você precisar. • Animais: se precisar de um ator de quatro patas, esteja preparado para saber lidar com eles. Tenha petiscos à mão. • Efeitos sonoros: o som captado durante a captação de imagens pode – e deve – ser editado depois. Lembre-se de captar alguns segundos de room tune – o som do “silêncio” do ambiente em que as imagens serão captadas – e mais alguns efeitos próprios dos objetos e do cenário. 6 Figura 3 – Sol da manhã em um bosque: repare como as sombras estão compridas, e como a luz pode variar muito em pouco tempo Crédito: TSN52/Shutterstock. TEMA 2 – ROTEIRO Há muitas fontes de inspiração para roteiros de audiovisual. Quer contar uma história? Quer reproduzir um momento engraçado? A história de uma decepção amorosa? Adaptar uma obra literária? Toda ideia é viável. O importante é saber como transformá-la em algo que seja interessante de ser visto. Os elementos básicos de uma narrativa podem serresumidos em três: apresentação, confrontação e resolução (Field, 2006). Qualquer história implica em uma transformação, em uma jornada. É importante pensar em personagens e suas motivações, quando vai acontecer uma mudança na narrativa, quando os personagens vão revelar essas motivações. Escrever um roteiro é diferente de escrever uma obra literária. O roteiro já é elaborado considerando que a obra será audiovisual. Por isso, ele inclui descrições das cenas, que serão reproduzidas pela produção. Essas cenas precisam de sutileza, e de pensar que serão apresentadas de maneira visual. É importante achar o equilíbrio entre descrever o que queremos e deixar margem para que quem estiver dirigindo o filme seja capaz de interpretar o 7 conteúdo do seu próprio jeito, com vistas a chegar ao desejado por quem escreveu o roteiro. Também é necessário informar ângulos de câmera, fontes de luz, se a cena é interna ou externa, uso de sons e narração em off. Obviamente, o roteiro inclui os diálogos dos personagens e possíveis narrações. TEMA 3 – STORYBOARDS E PLANOS Depois do roteiro, vem o storyboard, que é uma espécie de história em quadrinhos. Ele serve como um protótipo do que vai ser filmado; é uma primeira interpretação visual do roteiro (Figuras 4 e 5). Cada vez que o roteiro indica uma mudança de enquadramento, há um novo quadro do storyboard. Em produções maiores, geralmente são contratados ilustradores profissionais; mas é um passo importante inclusive em produções amadoras. Esboços, por mais toscos que sejam, já ajudam a visualizar o ritmo de uma produção e ajustar ideias e tempos, prevenindo a monotonia do excesso de um plano, por exemplo. O storyboard deve indicar tudo o que a câmera deve fazer. Em vários casos, o resultado final é bem similar ao esboçado no storyboard. Você pode desenhar diferentes enquadramentos, movimentos de câmera, deslocamentos dos objetos, entre outros aspectos. Esses recursos são próprios da linguagem cinematográfica, e ajudam a contar uma história. Figura 4 – Exemplo de storyboard Crédito: smolaw/Shutterstock. Décadas de audiovisual ajudaram a associar planos a várias sensações e significados. Observe o uso de planos no próximo filme ou seriado que você 8 assiste. Como eles foram usados para ajudar a contar a história, para ajudar a transmitir sensações, como recurso poético? Vejamos alguns exemplos: • Plano geral: plano aberto, geralmente usado para mostrar onde a ação vai se passar, como uma casa, uma rua, uma paisagem. • Plano médio: pode ser definido como o tipo de plano que enquadra os personagens e o lugar no qual eles estão. • Primeiro plano ou close: mostra o rosto das pessoas. • Primeiríssimo plano: mostra partes do rosto, como apenas o olhar de uma personagem. É muito usado para transmitir emoções. • Plano detalhe: é equivalente ao primeiríssimo plano, mas quando se trata de objetos. Ao fazer os quadros do storyboard, também é preciso levar em consideração o ângulo da câmera. Temos três possibilidades: • Normal: a câmera está posicionada na mesma altura daquilo que está sendo filmado. • Plongée: a câmera está acima do objeto ou personagem, filmando de cima. • Contra-plongée: a câmera está debaixo, apontada para cima. Figura 5 – Exemplo de storyboard: você saberia dizer o nome do plano de cada quadro? Crédito: Mila Basenko/Shutterstock. 9 O storyboard também pode conter mudanças de câmera. Nesse caso, é possível desenhar um plano mais aberto e indicar os enquadramentos e como vão se movimentar. Vejamos os tipos: • Pan: apócope de panorâmica, quando a câmera se move em seu próprio eixo na horizontal, sem sair do lugar. • Tilt: é quando a câmera se mexe para cima e para baixo, sem sair do lugar. • Travelling: é quando a câmera muda de lugar, para acompanhar um personagem ou um objeto, ou para se movimentar pelo cenário. Em alguns casos, são usados trilhos (Figura 6). • Zoom: é quando o enquadramento é fechado (zoom in) ou aberto (zoom out), sem que a câmera saia do lugar, apenas usando o recurso de zoom da objetiva da câmera. Figura 6 – Câmera montada sobre trilhos, aparentemente para cobrir algum evento público; quanto ao ângulo da câmera, o que podemos concluir? Crédito: Fotogrin/Shutterstock. É importante reconhecer as diferenças de uso do zoom e de um travelling, em que a câmera se aproxima do objeto. O zoom reenquadra o que está sendo filmado; o travelling, ao mudar o ângulo da câmera, faz com que outros elementos do cenário apareçam ou sumam1. Outro efeito interessante é 1 Veja um exemplo aqui: TRAVELING vs ZOOM. Unremington Virtual, 5 nov. 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=IO0g7EVhylI>. Acesso em: 16 maio 2021. 10 combinar o travelling com o zoom, no chamado dolly zoom, que dá um efeito que dá muitíssimo destaque para o objeto ou pessoa. 3.1 O animatic Mais usado em animação, o animatic é basicamente uma filmagem do storyboard, na qual cada quadro do storyboard é filmado – ou editado no computador – no tempo que ele supostamente ficará no filme final. Também serve para prototipar um filme e ter uma ideia do ritmo que vai ter. TEMA 4 – CRONOGRAMA No planejamento, também é muito importante prever o tempo de cada etapa da produção de um audiovisual. Se o projeto estiver sendo financiado, quem estiver pagando certamente vai querer saber quando o projeto estará finalizado. Novamente, é importante ter uma boa noção de quando cada etapa demora. Não subestime nenhuma etapa. Uma cena fácil de ser produzida, mas que dependa de um dia ensolarado, pode atrasar a produção em vários dias, caso chova muito. Atores, amadores ou não, podem ter imprevistos, o que obriga a produção a cancelar a filmagem de uma cena. Por isso, o cronograma precisa ser flexível, além de prever uma “folga” nos prazos no caso de imprevistos. Há vários tipos de cronograma (Campos, 2008): analítico, com todas as tarefas que devem ser produzidas pelos vários departamentos; físico, que pode ser esquemático e é mais útil para a produção; e financeiro, que prevê os custos da produção. Aqui vamos nos concentrar no cronograma físico, para pensar principalmente na definição do cronograma da captação de imagens. O lógico seria gravar tudo na sequência dos fatos, já que a equipe pode ir se familiarizando com a história (Kellison, 2007). Porém, para otimizar os processos, a captação das imagens pode ser planejada de acordo com os recursos disponíveis. Ao elaborar o cronograma, priorize a gravação das cenas mais difíceis ou que corram mais riscos de dar errado. Precisa de um dia de sol? Tem que aproveitar um dia em que há menos pessoas em uma locação? Alguém do elenco está prestes a viajar? Aproveite. Assim, se algo der errado, é possível 11 esperar outro dia de sol, ou uma semana até a locação ficar disponível novamente, ou esperar que a atriz volte da viagem. E, se der tudo certo, as partes mais difíceis estão prontas. Cenas que exigem a transformação de alguma pessoa ou objeto também podem ser difíceis. Digamos que você está fazendo um curta no qual há uma senhora idosa contando uma história, interpretada por uma atriz mais nova. Seria lógico, para aproveitar a caracterização e a maquiagem, gravar todas as cenas com ela idosa na sequência. Claro que aqui estamos pensando em produções amadoras, feitas com mais agilidade; em produções maiores, a atriz teria que se maquiar várias vezes… Outras agrupações que podem ser feitas são de locação, de elenco e de equipamentos. É muito mais prático aproveitar a ida da equipe a uma locação para gravar todas as cenas que ali se passam. Em um curta amador, isso pode representar ir até outro bairro; em produções maiores, pode implicar que a produção e o elenco vão passar vários dias hospedados – ou até acampados– no local das filmagens. Isso reduz o estresse de todo mundo. Se for uma casa emprestada, ajuda a não abusar da gentileza alheia; também evita conseguir que o elenco volte a se reunir em alguma outra ocasião, o que pode ser complicado. Agrupar o elenco também pode ser um critério: priorizar as cenas feitas por uma parte do elenco, para não ter que chamar todo mundo todos os dias. Uma última sugestão é a questão do equipamento. Digamos que você conseguiu que te emprestassem um bom equipamento, mas por apenas dois dias. Você vai querer priorizar o que é necessário gravar com esse equipamento. Em produções profissionais, em que o equipamento não se empresta, mas se aluga, essa otimização implica também em economia. Por isso, estabelecer um cronograma não implica apenas determinar um prazo para cada etapa. É necessário pensar nos recursos que cada etapa requer, o que é mais arriscado, o que precisa ser aproveitado, além da disponibilidade desses recursos. Coordenar todo esse esforço pode ser complicado, chegando a requerer dezenas de mensagens e ligações, mas o tempo de planejamento é compensado com o ganho de tempo e qualidade na etapa da produção. 12 TEMA 5 – FUNÇÕES DA EQUIPE Um produto audiovisual é, geralmente, um trabalho coletivo. Há muita coisa para se preocupar, de modo que a diretora não pode ficar se preocupando com a cor exata da parede do cenário. A direção de arte vai conversar com quem estiver se ocupando do cenário, que certamente terá uma pessoa responsável por mandar uma outra pessoa comprar a tinta de determinada cor – se é que não foi comprada ainda, o que indica uma falha no planejamento. Um trabalho tão complexo, que envolve tanta gente, também é um espaço em que cada pessoa pode brilhar. Não é apenas o diretor quem garante a qualidade de uma produção. Geralmente, por trás de um nome famoso, há vários nomes menos famosos, mas igualmente importantes. Martin Scorcese, por exemplo, sempre conta com Thelma Schoonmaker para editar seus filmes, ou o diretor de fotografia Robert Richardson, responsável por vários filmes de Scorcese e de outros diretores consagrados. É possível encontrar um estilo no trabalho dessas pessoas. Não é obra apenas de quem dirigiu. Figura 7 – Se fosse de um filme, as decisões sobre esta cena teriam sido responsabilidade do diretor ou diretora de arte, além de envolver o trabalho de mais gente Crédito: Stokkete/Shutterstock. Vamos ver do que os cargos principais de uma produção se ocupam, com base parcialmente em Kellison (2007): • Diretor: regente criativo da produção. Coordena e orienta o trabalho de cada equipe, para alcançar o que ele busca no filme. 13 • Diretor de fotografia: realiza as ideias da direção no que se refere à escolha de câmeras, objetivas, iluminação, enquadramento, gruas, entre outros. • Gerente de produção: cuida do necessário para que a produção aconteça: orçamentos, cronogramas, gerenciamento da hospedagem e alimentação da equipe. • Assistente de direção: ajuda a direção na coordenação de outras equipes, no cumprimento de prazos e tarefas. • Sonoplasta: cuida da parte de captação e edição de som. É o equivalente sonoro do diretor de fotografia. • Diretor de arte: cuida da estética daquilo que será filmado. Coordena os responsáveis pela produção de cenários, figurinos, elementos de cena, maquiagem. • Supervisor de pós-produção: já durante, a produção se ocupa de levantar informações para auxiliar na etapa de finalização e efeitos especiais. Outras funções incluem: • Pesquisador: busca informações necessárias para a produção, como descobrir detalhes da época na qual o filme se passa, checar ideias do roteiro etc. • Redatores, roteiristas, artistas de storyboard: cuidam do planejamento da história e narrativa do filme. • Diretor de iluminação, iluminadores, operadores de câmera, técnico de som, operador de boom, operadores de outros equipamentos: geralmente subordinados à direção de fotografia e à direção de som, são responsáveis por cuidar da iluminação, operação de câmera e operação de microfones (o boom é um tipo de microfone). • Cenógrafos, decoradores, produtores de objetos: se ocupam de tudo o que aparece em cena, sob a batuta do diretor de arte (Figura 8). • Figurinistas, camareiros, cabeleireiros, maquiadores: se ocupam de todas as pessoas que aparecerem em cena, cuidando das roupas, da maquiagem, do cabelo. 14 Veja a Figura 8 e pense: que tipo de personagem beberia de uma taça como esta? Para usar um objeto como esse, precisamos de pessoas para definir o personagem, interpretação do que o personagem usaria, como o usaria, de alguém para comprar diferentes opções, e de várias pessoas para decidir. Um objeto corriqueiro implica no trabalho de muita gente, que resulta em mais um detalhe que conta uma história. Figura 8 – Taça Crédito: Roman Yastrebinsky/Shutterstock. Mas é tanta gente! O número de pessoas depende do orçamento do filme – porque as pessoas são pagas para isso. E como isso nos interessa ao falar de produções menores? No modo como o trabalho, em suas atribuições, será dividido. Certamente haverá um acúmulo de tarefas, e o trabalho criativo também precise ser dividido. É importante determinar quem vai tomar as decisões, e quem vai executar o que é necessário. NA PRÁTICA Vamos continuar com nosso plano de nos tornarmos famosos na internet. Produza um vídeo curto no qual você vai interpretar dois – ou três, ou mais – personagens. Eles devem usar diferentes roupas e acessórios. Para facilitar, você vai escrever um roteiro, para poder fazer todas as falas de cada personagem de uma vez, e então editar. 15 FINALIZANDO Nesta aula, você aprendeu vários pontos que precisam ser levados em conta ao fazer um planejamento. Claro que pode haver situações nas quais quem quiser planejar será visto como um estraga prazeres, e o que vamos querer mesmo é filmar um momento divertido, no improviso, sem preparação nenhuma. Porém, um planejamento pode ajudar em qualquer tipo de produção. Você já deve ter visto algum vídeo no qual uma pessoa conversa consigo mesma, e usa duas roupas diferentes, ou até uma peruca. Provavelmente essa pessoa fez um roteiro, para poder gravar todas as falas de um personagem e depois todas as do outro personagem, e então mesclar as falas depois. Acaba sendo mais prático do que trocar de roupa e peruca a cada fala, certo? É bom pensar nas possibilidades de planejamento, até na hora de se divertir. 16 REFERÊNCIAS CAMPOS, F. Produção de cinema e vídeo. Rio de Janeiro, 2008. FIELD, S. Manual do roteiro: os fundamentos do texto cinematográfico. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006. KELLISON, C. Produção e direção para TV e vídeo: uma abordagem prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. PERUYERA, M. Laboratório de artes visuais: audiovisual e animação. Curitiba: InterSaberes, 2020. Conversa inicial Tema 1 – Planejamento inicial Tema 2 – Roteiro Tema 3 – Storyboards e planos 3.1 O animatic Tema 4 – Cronograma Tema 5 – Funções da equipe Na prática Finalizando Referências
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