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ARTIGO SÓCRATES PLATÃO ARISTÓTELES

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SÓCRATES, PLATÃO E ARISTÓTELES
Jeniffer de Aquino Barros dos Santos
Resumo: Este artigo visa conhecer os principais filósofos de todos os tempos por intermédio de suas biografias, metodologias, teorias e obras. Sócrates, o pai da filosofia, através da Metodologia Socrática, tinha convicção de que eram os diálogos que favoreciam uma verdadeira troca de conhecimento, pois por meio dele os discípulos conseguiriam refletir sobre suas próprias afirmações e conclusões. Devido a seu analfabetismo, não escreveu nenhuma obra, ou seja, os seus ensinamentos se perpetuaram em seus discípulos, sendo o principal: Platão. Platão, por sua vez, propõe que o senso comum e a opinião sejam questionados para a descoberta da verdade a partir do indivíduo sem a interferência externa. Além disso, sua teoria mais conhecida é o Mito da Caverna, que deixa claro que ele acreditava que por trás do que vemos e vivemos existe a realidade, que só pode ser alcançada por meio da filosofia. A metodologia aristotélica é descrita por Loose em duas etapas, que constituem as fases indutivas e dedutivas. A fase indutiva consiste na criação de um corpo teórico que explica fenômenos através de princípios elementares, já a dedutiva é deduzir leis gerais para os fenômenos constituídos pelo corpo teórico formado e válido para explicar. 
Palavras-chave: Sócrates. Platão. Aristóteles.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo é uma pesquisa descritiva que objetiva conhecer e reforçar a importância dos grandes filósofos: Sócrates, Platão e Aristóteles. A partir de várias pesquisas nas bases de dados RIUNI, SciElo e LivRe, em livros e em sites na web, pode-se compreender suas principais ideias e metodologias, além do contexto no qual viveram.
2 SÓCRATES 
Foi o primeiro dos três grandes filósofos gregos que estabeleceram as bases do pensamento ocidental. Sócrates nasceu em Atenas por volta do ano 470 a.C. e conduziu a transição do pensamento dos antigos cosmologistas gregos, que viviam refletindo sobre a origem do universo, para preocupações maiores com a ética e a existência humana, adotando o famoso lema: “Conhece-te a ti mesmo”. O filósofo não deixou nada escrito para a posteridade e quase tudo que se sabe sobre suas ideias e sua personalidade vem das obras de Platão, seu principal discípulo. 
Os especialistas acreditam que ele foi casado, teve três filhos e que, além de gostar do confronto de idéias, também gostava de batalhas de verdade, tanto que serviu como soldado de infantaria na Guerra do Peloponeso – conflito entre as cidades de Atenas e Esparta. Sócrates acabou sendo indiciado em 399 a.C. por “impiedade”, ou seja, heresia. A denúncia, provavelmente baseada em uma boa dose de ciúme e inveja intelectual, incluía duas acusações: “negligenciar a adoração dos deuses cultuados pela cidade” e “corromper os jovens”. O filósofo acabou condenado a cometer suicídio bebendo uma mistura com erva venenosa cicuta. 
A filosofia de Sócrates, responsável por dar origem ao método socrático, tinha como princípio a construção do conhecimento ao invés da mera transmissão de ideias. Na sua época o conhecimento se caracterizava como um tipo de comércio, em que os professores (conhecidos como sofistas) cobravam por conteúdos e discursos prontos os quais os alunos eram obrigados a decorar.
Contrário a essa prática, Sócrates tinha convicção de que eram os diálogos que favoreciam uma verdadeira troca de conhecimento, pois através deles os discípulos conseguiriam refletir sobre suas próprias afirmações e conclusões. Valendo-se da Ironia e da Maiêutica – princípios fundamentais em todo o pensamento socrático –, estimulava seus interlocutores a exporem e defenderem suas opiniões para então despojá-los de toda ilusão de saber e extrair o conhecimento verdadeiro.
Através da elaboração de seu método, Sócrates deixou como legado para a humanidade sua preocupação em tornar as pessoas mais críticas e responsáveis pelo seu próprio conhecimento. Desta maneira a autonomia, construída a partir da autorreflexão, também é um assunto presente em suas obras.
A teoria de Sócrates era o conhecimento do bem, a prática da virtude, o desapego dos bens da fortuna. Sócrates nada escreveu. O que se sabe de suas doutrinas foi o que expuserem seus discípulos Platão e Xenofonte. Para ele, o homem sábio era o que sabia viver no bem, para o bem e de bem com a vida. São estas duas teorias trabalhadas em Sócrates: conhecimento e ética, que andam lado a lado.
3 PLATÃO
Filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, Platão fundou a Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Nasceu em Atenas, provavelmente em 427 a.C., e morreu em 347 a.C.
Inicialmente, Platão entusiasmou-se com a filosofia de Crátilo, um seguidor de Heráclito. No entanto, por volta dos 20 anos, encontrou o filósofo Sócrates e tornou-se seu discípulo até a morte deste.  
O senso comum é o ponto de partida da dialética platônica, não para ser reafirmado, mas refutado e superado. Platão propõe que o senso comum e a opinião sejam questionados para a descoberta da verdade a partir do indivíduo sem a interferência externa.
A hierarquia do método da dialética platônica tem como objetivo demonstrar a fragilidade, a falta de fundamentação e os preconceitos que formam o senso comum. É, ainda, objetivo que o indivíduo tenha a consciência do funcionamento do método.
Sua principal teoria é “O Mundo das Ideias”, que parece surgir para Platão como uma proposta reflexiva. Ele compreende que existem dois planos distintos: um deles é estável, o outro instável. O que o filósofo definiu o mundo das ideias como imutável, eterno e real, e que se opõe ao mundo sensível, em que os objetos são passageiros, ilusórios e caracterizados pela mutabilidade. Esse último é o mundo das aparências, das cópias imperfeitas daquilo que se encontra no mundo das ideias que, por sua vez, é o mundo da Episteme (verdade) e o mundo sensível o mundo traçado pela doxa (opinião), através do qual, portanto, não se atinge verdade. Isto significa que no primeiro as coisas existem em sua essência e como absolutas, enquanto que, no segundo, apenas existem de maneira aparente, não como realmente são em si. O mundo sensível é o mundo que aprendemos, que sentimos e que vivemos. Para Platão, a razão é o instrumento que possibilita o conhecimento das verdades eternas que se encontram no referido mundo perfeito. Através do exercício intelectual, o homem pode relembrar verdades que já se encontram em seu íntimo e que foram anteriormente assimiladas pela alma no Mundo das Ideias.
Suas principais obras são: “Fedón”, que fala da imortalidade da alma e a forma como o homem sábio encara a morte; “Banquete”, que narra uma festividade na casa de Agaton e que é tida como uma resposta às acusações da cidade contra a filosofia; “A República”, na qual é discutida a questão do tempo e como impedir que a cidade seja capaz de submeter o princípio da discussão sem deslizar nos caprichos e interesses particulares e da dispersão.
4 ARISTÓTELES
Aristóteles nasceu em Estágira, uma colônia localizada no reino da Macedônia, no norte da Grécia. Seu pai, Nicômaco, era médico do rei Amintas, e deu ao filho estrutura para construir e solidificar seus estudos. Ainda aos 17 anos, Aristóteles ingressou na Academia de Platão, em Atenas. Foi por lá que despertou a atenção de seu mestre, Platão, a ponto de substituí-lo após sua morte.
Em 343 a.C se tornou o preceptor de Alexandre, filho do rei Macedônio Felipe II, e grande conquistador da época. Com o assassinato do rei Felipe II, Alexandre assume o trono. Em 335 a.C. Aristóteles retorna para Atenas e, com a ajuda de Alexandre, o filósofo funda sua própria escola. Sua escola, em pouco tempo, se tornaria um renomado centro de estudos, dividido em diferentes especialidades. Mas, com a morte de Alexandre, em 323 a.C., houve um aumento do sentimento antimacedônico emAtenas. Além disso, o partido nacionalista foi reativado por Demóstenes, o que deixou a situação de Aristóteles delicada. Ele foi acusado, assim como Sócrates, de impiedade e teve que se retirar de Atenas, deixando a Teofrasto sua escola. Morreu um ano depois de sua saída, acometido por uma doença estomacal.
O método científico de Aristóteles é descrito por Loose em duas etapas, que constituem as fases indutivas e dedutivas desta metodologia, o que podemos chamar de método indutivo-dedutivo. O estágio indutivo é caracterizado pela indução de princípios explicativos a partir dos fenômenos observados, e então estes princípios constroem declarações que os contêm e se referem aos fenômenos. Outra maneira de definir o método indutivo-dedutivo seria dizer que a primeira parte do processo consiste na criação de um corpo teórico que explica fenômenos através de princípios elementares, a segunda parte do processo é deduzir leis gerais para os fenômenos constituídos pelo corpo teórico formado e válido para explicar.
O início da metafísica de Aristóteles trata-se de um apanhado histórico com intenção filosófica. Na busca em compreender os princípios e causas da realidade, Aristóteles identificou, por exemplo, nos pré-socráticos milesianos a matéria como sendo causa do universo. Encontrou em Platão e nos pitagóricos os números e as Ideias como a forma determinante dos seres. Toda essa trajetória, na verdade, tem como fim buscar argumentos para sua própria etiologia ou estudo das causas. Aristóteles, assim, reuniu os vários modelos existentes, sintetizando-os em sua própria teoria das quatro causas. São elas: a causa material, que é a matéria do ser; causa formal, que é a forma, a essência, a característica; a causa motora, que é o princípio do movimento; e causa final, que é a razão, finalidade. 
Conforme Aristóteles, todos os seres, tudo que existe, comporta essas quatro causas, necessariamente. Assim, ao tomar como exemplo uma estátua de um homem em mármore, poderá ver a matéria de que é feita (mármore – causa material), a forma que ela assume (os contornos de homem – causa formal), o que deu início ao movimento (a ação do escultor – causa eficiente) e o fim para o qual foi produzida (a contemplação – causa final).
Outra teoria é a Ética nicomaqueia provavelmente dedicada a seu filho Nicômaco e o mais importante de seus textos sobre o bem e o comportamento dos homens com estas palavras:
Toda arte e todo saber, assim como tudo que fazemos e escolhemos, parece visar algum bem. Por isso, foi dito, com razão, que o bem é aquilo a que todas as coisas tendem, mas há uma diferença entre os fins: alguns são atividades, ao passo que outros são produtos á parte das atividades que os produzem. (ARISTÓTELES, Ética a Nicômano, 1904ª 1-5).
Essa afirmação contém duas teses fundamentais da ética aristotélica. A primeira: todas as coisas tendem ao bem, o que significa, na doutrina do filósofo, que o bem é a finalidade de todas as coisas. A segunda: chega-se ao bem por dois caminhos: pelas atividades práticas, isto é, aquelas que contêm seus próprios fins (ética e política); e pelas atividades produtivas (artes ou técnicas).
Em relação à ética, o bem leva cada indivíduo a ser capaz de viver com os outros, na polis. Em outras palavras, a ética, no campo individual, prepara terreno para a política, no campo coletivo. Para Aristóteles, a finalidade da política é a busca do bem de todos os homens.
O bem ético pertence ao gênero da vida excelente e a felicidade é a vida plenamente realizada em sua excelência máxima. Por isso não é alcançável nem definitivamente, mas é um exercício cotidiano que a alma realiza durante toda a vida (...) de acordo com a sua excelência mais completa, a racionalidade. (Chaui, Marilena, Introdução à história da filosofia, 2010, v.1, p. 442)
Suas principais obras são: “Organon”, que trata de todos os escritos de Aristóteles; “Metafísica”, na qual a metafísica se encontra entre as ciências teóricas, que são tratadas como as mais altas ciências- uma vez que o pensamento humano é a mais alta ciência; “Ética à Nicômaco”, é composta por 10 livros, que desenvolvem a idéia de ética, assim como o modo para se alcançar a felicidade; e “Poética”, que sistematiza os conceitos de poética, tragédia e epopéia.
5 CONCLUSÃO
Com base nas informações apresentadas, é indubitável que Sócrates, Platão e Aristóteles tiveram uma contribuição imensurável para a sociedade, tanto no âmbito filosófico, quanto no âmbito das ciências políticas. 
REFERÊNCIAS
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. 4.ed. São Paulo: Nova Cultura, 1991.
ARISTÓTELES. Metafísica.In: ANGIONI, Lucas. Cad. Hist. Fil. Ci. 3.ed. Disponível em:< https://philpapers.org/archive/ANGMDA.pdf>. Acesso em: 20 Abril 2018. 
CHAUÍ, Marilena. Introdução à História da Filosofia. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, v.2.
LOOSE, John. Introducción Histórica a la Filosofía de la Ciencia. 3.ed. Madrid:Alianza Editorial, 1981.
MACIEL, Willyans. Platão. Disponível em: < https://www.infoescola.com/filosofos/platao/>. Acesso em: 20 Abril 2018. 
MACIEL, Willyans. Sócrates. Disponível em: < https://www.infoescola.com/filosofia/socrates/>. Acesso em: 20 Abril 2018.
OLIVIERI, Antônio Carlos. Sócrates: O Método Socrático e o “Parto” das Ideias. Disponível em: < https://www.infoescola.com/filosofia/socrates/>. Acesso em: 20 Abril 2018.
PESSANHA, José Américo Motta. Aristóteles: Vida e Obra. Disponível em:< https://geovest.files.wordpress.com/2013/07/aristoteles.pdf>. Acesso em: 20 Abril 2018.
PETRIN, Natália. Platão: Filosofia e Biografia. Disponível em:< https://www.estudopratico.com.br/platao-filosofia-e-biografia/ >. Acesso em: 20 Abril 2018.

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