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O Empregado 1 O Empregado Created Tags Direito do Trabalho I Conceito Empregado é toda pessoa natural que contrate, tácita ou expressamente, a prestação de seus serviços a um tomador, a este efetuados com pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e subordinação. GODINHO, 2020, p. 428. Requisitos da Relação de Emprego: a) Onerosidade → divide-se em: � Objetiva → retribuição/contraprestação do valor recebido; � Subjetiva → animus contrahendi, isto é, vontade de formar o contrato de trabalho; b) Não eventualidade → habitualidade e/ou continuidade. Ex. Empregado doméstico precisa de continuidade, mas garçons que trabalham sobre nos finais de semana precisam de habitualidade. March 24, 2024 331 PM O Empregado 2 c) Subordinado juridicamente → subordinação econômica, subordinação técnica, subordinação jurídica; d) Realizado por pessoa física → não pode ser uma PJ; e) Pessoalidade → a relação de emprego é personalíssima (intuitu personae), não podendo a prestação de serviços ser transferida, sem anuência do empregador, a outrem. Objeto da relação pode ser qualquer obrigação de fazer, física e juridicamente possível; A relação pode ser expressa ou não. ⚖ CLT Art. 442 Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. ⚖ CLT Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. Não é preciso a formalização em um contrato para que se configure uma relação de emprego → se preenchidos os requisitos trazidos pelo art. 3º da CLT, há relação de emprego. ⚖ CLT Art. 3º Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Parágrafo único Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. OBS. Por vezes, quem tem o conhecimento técnico específico é o empregado → isto chama subordinação técnica-invertida. O Empregado 3 O Teletrabalho, o Trabalho Domiciliar e a Pessoalidade O fato de ocorrer teletrabalho ou trabalho em domicílio não acaba com a pessoalidade; ⚖ CLT Art. 6º Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego. O que importa é a presença dos requisitos; A regra é que o trabalhador não pode se fazer substituir; Empregados de Formação Intelectual Empregados com profissões regulamentadas; Aplicação do Princípio Antidiscriminatório: a) Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos; b) Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; c) Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; d) Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos. O art. 444 da CLT trata sobre a arbitragem individual no direito do trabalho. O Empregado 4 ⚖ CLT Art. 444 As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses previstas no art. 611A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Altos Empregados Funcionários nos topos das hierarquias empresariais → detém poder na organização da máquina empresarial; Detentores de alto grau de fidúcia dos trabalhadores; Ocupam funções de gestão ou de confiança. Ex. Diretores gerais, gerentes gerais, CEOs. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art611a https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art611a https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm#art611a O Empregado 5 ⚖ CLT Art. 62 Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: I os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; II os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. III os empregados em regime de teletrabalho que prestam serviço por produção ou tarefa. Parágrafo único O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento). ⚖ CLT Art. 224 A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas continuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana. § 1º A duração normal do trabalho estabelecida neste artigo ficará compreendida entre sete e vinte e duas horas, assegurando-se ao empregado, no horário diário, um intervalo de quinze minutos para alimentação. § 2º As disposições dêste artigo não se aplicam aos que exercem funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes ou que desempenhem outros cargos de confiança desde que o valor da gratificação não seja inferior a um têrço do salário do cargo efetivo. É preciso uma cumulação dos seguintes requisitos: a) Funções de gestão; b) Receber gratificação igual ou superior a 40% do slário do cargo efetivo; O Empregado 6 c) Realizar função de confiança. Dessa forma, cargos de gestão recebem gratificação igual ou superior a 40% do salário efetivo, mas não há controle de jornada e nem direito ao pagamento de horas extras. Empregado Doméstico LC 150/2015; Além de todos os requisitos do art. 3º da CLT, acrescenta-se a situação da confiança, essencial para a convivência no âmbito familiar; O legislador definiu como doméstico todo aquele maior de 18 anos que presta serviços em âmbito residencial por mais de dois dias por semana; Doméstico será toda e qualquer pessoa que atua no âmbito residencial; O âmbito de atuação é a residência, e este não pode ter fim lucrativo. O Empregado 7 ⚖ LC 150/2015 Art. 2ºA duração normal do trabalho doméstico não excederá 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, observado o disposto nesta Lei. § 1º A remuneração da hora extraordinária será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) superior ao valor da hora normal. § 2º O salário-hora normal, em caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal por 220 (duzentas e vinte) horas, salvo se o contrato estipular jornada mensal inferior que resulte em divisor diverso. § 3º O salário-dia normal, em caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal por 30 (trinta) e servirá de base para pagamento do repouso remunerado e dos feriados trabalhados. § 4º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário e instituído regime de compensação de horas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, se o excesso de horas de um dia for compensado em outro dia. § 5ºNo regime de compensação previsto no § 4o: I será devido o pagamento, como horas extraordinárias, na forma do § 1º, das primeiras 40 (quarenta) horas mensais excedentes ao horário normal de trabalho; II das 40 (quarenta) horas referidas no inciso I, poderão ser deduzidas, sem o correspondente pagamento, as horas não trabalhadas, em função de redução do horário normal de trabalho ou de dia útil não trabalhado, durante o mês; III o saldo de horas que excederem as 40 (quarenta) primeiras horas mensais de que trata o inciso I, com a dedução prevista no inciso II, quando for o caso, será compensado no período máximo de 1 (um) ano. § 6º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma do § 5o, o empregado fará jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data de rescisão. O Empregado 8 § 7º Os intervalos previstos nesta Lei, o tempo de repouso, as horas não trabalhadas, os feriados e os domingos livres em que o empregado que mora no local de trabalho nele permaneça não serão computados como horário de trabalho. § 8º O trabalho não compensado prestado em domingos e feriados deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal. Tem direito ao seguro desemprego; Passou a ter direito a FGTS obrigatório; Direito às férias de 30 dias com 1/3; Tem direito ao aviso prévio de 30 dias Quando o doméstico precisa acompanhar o empregador em viagens, é preciso que exista um acordo escrito, delimitando a jornada e o pactuado entre as partes para fins de verificação exata da jornada e do valor a ser pago, sob pena de pagamento de horas extras por tempo à disposição; O controle da jornada é obrigatório e deverá ser registrado por qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo; Quanto ao intervalo intrajornada, tem-se que: a) No caso em que o empregado não reside no local de trabalho, tem duração de 01 a 02 horas, podendo ser pactuado entre empregado e empregador que este seja de 30 minutos; b) Caso resida no local de trabalho, o período de intervalor pode ser desmembrado em 02 períodos, desde que cada um deles tenha entre 01 e 04 horas ao dia. O Empregado 9 ⚖ LC 150/2015 Art. 18. É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em viagem. § 1º É facultado ao empregador efetuar descontos no salário do empregado em caso de adiantamento salarial e, mediante acordo escrito entre as partes, para a inclusão do empregado em planos de assistência médico-hospitalar e odontológica, de seguro e de previdência privada, não podendo a dedução ultrapassar 20% (vinte por cento) do salário. § 2º Poderão ser descontadas as despesas com moradia de que trata o caput deste artigo quando essa se referir a local diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes. § 3º As despesas referidas no caput deste artigo não têm natureza salarial nem se incorporam à remuneração para quaisquer efeitos. § 4º O fornecimento de moradia ao empregado doméstico na própria residência ou em morada anexa, de qualquer natureza, não gera ao empregado qualquer direito de posse ou de propriedade sobre a referida moradia. Empregado Rural Lei nº 5.889/73; Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário; TST entende que também são rurais aqueles que trabalham em empresas de florestamento e reflorestamento; O empregado rural menor de 18 anos não pode trabalhar no turno noturno; O Empregado 10 Ao empregado rural maior de 16 anos, é assegurado salário mínimo igual ao do empregado adulto; Ao empregado menor de 16 anos, é assegurado salário mínimo fixado em valor correspondente à metade do salário mínimo estabelecido para o adulto; Em qualquer trabalho contínuo de duração superior a 06 horas, será obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação observados os usos e costumes da região, não se computando este intervalo na duração do trabalho; Entre 02 jornadas de trabalho, haverá um período mínimo de 11h consecutivas para descanso; Tem direito às férias de 30 dias, com o terço constitucional, 13º salário, FGTS, seguro desemprego, aviso prévio. O Índio Empregado Regulamentado pelo Estatuto do Índio; Aplicam-se aos trabalhadores indígenas todos os direitos e garantias das leis trabalhistas e de previdência social; O contrato de trabalho ou de locação de serviços realizado com os índios isolados é nulo; O contrato de trabalho será possível quando os indígenas são considerados: a) Em vias de integração → quando, em contrato intermitente ou permanente com grupos estranhos, conservam menor ou maior parte das condições de sua vida nativa, mas aceitam algumas práticas e modos de existência comuns aos demais setores da comunhão nacional, da qual vão necessitando cada vez mais para o próprio sustento; b) Integrados → quando incorporados à comunhão nacional e reconhecidos no pleno exercício dos direitos civis, ainda que conservem usos, costumes e tradições característicos da sua cultura. Os contratos de trabalho ou de locação de serviços realizados com indígenas em processo de integração ou habitantes de parques ou colônias O Empregado 11 agrícolas dependerão de prévia aprovação do órgão de proteção ao índio, obedecendo, quando necessário, as normas próprias; Em qualquer caso de prestação de serviços por indígenas não integrados, o órgão de proteção ao índio exercerá permanente fiscalização das condições de trabalho; O Aprendiz e o Trabalho do Menor A partir dos 14 anos, o menor pode ser aprendiz, desde que firmado um contrato de aprendizagem; A partir dos 16 anos, o trabalhador menor de idade pode firmar contrato de emprego → as atividades desempenhadas devem ocorrer em ambientes salubres e isentos de perigo e em período diurno; O trabalho do menor não pode ser realizado em locais prejudiciais à sua formação, ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em horários e locais que não permitam a frequência à escola; A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, matrícula e frequência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica; Salvo condição mais favorável, é garantido o salário-mínimo hora ao aprendiz; Prazo máximo de 02 anos, exceto quando se tratar de aprendiz com deficiência → ele pode ultrapassar o período de 02 anos de contrato e os 24 anos como idade máxima; Para fins de contrato de aprendizagem, a comprovação da escolaridade de aprendiz com deficiência deve considerar, sobretudo, as habilidades e competências relacionadas com a profissionalização; Para o aprendiz com deficiência com 18 anos ou mais, a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na CTPS e matrícula e frequência em programa de aprendizagem; O Empregado 12 A jurisprudência do TST entende ser cabível à menor aprendiz a estabilidade gravídica; A duração do trabalho de aprendiz não pode exceder 06 horas diárias, sendo vedadas a prorrogação e a compensação de jornada → pode ser de até 08h diárias para os aprendizes que já tiverem completado o ensino fundamental, se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. O Bancário Com duração normal de trabalho de 06 horas continuas nos dias úteis. O Empregado 13 ⚖ Súmula 102 do TST I A configuração, ou não, do exercício da função de confiança a que se refere o art. 224,§ 2º, da CLT, dependente da prova das reais atribuições do empregado, é insuscetível de exame mediante recurso de revista ou de embargos. (ex-Súmula 204/TST RA 121/2003, DJ 21/11/2003. II O bancário que exerce a função a que se refere o § 2º do art. 224 da CLT e recebe gratificação não inferior a um terço de seu salário já tem remuneradas as duas horas extraordinárias excedentes de seis. (ex-Súmula 166/TST RA 102/1982, DJ 11/10/82 e DJ 15/10/82, III Ao bancário exercente de cargo de confiança previsto no art. 224, § 2º, da CLT são devidas as 7ª e 8ª horas, como extras, no período em que se verificar o pagamento a menor da gratificação de 1/3. (ex- OJ 288/TSTSDII DJ 11/08/2003. IV O bancário sujeito à regra do art. 224, § 2º, da CLT cumpre jornada de trabalho de 8 (oito) horas, sendo extraordinárias as trabalhadas além da oitava. (ex-Súmula 232/TST RA 14/85, DJ 19/09/85. V O advogado empregado de banco, pelo simples exercício da advocacia, não exerce cargo de confiança, não se enquadrando, portanto, na hipótese do § 2º do art. 224 da CLT. (ex-OJ 222/TST SDII Inserida em 20/06/2001. VI O caixa bancário, ainda que caixa executivo, não exerce cargo de confiança. Se perceber gratificação igual ou superior a um terço do salário do posto efetivo, essa remunera apenas a maior responsabilidade do cargo e não as duas horas extraordinárias além da sexta. (ex-Súmula 102/TST RA 66/1980, DJ 18/06/80 e republicada DJ 14/07/80. VII O bancário exercente de função de confiança, que percebe a gratificação não inferior ao terço legal, ainda que norma coletiva contemple percentual superior, não tem direito às sétima e oitava horas como extras, mas tão-somente às diferenças de gratificação de função, se postuladas. (ex-OJ 15/TSTSDII Inserida em 14/03/94. Pela súmula, o bancário que recebe gratificação por cargo de confiança não tem direito às horas extras quando ultrapassa a 6ª hora. https://www.legjur.com/sumula/busca?tri=tst&num=204 https://www.legjur.com/legislacao/art/dcl_00054521943 https://www.legjur.com/sumula/busca?tri=tst&num=166 https://www.legjur.com/legislacao/art/dcl_00054521943 https://www.legjur.com/legislacao/art/dcl_00054521943 https://www.legjur.com/sumula/busca?tri=tst&num=232 https://www.legjur.com/legislacao/art/dcl_00054521943 https://www.legjur.com/sumula/busca?tri=tst&num=102 O Empregado 14
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