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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO JOYCE VIEIRA RODRIGUES OS IMPACTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS CAUSADOS PELA PANDEMIA DO COVID-19 NA EMPRESA SEQUOIA LOGÍSTICA E TRANSPORTES SA NITERÓI 2022 JOYCE VIEIRA RODRIGUES OS IMPACTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS CAUSADOS PELA PANDEMIA DO COVID-19 NA EMPRESA SEQUOIA LOGÍSTICA E TRANSPORTES SA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Aurélio Lamare Soares Murta, D. Sc. NITERÓI 2022 Ficha catalográfica automática - SDC/BAC Gerada com informações fornecidas pelo autor Bibliotecário responsável: Debora do Nascimento - CRB7/6368 R696i Rodrigues, Joyce Vieira Os impactos econômicos e financeiros causados pela pandemia do COVID-19 na empresa Sequoia Logística e Transportes SA / Joyce Vieira Rodrigues ; Aurelio Lamare Soares Murta, orientador. Niterói, 2022. 37 f. : il. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração)-Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, Niterói, 2022. 1. Pandemia. 2. COVID-19. 3. Logística de transporte. 4. índices econômicos e financeiros. 5. Produção intelectual. I. Murta, Aurelio Lamare Soares, orientador. II. Universidade Federal Fluminense. Faculdade de Administração e Ciências Contábeis. III. Título. CDD - JOYCE VIEIRA RODRIGUES OS IMPACTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS CAUSADOS PELA PANDEMIA DO COVID-19 NA EMPRESA SEQUOIA LOGÍSTICA E TRANSPORTES SA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Administração. Aprovado em 18 de julho de 2022 ________________________________________________________________ Prof. Aurélio Lamare Soares Murta, D. Sc. – Orientador UFF – Universidade Federal Fluminense ________________________________________________________________ Prof. Luis Pérez Zotes, D. Sc. UFF – Universidade Federal Fluminense ________________________________________________________________ Prof. Miguel Ferreira Lima UFF – Universidade Federal Fluminense NITERÓI 2022 RESUMO Tendo em vista que a pandemia pelo COVID-19 impactou fortemente inúmeras empresas econômica e financeiramente, e considerando que as empresas de logística de transporte exercem um papel fundamental em tempos de crise como esse, por transportarem alimentos, medicamentos e outros suprimentos essenciais à saúde humana de um lugar a outro, esse trabalho tem como objetivo analisar o quanto esse período impactou nos índices econômicos e financeiros da empresa Sequoia Logística e Transportes SA. Para isso, foram analisados os índices de liquidez, endividamento e rentabilidade da empresa, de forma a comparar os resultados de 2020 e 2021, período mais crítico da pandemia, com o período de 2017-2019. Esta pesquisa teve o objetivo de identificar se houve melhora ou piora nos resultados dessa empresa durante esse período, e os dados para a análise desses indicadores foram obtidos através do balanço patrimonial e do demonstrativo de resultado (DRE) da empresa nesses cinco anos mencionados. A partir dessa análise, concluiu-se que, de forma geral, os resultados foram surpeendentes positivos, com exceção de dois índices de rentabilidade, pois, pela hipótese de pesquisa, esperava-se um resultado negativo em relação ao período antes da pandemia, o que não ocorreu. Palavras-chave: Pandemia; COVID-19; Logística de Transporte; Índices Econômicos e Financeiros; Liquidez; Endividamento; Rentabilidade; Balanço Patrimonial; Demonstrativo de Resultado (DRE) ABSTRACT Considering that the COVID-19 pandemic has heavily impacted countless companies economically and financially, and considering that transport logistics companies play a key role in times of crisis like this, by transporting food, medicines and other essential supplies to human health from one place to another , this paper work aims to analyze how much this period had impact on the economic and financial indices of the company Sequoia Logística e Transportes SA. For this, the company's liquidity, indebtedness and profitability indexes were analyzed, in order to compare the results of 2020 and 2021, which was the most critical period of the pandemic, with the period of 2017-2019. This research aimed to identify whether there was an improvement or worsening in the results of this company during this period, and the data for the analysis of these indicators were obtained through the balance sheet and the income statement of the company in these five years mentioned. From this analysis, it was concluded that, in general, the results were surprisingly positive, with the exception of two profitability indexes, since, by the research hypothesis, a negative result was expected in relation to the period before the pandemic, which didn't occur. Key words: Pandemic; COVID-19; Transport Logistics; Economic and Financial Indices; Liquidity; Indebtedness; Profitability; Balance Sheet; Income Statement LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Balanço Patrimonial Ativo Consolidado (2017-2019).............................18 Figura 02 – Balanço Patrimonial Ativo (2020-2021)..................................................19 Figura 03 – Balanço Patrimonial Passivo Consolidado (2017-2019).........................19 Figura 04 – Balanço Patrimonial Passivo Consolidado (2017-2019).........................20 Figura 05 – Balanço Patrimonial Passivo (2020-2021)..............................................20 Figura 06 – Evolução do índice de liquidez corrente (2017-2021)............................22 Figura 07 – Evolução do índice de liquidez seca (2017-2021)..................................23 Figura 08 – Evolução do índice de liquidez geral (2017-2021)..................................23 Figura 09 – Evolução do índice de endividamento (2017-2021)...............................24 Figura 10 – Evolução do índice de composição do endividamento (2017-2021)......25 Figura 11 – Evolução do índice de imobilização do patrimônio líquido (2017-2021).26 Figura 12 – Evolução do índice de imobilização de recursos não correntes (2017- 2021)...........................................................................................................................27 Figura 13 – Demonstração do resultado (2017-2019)...............................................28 Figura 14 – Demonstração do resultado (2020-2021)...............................................29 Figura 15 – Evolução do índice de giro do ativo (2017-2021)...................................30 Figura 16 – Evolução do índice de margem líquida (2017-2021)..............................31 Figura 17 – Evolução do índice de rentabilidade do ativo (2017-2021).....................32 Figura 18 – Evolução do índice de rentabilidade sobre patrimônio líquido (2017- 2021)...........................................................................................................................33 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Resumo dos indicadores econômico-financeiros...................................17 Quadro 2 – Resumo das contas do balanço patrimonial (2017-2021)......................21 Quadro 3 – Resultado dos índices financeiros (2017-2021)......................................21 Quadro 4 – Resumo das contas do demonstrativo de resultado (2017-2021)..........29 Quadro 5 – Resultado dos índiceseconômicos (2017-2021)....................................30 LISTA DE SIGLAS CE.................................................................................Composição do Endividamento DRE..............................................................Demonstrativo do Resultado do Exercício GA..............................................................................................................Giro do Ativo IE.............................................................................................Índice de Endividamento IPL..........................................................................Imobilização do Patrimônio Líquido IRNC............................................................Imobilização dos Recursos Não Correntes LC.......................................................................................................Liquidez Corrente LG............................................................................................................Liquidez Geral LS.............................................................................................................Liquidez Seca ML.........................................................................................................Margem Líquida ROE..................................................................Rentabilidade sobre Patimônio Líquido ROI.............................................................................................Rentabilidade do Ativo SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................10 1.1 Apresentação do tema...................................................................................10 1.2 Objetivos.........................................................................................................10 1.2.1 Objetivo geral............................................................................................10 1.2.2 Objetivos específicos................................................................................10 1.3 Problema de pesquisa...................................................................................11 1.4 Hipótese de pesquisa.....................................................................................11 2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................11 2.1 Dossiê “Transporte de Mercadorias: pandemia, crise econômica e as responsabilidades do setor que não para”............................................................11 2.2 Impactos da COVID-19 sobre a economia mundial.....................................11 2.3 Os impactos da pandemia do COVID-19 na cadeia de suprimentos e atividades logísticas: contribuições e insights teóricos......................................11 2.4 Análise de demonstrações contábeis..........................................................12 2.4.1 Balanço patrimonial...................................................................................12 2.4.2 Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE) ....................................12 2.5 Análise por índice...........................................................................................13 2.5.1 Índices financeiros.....................................................................................13 2.5.1.1 Liquidez..............................................................................................13 2.5.1.1.1 Índice de liquidez corrente..........................................................13 2.5.1.1.2 Índice de liquidez seca...............................................................14 2.5.1.1.3 Índice de liquidez geral...............................................................14 2.5.1.2 Estrutura patrimonial..........................................................................14 2.5.1.2.1 Endividamento............................................................................14 2.5.1.2.2 Composição do endividamento..................................................14 2.5.1.2.3 Imobilização do patrimônio líquido.............................................15 2.5.1.2.4 Imobilização dos recursos não correntes...................................15 2.5.2 Índices econômicos...................................................................................15 2.5.2.1 Rentabilidade.....................................................................................15 2.5.2.1.1 Índice de giro sobre giro ativo.....................................................15 2.5.2.1.2 Índice de margem líquida...........................................................16 2.5.2.1.3 Índice de rentabilidade do ativo (ROI)........................................16 2.5.2.1.4 Índice de rentabilidade sobre patrimônio líquido (ROE).............16 3 MÉTODO.................................................................................................................17 4 COLETA DE DADOS..............................................................................................17 4.1 Análise dos índices financeiros....................................................................18 4.2 Análise dos índices econômicos..................................................................28 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................33 REFERÊNCIAS..........................................................................................................35 10 1 INTRODUÇÃO 1.1 Apresentação do tema A logística é responsável por viabilizar o fluxo de mercadorias de todos os tipos entre fornecedores e produtores até que elas cheguem ao consumidor final. Sendo assim, ela é de extrema importância para o funcionamento da sociedade, seja pela movimentação econômica no país através do comércio, ou pela própria sobrevivência dos indivíduos dentro da sociedade através do abastecimento de alimentos, medicamentos e outros itens de necessidade básica em suas casas. Posto isso, em tempos de crise, a logística se torna ainda mais importante, visto que os recursos ficam mais escassos, mais caros e menos acessíveis à população. Tendo em vista a situação atual, onde está ocorrendo a pandemia do COVID- 19, as empresas do ramo de transportes foram afetadas, alguns setores mais do que outros, tendo essas que lidar com alterações bruscas de cenário em seus negócios, que afetaram seus faturamentos, e buscar soluções para que continuem funcionando, a fim de reduzir ao máximo seus prejuízos. Esse problema ainda pode perdurar por bastante tempo antes que elas voltem ao seu “estado normal” de funcionamento, visto que ainda existem dúvidas e questionamentos sobre o período pós-pandemia. A empresa Sequoia Logística e Transportes SA é uma empresa brasileira, especializada em logística e distribuição e oferece serviços de armazenagem, manuseio, picking, packing, expedição, distribuição door to door, courier, rodo e lotação. Sendo assim, para esse estudo, essa empresa foi escolhida para exemplificar os impactos econômicos e financeiros que esse setor sofreu durante o período da pandemia, comparando com anos anteriores. 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo geral O objetivo geral deste trabalho é demonstrar os impactos econômicos e financeiros sofridos na empresa Sequoia Logística e Transportes SA durante a pandemia do COVID-19, quando comparados com os anos anteriores (2017-2019). 1.2.2 Objetivos específicos A partir do objetivo geral, este trabalho visa: - Identificar se houve uma melhora ou piora no resultado financeiro da 11 empresa; - Analisar possíveis causas desse resultado. 1.3 Problema de pesquisa Este trabalho visa buscarevidências que respondam à seguinte pergunta: Como a empresa Sequoia, inserida no setor de logística de transporte, foi impactada econômica e financeiramente pela crise do COVID-19? 1.4 Hipótese de pesquisa A hipótese prevista para esta pesquisa é que a empresa de logística de transporte Sequoia sofreu consideráveis impactos econômico-financeiros negativos devido à pandemia pelo COVID-19. Espera-se que essa hipótese seja validada ao longo deste trabalho. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Dossiê “Transporte de Mercadorias: pandemia, crise econômica e as responsabilidades do setor que não para” Este trabalho apresenta a importância da logística em momentos de crise, especificamente na pandemia pelo COVID-19, e cita características do sistema logístico que são indispensáveis para que esse sistema permaneça em funcionamento nesses momentos. Nele também são mostrados dados quantitativos estatísticos sobre a influência da pandemia nas empresas de transporte. 2.2 Impactos da COVID-19 sobre a economia mundial Este trabalho evidencia como pandemias anteriores ao COVID-19 impactaram econômicamente no mundo, como a Peste Negra e a Gripe de 1918. Ele mostra que as atitudes tomadas para impedir a contaminação da população trouxeram consequências negativas, como a paralização de atividades comerciais e industriais. Sendo assim, é reforçado mais uma vez a importância da logística nesses momentos para o abastecimento de suprimentos essenciais à população. 2.3 Os impactos da pandemia do COVID-19 na cadeia de suprimentos e atividades logísticas: contribuições e insights teóricos Este trabalho demonstra a dificuldade que as cadeias de suprimento globais 12 estão enfrentando em relação à capacidade de produção durante a pandemia pelo COVID-19, pela instabilidade na oferta e demanda dos produtos. Sendo assim, o abastecimento desses produtos está sendo bastante afetado negativamente. Contudo, o estudo mostra como a logística está sendo importante no abastecimento de itens essenciais à sobrevivência nesse período, e cita ações que podem ser tomadas a fim de preparar o setor logístico para possíveis futuras situações similares. A metodologia utilizada nesse trabalho se deu através de pesquisa bibliográfica, a partir de consultas nas bases de dados, e concluiu-se que o investimento no mapeamento das redes de suprimentos evita que as organizações estejam despreparadas para enfrentar esse cenário de pandemia, conforme visto em empresas que haviam feito isso antes do COVID-19. 2.4 Análise de demonstrações contábeis Para esse estudo, serão utilizados dois relatórios contábeis para servir como fonte de dados financeiros a serem analisados da empresa Sequoia: o balanço patrimonial e o Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE). 2.4.1 Balanço Patrimonial O balanço patrimonial mostra o patrimônio da empresa em uma determinada data, refletindo a posição financeira da empresa de forma quantitativa e qualitativa em determinado momento (Bächtold, 2011). Segundo Diniz (2015), “o balanço patrimonial é a demonstração mais importante da análise da saúde financeira de uma empresa”. Através desse relatório obtém-se as informações necessárias para calcular os índices econômico- financeiros que serão tratados neste estudo. 2.4.2 Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE) O DRE mostra se no exercício (ano) a empresa obteve lucro ou prejuízo, detalhando as receitas e despesas responsáveis por este resultado (Bächtold, 2011). A análise desse relatório permite verificar a capacidade financeira da empresa em honrar seus compromissos perante terceiros. 13 2.5 Análise por índice Marion (2012) afirma que só há condições de conhecer a situação econômico-financeira de uma empresa por meio de três análises, sendo elas a análise de Liquidez, Rentabilidade e de Endividamento (Regert et. al, 2018). Para isso, é necessário que se calcule diversos índices, obtidos através de uma fórmula matemática, com dados provenientes do balanço patrimonial e do DRE. Esses índices são de fundamental importância para que seja possível analisar fatos que ocorreram no passado e identificar tendências a partir desses dados, o que permite prever o que pode acontecer no futuro. Esses índices são divididos em índices financeiros e índices econômicos. 2.5.1 Índices financeiros Os índices financeiros possibilitam a interpretação da saúde financeira da empresa, seu grau de liquidez e capacidade se solvência (Oliveira et al, 2010). 2.5.1.1 Liquidez De acordo com Pereira (2018), os índices de liquidez buscam “avaliar a capacidade que as empresas possuem de satisfazer compromissos de pagamento de dívidas com terceiros” no longo, curto e curtíssimo prazo. Eles relacionam os compromissos a pagar que a empresa possui com sua capacidade de geração de caixa. Sendo assim, quanto maior o índice, melhor para a empresa. Entretanto, se esse valor estiver muito alto, pode indicar a perda de oportunidade da empresa por não estar investindo esse valor excedente de caixa em opções que trariam retorno financeiro (Diniz, 2015). 2.5.1.1.1 Índice de liquidez corrente Segundo Matarazzo (2010), a liquidez corrente demonstra a capacidade de geração de recursos para o pagamento das dívidas da empresa no curto prazo. Ou seja, quanto maior for esse índice para a empresa, mais bens e direitos ela possui e, consequentemente, maior sua capacidade de liquidar suas dívidas e obrigações. A fórmula para o cálculo desse índice é: LC = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 14 2.5.1.1.2 Índice de liquidez seca Similar ao índice corrente, o ínice de liquidez seca, segundo Matarazzo (2010), também mede a geração de caixa, entretanto, no curtíssimo prazo. Para esse cáculo, são considerados somente os recursos disponíveis em caixa e banco e títulos a receber. A fórmula para o cálculo desse índice é: LS = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒−𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒−𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑐𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 2.5.1.1.3 Índice de liquidez geral Por sua vez, a liquidez geral, segundo Matarazzo (2010), demonstra a capacidade de pagamento das dívidas da empresa, levando em consideração o curto e longo prazo. Sendo assim, todo o total de dívidas da empresa é analisado. A fórmula para o cálculo desse índice é: LG = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒+𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧á𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝑙𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑝𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒+𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑛ã𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 2.5.1.2 Estrutura patrimonial Segundo Medeiros et al. (2012), os índices de estrutura patrimonial “revelam o grau de dependência que a empresa possui em relação ao capital de terceiros.”. A partir deles é possível quantificar o quanto do ativo da empresa é financiado pelo capital próprio e de terceiros, ou seja, visualiza-se o grau de endividamento da empresa. 2.5.1.2.1 Endividamento Segundo Zdanowicz (2012), o índice de endividamento demonstra a proporção do capital de terceiros sobre o capital próprio na empresa, ou seja, demostra o nível de alavancagem financeira da empresa. Com isso, é possível analisar o quanto a empresa é dependente financeiramente desses recursos de terceiros para manter suas atividades. A fórmula para o cálculo desse índice é: IE = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒+𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑛ã𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 2.5.1.2.2 Composição do endividamento O índice de composição do endividamento, segundo Matarazzo (2010), 15 demonstra a relação entre o capital de terceiros de curto prazo e o capital de terceiros total. Ou seja, trata-se do percentual de dívidas a curto prazo sobre o endividamento total. A fórmula para o cálculo desse índice é: CE = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒+𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑛ã𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒2.5.1.2.3 Imobilização do patrimônio líquido O índice de imobilização do patrimônio líquido indica o quanto de recursos do patrimônio líquido está investido no ativo permanente (Diniz, 2015). A fórmula para o cálculo desse índice é: IPL = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 2.5.1.2.4 Imobilização dos recursos não correntes Segundo Diniz (2015), o índice de imobilização dos recursos não correntes indica se existem investimentos em ativos permanentes com recursos de curto prazo. A fórmula para o cálculo desse índice é: IRNC = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑚𝑎𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜+𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝑛ã𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 2.5.2 Índices econômicos Os índices econômicos possibilitam a interpretação das variações do patrimônio e da riqueza gerada por sua movimentação, indicando margens de lucro, retorno do capital investido, entre outros (Oliveira et al, 2010). 2.5.2.1 Rentabilidade Os índices de rentabilidade relacionam os lucros obtidos da empresa com os investimentos realizados pelos fornecedores de capital (Pereira, 2018). Através deles é possível analisar se a empresa está gerando lucro suficiente para remunerar o capital investido. 2.5.2.1.1 Índice de giro do ativo Segundo Diniz (2015), o índice de giro do ativo demonstra a relação entre as vendas da empresa e os investimentos que nela foram feitos, ou seja, a proporção 16 entre o faturamento da empresa e o total do seu ativo. A fórmula para o cálculo desse índice é: GA = 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 2.5.2.1.2 Índice de margem líquida Segundo Silva (2007), o índice de margem líquida confronta o lucro líquido em relação às vendas líquidas do período, apresentando o percentual de lucratividade gerado. Ou seja, esse índice demonstra o quanto a empresa obtém de lucro na venda de suas mercadorias ou serviços. A fórmula para o cálculo desse índice é: ML = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑠 2.5.2.1.3 Índice de rentabilidade do ativo (ROI) Segundo Silva (2008), o índice de rentabilidade do ativo representa a lucratividade que a empresa proporciona em relação aos investimentos totais realizados nela. É uma medida de retorno de todo o capital investido. A fórmula para o cálculo desse índice é: ROI = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 2.5.2.1.4 Índice de rentabilidade sobre patrimônio líquido (ROE) Por sua vez, o índice de rentabilidade sobre patrimônio líquido também representa a lucratividade da empresa, entretanto somente em relação ao capital próprio. Para Groppelli e Nikbakht (2002), esse índice demonstra a taxa de retorno dos acionistas. A fórmula para o cálculo desse índice é: ROE = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 Para a análise dos resultados a serem obtidos ao decorrer do estudo, será utilizada a tabela abaixo como parâmetro para comparação dos índices calculados entre os anos de 2017-2019 e 2020-2021. 17 Quadro 1 – Resumo dos indicadores econômico-financeiros. Fonte: Matarazzo (2017) adaptado. 3 MÉTODO Tendo como princípio o objetivo da pesquisa em demonstrar os impactos econômicos e financeiros que a empresa de logística Sequoia Logística e Transportes SA teve pela pandemia do COVID-19, o método utilizado para coletar dados que comprovem a proposta acima é o quantitativo. Através da estatística descritiva, foram coletados dados financeiros da empresa Sequoia no período entre 2017 a 2019 e entre 2020 e 2021 (período da pandemia), e que foram colocados em gráficos a fim de possibilitar a comparação referente a saúde econômica e financeira dessa empresa entre esses dois períodos. A análise ocorreu pela observação dos índices de liquidez, rentabilidade e estrutura patrimonial, obtidos através da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e Balanço Patrimonial das empresas a fim de identificar se os impactos foram negativos ou positivos e quantificá-los. Na pesquisa quantitativa, foi coletada uma quantidade de dados numéricos de uma amostra; os dados foram tratados utilizando cálculos matemáticos, e analisados a fim de obter informações para comprovar ou desmentir a hipótese de pesquisa apresentada. 4 COLETA DE DADOS A coleta de dados para a comprovação da hipótese de pesquisa foi realizada através de pesquisas no site da empresa de logística escolhida, onde foram recolhidas informações econômicas e financeiras sobre seus demonstrativos financeiros no período estipulado no item anterior, através dos seus balanços Índices Interpretação Liquidez corrente (LC) Liquidez seca (LS) Liquidez geral (LG) Endividamento (IE) Composição do endividamento (CE) Imobilização do patrimônio líquido (IPL) Imobilização dos recursos não correntes (IRNC) Giro do ativo (GA) Margem líquida (ML) Rentabilidade do ativo (ROI) Rentabilidade sobre patrimônio líquido (ROE) Liquidez Estrutura patrimonial Rentabilidade Quanto maior, melhor Quanto maior, melhor Quanto menor, melhor 18 patrimoniais e demonstrativos de resultado. 4.1 Análise dos índices financeiros Através do balanço patrimonial, foram extraídos os dados necessários para o tratamento desses, a fim de obter-se os índices financeiros já definidos ao longo deste trabalho. Foram utilizadas as informações contidas nas demonstrações financeiras consolidadas, dentro do período de 2017 a 2021, conforme o balanço apresentado pelas figuras a seguir. Figura 011 – Balanço Patrimonial Ativo Consolidado (2017-2019) Fonte: DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas - 31/12/2019 - SEQUOIA LOGÍSTICA E TRANSPORTES S.A 19 Figura 02 – Balanço Patrimonial Ativo (2020-2021) Fonte: Demonstrações Financeiras Individuais e Consolidadas - 31/12/2021 - SEQUOIA LOGÍSTICA E TRANSPORTES S.A Figura 032 – Balanço Patrimonial Passivo Consolidado (2017-2019) Fonte: DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas - 31/12/2019 - SEQUOIA LOGÍSTICA E 20 TRANSPORTES S.A Figura 043 – Balanço Patrimonial Passivo Consolidado (2017-2019) Fonte: DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas - 31/12/2019 - SEQUOIA LOGÍSTICA E TRANSPORTES S.A Figura 054 – Balanço Patrimonial Passivo (2020-2021) Fonte: Demonstrações Financeiras Individuais e Consolidadas - 31/12/2021 - SEQUOIA LOGÍSTICA E TRANSPORTES S.A A partir dos dados obtidos, criou-se uma tabela a fim de facilitar a visualização das contas do balanço patrimonial que são importantes para a análise dos índices indicados, conforme mostra o quadro a seguir. 21 Quadro 2 – Resumo das contas do balanço patrimonial (2017-2021) * Segundo Diniz (2015), o ativo permanente é obtido através da subtração do realizável a longo prazo do ativo não circulante. **Contas de aplicações financeiras restritas; ativos de indenização na aquisição de empresas; imposto de renda e contribuição social diferidos e depósitos judiciais Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em dados dos balanços patrimoniais apresentados. Por ser uma empresa de prestação de serviços, no balanço patrimonial não possui uma conta de estoque. Utilizando-se as fórmulas para cada índice apresentadas anteriormente, foi calculado o índice para cada ano dentro do período proposto na pesquisa, obtendo- se o resultado apresentado no Quadro 3. Quadro 3 – Resultado dos índices financeiros (2017-2021) Fonte: Elaborado pelo autor. Cada índice será tratado e discutido individualmente a seguir. Para o índice de liquidez corrente, pode-se perceber que houve um crescimento com o passar do tempo, havendo um aumento considerável entre os anos de 2019 e 2020, seguido de uma grande queda para 2021. Contas 31/12/2017 31/12/2018 31/12/2019 31/12/2020 31/12/2021 Ativo circulante R$ 77.044 R$ 129.437 R$ 213.144 R$ 708.818 R$ 643.221 Despesa antecipadaR$ 1.141 R$ 901 R$ 2.078 R$ 7.374 R$ 7.444 Realizável a longo prazo R$ 34.415 R$ 32.949 R$ 51.850 R$ 106.081 R$ 167.116** Ativo permanente* R$ 157.847 R$ 154.456 R$ 348.000 R$ 560.979 R$ 1.171.835 Passivo circulante R$ 80.416 R$ 122.695 R$ 201.202 R$ 328.037 R$ 516.523 Passivo não circulante R$ 116.591 R$ 104.447 R$ 325.448 R$ 636.516 R$ 864.818 Patrimônio líquido R$ 72.299 R$ 89.700 R$ 86.344 R$ 438.043 R$ 653.872 Balanço Patrimonial (em milhares de reais) Índices 2017 2018 2019 2020 2021 Liquidez corrente 0,958 1,055 1,059 2,161 1,245 Liquidez seca 0,944 1,048 1,049 2,138 1,231 Liquidez geral 0,566 0,715 0,503 0,845 0,587 Endividamento 2,725 2,532 6,099 2,202 2,113 Composição do endividamento 0,408 0,540 0,382 0,340 0,374 Imobilização do patrimônio líquido 2,183 1,722 4,030 1,281 1,792 Imobilização dos recursos não correntes 0,836 0,796 0,845 0,522 0,772 Liquidez Índices financeiros Estrutura patrimonial 22 Figura 065 – Evolução do índice de liquidez corrente (2017-2021) Fonte: Elaborado pelo autor. O índice de liquidez corrente demonstra o quanto do ativo circulante a empresa possui para quitar suas obrigações no curto prazo. Como esse índice permaneceu >1 nos anos de 2020 e 2021, é um bom sinal para a empresa, visto que essa possui capacidade de cumprir com suas obrigações no curto prazo. Entretanto, um ponto questionável encontra-se no ano de 2020, onde o índice de liquidez corrente apresenta um resultado bem alto. Esse pico no índice pode apresentar um resultado duvidoso, pois não necessariamente a empresa possui todo esse ativo para cumprir com suas dívidas. Pode ser uma realidade da empresa a hipótese de que suas obrigações vençam bem antes da data de recebimento dos clientes. Assim, por mais que ambos ocorram em curto prazo, a empresa não terá capacidade de pagar suas dívidas em dia por falta de caixa. Um dos motivos para que essa hipótese seja uma realidade seria que, no período da pandemia, a empresa pode ter estendido o prazo de recebimento dos clientes a fim de manter sua fidelidade ou conseguir novos clientes, pois em tempos de crise, muitas empresas foram obrigadas a cortar ou reduzir gastos, o que impactou financeiramente os fornecedores. Para a análise do índice de liquigez seca, pode-se observar que seu comportamento foi similiar ao de liquidez corrente. 0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500 2017 2018 2019 2020 2021 Liquidez corrente 23 Figura 076 – Evolução do índice de liquidez seca (2017-2021) Fonte: Elaborado pelo autor. Esse comportamento pode ser interpretado pela hipótese de que a maior parte dos ativos circulantes que a empresa possui está disponível em caixa ou bancos, e seus títulos a receber são de curtíssimo prazo. Observando o índice de liquidez geral, percebe-se que esse ficou bastante instável, tendo crescido e reduzido a cada ano. Figura 087 – Evolução do índice de liquidez geral (2017-2021) Fonte: Elaborado pelo autor. Analisando friamente, em todo o período estudado, o índice ficou <1. A 0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500 2017 2018 2019 2020 2021 Liquidez seca 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 0,800 0,900 2017 2018 2019 2020 2021 Liquidez geral 24 princípio, esse não seria um bom resultado, pois indicaria que a empresa possui obrigações em maior valor que seus ativos a longo prazo, apresentando possível problema de pagamento de suas dívidas. Entretanto, essa possibilidade não indica necessariamente uma incapacidade da empresa cumprir com suas obrigações, pois, na visão da autora, é possível que a empresa tenha realizado um empréstimo de longo prazo a fim de quitar uma dívida no curto. Sendo assim, essa dívida possuiria peso no cálculo do índice de liquidez geral negativamente, entretanto, não seriam considerados os recursos que seriam gerados ao longo desse tempo até a quitação do empréstimo, o que faria com que esse índice crescesse. Para essa hipótese, pode-se analisar o índice de liquidez seca. Em 2020, por exemplo, onde o índice está bem elevado, é possível que essa estratégia tenha ocorrido, pois as dívidas de curto prazo seriam liquidadas, mas o valor a receber (recursos a serem gerados) a longo prazo não tem influência sobre esse índice, fazendo com que esse cresça enquanto o índice de liquidez geral seja reduzido. Analisando o índice de endividamento, nota-se que esse obteve um crescimento considerável em 2019 e uma queda brusca logo em seguida. Figura 098 – Evolução do índice de endividamento (2017-2021) Fonte: Elaborado pelo autor. Entre os anos de 2017 e 2019, é indicado pelo índice que a maior parte do capital da empresa era formado por capital de terceiros. No ano de 2019, essa participação teve um aumento brusco, sendo possível deduzir que a empresa teve a 0,000 1,000 2,000 3,000 4,000 5,000 6,000 7,000 2017 2018 2019 2020 2021 Endividamento 25 necessidade de entrar em empréstimos e financiamentos. Essa necessidade por ter surgido como um alerta e preparação da empresa quanto a crise da COVID-19 para os anos subsequentes, visto que a pandemia já havia acontecendo em outros países. Entretanto, o aumento do capital de terceiros gera um aumento nas obrigações da empresa, aumentando suas dívidas, mas que foi consideravelmente reduzido para os anos de 2020 e 2021. Para a composição do endividamento, observa-se que o índice estava numa crescente até 2018, tendo caído em 2019, permanecendo numa constante para os anos seguintes. Figura 109 – Evolução do índice de composição do endividamento (2017-2021) Fonte: Elaborado pelo autor. Com exceção do ano de 2018, o índice de composição do endividamento da empresa encontra-se muito bom, pois ele demonstra que, de todo seu capital de terceiros, ou seja, suas dívidas, somente 34 a 40% aproximadamente está concentrada no curto prazo. Ou seja, a maior parte delas encontra-se no longo prazo, possibilitando que a empresa tenha mais tempo para gerar recursos a fim de cumprir com suas obrigações e quitar suas dívidas. Em 2018, o índice mostra que aproximadamente 54% de suas dívidas eram de curto prazo. Possivelmente, na visão da autora, esse pode ter sido um dos fatores a fazer com que a empresa, em 2019, assumisse um valor alto de empréstimos e financiamentos, a fim de quitar essas dívidas, somando com a pandemia que estava 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 2017 2018 2019 2020 2021 Composição do endividamento 26 se aproximando do Brasil. Observando o índice de imobilização do patrimônio líquido, é notável que ele possui o comportamento similar ao índice de endividamento, e não por acaso, com a diferença entre os anos de 2020 e 2021 onde o índice de imobilização tem um crescimento, e não uma redução como o índice de endividamento. Além disso, pode-se perceber que, para todos os anos analisados, esse índice esteve >1. Figura 1110 – Evolução do índice de imobilização do patrimônio líquido (2017-2021) Fonte: Elaborado pelo autor. Isso pode ser considerado um mau sinal, visto que o índice de imobilização do patrimônio líquido indica o quanto do capital próprio da empresa está investido no ativo permanente, ou seja, nos ativos que levam um longo tempo para gerar retorno financeiro. Com os índices >1, é possível afirmar que, além do capital próprio, há participação de capital de terceiros investido nesses ativos permanente. Entretanto, ao compararmos esse índice com o índice de composição do endividamento, pode-se verificar que, por mais que há uma alta participação de cepital de terceiros investidos em ativos permanentes, o índice de composição de endividamento mostra que somente uma pequena parte desse capital é de curto prazo. Sendo assim, na teoria, a empresa possui tempo para gerar recursos financeiros a fim de quitar suas obrigações nolongo prazo e, possivelmente, reduzir a participação do capital de terceiros em seus ativos permanentes. 0,000 0,500 1,000 1,500 2,000 2,500 3,000 3,500 4,000 4,500 2017 2018 2019 2020 2021 Imobilização do patrimônio líquido 27 Outro ponto é que, mais uma vez, o pico em 2019 é evidenciado, demosntrando que, possivelmente, o alto volume de empréstimos obtidos, evidenciado na Figura 09, foi também utilizado para financiar investimentos em ativos permanentes, talvez tendo-se previsto a chegada da pandemia. Para o índice de imobilização de recursos não correntes, pode-se observar que, para os anos analisados, encontram-se <1, e, com exceção do ano de 2020, onde houve uma queda, o índice permanece aproximadamente num mesmo padrão. Figura 1211 – Evolução do índice de imobilização de recursos não correntes (2017-2021) Fonte: Elaborado pelo autor. Esse índice demonstra o quanto do ativo permanente está sendo financiado por recursos de curto prazo. Segundo Marion (2010), a melhor opção é sempre que as dívidas adquiridas pela empresa sejam de longo prazo, para que haja tempo hábil da mesma gerar recursos para cumprir com suas obrigações. Observando o índice, esse quadro se encaixa na realidade da empresa como um ponto positivo, visto que em todos os anos foi utilizado somente na faixa de 52 a 84% dos recursos de curto prazo para o financiamento dos ativos permanentes. Para o ano de 2020, onde houve uma queda considerável, pode ter haver com o fato da empresa ter pego um volume grande de empréstimos em 2019, que pode ter sido utilizado para o financiamento desses ativos, na visão da autora. 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 0,800 0,900 2017 2018 2019 2020 2021 Imobilização dos recursos não correntes 28 4.2 Análise dos índices econômicos Através da demonstração de resultado (DRE), foram extraídos os dados necessários para o tratamento desses, a fim de obter-se os índices econômicos já definidos ao longo deste trabalho. Foram utilizadas as informações contidas nas demonstrações financeiras consolidadas, dentro do período de 2017 a 2021, conforme o demonstrativo apresentado pelas figuras a seguir. Figura 1312 – Demonstração do resultado (2017-2019) Fonte: DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas - 31/12/2019 - SEQUOIA LOGÍSTICA E TRANSPORTES S.A. 29 Figura 1413 – Demonstração do resultado (2020-2021) Fonte: DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas - 31/12/2019 - SEQUOIA LOGÍSTICA E TRANSPORTES S.A. A partir dos dados obtidos, criou-se uma tabela a fim de facilitar a visualização das contas do demonstrativo de resultado que são importantes para a análise dos índices indicados, conforme mostra o quadro a seguir. Quadro 4 – Resumo das contas do demonstrativo de resultado (2017-2021) *A conta do ativo total foi extraída do balanço patrimonial. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em dados dos balanços patrimoniais apresentados. Contas 31/12/2017 31/12/2018 31/12/2019 31/12/2020 31/12/2021 Ativo total* R$ 269.306 R$ 316.842 R$ 580.395 R$ 1.375.878 R$ 1.982.172 Lucro líquido R$ 2.800 -R$ 636 -R$ 7.146 R$ 7.028 -R$ 17.861 Vendas líquidas R$ 287.930 R$ 362.433 R$ 527.263 R$ 998.109 R$ 1.520.357 Demonstração do Resultado (DRE) (em milhares de reais) 30 Utilizando-se as fórmulas para cada índice apresentadas anteriormente, foi calculado o índice para cada ano dentro do período proposto na pesquisa, obtendo- se o resultado apresentado no Quadro 5. Quadro 5 – Resultado dos índices econômicos (2017-2021) Fonte: Elaborado pelo autor. Cada índice será tratado e discutido individualmente a seguir. Para o índice do giro do ativo, observa-se que, para os anos de 2019 a 2021, houve uma queda, ficando <1. Figura 1514 – Evolução do índice de giro do ativo (2017-2021) Fonte: Elaborado pelo autor. Essa queda demontra um resultado negativo para a empresa, visto que ele demonstra que o valor da receita realizada pela empresa foi menor do que os investimentos feitos nela. Ou seja, teoricamente, a empresa não estaria gerando recursos suficientes para cumprir com suas obrigações. A queda maior foi no período de 2020, onde, no Brasil, foi o início da pandemia pelo COVID-19, podendo esse ser um fator para que essa queda ocorresse, na visão da autora, devido a Índices 2017 2018 2019 2020 2021 Giro do ativo 1,069 1,144 0,908 0,725 0,767 Margem líquida 0,010 -0,002 -0,014 0,007 -0,012 Rentabilidade do ativo (ROI) 0,010 -0,002 -0,012 0,005 -0,009 Rentabilidade sobre patrimônio líquido (ROE) 0,039 -0,007 -0,083 0,016 -0,027 Índices econômicos Rentabilidade 0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 1,200 1,400 2017 2018 2019 2020 2021 Giro do ativo 31 dificuldade em que as transportadoras estavam tendo em transitar entre cidades e estados, dificultando que os serviços fossem realizados e, consequentemente, gerando menos receita para a empresa. Analisando o índice de margem líquida, nota-se que este esteve bem baixo, podendo até estar negativo em alguns anos, não apresentando comportamento padrão. Figura 1615 – Evolução do índice de margem líquida (2017-2021) Fonte: Elaborado pelo autor. Observando esse índice juntamente com o índice de giro do ativo, pode-se concluir que os anos de 2019 e 2021 foram os mais críticos para a empresa, pois além da receita não ter sido suficiente para gerar recursos para cobrir seus investimentos, o índice de margem líquida esteve negativo, ou seja, não houve lucratividade em sua receita. Para o ano de 2020, a empresa apresentou lucratividade, porém baixa, entretanto, isso pode ter ocorrido pela possibilidade da empresa ter aumentado o valor de seus serviços, visando aumentar seu lucro líquido, ou pelo fato de que, com o país em crise, suas vendas foram reduzidas, fazendo com que a lucrativade de suas vendas aumentasse. Para o índice de rentabilidade do ativo (ROI), esse também encontra-se bastante baixo, com constante queda até 2019, em 2020 volta a crescer um pouco, mas acaba reduzindo novamente em 2021. -0,015 -0,010 -0,005 0,000 0,005 0,010 0,015 2017 2018 2019 2020 2021 Margem líquida 32 Figura 1716 – Evolução do índice de rentabilidade do ativo (2017-2021) Fonte: Elaborado pelo autor. De forma simplificada, esse índice demonstra o retorno que a empresa está gerando quanto ao capital total investido nela (próprio e de terceiros), considerando o lucro gerado pela empresa. Como para a maioria dos anos esse índice está <1, pois o índice de margem líquida demontra que a empresa não teve geração de lucro, isso demonstra que a empresa está gerando um retorno negativo sobre seu capital, com exceção dos anos de 2017 e 2020, onde há retorno sobre o ativo, entretanto foi baixo. Além disso, para 2020, é possível que esse crescimento do ROI tenha acontecido pela mesma hipótese que apresentada para o crescimento do índice de margem líquida. Para o índice de rentabilidade sobre patrimônio líquido (ROE), observa-se que ele possui comportamento similar ao índice anterior (ROI). Entretanto, quando positivo, esse é maior que o ROI, e quando negativo, menor. -0,015 -0,010 -0,005 0,000 0,005 0,010 0,015 2017 2018 2019 2020 2021 Rentabilidade do ativo (ROI) 33 Figura 1817 – Evolução do índice de rentabilidade sobre patrimônio líquido (2017-2021) Fonte: Elaborado pelo autor. Assim como o ROI, o ROE também apresenta a lucratividade que a empresa gerou, entretanto agora é comparada com o patrimônio líquido, ou seja, o capital próprio da empresa. Sendo assim, como já visto anteriormente, quanto mais o capital próprio for utilizado, melhor, pois evita endividamento. Entretanto, para a análise do gráfico acima, nota-se que esse índice não favorece a empresa, primeiramentepelo índice de margem líquida já indicar um resultado negativo, o que influencia nos índices ROI e ROE; segundamente por demonstrar que o retorno, quando houve em 2017 e 2020 foi baixo, e nos demais anos o retorno foi negativo, considerando o investimento realizado pelo capital dos acionistas. Em 2020, esse índice voltou a ficar positivo, provavelmente porque houve uma redução da participação do capital de terceiros nos investimentos, demonstrado no índice de endividamento. Consequentemente, a participação do capital próprio aumentou, fazendo com que o ROE também aumentasse. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a análise dos indicadores financeiros, o resultado foi surpreendente, pois, de acordo com a hipótese de pesquisa, esperava-se impactos negativos sofridos na empresa no período da pandemia (2020-2021) quando comparado ao período anterior, antes da pandemia (2017-2019), o que não ocorreu. Para os índices de liquidez corrente e seca, além do índice estar >1, o que é sinal de um bom resultado, houve um aumento nese índice no período de pandemia, -0,100 -0,080 -0,060 -0,040 -0,020 0,000 0,020 0,040 0,060 2017 2018 2019 2020 2021 Rentabilidade sobre patrimônio líquido (ROE) 34 melhorando ainda mais o cenário geral. Quanto ao índice de liquidez geral, por mais que não tenha chegado a 1 em nenhum momento, que seria ao mínimo satisfatório, quando comparado com o período antes da pandemia, esse também teve uma melhora. Em relação aos índices de estrutura patrimonial, o cenário teve o mesmo comportamento. Os índices de composição do endividamento e imobilização dos recursos não correntes tiveram resultados bons, visto que ficaram <1, e no período da pandemia, esse índice foi ainda menor quando comparado com os anos anteriores. Para os índices de endividamento e imobilização do patrimônio líquido, os mesmos permaneceram >1 em todos os anos, mas houve uma queda nos anos de 2020-2021, o que representa também uma melhora dos resultados. Para os índices econômicos, não pode-se dizer que tiveram o mesmo comportamento padrão de melhora nos resultados, como aconteceu com os índices financeiros. Nesses, apesar de em quase todos os anos estarem <1, com exceção do giro do ativo nos anos de 2017 e 2018, o que não é um resultado considerado ótimo, alguns índices demonstraram uma queda no resultado, outros uma melhora e outros não demonstraram diferença significativa. Nos índices de rentabilidade, o índice de rentabilidade sobre o patrimônio líquido mostrou-se uma melhora quando comparado os anos da pandemia com os anos anteriores. Por outro lado, os índices de giro do ativo e rentabilidade do ativo obtiveram uma piora em seus resultados quando comparados os dois períodos, sendo o índice GA com a queda mais representativa e mais evidente. Já o índice de margem líquida, esse não obteve uma melhora ou piora significativa. O ML apresentou uma melhora em 2020, mas que voltou a cair em 2021, mais ou menos na mesma proporção quando comparado esse período com o anterior. 35 REFERÊNCIAS A diferença entre estatística descritiva e inferencial deve estar sempre em sua mente. [s.l.]. 04 abr. 2016. Disponível em: https://posgraduando.com/diferenca- entre-estatistica-descritiva-e-inferencial/, Acesso em: 09 set. 2021 BÄCHTOLD, C. Contabilidade básica. Escola Técnica Aberta do Brasil. Curitiba, PR: Instituto Federal Paraná, 2011 Demonstrações Financeiras Individuais e Consolidadas - Sequoia Logística e Transportes S.A. - 31 de dezembro de 2021. Ernst & Young: pág. 18-20. São Paulo, SP: 09 mar. 2022 DFP - Demonstrações Financeiras Padronizadas - 31/12/2019 – Sequoia Logística e Transportes S.A. Ernst & Young: pág. 14-17. São Paulo, SP: 11 ago. 2020 DINIZ, N. Análise das Demonstrações Financeiras. SESES, 1ª edição. RJ: Estácio, 2015 DIVIESO, E. Dossiê “Transporte de Mercadorias: pandemia, crise econômica e as responsabilidades do setor que não para”. Diálogos Acadêmicos IESCAMP: Vol. 4, nº 2. Campinas, SP: Instituto de Educação e Ensino Superior de Campinas, ago-dez. 2020 LANDO, F. Método quantitativo – o que é e como fazer?. [s.l.]. 17 mar. 2020, modificado em: 12 mai. 2021. Disponível em: https://www.academicapesquisa.com.br/post/m%C3%A9todo-quantitativo-como- fazer, Acesso em: 09 set. 2021 MEDEIROS, F. Et al. Gestão Econômica e Financeira: a aplicação de indicadores. IX Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. 2012 http://www.academicapesquisa.com.br/post/m%C3%A9todo-quantitativo-como- 36 MIGUEL, P.; PAIVA, E. COVID-19: a importância da atividade de logística em situações de crise extrema. [s.l.]. 03 abr. 2020. Disponível em: https://eaesp.fgv.br/noticias/covid-19-importancia-atividade-logistica-situacoes- crise- extrema, Acesso em: 25 jun. 2021 NETO, R. Impactos da COVID-19 sobre a economia mundial. Boletim de Conjuntura: Ano II, Vol. 2, nº 5, pág. 113-127. Boa Vista, RR: Universidade Federal de Roraima, 2020 OLIVEIRA, A. Et al. A Análise das Demonstrações Contábeis e sua Importância para Evidenciar a Situação Econômica e Financeira das Organizações. Revista Eletrônica Gestão e Negócios: Vol. 1, nº. 1. FAC São Roque, 2010 PEREIRA, A. Análise das Demonstrações Contábeis. BA: Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Ciências Contábeis, 2018 Quem somos. SEQUOIA. [s.l]. 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