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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIENCIAS CONTÁBEIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO VINÍCIUS GUEDES EFEITOS DA PANDEMIA NA GESTÃO DE ESTOQUE: um estudo sobre a dinâmica da classificação ABC dos itens de uma empresa do setor de diagnóstico Niterói 2022 1 VINÍCIUS GUEDES EFEITOS DA PANDEMIA NA GESTÃO DE ESTOQUE: um estudo sobre a dinâmica da classificação ABC dos itens de uma empresa do setor de diagnóstico Trabalho de Conclusão de Curso apresentado por Vinícius Guedes, matrícula 213023129, em 11 de fevereiro de 2022, como requisito obrigatório para a obtenção do grau de Bacharel em Administração, pela Universidade Federal Fluminense, sob orientação do professor Aurélio Murta Orientador Acadêmico Prof. Aurélio Murta Niterói 2022 2 Ficha catalográfica automática - SDC/BAC Gerada com informações fornecidas pelo autor Bibliotecário responsável: Debora do Nascimento - CRB7/6368 G924e Guedes, Vinícius Moreira Efeitos da pandemia na gestão de estoque : um estudo sobre a dinâmica da classificação ABC dos itens de uma empresa do setor de diagnóstico / Vinícius Moreira Guedes ; Aurélio Lamare Soares Murta, orientador. Niterói, 2022. 44 f. : il. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração)-Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, Niterói, 2022. 1. Logística empresarial. 2. Gestão de estoque. 3. Classificação ABC. 4. Pandemia. 5. Produção intelectual. I. Murta, Aurélio Lamare Soares, orientador. II. Universidade Federal Fluminense. Faculdade de Administração e Ciências Contábeis. III. Título. CDD - 3 VINÍCIUS GUEDES EFEITOS DA PANDEMIA NA GESTÃO DE ESTOQUE: um estudo sobre a dinâmica da classificação ABC dos itens de uma empresa do setor de diagnóstico Trabalho de Conclusão de Curso apresentado por Vinícius Guedes, matrícula 213023129, em 11 de fevereiro de 2022, como requisito obrigatório para a obtenção do grau de Bacharel em Administração, pela Universidade Federal Fluminense, sob orientação do professor Aurélio Murta Trabalho aprovado em: 11 de fevereiro de 2022 BANCA EXAMINADORA Prof. Aurélio Lamare Soares Murta - Orientador Acadêmico Universidade Federal Fluminense Prof. Miguel Ferreira Lima – (Avaliador) Universidade Federal Fluminense Prof. Maurício de Souza Leão – (Avaliador) Universidade Federal Fluminense 4 AGRADECIMENTOS A todos os caminhos que me levaram até o presente momento, as pessoas do meio acadêmico que me guiaram ao longo dessa jornada e em especial: Ao meu orientador, Aurélio Murta, por aceitar com generosidade entre muitos pedidos de orientação, e por toda ajuda e ensinamentos ao longo da graduação. Aos meus pais Cristiane e Márcio, que sempre me apoiaram e proporcionaram condições para que chegasse ao presente momento, com toda paciência, ensinamento e amor. A Taillany, minha namorada e amiga, por me apoiar, me encorajar e estar do meu lado em todos os momentos durante a graduação e na vida. Aos meus amigos de graduação, por me acompanharem em toda minha trajetória nesta graduação, desde o primeiro dia. Obrigada pelos trabalhos em grupo, por me ajudarem nas disciplinas mais complexas, por compartilharem as minhas dores e alegrias e por estarmos juntos nos piores e melhor momentos. A Miguel Lima e Maurício Leão que além de excelentes professores, aceitaram com generosidade participar da banca. 5 RESUMO GUEDES, Vinícius. EFEITOS DA PANDEMIA NA GESTÃO DE ESTOQUE: um estudo sobre a dinâmica da classificação ABC dos itens de uma empresa do setor de diagnóstico. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2022 (Monografia de Graduação). Com a ascensão da pandemia em 2020, as empresas do ramo de diagnóstico ganharam importante destaque no combate à COVID-19, uma vez que possuem papel fundamental no fornecimento de produtos para o diagnóstico dessa doença. Nesse novo contexto, se torna cada vez mais desafiante prever e gerenciar o estoque de produtos. O presente trabalho tem por objetivo estudar os efeitos da pandemia na gestão de estoque de uma empresa do setor de diagnóstico a partir de um estudo bibliográfico da curva ABC e da gestão de estoque, investigando como está inserida a gestão de estoque dentro do conceito da logística e da cadeia de suprimentos para posteriormente aplicar um estudo de caso para identificar como a pandemia afetou a classificação ABC dos itens da empresa pesquisada, comparando a dinâmica da classificação ABC entre os anos de 2019 a 2021. Detectou-se que ocorreu uma mudança no rol de itens das classes A, B e C nos anos estudados, indicando o forte impacto da pandemia para a gestão de estoque da empresa. Palavras-chave: Gestão de Estoque; Curva ABC; Pandemia; Cadeia de Suprimentos; Mercado de Análises clínicas. 6 ABSTRACT GUEDES, Vinícius. EFEITOS DA PANDEMIA NA GESTÃO DE ESTOQUE: um estudo sobre a análise comparativa da curva ABC em uma empresa do setor de análises clínicas. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2022 (Monografia de Graduação.) With the pandemic rise in 2020, companies in the diagnostics sector have gained important prominence in the fight against COVID-19, since they play a fundamental role in providing products for the diagnosis of this disease. In this new context, it becomes increasingly challenging to predict and manage product inventory. The present work aims to study the effects of the pandemic on the inventory management of a company in the diagnostics sector from a bibliographic study of the ABC curve and inventory management, investigating how inventory management is inserted within the concept of logistics and supply chain to later apply a case study to identify how the pandemic affected the ABC classification of the items of the researched company, comparing the dynamics of the ABC classification between the years 2019 to 2021. It was detected that there was a change in the list of items from classes A, B and C in the years studied, indicating the strong impact of the pandemic on the company’s inventory management. Keywords: Inventory Management; ABC Curve; Pandemic; Supply Chain; Diagnostics Market. 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Fases da Logística..........................................................14 Figura 2 – Analogia da Caixa D’agua...............................................16 Figura 3 – Acumulação de estoques em uma empresa fictícia........21 Figura 4 – Curva ABC de estoques em uma empresa fictícia..........22 Figura 5 – Curva ABC 2019.............................................................24 Figura 6 – Quadro de Classes ABC 2019........................................24 Figura 7 – Curva ABC 2020.............................................................25 Figura 8 – Quadro de Classes ABC 2020…………………………….26 Figura 9 – Concentração do Dímero-D em pacientes acometidos pela COVID-19............................................................... 27 Figura 10 – Curva ABC 2021.............................................................28 Figura 11 – Quadro de Classes ABC 2021…………………………….28 Figura 12 – Gráfico do Faturamento de 2019, 2020, 2021……..........29 8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO................................................................................9 2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................112.1. Logística e cadeia de suprimentos no contexto da gestão de estoques...........................................................................................11 2.2. Conceituando estoques...........................................................15 2.3. Classificação ABC....................................................................19 3. ANÁLISE E RESULTADOS OBTIDOS........................................23 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................35 APÊNDICE A – RELAÇÃO DE ITENS 2019....................................38 APÊNDICE B – RELAÇÃO DE ITENS 2020....................................40 APÊNDICE C – RELAÇÃO DE ITENS 2021....................................42 9 1. INTRODUÇÃO Durante o ano de 2020, o mundo foi impactado pela rápida disseminação da COVID-19. O avanço da contaminação dessa doença afetou profundamente aspectos sociais, econômicos, culturais e políticos de toda a humanidade, se agravando em pouco tempo para uma realidade de pandemia. Segundo o instituto Butantan, “uma enfermidade se torna uma pandemia quando atinge níveis mundiais, ou seja, quando determinado agente se dissemina em diversos países ou continentes” (BUTANTAN, 2021). Diante desse contexto, as empresas do ramo de análises clínicas assumiram um papel de grande importância no combate ao Coronavírus, auxiliando os profissionais de saúde e a população no diagnóstico da doença. Respostas rápidas precisavam ser dadas mesmo numa realidade de tantas restrições e dificuldades impostas pela pandemia. Para atender a sociedade de forma célere e efetiva, os esforços referentes a uma gestão de estoques adequada tornaram-se uma missão ainda mais desafiadora na medida que busca uma assertividade na previsão de demandas em um cenário tão incerto. Assim, discutir sobre os efeitos da pandemia na gestão de estoque de uma empresa do setor de diagnóstico se faz importante, uma vez que, através desse estudo pode-se melhor entender os desafios e oportunidades gerados num setor tão chave no combate ao vírus. Dessa forma, destaca-se o caráter estratégico e a criticidade da gestão de estoque, já que o atendimento adequado de uma demanda pode significar não só a satisfação de um cliente, mas também a preservação de vidas. Além disso, essas demandas causadas pela pandemia tornam ainda mais evidente a necessidade de se adaptar para se manter competitivo, principalmente num mercado aquecido como o de diagnóstico. Através de uma discussão acerca dos impactos sofridos nesse período conseguimos contar com uma ferramenta bastante útil que auxiliará na tomada de decisão e na aplicação do método mais adequado de gestão de estoque. Desse modo, a análise crítica do comportamento da curva ABC antes e durante a pandemia se torna importante e necessária para a identificação das principais necessidades de uma empresa e para a definição da melhor estratégia de gestão para evitar possíveis problemas, atendendo essas demandas de forma satisfatória nesse momento tão delicado. 10 Considerando os principais elementos da conjuntura até aqui apresentada, o presente estudo estabelece como problema de pesquisa a compreensão dos efeitos de uma pandemia na classificação ABC dos itens de uma empresa do ramo de análises clínicas. Assim sendo, o objetivo geral passa a ser o estudo de caso do impacto causado pelo Coronavírus no mix de produtos de uma empresa do setor de diagnóstico, tendo como objetivos específicos a contextualização da gestão de estoque dentro da logística e da cadeia de suprimentos, a conceituação da gestão de estoque e do método ABC, discorrer sobre o comportamento da curva ABC antes e durante a pandemia e por fim, analisar os principais efeitos da pandemia na classificação ABC dos itens de uma empresa do ramo de análises clínicas. Para o devido desenvolvimento dos objetivos específicos explanados acima o presente estudo consiste em uma pesquisa aplicada, de caráter exploratório, que segundo Gil (2002, p.41): [...] tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito. Pode envolver levantamento bibliográfico ou entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Dentro desse método, este trabalho visa apresentar os conceitos de gestão de estoque e do método de classificação ABC dentro do contexto da logística e da cadeia de suprimentos, e por fim apresentar e analisar os principais efeitos da pandemia na classificação ABC dos itens de estoque de uma linha de uma empresa do ramo de análises clínicas. Nesse sentido, os resultados serão analisados de forma qualitativa e quantitativa, a partir da coleta de informações de fontes secundárias, reunindo a revisão de literatura com base em livros, produções acadêmicas e conteúdos publicados por especialistas, além de um estudo de caso em que será utilizado dados da empresa pesquisada. Como ponto de partida, será apresentado no próximo capítulo a contextualização da gestão de estoques dentro da Logística e da Cadeia de Suprimentos, partindo para a introdução da gestão de estoques e o esclarecimento do método ABC no capítulo 2, e finalizando com o estudo de caso da curva ABC, no período de 2019 a 2021, numa empresa que trabalha com produtos para diagnósticos médicos num contexto de pandemia. 11 2.0. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. LOGÍSTICA E CADEIA DE SUPRIMENTOS NO CONTEXTO DA GESTÃO DE ESTOQUES Conforme apontado, este trabalho se propõe a analisar o comportamento da Curva ABC antes e durante a pandemia em uma empresa de análises clínicas. A análise da curva ABC é uma ferramenta muito utilizada na gestão de estoque e, portanto, é importante entender o contexto em que a gestão de estoque está inserida para o desenvolvimento do estudo. A gestão de estoque é uma das atividades principais da logística, que, por sua vez, é uma parte significante da Cadeia de Suprimentos. Todos esses conceitos estão interligados e são chaves para entendermos o ambiente em que a gestão de estoque está presente e como eles convergem no âmbito de uma empresa. Por isso, faz-se necessário explicar um pouco da origem e evolução dos conceitos de logística, cadeia de suprimentos e gestão de estoque. Até meados do século XX os conhecimentos logísticos estavam muito atrelados ao contexto militar, sendo vistos mais como uma ferramenta de apoio operacional para movimentação de tropas, armas, remédios, alimentos etc. Conforme explica Novaes (2007, p. 31): Na sua origem, o conceito de Logística estava essencialmente ligado às operações militares. Ao decidir avançar suas tropas seguindo uma determinada estratégia militar, os generais precisavam ter, sob suas ordens, uma equipe que providenciasse o deslocamento, na hora certa, de munição, viveres, equipamento e socorro médico para o campo de batalha. Por se tratar de um serviço de apoio, sem o glamour da estratégia bélica e sem o prestígio das batalhas ganhas, os grupos logísticos militares trabalhavam em silêncio, na retaguarda. A partir do final da Segunda Guerra Mundial os esforços logísticos passaram a ganhar um maior reconhecimento e os conceitos de logística começaram a aparecer não só em contextos militares, mas também em ambientes corporativos. Esse cenário fomentou o interesse nos estudos acerca do tema, o que culminou no surgimento, em 1963, do que hoje conhecemos como Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP); uma renomada associação global para profissionais que trabalham com a gestão da Cadeia de Suprimentos. Através de seu glossário esse conselho definiu a logística como: 12 O processo de planejamento, implementaçãoe controle para o eficiente e efetivo transporte e armazenamento dos bens, incluindo serviços, e informações relacionadas do ponto de origem ao ponto de consumo com o propósito de atender a demanda dos clientes. (CSCMP, 2013, p.117, tradução nossa)1 Ballou (2006) corrobora com essa definição, destacando sua abrangência em relação ao acompanhamento do processo desde o tratamento dos produtos como matéria-prima até seu descarte final. Já Christopher (2018) evidencia o caráter plural da logística em sua definição, apresentando seu aspecto estratégico nos fluxos de aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, dando grande relevância a maximização das rentabilidades. Para o autor a missão da Gestão logística é atender os clientes com a melhor relação custo-benefício. Diante do exposto, podemos afirmar que a visão logística deixa de estar concentrada apenas na distribuição física, como era nas operações militares, e passa a ganhar contornos mais complexos, tendo a maximização das rentabilidades e a busca em prover o cliente com o nível de serviço desejado como dois dos objetivos principais. Nasce então a Logística Empresarial, em que todo o esforço empenhado desde o planejamento até a execução do que foi elaborado junto aos fornecedores e parceiros logísticos visa ao melhor atendimento ao cliente e busca satisfazer a demanda integralmente e no momento certo, com o menor custo. Ballou (2006) destaca que a novidade trazida pela Logística Empresarial deriva do conceito de gestão coordenada de atividades inter-relacionadas e da agregação de valor a produtos e serviços essenciais para a satisfação do consumidor e o aumento das vendas. Ele também divide essas atividades inter-relacionadas em atividades-chave e atividades de suporte. Sendo as atividades-chave: os serviços ao cliente, transporte, gerência de estoques e os fluxos de informação e processamento de pedido; e as atividades de suporte: armazenagem, manuseio, compras, embalagem, cooperação e manutenção. A coordenação e operação de todas essas atividades dentro de uma estrutura integrada e eficiente, se torna o grande desafio das empresas na corrida pelo 1Logistics: The process of planning, implementing, and controlling procedures for the efficient and effectivetransportation and storage of goods including services, and related information from the point of origin to the pointof consumption for the purpose of conforming to customer requirements. This definition includes inbound, outbound,internal, and external movements. 13 diferencial competitivo. Se bem trabalhada, a logística pode agregar valor de lugar, tempo, qualidade e informação ao sistema. Assim como a logística empresarial ampliou o conceito de transporte, uma nova concepção chamada cadeia de suprimentos surgiu no ramo empresarial e veio enriquecer o ponto de vista logístico, como declarou Claude Machline na 51ª edição da Revista de Administração de Empresas, publicada em 2011. A evolução da complexidade das atividades logísticas fez com que o estudo sobre a gestão da cadeia de suprimentos fosse algo cada vez mais procurado no mundo corporativo e, para esclarecer esse tópico, pode-se recorrer a definição dada pela CSCMP: A gestão da cadeia de suprimentos engloba o planejamento e gestão de todas as atividades envolvidas no abastecimento e compras, produção e todas as atividades de gestão logística. Importante dizer que também inclui a coordenação e colaboração com parceiros, que podem ser fornecedores, intermediários, prestadores de serviço e clientes. Em essência, a gestão da cadeia de suprimentos integra a gestão de fornecimento e demanda dentro das empresas e entre elas. (CSCMP, 2013, p. 187, tradução nossa)2 Através dessa definição pode-se entender a gestão da cadeia de suprimentos como poderosa ferramenta de integração dos processos logísticos, unindo os elos da cadeia não só dentro da empresa, mas principalmente fora dela, estabelecendo assim uma relação maior com fornecedores e clientes. Essa relação aprofundada, inclusive, é o que diferencia a gestão logística da gestão da cadeia de suprimentos. "Enquanto a logística Integrada representa uma integração interna de atividades, o Supply Chain Management (SCM) representa sua integração externa. (FIGUEIREDO; ARKADER, 1998). Já Pires (2008) acrescenta dois processos como característicos da SCM: o ESI (Early Supplyer Involvment) que destaca o envolvimento dos fornecedores desde a fase inicial de concepção de um produto e o CRM (Customer Relationship Management) que busca uma melhor gestão no relacionamento com os clientes. Ambos esses processos são classificados por Pires como fatores de diferenciação da 2Supply Chain Management (SCM) as defined by the Council of Supply Chain Management Professionals(CSCMP): "Supply Chain Management encompasses the planning and management of all activities involved insourcing and procurement, conversion, and all logistics management activities. Importantly, it also includescoordination and collaboration with channel partners, which can be suppliers, intermediaries, third-party serviceproviders, and customers. In essence, supply chain management integrates supply and demand management withinand across companies. 14 SCM em relação a Logística, pois, segundo o autor, tanto a ESI quanto o CRM não são práticas logísticas. A Cadeia de Suprimentos acabou se tornando uma evolução natural da Logística frente aos desafios empresariais que demandavam novas soluções e maior integração. Essa maior integração, inclusive, fez com que alguns autores preferissem o termo Rede de Suprimentos. É o caso de Lamming (2000) que apesar de reconhecer a popularidade do termo cadeia de suprimentos, sugere que ele é uma metáfora imperfeita para tratar de questões relacionadas a SCM, pois ela raramente apresenta um comportamento linear e, portanto, segundo o autor, o termo rede de suprimentos seria mais adequado. Machline (2011) propõe um modelo visual bem explicativo sobre a evolução dos conceitos expostos até aqui, como é possível observar na Figura 1 abaixo: Figura 1 — Fases da logística Fonte: Adaptado de Machline (2011, p. 236) Como podemos ver, o autor apresenta um processo que se desenvolve a partir de uma cadeia de suprimentos com baixo nível de integração entre os participantes (era do transporte), passando por fases intermediárias, onde os atores passam a ter uma maior relação de troca (era da logística empresarial e da cadeia de suprimentos), até chegar ao cenário aonde a empresa focal faz parte de um ambiente altamente complexo e integrado (era da rede de suprimentos). 15 Diante do exposto, pode-se afirmar que a Gestão Cadeia de Suprimentos vem caminhando ao longo dos anos em direção a uma integração cada vez maior. Essa integração que também pode ser entendida como a extensão da coordenação do fluxo de materiais e informação para o fornecedor e o cliente final busca, dentre outras coisas, uma assertividade maior na previsão de demanda. Por isso, também é importante a discussão sobre gestão de estoques. 2.2. CONCEITUANDO ESTOQUES Nesse cenário pandêmico que vivemos desde março de 2020, as incertezas fazem parte do cotidiano. Com isso uma gestão de estoque efetiva ganha papel ainda mais importante para as empresas, pois com a correta aplicação de métodos de controle apropriados elas podem ser mais assertivas em relação a demanda e ao nível de estoque e com isso ganhar em competitividade. Segundo Ballou (2006), a Gestão de Estoque é umas das atividades-chave da Logística. O autor destaca como escopo da Gestão de Estoque as políticas de estocagem de matérias-primas e produtos acabados; a previsão de vendas a curto prazo; a variedade de produtos nos pontos de estocagem; o número, tamanho e localização dos pontos de estocagem e as estratégias just-in-time, de empurrare de puxar. A partir desse escopo, pode-se constatar que vários elementos compõem a gestão de estoque e alguns deles serão explanados no trabalho, mas para começar é preciso explicar o que são estoques. Segundo Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018) estoques podem ser descritos como a acumulação de materiais, clientes ou informações à medida que fluem através de processos ou redes. Os estoques são, frequentemente, resultado de fluxos irregulares. Eles existem pois é costume haver uma diferença entre a taxa de suprimento e a de demanda e essa diferença gera acúmulos. Uma analogia comum é a do tanque d'água, representada abaixo na Figura 2: 16 Figura 2 — Analogia da Caixa D'água Fonte: Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018, p. 486) Como podemos ver na figura 2, a taxa de suprimento de água no tanque difere da taxa em que a água é demandada num determinado período e por isso a importância do tanque d'água (estoque) para manter o abastecimento. O estoque aumenta quando a taxa de suprimento é maior do que a taxa de demanda, assim como o estoque diminui quando a taxa de demanda é maior que a de suprimento. Uma organização será bem-sucedida na diminuição dos níveis de estoque caso consiga igualar as taxas de suprimento e demanda, porém a maioria das empresas enfrenta desigualdades entre essas taxas (SLACK; BRANDON-JONES; JOHNSTON, 2018). Essas desigualdades costumam contribuir para a manutenção de estoques e explicam muitos dos benefícios, enumerados por Ballou (2006), para a manutenção desses estoques como: (1) proporcionar economias ao permitir operações mais longas e prolongadas, já que com estoques suficientes para funcionar como "pulmão" o volume de produção pode ser desacoplado da variação da demanda; (2) incentivar economias em compras e transporte, pois aquisições em grandes quantidades podem proporcionar desconto nos preços, assim como o despacho em quantidades maiores gera redução nos custos de transporte; (3) antecipar a demanda, caso seja esperada uma alta de preços no futuro é justificável comprar antecipadamente apesar do aumento de estoque que essa compra acarretará; (4) reduzir o impacto da inconstância dos prazos ao longo do canal de suprimentos, já que essa inconstância pode gerar incertezas com provável impacto sobre os custos operacionais e sobre os níveis de serviço ao cliente; (5) prolongar a operação durante choques não planejados 17 como greves trabalhistas, desastres naturais, aumentos imprevistos da demanda e atrasos no abastecimento. Apesar dos motivos a favor dos estoques listados acima, o autor também enumera algumas razões para se evitar o seu acúmulo e, dentre elas, podemos citar: (1) os estoques podem ser vistos como desperdício, uma vez que absorvem capital que teria utilização mais rentável se destinado a incrementar a produtividade e a competitividade; (2) os estoques desviam a atenção da existência de problemas da qualidade, como a correção desses problemas pode ser bem mais demorada, a primeira medida costuma ser reduzir os estoques para proteger o capital investido; (3) os estoques provocam isolamento sobre o gerenciamento global do canal de suprimento, pois, com estoques, não são incentivadas, as oportunidades que surgem do processo integrado de tomada de decisões, já, sem estoques, é mais difícil evitar o planejamento e a coordenação ao longo dos vários elos do canal de suprimentos. A partir dos motivos a favor e contra os estoques, torna-se importante entender também os tipos de estoque existentes. Aqui, o trabalho contará, mais uma vez, com a colaboração de Ballou (2006). O autor divide os tipos de estoque em cinco categorias distintas: estoques no canal, estoques de especulação, estoques de ciclo, estoques de segurança e o estoque obsoleto. Estoques no canal podem ser entendidos como estoques em trânsito entre os elos da cadeia ou estoques em processo entre operações de produção; estoques de especulação ocorrem quando a especulação com os preços superam as necessidades previsíveis da operação, exemplos são a antecipação às vendas sazonais e as compras antecipadas devido a possível aumento de preço; os estoques de ciclo são os estoques necessários para suprir a demanda média durante o tempo transcorrido entre sucessivos reabastecimentos; os estoques de segurança são um "pulmão" contra a variabilidade na demanda e nos prazos de reposição, esta quantidade extra é um acréscimo ao estoque normal necessário para suprir as condições da demanda média e do prazo de entrega médio, caso fosse possível prever com certeza os prazos de entrega e demanda não seria necessário a manutenção desse tipo de estoque; já o estoque obsoleto é a parte do estoque que se deteriora, fica ultrapassada ou acaba sendo perdida/roubada durante um armazenamento prolongado, é fundamental adotar precauções com produtos de alto valor, perecíveis ou fáceis de roubar. 18 Pode-se incluir os tipos de estoque e os motivos que influenciam uma política a favor ou contra os estoques nas empresas dentro do contexto da gestão de estoques que, segundo Martins e Alt (2009), constitui uma série de ações que permitem ao administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localizados, bem manuseados e bem controlados. A partir dessa definição pode-se entender que essas ações que constituem a gestão de estoque têm por objetivo maximizar o efeito lubrificante do feedback de vendas e ajustar o planejamento e a programação da produção, ao mesmo tempo que busca minimizar o capital investido em estoque, já que ele é de alto custo e aumenta de acordo com o custo financeiro (DIAS, 2010). Esse conflito entre a disponibilidade de estoque e a vinculação de capital pode gerar também um conflito entre departamentos, visto que para o setor de vendas é interessante um estoque elevado para atender os clientes, porém, para o setor financeiro, é preferível estoques reduzidos para diminuir o capital investido. A gestão de estoque, portanto, assume também o papel de conciliar esses conflitos interdepartamentais, sem prejudicar a operacionalidade da empresa e a definição e execução da política de estoques. A definição de políticas de estoques, inclusive, apresenta função integradora relevante na intermediação dessa divergência entre os diferentes setores da empresa, na medida que estabelece padrões que sirvam de guia para os gestores responsáveis pelo estoque e estabelece critérios para medir o desempenho do departamento. De maneira geral, segundo Dias (2010), as políticas de estoque tem as seguintes diretrizes: (1) metas quanto a tempo de entrega dos produtos ao cliente; (2) definição do número de depósitos e/ou almoxarifados e da lista de materiais a serem estocados neles; (3) até que níveis deverão flutuar os estoques para atender a uma alta ou baixa das vendas ou a uma alteração de consumo; (4) até que ponto será permitido a especulação com estoques, fazendo compra antecipada com preços mais baixos ou comprando uma quantidade maior para obter desconto; (5) definição da rotatividade dos estoques. O autor destaca ainda a importância da definição dessas políticas ao bom funcionamento da administração de estoque, ressaltando os itens 3 e 5, pois são neles que serão medidos o capital investido em estoque. Para a avaliação e medição de como as políticas de estoque estão sendo desempenhadas existem vários métodos de análise e controle de estoques que auxiliam os gestores, dentre eles, pode-se citar a classificação ABC como uma das 19 formas mais usuais de examinar estoques. Esse método de análise é o foco do presente trabalho e por isso uma explanação mais aprofundada sobre seu conceito e aplicação torna-se necessária. 2.3. CLASSIFICAÇÃO ABC A classificação ABC de itens, de acordo com Martins e Alt (2009), é uma análise que consiste na verificaçãodo consumo, em valor monetário ou quantidade, dos itens de um estoque. A partir dessa verificação do consumo, que costuma ser realizada em períodos de seis meses ou um ano, é possível classificar os itens em ordem decrescente de importância, sendo os mais importantes denominados como itens de classe A, os de importância intermediária definidos como itens de classe B e, por fim, os que são considerados menos importantes se enquadram na categoria de classe C. A classe A é constituída de poucos itens (15 a 20% do total), que são responsáveis por aproximadamente 80% do valor dos estoques, portanto, apesar de constituírem uma pequena parcela do total de itens, essa classe merece uma atenção especial devido ao seu alto valor monetário. A classe B apresenta uma quantidade média de itens (35% a 40% do total), que representam aproximadamente 15% do valor dos estoques, são itens intermediários de importância relativa. A classe C constitui uma grande quantidade de itens (40% a 50% do total) que tem uma representação baixa no valor dos estoques, de 5% a 10%, logo, podem ser considerados menos importantes (CHIAVENATO, 2005). Em relação as porcentagens de cada classe, Martins e Alt (2009), dão uma importante contribuição ao afirmar que não existe uma forma totalmente aceita sobre o percentual do total dos itens pertencentes a cada classe, portanto, o autor estabelece que os itens da classe A podem representar algo entre 35 e 70%, a classe B pode variar de 10 a 45% e a classe C vai representar o percentual restante. Com isso, pode-se dizer que as empresas têm certa flexibilidade para estipular o percentual de cada classe de acordo com as especificidades de seus estoques. Esse sistema de classificação ABC, também conhecido como Lei de Pareto ou curva 80-20, tem origem nos estudos realizados pelo economista italiano Vilfredo Pareto (1842-1923) sobre a distribuição de renda entre as populações. Ele verificou que uma pequena parcela da população, cerca de 20%, apresentava um grande 20 percentual da renda, aproximadamente 80%. A partir desse trabalho de Pareto, alguns engenheiros da General Electric, sob a orientação de H. Ford Dickie, traçaram um paralelo, no início da década de 1950, sobre os "efeitos de distribuição de renda" na Administração de Materiais para os vários itens de uma organização. Eles concluíram que, no universo de itens da empresa, uma pequena porcentagem representava maior valor de consumo e, portanto, carecia de uma maior atenção por parte da gestão de estoques (GONÇALVES, 2010). A partir das conclusões alcançadas pelo time de engenheiros da General Electric, o princípio de Pareto começou a ganhar força no ambiente de negócios, com aplicação destacada na gestão de estoques, em que recebeu a denominação de classificação ou curva ABC. Esse método de classificação virou um importante instrumento para identificação de itens que justifiquem um tratamento diferenciado, podendo ser implementada de diferentes formas, como tempo de reposição, valor de demanda/consumo, inventário, aquisições realizadas, dentre outras, porém a principal é a classificação por valor de consumo (VIANA, 2006). Essa classificação por valor de consumo servirá como base para a aplicação da metodologia ABC ao longo do trabalho, portanto, a partir do que foi exposto até aqui sobre a curva ABC, cabe ressaltar o principal objetivo de sua análise: O principal objetivo da análise ABC é identificar os itens de maior valor de demanda e sobre eles exercer uma gestão bem mais refinada, especialmente porque representam altos valores de investimentos e seu controle mais apurado vai permitir grandes reduções nos custos dos estoques (GONÇALVES, 2010, p. 179). Para explicar como é construída uma curva ABC, será adotada a explicação de Chiavenato (2005), segundo o autor para uma devida construção da curva ABC é preciso organizar os itens do negócio em ordem decrescente de acordo com seu valor de consumo, após essa etapa será estabelecida as porcentagens em relação ao valor global, para em seguida acumular as porcentagens de cada item e verificar as classes que cada item vai pertencer: A, B ou C. Como exemplo, suponha que determinada empresa apresente os itens listados na Figura 3 abaixo, que foram organizados de acordo com o roteiro proposto acima para a elaboração da curva ABC: 21 Figura 3 — Acumulação de estoques numa empresa fictícia Fonte: Adaptado de Chiavenato (2005, p. 80) A partir do exposto na Figura 3 é possível classificar os itens A, B e C da organização. Os itens de 1 a 4 acumulam 81% do valor monetário dos estoques e fazem parte da classe A, portanto requerem maior atenção da gestão; na classe B encontra-se os itens de 5 a 10, que acumulam 15% do valor monetário e devem receber importância intermediária; por fim, fazem parte da classe C os demais itens, que compõem 4% do valor monetário dos estoques e não tem tanta relevância. Com essa classificação ABC pronta, já pode-se transferir os dados para um gráfico cartesiano, apresentado na Figura 4, aonde vamos chegar no perfil da curva ABC dessa empresa fictícia. 22 Figura 4 — A Curva ABC de estoques numa empresa fictícia Fonte: Adaptado de Chiavenato (2005, p. 81) A Figura 4 mostra como ficou a configuração final da curva ABC no exemplo citado; interessante notar que, apesar da classificação ABC se basear no bom senso e na conveniência dos responsáveis pela gestão de estoques, já que é possível a variação das porcentagens de cada classe de acordo com a necessidade da empresa, não é observada uma grande diferença entre a configuração da curva ABC nas diferentes organizações. Com base no que foi explicitado durante o desenvolvimento deste capítulo, será elaborado o estudo de caso, apresentado no próximo capítulo, sobre a análise da dinâmica da curva ABC nos anos de 2019, 2020 e 2021 numa linha de itens de uma empresa que atua na distribuição de produtos para diagnóstico médico. 23 3. ANÁLISE E RESULTADOS OBTIDOS Como visto no capítulo anterior, a classificação ABC procura listar os itens que tem maior impacto no valor de consumo e, portanto, exigem maior atenção da gestão de estoques. Nesse sentido, este capítulo busca apresentar, baseado na metodologia ABC, os itens de maior relevância da empresa avaliada, assim como comparar a dinâmica entre os produtos e as classes no triênio 2019/2020/2021. A partir dessa comparação será analisada possíveis mudanças no rol dos produtos mais importantes da organização e o papel da gestão de estoques nesse contexto. Os dados que serão apresentados a seguir foram coletados a partir do sistema ERP utilizado pela empresa pesquisada, esses dados foram posteriormente tratados através da ferramenta Microsoft Excel e com o auxílio dessa ferramenta foram construídos os gráficos que fazem parte deste trabalho. Em relação a empresa foco do estudo, trata-se de uma organização que importa e distribui produtos para análises clínicas e químicas. Situada no setor da saúde, desenvolve parcerias com hospitais, laboratórios e universidades, além de outros distribuidores espalhados pelo Brasil para a comercialização dos itens em estoque. Importante ressaltar que os valores monetários retratados no trabalho representam o faturamento referente a cada item no período examinado e que, para a presente pesquisa, optou-se por restringir a análise a apenas uma das linhas comercializadas pela empresa, portanto, o estudo não vai discorrer sobre a totalidade dos itens em catálogo da organização. Para efeitos da classificação ABC, o trabalho tomou como base os ensinamentos de Chiavenato (2005) e adotou o bom senso para determinar a porcentagem de cada classe. A partir dos resultados obtidos e a fim de estabelecer um padrão entre os anos comparados foi estipulado que os itens que correspondema 81% do valor acumulado do faturamento anual pertencem a classe A, os itens que correspondem a classe B estarão entre 81% e 96% do valor acumulado do faturamento anual e os itens restantes compõem a classe C. Portanto, com base nos dados coletados a respeito do faturamento anual da empresa estudada no ano de 2019, a curva ABC se apresenta da seguinte forma: 24 Figura 5 — Curva ABC 2019 Fonte: O autor (2022) Através da interpretação da figura acima pode-se chegar à conclusão abaixo: Figura 6 — Quadro resumido da classificação ABC em 2019 Fonte: O autor (2022) Sendo assim, em 2019, 11,11% do total de itens da linha pesquisada corresponderam a 78,75% do faturamento anual e foram classificados na classe A, tornando-se com isso os itens que merecem uma atenção especial por parte da gestão da empresa por acumularem um percentual considerável do faturamento no ano; na classe B encontra-se 20,37% dos itens que representam 16,75% do faturamento do período e na classe C observa-se que 68,52% dos itens constituem 4,5% do faturamento e, por isso, podem receber menos atenção no planejamento de gestão de estoque. A relação total de itens pode ser encontrada no apêndice 1 deste trabalho. Essa dinâmica estabelecida de que os itens A são os mais importantes e os C menos importantes tem gerado certo debate entre os gestores de estoque segundo 25 Slack, Brandon-Jones e Johnston (2018). Os autores afirmam que alguns desses gestores acreditam que os itens de classe B e, principalmente, C precisam ser rigidamente controlados, enquanto os de classe A podem ser deixados de lado. Isso se deve ao fato dos itens da categoria C serem responsáveis pelos maiores desafios da gestão de estoque, já que representam a maior parte do investimento em estoques, normalmente entre metade e dois terços. Além disso, se erros de previsão gerarem estoque excedentes a tendência é aumentar ainda mais esse custo, já que os itens da classe C costumam demorar mais para serem vendidos ao passo que para os itens da classe A esse excesso não teria grande importância, uma vez que já podem ser comercializados rapidamente. Essa perspectiva tem seu valor na medida que direciona uma luz para o grau de relevância dado aos itens da classe C. Talvez seja exagero considerá-los como a classe que mais necessita de um controle por parte da gestão de estoque, mas essa abordagem mostra que, apesar de impactarem menos no faturamento, os itens da classe C têm seu grau de relevância para a empresa e não podem ser completamente descartados. Pode-se observar isso na curva ABC abaixo referente ao ano de 2020 da empresa analisada. Figura 7 — Curva ABC 2020 Fonte: O autor (2022) 26 A partir do exposto na figura 6 que representa o gráfico da curva ABC chega- se na tabela abaixo: Figura 8 — Quadro resumido da classificação ABC em 2020 Fonte: O autor (2022) Em 2020 verifica-se que os itens da classe A correspondem a 6,15% do total de itens e 80,53% do faturamento total do ano; os itens da classe B representam 12,31% do total de itens e 15,30% do faturamento; com os itens da classe C significando 81,54% do total de itens e 4,16% do faturamento anual. Os números mostram que, em 2020, a empresa estudada apresentou um cenário peculiar em relação a classe C, o que demandou um olhar mais atento por parte da gestão de estoques já que, apesar de menor impacto no faturamento, essa classe representou mais que 80% do total de itens analisados, porcentagem expressiva demais para ser desprezada e que ganha ainda mais relevância quando nos referimos à produtos que são voltados para a saúde humana. Importante notar também que no ano retratado os resultados foram fortemente impactados pelo avanço da COVID-19 e partir desse contexto social, a empresa precisou se adaptar à nova realidade vivida e incorporou no mercado testes que auxiliavam no diagnóstico do vírus. Conforme pode-se ver no apêndice 2 a classe A é formada por apenas quatro itens, sendo que, desses quatro, três se referem aos testes para COVID-19. O D- dímero ou dímero-D é o único item que se manteve na classe A em relação ao ano de 2019 e aqui cabe uma reflexão sobre o porquê disso. Evitando termos médicos, pode-se dizer que o dímero-D é usado para auxiliar no diagnóstico de indivíduos com sintomas de doenças que causam formação aguda e/ou crônica de coágulos no sangue (BONIFACIO et al., 2021). Ainda de acordo com 27 os autores, observou-se que os níveis de concentração do dímero-D apresentavam diferença significativa entre os indivíduos infectados pela COVID-19 que sobreviviam e os não sobreviventes, como mostra a figura abaixo: Figura 9 — Concentração do Dímero-D em pacientes acometidos pela COVID-19 Fonte: Adaptado de Zhou et al. (2020, p. 1061) Diante do exposto, e baseado nas conclusões de Bonifacio et al. (2021), pode- se associar os níveis elevados de dímero-D, ou seu aumento ao longo dos dias, com o aumento da mortalidade do vírus. Portanto, o uso do dímero-D ganhou ainda mais relevância durante a pandemia, pois se tornou um marcador capaz de indicar a gravidade do indivíduo hospitalizado, e assim auxiliar no acompanhamento das pessoas com COVID-19. Por esse motivo, não surpreende que em 2021 o D-dímero tenha permanecido entre os itens da classe A, já que, apesar de um maior conhecimento sobre a doença e do começo da vacinação em massa, a sociedade mundial ainda vive num estado pandêmico e que carece de cuidados. Dito isto, na figura 7 abaixo aponta-se como ficou a estrutura da curva ABC no ano de 2021: 28 Figura 10 — Curva ABC 2021 Fonte: O autor (2022) Diante da dinâmica observada, pode-se resumir os dados através da tabela abaixo Figura 11 — Quadro resumido da classificação ABC em 2021 Fonte: O autor (2022) Em 2021 verifica-se que 10% dos itens foram responsáveis por 80,29% do faturamento no ano e, portanto, pertencem a classe A; 17,50% dos itens correspondem a 15,63% do faturamento e fazem parte da classe B; a classe C é composta por 72,50% dos itens que representam 4,08% do faturamento do período. O apêndice 3 três mostra a relação de todos os itens que integram a classificação ABC de 2021, através dessa relação nota-se que os itens relacionados à COVID-19 continuam tendo destaque na relação dos itens classificados como A, com ênfase para os já citados testes de dímero-D. De acordo com a matéria de Rosa e Tadeu (2022) veiculada pelo portal CNN Brasil, o Brasil encerrou 2021 com 412.880 29 mortes decorrentes dessa doença, um aumento de aproximadamente 111,79% em relação a 2020, que registrou 194.949 óbitos pela doença. Esse aumento, indica também um acréscimo no número de casos graves da doença no país. E já esse crescimento dos casos agravados, possivelmente, justifica o dímero-D ter sido o item responsável pelo maior faturamento no ano. Com a apresentação dos dados de cada ano, se faz relevante fazer uma análise comparativa da dinâmica da classificação ABC dos itens, para o melhor esclarecimento de como se deu o impacto da pandemia da COVID-19 no estoque de itens dessa linha pesquisada. Num primeiro momento chama a atenção a diferença no faturamento anual da organização em cada ano estudado, principalmente o referente a diferença do faturamento de 2019 para o de 2020. A figura 12 representa a classificação ABC a partir do faturamento anual no triênio 2019/2020/2021, conforme abaixo: Figura 12 — GRÁFICO DOS FATURAMENTOS DE 2019, 2020 E 2021 Fonte: O autor (2022) A partir da imagem acima, verifica-se como essa linha deu um salto no faturamento de 2019 para 2020, saindo de uma receita anual de R$ 5.357.226,82 no primeiro ano, para R$ 75.316,280,02 no segundo ano analisado. Como dito, é possível perceber que esse movimento sofreu forte influência do períodopandêmico já que a 30 partir desse cenário a empresa se movimentou para começar a distribuir no Brasil os testes para detecção do vírus no organismo e esses materiais impulsionaram esse elevado aumento no faturamento anual de 2020, sendo o teste para determinação de anticorpos contra o SARS-CoV-2 sozinho responsável por um faturamento de R$ 39.814.012,55, o que representa mais de 50% do faturamento dessa linha em 2020. Consequentemente, essa proporção expressiva de apenas um item acabou reduzindo o número de itens presentes na classe A. Além disso, esse aumento de mais de 1000% do faturamento de 2019 em relação a 2020 gerou dados curiosos na comparação entre os anos. Considerando o item Ichroma II, por exemplo, que teve um aumento no faturamento de mais de 300% entre os anos analisados, passando de R$ 1.036.500,00 em 2019 para R$ 4.292.855,00 em 2020. Avaliando apenas a classificação ABC nota-se que esse mesmo item passou da classe A em 2019 para a classe B em 2020, apesar do aumento no faturamento. Isso mostra que o gestor de estoque precisa analisar com bastante cuidado a relevância que dará a cada item do estoque, sendo possivelmente indicado recorrer a ferramentas auxiliares no apoio à decisão. Explorando a dinâmica entre os produtos, o faturamento e as classes referentes ao ano de 2021 pode-se destacar o aumento no número total de itens comercializados pela linha estudada, que passou de 54 em 2019 para 80 em 2021. Além disso, o número de itens que compõem as classes A e B é o maior no período estudado. Em relação ao faturamento, apesar da queda de 2020 para 2021, se comparado ao faturamento de 2019 o valor obtido em 2021 ainda representa um aumento considerável nas receitas. Esses números mostram que a linha analisada se expandiu no mercado brasileiro durante a pandemia, evidenciando a necessidade de adaptação aos desafios impostos pelo vírus da COVID-19. No caso da empresa analisada, a solução para o enfrentamento das dificuldades geradas por esse momento de exceção foi o lançamento de novos produtos que tinham ligação direta com as demandas da população e dos órgãos de saúde por testagem em massa para o auxílio no combate ao SARS-CoV-2. Esses novos lançamentos tiveram um impacto direto no aumento do faturamento da organização e na mudança da dinâmica de classes dos itens da empresa e, ainda hoje, são responsáveis por boa parte do faturamento total do negócio, porém verifica-se que a curva ABC de 2021 se assemelha mais a de 2020 do que a de 2019, apesar de estar num patamar totalmente diferente. 31 Nesse sentido, cabe ressaltar que o ano de 2020, influenciado pelo início da pandemia, aparenta ser um caso de exceção em relação a classificação ABC da linha de produtos pesquisada, já que apresenta uma dinâmica diferente da observada nos outros anos estudados. Apesar das classes de produtos de 2019 e 2021 apresentarem produtos diferentes, a estrutura das curvas desses anos se assemelham bastante, tendendo a se adequar ao que propõe Chiavenato (2005), ao dizer que a curva ABC costuma assumir configurações semelhantes. 32 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a ascensão da pandemia causada pela COVID-19 no ano de 2020, diversas empresas tiveram seus negócios impactados por conta desse novo contexto social. As empresas do ramo de diagnóstico não fugiram a essa realidade, uma vez que muitas foram responsáveis por fornecer materiais e produtos que auxiliam no diagnóstico dessa doença. Nesse cenário, o setor de logística dessas empresas enfrentou grandes desafios para suprir essas novas demandas do mercado e, com isso, uma maior integração da cadeia de suprimentos fez-se necessária para que fornecedores, empresas e clientes melhor entendessem as dificuldades enfrentadas por cada elo da cadeia. Essa integração, muito valorizada em contextos normais, ganha ainda mais importância numa conjuntura pandêmica, pois auxiliará o gestor de estoques no planejamento do volume de compras dentro do cenário de incerteza gerado pela pandemia e, nesse planejamento, o método de classificação ABC pode ser uma importante ferramenta de apoio para a tomada de decisão. Dentro desse contexto, o trabalho teve como objetivo analisar a estrutura da curva ABC nos anos de 2019, 2020 e 2021 para assim verificar a realidade antes e durante a pandemia e com isso identificar os impactos causados pela COVID-19 na classificação ABC dos itens da linha pesquisada. Entendendo o método ABC de classificação de itens como uma ferramenta muito utilizada na gestão de estoque, inicialmente, foi realizada uma revisão bibliográfica para compreender o contexto em que a gestão de estoque está inserida, e nesse sentido, foi verificado uma forte correlação da gestão de estoque com a logística e a cadeia de suprimentos, sendo a gestão de estoque uma das atividades- chave da logística. A evolução da complexidade das atividades logísticas, em que está inserida a gestão de estoque, deu origem a gestão da cadeia de suprimentos, que busca uma maior integração dos processos logísticos, unindo os elos da cadeia não só dentro da empresa, mas, principalmente, fora dela e com isso estabelecendo uma relação profunda entre fornecedor e cliente. Essa aproximação com fornecedores e clientes será chave para a gestão de estoque, pois auxiliará numa previsão de demanda mais assertiva e poderá acelerar o processo de compras. Através da revisão bibliográfica procurou-se também conceituar gestão de estoque e o método ABC. Em seguida foi realizado o estudo de caso, em que foi considerado apenas uma linha de itens da empresa pesquisada, para esse estudo foram coletados os dados de 33 2019, 2020 e 2021 de todos os itens comercializados no período. A partir dos dados coletados, os itens foram separados por categorias de importância, sendo os mais importantes classificados como itens A, os de importância intermediária recebendo a classificação B e os menos importantes tendo a classificação C. A partir desse método, foi estabelecido os itens prioritários em cada ano avaliado e, posteriormente, foi realizada uma análise comparativa entre esses anos. A partir dessa análise comparativa pode-se concluir que a pandemia alterou diretamente a dinâmica dos itens de cada classe, principalmente se for considerada a diferença de 2019 para 2020. Entre esses anos o faturamento aumentou mais de 1000%, impulsionado principalmente pelo começo da comercialização dos testes de COVID-19, dos quatro itens presentes na classe A em 2020, três são referentes ao teste e o outro é o dímero-D, que desempenha papel importante na análise da gravidade dos pacientes infectados pelo vírus. Esse item, inclusive, foi o único que esteve presente na classe A nos três anos pesquisados. Diante desse cenário, foi possível concluir também que a pandemia foi responsável por trazer alguns dados que, de certa forma, parecem incoerentes, como foi verificado com o item Ichroma II que teve um aumento no faturamento de 300% de 2019 para 2020. Porém, na classificação dos itens caiu da classe A para B. Por esse motivo, é indicado que a gestão de estoque avalie com bastante cuidado o grau de importância que dará para cada item, sendo ainda, sugerido a utilização de ferramentas auxiliares como o Controle de Giro, o CRM e o SRM, para apoiar nessa reflexão e tomada de decisão. O estudo constatou que a linha pesquisada teve um aumento considerável no mercado brasileiro, impulsionado principalmente pelos itens relacionados a COVID- 19, como os testes para a detecção do vírus. Em relação a estrutura da curva ABC, apesar do ano de 2020 ter fugido um pouco da estrutura usual, é interessante notar que mesmo estando em patamares totalmente diferentes em relação à valor absoluto, a configuração da curva nos anos de 2019 e 2021 foi semelhante, o que pode indicar uma tendênciaao reestabelecimento dos padrões observados antes da pandemia. Em resumo, a classificação ABC se apresenta como um importante método de controle para a gestão de estoque, já que a partir dessa classificação é possível estabelecer os itens que causam mais impacto no faturamento em determinado período e com isso a gestão pode estabelecer um sistema se prioridade nos itens da 34 organização, dando maior atenção para os itens classificados nas classes A e B. Porém, é recomendada a utilização de ferramentas auxiliares de gestão e controle de estoque pois, principalmente em períodos de exceção, o método pode apresentar algumas inconsistências, como a observada na classificação ABC de 2020, quando alguns itens apresentaram um aumento significativo no faturamento, mas se mantiveram na mesma classe ou até mesmo caíram de categoria. Por fim, a partir dos resultados explanados, acredita-se ser necessária a continuação dos estudos nos períodos futuros, visando obter um perfil completo de como foi a dinâmica dos estoques durante o período pandêmico. De forma complementar, é válido também encurtar os períodos analisados, podendo ser feita uma análise semestral, trimestral ou mensal da classificação ABC dos itens, pois como tudo acontece muito rápido nesse cenário de exceção ocasionado pelo Coronavírus, essas análises em períodos menores de tempo podem trazer recortes mais assertivos sobre como a mudança no mix de produtos está ocorrendo durante os anos. 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALLOU, Ronald H. GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS/LOGISTICA EMPRESARIAL. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BUTANTAN, Instituto. Entenda o que é uma pandemia e as diferenças entre surto, epidemia e endemia. São Paulo, 2021. Disponível em: <https://butantan.gov.br/covid/butantan-tira-duvida/tira-duvida-noticias/entenda-o- que-e-uma-pandemia-e-as-diferencas-entre-surto-epidemia-e-endemia>. Acesso em: 30 de jan. de 2022. BONIFACIO, Victoria Frigerio et al. DÍMERO-D: UM MARCADOR DA GRAVIDADE DO COVID-19. 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Classe 109799 ICHROMA TN-I 4.332 2% R$ 1.401.216,20 26,16% 26,16% A 109930 ICHROMA II 138 4% R$ 1.036.500,00 19,35% 45,50% A 109804 ICHROMA D-DIMER 1.118 6% R$ 501.766,09 9,37% 54,87% A 110059 ICHROMA NT- proBNP 559 7% R$ 453.075,00 8,46% 63,33% A 109801 ICHROMA CK-MB 1.400 9% R$ 433.935,52 8,10% 71,43% A 109811 ICHROMA BETA-HCG 1.958 11% R$ 392.571,10 7,33% 78,75% A 110035 HEMOCHROMA MICROCUVETTES 4X50 UNID 548 13% R$ 150.178,86 2,80% 81,56% B 109802 ICHROMA MYOGLOBIN 431 15% R$ 134.497,74 2,51% 84,07% B 110056 ICHROMA HbA1c 743 17% R$ 109.568,75 2,05% 86,11% B 109947 ICHROMA ICHAMBER 103 19% R$ 97.940,48 1,83% 87,94% B 109976 AFIAS 6 4 20% R$ 95.000,00 1,77% 89,72% B 109815 ICHROMA PCT 213 22% R$ 76.905,00 1,44% 91,15% B 109808 ICHROMA PSA 333 24% R$ 54.697,50 1,02% 92,17% B 109891 ICHROMA VITAMIN D 171 26% R$ 51.430,52 0,96% 93,13% B 110087 ICHROMA TSH PLUS 224 28% R$ 46.935,13 0,88% 94,01% B 110031 HEMOCHROMA PLUS 21 30% R$ 40.927,50 0,76% 94,77% B 109975 AFIAS 1 2 31% R$ 39.000,00 0,73% 95,50% B 110034 HEMOCHROMA PLUS CONTROL SET 3X0,2ML 199 33% R$ 31.870,96 0,59% 96,09% C 109986 AFIAS TN-I PLUS 94 35% R$ 28.773,22 0,54% 96,63% C 110060 BODITECH CARDIAC CONTROL 134 37% R$ 23.604,00 0,44% 97,07% C 109990 AFIAS NT-PROBNP 22 39% R$ 16.078,50 0,30% 97,37% C 109988 AFIAS CK-MB 51 41% R$ 15.951,30 0,30% 97,67% C 109864 ICHROMA CORTISOL 53 43% R$ 13.445,60 0,25% 97,92% C 109806 ICHROMA HS CRP 53 44% R$ 12.645,71 0,24% 98,16% C 109987 AFIAS MYOGLOBIN 29 46% R$ 9.249,70 0,17% 98,33% C 109989 AFIAS D-DIMER 19 48% R$ 9.022,79 0,17% 98,50% C 110191 ICHROMA TN-I PLUS 24 50% R$ 8.746,10 0,16% 98,66% C 109816 ICHROMA PCT CONTROL 6 52% R$ 8.662,50 0,16% 98,82% C 110049 BODITECH HORMONE CONTROL 55 54% R$ 7.802,45 0,15% 98,97% C 109863 ICHROMA TESTOSTERONE 30 56% R$ 7.763,22 0,14% 99,11% C 110122 BODITECH D-DIMER CONTROL 50 57% R$ 7.277,11 0,14% 99,25% C 110086 ICHROMA T4 32 59% R$ 6.755,00 0,13% 99,38% C 39 110084 ICHROMA T3 23 61% R$ 4.865,00 0,09% 99,47% C 109813 ICHROMA CRP 21 63% R$ 4.298,34 0,08% 99,55% C 110128 AFIAS TOTAL BETA- HCG 14 65% R$ 3.432,56 0,06% 99,61% C 109797 ICHROMA READER 2 67% R$3.000,00 0,06% 99,67% C 110088 ICHROMA FSH 12 69% R$ 2.520,02 0,05% 99,71% C 110089 ICHROMA PROGESTERONE 18 70% R$ 2.425,50 0,05% 99,76% C 109890 TUBE BLOCK CFPO- 80 35 72% R$ 2.336,62 0,04% 99,80% C 109862 ICHROMA PRL 7 74% R$ 2.136,01 0,04% 99,84% C 110085 ICHROMA LH 7 76% R$ 1.470,02 0,03% 99,87% C 110057 BODITECH HbA1C CONTROL 15 78% R$ 1.449,25 0,03% 99,90% C 109868 ICHROMA FERRITIN 3 80% R$ 1.152,00 0,02% 99,92% C 110137 BODITECH TN-PLUS CONTROL 6 81% R$ 919,00 0,02% 99,94% C 110032 HEMOCHROMA PLUS CALIBRATOR 30 83% R$ 834,90 0,02% 99,95% C 110066 BODITECH - SYSTEM BOARD 1 85% R$ 604,63 0,01% 99,96% C 109869 ICHROMA MICROALBUMIN 1 87% R$ 518,40 0,01% 99,97% C 110058 I-CHROMA SYSTEM CHECK CARTRIDGE 12 89% R$ 428,87 0,01% 99,98% C 109805 ICHROMA D-DIMER CONTROL 9 91% R$ 345,95 0,01% 99,99% C 110033 HEMOCHROMA PLUS CONTROL 1X0,2ML 5 93% R$ 214,50 0,00% 99,99% C 109892 BODITECH VITAMIN D CONTROL 2 94% R$ 200,00 0,00% 99,99% C 109807 ICHROMA HS CRP CONTROL 2 96% R$ 192,50 0,00% 100,00% C 110063 BODITECH - ID CHIP SOCKET PCB 5 98% R$ 61,86 0,00% 100,00% C 110071 AFIAS-1 ID CHIP B/D 2 100% R$ 27,34 0,00% 100,00% C Total 13381 R$ 5.357.226,82 40 APÊNDICE B — RELAÇÃO DE ITENS 2020 Código Descrição do Item Qtd Qtd Acum. Faturamento % % acumulada faturam. Classe 110274 ICHROMA COVID-19Ab 26544 2% R$ 39.814.012,55 52,86% 52,86% A 110307 ICHROMA COVID-19 Ag 4331 3% R$ 7.378.235,22 9,80% 62,66% A 109804 ICHROMA D-DIMER 12372 5% R$ 6.900.726,21 9,16% 71,82% A 110273 AFIAS COVID-19 Ab 3119 6% R$ 6.560.179,16 8,71% 80,53% A 109930 ICHROMA II 496 8% R$ 4.292.855,08 5,70% 86,23% B 109799 ICHROMA TN-I 5447 9% R$ 2.047.060,03 2,72% 88,95% B 110059 ICHROMA NT-proBNP 1345 11% R$ 1.312.770,37 1,74% 90,69% B 110308 AFIAS COVID-19 Ag 640 12% R$ 1.268.055,12 1,68% 92,38% B 109989 AFIAS D-DIMER 1459 14% R$ 829.139,71 1,10% 93,48% B 109811 ICHROMA BETA-HCG 2999 15% R$ 701.792,93 0,93% 94,41% B 109976 AFIAS 6 15 17% R$ 611.000,00 0,81% 95,22% B 109801 ICHROMA CK-MB 1254 18% R$ 464.269,65 0,62% 95,84% B 109975 AFIAS 1 22 20% R$ 405.900,00 0,54% 96,37% C 109986 AFIAS TN-I PLUS 876 22% R$ 342.227,46 0,45% 96,83% C 110056 ICHROMA HbA1c 1396 23% R$ 244.593,93 0,32% 97,15% C 109990 AFIAS NT-PROBNP 262 25% R$ 240.765,55 0,32% 97,47% C 109815 ICHROMA PCT 563 26% R$ 240.053,67 0,32% 97,79% C 109988 AFIAS CK-MB 605 28% R$ 238.281,34 0,32% 98,11% C 110191 ICHROMA TN-I PLUS 460 29% R$ 193.722,90 0,26% 98,37% C 109947 ICHROMA ICHAMBER 107 31% R$ 149.430,97 0,20% 98,56% C 109802 ICHROMA MYOGLOBIN 403 32% R$ 138.527,49 0,18% 98,75% C 109891 ICHROMA VITAMIN D 366 34% R$ 131.485,95 0,17% 98,92% C 109808 ICHROMA PSA 482 35% R$ 96.507,15 0,13% 99,05% C 110087 ICHROMA TSH PLUS 378 37% R$ 94.953,34 0,13% 99,18% C 109987 AFIAS MYOGLOBIN 204 38% R$ 76.810,43 0,10% 99,28% C 110060 BODITECH CARDIAC CONTROL 194 40% R$ 45.703,80 0,06% 99,34% C 109806 ICHROMA HS CRP 159 42% R$ 45.096,57 0,06% 99,40% C 110086 ICHROMA T4 154 43% R$ 39.424,63 0,05% 99,45% C 110035 HEMOCHROMA MICROCUVETTES 101 45% R$ 37.271,16 0,05% 99,50% C 109813 ICHROMA CRP 132 46% R$ 33.801,40 0,04% 99,55% C 110128 AFIAS TOTAL BETA- HCG 107 48% R$ 33.502,83 0,04% 99,59% C 110122 BODITECH D-DIMER CONTROL 183 49% R$ 32.708,48 0,04% 99,63% C 109868 ICHROMA FERRITIN 75 51% R$ 28.946,19 0,04% 99,67% C 110266 ICHROMA TOTAL IGE 64 52% R$ 26.130,77 0,03% 99,71% C 110084 ICHROMA T3 87 54% R$ 22.669,86 0,03% 99,74% C 110031 HEMOCHROMA PLUS 8 55% R$ 17.844,00 0,02% 99,76% C 110049 BODITECH HORMONE CONTROL 91 57% R$ 17.110,92 0,02% 99,78% C 110088 ICHROMA FSH 69 58% R$ 17.073,26 0,02% 99,81% C 41 109816 ICHROMA PCT CONTROL 11 60% R$ 16.388,64 0,02% 99,83% C 110316 ICHROMA ZIKA IGG/IGM 14 62% R$ 14.903,58 0,02% 99,85% C 110226 AFIAS WASHING CARTRIDGE 54 63% R$ 12.877,70 0,02% 99,87% C 110085 ICHROMA LH 48 65% R$ 11.871,33 0,02% 99,88% C 109864 ICHROMA CORTISOL 48 66% R$ 11.807,84 0,02% 99,90% C 110089 ICHROMA PROGESTERONE 48 68% R$ 11.480,05 0,02% 99,91% C 109862 ICHROMA PRL 40 69% R$ 10.404,81 0,01% 99,93% C 109863 ICHROMA TESTOSTERONE 39 71% R$ 9.863,04 0,01% 99,94% C 110137 BODITECH TN-PLUS CONTROL 40 72% R$ 8.398,65 0,01% 99,95% C 110318 ICHROMA H.PYLORI 8 74% R$ 7.464,63 0,01% 99,96% C 109890 TUBE BLOCK 76 75% R$ 6.829,36 0,01% 99,97% C 110034 HEMOCHROMA PLUS CONTROL SET 24 77% R$ 6.727,57 0,01% 99,98% C 109991 AFIAS CRP 15 78% R$ 4.735,50 0,01% 99,98% C 110330 ICHROMA ANTI-CCP PLUS 3 80% R$ 2.862,60 0,00% 99,99% C 110058 I-CHROMA SYSTEM CHECK CARTRIDGE 48 82% R$ 2.771,78 0,00% 99,99% C 110192 BODITECH CRP CONTROL 8 83% R$ 1.644,50 0,00% 99,99% C 109993 AFIAS HBA1C 5 85% R$ 1.121,25 0,00% 100,00% C 110057 BODITECH HbA1C CONTROL 7 86% R$ 870,67 0,00% 100,00% C 109892 BODITECH VITAMIN D CONTROL 5 88% R$ 777,40 0,00% 100,00% C 110072 BODITECH - ICHROMA II MAINBOARD 1 89% R$ 633,36 0,00% 100,00% C 110082 BODITECH - ICHROMA II ANDROID MODULE 1 91% R$ 316,68 0,00% 100,00% C 110138 BODITECH TN-PLUS CALIBRATOR 1 92% R$ 299,00 0,00% 100,00% C 110074 BODITECH - ICHROMA II LCD MODUEL 1 94% R$ 197,92 0,00% 100,00% C 110267 BODITECH TOTAL IGE CONTROL 1 95% R$ 194,35 0,00% 100,00% C 110033 HEMOCHROMA PLUS CONTROL 2 97% R$ 145,48 0,00% 100,00% C 110075 BODITECH – ICHROMA II ID CHOP SOCKET MODULE 2 98% R$ 36,42 0,00% 100,00% C 110071 AFIAS-1 ID CHIP B/D 1 100% R$ 15,83 0,00% 100,00% C Total 68120 R$ 75.316.280,02 42 APÊNDICE C — RELAÇÃO DE ITENS 2021 Código Descrição do Item Qtd Qtd Acum. Faturamento % % acumulada faturam. Classe 10984 ICHROMA D-DIMER 2219 1% R$ 12.411.448,33 22,24% 22,24% A 110274 ICHROMA COVID-19 Ab 1080 3% R$ 11.345.481,00 20,33% 42,58% A 110307 ICHROMA COVID-19 Ag 7641 4% R$ 10.981.166,26 19,68% 62,26% A 109930 ICHROMA II 332 5% R$ 2.758.403,06 4,94% 67,20% A 109799 ICHROMA TN-I 5575 6% R$ 2.164.967,82 3,88% 71,08% A 110308 AFIAS COVID-19 Ag 1196 8% R$ 2.039.071,51 3,65% 74,73% A 109989 AFIAS D-DIMER 3028 9% R$ 1.758.304,89 3,15% 77,89% A 110367 ICHROMA COVID-19 nAb 1092 10% R$ 1.341.679,50 2,40% 80,29% A 110273 AFIAS COVID-19 Ab 836 11% R$ 1.245.610,70 2,23% 82,52% B 110059 ICHROMA NT-proBNP 1189 13% R$ 1.155.222,09 2,07% 84,59% B 109811 ICHROMA BETA-HCG 4279 14% R$ 1.034.385,62 1,85% 86,45% B 109815 ICHROMA PCT (PROCALCITONIN) 2355 15% R$ 986.418,25 1,77% 88,21% B 109990 AFIAS NT-PROBNP 658 16% R$ 645.166,88 1,16% 89,37% B 109986 AFIAS TN-I PLUS 1552 18% R$ 637.021,77 1,14% 90,51% B 110191 ICHROMA TN-I PLUS 1157 19% R$ 484.824,76 0,87% 91,38% B 109801 ICHROMA CK-MB 1252 20% R$ 467.398,19 0,84% 92,22% B 109988 AFIAS CK-MB 966 21% R$ 452.824,89 0,81% 93,03% B 110056 ICHROMA HbA1c 227223% R$ 411.160,47 0,74% 93,77% B 110379 ICHROMA III 12 24% R$ 368.900,00 0,66% 94,43% B 109976 AFIAS 6 9 25% R$ 363.900,00 0,65% 95,08% B 109891 ICHROMA VITAMIN D 677 26% R$ 248.084,71 0,44% 95,53% B 110370 ICHROMA IL-6 157 28% R$ 221.991,09 0,40% 95,92% B 110035 HEMOCHROMA MICROCUVETTES 4X50 UNID 602 29% R$ 207.675,90 0,37% 96,30% C 109947 ICHROMA ICHAMBER 127 30% R$ 180.505,00 0,32% 96,62% C 109868 ICHROMA FERRITIN 407 31% R$ 159.108,33 0,29% 96,90% C 109802 ICHROMA MYOGLOBIN 444 33% R$ 158.830,22 0,28% 97,19% C 110087 ICHROMA TSH PLUS 564 34% R$ 150.881,89 0,27% 97,46% C 110368 AFIAS COVID-19 nAb 113 35% R$ 144.994,32 0,26% 97,72% C 110128 AFIAS TOTAL BETA-HCG 400 36% R$ 142.133,18 0,25% 97,97% C 109813 ICHROMA CRP 478 38% R$ 113.200,66 0,20% 98,18% C 109808 ICHROMA PSA 518 39% R$ 107.664,19 0,19% 98,37% C 109987 AFIAS MYOGLOBIN 254 40% R$ 101.868,76 0,18% 98,55% C 109806 ICHROMA HS CRP 275 41% R$ 79.226,02 0,14% 98,69% C 110316 ICHROMA ZIKA IGG/IGM 60 43% R$ 61.474,87 0,11% 98,80% C 110266 ICHROMA TOTAL IGE 138 44% R$ 59.710,57 0,11% 98,91% C 109975 AFIAS 1 3 45% R$ 59.100,00 0,11% 99,02% C 110122 BODITECH D-DIMER CONTROL 275 46% R$ 56.530,42 0,10% 99,12% C 110331 AFIAS PCT PLUS 42 48% R$ 51.464,70 0,09% 99,21% C 43 110060 BODITECH CARDIAC CONTROL 209 49% R$ 47.503,35 0,09% 99,30% C 110034 HEMOCHROMA PLUS CONTROL SET 3X0,2ML 197 50% R$ 44.292,13 0,08% 99,38% C 110086 ICHROMA T4 149 51% R$ 39.447,71 0,07% 99,45% C 110394 AFIAS CARDIAC TRIPLE 30 53% R$ 31.105,70 0,06% 99,50% C 110084 ICHROMA T3 84 54% R$ 23.109,90 0,04% 99,54% C 110336 ICHROMA RSV 20 55% R$ 22.486,14 0,04% 99,58% C 110049 BODITECH HORMONE CONTROL 117 56% R$ 22.126,24 0,04% 99,62% C 110309 BODITECH PCT CONTROL 28 58% R$ 21.082,12 0,04% 99,66% C 110384 ICHROMA CARDIAC TRIPLE 21 59% R$ 20.265,00 0,04% 99,70% C 110031 HEMOCHROMA PLUS 8 60% R$ 19.342,75 0,03% 99,73% C 110137 BODITECH TN-PLUS CONTROL 84 61% R$ 17.371,90 0,03% 99,76% C 110318 ICHROMA H.PYLORI S/A 14 63% R$ 14.907,35 0,03% 99,79% C 110088 ICHROMA FSH 54 64% R$ 14.289,01 0,03% 99,82% C 110226 AFIAS WASHING CARTRIDGE 58 65% R$ 13.423,95 0,02% 99,84% C 110335 ICHROMA INFLUENZA A+B 10 66% R$ 11.975,37 0,02% 99,86% C 109862 ICHROMA PRL 41 68% R$ 10.867,70 0,02% 99,88% C 109863 ICHROMA TESTOSTERONE 35 69% R$ 9.674,72 0,02% 99,90% C 109864 ICHROMA CORTISOL 48 70% R$ 9.614,00 0,02% 99,92% C 110085 ICHROMA LH 36 71% R$ 9.559,55 0,02% 99,93% C 110089 ICHROMA PROGESTERONE 28 72% R$ 7.058,83 0,01% 99,94% C 109890 TUBE BLOCK 59 74% R$ 4.990,18 0,01% 99,95% C 110057 BODITECH HbA1C CONTROL 21 75% R$ 4.575,86 0,01% 99,96% C 110330 ICHROMA ANTI-CCP PLUS 4 76% R$ 3.817,78 0,01% 99,97% C 110058 I-CHROMA SYSTEM CHECK CARTRIDGE 39 77% R$ 2.444,34 0,00% 99,97% C 110292 AFIAS-6/ICHROMA II LCD 7 79% R$ 2.167,04 0,00% 99,98% C 110192 BODITECH CRP CONTROL 13 80% R$ 2.137,85 0,00% 99,98% C 110385 ICHROMA STREP A 2 81% R$ 1.401,92 0,00% 99,98% C 109991 AFIAS CRP 13 82% R$ 1.252,36 0,00% 99,99% C 109892 BODITECH VITAMIN D CONTROL 6 84% R$ 1.175,67 0,00% 99,99% C 109993 AFIAS HBA1C 4 85% R$ 897,00 0,00% 99,99% C 110296 AFIAS-6 BARCORD MODULE 1 86% R$ 810,59 0,00% 99,99% C 44 110075 BODITECH - ICHROMA II ID CHOP SOCKET MODULE 29 87% R$ 761,24 0,00% 99,99% C 109865 ICHROMA CYSTATIN C 3 89% R$ 750,00 0,00% 99,99% C 110283 AFIAS-6 TIP ADAPTOR 3 90% R$ 715,23 0,00% 99,99% C 110285 AFIAS-6 SYRINGE 1 91% R$ 667,54 0,00% 100,00% C 110337 AFIAS FERRITIN 1 92% R$ 601,12 0,00% 100,00% C 110371 AFIAS SYSTEM CHECK CARTRIDGE 6 94% R$ 470,40 0,00% 100,00% C 110032 HEMOCHROMA PLUS CALIBRATOR 7 95% R$ 379,51 0,00% 100,00% C 110284 AFIAS-6 TUBING 1 96% R$ 286,09 0,00% 100,00% C 110303 PRINTER (63-00111+ PRINTER MODULE + PRINTER COVER + CONTROL BOARD) 1 97% R$ 286,09 0,00% 100,00% C 110138 BODITECH TN-PLUS CALIBRATOR 1 99% R$ 149,50 0,00% 100,00% C 110063 BODITECH - ID CHIP SOCKET PCB 3 100% R$ 63,08 0,00% 100,00% C Total 7550 R$ 55.798.104,63