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I. Introdução ESTUDO sUMÁRIo DJ\ ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS PARTIDOS pouncos BRASILEIROS* Carmen Valeria Soares Muniz** 1. Introdução; 2. Partidos políticos: primeiras notfcias; 3. A evolução par tidária no Brasil; 4. Criticas ao sistema partidário; 5. Consideraçõesfinais. Os partidos políticos já foram objeto de diversas conceituações por parte dos mais abalizados historiadores e politic610gos de nossa hist6ria. No entanto, trata-se de assunto atual e de suma importância, o que veio a ense jar a feitura deste artigo. Procedeu-se à pesquisa documental, recorrendo-se a livros, dicionários técni co-científicos e revistas especializadas, a fim de se recolher as contribuições cul turais ou científicas existentes sobre o assunto. Quanto aos impressos sem periodicidade, foram utilizados, a título de documen tação indireta, obras literárias de estudiosos do assunto, dicionários especializa dos na ciência do direito e em ciências sociais num todo, assim como textos le gais. Dentre as r~vistas especializadas, foram util.izadas a Revista de Ciência Pol(tica do Instituto de Qi(eito Público e Ciência Política da Fundação Getulio Vargas, no período compreeriãido entre 1955 e 1984; Dados:. Revista de Ciências Sociais, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj); Pol(tica e Estratl gia, Revista do Centro de Estudos Estratégicos do Convívio - Sociedade Brasilei ra de Cultura; e Problemas Brasileiros, publicação do Conselho Técnico de Eco nomia, Sociologia e Política da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Pretende-se abordar os aspectos demonstradores de evolução dos partidos polí ticos brasileiros, desde nossas primeiras Constituições, não se deixando de apurar suas falhas e omissões, assim como as críticas que porventura surjam em relação aos mesmos. Perquirindo-se os aspectos negativos das organizações partidárias, sejam os que vêm desde o seu nascedouro, ou os provenientes de seus pr6prios representantes, que denigrem a imagem dos partidos a que são filiados, crê-se qu~ se poderá le vantar possíveis causas da atual crise do sistema político-partidário brasileiro. Citando em sua obra a definição de Hans Kelsen, Borges de Medeiros nos apresenta a concepção do pensador acerca dos partidos políticos. Para Kelsen, os partidos políticos consubstanciam-se em "agrupamentos espontâneos de homens de uma mesma opinião, compenetrados da necessidade de um esforço comum, em prol de seus ideais e interesses". 1 * Quero deixar registrada a significativa colaboração do Prof. Nei Roberto da Silva Oliveira, do Instituto de Direito Público e Ciência Política (lNDIPO) da Fundação Getulio Vargas, que leu e comentou este trabalho. ** Bacharel em direito e pesquisadora do Instituto de Direito Público e Ciência Política (INDlPO) da Fun dação Getulio Vargas. 1 Medeiros, Borges de. O poder moderador na República presidencial. Edição da S.A. Diário de Pemambu co, 1933. p. 14. R. c.pol., Rio de Janeiro, 31(4):45-59, ou t.I dez. 1988 Cabe ainda o registro da concepção já adotada por Themístocles Brandão Ca valcanti na década de 60, segundo o qual "o partido é por natureza um agrupa mento de indivíduos, a princípio representando apenas grupos sociais reunidos por uma identidade de pensamento e de ação e depois se aperfeiçoando com objetivos políticos e ideoI6gicos". 2 Mas adiante, o autor supramencionado manifestou-se acerca dos partidos políti cos da seguinte forma: "são organizações destinadas a congregar os eleitores que participam dos mesmos interesses ou das mesmas ideologias ou da mesma orien tação política, em relação aos problemas fundamentais do País".3 Joaquim Pimenta, entretanto, formulou a idéia de que" ( ... ) nestes dois últimos séculos, os partidos políticos são agremiações que visam, ordinariamente, por su frágio popular, excepcionalmente, por um golpe de força, à conquista ou à partici pação do poder".' Apesar de se tratar de assunto já amplamente debatido e estudado, seja na área da hist6ria, ciência política ou sociologia, este é um tema de incessante interesse por parte de todos, tendo-se em vista a constante mutação do processo de for mação e estruturação partidária. 5 Pois, muito embora se dê conta da existência de uma enormidade de informações, obtidas a partir desses mesmos estudos, estes não têm sido aproveitados de maneira satisfat6ria. A esse respeito, tem-se a elucidativa afirmação do Senador Afonso Arinos de Melo Franco: "Variadas são as causas da fraqueza dos nossos partidos atuais e elas têm sido focalizadas, em estudos recentes, por cientistas políticos (os traba lhos dos Profs. David Fleischer e Vamireh Chacon são citados, ambos edições da Universidade de Brasília). É digno de menção o fato de que, à medida que se sucedem e se aprimoram, en tre DÓS, os estudos sobre os partidos políticos, em nada progride a legislação sobre eles, embora ininterrupta, nem se aprimora o seu funcionamento. Isto quer dizer que a política progride como ciência, mas continua atrasada como ação". e Registre-se, entretanto, que com a referência à mutabilidade constante do pro cesso partidário, em momento algum tencionou-se criticar esta incessante alte ração, vez que tal circunstância consubstancia-se numa das caraterísticas da evo lução do pensamento e comportamento humanos. Deve-se considerar tal movimen to como uma tentativa permanente de aperfeiçoamento do homem, através de suas normas. Neste sentido, tem-se a lição de Themístocles Brandão Cavalcanti, relativamen te aos programas partidários: "Seria insensato não s6 afirmar a imutabilidade dos programas pol(ticos, como também predeterminar a posição relativa dos homens em face dos fatos e das circunstâncias do momento. Tudo na pol(tica é contingente, flexível, variável e somente dentro desse qua dro na adaptação aos fatos é possível manter a continuidade e a 16gica dos pro gramas pol(ticos." 7 2 Cavalcanti, Themístocles Brandão. Partidos políticos. Revista de Ciência PolIiica, Rio de Janeiro, FIUl dação Getulio Varga'i, 6(1): 5-38,janJabr.1963. 3 Id. ibid. p. 5. • Pimenta, Joaquim. Os partidos políticos nos estados democráticos. ReWsta de Ciência PoIIticq, Rio de Ja neiro, FlUldaçOO Getulio Varga'i, 1 (1): 19-28,jan.ljun. 1958. 5 Ver anexo. e Franco, Afonso Arinos de Melo. Os partidos políticos brasileiros. ReWsta de Ciência PoIftica, Rio de Ja neiro, FlUldação Getullo Vargas, 25 (2): 7-13, maiofago. 1982. 7 Cavalcanti, Themístocles Brandão. Introdução d cibIcia poI/tial. 3. ed. Rio de Janeiro, Fundação Getulio Vargas, 1978. p. 96. 46 R.C.P.4/88 2. Partidos polfticos: primeiras notfcias Tendo sua origem por volta do último quartel do século XVII" (embora muitos historiadores se refiram a partidos políticos ao se reportarem à Atenas de Arist6te les, ou a Roma - quando, na verdade, não configuravam "partidos", mas sim clas ses sociais), os partidos políticos têm atravessado esses séculos em busca de estru turas que pudessem, efetivamente, zelar pelos interesses da sociedade, através da conquista e exercício do poder político. Nos diversos países onde se implantaram e desenvolveram, revestiram-se das mais diferentes características. Os tipos de organização, tanto a nível te6rico, co mo prático, assim como os mecanismos de ação, assumiram as mais variadas feições. Com relação ao caso brasileiro, que retém nosso maior interesse, tem-se que sua formação não foi diferente da apontada anteriormente. A pr6posito, nos ensina o Prof. Afonso Arinos que foi sob a égide da Consti tuição de 1824, "reformada em 1834, no sentido liberal, pelo chamado Ato Adi cional C .. ) e restaurada no sentido conservador pela Lei de 12 de maio de 1840, que interpretou aquele ato, que se processaram a arregimentação e a vida dos par tipos políticos no Império". Nesta época surgiram em nosso quadro político os partidos Liberal e Conservador, que por décadas dominaram o processo político brasileiro. "É possível - prossegue o autor -que identihquemos grupos e até associações políticas antes da Independência e da Constituição. A luta pela predominância de certos interesses sociais sobre outros, dentro do organismo do Estado, é sempre uma luta política e de grupos políticos, qualquer que seja o regime instituído no mesmo estado. Mas, no sentido técnico constitucional, não podemos chamar parti dos a tais grupos, mas, apenas, facções.'" Com efeito, na hist6ria partidária brasileira, s6 se poderá falar em "partidos", no verdadeiro sentido da palavra, nas primeiras décadas do século XIX pois, "an tes disso, faltavam às diversas tendências, doutrinas e ideologias em choque, no Brasil, um ambiente propício à organização partidária" 10 3. A evolução partidária no Brasil Foi durante o Império que o Brasil viveu o bipartidarismo - os partidos Liberal e Conservador, se alternavam no poder, de acordo com a bem-intencionada vonta de do Imperador. Mas, no dizer de Otávio Mendonça, "mesmo assim, a experiên cia foi válida. Com todas as suas deficiências, esses partidos simbolizaram o único regime parlamentar que, durante mais de meio século, manteve-se no continente americano"." Em 1870, com o surgimento do Partido Republicano (que perdurou até IS89), o dualismo referido foi alterado. Proclamada a República, sobreveio o fenômeno da fragmentação partidária. Partidos estaduais, eleições sob a forma distrital e sem voto secreto. Período das ~ Franco, Afonso Arinos de Melo. Hist6ria e teoria dos partidos,pollticos no Brasil. 3. ed. São Paulo, Alfa - Omega, 1980. p. 9. , Id. ibid. p. 25. '0 Id. ibid. " Mendonça, Otávio. Partidos poHticos brasileiros. Revista de Ciência Polftica, Rio de Janeiro, FlDldação Getulio Vargas, 24 (1): 18-29,jan.labr. 1981. Partidos polfticos 47 chamadas "eleições a bico de pena", em que a representação carecia de autentici dade e legitimidade, o que veio a constituir um dos reclamos da Revolução de 1930. Os partidos estaduais tiveram lugar a partir de 1872, tendo a formação do Par tido Republicano Paulista (PRP) grande importância. Somente em 1945, com o Decreto-lei n!? 7.586 de 28 de maio daquele ano. que disciplinou o processo eleitoral e a formação dos partidos políticos, é que se pôs fim à chamada "política dos governadores" ou, ainda, "política dos estados" Esta política foi um meio que o poder federal encontrou para que se viabilizas se a ação federal junto aos estados, já que não se podia valer dos partidos nacio nais como instrumentos de governo. Em pesquisa realizada pelo Instituto de Direito Público e Ciência Política da Fundação Getulio Vargas, no ano de 1984, indagou-se a um segmento representa tivo da sociedade, constituído por professores universitários, personalidades em geral, prefeitos e dirigentes sindicais, acerca da possível reimplantação no Brasil de partidos políticos estaduais. Segundo o resultado da referida pesquisa, "C .. ) aproximadamente, sete em cada dez dos respondentes rejeitam a idéia de se implantar os partidos políticos esta duais; os peritos consultados, também enfatizam que todo partido político deve ter vocação nacional; as linhas programáticas de um partido político devem ser de âmbito nacional a fim de fortalecerem a própria unidade partidária; tratando-se de uma federação faz-se necessário tanto uma oposição coesa e dotada de expressão nacional, como um partido de situação igualmente dotado de expressão nacional. Além disso, os peritos afirmam que sendo federal a legislação partidária, os parti dos políticos deverão ser nacionais. Dizem eles que, no passado, os partidos locais eram a expressão do prestígio pessoal de determinados políticos". 12 Note-se que, embora presentes na vida nacional, os partidos nem sequer foram mencionados nas Constituições de 1824 e 1891. Com o Código Eleitoral, em 1932, instituiu-se o voto secreto, a representação proporcional e a Justiça Eleitoral, sendo tais novidades incluídas na Constituição de 1934. Os partidos permaneceram estaduais. Na carta de 37, tais instituições foram ignoradas, sendo extintas em dezembro daquele ano. Apesar das tentativas de formação de partidos nacionais nas décadas anteriores (Partido Comunista - 1922; Aliança Nacional Libertadora - 1935; Ação Integra lista - fechada em 1938), estes só vingaram realmente em. 1945. Surgem a União Democrática Nacional (UDN), o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Reinava o pluripartidarismo, sob a vigência de um novo Código Eleitoral. Em 1946, o Brasil abriu espaço para os partidos políticos em sua Constituição, dedicando-lhes alguns artigos. Durante esta época, devido à facilidade existente para a fundação de um parti do, tais instituições se multiplicaram. Entretanto, com a superveniência do Ato Institucional n!? 2, de 27 de outubro de 1965, os 13 partidos então registrados foram extintos. Os 13 partidos políticos extintos por força do AI n~ 2 foram: PSD (Partido So cial Democrático); UDN (União Democrática Nacional); PTB (Partido Trabalhista 12. Oliveira? I\ei Roberto da Silva. Estado esociedade. In: Por uma nova Constituição. As aspirações nacio naIS (relat6no de pesqwsa)/ org. Afonso Annos de Melo Franco. Revista de Ciência Polftica Rio de Janeiro Fundação Getulio Vargas, 28: 157, dez. 1984. " 48 R.C.P.4/88 Brasileiro); PSP (Partido Social Progressista); PR (Partido Republicàno); PDC (partido Democrata Cristão); PTN (Partido Trabalhista Nacional); PST (Partido SocialITra'7~lhista); PL (Partido Libertador); PCB (Pártido Comunista Brasileiro); PSB (Partido Socialista Brasileiro); PRT (Partido Rural Trabalhista) e PRP (Parti do Republicano Progressista). A propósito, argumenta Olavo Brasil de Lima Júnior que o sistema partidário vigente neste período poderia ser classificado de "altamente fragIrentado", mas apenas do ponto de vista formal; numa ótica legal-institucional, segundo ele. Afinna o autor que o número de partidos pol(ticos relevantes eleitoralmente eram em número bem menor do que o número de legendas existentes.13 Logo após, em novembro de 1965, foi instituído o Ato Complementar n2 4, que, de fonna indireta, veio a estabelecer o bipartidarismo. 14 Nascem a Aliança Renovadora Nacional (Arena) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), sob a égide da lei n2 4.740 de 15 de julho de 1965 (antiga Lei Orgânica dos Partidos Políticos) . A Constituição atual, Emenda Constitucional n2 1 de 1969, conferiu aos parti dos políticos, no Título 11, um capítulo inteiro (cap. 111), consubstanciado no art. 152. A Lei Orgânica dos Partidos Políticos é a de n2 5.682, de 21 de julho de 1971. Esta, por sua vez, foi alterada pela Lei n2 6.767 de 20 de dezembro de 1979, que extinguiu os partidos então existentes 15 e ensejou o retorno ao sistema pluri partidário, sendo posterionnente regulamentada pela Resolução n2 10.785, de 15 de fevereiro de 1980, do Tribunal Superior Eleitoral. A refonna partidária aprovada no final de 197918 deu ensejo ao surgimento de seis novos partidos: Partido Democrático Social (PDS), sucessor da extinta Arena; Partido do Movimento Democrático Brasileiro (pMDB), sucessor do extinto MDB; Partido Democrático Trabalhista (PDT) e Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que se fonnaram disputando a velha sigla do partido de Ivete Vargas; Par tido Popular (PP), depois reincorporado ao PMDB; e o Partido dos Trabalhadores (PT), que teve por base o "novo sindicalismo" e a figura de Luís Inácio da Silva. 4. Crfticas ao sistema partidá"io Hoje, encontramo-nos diante de um sistema multipartidário altamente fragmen tado, talvez devido a uma excessiva condescendência por parte das legislações eleitoral e partidária. Afinna Vamireh Chacon, às vésperas da reunião em Assembléia Nacional Constituinte dos nossos parlamentares, numa análise das possibilidades rle sucesso 13 Lima Junior, Olavo Brasil de. Os partidos polfticos brasileiros: a experiência federal e regional: 1945 -64. Rio de Janeiro. GraaJ. 1983.p. 148. 14 Ato Complementar n2 4 de 20 de novembro de 1965. Art. 12: "Aos membros efetivos do Congresso Na cional, em número não-inferior a 120 deputados e 20 senadores, caberá a iniciativa de promover a criação, dentro do prazo de 45 dias, de organizações que terão, nos termos do presente ato, atribuições de partidos políticos enquanto estes não se constitu(rem." In: Brasil (Leis, etc.) Coleção (ÚJs leis (ÚJ Repúb6ca Federativa doBrasi. Brasília, DF, Imp. Nacional, 1965. v. 7, p. 21-3. 15 Lei n2 6.767 de 20 de dezembro de 1979. Art. 22: "Ficam extintos os partidos criados como organi zações' com base no Ato Complementar n2 4, de 20 de novembro de 1965, e transformados em partidos de acordo com a Lei n2 4.740, de 15 de julho de 1965, por não preencherem, para seu funcionamento, os requi sitos estabelecidos nesta lei." In: Brasil (Leis, etc.) Coleção das /eis (ÚJ República Federativa do Brasil. Bras(- lia, DF, Imp. Nacional, 1979 v. 7, p. 182-9. . 18 BoIivar Lamounier e Alkimar Moura fazem intel"essante análise deste período no trabalho intitulado PoUtica econômica e abertura polftica no Brasil: 1973"1983. São Paulo, Idesp. 1984. Partidos po[(ticos 49 da nova Carta Magna: "A situação hoje do Brasil, às vesperas da Assembléia Na cional Constituinte para a elaboração da oitava Constituição brasileira não é ani madora, do ponto de vista partidário. Nada menos de 15 partidos proliferam hoje em pleno Congresso Nacional. Por fora, ainda em busca de votos para lá entrarem, há se não me engano mais outros 15. Na Câmara dos Deputados estão, natural mente, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o Partido da Frente Libe ral, o Partido Democrático Social, o Partido Democrático Trabalhista e o Partido dos Trabalhadores, com menos naturalidade, o Partido Trabalhista Brasileiro, relí quia dos tempos pré-1964, o único que sobreviveu ao lado do Partido Comunista Brasileiro" ou Partido Comunista do Brasil." Tendo em vista a trajetória atípica do Partido Comunista Brasileiro, decidiu-se examiná-lo sucintamente - tendo em vista os objetivos deste artigo numa perspec tiva histórica. O Partido Comunista Brasileiro, fundado em 25 de março de 1922 com o nome de Partido Comunista do Brasil e a sigla PCB, é o mais antigo partido político brasileiro. No entanto, atu~)U a maior parte de sua existência na ilegalidade. Três meses após sua fundação, durante o Governo de Epitácio Pessoa, o partido foi fechado, passando a atuar na ilegalidade. Somente em 1~ de janeiro de 1927, na vigência do Governo Washington Luís, é que o PCB passa para a legalidade. A partir desta data, circulou como órgão ofi ciaI do partido o jornal A Nação. Entretanto, com o advento da chamada Lei Celerada, de 12 de agosto de 1927, a ilegalidade passa a fazer parte novamente da vida do PCB, tendo como con seqüência a suspensoo d' A Nação. Em 1930, com a adesão formal de Luís Carlos Prestes ao comunismo, o partido viveu a fase da Liga Antiimperialista, desfrutando seis meses de legalidade após a Revolução de 30. A vigência da Constituição ditatorial de 1937, na qual o Presidente Getulio Vargas era o poder praticamente absoluto, veio agravar ainda mais a situação do partido, tendo em vista as medidas adotadas por ocasião de sua outorga (como a censura e perseguições políticas ocorridas, o fechamento do Congresso Nacional, a dissolução dos partidos políticos, entre outros). Isto fez com que, no início da década de 40, o partido se encontrasse desorga nizado, com a maioria de seus I íderes na prisão. Em 1945, durante a vigência do Decreto-lei n~ 7.586 (que disciplinou o proces so eleitoral e a formação de partidos políticos), o PCB requereu seu registro ao Tribunal Superior Eleitoral, obtendo-o em caráter definitivo a 10 de novembro da quele ano. Assim, o partido volta a atuar na legalidade. Cresce sobremaneira o número de filiados ao partido, pertencendo ao seu quadro nomes de peso como o de Graciliano Ramos, Jorge Amado, Cândido Portinari. Nas eleições de 1945, o PCB elegeu 14 deputados e um senador (Luís Carlos Prestes) galgando o lugar do quarto partido nacionalmente mais importante. Em 1946, entretanto, ocorreu um fato que dariá causa à volta do PCB à ilegali dade: em entrevista a jornalistas, que lhe perguntaram se, em caso de uma guerra 17 Sobre a história do Partido Comunista Brasileiro, ver ChiIcote, Ronald H. O Partido Comunista Brasilei ro. Rio de Janeiro, Graal, 1982; ~elo Franco, Afonso Arinos de. História e teoria dos partidos pollticos bra sileiros. 3 ed. São Paulo, Alfa-Omega, 1980. p. 92 e segs.; Partido Comunista Brasileiro. In: Dicionário histórico-biográfico brosileiro: 193p-1983. Rio de Janeiro, Forense-Universitária, Fundação Getulio Var gaslCPDOC: Finep, 1984. v. 3, p. 2.490-506; Almeida, Paulo Roberto de. Partidos políticos e política ex terna. Polftica e Estratégia, São Paulo, 4 (3): 424-5, jul./set. 1986. 50 R.C.P.4/88 entre o Brasil e a União Soviética, como se posicionaria, Prestes respondeu que daria seu apoio à União Soviética. Em 23 de março de 1946, foi encaminhado ao TSE um pedido de cancelamento do registro do partido, pelas causas descritas; sessão da Assembléia Nacional Constituinte ainda se ocuparia da questão, colo cando-a a Prestes; logo em seguida, fora apresentada outra denúncia contra o PCB, desta vez por um deputado do Partido Trabalhista Brasileiro. Tais denúncias foram encaminhadas ao TSE. O PCB apresentou defesa e, ouvido o Ministério Público, o então Procurador-Geral da República, 1bemCstocles Brandão Cavalcan ti, mandou arquivar o processo. Mas, por decisão do TSE, a posição'di::> MP não foi acatada, instaurando-se sindicância, a qual somente foi encerrada em setembro de 1946. Julgando-se irq>edido o Procurador 1bemCstocles Brandão Cavalcanti, o MP foi representado pelo subprocumdor-geral da República. Em 7 de maio de 1947, o TSEjulgou procedentes as acusações contra o parti do, cancelando-lhe o registro. Três dias após, foi ordenado pelo ministro da Justi ça o encerramento das atividades do partido. Em princCpios de 1948, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral foi acolhida pelo Congresso, sendo também cassados os mandatos de seus parlamentares. A partir de 1956 começaram-a eclodir cisões dentro do próprio partido, dando origem inicialmente à formação do Partido Comunista do Brasil (PC do B), que passou a seguir a linha de Pequim. Em agosto de 1961, ficou decidido que o partido fundado a 22 de março de 1922 passaria a se denominar Partido Comunista Bmsileiro, com a mesma sigla original - PCB, a ruo de lhe facilitar posteriormente o registro junto ao TSE. Com a advento da Revolução de 64, acirrou-se a perseguição aos comunistas, ocorrendo a prisão de quase toda sua liderança e direção. Por volta de 1965, nova cisão no PCB levou à criação de nova organização: o Partido Comunista Brasileiro Revolucionário. A partir de dezembro de 1967, por ocasião do VI Congresso do partido, o PCB conheceu a crise interna mais grave de sua existência, com dissidências e criação de novas agremiações partidárias noutros estados. Mas, relativamente à repressão, o perCodo do Governo Geisel foi o pior. Esti ma-se que no período de 1 CJ7 4 a 1976 o número de presos foi de quase mil, além das torturas e mortes ocorridas (lO membros do Comitê Central do PCB foram mortos). Com a Lei da Anistia," em 1979, durante o governo do Presidente João Fi gueiredo, muitos dos dirigentes do partido, que se encontravam no exterior, re gressaram ao Brasil. Atualmente, o Partido Comunista Brasileiro conta apenas com o registro pro visório do partido, que lhe foi concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral em sessão de 17 de dezembro de 1987. Esta decisão foi comunicada ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, através do telex-circular n2 176, de 18 de dezembro de 1987, cujo texto é apresentado a seguir: "Comunico V.Ex! TSE sessão 17.12.87, apreciando processo registro Pedido n2 90, deferiupartido registro provis6rio Partido Comunista Brasileiro (PCB), fi xando prazo de um ano para sua organização definitiva, na forma prevista art. 14 Resolução TSE n2 10.785/80. Solicito V. Ex! se digrre comunicar referida decisão aos juízes eleitomis. ,. Lei n!! 6.683 de 28 deagcsto de 1979, regulamenlaclapelo Decreto n!! 84.143 de 31 de outubro de 1979. Partidos pollJicos 51 Min. Aldir Passarinho Vice-presidente exercício Presidência TSE." Registre-se que nos dias 8 e 23 de maio de 1985, o PCB fez publicar no Diário Oficial da União, Seção I, P. 7.032 a 7.042, e 7.554 a7 .548, respectivamente, o manifesto sobre a reorganização do partido, seu estatuto e programa. Assim sendo, o Partido Comunista Brasileiro tem até 17 de dezembro de 1988 para organizar-se defmitivamente, com o intuito de ver fmalmente realizada a concessão do seu registro definitivo. Prossegue Vamireh Chacon: "É ainda menos compreensível o Partido Social Cristão, o Partido Democrata Cristão, que não tem expressão eleitoral nenhuma, o Partido Trabalhista Renovador e o Partido Socialista Brasileiro que, antes de 1964, era uma agremiação de intelectuais ilustres, porém, em geral, sem votos. Somando todos eles, são, portanto, 15 partidos, hoje, na Câmara dos Deputa dos. No ~nado federal há um ppuco menos, são oito agora: o PMDB, o PFL, o PDS, o PDT, o PL, o PSP, o POC e o PTB."1I Parece unânime a opinião acerca do atual quadro partidário: partidos desprovi dos de ideologia (portanto, frágeis) e de efetivos programas d~ ação. Partidos no mais das vezes desfigurados. Tome-se como exemplo o Partido Democrata Cristão, que não é nem sombra daquele PDC que tentara trazer para o Brasil os princípios do POC italiano. Paulo José da Costa Júnior expressa de forma clara esta idéia, perguntando-nos como "distinguir um PMDB de um PDS ou de um PFL formado por homens que ontem eram do PDS e por contingências momentâneas passaram a fundar um PFL"po A respeito da ideologia partidária, acrescenta Vamireh Chacon no mesmo artigo que, até onde "conseguiria averiguar, em suas pesquisas sobre os partidos brasi leiros ( ... ) os partidos ideol9gicos nunca tiveram futuro no Brasil"."1 Segundo o eminente soci610go, o mais antigo ainda funcionando é o Partido Comunista. A corroborar esse entendimento vem Dori val Teixeira Vieira ao dizer que, "na verdade, o que existe é uma série de siglas ti, se formos analisar o conteúdo dos partidos, veremos que há atitudes individuais ( ... ), mas programas não existem. Talvez aí esteja o calcanhar de Aquiles desta confusão de partidos políticos no Brasil"}' Outro ponto que Chacon traz à baila é a existência de uma estrutura corporativa paralela, o que faz com que o Congresso Nacional e suas principais tarefas sejam esvaziados, prejudicando assim a efetivação de uma democracia representativa. Refere-se Chacon à existência de entidades tais como CNBB, OAB, Fiesp, CUT e Conclat que, atualmente, em termos de força política e representatividade, são bem mais importantes do que qualquer partido político considerado isolada mente. Diz o Prof. Chacon que, "se esse Poder Legislativo se encontra competindo com uma estrutura corporativista paralela e, por outro lado, está sendo minado eternamente pela sua pulverização -. e não s6 fragmentação - numa quantidade crescente de partidos, é claro que esse Poder Legislativo será uma das pernas que 11 Chacon, Vamireh. Os partidos polfticos e a Constituinte. ProblDnas Brasileiros São Paulo Cooselbo Tknico de Economia, Sociologia e PoUtica da Fedcnçio do Com&cio do Estado' de São PauÍo, 259: 7, setJout. 1986. lO Costa Junior, Paulo Iosé da. Problema.s BrosiJ.eros, cito p. 13 . • 1 Chacon. Vamireh. op. cito p. 5 . •• Vieira. DorivaI Teixeira. Problemas Brasileiros. cit. p. 10. 52 R.C.P.4/88 faltará no equilíbrio da mesa de democracia representativa, supostameqte apoiado nos outros dois pés, no Executivo e no Judiciário". 23 5. Considerações finais Vê-se, portanto, que não se poderia concluir este artigo sem ao menos mencio nar-se a importância do fenômeno polCtico-partidário na atual realidade brasileira. Em pesquisa do INDIPO da Fundação Getulio Vargas, publicada eIh maio de 1988 pelo Senado federal, foi abordado, dentre outros pontos, o da relevância do sistema partidário, vioculando-o às formas de governo parlamentarista e presiden cialista, U assunto que tanta polêmica criou em sessões da Assembléia Nacional Constituinte. O capítulo do trabalho que ·ora mencionamos utilizou-se de pronuDCiamentos de parlamentares, que evidenciam sobremodo o importante papel dos partidos polCti cos numa e noutra fonna de governo. Pode-se destacar algumas das categorias de argumentos apontadas: • "00 regime parlamentar os partidos políticos, realmente, representam a força maior do regime"; • "o parlamentarisrro representa a realização maior do ideal de que a democracia é um estado de partidos ( ... )"; • "no regime parlamentarista, a democracia se baseia nas forças partidárias, por que elas, através do comando da opinião pública, é que fazem os governos ( ... )"; • "o grande conflito no presidencialisrro reside no problema partidário ( ... )"; • "a estruturação dos partidos - fonte da conquista do poder - depende do Poder Legislativo, pois da intensa atividade parlamentar os partidos voltar-se-ão às suas bases, onde haurirão 00 povo que os prestigia os instrumentos de sua ação políti ca". O entendimento acerca da importância do fenômeno partidário em qualquer contexto polCtico encontra plena justificativa numa das grandes lições de 1bem(s tocles Brandão Cavalcanti: "O sistema representativo nada mais é senão a fórmula política para tomar possível o governo pelo povo, e esta fórmula política permite, por sua vez, a manifestação dos diversos setores da opinião póblica e das ideolo gias políticas, através dos partidos poICticos que devem representar as diferentes correntes de opinião. A conjugação desses dois elementos permitiu ao Estado moderno realizar, tanto quanto possível, os seus objetivos polCticos, reunindo todas as correntes de opi nião e facultando a todas elas a participação no poder. Um dos instrumentos mais importantes para a ação poICtica é, sem dóvida, nos regimes democráticos, o da organização partidária, porque é atravé$ do seu meca nismo que funciona todo o sistema poICtico, principalmente no terreno eleitoral."25 Entretanto, é pena que, com o desenvolvimento e conseqüente traosfonnação das relações econômicas e sociais transcorridas através dessas décad~, veio a cor romper-se, ou melhor, desfigurar-se essa construção. Do ideal de uma organização partidária corrente, sólida e estável, vive-se a triste realidade de um enorme con tingente de partidos, cujas principais características consistem na falta de estabili- 2S Chacon, VlIIIlÍIeh. op. cit. p. 8-9. . 24 Oliveira, Nd Roberto da Silva. A pro~emática da adoção do parlaJncmarismo DO Brasil. In: Razões do parlamentarismo. Org. Afonso AriDOS de Melo FIlIIICO. Revista de Ciincia PoIItiaJ, Rio de Jameiro, Fundação Getulio Vargas, ed. especial: 207-92, maio, 1988. 25 Cavalcanti, Themfstocles Brandão, op. cito p. 90. Partidos polfticos 53 dade, fragilidade e falta de coerência com aquilo a que se propõem quando da sua criação. Esta foi, inclusive, uma das idéias contidas no trabalho anteriormente citado, expressando a atual insatisfação com o sistema partidário: "As categorias de ar gumentos identificadas sobre os partidos políticos no sistema parlamentar expres sam uma expectativa de maturidade e legitimidade que não se encontra nos atuais partidos políticos brasileiros sob o regime presidencialista."26 "C .. ) o diabo é que os homens mal se apanham no poder, esquecem todas as promessas ( ... ) e riem dos crédulos". Esse trecho, embora pudesse pertencer a qualquer texto do noticiário atual, foi publicado num jornal do final do século passado!27 Trata-se da fala de um personagem de uma crônica d'aPaiz, que expressa todo o seu ceticismo ao referir-se às promessas dos políticos. Enquanto persistir esta prática, infelizmente já tão corriqueira entre nós, conti nuará presente o clima de insegurança política e social com que convivemos. Urge, portanto, um realinhamento, uma reformulação partidária no governo que ora presenciamos e nos outros que estão por vir. Somente com uma base política forte, s6lida, é que se poderá superar esta grave crise social e econômica, que vem tomando dimensões assustadoras. E, como a base de qualquer política são os partidos políticos, como a expressão máxima dos cidadãos, o bom funcionamento de um, dependerá do êxito do outro. Nossos partidos, entretanto, não têm correspondido a este apelo. Os jornais no tic;iam a todo instante dissidências e mais dissidências; criação de novos partid?s. Tem-se um exemplo recente: no início do mês de junho de 1988, com a vit6ria dos cinco anos para o Presidente José Sarney, durante sessão da Assembléia Na cional Constituinte. Vários "quase-ex-peemedebistas", pefelistas, etc. já estavam a se enfrentar numa sutil e velada batalha sobre quem exerceria a presidência da nova agremiação ou os demais espaços a serem ocupados! Vê-se, portanto, que se está a preferir interesses internos, de somenos im portância, em prejuízo dos verdadeiros interesses nacionais. Isto faz com que; cada vez mais, os partidos políticos percam significado para os eleitores que, nas pesquisas de opinião, mostram-se cada vez mais desinteres sados, desconfiados e incrédulos relativamente ao processo partidário. É a im potência dos partidos frente aos anseios da sociedade. Continuando o quadro como ora se encontra, nos conduzirá à institucionali zação da apatia política, antítese da democracia representativa. Espera-se que os atuais políticos, e também aqueles que farão parte do processo político-partidário num futuro pr6ximo, se apercebam da gravidade da situação presente, deixando de lado sua vaidade, interesse e rixas pessoais, e tenham em mente somente uma coisa: o bem-estar social da coletividade. uÉ verdade, também, assevera Chacon, que um dos motivos fundamentais da crise política brasileira, montada sem nenhuma dúvida de grandes modificações sociais e econômicas que nossas elites não conseguiram até hoje racionalizar em termos de instituições novas, é a falta de partidos políticos estáveis e organizados, sem os quais não existe democracia representativa."" 28 Oliveira, Nei Roberto da Silva. op. cito p. 211. 27 O Paiz, de 2 e 3 de janeiro de 1895. Apud: Veneu, Marcos Guedes. Enferrujando o sonho: partidos e eleições no Rio de Janeiro, 1889-1895. Dados, Rio de Janeiro, Iuperj, 30(1): 45-72,1987. 28 Chacon, Vamireh. op. cito 54 R.C.P.4/88 Aliás, Hans Kelsen, em plena República de Weimar, já havia afirmado com muita propriedade: "É ilusão ou hipocrisia sustentar que a democracia é possível sem partidos políticos. Porque é mui claro que o indi~íduo isolado, não podendo adquirir nerlbluna :nfluência real sobre a formação da vontade geral, não tem, do ponto de vista polCtico, existência verdadeira. A democracia não pode, em con seqüência, seriamente existir senão quando os indivíduos se agrupam conforme seus fms e afinidades políticas, isto é, senão quando entre o indivíduo e o Estado, vêm inserir-se estas formações coletivas, de que cada uma representa certa orien tação comum a seus membros: um partido político. A democracia é, pois, necessa riamente e inevitavelmente um Estado de partidos."2I Muito embora desnecessário, deixe-se registrado que este despretensioso estudo teve apenas por finalidade indicar a inesgotabilidade do assunto. Sempre haverá muitos e inquietantes aspectos a serem abordados dentro deste tema, até mesmo porque vem a ser da sua própria essência. Grandes e pequenas abordagens poderão ser feitas acerca do assunto, sendo que umas e outras trarão, de uma forma ou de outra, o mérito do contínuo questio namento sobre o processo partidário brasileiro, para que este possa, com a colabo ração daqueles que, em última análise, constituem sua base de susten~ão, con quistar um aperfeiçoamento cada vez maior. Cabe, por último, enfatizar que a fragilidade dos partidos políticos já se mani festa através da crise enfrentada pelo PMDB. Vários de seus membros ilustres30 desligaram-se da sigla Aliás, este não é um fenômeno exclusivamente peemedebista. Membros igualmente ilustres, pertencen tes a outras siglas partidárias, adotaram o mesmo procedimento, sendo que alguns deles' 1 convergiram no sentido da fundação de um novo partid() político: o Parti do da Social Democracia Brasileira (PSDB), que tem como uma de suas metas principais continuar a luta pela adoção do parlamentarismo no Brasil. ANEXO Legislação partidária compreendida no período 1965-86 Nonnas Ato Institucional n!? 2 Resolução nÇ! 145 (fri bunal de Contas) Resolução nÇ! 182 (fri bunal de Contas) Datas Ementas de 27.10.65 Extingue os atuais partidos políticos de 28.5.74 Expede instruções sobre prestação de contas dos partidos políticos de 7.12.76 Expede instruções sobre prestação de contas dos partidos políticos continua 2. Ke1sen, Hans. La democralÜ!. p. 20-1 Apud: Medeiros, Borges de. O poder moderador na República pre sidencial. ed. da S .A. Diário de Pernambuco, 1933. p. 14. 30 Os Deputados Pimenta da Veiga e Fernando Lyra; o ex-Governador de São Paulo, Franco Montaro; os Senadores José Richa, Mário Covas, e Fernando Henrique Cardoso; entre outros. 31 Como o Senador Afonso Arinos de Melo Franco, do PFL. Partidos polfticos 55 continuação Resolução n!? 10.785 (Tribunal Superior Elei toral) Ato Complementar n!? 4 Ato Complementar n!? 6 Ato Complementar n!? 7 de 15.2.80 Instruções para fundação, organização e funcionamento e extinção dos partidos políticos de 20.11.65 Regulamenta o art. 18 do Ato Institu cional n!? 2, de 27.10.65 de 3.1.66 Prorroga o prazo estabelecido no art. I!? do Ato Complementar n!? 4, de 20.11.86 para criação e registro das organiza ções que terão as atribuições de parti dos políticos. de 29.3.66 Dá nova redação ao art. 5!? do Ato Complementar n!? 4, de 20.11.66, revoga a letra e do art. 2!? e os §§ I!?, 2!?, 3!? e 4!? do art. 7!?, acrescenta parágrafo ao att. 9!? Ato Complementar n!? 26 de 29.11.66 Dá nova redação ao art. 9!? do Ato Complementar n!? 4 de 20.11.65 Ato Complementar n!? 29 de 26.12.66 Dispõe sobre as organizações que trans formaram os partidos políticos e altera a Lei n!? 4.740 de 15.7.65 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos) Ato Complementar n!? 32 de 5.1.67 Altera o Ato Complementar n!? 29 de 26.12.66 Ato Complementar n!? 54 de 20.5.69 Trata das disposições que regerão as convenções municipais, regionais e nacionais dos partidos políticos a se rea lizarem no corrente ano Ato Complementar n!? 56 de 18.6.69 Trata sobre diretórios. municipais dos partidos políticos e modifica a redação de parágrafos do Ato Complementar n!? 54 de 20.5.69 Ato Complementar n!? 62 de 22.8.69 Prorroga o prazo para o registro de can didatos ao diretório regional a que se re fere o art. 6!? do Ato Complementar n!? 54, de 20.5.69 Ato Complementar n!? 65 de 9.9.69 Trata das eleições das comissões execu tivas dos diretórios regionais Ato Complementar n!? 66 de 19.9.69 Transfere data para realização da con venção nacional destinada a eleger os respectivos diretórios nacionais dos par tidos políticos continua 56 R.C.P.4/88 continuação Ato Complementar n2 77 de 27.10.69 Determina data para as convenções na cionais procederem à eleição dos diretó rios nacionais dos partidos poI(ticos Ato Complementar n2 104 de 26.7.77 Suspende, em caráter provisório, as sessões ptfulicas dos partidos políticos, no rádio e televisão, a que têm direito assegurado pelo inciso m, aIt. 118 da Lei Orgânica dos Partidos PoI(ticos Lei n2 4.740 Lei n2 5.140 Lei n2 5.306 Lei n2 5.370 Lei n2 5.453 Lei n2 5.682Lei n2 5.6CJ7 Lei n2 5.782 Lei n2 6.043 Lei n2 6.196 Partidos polfticos de 15.7.65 Lei Orgânica dos Partidos Políticos de 14.10.66 Autoriza o Tribunal Superior Eleitoral a conceder auxOio às organizações de par tidos poI(ticos, a que se refere o Ato Complementar n2 4 de 20.11.65, e aber tura de crédito suplementar de Cr$ 2.000.000.000,00 de 5.7.67 Fixa datas para a realização das con- ... venções para eleição do Diretório Na cional e dos diretórios regionais e muni cipais dos partidos políticos e dá outras providências de 5.12.67 Fixa datas para a realização das con venções para eleição do Diretório Nacio nal e dos diretórios regionais e munici pais dos partidos políticos e dá outras providências de 14.6.68 Institui o sistema de sublegendas e dá outras providências de 21. 7. 71 Lei Orgânica dos Partidos PoI(ticos de 27.8.71 Dá nova redação aos artigos que men ciona a Lei n2 5.682, de 21.7.71 - Lei Orgânica dos Partidos Políticos de 6.6.72 Fixa prazo para filiação partidária e dá outras providências de 13.5.74 Altera dispositivos da Lei n2 .5.682 de 21.7.71 - Lei Orgânica dos Partidos Políticos de 19.12.74 Altera o art. 28 e o parágrafo único do art. 35 da Lei n2 5.682, de 21.7.71 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos) e dá outras providências continua 57 continuação Lei n2 6.234 Lei n2 6.358 Lei n2 6.365 Lei n2 6.414 Lei n2 6.767 Lei n2 6.817 Lei n2 6.948 Lei n2 6.957 Lei n2 6.989 Lei n2 7.090 Lei n2 7.222 58 de 5.9.75 Dá nova red3ção ao item m e ao § 32 do art. 55 da Lei n2 5.682, de 21.7.71 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos) de 10.9.76 Regula a indicação de candidatos a pre feito, vice-prefeito e vereadores onde não se tenham realizado convenções par tidárias de 14.10.76 Dá nova redação aos arts. 99 e 106 da Lei n2 5.682, de 21.7.71, alterada pela Lei n2 6.043, de 13.5.74 e dá outras pro vidências de 16.5.77 Amplia o número de membros dos di retórios municipais dos partidos políticos de 20.12.79 Modifica dispositivos da Lei n2 5.682 de 21. 7.71 (Lei Orgânica dos Partidos Polí ticos) nos termos do art. 152 da Consti tuição Federal pela Emenda Constitu cional n2 11 de 1989; dispõe sobre pre ceitos do Decreto-lei n2 1.541 de 14.4.77 e dá outras providências de 5.9.80 Dispõe sobre a organização dos diret6- rios municipais dos partidos políticos em formação e dá outras providências de 28.9.81 Dispõe sobre a realização de convenções para renovação de diretórios a que se re fere o art. 60 da Lei n2 6.767, de 20.12.79 e dá outras providências de 23.11.81 Dispõe sobre convenções municipais pa ra a escolha de diretórios municipais e dá outras providências de 5.5.82 Dispõe sobre filiação partidária em caso de incorporação de partido político e dá outras providências de 14.4.83 Altera dispositivos da Lei n2 5.682, de 21. 7 .71 (Lei Orgânica dos Partidos Polí ticos) e dá outras providências de 2.10.84 Acrescenta parágrafo ao art. 31 da Lei n2 5.682, de 21.7.71 (Lei Orgânica dos Par tidos Políticos), definindo o voto cumu lativo continua R.C.P.4/88 continuação Lei n!! 7.307 Lei n!! 7.514 Emenda Constitucional n!! 11 Emenda Constitucional n!! 25 de 9.4.85 de 9.7.86 Faculta às Comissões Executivas Nacio nais dos partidos políticos decidir sobre a realização de convenções e dá outras providências Assegura aos partidos políticos e candi datos o direito de usar os números a eles atribuídos na eleição anterior, e dá outras providências de 13 .10.78 Altera dispositivos da Constituição Federal de 15.5.85 Altera Federal dispositivos da e estabelece mas constitucionais transit6rio Constituição outras nor de caráter Nota: Relação baseada em levantamento de documentos aos quais se teve acesso. Vale indicar a Coleção de Textos Legais, da Fundação Petrônio Portella: Porto, Walter Costa, ed. Eleições e partidos. Fundação Petrônio Portella, Brasília, 1982. E, 1am~m, a LegislaçiIo ekitoral e partid4ria e ins truções do TSE para as eleições de /982. Comp. Sara Ramos de Figueiredo. 4. ed. Brasflia, Senado federal, 19R~. Como introdllzir o profissional no complexo labirinto das técnicas de arquivo Arquivo: Teoria e prática MARILENA LEITE PAES 182 pág •. - 1988- Partidos polfticos Obra didática que, além de modelos e exemplos ilustrativos, inclui bibliografia, legislação sobre a matéria e exercícios seguidos de respostas, que habilitam o leitor a avaliar sua aprendizagem. Atende-se, assim, às inúmeras solicitações de alunos de cursos de Arquivologia, Biblioteconomia e Documentação bem como de empresas. instituições técnicas e culturais e pessoas interessadas em adquirir ou ampliar seus conhecimentos aobre teoria e prática arquivfsticas. 59
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