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Evolução histórica no Brasil

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Evolução histórica no Brasil
No Brasil, utilizou-se a mão de obra escrava na mineração e agricultura até o século XIX, não havendo muitos registros sobre saúde e segurança relacionados ao trabalho desta época.
O surgimento da industrialização no país aconteceu no final do século XIX, basicamente no Rio de Janeiro e São Paulo, com grande semelhança ao processo de industrialização na Inglaterra.
Assim como na Europa, o Brasil presenciou, no momento da sua industrialização, as más condições de trabalho, jornada longa sem a remuneração adequada, a contratação da mão de obra feminina e infantil e a ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais.
Os ambientes eram mal iluminados, sem ventilação e não dispunham de instalações sanitárias.
Uma das justificativas para tal fato foi o de que as indústrias aqui montadas haviam sido transferidas da Europa, e no Brasil não havia tradição de trabalho livre, logo era mais difícil cobrar melhores condições de trabalho aos empregadores. Nem o trabalhador nem o empregador conheciam outra prática no trato com a força de trabalho que não fosse a chibata.
Segundo Dean (1971), nesse período havia péssimas condições de trabalho. Um dos principais problemas se devia ao fato de que muitas das estruturas que abrigavam as máquina não haviam sido originalmente destinadas a essa finalidade. Ainda segundo o autor, as condições de trabalho eram agravadas pela ausência de instalações sanitárias, má iluminação e ventilação.
Em 1912, constitui-se a Confederação Brasileira do Trabalho (CBT) durante o 4º Congresso Operário Brasileiro. A CBT tinha como finalidade promover um programa de reivindicações operárias, tais como:
1. access_time
Jornada de trabalho de oito horas.
2. calendar_today
Semanas de trabalho com seis dias.
3. house
Construção de casas para operários.
4. warning
Indenização para acidentes de trabalho.
5. escalator_warning
Limitação da jornada de trabalho para mulheres e crianças.
6. elderly
Pagamento de seguro para casos de doenças e velhice
7. monetization_on
Estabelecimento de salário mínimo.
Em 1918, Venceslau Braz Gomes, presidente do Brasil, cria através do Decreto nº 3.550 o Departamento Nacional do Trabalho, com o objetivo de regulamentar a organização do Trabalho. Em 1919, com o Decreto Legislativo nº 3.724, foi instituída a reparação em casos de doença contraída pelo exercício do trabalho. O Decreto é conhecido como a primeira lei sobre acidentes de trabalho.
A Lei Eloy Chaves (Decreto nº 4.688, 24/01/1923), com a criação da Caixa de Aposentadoria e Pensões para os empregados de empresas ferroviárias, consolidou a base do sistema previdenciário brasileiro. Também em 1923, foi criada a Inspetoria de Higiene Industrial e Profissional, junto ao Departamento Nacional de Saúde, no Ministério do Interior e Justiça.
Em 1930 foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. E em 1934, introduz-se a Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho, no Departamento Nacional do Trabalho, do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Ainda em 1934 foi decretada a segunda Lei de Acidentes do Trabalho (Decreto nº 24.637, 10/07/1934). Em 1938, a Inspetoria foi transformada em Serviços de Higiene do Trabalho e Divisão de Higiene e Segurança do Trabalho, em 1942.
Foi fundada, em 1941, no Rio de Janeiro, a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (ABPA) e, em 1943, é aprovada a Consolidação das Leis do Trabalho-CLT (Decreto-Lei nº 5.452, 01/05/1943), elaborada pelo Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, o qual elaborou também o primeiro projeto de consolidação das Leis da Previdência Social.
Em 1953, instituiu-se a Semana de Prevenção de Acidentes de Trabalho/SPTA (Decreto-Lei nº 34715, 27/11/1953), a ser realizada na 4ª semana de novembro de cada ano, e em 1960, a Portaria 319, de 30/12/60, regulamenta o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI).
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Curiosidade
Você sabia que parte dos acidentes de trabalho ocorrem devido ao uso incorreto ou ao não uso dos equipamentos de proteção individual (EPI)? Quais os EPIs que você conhece? Não se esqueça de que a empresa é obrigada a fornecer os equipamentos de proteção individual corretos para cada funcionário.
Na década de 1960, devido ao aumento dos registros de adoecimento e acidentes relacionados ao trabalho, o governo brasileiro convidou técnicos da OIT para uma avaliação das condições de segurança e higiene do trabalho em algumas indústrias brasileiras. Ao final da atividade, os técnicos apontaram a necessidade da construção de um centro de investigação sobre segurança, higiene e Medicina do Trabalho com o intuito de criarem estratégias para a proteção física dos trabalhadores.
Após a criação de um grupo de trabalho com representantes de várias instituições nacionais e acompanhada pela OIT, em 1966 era criada a Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho (Fundacentro), posteriormente conhecida como Fundação Jorge Duprat Figueiredo.
Durante a década de 1980, surgiram outros centros de estudo sobre saúde e segurança do trabalhador. Com a Constituição Federal de 1988, ampliaram-se atribuições e responsabilidades dos estados e municípios na área da Saúde e Segurança do empregado, de maneira que os Centros de Referência de Saúde do Trabalhador Estaduais e as Vigilâncias Sanitárias passaram a ter competências para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS).
Para a inserção no processo de globalização, o Brasil adotou, no contexto do Programa Nacional de Qualidade e Produtividade, as normas ISO série 9000, que introduziram uma visão sistêmica de gerenciamento da Qualidade e que se expandiram em várias áreas nas empresas, incluindo, muitas vezes, a da Saúde e Segurança.
Por extensão à área da Qualidade e por serem compatíveis entre si, outras normas começaram a ser adotadas, como a série ISO 14000, para gerenciamento do ambiente, e a norma britânica BS 8800, para sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho.
Na década de 1990, destacamos a Lei nº 8.218, de 24/07/1991, sobre Planos de Benefícios da Previdência Social, sofrendo posteriormente alterações. Esta lei também estabelece o conceito legal de Acidente de Trabalho e de Trajeto e a obrigação da empresa em comunicar os acidentes de trabalho às autoridades competentes.
Em 2002, por meio da Portaria nº 365, de 12/09/2002, o Ministério do Trabalho e Emprego instituiu a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil, com o objetivo prioritário de viabilizar a elaboração do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador.
O primeiro Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo foi publicado em 2003. Já em 17 de abril de 2008, o segundo Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo é aprovado, introduzindo modificações que decorrem de uma reflexão permanente sobre as distintas frentes de luta contra a violação dos Direitos Humanos.
O Ministério do Trabalho e Emprego lançou, em 22 de maio de 2014, o Plano Nacional de Combate à Informalidade dos Trabalhadores Empregados, tendo como um dos objetivos instigar a formalização do trabalho assalariado aos trabalhadores informais da iniciativa privada no Brasil e, como consequência, obtendo a proteção social do trabalhador e a promoção da justiça fiscal entre os empregadores.
Mais recentemente, tivemos a criação da Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT), vinculada à Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, órgão do Ministério da Economia. É destinada a coletar, registrar, produzir e disseminar conhecimento dirigido às atividades da Inspeção do Trabalho.
A ENIT também promove o desenvolvimento de pessoas para o aperfeiçoamento desta inspeção e busca garantir a efetividade das normas trabalhistas, sendo referência na geração e disseminação de conhecimento na matéria trabalhista.
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