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Disciplina: Fundamentos de Matemáca e Estasca Edição de unidade 7 Ano 2023 Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Ministro da Educação Camilo Sobreira de Santana Universidade Federal do Amazonas Reitor Sylvio Mário Puga Ferreira Vice-Vice-Reitora Therezinha de Jesus Pinto Fraxe Pró-Reitor de Ensino de Graduação David Lopes Neto Pró-Reitor de Extensão e Interiorização Almir Oliveira de Menezes Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação Selma Suely BaSelma Suely Baçal de Oliveira Pró-Reitora de Planejamento e Desenvolvimento Instucional Kleomara Gomes Cerquinho Pró-Reitor de Administração e Finanças Raimundo Nonato Pinheiro de Almeida Pró-Reitora de Gestão de Pessoas Maria Vanusa do Socorro de Souza Firmo DiDiretora da Fundação de Apoio Instucional FAEPI Luana Marinho Monteiro Diretor do Centro de Educação a Distância João Víctor Figueiredo Cardoso Rodrigues Disciplina: Fundamentos de Matemáca e Estasca Edição do Reuni Digital Copyright © 2023 Universidade Federal do Amazonas Centro de Educação a Distância - CED Editor (nome)(nome) Autora Disney Douglas de Lima Oliveira Revisora de área Selma Maria Silva do Nascimento Revisão de linguagem EaD e Normazação Eduardo de Castro Gomes PProjeto Gráfico Yuri Eduardo Barros Cardoso Esta obra foi publicada com o apoio do: Ministério da Educação Endereço para Correspondência: Av. Gal. Rodrigo Octávio, n.º 3000 - Coroado I, Campus Universitário, Setor Sul, Bloco N Manaus - AM, CEP: 69077-000 Universidade Federal do Amazonas Pró-Reitoria de Ensino de Graduação. Centro de Educação a Distância. E-book, para material didáco do ensino da Graduação do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, 2023. 17 p.; 21cm X 29.7cmcm.17 p.; 21cm X 29.7cmcm. ISSN XXXX-XXX-XXXX 1. Educação a Distância, material didáco. 2. E-book, Disciplina: Fundamentos de Matemáca e Estasca CDU XXXX-XXXX Sumário Unidade 7 - Probabilidade 7.1 Princípio Básico de Contagem...........................................................3 7.2 Permutações.....................................................................................5 7.3 Combinação......................................................................................7 7.4 Teorema binomial...........................................................................10 7.5 Teorema mulnomial......................................................................12 7.67.6 Coeficientes mulnomiais..............................................................13 7.7 Probabilidade..................................................................................14 Exercícios..............................................................................................24 Respostas dos exercícios.......................................................................27 Unidade 7 Probabilidade 7.1 Princípio Básico de Contagem O Princípio Básico da Contagem (PBC) é uma ferramenta essencial para o estudo de probabilidades, sendo uma ideia simples, mas muito importante. E pode ser introduzido da seguinte forma: imagine que temos um experimento que pode ter m resultados possíveis e, ao mesmo tempo, temos outro experimento que pode ter n resultados possíveis. Agora, o que o princípio básico da contagem nos diz é que se combinarmos esses dois experimentos, teremos um total de m.n resultados possíveis. É como se multiplicássemos o número de resultados de um experimento pelo número de resultados do outro para encontrar todas as combinações possíveis. Isso é fundamental para entender como calcular probabilidades e fazer contagens em problemas de probabilidade e estatística. Formalizando: PBC Suponha a realização de dois experimentos. Se o experimento 1 pode gerar qualquer um de m resultados possíveis e se, para cada um dos resultados do experimento 1, houver n resultados possíveis para o experimento 2, então os dois experimentos possuem conjuntamente m.n diferentes resultados possíveis. Exemplo 1 Uma pequena comunidade é composta por 10 mulheres, cada uma com 3 filhos. Se uma mulher e um de seus filhos devem ser escolhidos como mãe e filho do ano, quantas escolhas diferentes são possíveis? Solução Primeiro, você escolhe uma das 10 mulheres como a mãe do ano. Há 10 maneiras diferentes de fazer isso. Em seguida, para cada mãe escolhida, você deve escolher um dos seus 3 filhos como o filho do ano. Portanto, para cada uma das 10 mães escolhidas, há 3 maneiras diferentes de escolher o filho. Agora, você multiplica o número de maneiras de escolher a mãe pelo número de maneiras de escolher o filho: Número de escolhas diferentes = número de maneiras de escolher a mãe × número de maneiras de escolher o filho Número de escolhas diferentes = 10 mães × 3 filhos por mãe 3 Número de escolhas diferentes = 10 × 3 Número de escolhas diferentes = 30 Portanto, há 30 escolhas diferentes possíveis para "mãe e filho do ano" nessa pequena comunidade. Quando há mais de dois experimentos a serem realizados, pode-se generalizar o princípio básico. Generalização do princípio básico da contagem A generalização do princípio básico da contagem é um conceito matemático que permite determinar o número total de resultados possíveis em uma série de escolhas ou etapas independentes. Para isso, multiplica-se o número de opções disponíveis em cada etapa. Esse princípio é útil em situações em que você precisa considerar diversas escolhas sequenciais, e as escolhas feitas em uma etapa não afetam as escolhas nas etapas seguintes, permitindo calcular o número total de resultados possíveis de forma eficiente. . Se r experimentos são tais que o primeiro experimento pode levar a qualquer um de n1 resultados possíveis; e se, para cada um desses n1 resultados houver n2 resultados possíveis para o segundo experimento; e se, para cada um dos possíveis resultados dos dois primeiros experimentos houver n3 resultados possíveis para o terceiro experimento; e se ... , então haverá um total de n1. n2. ... nr , resultados possíveis para os r experimentos. Exemplo 2 O grêmio de uma faculdade é formado por 3 calouros, 4 estudantes do segundo ano, 5 estudantes do terceiro ano e 2 formandos. Um subcomitê de 4 pessoas, formado por uma pessoa de cada ano, deve ser escolhido. Quantos subcomitês diferentes são possíveis? Solução Podemos vislumbrar a escolha de um subcomitê como o resultado combinado dos quatro experimentos separados de escolha de um único representante de cada uma das classes. Você tem quatro grupos de estudantes: calouros, estudantes do segundo ano, estudantes do terceiro ano e formandos. Você precisa escolher uma pessoa de cada grupo para formar o subcomitê de 4 pessoas. 4 Existem 3 maneiras de escolher um calouro (3 opções). Existem 4 maneiras de escolher um estudante do segundo ano (4 opções). Existem 5 maneiras de escolher um estudante do terceiro ano (5 opções). Existem 2 maneiras de escolher um formando (2 opções). Agora, você multiplica essas escolhas individuais: Total de subcomitês diferentes = 3 x 4 x 5 x 2 = 120 Portanto, existem 120 subcomitês diferentes possíveis, formados por uma pessoa de cada ano. 7.2 Permutações Em contagem, as permutações desempenham um papel fundamental ao lidar com arranjos ordenados de elementos. Elas são um conceito importante em matemática e probabilidade, permitindo calcular o número de maneiras diferentes nas quais um conjunto de elementos pode ser organizado ou rearranjado. As permutações são amplamente utilizadas em diversas áreas, desde combinatória e estatística até ciências da computação e engenharia. Neste contexto, exploraremos o conceito de permutações e sua aplicação na contagem de arranjos ordenados, fornecendo uma base sólida para entender como calcular e utilizar permutações em diversos problemas práticos. Para isso, imagine a seguinte situação: Quantos diferentes arranjos ordenados das letras a, b e c são possíveis? Por enumeração direta vemos que são 6, ou seja, abc, acb, bac, bca, cab e cba. Cada combinação é conhecida comouma permutação. Assim, vê-se que um conjunto de 3 objetos permite 6 permutações possíveis. Esse resultado poderia ser obtido a partir do princípio básico, já que o primeiro objeto da permutação pode ser qualquer um dos três, o segundo objeto da permutação pode então ser escolhido a partir dos dois restantes e o terceiro objeto da permutação é o objeto restante. Assim, há 3 x 2 x 1 = 6 permutações possíveis. Suponha agora que tenhamos n objetos. O emprego de um raciocínio similar àquele que acabamos de utilizar no caso das três letras mostra então que há n(n - 1)(n - 2).3.2.1 = n! permutações diferentes dos n objetos. 5 Exemplo 3 Quantas diferentes ordens de levantadores são possíveis em um time de voleibol formado por 9 jogadores? Solução Para encontrar o número de diferentes ordens de levantadores em um time de voleibol com 9 jogadores, você está, na verdade, procurando o número de permutações. Nesse caso, você quer determinar quantas permutações são possíveis com 9 jogadores. Para o seu caso, com 9 jogadores, o cálculo é: 9! = 9 x 8 x 7 x 6 x 5 x 4 x 3 x 2 x 1 Calculando isso: 9! = 362.880 Portanto, há 362.880 diferentes ordens de levantadores possíveis em um time de voleibol com 9 jogadores. Cada ordem representa uma permutação única dos jogadores. Vamos agora determinar o número de permutações de um conjunto de n objetos quando não for possível distinguir certos objetos de outros. Para tornar essa situação um pouco mais clara, considere o exemplo a seguir. Exemplo 4 Quantos diferentes arranjos de letras podem ser formados a partir das letras ARARAS? Solução Primeiro notamos que as letras A1R1A2R2A3S permitem 6! permutações quando os 3A's e os 2R's são diferentes uns dos outros. Entretanto, considere qualquer uma destas permutações - por exemplo, A1A2R1A3R2S. Se agora permutarmos os A's e os R's entre si, então o arranjo resultante continuará a ser AARARS. Isto é, todas as 3!2! permutações A1A2R1A3R2S A1A2R2A3R1S A1A3R1A2R2S A1A3R2A2R1S A2A1R1A3R2S A2A1R2A3R1S 6 A2A3R1A1R2S A2A3R2A1R1S A3A1R1A2R2S A3A1R2A2R1S A3A2R1A1R2S A3A2R2A1R1S são da forma AARARS. Portanto, há 6!/(3! 2!) = 60 arranjos possíveis das letras ARARAS. Em geral, o mesmo raciocínio usado no Exemplo 4 mostra que há permutações diferentes de n objetos, dos quais n1 são parecidos, n2 são parecidos, ... , nr, são parecidos. 7.3 Combinação Em termos simples, uma combinação é uma seleção de elementos de um conjunto, onde a ordem dos elementos não é relevante. Em contraste com as permutações, que levam em consideração a ordem, as combinações se concentram apenas nos elementos escolhidos, independentemente da sequência em que são selecionados. As combinações são frequentemente usadas para calcular probabilidades em problemas que envolvem escolhas aleatórias, como a probabilidade de tirar um certo número de bolas de uma urna. A fórmula para calcular o número de combinações é amplamente usada e desempenha um papel importante na análise estatística e em diversas áreas da matemática e ciências aplicadas. Estamos frequentemente interessados em determinar o número de grupos diferentes de r objetos que podem ser formados a partir de um total de n objetos. Por exemplo, quantos diferentes grupos de 3 podem ser selecionados dos 5 itens A, B, C, D e E? Para responder a essa questão, pense da seguinte forma: como há 5 maneiras diferentes de selecionar o item inicial, 4 maneiras de selecionar o item seguinte e 3 maneiras de selecionar o item final, há portanto 5 · 4 · 3 maneiras de selecionar o grupo de 3 quando a ordem de seleção dos itens for relevante. Entretanto, como cada grupo de 3 - por exemplo, o grupo formado pelos itens A, B e C- será contado 6 vezes (isto é, todas as permutações ABC,ACB, BAC, BCA,CAB e CBA serão contadas quando a ordem da seleção for relevante), tem-se que o número total de grupos que podem ser formados é igual a 7 Em geral, como n(n -1) · · ·(n - r + l) representa o número de diferentes maneiras pelas quais um grupo de r itens pode ser selecionado a partir de n itens quando a ordem da seleção é relevante, e como cada grupo de r itens será contado r! vezes, tem-se que o número de grupos diferentes de r itens que podem ser formados a partir de um conjunto de n itens é Notação Definimos , para r ≤ n, como E dizemos que representa o número de combinações possíveis de n objetos em grupos de r elementos de cada vez.1 Assim, representa o número de grupos diferentes com r elementos que podem ser selecionados de um conjunto de n objetos quando a ordem da seleção não é considerada relevante. Exemplo 5 Um comitê de três pessoas deve ser formado a partir de um grupo de 20 pessoas. Quantos comitês diferentes são possíveis? Solução Há comitês possíveis. 1 Por convenção, define-se 0! = 1. Com isso, . Além disso, assume-se que quando i < 0 ou i > n. 8 Exemplo 6 Considere um conjunto de n antenas das quais m apresentam defeito e n – m funcionam, e suponha que não seja possível distinguir as antenas defeituosas daquelas que funcionam. Quantos alinhamentos podem ser feitos sem que duas antenas com defeito sejam colocadas lado a lado? Solução Imagine que as n - m antenas que funcionam sejam alinhadas entre si. Agora, se não for permitido que duas antenas com defeito sejam colocadas lado a lado, então os espaços entre as antenas que funcionam devem conter no máximo uma antena defeituosa. Isto é, nas n - m + l posições possíveis – representadas na Figura 7.1 por acentos circunflexos - entre as n - m antenas que funcionam, devemos selecionar m espaços onde colocar as antenas defeituosas. Portanto, há, ordenações possíveis nas quais há pelo menos uma antena que funciona entre duas defeituosas. A identidade a seguir é útil em análise combinatória: 9 Os valores são frequentemente chamados de coeficientes binomiais por causa de sua proeminência no teorema binomial. 7.4 Teorema binomial O Teorema Binomial é um resultado algébrico que descreve a expansão de potências de um binômio (uma expressão composta por duas parcelas) elevado a uma potência inteira. Possui várias aplicações em probabilidade, estatísticas, álgebra e cálculo, sendo uma ferramenta poderosa para a expansão de expressões algébricas e a resolução de problemas combinatórios e probabilísticos. O Teorema Binomial é frequentemente representado da seguinte forma: A equação (2) é amplamente utilizada na expansão de binômios como no exemplo a seguir: Exemplo 7 Expanda . Solução 7.4.1 Coeficientes multinomiais Podemos generalizar o teorema binomial para uma situação mais geral, como 10 Para chegar ao Teorema multinomial que generaliza o Teorema binomial, considere o seguinte problema: um conjunto de n itens distintos deve ser dividido em r grupos distintos de tamanhos n1 , n2 , ... , nr, respectivamente, onde . Quantas divisões diferentes são possíveis? Para responder a essa questão, notamos que há escolhas possíveis para o primeiro grupo; para cada escolha do primeiro grupo, há escolhas possíveis para o segundo grupo; para cada escolha dos dois primeiros grupos, há escolhas possíveis para o terceiro grupo, e assim por diante. Daí sucede da versão generalizada do princípio básico da contagem que existem divisões possíveis. O número é chamado coeficiente multinomial. Notação Se , definimos como 11 Assim, o coeficiente multinomial representa o número de divisões possíveis de n objetos distintos em r grupos distintos de tamanhos , respectivamente. A seguir veja o teorema que generaliza o Teorema Binomial, que utiliza a notação dos coeficientes multinomiais. 7.5 Teorema multinomial Exemplo 8 O desenvolvimento do binômio da forma (x + y)n, também conhecido como Binômio de Newton, pode ser expresso da seguinte forma: A equação (2) é conhecida como Teorema binomial ou Teorema do Binômio de Newton e é amplamente utilizada no expansão de binômios, como no exemplo a seguir: Exemplo 9 Expanda . Solução 12 7.6 Coeficientes multinomiais Esses coeficientessão especialmente úteis em experimentos com múltiplas categorias, como pesquisas de preferência de consumidores, análise de preferências políticas, classificação de documentos em aprendizado de máquina e muito mais. Nesta seção, consideramos o seguinte problema: um conjunto de n itens distintos deve ser dividido em r grupos distintos de tamanhos n1 , n2 , ... , nr, respectivamente, onde . Quantas divisões diferentes são possíveis? Para responder a essa questão, notamos que há escolhas possíveis para o primeiro grupo; para cada escolha do primeiro grupo, há escolhas possíveis para o segundo grupo; para cada escolha dos dois primeiros grupos, há escolhas possíveis para o terceiro grupo, e assim por diante. Daí sucede da versão generalizada do princípio básico da contagem que existem divisões possíveis. 13 Notação Assim, representa o número de divisões possíveis de n objetos distintos em r grupos distintos de tamanhos , respectivamente. Exemplo 10 Um dos departamentos de polícia de um vilarejo é formado por 10 policiais. Se a política do departamento é a de possuir 5 dos policiais patrulhando as ruas, 2 deles trabalhando todo o tempo na delegacia e 3 deles de reserva, quantas divisões diferentes dos 10 policiais nos três grupos são possíveis? Solução Há divisões possíveis. 7.7 Probabilidade A probabilidade é uma área da matemática que lida com a quantificação das chances de diferentes resultados ocorrerem em um experimento aleatório. Ela é usada para analisar situações em que os resultados não podem ser previstos com certeza, mas onde é possível determinar a probabilidade relativa de diferentes resultados. A ideia de que a probabilidade pode ser representada por um número é fundamental. Ela é expressa como um valor entre 0 e 1, onde 0 representa a impossibilidade do evento ocorrer, 1 representa a certeza absoluta de que o evento ocorrerá e os valores intermediários indicam as chances relativas. No experimento “lançar um dado”, por exemplo, a possibilidade de obter o resultado “1” é igual à de obter o resultado “6”, desde que o dado seja justo e não envolva trapaça. Cada número tem uma chance de de ser o resultado do lançamento, o que é uma consequência 14 do fato de haver 6 resultados possíveis e todos serem igualmente prováveis. Cada resultado individual possível é um ponto amostral. A probabilidade, portanto, representa a chance de determinado evento ocorrer por meio de um número, que é obtido pela razão entre o número de casos favoráveis e o número de casos possíveis. É importante ressaltar que a probabilidade é uma abordagem teórica e estatística para entender e quantificar a incerteza. Ela tem aplicações em uma ampla gama de áreas, incluindo estatísticas, ciências naturais, finanças, jogos de azar, entre outras. Além disso, a teoria da probabilidade é fundamental para a compreensão de estatísticas e inferência estatística, que são ferramentas essenciais em muitas disciplinas acadêmicas e profissionais. O experimento aleatório é definido como um experimento que, ao ser repetido sob as mesmas condições, produz resultados diferentes. De modo simples, são experimentos cujos resultados não podem ser previamente conhecidos. Um exemplo clássico de experimento aleatório é o lançamento de uma moeda ao ar. Nesse experimento, conhecemos os possíveis resultados: cara ou coroa. No entanto, não podemos dizer, com toda certeza, qual desses dois resultados vamos obter. O que podemos dizer é que há 50% de chance de sair cara e 50% de chance de sair coroa, ou seja, probabilidade igual a 0,5 para cada um dos resultados. Um espaço amostral é o conjunto de todos os possíveis resultados de um experimento aleatório. Em geral, o espaço amostral é representado pela letra grega (Ômega ) e número de elementos o espaço amostral é representado por . Evento Um evento, na teoria de probabilidades, é um conjunto de pontos amostrais de um espaço amostral, ou seja, é um subconjunto do espaço amostral. Exemplo 11 Qual o Espaço amostral no lançamento de uma moeda? Solução Representando cara por k e coroa por c, então, o espaço amostral é: - Espaço amostral de duas moedas 15 Exemplo 12 Considere que a moeda seja lançada duas vezes seguidas. Qual o espaço amostral? Solução Pelo Princípio Básico de Contagem, temos Exemplo 13 Qual o espaço amostral de um dado lançado? Solução No lançamento de um dado, os resultados possíveis são faces de 1, 2, 3, 4, 5 ou 6 pontos. Dessa forma, o espaço amostral é dado por: Qualquer resultado ou subconjunto de um experimento aleatório é chamado de evento aleatório, sendo representado, comumente, por letras maiúsculas do alfabeto. Assim, no experimento do dado, por exemplo, podemos ter vários eventos aleatórios: evento sair face igual a 2 evento sair face menor que 4 evento sair face ímpar Espaços equiprováveis Espaços equiprováveis, em probabilidade e estatística, referem-se a situações em que todos os resultados possíveis de um experimento têm a mesma probabilidade de ocorrência. Isso implica que não há preferência ou viés em relação a nenhum resultado específico. Em tais situações, a probabilidade de ocorrência de um evento pode ser calculada como a razão entre o número de resultados favoráveis para o evento e o número total de resultados possíveis, pois cada resultado tem a mesma chance de acontecer. Espaços equiprováveis são frequentemente usados em modelos de 16 probabilidade simples e são uma base importante para o cálculo de probabilidades em muitos contextos. Considere um espaço amostral e um experimento aleatório desse espaço. Dizemos que é um espaço amostral equiprovável se todos os eventos do experimento possuírem a mesma probabilidade de acontecer. Como exemplo podemos pensar: 1. Imagine uma urna com apenas duas bolas, uma branca e outra preta. A chance de tirarmos uma bola branca é a mesma de tirarmos uma bola preta. Esse espaço amostral é equiprovável. 2. O nascimento de um bebê. A chance de ser menino é a mesma de ser menina. Esse espaço amostral é equiprovável. Eventos Mutuamente Exclusivos Eventos mutuamente exclusivos, em probabilidade, são eventos que não podem ocorrer ao mesmo tempo em um experimento. Isso significa que a ocorrência de um evento exclui automaticamente a ocorrência do outro. Em outras palavras, se um evento acontece, o outro evento não pode acontecer simultaneamente. Essa exclusividade entre os eventos implica que a probabilidade de ambos os eventos ocorrerem juntos é zero. Eventos mutuamente exclusivos são fundamentais em cálculos de probabilidade, especialmente quando se deseja calcular a probabilidade de que pelo menos um de vários eventos ocorra, já que nesse caso a probabilidade é a soma das probabilidades individuais dos eventos mutuamente exclusivos. Dois eventos são mutuamente exclusivos quando não podem ocorrer simultaneamente. Sendo assim, se A e B são mutuamente exclusivos, então . Exemplo: No experimento: E : "Jogar um dado e observar o resultado", Temos o seguinte espaço amostral: 17 Se considerarmos os seguintes eventos: A: "Ocorrer nº par", ou seja, B: "Ocorrer nº ímpar", ou seja, Temos que . Assim A e B são dois eventos mutuamente exclusivos. Cálculo da Probabilidade O cálculo da probabilidade é uma técnica matemática usada para medir a incerteza associada a eventos ou resultados em situações aleatórias. A probabilidade de acontecer determinado evento A, representado por P(A), é a divisão entre o número de casos favoráveis e o número de casos possíveis. Podemos representar, então, a chance de ocorrer o evento A por: Observações: 1. A probabilidade pode ser representada como fração, como porcentagem ou como número decimal. 2. A probabilidade é sempre um número decimal entre 0 e 1, ou uma porcentagem entre 0% e 100%. 3. Se P(A) = 0 então A é um evento impossível. 4. Se P(A) = 1 então A é um evento certo. Exemplos 12 18 Calcule a probabilidade de sair face ímpar no lançamento de um dado. Solução Já vimosque o espaço amostral no lançamento de um dado é: Chamamos de C o evento sair face ímpar, logo Dessa forma, calcular a probabilidade de sair face ímpar é o mesmo que calcular a probabilidade do evento C. Como temos 6 resultados possíveis no lançamento do dado e 3 resultados favoráveis ao evento C, então: Portanto, a probabilidade de sair face ímpar é 0,5 ou 50%. Distribuição Binomial A distribuição binomial é um modelo de probabilidade que descreve o número de sucessos (eventos de interesse) em uma série de tentativas independentes, onde cada tentativa tem apenas dois resultados possíveis: sucesso ou fracasso. Para aplicar os conhecimentos vistos na Seção 3, Vamos pensar no seguinte problema: Qual a probabilidade de obtermos 4 vezes o número 3 ao lançarmos um dado 7 vezes? 19 Já sabemos que a probabilidade de obtermos o número 4, no lançamento de um dado é e nesse caso, em cada lançamento a probabilidade de sair o número 4 é . Quando no lançamento do dado, obtemos 4, dizemos que temos sucesso nesse lançamento, pois é o resultado esperado, do contrário, dizemos que temos fracasso. Observe que só temos duas possibilidades: Sucesso, quando obtemos o número 4 ou fracasso, quando obtemos qualquer outro número. Observe que cada lançamento não interfere na probabilidade de qualquer outro lançamento, eles são independentes. Note também que a probabilidade de sucesso ou fracasso é sempre a mesma em cada lançamento. Nestas condições a probabilidade de obtermos k sucessos e n - k fracassos em n tentativas, é obtida pelo termo geral do Binômio de Newton representa a probabilidade procurada, o total de tentativas, o número de tentativas que resultam em sucesso, a probabilidade de obtermos um sucesso e representa a probabilidade de obtermos um fracasso. representa o número de tentativas que resultam em fracasso, assim como é igual a , ou seja, sendo a probabilidade de sucesso, é a probabilidade de fracasso que a complementa, uma vez que só podemos obter um sucesso ou um fracasso, não há outra possibilidade. Dessa forma, para Lembrando que se n ≥ k, o número binomial é dado por: 20 Vamos utilizar esta equação para resolver o problema: Qual a probabilidade de obtermos 4 vezes o número 3 ao lançarmos um dado 7 vezes? O espaço amostral do lançamento de um dado é: Como estamos interessados apenas nos resultados iguais a 3, representamos tal evento por: Em relação ao número de elementos temos que: e , portanto Temos então, , probabilidade de sucesso , probabilidade de fracasso , número total lançamentos , número de sucessos, que é o que desejamos que aconteça. Antes de substituirmos tudo na fórmula , vamos calcular separadamente o número binomial Substutuindo todos os valore na fórmula , obtemos 21 Que ao multiplicar por 100, temos a probabilidade de 1,56%. Condições exigidas para se aplicar a distribuição binomial A distribuição binomial é usada quando queremos encontrar a probabilidade de X números de ocorrências ou sucessos de um evento, que representamos por P(X), em n tentativas do mesmo experimento quando: 1) existirem somente 2 resultados mutuamente exclusivos, 2) as n tentativas são independentes, e 3) a probabilidade de ocorrência ou sucesso, p, permanece constante em cada tentativa. Exemplo 13 Qual a probabilidade de obter 3 caras em 5 lançamentos de uma moeda justa? Solução A probabilidade é calculada usando a fórmula da distribuição binomial - Número de tentativas n = 5 - Probabilidade de sucesso em uma tentativa p = 1/2 (para cara) - Probabilidade de fracasso em uma tentativa q = 1/2 (para coroa) - Número de sucessos desejados k = 3 A probabilidade é calculada usando a fórmula da distribuição binomial: 22 23 6. Exercícios 1. Quantas diferentes placas de automóvel com 7 caracteres são possíveis se os três primeiros campos forem ocupados por letras e os 4 campos finais por números? 2. Quantas funções definidas em n pontos são possíveis se cada valor da função for igual a 0 ou 1? 3. No Exercício 1, quantas placas de automóvel seriam possíveis se a repetição entre letras ou números fosse proibida? 4. Uma turma de Fundamentos de Matemática e Estatística é formada por 6 homens e 4 mulheres. Aplica-se uma prova e os estudantes são classificados de acordo com o seu desempenho. Suponha que nenhum dos estudantes tenha tirado a mesma nota. a) Quantas diferentes classificações são possíveis? b) Se os homens forem classificados apenas entre si e as mulheres apenas entre si, quantas diferentes classificações são possíveis? 5. O professor Jurandir possui dez livros que pretende colocar em sua prateleira. Destes, quatro são de matemática, três são de química, dois são de história e um é um livro de administração. O professor deseja arranjá-los de forma que todos os livros que tratam do mesmo assunto permaneçam juntos na prateleira. Quantos diferentes arranjos são possíveis? 6. Um torneio de xadrez tem dez competidores, dos quais quatro são russos, três são dos Estados Unidos, dois são da Grã-Bretanha e um é do Brasil. Se o resultado do torneio listar apenas a nacionalidade dos jogadores em sua ordem de colocação, quantos resultados serão possíveis? 7. Quantos diferentes sinais, cada um deles formado por nove bandeiras alinhadas, podem ser feitos a partir de um conjunto de quatro bandeiras brancas, três bandeiras vermelhas e duas bandeiras azuis se todas as bandeiras de mesma cor forem idênticas? 24 8. De um grupo de cinco mulheres e sete homens, quantos comitês diferentes formados por duas mulheres e três homens podem ser formados? E se dois dos homens estiverem brigados e se recusarem a trabalhar juntos? 9. Dez crianças devem ser divididas em dois times A e B com 5 crianças cada. O time A joga em uma liga e o time B em outra. Quantas divisões diferentes são possíveis? 10. Para jogar uma partida de basquete, 10 crianças dividem-se em dois times de 5 cada. Quantas divisões diferentes são possíveis? 11. Uma urna contém bolas brancas, vermelhas e pretas. Sabendo-se que nela há 12 bolas brancas, 8 vermelhas e que as 5 restantes são pretas, se uma bola for retirada ao acaso, qual é a probabilidade de que ela seja: a) Branca b) Não branca 12. (ENEM-2015) Em uma central de atendimento, cem pessoas receberam senhas numeradas de 1 até 100. Uma das senhas é sorteada ao acaso. Qual é a probabilidade de a senha ser um número de 1 a 20. a) b) c) d) e) 13. (Fundatec – 2019) Ao lançar uma moeda não viciada três vezes consecutivas, a probabilidade de sair pelo menos duas caras é de: a) 10% b) 20% c) 30% d) 40% e) 50% 25 14. Se a probabilidade de um jogador de basquete acertar uma cesta de três pontos é de 40%, qual a probabilidade de acertar 5 cestas em 10 tentativas? 15. Qual a probabilidade de obter exatamente 4 lados "seis" ao lançar um dado justo 8 vezes? 16. Uma máquina produz parafusos defeituosos com uma probabilidade de 10%. Se você compra 20 parafusos, qual a probabilidade 3 deles serem defeituosos? 17. Em um teste de múltipla escolha com 50 questões, cada uma com 4 opções de resposta, qual a probabilidade de um estudante acertar 20 questões puramente por adivinhação? Lembre-se de que, para resolver esses problemas, é preciso aplicar a fórmula as fórmulas adequadas. Na próxima unidade, você vai aprender a fazer estes e vários outros problemas abordados em nosso curso com o auxílio de calculadora científica, planilhas eletrônicas e softwares específicos. Até lá! 26 7. Respostas dos Exercícios 1. Pela versão generalizada do princípio básico, a resposta é 26 · 26 · 26 · 10 · 10 · 10 · 10 = 175.760.000. 2. Suponha que os pontos sejam 1, 2, ... , n. Como f (i) deve ser igual a 0 ou 1 para cada i = l, 2, ... , n, tem-se 2.2. ... .2 = 2n funções possíveis. 3. Neste caso, seriam 26 · 25 · 24 · 10 · 9 · 8 · 7 = 78.624.000 placas de automóvel possíveis. 4. a) Como cada classificação corresponde a um arranjo particular das 10 pessoas, a resposta é 10! = 3.628.800. b) Comohá 6! possíveis classificações dos homens entre si e 4! classificações possíveis das mulheres entre si, segue do princípio básico que há (6!)(4!)=(720)(24) = 17.280 classificações possíveis neste caso. 5. Há 4! 3! 2! 1! arranjos referentes ao alinhamento dos livros de matemática, depois dos livros de química, história e de línguas. Similarmente, para cada ordem de assuntos possível, há 4! 3! 2! 1! arranjos. Portanto, como há 4! possíveis ordens de assuntos, a resposta desejada é 4! 4! 3! 2! 1! = 6912. 6. Há resultados possíveis. 7. Há sinais diferentes. 27 8. Como há grupos possíveis de duas mulheres e grupos possíveis de três homens, o princípio básico diz que há comitês possíveis formados por duas mulheres e três homens. Suponha agora que dois dos homens se recusem a trabalhar juntos. Como um total de dos grupos possíveis de três homens contém os dois homens brigados,em-se 35 - 5 = 30 grupos não contendo ambos os homens brigados. Como há ainda maneiras de escolher as duas mulheres, há 30 · 10 = 300 comitês possíveis neste caso. 9. Há divisões possíveis. 10. Note que este exemplo difere do Exemplo 17 porque agora a ordem dos dois times é irrelevante. Isto é, não há times A e B, mas apenas uma divisão que consiste em 2 grupos com 5 crianças cada. Portanto, a resposta desejada é 11. O evento A é sair uma bola branca. Sabemos que , ou seja, há 12 casos favoráveis. O espaço amostral possui um total de 12 + 8 + 5 = 25, então . 28 Dessa forma, a probabilidade de o evento A ocorrer pode ser representada por: O evento B é sair uma bola não branca. Sabemos que . O espaço amostral continua o mesmo, então . Dessa forma, a probabilidade de o evento B ocorrer pode ser representada por: 12. Seja A o evento, sair um número de 1 a 20, então . Por outro lado, no espaço amostral há 100 bolas, então . Sendo assim, a probabilidade do evento A ocorrer será: Alternativa C. 13. Já sabemos que a cada lançamento da moeda, há duas opções, cara (k) ou coroa (c). Como a moeda será lançada três vezes, há um total de resultados possíveis: , logo, . Analisando os resultados possíveis, queremos os que possuem pelo menos duas caras. 29 Seja A o evento, para sair pelo menos duas caras, temos que: então Assim Alternativa E. 14. A probabilidade é calculada usando a fórmula da distribuição binomial - Número de tentativas n = 10 - Probabilidade de sucesso em uma tentativa p = 0,4 - Probabilidade de fracasso em uma tentativa q = 0,6 - Número de sucessos desejados k ≥ 5 15. 30 A probabilidade é calculada usando a fórmula da distribuição binomial - Número de tentativas n = 8 - Probabilidade de sucesso em uma tentativa p = 1/6 (a probabilidade de obter um "seis") - Probabilidade de sucesso em uma tentativa q = 5/6 (a probabilidade de não obter um "seis") - Número de sucessos desejados k = 4 16. A probabilidade é calculada usando a fórmula da distribuição binomial - Número de tentativas n = 20 - Probabilidade de sucesso em uma tentativa p = 0,1 (probabilidade de defeituosos) - Probabilidade de sucesso em uma tentativa p = 0,9 (probabilidade de ser perfeito) - Número de sucessos desejados k = 3 17. A probabilidade é calculada usando a fórmula da distribuição binomial - Número de tentativas n = 50 31 - Probabilidade de sucesso em uma tentativa p = 1/4 (probabilidade de acertar por adivinhação) - Probabilidade de fracasso em uma tentativa q = 3/4 (probabilidade de errar por adivinhação) - Número de sucessos desejados k = 20 32