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Tratamento e disposição final dos resíduos sólidos

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VANDERSON FERREIRA PACHECO
Climatologia e MeteorologiaClimatologia e MeteorologiaTratamento e disposição final dos resíduos sólidos
São Luís
2024
Introdução
O primeiro processo de tratamento de resíduos sólidos que discutiremos é o processo de reciclagem. Mas, antes, pontuaremos não pode faltar U4 – Tratamento e disposição final dos resíduos sólidos 159 alguns aspectos importantes para todos tipos de tratamento, sobretudo para a reciclagem, pontos importantes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (BRASIL, 2010), como o estímulo à responsabilidade compartilhada como forma de ampliar os resultados ambientais, econômicos e sociais, ou seja, o tripé do desenvolvimento sustentável. Porém, outro ponto importante, disponível no art. 7º da PNRS (BRASIL, 2010), é o incentivo à indústria da reciclagem, uma vez que sem o desenvolvimento de novos processos produtivos para recuperar os diferentes tipos de materiais existentes entre os resíduos sólidos urbanos, torna-se inviável assegurar um desempenho econômico favorável. Seguindo essa linha, abordaremos sobre o tratamento de resíduos sólidos, sendo a reciclagem apenas um deles. Contudo, antes de discutirmos sobre as tecnologias de tratamento, é preciso ressaltar que devemos sempre priorizar ações de minimização dos resíduos. Nesse contexto, a redução na fonte é o ponto de destaque. Podemos citar, como medidas de redução: 1. 
Os sistemas de tratamento específicos de cada processo produtivo. 2. Modificações no próprio processo produtivo, como a substituição de uma matéria-prima, um novo layout para o produto, entre outros. 3. Melhorias no processo, como ações de controle, manutenção e inspeção periódica. 4. Implantação de uma política ambiental e um sistema de gestão ambiental na empresa. A redução na fonte permite uma menor geração de resíduos e rejeitos, que podem ser encaminhados, respectivamente, para tratamento ou disposição final, sendo a reciclagem uma alternativa de tratamento.
Coprocessamento: aplicações! 
Descrição da situação-problema 
No Brasil, segundo dados da Abrelpe (2016), em 2015, apenas 3% dos resíduos sólidos urbanos foram reciclados. Ao mesmo tempo, segundo o Panorama do Coprocessamento (ABCP, 2016), o Brasil processou, em 2015, 1,07 milhão de toneladas de resíduos. Considerando o contexto apresentado, imagine a seguinte situação: você é o responsável técnico de uma empresa do segmento de processamento de resíduos, que está em fase de licenciamento ambiental. Durante a audiência pública, você é requisitado para responder algumas perguntas da população civil: o que é coprocessamento? Quais são os produtos ou resíduos provenientes deste processo? Quais são as vantagens do coprocessamento como técnica de tratamento de resíduos? Quais são as desvantagens deste tipo de tratamento? Avançando na prática 170 U4 – Tratamento e disposição final dos resíduos sólidos 
Resolução da situação-problema 
É importante que você explique, de forma simples e clara para a população, que o coprocessamento se refere à queima dos resíduos, porém, sem a geração de resíduos. Como vimos, este processo ocorre em fornos de cimento e substitui matérias-primas e combustíveis tradicionais, como o calcário e a argila, no processo de fabricação do cimento. Em outras palavras, traz vantagens ambientais na redução de matérias-primas primárias, uma vez que diminui a pressão sobre os recursos naturais. Além disso, é importante esclarecer que os fornos de cimento têm características ideais para a destruição dos resíduos, como alta temperatura e alto tempo de residência, alta turbulência dos gases, estabilidade térmica, utilização de tecnologias e instalações existentes, entre outras. Outro fator importante é a redução do volume de resíduos encaminhados para os aterros sanitários, aumentando, assim, sua vida útil. Uma grande variedade de resíduos pode também ser utilizada no coprocessamento, por exemplo, resíduos oleosos, plásticos, pneus, graxas, ossos de animais, grão vencidos, lamas siderúrgicas, entre outros. Não deixe de frisar que existe um potencial atual para coprocessamento de 2,5 milhões de toneladas/ano de resíduos pelas 38 fábricas de cimentos licenciadas para a atividade; o que poderia mais que dobrar a quantidade anual coprocessada, ou seja, a implantação de mais uma unidade pode aumentar a capacidade de coprocessamento. No entanto, a técnica apresenta algumas desvantagens, tais como: emissão de poluentes atmosféricos, volatizarão de metais pesados, riscos de acidentes de trabalho devidos aos elementos poluentes, risco de contaminação acidental dos produtos fabricados, além de requisitar alto investimento e manutenção.
REFERÊNCIAS
Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos - Procedimento. Rio de Janeiro, 1996.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS - ABRELPE. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil - 2010. 2011. Disponível em: http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2010.pdf Acesso em: ago. 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS - ABRELPE. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil - 2013. 2014. Disponível em: http://www.abrelpe.org.br/Panorama/panorama2013.pdf Acesso em: ago. 2015.
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