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Ginecologia e Obstetrícia - Câncer de colo de útero

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Bruna Thomas – 8º período – XLIV
Saúde Mental
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO
1. INTRODUÇÃO
O CCU apresenta-se na sua fase inicial de forma assintomática ou
pouco sintomática, fazendo muitas pacientes não procurarem ajuda
no início da doença. Quando o tumor já cresceu, geralmente se torna
sintomático e faz sinusorragia e pode ter leucorreia.
O CCU cresce localmente, atingindo vagina, tecidos paracervicais e
paramétrios, podendo comprometer bexiga, ureteres e reto
2. DIAGNÓSTICO
Tríade para a população em geral:
● Citologia: relevante no rastreamento das lesões iniciais,
ainda não identificáveis a olho nu
○ Papanicolau é muito bom para NIC, mas quando
já tem doença invasora, quando já produz
necrose, essa paciente precisa de biópsia direto.
● Colposcopia: identificação de lesões ainda microscópicas,
por meio da visualização de imagens sugestivas de invasão
tumoral (vasos atípicos, necrose, erosões, aspecto vegetante
e circunvoluções na lesão)
● Histologia: padrão ouro; biópsia direta da lesão
3. TIPOS HISTOLÓGICOS
Carcinoma epidermóide ou espinocelular ou de células escamosas
(70-80%) → epitélio da ectocérvice
● Carcinoma de grandes células não queratinizado (mais
comum),
● Carcinoma de grandes células queratinizado
● Carcinoma de pequenas células não queratinizado.
Adenocarcinoma→ epitélio glandular (endocérvice)
● Costuma ter prognóstico pior;
4. ESTADIAMENTO
Segundo a FIGO o estadiamento é clínico e se baseia no tamanho do
tumor e na extensão para a pelve.
No exame pélvico deve ser incluído o toque vaginal para avaliação
das paredes vaginais e do acometimento dos fórnices vaginais e do
colo, que deve ser avaliado de acordo com seu tamanho, consistência,
presença de ulcerações, vegetações e mobilidade. O toque retal deve
realizado para avaliação dos paramétrios, da integridade da mucosa
retal e também da presença de fístula retovaginal.
CARCINOMA MICROINVASOR: constitui o estadiamento IA (câncer
invasor identificado apenas microscopicamente)
● IA1: invade até 3 mm do estroma
● IA2: invade de 3 a 5 mm do estroma
Medidas de profundidade de invasão > 5mm ou extensão > 7mm
caracterizam estádios a partir de IB
CARCINOMA MACROINVASOR:
● Invasão > 5 mm
● Limitado ao colo uterino
● Até 4 cm
5. TRATAMENTO
Bruna Thomas – 8º período – XLIV
Saúde Mental
A escolha do tratamento vai depender de vários fatores, como idade,
desejo de manutenção da fertilidade, comorbidades presentes, estádio
da doença, vontade da paciente, habilidade e preferências do médico.
ESTADIO
0
Carcinoma in situ → método excisional pela conização;
● Conduta diagnóstica, pois confirma o câncer in situ ou
revela a doença invasora, que então merecerá outra
abordagem — e terapêutica, pois, quando se tratar de
doença in situ e na peça as margens estiverem livres, o
tratamento estará completo.
ESTADIO
IA1
Carcinoma microinvasor → conização + análise anatopato
para definir extensão e profundidade.
● Sem desejo reprodutivo → histerectomia total do
tipo Piver I
● Com desejo reprodutivo → só conização
ESTADIO
IA2
Carcinoma microinvasor
● Sem desejo reprodutivo → Piver II +
linfadenectomia pélvica
● Com desejo reprodutivo → traquelectomia
radical.
○ Amputação do colo uterino com
parametrectomia bilateral até o cruzamento
dos ureteres, retirada do terço superior da
vagina e linfadenectomia. O corpo uterino
é preservado. Nesses casos, a gestação
deverá ocorrer com cerclagem para evitar
o risco de abortamento e/ou parto prétermo
ESTADIO
IB e IIA
Cirurgia de Wertheim-Meigs (Piver III).
● Se paciente obesa, com comorbidades graves ou
com fatores clínicos impeditivos para cirurgia,
opta-se pela radioterapia
○ Entretanto, a cirurgia tem vantagem de
possibilitar manutenção da elasticidade
vaginal. Isso permite que a vida sexual não
seja afetada. A radioterapia pode
ocasionar estreitamento e atrofia da vagina
○ A sobrevida após cinco anos, no entanto,
para ambos os tipos de tratamento, gira em
torno de 80 a 90%. Portanto, tanto o
tratamento cirúrgico quanto o
radioterápico apresentam eficácias
semelhantes
PIVER:
Piver I: histerectomia total;
Piver II: histerectomia total, com remoção dos paramétrios medialmente
aos ureteres. Os paramétrios são removidos até o cruzamento dos ureteres.
Inclui a remoção do terço superior da vagina — colpectomia superior;
Piver III: histerectomia total, paramétrios e do terço superior da vagina. É
a famosa cirurgia de Wertheim-Meigs.
A diferença do Piver II para o III é a radicalidade da ressecção parametrial.
Na classe II, removem-se os paramétrios até o cruzamento dos ureteres. Na
classe III, a ressecção parametrial é total. A cirurgia de Wertheim-Meigs
também pode ainda ser chamada por alguns autores de histerectomia
radical.
MEDCEL: Nos estádios Ia1, Ia2, Ib1, Ib2 e IIa1 o tratamento é
cirúrgico. Nos estádios Ib3 o tratamento é rádio e quimioterapia
radiossensibilizante. No estádio IIa2 em diante o tratamento indicado
é rádio e quimioterapia.

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