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Febre sem Sinais Localizatórios

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Febre sem Sinais Localizatórios 1
Febre sem Sinais Localizatórios
PREVALÊNCIA 3
É definida como febre de duração inferior a 7 dias, encontrada em um paciente 
que está em bom estado geral e não apresenta outros sinais e sintomas que 
localizem a infecção.
Os esforços devem ser concentrados em identificar os pacientes com maior 
risco de bacteremia oculta e de ITU, que, principalmente em crianças abaixo de 
2 anos, pode cursar apenas com febre, sem outros sinais e sintomas.
Lactentes com idade inferior a 3 meses têm imaturidade do sistema 
imunológico e exame físico frequentemente inespecífico durante infecções 
bacterianas. Nessa faixa etária, o risco de doença bacteriana grave chega a 
12%.
Os fatores de risco associados à ocorrência de bacteremia oculta em 
crianças com FSSL são:
Idade de 6 a 12 meses.
Temperatura  39ºC.
Leucometria  15 mil.
Vacinação antipneumocócica incompleta  3 doses).
A coleta de urina para investigação de ITU está indicada em:
Meninas com 2 ou mais fatores de risco.
Etnia branca.
Temperatura  39ºC.
Febre  2 dias.
Idade  1 ano.
Ausência de outra causa da febre.
Meninos com menos de 6 meses e febre acima de 39ºC.
Meninos acima de 6 meses não circuncidados na presença de 2 ou mais 
fatores de risco.
Etnia não negra.
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Temperatura  30ºC.
Febre  1 dia.
Ausência de outra causa da febre.
Meninos acima de 6 meses circuncidados na presença de 3 ou mais fatores 
de risco.
Na maioria dos casos de febre na infância, a origem é viral. Por isso, a 
pesquisa de vírus respiratórios pode auxiliar na condução de um caso de FSSL.
Crianças com algum sinal de descompensação necessitam de internação, 
coleta de hemograma, hemocultura, urina tipo 1, urocultura, líquor, RX de tórax 
e início de antibiótico empírico (ceftriaxone ou cefotaxima). Em lactentes 
menores de 3 meses, os parâmetros do exame físico são insuficientes para 
identificar o risco de infecção bacteriana grave, sendo necessária sempre a 
solicitação de exames laboratoriais.
A faixa etária de maior risco para doença bacteriana grave é a dos RN. 
Portanto, até os 28 dias de vida, todo paciente com febre  38ºC deve ser 
internado, submetido à coleta de hemograma, hemocultura, urina tipo 1, 
urocultura e líquor. O RX de tórax deve ser feito apenas na presença de 
sintomas respiratórios e a pesquisa de leucócitos nas fezes, apenas em casos 
de diarreia. Após a coleta dos exames, deve ser iniciado antibiótico empírico 
com uma cefalosporina de terceira geração, como a cefotaxima, mantido até o 
resultado das culturas.
Todos os pacientes com FSSL entre 1 e 3 meses de vida devem ser submetidos 
à coleta de hemograma, urina tipo 1 e urocultura para avaliação dos critérios de 
Rochester, que determinam o risco de infecção bacteriana grave — na 
presença de todos os critérios, o paciente é considerado de baixo risco e pode 
ser liberado com orientação de reavaliação médica diária até o resultado das 
culturas. Os lactentes de alto risco devem ser internados, submetidos à coleta 
de líquor e medicados com antibiótico empírico (ceftriaxone) até o resultado 
das culturas.
Critérios de Rochester para avaliação do risco de infecção bacteriana 
grave em lactentes:
Clínicos:
Previamente hígido.
Nascido a termo e sem complicações neonatais.
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Sem toxemia ou evidência de infecção bacteriana ao exame físico.
Sem doença crônica.
Laboratoriais:
Leucócitos de 5 a 15 mil células/mm3.
Bastonetes  1.500.
Microscopia de urina menor ou igual a 10 leucócitos/campo.
Microscopia de fezes menor ou igual a 5 leucócitos/campo, se 
diarreia.
Entre 3 e 24 meses de vida, consideramos como baixo risco todas as crianças 
com FSSL em bom estado geral e com temperatura inferior a 39ºC. Nesses 
casos, não há necessidade de coleta de exames ou de antibiótico empírico. Se 
a temperatura for superior a 39ºC, devemos levar em consideração os fatores 
de risco para bacteremia oculta e ITU para decidir quanto à coleta de exames 
complementares.
Entre 3 e 6 meses de vida a vacinação pneumocócica estará sempre 
incompleta e o risco de ITU é muito elevado. Por isso, devemos sempre colher 
hemograma, hemocultura, urina tipo 1 e urocultura.
Se hemograma normal ou alterado + urina 1 alterada, iniciar clavulin ou 
cefuroxima VO até resultado das culturas.
Se hemograma alterado + urinal 1 normal, iniciar amoxicilina VO, com 
reavaliação diária até resultado das culturas.
Se hemograma e urina 1 normais, manter sem antibiótico com reavaliação 
diária até resultado das culturas.
Entre 6 e 24 meses de vida, devemos iniciar a avaliação pelo risco de 
bacteremia oculta, ou seja, avaliar se a vacinação antipneumocócica está 
completa (pelo menos 3 doses) para decidir sobre a coleta de hemograma e 
hemocultura. Devemos estimar, também, o risco de ITU para decidir sobre a 
coleta de urina tipo 1 e urocultura.
Se vacinação pneumocócica incompleta:
Sem risco de ITU colher hemograma, hemocultura e pesquisa de vírus 
respiratórios (se disponível).
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Se hemograma alterado: amoxicilina VO, com reavaliação diária até 
resultado de culturas.
Se hemograma normal: sem antibiótico, com reavaliação diária até 
resultado de culturas.
Com risco de ITU colher hemograma, hemocultura, urina 1, urocultura e 
pesquisa de vírus respiratórios (se disponível).
Se hemograma normal + urina 1 normal: manter sem antibiótico, 
com reavaliação diária até resultado de culturas.
Se hemograma alterado + urina 1 normal: amoxicilina VO, com 
reavaliação diária até resultado de culturas.
Se hemograma normal ou alterado + urina 1 alterada: clavulin ou 
cefuroxima VO até resultado de culturas.
Se vacinação pneumocócica completa:
Sem risco de ITU sem antibiótico, com reavaliação diária.
Com risco de iTU colher urina 1 e urocultura.
Se urina 1 normal: sem antibiótico, com reavaliação diária até 
resultado de culturas.
Se urina 1 alterada: clavulin ou cefuroxima VO até resultado de 
culturas.

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