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DIREITO PENAL ESPECIAL-1

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SERGIPE
CURSO DE DIREITO 
LILIAN IMPERATRIZ ARAÚJO MENEZES
DIREITO PENAL ESPECIAL – LEI MARIA DA PENHA APLICADA PARA MULHERES TRANS
ARACAJU
2023
LILIAN IMPERATRIZ ARAÚJO MENEZES
DIREITO PENAL ESPECIAL – LEI MARIA DA PENHA APLICADA PARA MULHERES TRANS
Atividade apresentada à disciplina Direito Penal Especial
Professor: 
ARACAJU
2023
A Lei nº 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, foi sancionada em 7 de agosto de 2006, em homenagem à mulher, onde o marido tentou matá-la duas vezes, e de lá para cá se dedicam ao combate à violência contra as mulheres.
A lei fala que os tipos de violência contra à mulher são: violência patrimonial, violência sexual, violência física, violência moral e violência psicológica, seja ela sofrida em ambiente familiar, ambiente de trabalho, entre amigos ou conjugal. A dependência financeira, é a que causa mais violência doméstica, pelo fato da mulher sentir medo e coagita, por não ter uma renda física e depender diretamente do agressor, fazendo com a mulher não se sinta segura e encorajada a denunciar o seu agressor. 
Há algumas medidas que são tomadas para quem pratica a violência, tem entre elas o afastamento do lar, proibição de chegar perto da vítima, já as medidas voltadas à vítima, como aquelas que são dependentes financeiramente do agressor e que não possuem uma fonte de renda, são o encaminhamento para programas de proteção tanto ela quantos os filhos, afastamento de casa, medida protetiva para que o acusado não chegue próximo da vítima.
Em meados do primeiro semestre de 2022 o Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, deu provimento ao recurso especial, onde abrange a Lei Maria da Penha para mulheres trans. O motivo que levou a fazer esse acordão, foi o fato em que uma mulher trans, foi agredida pelo seu próprio pai que tinha feito uso de drogas e álcool e a perseguiu pela rua. 
A vítima encontrou uma viatura da PM, fez o boletim de ocorrência e solicitou medida protetiva contra o seu pai, mas o seu pedido foi indeferido, pelo fato de não ser mulher biologicamente.
Atualmente o Brasil é o primeiro na lista em relação a violência transfóbica, no ano de 2022, foram registradas 131 mortes de pessoas trans, motivadas por crime de ódio, por não aceitarem a opção de gênero da vítima. A população trans enfrenta varias vulnerabilidades, seja ela desde o meio familiar onde a família não aceita e condena sua opção sexual, até à área de empregos. A vulnerabilidade não pode ser resumida só a relação de uma ciência exata, e sim ao gênero biológico.
Com base no direito da isonomia todos são iguais perante a lei, onde não há distinção de gênero, de sexo, raça, trabalho, religião, política, sendo todos merecedores da igualdade de que a lei seja aplicada, de forma correta.
O Superior Tribunal de Justiça, fundamentou no recurso que, na Lei nº 11.340, no artigo 5º é mencionado que configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão, baseada no gênero que te cause morte, lesão, sofrimento físico ou sexual.
Com base nesse artigo, ficou definido que, a Lei Maria da penha no artigo 5º não fala da mulher de forma biológica e sim do gênero, sendo assim, transexuais, transgêneros, cisgêneros e travestis devem ser incluídas na Lei Maria da Penha, garantido a elas o acesso a proteção da violência doméstica contra a mulher, independente de gênero ou sexo, ela passa a ser vulnerável.
A pessoa transexual é aquela que não se identifica ao gênero, no qual foi designado no seu nascimento. Atualmente ocorre muito preconceito em relação as pessoas trans, seja ela homem ou mulher, mas evidente as que se identificam como mulher. Elas sofrem preconceitos de todos os lados, seja na família ou na sociedade, chegando ao ponto de serem agredidas, porque a sociedade não aceita a sua condição de viver. A mulher trans, após declara o seu gênero feminino, é vista aos olhos da sociedade, como uma pessoa do sexo frágil, ficando assim, mais vulnerável a atos de violência. Sendo assim, a mulher trans também pode gozar da proteção da Lei Maria da Penha, quando um homem trans agredi-la, declarando hipossuficiência física, já o homem trans não tem o direito de gozar da proteção da lei, por ele se identificar com gênero masculino. 
Por isso, de acordo com a 6º turma do Superior Tribunal de Justiça, cabe sim os direitos de proteção incluídos na Lei Maria da Penha, as mulheres trans, garantido assim a justiça positiva para todas a vítimas de violência doméstica, fazendo assim, com que diminua o feminicídio contra as mulheres transexuais, pois ela também se torna uma pessoa vulnerável, para as pessoas que discriminam, correndo o risco de sofrerem agressões e até levar a morte delas.

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