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Plantas que causam Morte Súbita

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Plantas que causam Morte Súbita
Professor: Julio Cezar Heker Junior 
Alunos: Larissa Rossato, Paola Barbosa, Tiefanny Zart e Willi Horner
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE
Medicina Veterinária
Toxicologia Veterinária e Plantas Tóxicas
Introdução
No Brasil → plantas que causam "morte súbita" são as mais 
importantes → prejuízos econômicos;
Ocorrência de morte súbita em bovinos causada por ingestão de 
plantas tóxicas → muito frequente no Brasil;
Mortes repentinas se manifestam sem 
sinais clínicos prévios e sem evidências 
visíveis significativas;
Fonte: Domínio Público
Quais são estas plantas?
1) Intoxicação superaguda
➔ Gênero Palicourea
➔ Gênero Arrabidaea
➔ Gênero Pseudocalymma
➔ Gênero Mascagnia
➔ Gênero Amorimia
➔ Gênero Cestrum
2) Intoxicação superaguda a 
crônica
➔ Gênero Tetrapterys
➔ Gênero Ateleia
3) Plantas cianogênicas
➔ Gênero Manihot
➔ Gênero Anadenanthera
➔ Gênero Piptadenia
➔ Gênero Prunus
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Palicourea → Palicourea macgravii
Nome popular: erva de rato, café do mato.
Mais importante do Brasil (80%)
Boa palatabilidade, toxidez, efeito acumulativo e extensa distribuição
 Arbusto da Família Rubiaceae
Habitat → matas hidrófilas
Fonte: Domínio Público
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Palicourea → Palicourea macgravii
Bovinos → experimentalmente em outras espécies
Bubalinos - 6x mais resistentes
Princípio tóxico: presença de Monofluoracetato (MFA) → inibe ciclo 
de Krebs
São tóxicas: folhas e frutos → dose letal das folhas frescas: 0,6g/kg
Fonte: Frutos Atrativos de Cerrado
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Palicourea → Palicourea macgravii
Sinais Clínicos superagudos:
Queda, pedalagem, convulsão tônica
Achados macroscópicos são praticamente negativos
Hemorragias no epicárdio e congestão dos pulmões e ID
Microscopia renal → degeneração túbulos contorcidos distais, 
picnose nuclear
Fonte: Peixoto et al., 2012
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Palicourea → Palicourea macgravii
Diagnóstico
Presença na pastagem, achados post-mortem, lesão renal
Não há tratamento → evitar movimentação (precipita a morte)
Ratos: xilazina, hidrato de cloral e acetamida
Solução: tolerância → Butyrivibrio fibrisolvens - degradar fluoracetato
Fonte: Kopecny et al., 2003
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Arrabidaea → Arrabidaea bilabiata 
Nome popular : Chibata
Mais importante: cresce na beira dos rios e lagos. 
 Família : Bignoniaceae
Habitat → Várzea da bacia amazônica
 2º principal planta tóxica da região amazônica. 
Fonte: Expressão animal
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Arrabidaea → Arrabidaea bilabiata
 Animais acometidos: Bovinos e coelhos silvestres 
Maior época de intoxicação: mudança de pastos jul/ago o e 
fev/mar. 
 Dose letal: 15g/kg do animal para bovinos. 
Só ocorre a contaminação com plantas frescas. 
Fonte: Domínio público
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Arrabidaea → Arrabidaea bilabiata
Sinais Clínicos superagudos:
Demora até 24hrs para aparecer. Leva ao óbito de 10-15min
Pulso venoso positivo, instabilidade, tremores musculares, dispneia 
até que o animal caia em decúbito esterno-abdominal , pedalagem 
e vocalização e morte 
Achados microscópicos: alteração morfológica dos túbulos 
contorcidos distais. Achados macroscópicos: não encontrados. 
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Arrabidaea → Arrabidaea bilabiata
Diagnóstico:
Sinais clínicos 
 Lesão renal visível na microscopia
Princípio tóxico: glicosídeos esteróides cardioativos
Tratamento → não existe
 
Parênquima renal com 
degeneração hidropicovacular 
das células epiteliais dos túbulos 
contorcidos distais. 
Fonte: Pavarani et. al; 2011
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Pseudocalymma → Pseudocalymma elegans
Sem nome popular
Família Bignoniaceae
Princípio desconhecido- MFA?
Encontrado no RJ
Bovinos, Equinos(?) e experimentais
Fonte: HELAYER et al, 2011
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Pseudocalymma → Pseudocalymma elegans
Dose letal = 1g/kg
Insuficiência cardíaca aguda
Microscópico → lesão renal 
Sinais clínicos:
Queda, movimentos de pedalagem, tremores musculares, 
respiração ofegante, mugidos e morte muito rápida
Fonte: Helayer et al, 2011
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Mascagnia → Mascagnia rigida
Família Malpighiaceae
Nome popular: pela-bucho, tinguí
Regiões Secas
Cipó arbustivo, palatável
Morte em 24-48h- bovinos e caprinos
Fonte: Expressão Animal
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Mascagnia → Mascagnia rigida
Princípio ativo desconhecido 
Saponina? Glicosídeo digitálico? 
Sintomas 
Falta de apetite, depressão, andar cambaleante, tremores 
musculares
Necropsia → muco final do IG
Fonte: Bezerra, 2011
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Mascagnia → Mascagnia rigida
Microscopia
Alterações cardíacas, hepáticas, renais e intestinais
Não há tratamento 
Repouso 
Sistema radicular bem desenvolvido
Fonte: Vasconcelos et al, 2008
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Amorimia → Amorimia extropica
Encontrada principalmente no sudeste e no sul do país
Mascagnia
Propriedade cardiotóxica em bovinos
Não há tratamento 
Dose letal = 7,5 a 10 kg da planta
Princípio ativo → Monofluoracetato de sódio
Fonte: Soares et al.,2011
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Amorimia → Amorimia extropica
Sinais Clínicos:
Morte em minutos, taquicardia, cansaço, ingurgitamento da veia 
jugular, tremores musculares, contrações bruscas, decúbito 
esternal que evolui para lateral, além de quedas súbitas
Microscopicamente:
Degeneração hidrópico-vacuolar do epitélio tubular renal
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Cestrum → Cestrum laevigatum 
Nome popular: Coerana, dama da noite
Principalmente relatado em bovinos 
Encontrada nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e na faixa litorânea 
da região Nordeste do Brasil → mais significativa para o sudeste 
Dose letal = 10/50 kg da planta fresca por animal (Bovinos)
Morte ocorre entre 6 e 48 horas após a ingestão 
Fonte: Expressão Animal
1) Intoxicação Superaguda
Gênero Cestrum → Cestrum laevigatum 
Sinais Clínicos: 
Microscopicamente:
Lesões necrose centrolobular associada a congestão e 
hemorragias, e às vezes com vacuolização dos hepatócitos
 
Anorexia, apatia, tremores musculares, 
excitação, agressividade, andar 
cambaleante, constipação, fezes ressecadas 
contendo muco e sangue, sonolência e morte
Fonte: Aragão, 2010. 
2) Intoxicação Superaguda a Crônica
Gênero Tetrapterys → Tetrapterys acutifolia (Niendezuella acutifolia) 
Família Malpighiaceae
Nome popular: cipó-preto, cipó-ruão
Região Sudeste → pseudo-arbusto
Bovinos → período de seca
Lesões cardíacas
MFA, Pavetamine?
Fonte: Caldas et al., 2011
2) Intoxicação Superaguda a Crônica
Gênero Tetrapterys → Tetrapterys acutifolia (Niendezuella acutifolia) 
Sinais Clínicos:
Insuficiência cardíaca: pulso venoso positivo, 
edema da região da barbela e arritmia cardíaca
Subaguda, crônica → esforço 
Necropsia: coração c/ áreas claras e fígado congesto
Não há tratamento 
Fonte: Caldas et al., 2011
2) Intoxicação Superaguda a Crônica
Gênero Ateleia → Ateleia glazioviana 
Encontrada principalmente no sul do país
Nome popular: Timbó, timbó blanco, timbó raposa
Propriedade cardiotóxica e neurotóxica em bovinos
Sem tratamento 
Dose letal > do que 4,5 kg da folha da planta
 Planta altamente palatável 
Fonte: Bagatini- Mercado das Mudas.
2) Intoxicação Superaguda a Crônica
Gênero Ateleia → Ateleia glazioviana 
Sinais Clínicos:
Depressão, letargia, cegueira, andar lento e cambaleante, 
salivação, fezes secas, perda de peso
Microscopicamente:
Fibras do miocárdio contraídas, tumefeitas e eosinofílicas (áreas 
esbranquiçadas no coração) 
3) Plantas Cianogênicas
Plantas produtoras de ácido cianídrico (HCN)
Princípio ativo → glicosídeos cianogênico presente nas folhas e nos 
tubérculos
Nas plantas os glicosídeos cianogênicos sofrem hidrólise 
produzindo ácido cianídrico (HCN) 
ANOXIA GENERALIZADA HIPÓXIA (se liga ao ferro dahemácia) 
3) Plantas Cianogênicas
Sinais Clínicos:
Grandes [ ] de HCN: convulsão e parada respiratória → morte súbita
Taquicardia, incoordenação motora, salivação, insuficiência respiratória 
Mucosas de vermelhas a cianóticas e convulsões terminais (localizadas)
Achados de necropsia: 
Não há achados significantes quando ocorre de forma aguda, com evolução 
mais lenta os órgãos e o sangue podem adquirir uma coloração mais escura
 
Fonte: Domínio Público
3) Plantas Cianogênicas
Diagnóstico 
Sinais clínicos +histórico
 Teste do papel picro-sódico 
Tratamento 
Nitrito de sódio + Tiossulfato de sódio
CUIDADO COM A INTOXICAÇÃO PELO MEDICAMENTO!
 
Fonte: Domínio Público
3) Plantas Cianogênicas
Exemplos de gêneros e espécies de plantas cianogênicas
Gênero Manihot → Manihot esculenta (mandioca brava)
Gênero Anadenanthera → Anadenanthera macrocarpa
(angico preto)
Gênero Piptadenia → Piptadenia viridiflora (surucucu)
Gênero Prunus → Prunus sphaerocarpa (pessegueiro bravo)
 
Fonte: Domínio Público
Prevenção
Erradicação das plantas tóxicas periodicamente → principalmente 
das mais palatáveis ou atrativas; 
Áreas de difícil controle ou erradicação → cercar = manter 
animais sem acesso a esta pastagem;
Métodos mecânicos de controle: roçada manual ou capinação;
Não é 100% eficiente → elimina apenas a 
parte aérea da planta → rebrota
Fonte: Domínio Público
A maioria é consumida devido a → escassez de pasto e deslocamento 
de animais famintos para pastagens com plantas tóxicas;
Pastagens de boa qualidade na época seca → devem suprir as 
necessidades dos bovinos;
Evitar → superlotação 
Objetivo: não passem fome e reduzam a 
busca por outras fontes de alimentação
Prevenção
Fonte: Domínio Público
Conclusão
Grandes prejuízos → comprometem a produtividade dos rebanhos;
É de grande importância → identificar as plantas tóxicas invasoras 
das pastagens → adotar procedimentos e manejos de prevenção;
Tratamentos são emergenciais e paliativos → 
resposta depende da vitalidade do animal, 
da intensidade da intoxicação e da planta.
Fonte: Domínio Público
FIM
Agradecemos a 
atenção!

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