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Novo Olhar na Literatura Infantil

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AULA 05 - UM NOVO OLHAR SOBRE A CRIANÇA NA LITERATURA INFANTIL
A Literatura Infantil era inicialmente pensada dentro das especificidades da sociedade burguesa, cujas histórias transmitiam valores morais para o ensinamento das crianças. Porém, na metade do século XIX essas tendências começam a se alterar e há um rompimento sobre o olhar em relação às crianças e aos personagens infantis dentro dos livros da Literatura Infantil. 
Com isso, vemos a introdução de figuras emblemáticas que se tornaram clássicos da Literatura Infantil, como por exemplo: Alice de ‘Alice no País das Maravilhas’ e Dorothy de ‘O Mágico de Oz’ - personagens que encarnam de alguma forma uma nova maneira de se pensar sobre a criança (como seres questionadores, com voz própria, ansiedades e sentimentos próprios), e se tornam figuras que se encontram no centro da narrativa e ganham os olhares do narrador, se tornando protagonistas da história. E uma segunda ideia bastante interessante nessas novas narrativas é o espaço que o narrador abre ao próprio leitor, para que ele se insira e pense um pouco a respeito no que está acontecendo naquele enredo em que as personagens estão envolvidas.
Nas narrativas das obras citadas, as personagens principais rompem com o padrão de personagens dependentes e subjugadas à autoridade dos adultos. Além disso, estes personagens se veem dentro de aventuras, onde a viagem é um percurso existencial de amadurecimento. Ou seja, a ideia da viagem, tanto de Alice quanto de Dorothy, nada mais é do que uma espécie de rompimento, de amadurecimento; é uma passagem de uma fase anterior a uma nova. 
Além disso, é importante acrescentar que “O Mágico de Oz”, que é escrito nos Estados Unidos, dialoga abertamente com uma perspectiva muito americana de se pensar Literatura e o universo americano do período da segunda metade do século XIX. Na história temos uma noção de um governo autoritário e absolutista sendo desbancado na própria figura do mágico e a proposição da Dorothy de uma política mais liberal que é a típica política americana. 
Por fim, a ideia ou a noção da autoimagem é formulada junto a narrativa que oferece recurso de uma reflexão sobre si; nesse caso, a do próprio leitor - à medida que os personagens do Leão, Homem de Lata e o Espantalho estão em busca da própria identidade.

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