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AULA 08 - A LITERATURA INFANTOJUVENIL NA ESCOLA Há cinco pontos para entendermos a transformação da literatura na educação no Brasil. O primeiro momento é durante o Brasil Colônia, onde a educação ficava toda a carga dos Jesuítas, principalmente no litoral brasileiro onde se constituíam as escolas jesuíticas. Os padres jesuítas foram responsáveis por esse fenômeno educacional no Brasil desde o século 16 com a sua chegada na colônia até a sua expulsão numa reforma no século XVIII chamada Reforma Pombalina. Com a chegada da família real no Brasil, temos um vazio enorme no processo educacional do país, onde houve pouca iniciativa ao processo educacional por parte do governo português, pois não era do interesse da coroa que na Colônia alguém fosse alfabetizado, a não ser poucos senhores de Engenho e seus filhos, para que estes depois pudessem ir para a Europa e estudar os cursos que eram mais proeminentes da época. Com a proclamação da Independência do Brasil, temos a organização da primeira constituição elaborada a partir de uma constituinte que propôs planos de alfabetização e a criação da primeira escola pública. Porém, isso foi muito pontual, pois estes planos estavam relacionados principalmente com a capital do Império no Brasil, que naquele momento era o Rio de Janeiro. Com o pouco progresso, o Brasil chega ao final do século 19 como a população ainda eminentemente analfabeta. Entre 1890 e 1900, vemos a educação pouco mudar, onde a educação é um ensino tradicional elitista voltado especificamente para um grupo seleto da população Com a República Velha, Getúlio Vargas pensa em reformas educacionais e com Juscelino Kubitschek temos a criação das escolas técnicas, porém a formação de leitores é algo bastante desvinculado. A literatura que chega ao espaço escolar tem um caráter muito mais pedagógico do que um caráter de imaginação e bem-estar. Segundo Regina Zilberman, a literatura nas salas de aula é vista como instrumento, similar ao livro didático, provocando tédio, pois a leitura é vivenciada como aprisionamento, controle ou obrigação. O maior erro que é levantado não só pela própria Regina Zilberman, mas também pela Magda Soares - identificado em muitos livros didáticos - é usar a literatura como um mecanismo de aprendizagem da língua, onde toda a ideia de função de bem-estar e de pensar a literatura numa proposta de análise do próprio texto literário deixa de existir. Ou seja, a literatura é utilizada nas escolas como um instrumento pedagógico ao invés de ter a sua devida valorização como arte, tendo assim, todas as características literárias deixadas em segundo plano. Segunda Magda Soares vemos a literatura ser utilizada como pretexto para o estudo da gramática, onde temos trechos de textos retirados de seu contexto e alunos ficam sem saber sobre qual obra está sendo trabalhada. Magda anuncia a importância de a Literatura ser trabalhada em sua totalidade e não como uma simples proposição gramatical, expondo, assim, a forma errônea que as escolas trabalham a Literatura em salas de aula até os dias atuais. CAPÍTULO NORTEADOR ZILBERMAN, R. A leitura e o ensino da literatura. Curitiba: Intersaberes, 2012. Capítulo 1, ponto 1.2 ao 1.5
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