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Nutricao experimental

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Prévia do material em texto

FLÁVIA LUÍSA DIAS AUDIBERT
NUTRIÇÃO 
EXPERIMENTAL
Coordenador(a) de Conteúdo 
Renato Castro da Silva
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Adrian Marcareli dos Santos ; Alexandre 
Donzelli; Camila Luiza Nardelli; Isabella 
Santos Magalhães e Yago Nardelli,
Design Educacional
Letícia Matheucci Zambrana Grou
Curadoria
Katia Salvato
Revisão Textual
Érica Fernanda Ortega
Ilustração
Eduardo Aparecido Alves e André 
Azevedo 
Fotos
Shutterstock
Impresso por: 
Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.
Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Núcleo de Educação a Distância. AUDIBERT, Flávia Luísa Dias.
NUTRIÇÃO EXPERIMENTAL / Flávia Luísa Dias Audibert - Indaial, SC: 
Arqué, 2023.
196 p.
ISBN papel 978-65-6083-088-2
ISBN digital 978-65-6083-083-7
“Graduação - EaD”. 
1. Nutrição 2. Alimentação 3. EaD. I. Título. 
CDD - 613.2 
EXPEDIENTE
Universidade Cesumar - UniCesumar. U58
FICHA CATALOGRÁFICA
02511535
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/17299
RECURSOS DE IMERSÃO
Utilizado para temas, assuntos 
ou conceitos avançados, levando 
ao aprofundamento do que 
está sendo trabalhado naquele 
momento do texto. 
APROFUNDANDO
Utilizado para aprofundar o 
conhecimento em conteúdos 
relevantes utilizando uma 
linguagem audiovisual. 
Disponibilizado por meio de QR-
code. 
Professores especialistas e 
convidados, ampliando as 
discussões sobre os temas 
por meio de fantásticos 
podcasts.
PLAY NO CONHECIMENTO
Utilizado para agregar 
um conteúdo externo. 
Utilizando o QR-code você 
poderá acessar links de 
vídeos, artigos, sites, etc. 
Acrescentando muito 
aprendizado em toda a sua trajetória.
EU INDICO
Este item corresponde a uma 
proposta de reflexão que pode 
ser apresentada por meio de uma 
frase, um trecho breve ou uma 
pergunta. 
PENSANDO JUNTOS
Utilizado para desmistificar 
pontos que possam gerar 
confusão sobre o tema. Após o 
texto trazer a explicação, essa 
interlocução pode trazer pontos 
adicionais que contribuam para 
que o estudante não fique com 
dúvidas sobre o tema. 
ZOOM NO CONHECIMENTO
Uma dose extra de 
conhecimento é sempre 
bem-vinda. Aqui você terá 
indicações de filmes que se 
conectam com o tema do 
conteúdo.
INDICAÇÃO DE FILME
Uma dose extra de 
conhecimento é sempre 
bem-vinda. Aqui você terá 
indicações de livros que 
agregarão muito na sua vida 
profissional.
INDICAÇÃO DE LIVROEM FOCO
4
5
CAMINHOS DE APRENDIZAGEM
77
117
159
U N I D A D E 3
BIOÉTICA - EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL E MÉTODOS ALTERNATIVOS 78
 EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL - COBAIAS, MANEJO E CUIDADOS 98
U N I D A D E 4
DIETAS EXPERIMENTAIS - ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO 118
METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO - TÉCNICAS APLICADAS À NUTRIÇÃO 138
U N I D A D E 5
PARÂMETROS AMBIENTAIS, DIETÉTICOS E BIOMÉTRICOS 160
DADOS EXPERIMENTAIS - COLETA E TABULAÇÃO 178
7U N I D A D E 1
INTRODUÇÃO À NUTRIÇÃO EXPERIMENTAL 8
35U N I D A D E 2
CONHECENDO UM BIOTÉRIO 36
PESQUISA EXPERIMENTAL EM NUTRIÇÃO - TÉCNICAS E APLICAÇÕES 56
UNIDADE 1
MINHAS METAS
INTRODUÇÃO À NUTRIÇÃO 
EXPERIMENTAL
Compreender os conceitos iniciais da Nutrição Experimental.
Conhecer importantes marcos na ciência experimental e seus protagonistas.
Explorar a história da experimentação na nutrição. 
Identificar a importância dos métodos experimentais na ciência da nutrição.
Entender a ligação entre estudos laboratoriais e aplicações clínicas.
Refletir sobre a relevância da ciência da nutrição na saúde da população.
Aprender como os conceitos científicos se traduzem em importantes estudos que abriram 
caminho para uma revolução na área da saúde e nutrição.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1
8
INICIE SUA JORNADA
Imagine o seguinte cenário: a população mundial foi surpreendida por uma nova 
doença que está causando muitas mortes em regiões com baixo consumo de 
hortaliças. Você é cientista e está na corrida para desvendar o causador da pa-
tologia, como ele age no organismo e qual substância das hortaliças pode estar 
prevenindo sua gravidade. Contudo, há uma questão bioética. Você não pode 
submeter um ser humano a uma doença desconhecida, nem mesmo definir do-
sagens de tratamento sem saber claramente balancear riscos e benefícios. O que 
fazer? Qual método empregar? 
O conhecimento de que algo presente em um alimento poderia modificar uma 
resposta no corpo é antigo, mesmo que utilizando o empirismo. Séculos à frente, 
temos a nossa disposição equipamentos de altíssima resolução e métodos ex-
perimentais para avaliar a biodisponibilidade de nutrientes e metabolismo em 
diferentes organismos.
Respeitando os preceitos bioéticos e utilizando, de modo assertivo e cons-
ciente, a experimentação animal, poderíamos estudar a fundo os agentes etio-
lógicos de uma doença emergente e quais nutrientes podem ser a chave para 
a prevenção ou tratamento dela. 
Quão importantes são os testes em laboratório para a saúde da população? Ex-
iste uma história por trás dos métodos clínicos na nutrição? Onde isto começa 
e será que podemos imaginar o futuro? Ouça este podcast para conhecer mais 
sobre o assunto. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do 
ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
UNICESUMAR
9
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Isso nos faz refletir: quanto podemos contribuir para a nutrição, tendo disponível 
metodologias bem estabelecidas e um crescente avanço tecnológico?
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
HISTÓRICO DOS MÉTODOS EXPERIMENTAIS
VAMOS RECORDAR?
Compreenda a importância da ciência da nutrição e dos métodos experimentais 
que podem responder perguntas relevantes na saúde e bem-estar da população.
JOGO ARRASTA E SOLTA
Imagine um mundo onde não existissem métodos experimentais para determi-
nação da concentração de nutriente nos alimentos. Será que apenas empiricamente 
saberíamos dizer qual fruta tem mais vitamina C?
Neste jogo, você deve arrastar os valores de concentrações de vitamina C segundo a 
TACO – Tabela de Composição dos Alimentos – até suas respectivas frutas (consid-
ere 100g da fruta).
Imagem Valor corresponde
 941,4mg
1
1
80,6mg
 34,6mg
 43,5mg
 63,6mg
Quantas você acertou empiricamente? Veja, estu-
dante, isto não te leva a refletir o quanto as meto-
dologias experimentais, mesmo que mais simples, 
podem contribuir para o conhecimento na área da 
nutrição? E até mesmo extrapolar para a resposta 
de uma orientação nutricional na prática clínica? 
Existe um caminho a percorrer entre o estudo de uma substância presente no 
alimento até a prescrição nutricional, porém, este trajeto necessita dos passos 
iniciais para chegarmos até o objetivo final: promover saúde para a população 
por meio da Nutrição.
Promover saúde 
para a população 
por meio da 
Nutrição
UNICESUMAR
1
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
O surgimento da varíola e o método de variolização, iniciado na Índia e propa-
gado por todo oriente e então Europa, foi um marco histórico para o primeiro 
ensaio clínico que se tem registros. A variolização consistia em coletar o líquido 
das feridas dos doentes e arranhar os não contaminados, imunizando-os. A rea-
leza europeia decidiu utilizar cobaias humanas para experimentar o método 
antes de utilizá-lo nos membros da corte. Prisioneiros e órfãos foram submetidos 
à variolização e obrigados a entrar em contato com doentes. A partir da eficácia 
observada, a realeza passou a utilizar o método também (IBRAHIM, 2012). 
Desde os primeiros registros da humanidade, nossas necessidades e instin-
to curioso nos levaram a levantar importantes perguntas sobre nós: como nos-
so corpo funciona? Quais são as partes que promovem este funcionamento?Nosso corpo responde a estímulos externos e internos de que forma? E outros 
tantos questionamentos. Além disso, não estamos sós, fazemos parte de um 
mundo que se relaciona conosco – comemos, nos movimentamos, entramos 
em contato com a natureza e diversos seres presentes nela (que podem ou não 
instigar respostas do nosso organismo). 
O contato com microrganismos patogênicos e o conceito da morte como 
um fenômeno coletivo têm seus primeiros relatos com o início da agricultura e 
criação de animais. Com isto, o pouco conhecimento sobre doença, contágio, 
prevenção e tratamento trouxe ao mundo um percurso de diversas epidemias 
ao longo dos anos. Viu-se a necessidade de lidar com estes acontecimentos, 
porém, cada cultura organizava métodos próprios para isto (IBRAHIM, 2012).
1
1
Hoje, com os desdobramentos dos estudos em bioética, experimentos 
como esses não seriam aprovados. Contudo, a partir das definições de barrei-
ras com experimentos humanos, tornou-se necessário aplicar metodologias 
que possam trazer dados importantes sobre saúde utilizando outros modelos. 
“A ciência sempre nos colocou todas as possibilidades de descobertas e tor-
nou-se inquestionável o valor da evolução tecnológica, porém hoje se pergun-
ta: tudo o que posso fazer eu devo fazer?” (NUNES; NUNES, 2004, p. 616).
A NUTRIÇÃO COMO CIÊNCIA
Durante a Guerra da Criméia, em 1854, Florence Nightingale – precursora da 
Enfermagem moderna, também conhecida como “dama da lâmpada” – percebeu 
que os soldados adoeciam ou morriam de outras doenças além dos ferimentos 
de guerra devido às condições de higiene e carências na alimentação. Com isso, 
organizou cozinhas funcionais, melhorando a alimentação dos feridos e redu-
zindo comorbidades associadas à desnutrição (HERTZLER, 2004).
Sua contribuição para a melhora dos feridos foi notável para a Enferma-
gem, mas também apresentou um conceito importante na área da Nutrição: 
a qualidade nutricional e quantidade adequada na melhora das condições de 
saúde de pessoas enfermas.
Ao longo dos anos, a importância dos nutrientes na saúde da população se tor-
nou muito mais clara e, como podemos perceber, o próprio desenvolvimento da 
ciência e da saúde instigou a necessidade de descrever em métodos científicos 
reprodutíveis os detalhamentos destas informações.
PENSANDO JUNTOS
São muitos anos entre a construção de cozinhas funcionais por Nightingale e a 
emergência dos termos mais modernos da nutrição, como a Nutrigenômica. São 
diversos protagonistas desde o empirismo até estudos, modelos experimentais, 
centros de pesquisas e metodologias detalhadas.
UNICESUMAR
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1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
O percurso da construção do conhecimento científico na área da nutri-
ção, segundo alguns autores (VASCONCELOS, 2010), é marcado por três 
períodos históricos: 
Naturalístico ou
arcaico
o empirismo
determinava
grande parte do
conhecimento
Químico-analítico
ou pré-cientí�co
com as importantes
descobertas químicas
feitas por Lavoisier
Cientí�co ou
biológico
iniciado entre 1900 com
os estudos da �siologia e
transcorria o tempo com
os grandes estudos sobre
nutrientes e metabolismo
A emergência da Nutrição como ciência teve a influência de diversos momentos 
históricos, mas foi desencadeada pela Primeira Guerra Mundial. A partir disso, 
tem-se registros dos primeiros centros de pesquisa e cursos de formação na área. 
Na década de 30, a Nutrição era dividida em duas frentes: biológica, focada nos 
aspectos fisiológicos e nutrientes; e social, focada na distribuição e produção de 
alimentos para a população (VASCONCELOS, 2010). 
A divisão da frente biológica da ciência da nutrição em 1940 trouxe para 
nós dois novos campos: a Nutrição Clínica – também denominada Die-
toterapia, com o objetivo de utilizar o alimento para tratar indivíduos; e a 
Nutrição Experimental.
Figura 1 – Linha do tempo do conhecimento científico em nutrição / Fonte: adaptada de Vasconcelos (2010).
Descrição da Imagem: a figura ilustra uma linha do tempo em 3 partes, indicada por uma seta que aponta para a 
direita. Da esquerda para direita, no primeiro ponto da linha, lê-se “naturalístico ou arcaico” e, abaixo, uma caixa 
de texto que se lê “o empirismo determinava grande parte do conhecimento”. No segundo ponto da linha, lê-se 
“químico-analítico ou pré-científico”, abaixo, uma caixa de texto em que se lê “com as importantes descobertas 
químicas feitas por Lavoisier”. No terceiro e último ponto da linha, lê-se “científico ou biológico”, abaixo uma caixa 
de texto em que se lê “iniciado entre 1900 com os estudos da fisiologia e transcorria o tempo com os grandes 
estudos sobre nutrientes e metabolismo”. Fim da descrição.
1
4
 “ A Nutrição Básica e Experimental caracterizou-se por ser um con-junto de conhecimentos voltados ao desenvolvimento de pesquisas básicas de caráter experimental e laboratorial relacionadas à ali-
mentação humana (VASCONCELOS, 2010, p. 938).
ESTUDOS COM SERES HUMANOS, MODELOS ANIMAIS E 
MÉTODOS ALTERNATIVOS
Apesar das ferramentas e aplicações da Nutrição Clínica serem diferentes da 
Nutrição Experimental, seus objetivos finais são os mesmos – levar saúde para 
a população. E uma necessita da outra. É na Nutrição Clínica que levantamos 
questionamentos que serão explorados na Experimental, que, por sua vez, trará 
respostas fundamentais para aplicação clínica. 
Os estudos feitos com humanos possuem limitações que, em determinadas 
pesquisas, dificultam ou até mesmo inviabilizam sua realização, como:
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Fonte: adaptado de Perini et al. (2010).
Existem diversos modelos experimentais que nos permitem fazer importantes 
perguntas na área da nutrição. E suas maiores vantagens são: controle das condi-
ções do experimento e reprodutibilidade. Apesar dos modelos experimentais com 
animais não reproduzirem exatamente o ser humano, seu metabolismo e resposta 
HETEROGENEIDADE NO GRUPO AMOSTRAL
A variabilidade genética, diferença de idade, sexo, etnia e até mesmo hábitos de 
vida podem interferir no resultado de um estudo. O controle destes vieses nem 
sempre é possível e o pesquisador precisa reduzir ao máximo os pontos de inter-
ferência na pesquisa. Isto pode fazer com que o número de amostras seja muito 
pequeno ou que seja necessário um período longo de coletas.
PARÂMETROS ÉTICOS
Estudos com humanos exigem critérios bem delineados para preservar a integ-
ridade física e mental dos indivíduos. É necessária autorização de um comitê de 
ética em pesquisa com seres humanos, seus riscos não podem ser superiores aos 
benefícios, dados precisam ser sigilosos e é preciso demonstrar, com clareza, a 
relevância de uma pesquisa que envolva humanos.
VALIDADE ESTATÍSTICA
A depender do estudo, é necessária uma quantidade grande de indivíduos na 
pesquisa, dificultando que esta seja feita num curto período ou em centros de 
pesquisas menores. Por exemplo, uma doença como a Hipertensão, que tem uma 
prevalência alta na população, precisa de um grande número de indivíduos para 
fornecer dados relevantes estatisticamente.
INTERVENÇÕES E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Alguns estudos precisam de coleta de material biológico que podem ser com pro-
cedimentos invasivos e dolorosos ou que sejam onerosos para a pesquisa. A não 
aceitação dos indivíduos na participação da pesquisa e os custos necessários para 
realizá-la são importantes parâmetros para avaliar no delineamento experimental.
1
1
a nutrientes, diversas pesquisas já demonstraram que os resultados de modelos 
experimentais refletem os feitos com humanos (GIACOMELLI; NATALI, 1999).
São inúmeras as pesquisas que demonstram a validade dos métodos ex-
perimentais e suas contribuições para as pesquisas em saúde dos humanos. 
Estudos com animais vem trazendo perspectivas inovadoras na prevenção, 
tratamento e até mesmo cura de doenças. Na área da nutrição, estudos de-
monstram os benefícios de alimentos funcionais e de compostos bioativos 
dos alimentos no tratamento do Diabetes Mellitus e da Hipertensão Arterial(MALINOSKI et al., 2016; KUPPUSAMY et al., 2012; COELHO et al., 2013; 
GOLALIPOUR et al., 2013; BANIN et al., 2014).
Planeta dos Macacos – A Origem (2011)
Sinopse: em uma distopia eletrizante, Will Rodman (James 
Franco) é um cientista que trabalha em um laboratório que 
utiliza macacos como modelos experimentais para um estudo 
sobre o Mal de Alzheimer. Ao aplicar o medicamento em um 
dos animais, este começa a demonstrar uma inteligência fora 
do comum. O filme nos leva a refletir quais são os limites éticos 
e a necessidade da experimentação animal nas pesquisas. O 
diretor extrapolou até o fim da espécie humana as consequên-
cias da irresponsabilidade e do descuido no delineamento ex-
perimental em estudos utilizando animais. 
INDICAÇÃO DE FILME
É importante saber que as pesquisas com animais também obedecem a critérios 
bioéticos e exigem responsabilidade no manejo de todas as etapas da pesquisa. 
Todo ser vivo tem um certo grau de consciência sobre si e se relaciona com o 
meio em sua volta. 
Hoje, temos a ciência de que os animais, considerando seu grau evolu-
tivo e complexidade corporal, possuem formas de se comunicar, aprender 
e interagir com iguais ou com o ambiente. Isto traz para nós o conceito de 
senciência dos animais. Senciência é a habilidade de sentir, ter percepções 
sobre si e o meio. Reconhecer nas cobaias experimentais esse conceito nos 
UNICESUMAR
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
provoca importantes reflexões éticas sobre nossa interferência em seu habitat, 
a forma como as tratamos e o grau de sofrimento que as implicamos em uma 
pesquisa (BARROS, 2014).
A legislação brasileira já possui determinações com critérios internacio-
nais para utilização de animais em pesquisas. A Lei n° 11.794 (BRASIL, 2008) 
fala sobre a ilegalidade de utilização animal quando existem alternativas e 
reconhecimento da utilização do conceito 3Rs nos métodos experimentais.
Conceitos como os 3Rs e os desdobramentos da Bioética em Pesquisa com Ani-
mais incentivou a comunidade acadêmica a encontrar métodos alternativos ao 
uso de cobaias e, hoje, já temos à nossa disposição tecnologias que permitem 
delinear experimentos de diversas naturezas sem a utilização de animais. Exem-
plos de métodos alternativos:
Os 3Rs, do inglês Replacement, Reduction e Refinement, é um conceito publica-
do por Russel e Burch (1992), que se tornou modelo para a ciência internacional, 
e que aponta como alternativas a: Substituição de animais – sempre que viável, 
utilizar materiais não-seicentes; Redução de número de animais – fazer cor-
retamente o delineamento experimental, principalmente no cálculo estatístico 
do uso de cobaias, utilizando o mínimo de animais possível; e Refinamento dos 
métodos que os utilizam – escolha adequada dos animais, diminuição de pro-
cedimentos invasivos e dolorosos, planejamento do experimento para realizar 
apenas métodos necessários para o fim da pesquisa. A utilização dos 3Rs é uma 
recomendação do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal, 
tanto nas pesquisas científicas quanto nas aulas práticas, sendo que a substi-
tuição por métodos alternativos e sustentáveis deve ser realizada sempre que 
possível (BONES; MOLENTO, 2012; CONCEA et al., 2016).
APROFUNDANDO
1
8
Fonte: Presgrave (2002); Cruz, Barbosa e Pinto (2004); Tomanari e Eckerman (2003).
TÉCNICAS FÍSICO-QUÍMICA 
A utilização de técnicas físico-químicas e o desenvolvimento de equipamentos 
tecnológicos permitem estudar substâncias que anteriormente só eram investiga-
das por modelo animal. Exemplo: a Cromatografia Líquida de Alta Resolução (HPLC) 
para estudar a potência de insulina em produtos acabados.
ORGANISMOS INFERIORES
Animais classificados como não protegidos, como alguns invertebrados, são 
métodos alternativos aos animais de laboratório. Os testes de irritação em coelhos 
podem ser substituídos por estudos com pulga d’águas, por exemplo.
MODELOS COMPUTACIONAIS PREDITIVOS
Os avanços da inteligência artificial e a quantidade de bancos de dados disponíveis 
apresentam para nós um novo campo de estudo que são os modelos computa-
cionais. Machine Learning já são metodologias em estudos de saúde. Além de 
modelos preditivos, hoje existem softwares que simulam a resposta biológica de 
cobaias, como o software Sniffy - chamado de rato virtual, que é um excelente 
modelo de recurso didático. 
ESTÁGIOS INICIAIS DO DESENVOLVIMENTO DE ANIMAIS
Modelos de testes com animais protegidos ainda em estágio embrionário, em que o 
desenvolvimento do sistema nervoso ainda não aconteceu, permitem estudos al-
ternativos. O uso da membrana cório-alantóide do ovo de galinha embrionado para 
testes de irritação ocular em coelhos é um exemplo.
MODELOS IN VITRO
A utilização de células ou tecidos são uma alternativa viável e de baixo custo para 
reduzir o uso de animais. Os estudos in vitro já possuem metodologias consolidadas 
e padronizadas, sendo possível avaliar a viabilidade das células em um modelo por 
contagem de proliferação e de colônias, adição de corantes vitais ou até mesmo 
adição de radioisótopos.
UNICESUMAR
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
CONCEITOS DA NUTRIÇÃO EXPERIMENTAL
Para que você possa aprofundar os estudos na área da experimentação e pes-
quisa em nutrição, é importante que conceitos básicos sejam fixados, a fim de 
construir uma base de conhecimento sólido e clareza sobre cada ponto que 
constituiu esta área do saber. 
PESQUISA CIENTÍFICA
A pesquisa tem como objetivo contribuir para a humanidade com conhecimento, 
a partir de metodologias reprodutíveis, trazendo respostas para problemas im-
portantes. É centrada no problema, não com o objetivo de resolvê-lo imediata-
mente ou ter aplicação em sua conclusão, mas trazer respostas e elucidar novas 
perguntas (NAVES, 1998).
A curiosidade e criatividade são características fundamentais para uma 
boa pesquisa. Um bom delineamento experimental fará com que as perguntas 
feitas pelo pesquisador sejam respondidas de forma clara e que permita que 
outros cientistas consigam respondê-las de forma semelhante ou refutá-las.
Na pesquisa experimental, é necessário uma intervenção sobre pelo menos 
uma variável do estudo, a fim de qualificar ou quantificar os efeitos. Todas as 
outras variáveis precisam ser controladas, reduzindo vieses. Nos modelos experi-
mentais, são utilizadas células, tecidos, animais ou seres humanos (NAVES, 1998). 
1
1
O modelo a ser utilizado na pesquisa coloca o resultado do estudo em 
um nível de evidência que pode trazer uma maior ou menor confiabilidade. 
A escala de nível de evidência foi inicialmente proposta por um grupo de 
pesquisadores da enfermagem (STETLER, 1998) e em uma publicação mais 
recente, de Melnyk e Fineout-Overholt (2005), estes níveis foram classificados 
em 7 categorias, conforme imagem a seguir:
Revisões sistemáticas ou metanálises
Ensaio clínico randomizado
Ensaios clínicos sem randomização
Estudo de coorte e caso-controle
Revisões de estudos qualitativos
e descritivos
Estudo descritivo ou qualitativo
Opinião de autoridades ou relatório
de especialistas
Figura 2 – Pirâmide de nível de evidência / Fonte: adaptada de Melnyk e Fineout-Overholt (2005).
Descrição da Imagem: a figura apresenta uma pirâmide com sete níveis de evidência científica, de cima para 
baixo, lê-se: Revisões sistemáticas ou metanálises, Ensaio clínico randomizado, Ensaios clínicos sem randomização, 
Estudo de coorte e caso-controle, Revisões de estudos qualitativos e descritivos, Estudo descritivo ou qualitativo, 
Opinião de autoridades ou relatórios de especialistas. Fim da descrição.
Na pirâmide de nível de evidência, que dá base ao topo, demonstra-se o grau de 
validade e confiabilidade de um estudo, as pesquisas com modelos experimen-
tais utilizando animais ou métodos alternativos estão na base. Ou seja, possuem 
um baixo nível de confiabilidade e validade quando comparadas aos estudos 
de coorte, ensaios clínicos randomizados ou revisões sistemáticas. No entan-
to, é necessário que você tenha clarezaque toda contribuição para a ciência, 
grande ou pequena, é válida e traz para nós informações para determinação de 
consensos ou novas perguntas a serem respondidas por pesquisas mais com-
plexas. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente 
virtual de aprendizagem.
ZOOM NO CONHECIMENTO
UNICESUMAR
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1
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Na área da Nutrição, a pesquisa científica já contribuiu grandemente para a saúde, 
prevenção e tratamento de doenças. Mesmo as pesquisas experimentais, in vitro 
ou com cobaias, as pesquisas colaboram para que tenhamos mais conhecimento 
sobre determinada área do saber. Silva et al. (2011) demonstraram um efeito 
positivo do uso de extrato aquoso de alecrim no estresse oxidativo em modelo 
de ratos diabéticos. Os autores atribuíram a resposta do estudo aos compostos 
fenólicos presentes no extrato. 
Em uma revisão bibliográfica compilando diversos artigos que utilizaram 
extrato de alecrim, Oliveira e Veiga (2019) descreveram as possíveis capacida-
des antioxidantes, antimicrobianas e anti-inflamatórias do alecrim, sendo que 
pesquisadores encontraram compostos bioativos que podem ser os responsáveis 
por estes efeitos, como apigenina, luteolina, diosmina e outros flavonoides. 
Em 2007, Oliveira et al. realizaram uma pesquisa em ratos com modelo 
de hipertensão e verificaram uma redução dos níveis sistólicos da pressão 
arterial após a administração de betacaroteno. Silva et al., em 2015, publi-
caram um estudo feito com humanos que demonstrou uma relação entre o 
baixo consumo de beta-caroteno e hipertensão arterial em pacientes com 
síndrome metabólica. 
Já Elias et al. (2012) estudaram a dislipidemia aguda em ratos e, com o uso 
de óleo de linhaça, constataram uma diminuição dos níveis séricos de coleste-
rol e triglicerídeos. Em 2022, Silva et al. publicaram um artigo de revisão com 
diversos estudos realizados apenas em humanos sobre o uso de fitoterápicos 
no tratamento de dislipidemia. Um dos achados foi que a linhaça, em forma de 
semente, farinha ou óleo, tem relação com a redução dos níveis de Colesterol 
Total, Lipoproteína de baixa densidade (LDL) e Triglicerídeos, com os efeitos 
creditados à concentração de fibras e ômega-3 na semente.
Você pode verificar, a partir destes estudos, que, na mesma temática, 
têm-se resultados semelhantes tanto em modelos animais quanto em seres 
humanos, e que os modelos experimentais trazem contribuições para que 
as pesquisas com humanos já iniciem com hipóteses previamente atribuídas 
positivamente às perguntas, mesmo que com metodologias de pesquisa uti-
lizando seres biologicamente menos complexos. 
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BIOESTATÍSTICA
A área do conhecimento responsável por coletar, organizar e analisar matemati-
camente um conjunto de dados é chamada de Estatística. Quando esta é aplicada 
à Saúde, nomeia-se Bioestatística. Ela tem o papel essencial de demonstrar, por 
modelos matemáticos bem delineados, se a resposta da hipótese de uma pesquisa 
é verdadeira ou não (SENNA, 2012).
Com a estatística, avaliamos a eficiência de uma dieta para uma doença, 
o efeito positivo ou negativo de determinado nutriente em um grupo etário, 
validamos modelos experimentais, refutamos ou confirmamos matematica-
mente as perguntas que foram feitas no início de uma pesquisa.
Além da importância da Estatística após a coleta dos dados, ela é necessária 
logo no início do estudo para determinar o tamanho amostral. Para definir 
o número de amostras a serem estudadas, é necessário considerar o nível de 
confiança, variabilidade dos dados e margem de erro. E a bioestatística pode 
oferecer a resposta destas perguntas para que o estudo tenha uma amostragem 
que seja significante e, se tratando de cobaias, não utilize uma amostra maior que 
o necessário (SENNA, 2012). 
UNICESUMAR
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
BIOÉTICA
A bioética tem o intuito de refletir e contribuir para tomadas de decisão sobre as 
pesquisas científicas a partir da ótica da prudência, justiça e responsabilidade. 
Quando delineamos um estudo, avaliando os riscos e benefícios na obtenção 
deste conhecimento, a prudência faz com que reduzamos ao máximo os prejuí-
zos que podem advir da pesquisa; a justiça permite que toda a sociedade possa 
usufruir dos resultados obtidos; a responsabilidade nos obriga a corrigir erros, 
caso ocorram (IBRAHIM, 2012).
A partir do código de Nuremberg, criado após a Segunda Guerra Mundial, e 
a Declaração de Helsinque feita pela Associação Médica Mundial em 64, foram 
criadas diferentes comissões para qualificar e validar a bioética nos diferentes seto-
res do conhecimento. No Brasil, em 1988, foi criada a Resolução nº 1 do Conselho 
Nacional de Saúde que regulamenta pesquisas em humanos (IBRAHIM, 2012).
BIOTERISMO E BIOTÉRIO
O termo bioterismo caracteriza a utilização de animais de laboratório para pes-
quisas na área biomédica. Estudos que contribuíram para os nossos conheci-
mentos de anatomia, fisiologia, virologia, imunologia e outras frentes usaram o 
bioterismo (BARROS, 2014). 
O código de Nuremberg foi escrito após os horrores descobertos sobre 
experimentos com humanos nos campos de concentração nazistas da 
Segunda Guerra Mundial. O conhecimento histórico permite que você reflita a 
importância de regulamentações adequadas nas pesquisas envolvendo seres 
vivos. O site Enciclopédia do Holocausto conta algumas das experiências 
médicas que foram realizadas com os prisioneiros, acesse o QR Code para 
conhecer. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente 
virtual de aprendizagem.
EU INDICO
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Animais de laboratório precisam ser produzidos, criados e mantidos em 
condições e ambiente controlados (com o mínimo de variações do meio exter-
no) e a possibilidade de manejo e monitoramento de cada uma das condições 
em que o animal vive é a maior vantagem do estudo utilizando experimenta-
ção animal (BARROS, 2014). 
Para que esse controle e manejo aconteçam de forma correta, os biotérios 
foram desenvolvidos. Biotério é o espaço construído com todas as condições 
adequadas para produção, criação, manejo e intervenções que serão realiza-
das nos animais e esta instalação precisa atender aos critérios de eficiência, 
controle e bem-estar animal (BARROS, 2014).
Ambientes limpos, com temperatura adequada, reprodução do ciclo de dia e 
noite, controle microbiológico do ar, das dietas oferecidas aos animais, da água, 
além de espaço disponível para circulação e acesso à água e alimentos, favo-
recem que o ambiente não interfira no estudo e promovem o bem-estar, ade-
quando-se aos critérios bioéticos nas pesquisas com animais (BARROS, 2014).
ANIMAIS DE EXPERIMENTAÇÃO
As características fisiológicas dos animais e a vulnerabilidade em adquirir ou 
desenvolver doenças são alguns dos critérios para a definição do modelo animal 
adequado para cada pesquisa. Os animais mais comuns na experimentação são 
os camundongos, ratos, coelhos, cachorros e macacos, sendo os camundongos 
mais da metade de todo o grupo de animais experimentais (IBRAHIM, 2012).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
Justamente por serem os animais com a maior utilização nas pesquisas, os cientis-
tas passaram a estudar a fundo a fisiologia e genética dos camundongos. A partir 
daí começaram o desenvolvimento dos modelos de camundongos transgênicos 
– modificados geneticamente para indução de uma determinada alteração fisio-
lógica ou patológica. Existe hoje uma grande quantidade de modelos transgê-
nicos – como os camundongos obesos, diabéticos, hipertensos, com alterações 
genéticas para desenvolvimento de tumores (IBRAHIM, 2012). 
Já temos a clareza da importância da utilização de animais nas pesquisas, 
mas é necessário critério no delineamento experimental, zelo no manejo e a 
garantia de que os preceitos bioéticos estão sendo cumpridos.
Independentemente das escolhas de metodologias científicas, o fato de termos à 
nossa disposição inúmeras possibilidades de formas de responder as perguntas 
que ainda nos rodeiam sobre a vida humana,a saúde, o bem-estar e a nutrição 
nos motiva a continuar os questionamentos. Quanto mais perguntas, mais co-
nhecimento a adquirir. 
VOCÊ SABE RESPONDER?
Você se recorda da primeira pergunta que fiz logo no início de nossa jornada? E 
agora, você saberia definir qual modelo experimental utilizar para estudar uma 
nova doença viral, com alta taxa de mortalidade, que demonstra ter uma pos-
sível redução de gravidade com o consumo de hortaliças?
Estudante, acesse o conteúdo da disciplina! Recursos de mídia disponíveis 
no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
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 NOVOS DESAFIOS 
Todos os conceitos, reflexões e temas abordados anteriormente fizeram que você 
tivesse a possibilidade de conhecer parte fundamental de sua profissão: a base de 
todo conhecimento que permite que entreguemos para os pacientes de nossos 
consultórios, hospitais, clínicas e outras áreas da Nutrição um atendimento de 
qualidade, com evidências científicas, promovendo saúde e bem-estar.
A partir deste Tema de Aprendizagem, você deve ter a capacidade de dis-
tinguir os diferentes métodos experimentais, ainda que nos conceitos iniciais, 
e suas aplicabilidades. Por exemplo, a importância de conseguir observar em 
um delineamento experimental a necessidade de utilização de cobaias, assim 
como determinar quais são os passos iniciais a serem dados para a proposta 
de um projeto de pesquisa envolvendo experimentação. 
Os cientistas que nos antecederam abriram para você um enorme cam-
po de aprendizagem, o que te permitiu iniciar a vida profissional com uma 
bagagem de evidências científicas para a utilização na prática clínica ou em 
outras áreas de atuação. 
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VAMOS PRATICAR
1. O conceito que se tornou referência internacional na busca de métodos alternativos às 
metodologias experimentais que utilizam animais foi descrito por Russel e Burch (1992), 
chamado de 3Rs e tem como descrição a sugestão de maneiras para buscar alternati-
vas como: substituição de animais; redução do número de animais; e refinamento dos 
métodos utilizados.
Fonte: RUSSEL, W. M. S.; BURCH, R. L. The principles of humane experimental tech-
nique. London: Hiperion Books, 1992.
Considerando as metodologias disponíveis para substituição do uso de animais na pes-
quisa, assinale a alternativa correta:
a) Modelos com animais protegidos ainda em estágio embrionário, mas com o desen-
volvimento neurológico já avançado.
b) Organismos superiores aos camundongos, mas que não são considerados animais 
protegidos.
c) Uso da inteligência artificial como Machine Learning para predizer matematicamente. 
d) Técnicas físico-químicas utilizadas diretamente na pele dos animais.
e) Uso de animais não protegidos como vertebrados.
2. “A Nutrição Básica e Experimental caracterizou-se por ser um conjunto de conhecimentos 
voltados ao desenvolvimento de pesquisas básicas de caráter experimental e laboratorial 
relacionadas à alimentação humana” (VASCONCELOS, 2010, p. 938). Existem diversos mo-
delos experimentais que nos permitem fazer importantes perguntas na área da nutrição 
e os estudos feitos com humanos possuem limitações que em determinadas pesquisas 
dificultam ou até mesmo inviabilizam sua realização.
Fonte: VASCONCELOS, F. A. G. A ciência da nutrição em trânsito: da nutrição e dietética 
à nutrigenômica. Revista de Nutrição, v. 23, p. 935–945, 2010.
Considerando as limitações encontradas nas pesquisas com seres humanos, observe as 
afirmativas a seguir:
I - A pouca variabilidade genética presente na espécie humana limita a avaliação de 
diferentes tipos de estudos.
II - Para uma pesquisa com seres humanos ser aprovada por um comitê de ética, seus 
riscos não podem ser maiores que seus benefícios. 
III - Estudos com coletas biológicas que possuem intervenções dolorosas ou riscos tem 
uma menor aceitação e consequentemente menores números amostrais.
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VAMOS PRATICAR
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
3. O objetivo de uma pesquisa científica é contribuir com conhecimento utilizando metodo-
logias que, se delineadas de maneira correta, trarão respostas para as hipóteses do pes-
quisador e estas podem ser reprodutíveis por outros cientistas. É centrada no problema, 
não com o objetivo de resolvê-lo imediatamente ou ter aplicação em sua conclusão, mas 
trazer respostas e elucidar novas perguntas (NAVES, 1998). 
Fonte: NAVES, M. M. V. Introdução à pesquisa e informação científica aplicada à nutrição. 
Revista de Nutrição, v. 11, p. 15-36, 1998.
A partir dos conceitos aprendidos no tema e observando o texto apresentado, assinale 
a afirmativa correta:
a) Pesquisas científicas prévias podem ser utilizadas como base para que outro cientista 
avalie o método ou a hipótese em questão.
b) As hipóteses de um estudo trarão respostas apenas para aquele cientista e seu tra-
balho.
c) O objetivo principal de uma pesquisa científica é resolver problemas assim que o 
artigo for divulgado.
d) Um estudo que não traz uma resposta positiva para a hipótese ou que promove a 
comunidade científica a fazer novas perguntas é um estudo ruim.
e) A aplicabilidade na prática clínica de uma metodologia científica é um dos pontos 
central de um estudo.
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REFERÊNCIAS
BANIN, R. M. et al. Beneficial effects of Ginkgo biloba extract on insulin signaling cascade, 
dyslipidemia, and body adiposity of diet-induced obese rats. Brazilian Journal of Medical 
and Biological Research, v. 9, n. 47, p. 780–788, 2014.
BARROS, J. B. G. Bioterismo e Ética na Pesquisa com Animais. In: COSTA, N. M. B. et al. Nu-
trição Experimental – Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Rubio, 2014.
BONES, V. C.; MOLENTO, C. F. M. Alternativas ao uso de animais de laboratório no Brasil. Re-
vista Veterinária em Foco, v. 10, n. 1, 2012.
BRASIL. Lei Federal nº 11.794, de 8 de outubro de 2008. Regulamenta o inciso VII do § 1o 
do art. 225 da Constituição Federal, estabelecendo procedimentos para o uso científico de 
animais; revoga a Lei no 6.638, de 8 de maio de 1979; e dá outras providências. Casa Civíl. 
Brasília, DF: Presidência da República, 2008. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11794.htm. Acesso em: 18 abr. 2023.
COELHO, N. P. M. F. Cenostigma macrophyllum Tul. on the healing of skin wounds in rats with 
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STETLER C. B. et al. Utilization-focused integrative reviews in a nursing service. Appl Nurs 
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VASCONCELOS, F. A. G. A ciência da nutrição em trânsito: da nutrição e dietética à nutrige-
nômica. Revista de Nutrição, v. 23, p. 935–945, 2010.
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1. Opção C. Na afirmativa A, o que está incorreto é que o desenvolvimento neurológico 
não deve estar avançado. Na afirmativa B, são organismos inferiores aos camundongos. 
A afirmativa C é a correta, pois os métodos matemáticos são uma alternativa para uso 
de animais. A afirmativa D não está correta, pois as técnicas físico-químicas, como a 
cromatografia, não necessitam de animais. Na E, o erro está no termo vertebrados, pois 
estes são animais protegidos.
2. Opção D. Na afirmativa I, o que limita a avaliação de estudos na espécie humana é a alta 
variabilidade genética. As afirmativas II e III estão corretas, pois, para que um estudo seja 
aprovado, os riscos não podem ser maiores que os benefícios e os estudos com coletas 
dolorosas ou riscos têm menor aceitação. Sendo, então, a alternativa D a correta.
3. Opção A. A alternativa A é correta. Na B, as hipóteses podem trazer respostas para outros 
cientistas ou para novos trabalhos do mesmo grupo; na C, o objetivo principal de uma 
pesquisa não é resolver problemas instantaneamente; na D, um estudo ser bom ou ruim 
não pode ser avaliado pela reposta negativa da hipótese inicial e promover novas per-
guntas para a comunidade científica é algo benéfico na pesquisa; na E, o ponto central 
da pesquisa é a resposta a uma hipótese, independentemente se esta reposta já irá ser 
utilizada na prática clínica ou não.
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
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MEU ESPAÇO
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UNIDADE 2
MINHAS METAS
CONHECENDO UM BIOTÉRIO
Conhecer a estrutura física de um biotério.
Compreender a importância das barreiras sanitárias.
Diferenciar os biotérios de experimentação e de criação.
Identificar os cuidados de instalação e organização.
Entender os preceitos bioéticos relativos aos biotérios.
Refletir sobre o conceito de bioterismo.
Aprender como os biotérios contribuem para os avanços nas pesquisas na 
área da saúde e nutrição.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2
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INICIE SUA JORNADA
Vamos fazer o exercício de nos colocar como cientistas buscando os melhores 
resultados de suas pesquisas com animais, evitando vieses, respeitando os pre-
ceitos bioéticos e permitindo a reprodutibilidade do estudo por outros grupos. 
Tanto no período dos experimentos quanto na criação dos animais, é necessário 
que haja cuidados específicos para que o ambiente onde as cobaias estão não in-
terfira na pesquisa. Você saberia dizer quais pontos são importantes no cuidado 
da estrutura deste local? 
Assim como o laboratório de experimentação, o ambiente onde os animais são 
criados influenciam no bem-estar animal, trazendo consequências bioquími-
cas e fisiológicas, e consequências diretas nos resultados das pesquisas. Por isso, 
existem normativas específicas que contemplam todas as características que um 
biotério necessita. Nesta jornada, você será apresentado aos pontos fundamentais 
das estruturas dos laboratórios de criação e experimentação.
A estrutura do local onde os animais experimentais são criados interfere dire-
tamente no resultado do estudo. Ouça esse podcast para conhecer um pouco 
mais sobre o assunto. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital 
do ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
UNICESUMAR
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
VAMOS RECORDAR?
Compreender o termo bioterismo, seu histórico, aplicações e importância é 
fundamental para os estudos em experimentação animal. No capítulo “O Bi-
oterismo: evolução e importância”, do livro Animais de Laboratório: criação e 
experimentação, Antenor Andrade (2002) nos permite contemplar de maneira 
clara e objetiva estes conceitos. Desta forma, sugiro que você leia o capítulo 
desta obra para fixar os conteúdos sobre bioterismo.
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
BIOTERISMO - HISTÓRICO E LEGISLAÇÃO
Desde os mais antigos registros de anatomia e fisiologia, os estudiosos utilizam 
animais experimentais. Antes de Cristo, Aristóteles e Hipócrates já faziam com-
parações entre o funcionamento dos organismos de humanos e animais. 
Com as pesquisas de Pasteur e Koch no século XVIII, roedores e outros pe-
quenos mamíferos passaram a ser parte fundamental de pesquisas que revolu-
cionaram a saúde humana. O desenvolvimento das primeiras vacinas só foi 
possível com técnicas de experimentação animal (ANDRADE, 2002).
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VOCÊ SABE RESPONDER?
Qual a necessidade de aprofundar os estudos e até legislar sobre os locais onde 
estes animais são alojados e manejados?
O Bioterismo é a ciência envolvida na aplicação e aperfeiçoamento das instala-
ções e estruturas de criação e experimentação de animais. Ela surgiu com o intui-
to de resolver duas questões importantes relacionadas às pesquisas científicas: os 
conflitos bioéticos no manejo, criação e experimentação de reagentes biológicos; 
e as possíveis interferências que o ambiente pode causar no resultado do estudo 
(OLIVEIRA et al., 2011)
Até os anos 70, os cuidados com a estrutura onde os animais eram alojados no 
Brasil eram precários, porém, a dedicação das principais instituições de pesquisa, 
com a aplicação de normas e treinamento dos pesquisadores, trouxe um grande 
avanço do Bioterismo no país. Hoje já temos laboratórios que possuem animais 
germfree (livres de germes), SPF (animais que são livres de patógenos específicos) 
e animais com flora conhecida, chamados gnotobióticos (ANDRADE, 2002). 
A possibilidade de criar e cultivar reagentes biológicos tão específicos só foi 
possível pelo cuidado na estrutura do local onde estão alojados esses animais. 
Para aprofundar seu conhecimentosobre a importância da utilização dos 
biotérios na qualidade da experimentação animal, sugiro a leitura do artigo 
“A importância dos biotérios na pesquisa experimental”, escrito por Lauz e 
colaboradores (2008), em que o tema é descrito de maneira objetiva e clara. 
Em uma revisão de 3 páginas, a autora elenca os principais motivos de prezar 
pelas mais avançadas técnicas de cuidados em biossegurança e manejo de 
animais para que uma pesquisa traga resultados fidedignos e reprodutíveis. 
Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual 
de aprendizagem.
EU INDICO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
A Lei Arouca (11.794), de 2008, e o Decreto nº 6.899, de 2009, regulamentam o uso 
de animais em pesquisas científicas, determinando que as instituições científicas e 
educacionais utilizem de diretrizes e normativas para a construção da infraestru-
tura de criação, manejo e experimentação (BRASIL, 2008; BRASIL, 2009). 
Toda pesquisa com animais precisa ser aprovada por uma Comissão de Ética 
no Uso de Animais de Laboratório e o local onde os modelos experimentais serão 
alojados deve estar descrito detalhadamente no projeto (SILVA, 2018). 
 “ A implantação de um Biotério legalmente registrado e com controle adequado torna as pesquisas mais confiáveis em relação à sanidade animal, pois um modelo animal adequado deve estar livre de todas 
as enfermidades que possam atingi-lo em seu habitat (OLIVEIRA 
et al., 2011, p. 10).
ANIMAIS E CLASSIFICAÇÃO
Os animais mais utilizados nas pesquisas experimentais são os ratos, camun-
dongos, porquinhos-da-Índia, hamsters, coelhos, cachorros e macacos (REIS; 
PEREIRA, 2012). Contudo, os camundongos ocupam a maior parte dos estudos 
e, por isso, são os modelos experimentais que os cientistas mais exploram modi-
ficações genéticas possíveis com o intuito de atender as diferentes necessidades 
em uma pesquisa. 
Nas pesquisas científicas da área da Nutrição, experimentos utilizan-
do os ratos Wistar são amplamente utilizados e trazem boas respostas para 
as metodologias experimentais utilizadas nesse campo do conhecimento 
(BENTO-SANTO et al., 2012). 
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A partir da criação, do manejo e do local onde este animal vive, é possível garantir 
selos de qualidade específicos relacionados ao status sanitário daquele reagente 
biológico. A Tabela 1 descreve a classificação dos diferentes tipos de animais 
conforme seu status sanitário e suas características:
Na prática, para que um animal seja utilizado como modelo experimental, al-
gumas características presentes no animal facilitam o processo da pesquisa, 
como: ciclo reprodutivo de curta duração, grande número de animais por prole, 
facilidade de adaptação ao cativeiro, tamanho pequeno, docilidade e social-
ização. Todos estes quesitos são encontrados nos camundongos, motivo pelo 
qual ele é o animal mais utilizado (REIS; PEREIRA, 2012). 
ZOOM NO CONHECIMENTO
TIPOS DE ANIMAIS CARACTERÍSTICAS DE SEU STATUS SANITÁRIO
Gnotobióticos A microbiota destes animais é conhecida.
Germfree São animais totalmente livres de microrganismos.
SPF (specific-pathogen 
free)
São animais que foram criados livres de um ou mais 
agentes patogênicos específicos.
Convencionais
Animais que não possuem microbiota definida ou 
conhecida.
Tabela 1 - Tipos de animais, status sanitário e características / Fonte: adaptada de Reis e Pereira (2012).
Para que você conheça detalhes importantes sobre os animais utilizados em mo-
delos experimentais, a Tabela 2 descreve características específicas de cada um 
dos principais animais, como peso, ciclo estral (ciclo reprodutivo) e as pesquisas 
mais utilizadas para cada um deles. E na Tabela 3, você conhecerá as demandas 
energéticas e nutricionais de roedores, cobaias e coelhos. 
UNICESUMAR
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
ANIMAL
PESO 
(FASE 
ADULTA)
CICLO 
ESTRAL
PESQUISAS MAIS USADAS
Ratos Wistar
150–
400g
4 a 5 dias
Nutrição, principalmente 
estudos de aminoácidos e 
vitaminas
Camundongos 30–40g 4 a 5 dias
Por ser pequeno, com ciclo 
reprodutivo curto e muito 
prolífero, é o animal mais uti-
lizado nas pesquisas em geral
Hamsters 85–120g 4 a 5 dias
Imunologia, farmacologia e 
testes cutâneo.
Porquinho-da-
-Índia
400–
500g
13 a 25 dias
Farmacologia, imunologia, 
nutrição e radiologia
Coelhos 2–6kg
Não tem 
ciclo estral 
regular*
Testes de irritação cutânea, 
alérgenos, fotossensibiliza-
dores
*A fêmea pode ser fecundada em 12 dos 16 dias de ciclo ovulatório.
Tabela 2 - Tipos de animais, características biológicas e pesquisas mais utilizadas
Fonte: adaptada de Andrade, Pinto e Oliveira (2002).
ANIMAL ENERGIA
MACRONUTRIENTES MICRONUTRIENTES
Proteí-
nas (%)
Fi-
bras
(%)
Lipí-
deos
(%)
K
(%)
Ca
(%)
Vit B8
(mg/
kg)
Roedo-
res*
110kcal/
kg
14 4,7 10 - 0.5 -
Porqui-
nho-da-
-Índia
110kcal/
kg
18 10 1 1.0 0.9 1.000
4
1
Coelhos
2.500 
kcal
18 12 2 0.6 0.4 1.200
*Camundongos, ratos e hamsters
Tabela 3 - Demandas energéticas e de nutrientes dos animais experimentais mais utilizados nas pesquisas 
científicas em Nutrição / Fonte: adaptada de Andrade, Pinto e Oliveira (2002) e Tolazzi, Garcia e Bezerra (2015).
FINALIDADE DO BIOTÉRIO E SUA CLASSIFICAÇÃO
O fim ao qual o biotério se destina pode determinar instalações específicas para 
ele, por isso existe uma classificação por finalidade nas diferentes estruturas. 
BIOTÉRIO DE CRIAÇÃO
Local onde as matrizes reprodutoras dos animais experimentais ficam alojadas, com 
o objetivo de controlar todos os parâmetros ambientais e genéticos da prole e cresci-
mento dos animais até o momento do experimento.
BIOTÉRIO DE MANUTENÇÃO
Local para aclimatação de animais que foram adquiridos de fontes externas aos bi-
otérios de criação, e que precisam se adaptar ao ambiente e controle de possíveis 
doenças. Além disso, podem alojar animais que não precisam de controle rígido de 
criação e são utilizados para doação de sangue ou órgãos.
BIOTÉRIO DE EXPERIMENTAÇÃO
Este ambiente precisa estar completamente adaptado para o delineamento ex-
perimental do estudo em questão. Além das barreiras sanitárias encontradas no 
de criação, o biotério de experimentação precisa atender requisitos específicos da 
pesquisa que está sendo realizada.
Fonte: adaptado de Cardoso (2002).
Essa diferenciação entre os tipos de biotérios é importante, pois animais que estão em 
fase de manutenção e criação não podem entrar em contato com os que estão em fase 
de experimentação. O biotério de criação pode ser um importante contaminante, por 
isso não pode estar localizado próximo ao de experimentação (CARDOSO, 2002).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
INSTALAÇÕES
As características construtivas de um biotério devem respeitar leis e normas con-
forme sua finalidade. O layout deve contribuir para um bom funcionamento das 
atividades, considerando o fluxo de pessoas, animais, materiais, insumos e rejeitos. 
Todos os biotérios devem conter em suas instalações uma Sala de Animais e 
pelo menos 2 corredores, sendo um de entrada (limpo) e outro de saída (sujo). As 
dimensões destas salas são calculadas a partir do número de animais que serão 
alojados, espaço para equipamentos e para manejo. 
Um exemplo das diferenças de estrutura entre os tipos de biotério está 
no tamanho das salas. Nos biotérios de experimentação, são preferíveis 
salas menores que favorecem os cuidados de biossegurança e permitem uma 
divisão melhor entre os grupos de estudo. Já no biotério de criação é melhor 
que sejam salas maiores para alojar o maior número de animais possíveis da 
mesma espécie (MAJEROWICZ, 2019).
CARACTERÍSTICAS DA CONSTRUÇÃO
Cada detalhe da infraestrutura de um biotério pode favorecer a qualidade dos 
experimentos ou trazer consequências negativas à pesquisa. Por isso, vamos nos 
atentar às características construtivas que devem ser pensadas durante o projeto.
TETO
Deve ser feito de concreto liso e plano, não pode conter fundos falsos ou materiais 
com possíveis frestas ou que possam acumular sujidades. O revestimento deveser 
resistente a agentes químicos e a junta com a parede deve ser arredondada para 
facilitar a limpeza.
PAREDE
Estas devem ser lisas, sem rachaduras e com revestimento impermeável e resistente 
a agentes químicos. O revestimento de azulejos não é recomendado. Se possível, uti-
lizar material para proteger a parede contra batidas de carrinhos e realizar isolamento 
acústico para prevenção de ruídos.
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PISO
Este deve ser liso, polido, mas não escorregadio, e resistente a agentes químicos. Deve 
ser seguro para o peso dos equipamentos, sem que estes quebrem o chão com o tempo.
JANELAS
Não devem possuir aberturas. Apenas visores, utilizando vidro de dupla armação 
com 4mm, proporcionando assim o isolamento do local.
PORTAS
Devem ser metálicas ou revestidas com material lavável e resistente a produtos 
químicos. Sua largura e altura precisam permitir a passagem de equipamentos e 
carrinhos. Não deve possuir aberturas ou frestas.
DEPÓSITOS
Para guardar rações peletizadas ou maravalhas (material da cama dos animais), é 
necessário um ambiente com pouca umidade e boa ventilação, para reduzir os riscos 
de fungos. A estocagem de outros materiais orgânicos perecíveis deve ser feita em 
locais separados para evitar contaminações. 
CORREDORES
Com no mínimo 1,5 metro de largura, devem ser amplos para a passagem de car-
rinhos e equipamentos. Seu revestimento deve ser lavável e resistente a agentes 
químicos.
SALA DE ANIMAIS
Cada uma das salas deve alojar apenas uma espécie de animal, com uma área sug-
erida de 3 metros de largura e entre 6 a 10 de comprimento. O tamanho da sala vai 
depender do número de animais e equipamentos.
Fonte: adaptado de Couto (2002).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Agora você já conhece os componentes estruturais que compõem um biotério. Com 
isto, podemos delinear quais parâmetros ambientais são viáveis e necessários de con-
trolar, permitindo um estudo com a menor quantidade de interferentes possível. 
A temperatura, luminosidade, ventilação, umidade e ruídos são importantes 
fatores a considerar e delimitar não apenas nos biotérios de experimentação, mas 
também nos de criação e manutenção.
TEMPERATURA E UMIDADE
O conforto térmico é um importante parâmetro para garantir a saúde e bem-
-estar dos animais. A temperatura ideal para a maioria das espécies de modelos 
experimentais é de 21 ºC. O estresse causado por aumentos ou diminuições da 
temperatura pode prejudicar a resposta imune do animal, deixando-o mais susce-
tível a agentes patogênicos, além de causar alterações nas respostas bioquímicas e 
fisiológicas do animal, influenciando nos resultados do estudo. Além disso, uma 
quebra abrupta ou aumento importante na temperatura pode causar a morte dos 
animais. A umidade do ar deve ser de 55% (REIS; PEREIRA, 2012).
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LUMINOSIDADE
As luzes do laboratório devem ser fluorescentes, para reduzir a intensidade de 
calor liberado pelas lâmpadas. A intensidade não deve passar de 300 lux na sala 
e de 60 lux dentro das gaiolas. O isolamento total da luz externa (luz natural) é 
importante para que o fotoperíodo seja controlado e definido conforme cada 
estudo em questão. O ciclo de luz (exemplo: 10 ou 12 horas de luz durante o dia) 
é fundamental para o ciclo estral do animal e afeta diretamente no seu metabo-
lismo e respostas bioquímicas (REIS; PEREIRA, 2012).
VENTILAÇÃO
A renovação do ar dentro dos biotérios é importante para evitar o acúmulo de 
substâncias nocivas (tanto para os animais quanto para os humanos) geradas pela 
respiração (CO2) e ação de bactérias no excremento dos animais (NH3). 
No entanto, a ventilação não pode ser realizada por ventiladores, pois po-
dem trazer ar externo para dentro do laboratório. Assim, ela deve ser feita com 
ar condicionado e exaustores. A limpeza dos filtros deve ser periódica, a fim de 
evitar contaminantes no ar (REIS; PEREIRA, 2012).
RUÍDOS
A recomendação é que os ruídos não passem de 45 decibéis. Sons podem ser fatores 
altamente estressores para animais e é importante ressaltar que roedores podem 
escutar ruídos como os ultrassons, que não são audíveis pelos humanos. Portanto, 
em uma situação de estresse dos animais sem causa aparente, verificar se os equi-
pamentos presentes na sala não estão propagando ruídos (REIS; PEREIRA, 2012).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
BARREIRAS SANITÁRIAS 
Além de toda a construção civil de um biotério ser projetada para promover o 
bem-estar animal e prevenir contaminações bioquímicas que possam prejudicar 
a sua criação e os experimentos, existem maneiras de aumentar ainda mais as 
barreiras sanitárias. Essas barreiras são necessárias para garantir um ambiente 
nas condições ideais para manejo e cuidado dos modelos experimentais, e elas 
podem ser divididas entre barreiras físicas e químicas.
BARREIRAS FÍSICAS
As barreiras físicas são equipamentos ou métodos que impedem a entrada de 
sujidades e microrganismos, seja por pressão, radiação ou filtração. 
Fonte: adaptado de Couto (2002).
AUTOCLAVE E ESTUFA
Os materiais que podem ser autoclavados são aqueles que suportam altas 
temperaturas (até 135ºC). A autoclave elimina possíveis microrganismos por calor úmido 
e pressão. A estufa utiliza o calor seco para realizar o processo de esterilização, porém 
tem menos eficiência que a autoclave, pois não utiliza pressão em seu mecanismo.
RADIAÇÃO
A luz ultravioleta ou os raios gama têm a função de esterilizar materiais e bancadas 
desnaturando proteínas e destruindo microrganismos. A radiação ionizante UV não 
pode ser utilizada em vidros, sendo uma boa opção para superfícies. Já os raios 
gama só podem ser utilizados em ambientes autorizados por utilizar Césio 137 ou 
Cobalto 60, materiais radioativos.
FILTRO DE AR
Os filtros de ar podem reter sujidades e impurezas que estão suspensas, além de ter 
diferentes porosidades, podendo também reter microrganismos patogênicos.
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BARREIRAS QUÍMICAS
Quando as barreiras estruturais e físicas não conseguem fazer o devido contro-
le de certos microrganismos ou quando o material a ser esterilizado não pode 
passar por processos dos equipamentos de barreira física, utilizamos os agentes 
químicos. É importante salientar que estes métodos precisam ser utilizados com 
cautela e precaução, além dos equipamentos de proteção individual.
Os principais compostos químicos utilizados na esterilização e desinfecção 
de materiais nos laboratórios são: formaldeído (conhecido como formol), álcool 
etílico e propílico, compostos fenólicos, cloro, hipoclorito de sódio (conhecido 
como água sanitária), iodo e amônia (COUTO, 2002).
Figura 1 – Equipamento de esterilização de material por fonte de luz ultravioleta
Descrição da Imagem: na imagem fotográfica, observa-se uma câmara de esterilização fechada. Pelo vidro, vê-se 
o interior da câmara e instrumentos médicos sendo esterilizados por uma luz ultravioleta da cor azul. Ao lado 
esquerdo e direito, encontram-se pinças apoiadas em uma grade e, ao meio, duas cubas-rim com pinças dentro. 
Fim da descrição.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
BIOSSEGURANÇA
Segurança biológica pode ser caracterizada pelo conjunto de ações que têm como ob-
jetivo prevenir, controlar, reduzir ou extinguir os riscos envolvidos em uma atividade 
que pode comprometer a saúde dos seres vivos e a qualidade do meio ambiente. Para 
que os laboratórios utilizem medidas conforme sua complexidade, finalidade e proce-
dimentos, existe uma classificação de níveis de biossegurança (CARDOSO, 2002).
Os níveis de biossegurança são classificados conforme o grau de virulência 
ou patogenicidade do organismo, endemicidade e suas possíveis consequências 
epidemiológicas, além da existência de medidas de profilaxia, controle ou de 
tratamento (CARDOSO, 2002).
Como você pôde observar, do início ao fim deste tema, o objetivo deste con-
teúdo foi apresentar diversos fatores ambientais, estruturais, físicos e biológicos 
que podem influenciar nos resultados das pesquisas científicas utilizando animais.Agora, você conhece a importância da biossegurança dos locais que alojam ani-
mais experimentais e quais são os critérios para diferentes instalações e manejo.
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 NOVOS DESAFIOS 
Para que hoje tenhamos à nossa disposição diversas 
vacinas, medicamentos, protocolos de atendimento 
clínico, dietas para patologias específicas e outras 
tantas contribuições para a área saúde, diversos pes-
quisadores se debruçaram nas bancadas dos labora-
tórios experimentais para trazer informações cientí-
ficas novas e importantes para a humanidade. 
Com este Tema de Aprendizagem, você deve 
ser capaz de classificar as diferentes instalações de 
biotérios, sendo de criação, manutenção e experi-
mentação. A partir destes conteúdos, você saberá 
reconhecer as regras de biossegurança e bem-estar 
animal presentes nos laboratórios e a importância de 
cada detalhe de construção e ambiente para que as 
pesquisas não sofram interferências do meio.
Foi a partir dos avanços tecnológicos e de cuida-
dos na experimentação animal que hoje você pode 
aplicar conceitos e metodologias na sua prática 
clínica. Quem sabe este material te incentive a ser 
também um pesquisador que estará nos laboratórios 
trazendo conhecimento e ciência para todos nós.
Estudante, acesse o conteúdo da disciplina para saber mais! Recursos de mídia 
disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
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VAMOS PRATICAR
1. As barreiras químicas são métodos de esterilização utilizados quando os métodos de 
barreira física não são suficientes para garantir a biossegurança. Existem diversos com-
postos químicos que podem ser utilizados como métodos de barreira, porém é necessário 
cuidado ao manusear estes produtos (COUTO, 2002).
Fonte: COUTO, S. E. R. Instalações e Barreiras Sanitárias. In: ANDRADE, A.; PINTO, S. C.; 
OLIVEIRA, R. S. Animais de laboratório: criação e experimentação. Rio de Janeiro: Fio-
cruz, 2002. p. 32–43.
Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação pro-
posta entre elas:
I - A utilização de Equipamentos de Proteção Individual e o correto treinamento para a 
utilização de produtos químicos são importantes.
PORQUE
II - Estes compostos oferecem riscos de saúde aos humanos e aos animais.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.
2. Os camundongos são os animais mais utilizados, pois cumprem requisitos importantes 
para a realização de pesquisas que utilizam experimentação animal. As características 
físicas e biológicas destes animais fazem com que eles ocupem mais de 50% do grupo 
de cobaias experimentais (REIS; PEREIRA, 2012). 
Fonte: REIS, S. R.; PEREIRA, A. M. R. F. Manual Básico de Bioterismo. [S. l.: s. n.], 2012.
Considerando o texto base e os conhecimentos adquiridos no tema de aprendizagem, 
avalie as afirmativas que seguem:
I - Quanto menor o tamanho do animal, mais difícil é seu alojamento e manuseio.
II - Animais dóceis facilitam o processo de criação e experimentação.
III - Os camundongos são sociáveis e se adaptam bem ao cativeiro, sendo características 
positivas ao processo.
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VAMOS PRATICAR
IV - O ciclo reprodutivo curto e uma prole numerosa não são encontrados nos camundon-
gos, sendo esta a maior dificuldade encontrada neste animal.
É correto o que se afirma em:
a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.
3. As normas de biossegurança de um biotério servem para garantir que o contato com 
os riscos biológicos seja bem descritos, controlados ou até extinguidos. As ações que 
buscam a segurança biológica de um espaço são importantes para reduzir situações que 
comprometam a saúde e bem-estar dos humanos e animais (CARDOSO, 2002). 
Fonte: CARDOSO, C. Classificação de Biotérios quanto à finalidade. In: ANDRADE, A.; PINTO, 
S. C.; OLIVEIRA, R. S. Animais de laboratório: criação e experimentação. Rio de Janeiro: 
Fiocruz, 2002. p. 29–31.
Considerando o texto base e os conteúdos apresentados no tema de aprendizagem, 
avalie as asserções:
I - A virulência é um importante parâmetro para avaliar qual nível de biossegurança um 
espaço se encontra.
II - O grau de patogenicidade de um microrganismo não pode ser parâmetro para clas-
sificar um nível de biossegurança de um biotério.
III - Patógenos que não possuem medidas profiláticas, de controle ou tratamento são 
seguros e não precisam de muitos cuidados no manuseio.
IV - A capacidade de um microrganismo de gerar uma endemia e as consequências epide-
miológicas dele devem ser considerados ao classificar o nível de segurança biológica.
É correto o que se afirma em:
a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) II, III e IV, apenas.
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REFERÊNCIAS
ANDRADE, A.; PINTO, S. C.; OLIVEIRA, R. S. Animais de laboratório: criação e experimenta-
ção. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002.
ANDRADE, A. O Bioterismo: Evolução e Importância. In: ANDRADE, A.; PINTO, S. C.; OLIVEIRA, 
R. S. Animais de laboratório: criação e experimentação. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002. p. 
19–22.
BENTO-SANTO, A. et al. Critérios para escolha da amostra em experimentos com ratos Wis-
tar. R. Soc. bras. Ci. Anim. Lab., [S. l.], p. 121–129, 2012.
BRASIL. Lei nº 11.794 de 8 de outubro de 2008. Regulamenta o inciso VII do § 1o do art. 
225 da Constituição Federal, estabelecendo procedimentos para o uso científico de animais; 
revoga a Lei no 6.638, de 8 de maio de 1979; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidên-
cia da República, 2008. 
BRASIL. Decreto nº 6.899 de 15 de julho de 2009. Dispõe sobre a composição do Conse-
lho Nacional de Controle de Experimentação Animal - CONCEA, estabelece as normas para 
o seu funcionamento e de sua Secretaria-Executiva, cria o Cadastro das Instituições de Uso 
Científico de Animais - CIUCA, mediante a regulamentação da Lei no 11.794, de 8 de outubro 
de 2008, que dispõe sobre procedimentos para o uso científico de animais, e dá outras pro-
vidências. Brasília, DF: Presidência da República, 2009.
CARDOSO, C. Classificação de Biotérios quanto à finalidade. In: ANDRADE, A.; PINTO, S. C.; 
OLIVEIRA, R. S. Animais de laboratório: criação e experimentação. Rio de Janeiro: Fiocruz, 
2002. p. 29–31.
COUTO, S. E. R. Instalações e Barreiras Sanitárias. In: ANDRADE, A.; PINTO, S. C; OLIVEIRA, 
R. S. Animais de laboratório: criação e experimentação. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002. p. 
32–43.
MAJEROWICZ, J. et al. Planejando biotérios de roedores. Arca - Repositório Institucional 
da Fiocruz. RESBCAL, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 9–23, 2019.
OLIVEIRA, T. K. B. de et al. Requisitos e normas de um biotério em uma instituição de ensino 
superior. TEMA-Revista Eletrônica de Ciências (ISSN 2175-9553), v. 12, n. 17, 2011.
REIS, S. R.; PEREIRA, A. M. R. F. Manual Básico de Bioterismo. [S. l.: s. n.], 2012.
SILVA, W. M. O. da et al. Guia de Biossegurança em Instalação Animal (Biotério) para 
Utilização de Camundongos (Mus musculus) em Pesquisas Biomédicas. 2018. 165 
f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ciência em Animais de Laboratório) - Instituto de 
Ciência e Tecnologia em Biomodelos, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2018.
TOLAZZI, J. R.; GARCIA, R. D.; BEZERRA, A. S. Nutrição experimental: conceitos, aspectos 
éticos e dietas experimentais. Disciplinarum Scientia| Saúde, v. 16, n. 1, p. 147–162, 2015.
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1. Opção A. A alternativa A é a correta, pois a asserção I é a justificativa correta para a asser-
ção II. O cuidado e treinamento para o uso de produtos químicos precisam ser realizados 
devido ao risco de exposição a compostos tóxicos.
2. Opção B. Quanto menor o animal, mais fácil é seu alojamento,portanto a afirmativa I não é 
correta. As afirmativas II e III são verdadeiras, pois descrevem características corretas dos 
camundongos. A afirmativa IV não está correta, pois o ciclo reprodutivo curto e numerosa 
prole são características dos camundongos.
3. Opção A. A alternativa A é a correta, pois as asserções I e IV são verdadeiras. Na asserção 
II, o grau de patogenicidade de um microrganismo é um importante parâmetro para clas-
sificação de nível de segurança. Na asserção III, os patógenos que não possuem medidas 
profiláticas precisam de controle rigoroso e podem apresentar importantes riscos para a 
população caso o manejo não seja realizado corretamente. 
CONFIRA SUAS RESPOSTAS
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MINHAS METAS
PESQUISA EXPERIMENTAL 
EM NUTRIÇÃO - TÉCNICAS E 
APLICAÇÕES
Aprofundar os conhecimentos de pesquisas experimentais na nutrição.
Compreender a importância das técnicas corretas para os estudos.
Conhecer os principais modelos experimentais nas pesquisas nutricionais.
Entender as aplicações das técnicas experimentais.
Refletir sobre a funcionalidade das pesquisas para a prática clínica.
Identificar quais modelos são adequados para determinadas pesquisas.
Aprender como a pesquisa científica colabora para os avanços da saúde e nutrição.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3
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 INICIE SUA JORNADA
Estudante, imagine que você já está atuando na área da nutrição e recebe em seu 
consultório um paciente com uma doença rara ou um caso clínico que demanda 
mais aprofundamento técnico. Sua primeira atitude seria ir atrás de embasa-
mento científico para tomar a conduta correta. Agora, você já parou para pensar 
que todos os protocolos de atendimentos são baseados em ciência? Até mesmo 
“simples” orientações nutricionais – como reduzir o consumo de sal em um caso 
de hipertensão arterial – partiu de estudos experimentais.
Os protocolos de atendimento e condutas baseadas em evidências científicas na 
área da nutrição passaram por pesquisas experimentais. Para que possamos atuar 
de forma atualizada e buscando o melhor tratamento em nossos consultórios, os 
pesquisadores se dedicam para estudar nutrientes, metabolismo e fisiopatologia. 
Nesta jornada, vamos conhecer as principais técnicas experimentais e suas apli-
cações na área da nutrição.
As pesquisas experimentais na área da nutrição revolucionaram a saúde da hu-
manidade. Ouça esse podcast para conhecer um pouco mais sobre o assunto! 
Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual 
de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
Conhecer pesquisas inovadoras para a nutrição realizadas em instituições bra-
sileiras faz com que sejamos motivados a buscar cada vez mais aprofunda-
mento técnico-científico. No ebook “Nutrição Experimental e Clínica e sua ação 
transformadora”, Silva (2020) organizou diversos estudos na área da nutrição. 
Dessa forma, sugiro a leitura desta obra para melhor compreensão do assunto 
que abordaremos neste Tema de Aprendizagem.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
EMERGÊNCIA DAS PESQUISAS EM NUTRIÇÃO
A Nutrição como um campo da ciência tem seus primeiros relatos, em perspec-
tiva mundial, a partir de 1914 com a criação dos primeiros espaços com objetivo 
de aprofundar os estudos na temática da alimentação e saúde. Na América Lati-
na, os conhecimentos começaram a ser difundidos na década de 20, com Pedro 
Escudero e a fundação da Escola Nacional de Dietistas e o Instituto Nacional de 
Nutrição na Argentina (COIMBRA; MEIRA; STARLING, 1982).
A partir da década de 30, um grupo de médicos divididos em duas vertentes 
– uma mais voltada para os conceitos científicos e outra para os conceitos sociais 
e coletivos da alimentação – compuseram os primeiros dados e estudos do que 
podemos hoje chamar de Nutrição no Brasil (VASCONCELOS, 2002).
Com isto, iniciou-se uma frente de produção de conteúdos científicos sobre 
a composição dos alimentos, hábitos alimentares e estado nutricional da popula-
ção com o objetivo de validar este novo campo do saber (VASCONCELOS, 2010). 
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Em 1946, o médico Josué de Castro criou o INUB – Instituto de Nutrição 
da Universidade do Brasil –, com o objetivo de formar profissionais e realizar 
pesquisas na área da alimentação e saúde (BIZZO; LIMA, 2010). 
Veja, estudante, as três frentes em que o INUB era subdividido.
PESQUISAS SOCIAIS
Foi coordenada inicialmente pelo médico Pedro Borges e tinha como objetivo apro-
fundar os estudos da produção e distribuição de alimentos pelo país e sua relação 
com as condições socioeconômicas de cada região. Além deste, o grupo organizava 
propostas intervencionistas de educação nutricional e meios para realizá-las. 
PESQUISAS BIOLÓGICAS
A química Emília Picnik foi a primeira a chefiar esta seção que buscava, a partir da 
experimentação animal e de técnicas físico-químicas e bromatológicas, determinar a 
composição nutricional dos alimentos. Estas pesquisas foram realizadas não apenas 
nos alimentos comuns à mesa da maioria dos brasileiros, mas também nos regionais.
PESQUISAS EM PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO 
O médico hepatologista Clementino Fraga Filho assumiu a coordenação deste setor 
com o intuito de pesquisar a relação da alimentação com patologias, sejam estas 
advindas de carências nutricionais ou não. Além de estudos que buscavam trazer 
respostas às questões de diversas doenças, ainda promoviam ações para o trata-
mento de pacientes hospitalizados. 
Fonte: adaptado de Bizzo e Lima (2010).
A partir da realização de pesquisas científicas na área, viu-se a necessidade de 
organizar as publicações resultantes destes trabalhos em um periódico brasileiro. 
Criou-se, então, a revista Arquivos Brasileiros de Nutrição, que era editada pelo 
INUB (BIZZO; LIMA, 2010).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
OS DIFERENTES TIPOS DE PESQUISA
Estudante, para que os resultados de uma pesquisa sejam válidos, re-
produtíveis e atinjam seus objetivos, é importante que saibamos que 
existem diversos tipos e métodos de pesquisa e consigamos escolher 
qual melhor se encaixa para responder à pergunta que o estudo se 
propõe a explorar. Os tipos de pesquisa podem ser divididos por fi-
nalidade ou por natureza.
TIPOS DE PESQUISA POR FINALIDADE
Setorizando as pesquisas por finalidade, Ruiz (1985) caracterizou-
-as em três grupos. A seguir, você conseguirá perceber as principais 
diferenças entre elas.
Na pesquisa teórica ou literária, também denominada de básica, 
o estudo tem a finalidade de desenvolver teorias, ampliar conhecimen-
tos sobre um determinado tema, propor modelos teóricos. A dedução 
e a capacidade de síntese do pesquisador são fundamentais para que 
este consiga, a partir de hipóteses já descritas, criar novas hipóteses.
Por exemplo, no artigo escrito por Padilha et al. (2010), os autores 
se dedicaram a explorar os artigos já publicados sobre diabetes ges-
tacional e terapia nutricional. Realizaram uma busca por pesquisas 
científicas nas bases de dados com as palavras-chave relativas ao tema 
para unificar diversos resultados em um único artigo. Utilizaram a 
revisão de literatura para demonstrar a importância da equipe multi-
disciplinar e do acompanhamento pré-natal para melhores desfechos 
do diabetes durante o período gestacional. 
Outro tipo de pesquisa por finalidade é a pesquisa exploratória, 
que existe para que possamos iniciar qualquer estudo sobre um tema 
pouco conhecido. Ela é utilizada quando não se tem dados sobre a 
pergunta que queremos responder ou a quantidade de pesquisas sobre 
o tema ainda é muito escassa. O objetivo deste tipo de estudo é definir, 
classificar ou caracterizar de maneira inicial um tema de pesquisa. 
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Um exemplo claro foram as pesquisas realizadas após a disseminação do 
vírus SARS-CoV2, causador da pandemia da COVID-19. Um vírus e uma doen-
ça nova que precisava ser decifrada. Christinelli et al. (2021) realizaram uma 
pesquisa exploratória para avaliar a percepção de adultos com obesidade sobre 
o monitoramento remoto

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