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Citologia e Histologia Humana Composição química: todos os seres vivos são formados por moléculas orgânicas indispensáveis à sua sobrevivência, entre as quais podemos citar os ácidos nucleicos, as proteínas, os carboidratos e os lipídios. estrutural: conjunto de reações que ocorre durante o processo de constituição dos tecidos; OS SERES VIVOS Nos dias atuais, o estudo dos seres vivos tem adquirido cada vez mais nuances biomolecula- res que frequentemente se tornam alienadoras da integralidade do ser vivo estudado. Para evitar tal visão fragmentada do sujeito analisado é importante conhecer os níveis de organização dos seres vivos e sua inter- relação (Tabela 1.1) Os seres vivos, de uma maneira geral, podem ser identificados pela ciência a partir de um con- junto de características que lhes são peculiares. As principais são: Células: com exceção dos vírus, que ainda não considerados pela maioria dos autores na área da Biologia como seres vivos, a maioria dos seres vivos da Terra têm como unidade fundamental a célula, distribuídos em unicelulares (compostos por uma única célula) e pluricelulares (compostos por um agrupamento de células). Metabolismo: diz respeito ao conjunto de reações químicas que acontecem em um ser vivo com o intuito de manter seus componentes funcionando. energético: reações que visam produzir energia (E) necessária à sobrevivência das células; estrutural: conjunto de reações que ocorre durante o processo de constituição dos tecidos; Reprodução: os seres vivos apresentam vários mecanismos com o objetivo de produzir descendentes e garantir a perpetuação das suas diversas espécies. Adaptação: os seres vivos são capazes de se ajustar às características do meio ambiente a fim de manter sua sobrevivência. O ser humano tem como principal ferramenta de adaptação o seu próprio trabalho. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS SERES VIVOS Os seis elementos químicos mais frequentes nos seres vivos são: carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S) (UZUNIAN; BIRNER, 2001) ́Átomo: Menor parte de um elemento que mantém suas propriedades. Dos 109 conhecidos, 92 ocorrem na natureza e 17 são obtidos em laboratório. Molécula: Conjunto de átomos unidos por ligações químicas diversas. Organela: Componente celular responsável por realizar determinadas funções essenciais à sobrevivência e ao equilíbrio do ambiente celular Célula: Encontrada na maioria dos seres vivos, é constituída de maneira geral por um sistema de membranas, um citoplasma rico em estruturas e um núcleo. Tecido: Conjunto de células com semelhanças morfológicas e funcionais que interagem entre si e com outros tecidos. ́Orgão: Conjunto de tecidos organizados de forma a executar determinadas funções importantes à sobrevivência e ao equilíbrio do ser vivo. Sistema: Conjunto de órgãos envolvidos na execução de determinadas tarefas Organismo: Qualquer ser vivo pluricelular capaz de realizar reações metabólicas responsáveis pela sua sobrevivência, seu crescimento e sua reprodução. Esses elementos químicos se agrupam e formam diversos compostos e substâncias, com funções e importância distintas na constituição e no funcionamento dos seres vivos. Gráfico 1.1 – Elementos químicos que compõem a Terra Gráfico 1.2 – Elementos químicos que compõem os seres vivos. Os Elementos Diversos consideram o sódio, magnésio, cloro, potássio, cálcio, manganês, ferro, entre outros SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS Os sais participam na vida dos seres vivos de duas maneiras: Tabela 1.2 – Percentuais médios de constituintes inorgânicos e orgânicos em células animais e vegetais (reproduzido de UZUNIAN; BIRNER, 2001) Os seres vivos apresentam grande quantidade de H2O em sua constituição. No homem, 75% do peso deve-se à água. Nas medusas (águas-vivas) o teor de água chega a 98%, enquanto em algu- mas sementes essa proporção é de aproximadamente 10% do peso total. Praticamente todas as reações químicas vitais precisam de um meio aquoso para ocorrer. Por suas características moleculares, a água é capaz de atuar como solvente da maioria das outras substâncias conhecidas, por isso é chamada de solvente universal. >> Dissolvidos na forma iônica ÁGUA SAIS MINERAIS Os sais minerais ou inorgânicos são formados de partículas eletricamente carregadas chama- das íons. Os seres vivos necessitam de diversos tipos de íons provenientes de sais minerais para o bom funcionamento das suas células; a falta destas substâncias pode afetar seriamente o metabolismo e até levar ao óbito. Ca++ → coagulação sanguínea e contração muscular; Na+ e K+ → transmissão de impulsos nervosos; Fe+→ produção de hemoglobina; Mg+ → formação da clorofila nos vegetais. >> Sais na forma imobilizada Carbonato de cálcio (CaCO3) → constituição das conchas dos caramujos; Fosfato de cálcio (Ca3(PO4)2) → constituição dos ossos. COMPONENTES ORGÂNICOS Os componentes orgânicos são moléculas derivadas dos átomos de carbono (C) que se ligam a outros elementos. Algumas estruturas celulares são compostas por moléculas muito grandes, chamadas de macromoléculas. Nos organismos vivos há três tipos importantes de macromoléculas: ácidos nucleicos, proteínas e carboidratos. Os ácidos nucleicos são assim chamados por terem sido inicialmente descobertos no núcleo das células. São as maiores e mais importantes moléculas orgânicas encontradas nos seres vivos (MARTHO; AMABIS, 2002). ÁCIDOS NUCLEICOS Todos os organismos vivos contêm ácidos nucleicos sob as formas de ácido desoxirribonucleico (ADN ou DNA) e de ácido ribonucleico (ARN ou RNA). As informações genéticas contidas no DNA são copiadas ou transcritas nas moléculas de RNA, que traduzirão essas informações, orientando assim a produção das proteínas. DNA → → → TRANSCRIÇÃO → → → RNA → → → TRADUÇÃO → → → PTN. >> Um açúcar do grupo das pentoses (monossacarídeos compostos por cinco átomos de carbono): no RNA é chamado de ribose e no DNA de desoxirribose, devido à ausência de um oxigênio em sua composição. COMPOSIÇÃO DOS ÁCIDOS NUCLEICOS Os ácidos nucleicos são formados por unidades menores conhecidas como nucleotídeos, que, por sua vez, são moléculas compostas pela união de três outras moléculas: O DNA é formado por nucleotídeos, nos quais a pentose é a desoxirribose. Alguns vírus possuem apenas RNA, enquanto outros somente DNA. Os ácidos nucleicos comandam o funcionamento das células do organismo porque constituem os genes, nos quais estão inscritas as instruções para a fabricação de proteínas, as quais, por sua vez, atuam de forma estrutural ou como enzimas catalizadoras das reações vitais. Os ácidos nucleicos são formados por unidades menores conhecidas como nucleotídeos, que, por sua vez, são moléculas compostas pela união de três outras moléculas: >> Um radical fosfato derivado de uma molécula de ácido ortofosfórico (H3PO4): é o único componente que não varia no nucleotídeo. >> Uma base nitrogenada, que pertence a dois grupos distintos: as purinas (adenina e guanina) e as pirimidinas (timina, citosina e uracila). ESTRUTURA DO DNA Há quatro tipos de desoxirribonucleotídeos: citosina, guanina, adenina e timina. Em 1953, com base em dados obtidos por Wilkins e Franklin a partir da difração de raios X, Watson e Crick propuseram um modelo para a estrutura do DNA. Segundo tal modelo, os nucleotídeos unem-se por meio de ligações covalentes entre o fosfato de um deles e a pentose do outro, formando longas cadeias polinucleotídicas. A molécula de DNA é formada por duas cadeias polinucleotídicas paralelas, dispostas de forma helicoidal, compondo uma dupla hélice, e essas duas cadeias mantêm-se unidas por meio de ligações fortes entre suas bases nitrogenadas, chamadas pontes de hidrogênio. O RNA é composto por nucleotídeos nos quais a pentose é a ribose. ESTRUTURA DO RNA A molécula de RNA é formada, quase sempre, por uma única cadeia polinucleotídica, geral- mente enrolada sobre si mesma (MARTHO; AMABIS, 2002). Essas ligações, entretanto, não são aleatórias. A adenina de uma das cadeiasliga-se sempre a uma timina de outra cadeia, e vice-versa. A citosina de uma cadeia, por sua vez, liga-se sempre a uma guanina de outra cadeia, e vice-versa. >> RNA mensageiro (RNAm): sintetizado no núcleo a partir das informações contidas no DNA, migra para o citoplasma levando a informação genética para a produção de uma determinada proteína. ́Há quatro tipos de ribonucleotídeos: citosina, guanina, adenina e uracila. Existem três classes principais de RNA: >> RNA transportador (RNAt): identifica e transporta as sequências de aminoácidos disper- sas no citoplasma até os ribossomos. >> RNA ribossômico (RNAr): representa 50% da massa dos ribossomos e é o responsável pelas reações químicas que levam à síntese das proteínas. A maioria dos seres vivos (humanos inclusive) utiliza cerca de 20 aminoácidos diferentes para a construção de suas proteínas. Algumas espécies são capazes de fabricar os 20 tipos de aminoácidos, e não precisam obtê-los por meio dos alimentos. O homem é capaz de sintetizar 12 aminoácidos, que são chamados aminoácidos naturais, ou não essenciais. Os oito aminoácidos que o organismo humano não consegue sintetizar devem ser obtidos a partir de quem os sintetiza (animais ou plantas), por meio da alimentação, e são chamados de aminoácidos essenciais. PROTEÍNAS As proteínas são componentes fundamentais de todos os seres vivos. São macromoléculas formadas por dezenas ou mesmo centenas de aminoácidos, ligados em sequência como os elos de uma corrente. Aminoácidos são ácidos orgânicos no qual o carbono próximo ao grupo –COOH (carboxila), chamado de carbono α, está unido também a um grupo –NH2 (amina) e a um H. Além disso, o Cα se liga a uma cadeia lateral (R) que é diferente em cada tipo de aminoácido e vai definir as proprie- dades específicas de cada um dos aminoácidos formados (MARTHO; AMABIS, 2002). Os aminoácidos se ligam formando moléculas chamadas peptídeos. Esse nome é dado porque os aminoácidos se ligam pelo grupo amina de um aminoácido ao grupo carboxila do outro, gerando a liberação de uma molécula de H2O. Essa ligação é chamada de ligação pep- tídica ou ponte peptídica. Dois aminoácidos unidos formam um dipeptídio; três, um tripeptídio; quatro, um tetrapeptídio, e assim por diante. As proteínas, por serem constituídas de muitos aminoácidos, são chamadas de polipeptídios. ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS As proteínas possuem uma estrutura que pode ser dividida em quatro níveis de organização: ENZIMAS>> Primária: sequência de aminoácidos que formam a cadeia peptídica. É o nível mais importante na estruturação da proteína. O metabolismo dos seres vivos pode ser dividido em anabolismo e catabolismo: Catalizador é uma substância que participa de uma reação química, aumentando sua veloci- dade, mas que não se altera, podendo participar de outras reações do mesmo tipo. MODELO DA CHAVE- FECHADURA A anemia falciforme é um exemplo de doença que decorre de uma falha em apenas um aminoácido, ao nível da estrutura primária da molécula de hemoglobina, mas que traz significativas alterações na funcionalidade da hemoglobina. Em função desta pequena falha na estrutura primária, essa proteína não consegue constituir as estruturas secundária, terciária e quaternária, o que interfere significativamente na capacidade de armazenamento e transporte de gases pela hemoglobina. >> Secundária: interações entre os aminoácidos da cadeia polipeptídica fazem com que a estrutura primária se enrole sobre si mesma, resultando num filamento espiralado que se mantém estável em função das ligações químicas estabelecidas entre os aminoácidos. >> Terciária: a estrutura secundária continua dobrando-se sobre si mesma, conferindo à cadeia polipeptídica uma forma mais globosa que se mantém estável em função das novas ligações químicas que surgem entre os aminoácidos. >> Quaternária: em certas proteínas, cadeias polipeptídicas em estrutura terciária se unem dando origem a uma forma espacial mais complexa, determinante do papel bioquímico da proteína, que possui quatro subunidades proteicas (exemplo: hemoglobina). >> Anabolismo: reações de síntese de moléculas orgânicas; >> Catabolismo: reações de degradação de moléculas, liberando matéria-prima e energia. Todas as reações metabólicas, entretanto, ocorrem somente na presença de certas proteínas, chamadas enzimas, as quais participam dessas reações, mas não se modificam nesse processo, por isso são consideradas catalisadores biológicos. As enzimas vão agir facilitando o encontro das moléculas reagentes, chamadas genericamente de substrato, colocando-as em posição adequada para reagir. As enzimas possuem um ou mais lugares denominados sítios ativos, que se unem ao substrato, modificando-o quimicamente. Uma vez desencadeada a reação, a molécula enzimática se liberta, podendo interagir com outras moléculas do substrato. Esse modelo é chamado de chave- fechadura e, segundo ele, as enzimas apresentam grande especificidade, tendo cada uma a capacidade de catalisar uma reação química específica. FATORES QUE AFETAM A AÇÃO ENZIMÁTICA São também chamados de glicídios ou hidratos de carbono. Na fórmula da maior parte dos carboidratos, para cada átomo de carbono existem dois de hidrogênio e um de oxigênio. É desta característica estrutural que se origina o nome deste composto (Carbo + Hidrato). >> Monossacarídeos: açúcares simples, cuja fórmula geral é Cn (H2O), onde n pode variar de 3 a 8. De acordo com o número de carbonos, são chamados de trioses, pentoses e hexoses (UZUNIAN; BIRNER, 2001). A temperatura é um fator fundamental para a atividade enzimática. Até certo ponto, a temperatura aumenta a velocidade de uma reação enzimática. A partir daí, a velocidade da reação diminui bruscamente e cessa. Isso acontece porque o aquecimento de uma proteína a uma determinada temperatura rompe as ligações internas entre os aminoácidos, alterando as estruturas secundária e terciária desta molécula. A alteração da estrutura espacial da proteína, chamada de desnaturação, faz com que esta perca sua funcionalidade biológica. De forma geral, são divididos em três categorias principais: >> Dissacarídeos: açúcares constituídos pela união de dois monossacarídeos, geralmente hexoses, com perda de uma molécula de água. Os mais importantes desse grupo são a sacarose (glicose + frutose) e a lactose (glicose + galactose). >> Polissacarídeos: glicídios formados pela união de centenas ou mesmo milhares de monos- sacarídeos, com a correspondente perda das moléculas de água. Os mais importantes nos organismos vivos são: Outro fator que gera a desnaturação de uma proteína é o grau de acidez do meio, expresso pelo pH. O pH ótimo para a ação enzimática é próximo do neutro (de 6 a 8), mas há exceções: a pepsina atua melhor no pH ácido (+/- 2) do estômago, e a tripsina intestinal age melhor em pH levemente básico (+/- 8) (MARTHO; AMABIS, 2002). CARBOIDRATOS As principais pentoses são as que constituem o RNA e o DNA, respectivamente, ribose e desoxirribose; e as principais hexoses são a glicose, a frutose e a galactose. >> Glicerídeos: os glicerídeos são os principais constituintes das gorduras e óleos produzidos por animais e vegetais. Os principais exemplos nos seres humanos são os triglicerídeos (também chamados triacilgliceróis), que formam os principais depósitos de energia (na forma de gordura) no tecido adiposo e possuem na sua composição um álcool chamado glicerol, associado a três moléculas de ácido graxo. Representam a principal reserva de energia dos seres vivos. >> Ceras: assemelham-se aos glicerídeos em função de também possuírem ácidos graxos na sua constituição; a diferença é que estes são ligados a moléculas de álcool mais longas que o glicerol. São altamente insolúveis em água. Glicogênio: semelhante ao amido é utilizado como material de reserva pelos animais e é armazenado, principalmente, no fígado e nos músculos. As moléculas de glicose são absorvidas do sangue por células especializadas que promovem sua ligação em longas cadeiasque formam as moléculas de glicogênio (MARTHO; AMABIS, 2002) Celulose: também constituído de moléculas de glicose, encontra-se na parede das células de plantas e de muitas algas. Nenhum animal produz enzimas capazes de digeri-la. Apenas algumas espécies de fungos, bactérias e protozoários são capazes de produzir a celulase que vai digerir a celulose (MARTHO; AMABIS, 2002). HDL: o “bom” colesterol. Transporta o colesterol das artérias para o fígado, onde é inativado; Sua principal característica é a baixa solubilidade em água. Essa propriedade geral dos lipídios e compostos relacionados se deve ao predomínio de longas cadeias hidrocarbonadas alifáticas ou anéis benzênicos, que são estruturas hidrofóbicas. Eles dissolvem-se bem em solventes como o éter e o álcool. Os lipídios mais conhecidos são os glicerídeos, as ceras, os esteroides e os fosfolipídios (DE ROBERTIS; DE ROBERTIS, 2003). >> Esteroides: possuem uma estrutura molecular bem diferenciada dos outros lipídios, já que suas moléculas apresentam cadeias fechadas. Os esteroides mais conhecidos são o colesterol, o estrógeno e a testosterona. O colesterol, juntamente com os fosfolipídios, é um importante componente da membrana celular das células animais.O colesterol pre- cisa se ligar a proteínas para ser transportado pelo sangue. Há dois tipos principais de combinação: Amido: utilizado como material de reserva pelas plantas. Durante a fotossíntese, as células vegetais produzem moléculas de glicose, que são em parte metabolizadas produzindo energia para os processos celulares, e em parte unidas em longas cadeias que constituem o amido. Certas plantas têm caules (batata-inglesa) e raízes (mandioca e cenoura) especializadas em armazenar amido. LIPÍDIOS LDL: o “mau” colesterol. Transporta o colesterol para as artérias, onde é depositado e forma as placas de ateroma, que poderão vir a ocluir o vaso. Autotróficas: utilizam-se da fotossíntese para transformar moléculas de gás carbônico (CO2) e água (H2O) em moléculas de glicose, a partir da qual são sintetizadas moléculas mais complexas e é produzida energia para os processos celulares. Heterotróficas: obtêm energia por meio de carboidratos, gorduras e proteínas obtidas na alimentação. Há pouco mais de 400 anos, um novo e vasto mundo se descortinou para a humanidade, com o desenvolvimento dos primeiros microscópios e a descoberta das células. Essa descoberta revolucionou toda a forma como a vida era vista na Terra, do ponto de vista da Biologia e da Medicina. Por menor que seja o organismo procariota, ele deve ser grande o bastante para: Em 1838, depois de vários estudos, o botânico Mathias Schleiden (1804-1881) concluiu que todas as plantas eram constituídas por células. A mesma conclusão foi obtida com referência aos ani- mais em 1839, pelo zoólogo Theodor Schwann (1810-1882) (MARTHO; AMABIS, 2002). >> Procariotas: não possuem compartimentos membranosos internos nem um envoltório nuclear, estando seus cromossomos em contato direto com o resto do citoplasma. São na maioria pequenas, medindo entre 1 e 10 μm. Fosfolipídios: são moléculas formadas por cadeias de ácidos graxos que se combinam a uma “cabeça”, a qual contém fósforo. Juntamente com as proteínas, os fosfolipídios constituem o principal componente das membranas celulares, organizados em dupla camada, com moléculas de proteínas incrustadas. A CÉLULA Os vírus não são considerados células legítimas ou mesmo seres vivos, pois embora participem de alguns processos celulares, como a hereditariedade e a mutação, dependem das células do hospedeiro e por isso são considerados parasitas intracelulares obrigatórios. Fora das células hospedeiras, os vírus são inativos e podem até cristalizar-se. Quando se introduzem na célula, eles se ativam e passam a utilizar o maquinário biossintético da célula hospedeira para se reproduzir. Com o avanço das técnicas microscópicas e a obtenção de novos conhecimentos sobre as célu- las, estas passaram a ser classificadas por vários aspectos, alguns deles são explicados a seguir. PRODUÇÃO DE ENERGIA ORGANIZAÇÃO possuir uma membrana plasmática; conter material genético suficiente para codificar os diversos RNAs que participam da síntese proteica; ter um maquinário biossintético que possibilite a síntese de proteínas; >> Eucariotas: apresentam uma complexidade bem maior que as procariotas. Seu núcleo constitui um compartimento separado do resto do citoplasma pela membrana nuclear ou carioteca. Existe uma membrana plasmática, com sua estrutura peculiar servindo de barreira seletiva entre os meios intracelular e extracelular, e entre a membrana plasmática e a carioteca está o citoplasma, no qual estão imersas as organelas celulares, compostas por uma complexa rede de compartimentos membranosos no espaço celular interno. Do ponto de vista genético, os vírus podem possuir cromossomos constituídos por RNA ou DNA. Seu tamanho varia entre 30 a 300 nm e sua estrutura mostra diferentes graus de complexidade. Geralmente, possuem uma estrutura proteica chamada cápside ou capsídeo envolvendo o seu material genético.
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