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TRANSCRIÇÃO – CC1 20.09.21 CHOQUE (Prof. Jeancarllo) Choque é uma síndrome caracterizada pela incapacidade do sistema circulatório de oferecer oxigênio aos tecidos. As células não recebem aporte de oxigênio para manter sua homeostase – hipovolemia por trauma c/ hemorragias, por diarreia, insuficiência cardíaca Fisiologia Débito cardíaco – volume sanguíneo que está sendo ejetado do coração a cada minuto, se ele se reduz, leva à choque cardiogênico No politraumatizado, apresente taquicardia, p/ compensar a perda sanguínea e o DC diminuído; causa após isso, a hipotensão PAM: DC x RVS (resistência) Sistema venoso/arterial/capilar Venoso sempre tem maior parte do volume sanguíneo do coração (60-70%) Vasodilatação e diminuição do retorno venoso – choque anafilático, séptico, neurogênico (TRM – lesão da medula), anestesia geral, cirurgias (por compressão) *anemia – poucas hemácias, leva à hipoperfusão pois tem pouca hemoglobina, mas elas estão muito saturadas (99, 100%), porque tem pouco, mas que chega com muito (choque distributivo), tratamento é fazer hemotransfusão *pct politraumatizado vai ter DC aumentado (taquicardia compensatória), só diminui em fase tardia do choque Compensar perda de volume: hidratação venosa (cristaloide) Cardiogênico: usar drogas que aumentem o DC Anemia grave: transfusão Pressão baixa e FC alta: sangramento – fazer reposição volêmica Apendicite perfurada – choque séptico Choque cardiogênico – IAM MONITORIA – 23.09.2021 (Elielton e Ana Paula) Definição Pode ser definida como um estado de hipoperfusão generalizada onde as células do corpo não conseguem receber os nutrientes, principalmente o oxigênio, de forma adequada, o que acaba causando diminuição das atividades celulares básicas. Sempre lembrar que Choque não é sinônimo de Hipotensão, pois nem sempre Choque e Hipotensão caminham juntos. Choque é a expressão clínica da falência circulatória aguda que resulta na oferta insuficiente de oxigênio para os tecidos. Tipos de Choque Choque Hipovolêmico Acontece uma redução do volume sanguíneo total (não precisa necessariamente ser o sangue, pode ser qualquer líquido presente na corrente sanguínea) em relação ao espaço vascular, levando a um estado de hipotensão. Ou seja, ocorre uma perda de volume, e o que resta nos vasos não é suficiente para banhar todos os tecidos. Ocorre uma hipotensão e os tecidos não conseguem ser perfundidos. Acontece também uma ativação do Sistema Nervoso Simpático, com aumento da RVP na tentativa de corrigir a PA. Como acontece um aumento da quantidade de CO2 no sangue, acontece taquipneia para corrigir esse aumento. Vamos observar uma Acidose Metabólica caracterizada por aumento do lactato, produto do Metabolismo Anaeróbio. As principais causas são: Hemorragia por trauma, queimaduras por conta da perda de líquido pela pele, diarreias e vômitos extremos, pancreatite aguda. Choque Cardiogênico Acontece devido um problema na bomba cardíaca, seja estrutural ou funcional. O sangue não consegue ser bombeado para todos os tecidos, causando uma estase vascular. Acontece uma diminuição súbita do DC, levando a uma Hipotensão. O corpo tenta corrigir isso ativando os mecanismos reguladores do Sistema Nervoso Simpático. Como acontece uma hipóxia nos tecidos, essa mesma hipóxia compromete ainda mais a falha na bomba cardíaca, piorando ainda mais o quadro. As principais causas são as patologias que comprometem agudamente a função cardíaca. A principal é a IAM. Patologias crônicas não causam choque porque o corpo consegue compensar. *paciente em choque pode chegar aparentemente assintomático, por conta da existência dos mecanismos compensatórios (pré e pós-carga e contratilidade miocárdica). Choque Obstrutivo Acontece devido um fator estrutural que impeça o sangue de circular normalmente. Pode ser uma obstrução na circulação, ou algum fator que aumente a pressão sobre o coração impedindo o mesmo de bater corretamente, ou até mesmo sobre um grande vaso. É uma obstrução, seja dentro do vaso ou algo que esteja fora comprimindo e impedindo o sangue de circular. As principais causas são Pneumotórax Hipertensivo, Tamponamento cardíaco e Hemotórax. Pode acontecer também por compressão das grandes veias, como na Síndrome da VCS, ou em TEP por conta do aumento da pressão no ventrículo D. Choque Distributivo Acontece uma perda do controle vasomotor arterial e venular, levando a uma vasodilatação excessiva, o que causa uma diminuição da pressão hidrostática e hipotensão generalizada. Estão incluídos nessa categoria o choque séptico, anafilático e neurogênico. A má perfusão tecidual é resultado de vasodilatação periférica global que leva a redução acentuada da pressão de enchimento capilar, comprometendo o fornecimento de oxigênio pelos capilares. O débito cardíaco se mantém normal, pois o problema não é como volume nem com a bomba. Os mecanismos simpáticos de vasoconstrição não conseguem atuar porque geralmente a musculatura arteriolar se encontra lesada. É o choque mais grave e com pior prognóstico devido à falha do mecanismo compensatório. Princípios básicos da Hemodinâmica Débito Cardíaco: É o volume de sangue bombeado pelo coração em 1 minuto. Definido basicamente por 4 fatores: Pré-carga (Quantidade de sangue que chega no ventrículo e depende do retorno venoso), Pós-carga (A força que o ventrículo precisa vencer para ejetar o sangue na Aorta. Depende da RVS.), Contratilidade Miocárdica (A força que o músculo cardíaco tem), e a Frequência cardíaca. Frequência cardíaca elevada ao extremo não aumenta o DC porque o ventrículo não tem tempo de se encher. FC diminuída ao extremo diminui o DC. DC = DS x FC Pressão Arterial Sistêmica: É necessário que se mantenha em um valor adequado para que o sangue consiga perfundir em todos os tecidos. Pode ser calculada pela fórmula: DC x RVS. Resistência Vascular Sistêmica: É definida pelo tônus muscular, principalmente das artérias. A vasodilatação diminui, e a vasoconstrição aumenta. O sistema venoso funciona como um grande armazenador de sangue. Quando as veias dilatam (venodilatação ou venoplegia), chega menos sangue ao coração, isto é, diminui o retorno venoso e, portanto, o débito cardíaco. Quando contraem (venoconstricção), o retorno venoso se eleva. Alterações Hemodinâmicas no Choque Podemos dividir os choques de acordo com as alterações no DC e RVS. Choques Hipodinâmicos Estão relacionados a diminuição do DC e aumento da RVS. Entram nessa categoria os choques Hipovolêmicos, Cardiogênicos e Obstrutivos. No início desse choque, temos a fase compensatória. A fase compensatória se caracteriza por uma ação do sistema nervoso simpático, através das catecolaminas, que causam um aumento da FC e da RVS, aumentando o retorno venoso e a quantidade de batimentos para compensar e aumentar o DC. No entanto, esse mecanismo só é eficiente no início do choque, pois depois de um tempo ele não consegue mais, e o choque entra na fase descompensada. Choques Hiperdinâmicos Estão relacionados ao aumento do DC (Ou diminuição, depende da fase) e diminuição da RVS. Entram nessa categoria os Choques distributivos, como o Séptico e o Neurogênico. Alteração na Permeabilidade Vascular no Choque A permeabilidade vascular é a permissão que o vaso dá para os líquidos atravessarem sua parede. Se aumenta, os líquidos vão passar com mais facilidade através do capilar. Como aumenta? O fluxo sanguíneo normal dentro do capilar é laminar, com os Eritrócitos na periferia, e os glóbulos brancos no centro do fluxo. Quando acontece algum problema na circulação, esse fluxo se torna turbulento e essas lâminas se desfazem. Os leucócitos então saem do centro e vão para a periferia, degranulando e se batendo contra o endotélio e causando lesões nas células endoteliais. Isso causa um maior extravasamento de líquido p/ terceiro espaço, causando edema.ESSE EDEMA ACABA DIFICULTANDO E OBSTRUINDO A CHEGADA DO O2 AS CÉLULAS, DIMINUINDO A PERFUSÃO SANGUÍNEA SISTÊMICA PRINCIPALMENTE NO CHOQUE SÉPTICO. Esse aumento da Permeabilidade acaba causando uma diminuição da troca gasosa no pulmão devido ao líquido presente no espaço entre os Alvéolos. O Alvéolo fica colabado e distante do vaso. O Pulmão fica meio que "Afogado" com o líquido intersticial. Disponibilidade e extração de O2 nos choques Nos choques hipodinâmicos temos uma diminuição da disponibilidade de O2, mas a taxa de extração continua em um nível adequado, por isso temos diminuição da saturação central de O2. No choque distributivo, o problema não está tanto na oferta de O2, mas sim na dificuldade de extração de O2, causada pelo edema. Com isso, o O2 não é extraído e a Saturação venosa central de O2 aumenta. RESUMO DOS EVENTOS HEMODINÂMICOS NOS CHOQUES O débito cardíaco vai estar diminuído em todos, exceto no distributivo. A PVC vai está baixa nos choques onde o coração está afetado ou tenha alguma obstrução. A RVP vai estar aumentada em todos, exceto no distributivo. A SVcO2 vai estar diminuída em todos, exceto no distributivo. Metabolismo Celular no Choque O primeiro indício é a Acidose Metabólica, causada pelo metabolismo da célula, que na deficiência de O2 começa a realizar metabolismo anaeróbio, liberando Ácido Lático na circulação diminuindo o PH. Essa diminuição pode acontecer antes mesmo da queda da PA. A Acidose pode levar a morte celular, principalmente dos neurônios, o que pode levar a falência respiratório. O exame para detectar é a Gasometria. Critérios para Diagnóstico de Choque Hipodinâmicos Fácies de Sofrimento ou alteração do estado mental Hipocorado Taquicardia Taquipneia Aumento do Lactato Sérico Débito Urinário diminuído CHOQUE 7 Hipotensão arterial por mais de 20 minutos. Hiperdinâmicos No choque séptico, o principal fator de diagnóstico é o aumento do Lactato. SIRS É uma resposta inflamatória sistêmica e generalizada. Geralmente começa em um local específico, mas alguns fatores inflamatórios são levados pelo sangue e acabam degranulando mastócitos que liberam mais substâncias, levando a uma resposta sistêmica. Quando acontece acompanhada de uma infecção pode levar a uma sepse. Diagnóstico A Hipotensão é o maior sinal clínico do Choque, mas não é Patognomônico. Podemos avaliar a pele, se o paciente está hipocorado, se o enchimento capilar demora mais que 3 segundos, se a pele está fria ou úmida. Avaliar Diurese. Se estiver menor que 0,5ml/kg/h é sinal de choque. Avaliar o nível de confusão mental, se existe letargia Tratamento O tratamento inicial deve ser baseado na rápida restauração e manutenção da perfusão e da oferta de O2 aos órgãos vitais e a identificação e tratamento da causa base.
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