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Saúde Pública Beatriz Xavier Antes da chegada dos europeus em território brasileiro, os povos indígenas já o habitavam há centenas de anos. Os povos indígenas já tinham enfermidades, mas com a colonização portuguesa tudo piorou. Doenças comuns na Europa, que não existiam no Brasil, acabaram sendo trazidas. Os indígenas não tinham imunidade para elas e a conseqüência foi a morte de milhares deles. Durante a Colônia e o Império, pouco ou nada foi feito com relação à saúde. Não havia políticas públicas estruturadas, muito menos a construção de centros de atendimento à população. O acesso à tratamentos e cuidados médicos dependia da classe social: pessoas pobres e escravos viviam em condições duras e poucos sobreviviam às doenças que tinham. As pessoas nobres e colonos brancos, que tivessem terras e posses, tinham maior facilidade de acesso a médicos e remédios da época. Com a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil e a sua vontade em desenvolver o Brasil para que se aproximasse da realidade vivida em Portugal, uma das primeiras medidas foi a fundação de cursos universitários. Aos poucos, os médicos estrangeiros foram substituídos por médicos brasileiros, ou formados no Brasil. Primeira Faculdade de Medicina do Brasil - Bahia. A ligação entre entidades religiosas e tratamentos de saúde é bastante forte e existe desde a colonização do Brasil. As Santas Casas de Misericórdia foram criadas e mantidas pelas doações das comunidades, e destinadas à prestar assistência médica às pessoas. As santas casas foram, durante décadas, a única opção de acolhimento e tratamento de saúde para quem não tinha dinheiro. De 1838 a 1940, as santas casas mudaram seu propósito e começaram a agir por meio da filantropia. Santa Casa de Misericórdia do Rio. Com a Independência do Brasil, Dom Pedro I transforma as escolas em faculdades e cria órgãos para vistoriar a higiene pública principalmente na nova capital brasileira, o Rio de Janeiro. A higienização sanitária deveria ocorrer por conta das recorrentes endemias de febre amarela, peste bubônica, malária e varíola, doenças associadas à falta de saneamento básico e de higiene. Os esgotos, na época, corriam a céu aberto e o lixo era depositado em valas. Com o fim da escravidão, o país ficou dependente de mão de obra imigrante para continuar no cultivo de insumos, porém o Brasil ainda era refém dos problemas sanitários e das epidemias. Portanto, para a recepção dos imigrantes europeus, houve diversas reformas urbanas e sanitárias nas grandes cidades, como o Rio de Janeiro, em que houve atenção especial às suas áreas portuárias. Para o governo, o crescimento do país dependia de uma população saudável e com capacidade produtiva, portanto era de seu interesse que sua saúde estivesse em bom estado. Os sanitaristas comandaram esse período com campanhas de saúde, sendo um dos destaques o médico Oswaldo Cruz, que enfrentou revoltas populares na defesa da vacina obrigatória contra a varíola – na época, a população revoltou-se com a medida, pois não foram explicados os objetivos da campanha e do que se tratavam as vacinas. Com a presidência de Getúlio Vargas, houve reformulações no sistema a fim de criar uma atuação mais centralizada, inclusive quanto à saúde pública. Foi concedido novos direitos aos trabalhadores, como assistência médica e “licença-gestante”. Além disso, a Consolidação das Leis Trabalhistas de 1943, determinava aos trabalhadores de carteira assinada, além do salário mínimo, também benefícios à saúde. Em 1953, foi criado o Ministério da Saúde. A saúde sofreu com o corte de verbas durante o período de regime militar e doenças como dengue, meningite e malária se intensificaram. Houve aumento das epidemias e da mortalidade infantil, até que o governo buscou fazer algo. Uma das medidas foi a criação do INPS, que foi a união de todos os órgãos previdenciários que funcionavam desde 1930, a fim de melhorar o atendimento médico. A ditadura chegou ao fim e foi realizado a 8ª Conferência Nacional da Saúde, que pela primeira vez na história, foi possível a participação da sociedade civil organizada no processo de construção do que seria o novo modelo de saúde pública brasileiro. Essa conferência foi tão importante pois desde o seu tema – “saúde como direito de todos e dever do Estado” – teve como resultado uma série de documentos que basicamente esboçaram o surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS). A conferência ampliou os conceitos de saúde pública no Brasil, propôs mudanças baseadas no direito universal à saúde com melhores condições de vida, além de fazer menção à saúde preventiva, à descentralização dos serviços e à participação da população nas decisões. O relatório da conferência teve suas principais resoluções incorporadas à Constituição Federal de 1988. A Constituição Federal de 1988 foi o primeiro documento a colocar o direito à saúde definitivamente no ordenamento jurídico brasileiro. A saúde passa a ser um direito do cidadão e um dever do Estado. A Constituição ainda determina que o sistema de saúde pública deve ser gratuito, de qualidade e universal, isto é, acessível a todos os brasileiros e/ou residentes no Brasil. As Conferências de Saúde são realizadas até o dia de hoje e ocorrem de 4/4 anos. As leis Orgânicas de Saúde são as leis que regulamentam o Sistema Único de Saúde (SUS). São elas: • Lei 8.080/90: Essa lei dispõe sobre as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Vigorando em todo o território nacional, para qualquer ação ou serviço de saúde realizado por pessoas ou empresas. • Lei 8.142/90: Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. Constituição Federal de 1988 Art. 196. A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas públicas sociais e econômicas que visem à redução dos riscos de doença e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 197. Saúde pelo estado e iniciativa privada, traz também a regulamentação, fiscalização e controle da saúde. Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) • Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação ou outras características sociais ou pessoais. • Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior. (JUSTIÇA) • Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II- atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III – participação da comunidade. PARAGRAFO ÚNICO: O Sistema Único de Saúde será financiado, com recursos do orçamento da seguridadesocial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. Art. 199. Participação da Iniciativa Privada, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. Art. 200. Competências do SUS, como participar da produção de medicamentos, fiscalizar e inspecionar alimentos, participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico, etc. Níveis de Atenção à Saúde • Atenção primária: Unidades de Saúde – Atenção primária à grupos populacionais situados em uma área de abrangência delimitada. Ex.: UBS, ESF e NASF Porta de entrada do sistema para os níveis superior de maior complexidade. • Atenção secundária: Serviços ambulatoriais – Serviços ambulatoriais com especialidades clínicas e cirúrgicas, serviços de apoio diagnóstico e terapêutico e serviços de atendimento de urgência e emergência. Ex.: UPA, SAMU e Hospitais Gerais. • Atenção terciária: Serviços hospitalares de maior complexidade – Conjunto de terapias e procedimentos de elevada especialização. Ex.: Transplantes, oncologia, pré natal de alto risco, etc. Cirurgia Robótica Estratégia de Saúde da Família (ESF) A Estratégia Saúde da Família (ESF) é o modelo assistencial da Atenção Básica, que se fundamenta no trabalho de equipes multiprofissionais em um território adstrito e desenvolve ações de saúde a partir do conhecimento da realidade local e das necessidades de sua população. A equipe mínima é composta por: médico de família ou generalista, enfermeiro de família ou generalista, técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados a equipe, os profissionais de Saúde Bucal: cirurgião- dentista da família ou generalista e auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal. Cada equipe deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000 pessoas. Programas/Acolhimento • Saúde da criança: compreende na promoção e prevenção à saúde, com avaliação do crescimento (físico, nutricional e psíquico), vacinação (BCG e Hepatite B), saúde bucal e segurança. • Saúde do adolescente: compreende na promoção e prevenção à saúde, com avaliação do crescimento crescimento (físico, nutricional e psíquico), vacinação (HPV), saúde bucal, segurança, sexual e drogas (álcool, tabagismo, psicotrópicos). • Saúde da mulher: compreende na promoção e prevenção à saúde, com avaliação do crescimento crescimento (físico, nutricional e psíquico), vacinação (DT e Hepatite B), saúde bucal, segurança, drogas (álcool, tabagismo, psicotrópicos), sexual (preventivos, IST, mamas), pré-natal, puerpério, amamentação e planejamento familiar (contraceptivo ou laqueadura). • Saúde do homem: compreende na promoção e prevenção à saúde, com avaliação do crescimento crescimento (físico, nutricional e psíquico), vacinação (DT e Hepatite B), saúde bucal, segurança, drogas (álcool, tabagismo, psicotrópicos), sexual (IST) e planejamento familiar (contraceptivo ou vasectomia). • Saúde do adulto: compreende na promoção e prevenção à saúde, com avaliação, DM, HAS, Tuberculose, Hanseníase, Obesidade e Tabagismo. • Saúde bucal: compreende na promoção e prevenção à saúde bucal. • Saúde mental: compreende na promoção e prevenção à saúde mental. • Saúde do idoso: compreende na promoção e prevenção à saúde, com avaliação do crescimento (físico, nutricional e psíquico), vacinação (Influenza), saúde bucal, segurança, drogas (álcool, tabagismo, psicotrópico) e sexual (IST). • Visita domiciliar: deve realizar visitas programadas ou voltadas ao atendimento de demandas espontâneas, segundo critérios epidemiológicos e de identificação de situações de risco. Imunização Rede de frios pode ser considerada, um sistema de conservação, manejo, transporte e distribuição das vacinas, desde a sua saída do laboratório fabricante, até o local de vacinação, tendo assegurada sua conservação em temperatura de +2°C a +8°C. A cadeia de frio é composta por duas partes: a cadeia fixa onde são armazenadas as vacinas até a sua utilização e a cadeia móvel composta por recipientes móveis para transporte (caixa térmica). Sala de Vacinação A sala de vacinação é a instância final da REDE DE FRIO, onde os procedimentos de vacinação são executados, mediante ações de rotina, campanhas bloqueios e intensificações. É recomendado a climatização da sala (aparelhos de ar condicionado, para dias quentes, e aquecedores, para clima frio), de forma a minimizar os riscos indesejados de alterações de temperatura dos imunobiológicos. A limpeza da sala de vacinação deve ser recorrente, diária, realizada ao menos 2 vezes ao dia. E a limpeza dos equipamentos de refrigeração (freezer e geladeiras) devem ser feita pelo técnico ou auxiliar de enfermagem. NÃO varrer a sala de vacina, utilizar panos úmidos com solução desinfetante. Organização da geladeira • No congelador colocar gelo reciclável ou saco com gelo, na posição vertical, ocupando todo espaço. • Na 1ª prateleira as vacinas virais (contra poliomielite, sarampo, tríplice viral, dupla viral e febre amarela); • Na 2ª prateleira as vacinas bacterianas e toxóides (BCG, DTP e dT), além do termômetro de máxima e mínima na posição vertical, localizado no centro da prateleira; • Na 3ª prateleira pode-se colocar os diluentes ou caixas com as vacinas, devendo-se ter cuidado de permitir a circulação de ar entre as mesmas. NÃO PODE O USO DE GELADEIRA DUPLEX Calendário Nacional de Imunização 2022 Vacinação Infantil Vacinação do Adolescente Vacinação do Adulto Vacinação da Gestante Vacinação do Idoso Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) • Candidíase: É causada pelo fungo Cândida albicans, que coloniza a microbiota normal da pele, do trato gastrointestinal e geniturinário. É caracterizada por prurido, dispareunia, ardor e pela eliminação de um corrimento vaginal em grumos, semelhante à nata de leite. A vulva e vagina encontram-se edemaciadas, em alguns casos acompanhadas de sensação de queimaduras e ardor ao urinar. O corrimento geralmente é branco e espesso, é inodoro e, quando depositado nas vestes a seco, tem aspecto farináceo. Esses sintomas aumentam no período pré menstrual e no homem podem provocar coceira, dor e vermelhidão no pênis, mas em alguns casos pode não causar nenhum sintoma evidente. Essa doença tem cura e o tratamento é feito com pomadas ou remédios antifúngicos. Contato íntimo sem preservativo; uso freqüente de antibióticos, corticóides ou antidepressivos; DM; má higienização do pênis; doenças que enfraquecem o sistema imune, como AIDS e Lúpus; quimioterapia e alimentação rica em doces são as principais causas de Candidíase. • Tricomoníase: É uma das principais IST curáveis no mundo, é causada pelo protozoário unicelular Trichomonas vaginalis. Sua transmissão é exclusivamente pela via sexual e a transmissão do Trichomonas entre homens é rara. Os sintomas são: corrimento amarelo ou esverdeado de odor forte, ardência ou dor ao urinar, vermelhidão e coceira intensa na região genital, e dor durante a relação sexual. • Gonorréia: Doença infecto-contagiosa que se caracteriza pela presença de abundante secreção purulenta (corrimento) pela uretra do homem e vagina e/ou uretra na mulher, prurido (coceira) na uretra, ardência ao urinar e em alguns casos, febre. A transmissão é por via sexual e as complicações mais comuns são: aborto espontâneo, parto de bebê morto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto e doenças inflamatórias em geral. O tratamento é feito por antibióticos e os meios de prevenção são: preservativo e higiene pós-coito. • Hepatites: A hepatite é a inflamação do fígado, pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. As hepatites virais são inflamações causadas por vírus: A, B, C, D (Delta) e E. No Brasil , mais de 70% dos óbitos por hepatites virais são decorrentes daHepatite C. O SUS oferece tratamento para todos, independente do grau de lesão do fígado. No Brasil, as hepatite virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. O vírus D é mais freqüente na Região Norte do Brasil. Em muitos casos, não há nenhum tipo de sintoma e isso aumenta os riscos da infecção evoluir e se tornar crônica, causando danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Os sintomas mais comuns são: cansaço, febre, mal estar, tontura, enjôo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados (icterícia), urina escura e fezes claras. O diagnóstico pode ser feito por testes rápidos (para os tipos B e C), que estão disponíveis nos serviços públicos de saúde e dão o resultado em minutos, ou por exames feitos em laboratórios, que fazem parte do rol de exames do pré natal. A vacina é uma forma de prevenção contra as hepatites do tipo A e B, entretanto quem se vacina para o tipo B, se protege também para hepatite D. As vacina são disponibilizadas gratuitamente pelo SUS. • Hepatite B – 4 doses (ao nascer, 2, 4 e 6 meses). • Hepatite A – crianças de 15 meses a 5 anos incompletos (4 anos, 11 meses e 29 dias). É importante que todos que ainda não se vacinaram tomem as 3 doses da vacina. As hepatite A e E têm seu mecanismo de transmissão ligado à condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos. Já as hepatites B, C e D, a transmissão é por contato com sangue, por meio de compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam. E pela transmissão vertical, que pode ocorrer durante a gravidez e o parto. A amamentação não está contraindicada caso sejam realizadas ações de prevenção tais como a profilaxia para o recém-nascido: 1ª dose da vacina e imunoglobulina nas primeiras 12 horas de vida e completar o esquema com as demais doses para prevenção da hepatite B e D. Com relação a hepatite C, não existem evidências de que a transmissão possa ser evitada com a contraindicação à amamentação. • Sífilis: É uma doença causada pela bactéria Treponema pallidum e pode se manifestar em 3 estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintomas e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença. Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, principalmente as gestantes, pois a sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. O teste deve ser feito na 1ª consulta do pré natal, no 3º trimestre da gestação e no momento do parto (independentemente de exames anteriores). O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar seqüelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental. O teste rápido está disponível nos serviços de saúde do SUS, com leitura do resultado em minutos. Nos casos de TR positivo (reagente), uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial (não treponêmico) para confirmação do diagnóstico. Já nas gestantes, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado imediatamente com apenas um teste positivo, sem precisar aguardar o resultado do segundo teste. O tratamento é realizado com a aplicação, via IM, da penicilina benzatina, mais conhecida como Benzetacil. Nas gestantes, deve iniciar o tratamento em até 30 dias antes do parto e o esquema terapêutico vai ser de acordo com o estágio clínico da doença, respeitando o intervalo recomendado das does. O uso correto e regular de preservativos é a medida de prevenção da sífilis, além do acompanhamento das gestantes e seus parceiros durante o pré natal, contribuindo para o controle da sífilis congênita (transmitida para a criança durante a gestação – transmissão vertical). • AIDS: HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana, causador da AIDS. O vírus ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças, as células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópia de si mesmo e depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Ter HIV não é a mesma coisa que ter AIDS. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pela relação sexual desprotegida, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gestação e amamentação. No Brasil, temos exames laboratoriais e teste rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde. Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da AIDS, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus ate o surgimento dos primeiros sinais da doença). Esse período varia de 3 a 6 semanas e o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal esta. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida. A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas isso não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. Com o freqüente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4+ (glóbulos brancos do sistema imunológico) e os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarréia, suores noturnos e emagrecimento. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a AIDS. Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou por não seguir o tratamento indicado, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Os medicamentos antirretrovirais impedem a multiplicação do vírus no organismo, evitando o enfraquecimento do sistema imunológico. O uso regular é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com o HIV, além de reduzir o número de internações e infecções pelas doenças oportunistas. Sarcoma de Kaposi • HPV: O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, provocando verrugas anogenitais (região genital e no ânus) e câncer, a depender do tipo de vírus. A infecção pelo HPV não apresenta sintomas na maioria das pessoas. Em alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar sinais (visíveis a olho nu). As primeiras manifestações da infecção pelo HPV surgem entre, aproximadamente, 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção. As verrugas podem acometer vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou região pubiana. O tratamento consiste na destruição das lesões, deve ser individualizado, considerando características (extensão, quantidade e localização) das lesões, disponibilidade de recursos e feitos adversos. São químicos, cirúrgicos e estimuladores da imunidade. Podem ser domiciliares (autoaplicados) ou ambulatoriais (aplicado no serviço de saúde), conforme indicação profissional para cada caso. E alguns tratamentos não podem ser realizados durante a gestação. O diagnóstico do HPV é atualmente realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais. O exame preventivocontra o HPV, o papanicolau, é um exame ginecológico preventivo mais comum para identificar lesões precursoras do câncer do colo do útero. A vacina contra o HPV é a medida mais eficaz para prevenir contra a infecção. É distribuída gratuitamente pelo SUS e indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) É uma doença definida pela persistência da pressão arterial sistólica maior ou igual a 140mmHg e uma pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg, em indivíduos que não estão fazendo uso de medicação anti-hipertensiva. A hipertensão arterial é considerada, atualmente, um dos mais importantes fatores de risco para doenças cardiovasculares. Fatores de risco: obesidade, idade, sexo e etnia, fatores socioeconômicos, ingestão de sal, álcool e sedentarismo. Diabetes Mellitus (DM) É uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue (hiperglicemia). A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo, a falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta portanto em acúmulo de glicose no sangue. • Diabetes Tipo 1 – deficiência de insulina, acomete crianças e adultos jovens, mas pode ser desencadeada em qualquer faixa etária. • Diabetes Tipo 2 – quadro de resistência insulínica, aumento da produção de insulina. A instalação do quadro é mais lenta e os sintomas (sede, aumento da diurese, dores nas pernas, alterações visuais e outros) podem demorar vários anos até se apresentarem. Se não reconhecida e tratada a tempo, pode evoluir para um quadro grave de desidratação e coma. Está associada ao aumento de peso e obesidade, acometendo principalmente adultos a partir de 50 anos. Isso se deve, principalmente, pelo aumento do consumo de gorduras e carboidratos aliados à falta de atividade física. • Diabetes Gestacional – diabetes diagnosticada durante a gestação, podendo ser transitória ou não, ao termino da gravidez, a paciente deve ser investigada e acompanhada. É considerado DM quando a taxa de glicose é maior ou igual que 126 mg/dL em jejum, maior que 200mg/dL colhida em qualquer horário e maior que 200mg/dL duas horas após sobrecarga oral de glicose. E hemoglobina glicada igual ou maior que 6,5%. Tuberculose (BK) É uma doença infecto-contagiosa causada pelo Bacilo de Koch (BK) e é curável em praticamente 100% dos casos. O tratamento é medicamentoso e a principal maneira de prevenir a tuberculose em crianças é com a vacina BCG ao nascer ou no máximo até os 4 anos, 11 meses e 29 dias, que é ofertada gratuitamente pelo SUS. A transmissão é direta, de pessoa a pessoa, principalmente através do ar. O principal sintoma da tuberculose é a tosse na forma seca ou produtiva, podendo apresentar febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço/fadiga. O diagnóstico é através de exames: baciloscopia, teste rápido, cultura para microbactéria e radiografia de tórax (exame complementar por imagem). Influenza É uma infecção aguda do sistema respiratório, provocado pelo vírus da influenza, que propaga- se facilmente e ocorre por gotículas ou contato direto. Os sintomas são: febre, dor no corpo, tosse seca e dor de cabeça. Uso de máscara, evitar aglomeração, lavar as mãos e vacina são as formas de prevenção. A vacina contra a gripe não está na rotina do Calendário Nacional de Vacinação, trata-se de uma vacina de campanha, ou seja, ocorre somente em um período específico. H3N2 O aumento de casos de infecções pelo vírus influenza no último trimestre deste ano tem atraído atenção para uma velha conhecida da humanidade. A gripe, como é chamada popularmente, tem gerado surtos regionais pelo país impulsionada pela introdução de uma nova cepa do subtipo A (H3N2), batizada de Darwin. Os sintomas são febre alta no início do contágio, inflamação na garganta, calafrios, perda de apetite, irritação nos olhos, vômito, dores articulares, tosse, mal-estar e diarréia, principalmente em crianças. O período de incubação do vírus H3N2 é de 3 a 5 dias, quando começa a manifestação dos sintomas. Porém, algumas pessoas podem não apresentar sintomas. Durante o período de incubação ou em casos de infecções assintomáticas, o paciente também pode transmitir a doença. O período de transmissão do vírus em crianças é de até 14 dias, enquanto nos adultos é de até 7 dias. A doença pode começar a ser transmitida até 1 dia antes do início do surgimento dos sintomas. O período de maior risco de contágio é quando há sintomas, sobretudo febre. O Brasil possui vacinas que protegem contra o vírus Influenza, no entanto, elas não são específicas para a variante H3N2, que está atingindo o país. De acordo com o Instituto Butantan, a previsão é de que a vacina para H3N2 chegue ao Brasil a partir de março de 2022. COVID 19 A Covid-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo coronavírus, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global. Tem como principais sintomas: febre, cansaço e tosse seca. Outros sintomas menos comuns e que podem afetar alguns pacientes são: perda de paladar ou olfato, congestão nasal, conjuntivite, dor de garganta, dor de cabeça, dores nos músculos ou juntas, diferentes tipos de erupção cutânea, náusea ou vômito, diarréia, calafrios ou tonturas. Atualmente existem 4 tipos de vacinas contra o COVID 19 no Brasil: Sinovac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen.
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