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Saúde Pública
Beatriz Xavier
Antes da chegada dos europeus em território 
brasileiro, os povos indígenas já o habitavam há centenas 
de anos. Os povos indígenas já tinham enfermidades, 
mas com a colonização portuguesa tudo piorou. Doenças 
comuns na Europa, que não existiam no Brasil, acabaram 
sendo trazidas. Os indígenas não tinham imunidade para 
elas e a conseqüência foi a morte de milhares deles.
Durante a Colônia e o Império, pouco ou nada foi feito 
com relação à saúde. Não havia políticas públicas 
estruturadas, muito menos a construção de centros de 
atendimento à população. O acesso à tratamentos e 
cuidados médicos dependia da classe social: pessoas 
pobres e escravos viviam em condições duras e poucos 
sobreviviam às doenças que tinham. As pessoas nobres e 
colonos brancos, que tivessem terras e posses, tinham 
maior facilidade de acesso a médicos e remédios da época. 
Com a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil 
e a sua vontade em desenvolver o Brasil para que se 
aproximasse da realidade vivida em Portugal, uma das 
primeiras medidas foi a fundação de cursos 
universitários. Aos poucos, os médicos estrangeiros 
foram substituídos por médicos brasileiros, ou formados 
no Brasil. 
Primeira Faculdade de Medicina do Brasil - Bahia.
A ligação entre entidades religiosas e tratamentos de 
saúde é bastante forte e existe desde a colonização do Brasil. 
As Santas Casas de Misericórdia foram criadas e mantidas 
pelas doações das comunidades, e destinadas à prestar 
assistência médica às pessoas. As santas casas foram, durante 
décadas, a única opção de acolhimento e tratamento de 
saúde para quem não tinha dinheiro.
De 1838 a 1940, as santas casas mudaram seu propósito e 
começaram a agir por meio da filantropia.
Santa Casa de Misericórdia do Rio.
Com a Independência do Brasil, Dom 
Pedro I transforma as escolas em faculdades e 
cria órgãos para vistoriar a higiene pública 
principalmente na nova capital brasileira, o 
Rio de Janeiro. 
A higienização sanitária deveria ocorrer por 
conta das recorrentes endemias de febre 
amarela, peste bubônica, malária e varíola, 
doenças associadas à falta de saneamento 
básico e de higiene. Os esgotos, na época, 
corriam a céu aberto e o lixo era depositado 
em valas.
Com o fim da escravidão, o país ficou 
dependente de mão de obra imigrante para 
continuar no cultivo de insumos, porém o Brasil 
ainda era refém dos problemas sanitários e das 
epidemias. Portanto, para a recepção dos 
imigrantes europeus, houve diversas reformas 
urbanas e sanitárias nas grandes cidades, como o 
Rio de Janeiro, em que houve atenção especial às 
suas áreas portuárias. 
Para o governo, o crescimento do país 
dependia de uma população saudável e com 
capacidade produtiva, portanto era de seu 
interesse que sua saúde estivesse em bom 
estado.
Os sanitaristas comandaram esse período com 
campanhas de saúde, sendo um dos destaques o 
médico Oswaldo Cruz, que enfrentou revoltas 
populares na defesa da vacina obrigatória contra a 
varíola – na época, a população revoltou-se com a 
medida, pois não foram explicados os objetivos da 
campanha e do que se tratavam as vacinas. 
Com a presidência de Getúlio Vargas, 
houve reformulações no sistema a fim de criar 
uma atuação mais centralizada, inclusive 
quanto à saúde pública. Foi concedido novos 
direitos aos trabalhadores, como assistência 
médica e “licença-gestante”. Além disso, a 
Consolidação das Leis Trabalhistas de 1943, 
determinava aos trabalhadores de carteira 
assinada, além do salário mínimo, também 
benefícios à saúde. 
Em 1953, foi criado o Ministério da Saúde. 
A saúde sofreu com o corte de verbas durante o 
período de regime militar e doenças como 
dengue, meningite e malária se intensificaram. 
Houve aumento das epidemias e da mortalidade 
infantil, até que o governo buscou fazer algo. 
Uma das medidas foi a criação do INPS, que foi a 
união de todos os órgãos previdenciários que 
funcionavam desde 1930, a fim de melhorar o 
atendimento médico. 
A ditadura chegou ao fim e foi realizado a 8ª 
Conferência Nacional da Saúde, que pela primeira 
vez na história, foi possível a participação da 
sociedade civil organizada no processo de 
construção do que seria o novo modelo de saúde 
pública brasileiro.
Essa conferência foi tão importante pois desde o 
seu tema – “saúde como direito de todos e dever 
do Estado” – teve como resultado uma série de 
documentos que basicamente esboçaram o 
surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS). A 
conferência ampliou os conceitos de saúde 
pública no Brasil, propôs mudanças baseadas no 
direito universal à saúde com melhores condições 
de vida, além de fazer menção à saúde 
preventiva, à descentralização dos serviços e à 
participação da população nas decisões. O 
relatório da conferência teve suas principais 
resoluções incorporadas à Constituição Federal 
de 1988.
A Constituição Federal de 1988 foi o primeiro
documento a colocar o direito à saúde definitivamente no
ordenamento jurídico brasileiro. A saúde passa a ser um
direito do cidadão e um dever do Estado.
A Constituição ainda determina que o sistema de
saúde pública deve ser gratuito, de qualidade e universal,
isto é, acessível a todos os brasileiros e/ou residentes no
Brasil.
As Conferências de Saúde são realizadas até o dia de
hoje e ocorrem de 4/4 anos.
As leis Orgânicas de Saúde são as leis que 
regulamentam o Sistema Único de Saúde (SUS). 
São elas:
• Lei 8.080/90: Essa lei dispõe sobre as condições para
promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências. Vigorando
em todo o território nacional, para qualquer ação ou
serviço de saúde realizado por pessoas ou empresas.
• Lei 8.142/90: Dispõe sobre a participação da
comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde e
sobre as transferências intergovernamentais de
recursos financeiros na área da saúde.
Constituição Federal de 1988
Art. 196. A Saúde é direito de todos e dever 
do Estado, garantindo mediante políticas 
públicas sociais e econômicas que visem à 
redução dos riscos de doença e outros agravos 
e ao acesso universal e igualitário às ações e 
serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação.
Art. 197. Saúde pelo estado e iniciativa 
privada, traz também a regulamentação, 
fiscalização e controle da saúde.
Princípios do Sistema Único de Saúde 
(SUS)
• Universalização: a saúde é um direito de
cidadania de todas as pessoas e cabe ao
Estado assegurar este direito, sendo que o
acesso às ações e serviços deve ser garantido
a todas as pessoas, independentemente de
sexo, raça, ocupação ou outras características
sociais ou pessoais.
• Equidade: o objetivo desse princípio é diminuir
desigualdades. Apesar de todas as pessoas
possuírem direito aos serviços, as pessoas não são
iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em
outras palavras, equidade significa tratar
desigualmente os desiguais, investindo mais onde a
carência é maior. (JUSTIÇA)
• Integralidade: este princípio considera as pessoas
como um todo, atendendo a todas as suas
necessidades. Para isso, é importante a
integração de ações, incluindo a promoção da
saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a
reabilitação. Juntamente, o princípio de
integralidade pressupõe a articulação da saúde
com outras políticas públicas, para assegurar uma
atuação intersetorial entre as diferentes áreas
que tenham repercussão na saúde e qualidade de
vida dos indivíduos.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um
sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de
governo;
II- atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III – participação da comunidade.
PARAGRAFO ÚNICO: O Sistema Único de Saúde será
financiado, com recursos do orçamento da seguridadesocial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, além de outras fontes.
Art. 199. Participação da Iniciativa Privada,
mediante contrato de direito público ou
convênio, tendo preferência as entidades
filantrópicas e as sem fins lucrativos.
Art. 200. Competências do SUS, como
participar da produção de medicamentos,
fiscalizar e inspecionar alimentos, participar da
formulação da política e da execução das ações
de saneamento básico, etc.
Níveis de Atenção à Saúde
• Atenção primária: Unidades de Saúde – Atenção
primária à grupos populacionais situados em uma
área de abrangência delimitada. Ex.: UBS, ESF e NASF
Porta de entrada do sistema para os níveis superior de 
maior complexidade.
• Atenção secundária: Serviços ambulatoriais –
Serviços ambulatoriais com especialidades
clínicas e cirúrgicas, serviços de apoio
diagnóstico e terapêutico e serviços de
atendimento de urgência e emergência. Ex.:
UPA, SAMU e Hospitais Gerais.
• Atenção terciária: Serviços hospitalares de
maior complexidade – Conjunto de terapias e
procedimentos de elevada especialização. Ex.:
Transplantes, oncologia, pré natal de alto
risco, etc.
Cirurgia Robótica
Estratégia de Saúde da Família (ESF)
A Estratégia Saúde da Família (ESF) é o modelo assistencial da
Atenção Básica, que se fundamenta no trabalho de equipes
multiprofissionais em um território adstrito e desenvolve ações
de saúde a partir do conhecimento da realidade local e das
necessidades de sua população.
A equipe mínima é composta por: médico de família ou
generalista, enfermeiro de família ou generalista, técnico de
enfermagem e agentes comunitários de saúde. Podem ser
acrescentados a equipe, os profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-
dentista da família ou generalista e auxiliar e/ou técnico em Saúde
Bucal.
Cada equipe deve ser responsável por, no máximo, 4.000
pessoas, sendo a média recomendada de 3.000 pessoas.
Programas/Acolhimento
• Saúde da criança: compreende na promoção e
prevenção à saúde, com avaliação do
crescimento (físico, nutricional e psíquico),
vacinação (BCG e Hepatite B), saúde bucal e
segurança.
• Saúde do adolescente: compreende na
promoção e prevenção à saúde, com avaliação do
crescimento crescimento (físico, nutricional e
psíquico), vacinação (HPV), saúde bucal,
segurança, sexual e drogas (álcool, tabagismo,
psicotrópicos).
• Saúde da mulher: compreende na promoção e
prevenção à saúde, com avaliação do crescimento
crescimento (físico, nutricional e psíquico), vacinação
(DT e Hepatite B), saúde bucal, segurança, drogas
(álcool, tabagismo, psicotrópicos), sexual (preventivos,
IST, mamas), pré-natal, puerpério, amamentação e
planejamento familiar (contraceptivo ou laqueadura).
• Saúde do homem: compreende na promoção e
prevenção à saúde, com avaliação do crescimento
crescimento (físico, nutricional e psíquico), vacinação
(DT e Hepatite B), saúde bucal, segurança, drogas
(álcool, tabagismo, psicotrópicos), sexual (IST) e
planejamento familiar (contraceptivo ou vasectomia).
• Saúde do adulto: compreende na promoção e
prevenção à saúde, com avaliação, DM, HAS,
Tuberculose, Hanseníase, Obesidade e
Tabagismo.
• Saúde bucal: compreende na promoção e
prevenção à saúde bucal.
• Saúde mental: compreende na promoção e
prevenção à saúde mental.
• Saúde do idoso: compreende na promoção e
prevenção à saúde, com avaliação do
crescimento (físico, nutricional e psíquico),
vacinação (Influenza), saúde bucal, segurança,
drogas (álcool, tabagismo, psicotrópico) e sexual
(IST).
• Visita domiciliar: deve realizar visitas
programadas ou voltadas ao atendimento de
demandas espontâneas, segundo critérios
epidemiológicos e de identificação de situações
de risco.
Imunização
Rede de frios pode ser considerada, um 
sistema de conservação, manejo, transporte e 
distribuição das vacinas, desde a sua saída do 
laboratório fabricante, até o local de 
vacinação, tendo assegurada sua conservação 
em temperatura de +2°C a +8°C.
A cadeia de frio é composta por duas 
partes: a cadeia fixa onde são armazenadas as 
vacinas até a sua utilização e a cadeia móvel 
composta por recipientes móveis para 
transporte (caixa térmica).
Sala de Vacinação
A sala de vacinação é a instância final da REDE 
DE FRIO, onde os procedimentos de vacinação 
são executados, mediante ações de rotina, 
campanhas bloqueios e intensificações.
É recomendado a climatização da sala 
(aparelhos de ar condicionado, para dias quentes, 
e aquecedores, para clima frio), de forma a 
minimizar os riscos indesejados de alterações de 
temperatura dos imunobiológicos. 
A limpeza da sala de vacinação deve ser 
recorrente, diária, realizada ao menos 2 vezes 
ao dia. E a limpeza dos equipamentos de 
refrigeração (freezer e geladeiras) devem ser 
feita pelo técnico ou auxiliar de enfermagem.
NÃO varrer a sala de vacina, utilizar panos 
úmidos com solução desinfetante.
Organização da geladeira
• No congelador colocar gelo reciclável ou saco com
gelo, na posição vertical, ocupando todo espaço.
• Na 1ª prateleira as vacinas virais (contra poliomielite,
sarampo, tríplice viral, dupla viral e febre amarela);
• Na 2ª prateleira as vacinas bacterianas e toxóides (BCG,
DTP e dT), além do termômetro de máxima e mínima
na posição vertical, localizado no centro da prateleira;
• Na 3ª prateleira pode-se colocar os diluentes ou caixas
com as vacinas, devendo-se ter cuidado de permitir a
circulação de ar entre as mesmas.
NÃO PODE O USO DE GELADEIRA DUPLEX
Calendário 
Nacional de 
Imunização 2022
Vacinação Infantil
Vacinação do Adolescente
Vacinação do Adulto
Vacinação da Gestante
Vacinação do Idoso
Infecções Sexualmente Transmissíveis 
(IST)
• Candidíase:
É causada pelo fungo Cândida albicans, que coloniza a
microbiota normal da pele, do trato gastrointestinal e
geniturinário.
É caracterizada por prurido, dispareunia, ardor e pela
eliminação de um corrimento vaginal em grumos,
semelhante à nata de leite. A vulva e vagina encontram-se
edemaciadas, em alguns casos acompanhadas de sensação
de queimaduras e ardor ao urinar. O corrimento
geralmente é branco e espesso, é inodoro e, quando
depositado nas vestes a seco, tem aspecto farináceo. Esses
sintomas aumentam no período pré menstrual e no
homem podem provocar coceira, dor e vermelhidão no
pênis, mas em alguns casos pode não causar nenhum
sintoma evidente.
Essa doença tem cura e o tratamento é feito
com pomadas ou remédios antifúngicos.
Contato íntimo sem preservativo; uso freqüente
de antibióticos, corticóides ou antidepressivos; DM;
má higienização do pênis; doenças que enfraquecem
o sistema imune, como AIDS e Lúpus; quimioterapia
e alimentação rica em doces são as principais causas
de Candidíase.
• Tricomoníase:
É uma das principais IST curáveis no mundo, é
causada pelo protozoário unicelular Trichomonas
vaginalis.
Sua transmissão é exclusivamente pela via
sexual e a transmissão do Trichomonas entre
homens é rara.
Os sintomas são: corrimento amarelo ou
esverdeado de odor forte, ardência ou dor ao
urinar, vermelhidão e coceira intensa na região
genital, e dor durante a relação sexual.
• Gonorréia: 
Doença infecto-contagiosa que se caracteriza
pela presença de abundante secreção purulenta
(corrimento) pela uretra do homem e vagina e/ou
uretra na mulher, prurido (coceira) na uretra,
ardência ao urinar e em alguns casos, febre.
A transmissão é por via sexual e as
complicações mais comuns são: aborto
espontâneo, parto de bebê morto, parto
prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto e
doenças inflamatórias em geral.
O tratamento é feito por antibióticos e os
meios de prevenção são: preservativo e higiene
pós-coito.
• Hepatites:
A hepatite é a inflamação do fígado, pode ser
causada por vírus ou pelo uso de alguns remédios,
álcool e outras drogas, assim como por doenças
autoimunes, metabólicas e genéticas.
As hepatites virais são inflamações causadas por
vírus: A, B, C, D (Delta) e E. No Brasil , mais de 70% dos
óbitos por hepatites virais são decorrentes daHepatite
C.
O SUS oferece tratamento para todos,
independente do grau de lesão do fígado.
No Brasil, as hepatite virais mais comuns são as 
causadas pelos vírus A, B e C. O vírus D é mais 
freqüente na Região Norte do Brasil.
Em muitos casos, não há nenhum tipo de sintoma 
e isso aumenta os riscos da infecção evoluir e se tornar 
crônica, causando danos mais graves ao fígado, como 
cirrose e câncer.
Os sintomas mais comuns são: cansaço,
febre, mal estar, tontura, enjôo, vômitos, dor
abdominal, pele e olhos amarelados
(icterícia), urina escura e fezes claras.
O diagnóstico pode ser feito por testes
rápidos (para os tipos B e C), que estão
disponíveis nos serviços públicos de saúde e
dão o resultado em minutos, ou por exames
feitos em laboratórios, que fazem parte do rol
de exames do pré natal.
A vacina é uma forma de prevenção contra as
hepatites do tipo A e B, entretanto quem se
vacina para o tipo B, se protege também para
hepatite D.
As vacina são disponibilizadas gratuitamente
pelo SUS.
• Hepatite B – 4 doses (ao nascer, 2, 4 e 6 meses).
• Hepatite A – crianças de 15 meses a 5 anos
incompletos (4 anos, 11 meses e 29 dias).
É importante que todos que ainda não se
vacinaram tomem as 3 doses da vacina.
As hepatite A e E têm seu mecanismo de
transmissão ligado à condições de
saneamento básico, higiene pessoal,
qualidade da água e dos alimentos.
Já as hepatites B, C e D, a transmissão é
por contato com sangue, por meio de
compartilhamento de seringas, agulhas,
lâminas de barbear, alicates de unha e outros
objetos que furam ou cortam. E pela
transmissão vertical, que pode ocorrer
durante a gravidez e o parto.
A amamentação não está contraindicada
caso sejam realizadas ações de prevenção tais
como a profilaxia para o recém-nascido: 1ª
dose da vacina e imunoglobulina nas
primeiras 12 horas de vida e completar o
esquema com as demais doses para
prevenção da hepatite B e D.
Com relação a hepatite C, não existem
evidências de que a transmissão possa ser
evitada com a contraindicação à
amamentação.
• Sífilis:
É uma doença causada pela bactéria
Treponema pallidum e pode se manifestar em 3
estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas
primeiras fases, período em que a doença é mais
contagiosa. O terceiro estágio pode não
apresentar sintomas e, por isso, dá a falsa
impressão de cura da doença.
Todas as pessoas sexualmente ativas devem
realizar o teste para diagnosticar a sífilis,
principalmente as gestantes, pois a sífilis
congênita pode causar aborto, má formação do
feto e/ou morte ao nascer.
O teste deve ser feito na 1ª consulta do pré natal,
no 3º trimestre da gestação e no momento do parto
(independentemente de exames anteriores). O cuidado
também deve ser especial durante o parto para evitar
seqüelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência
mental.
O teste rápido está disponível nos serviços de
saúde do SUS, com leitura do resultado em minutos.
Nos casos de TR positivo (reagente), uma amostra
de sangue deverá ser coletada e encaminhada para
realização de um teste laboratorial (não treponêmico)
para confirmação do diagnóstico. Já nas gestantes,
devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento
deve ser iniciado imediatamente com apenas um teste
positivo, sem precisar aguardar o resultado do segundo
teste.
O tratamento é realizado com a aplicação, via
IM, da penicilina benzatina, mais conhecida como
Benzetacil. Nas gestantes, deve iniciar o
tratamento em até 30 dias antes do parto e o
esquema terapêutico vai ser de acordo com o
estágio clínico da doença, respeitando o intervalo
recomendado das does.
O uso correto e regular de preservativos é a
medida de prevenção da sífilis, além do
acompanhamento das gestantes e seus parceiros
durante o pré natal, contribuindo para o controle
da sífilis congênita (transmitida para a criança
durante a gestação – transmissão vertical).
• AIDS:
HIV é a sigla em inglês do vírus da
imunodeficiência humana, causador da AIDS.
O vírus ataca o sistema imunológico,
responsável por defender o organismo de
doenças, as células mais atingidas são os
linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa
célula que o HIV faz cópia de si mesmo e
depois de se multiplicar, rompe os linfócitos
em busca de outros para continuar a infecção.
Ter HIV não é a mesma coisa que ter AIDS. Há
muitos soropositivos que vivem anos sem
apresentar sintomas e sem desenvolver a doença.
Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas
pela relação sexual desprotegida, pelo
compartilhamento de seringas contaminadas ou
de mãe para filho durante a gestação e
amamentação.
No Brasil, temos exames laboratoriais e teste
rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV
em cerca de minutos. Esses testes são realizados
gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde.
Quando ocorre a infecção pelo vírus
causador da AIDS, o sistema imunológico
começa a ser atacado. E é na primeira fase,
chamada de infecção aguda, que ocorre a
incubação do HIV (tempo da exposição ao
vírus ate o surgimento dos primeiros sinais da
doença). Esse período varia de 3 a 6 semanas
e o organismo leva de 30 a 60 dias após a
infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os
primeiros sintomas são muito parecidos com
os de uma gripe, como febre e mal esta. Por
isso, a maioria dos casos passa despercebida.
A próxima fase é marcada pela forte interação
entre as células de defesa e as constantes e
rápidas mutações do vírus. Mas isso não
enfraquece o organismo o suficiente para
permitir novas doenças, pois os vírus
amadurecem e morrem de forma equilibrada.
Esse período, que pode durar muitos anos, é
chamado de assintomático. Com o freqüente
ataque, as células de defesa começam a
funcionar com menos eficiência até serem
destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco
e vulnerável a infecções comuns. A fase
sintomática inicial é caracterizada pela alta
redução dos linfócitos T CD4+ (glóbulos brancos
do sistema imunológico) e os sintomas mais
comuns nessa fase são: febre, diarréia, suores
noturnos e emagrecimento.
A baixa imunidade permite o aparecimento
de doenças oportunistas, que recebem esse
nome por se aproveitarem da fraqueza do
organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais
avançado da doença, a AIDS. Quem chega a essa
fase, por não saber da sua infecção ou por não
seguir o tratamento indicado, pode sofrer de
hepatites virais, tuberculose, pneumonia,
toxoplasmose e alguns tipos de câncer.
Os medicamentos antirretrovirais impedem a
multiplicação do vírus no organismo, evitando o
enfraquecimento do sistema imunológico.
O uso regular é fundamental para aumentar o
tempo e a qualidade de vida das pessoas que
vivem com o HIV, além de reduzir o número de
internações e infecções pelas doenças
oportunistas.
Sarcoma de Kaposi
• HPV:
O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus
Humano) é um vírus que infecta pele ou mucosas
(oral, genital ou anal), tanto de homens quanto
de mulheres, provocando verrugas anogenitais
(região genital e no ânus) e câncer, a depender do
tipo de vírus.
A infecção pelo HPV não apresenta sintomas
na maioria das pessoas. Em alguns casos, o HPV
pode ficar latente de meses a anos, sem
manifestar sinais (visíveis a olho nu).
As primeiras manifestações da infecção pelo
HPV surgem entre, aproximadamente, 2 a 8
meses, mas pode demorar até 20 anos para
aparecer algum sinal da infecção.
As verrugas podem acometer vulva, vagina,
colo do útero, região perianal, ânus, pênis
(geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou
região pubiana.
O tratamento consiste na destruição das
lesões, deve ser individualizado, considerando
características (extensão, quantidade e
localização) das lesões, disponibilidade de
recursos e feitos adversos. São químicos,
cirúrgicos e estimuladores da imunidade. Podem
ser domiciliares (autoaplicados) ou ambulatoriais
(aplicado no serviço de saúde), conforme
indicação profissional para cada caso. E alguns
tratamentos não podem ser realizados durante a
gestação.
O diagnóstico do HPV é atualmente realizado
por meio de exames clínicos e laboratoriais.
O exame preventivocontra o HPV, o
papanicolau, é um exame ginecológico preventivo
mais comum para identificar lesões precursoras
do câncer do colo do útero. A vacina contra o
HPV é a medida mais eficaz para prevenir contra
a infecção. É distribuída gratuitamente pelo SUS e
indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos
de 11 a 14 anos.
Hipertensão Arterial Sistêmica
(HAS)
É uma doença definida pela persistência da
pressão arterial sistólica maior ou igual a
140mmHg e uma pressão arterial diastólica maior
ou igual a 90 mmHg, em indivíduos que não estão
fazendo uso de medicação anti-hipertensiva.
A hipertensão arterial é considerada,
atualmente, um dos mais importantes fatores de
risco para doenças cardiovasculares.
Fatores de risco: obesidade, idade, sexo e
etnia, fatores socioeconômicos, ingestão de sal,
álcool e sedentarismo.
Diabetes Mellitus (DM)
É uma doença caracterizada pela elevação da
glicose no sangue (hiperglicemia).
A função principal da insulina é promover
a entrada de glicose para as células do
organismo, a falta da insulina ou um defeito
na sua ação resulta portanto em acúmulo de
glicose no sangue.
• Diabetes Tipo 1 – deficiência de insulina,
acomete crianças e adultos jovens, mas pode
ser desencadeada em qualquer faixa etária.
• Diabetes Tipo 2 – quadro de resistência
insulínica, aumento da produção de insulina. A
instalação do quadro é mais lenta e os sintomas
(sede, aumento da diurese, dores nas pernas,
alterações visuais e outros) podem demorar
vários anos até se apresentarem. Se não
reconhecida e tratada a tempo, pode evoluir para
um quadro grave de desidratação e coma. Está
associada ao aumento de peso e obesidade,
acometendo principalmente adultos a partir de
50 anos. Isso se deve, principalmente, pelo
aumento do consumo de gorduras e carboidratos
aliados à falta de atividade física.
• Diabetes Gestacional – diabetes diagnosticada
durante a gestação, podendo ser transitória ou
não, ao termino da gravidez, a paciente deve ser
investigada e acompanhada.
É considerado DM quando a taxa de glicose é
maior ou igual que 126 mg/dL em jejum, maior
que 200mg/dL colhida em qualquer horário e
maior que 200mg/dL duas horas após sobrecarga
oral de glicose. E hemoglobina glicada igual ou
maior que 6,5%.
Tuberculose (BK)
É uma doença infecto-contagiosa causada
pelo Bacilo de Koch (BK) e é curável em
praticamente 100% dos casos.
O tratamento é medicamentoso e a
principal maneira de prevenir a tuberculose
em crianças é com a vacina BCG ao nascer ou
no máximo até os 4 anos, 11 meses e 29 dias,
que é ofertada gratuitamente pelo SUS.
A transmissão é direta, de pessoa a pessoa,
principalmente através do ar.
O principal sintoma da tuberculose é a tosse
na forma seca ou produtiva, podendo apresentar
febre vespertina, sudorese noturna,
emagrecimento e cansaço/fadiga.
O diagnóstico é através de exames:
baciloscopia, teste rápido, cultura para
microbactéria e radiografia de tórax (exame
complementar por imagem).
Influenza 
É uma infecção aguda do sistema respiratório,
provocado pelo vírus da influenza, que propaga-
se facilmente e ocorre por gotículas ou contato
direto.
Os sintomas são: febre, dor no corpo, tosse
seca e dor de cabeça.
Uso de máscara, evitar aglomeração, lavar as
mãos e vacina são as formas de prevenção.
A vacina contra a gripe não está na rotina do
Calendário Nacional de Vacinação, trata-se de
uma vacina de campanha, ou seja, ocorre
somente em um período específico.
H3N2
O aumento de casos de infecções pelo vírus
influenza no último trimestre deste ano tem atraído
atenção para uma velha conhecida da humanidade. A
gripe, como é chamada popularmente, tem gerado
surtos regionais pelo país impulsionada pela
introdução de uma nova cepa do subtipo A (H3N2),
batizada de Darwin.
Os sintomas são febre alta no início do contágio,
inflamação na garganta, calafrios, perda de apetite,
irritação nos olhos, vômito, dores articulares, tosse,
mal-estar e diarréia, principalmente em crianças.
O período de incubação do vírus H3N2 é de 3
a 5 dias, quando começa a manifestação dos
sintomas. Porém, algumas pessoas podem não
apresentar sintomas.
Durante o período de incubação ou em casos
de infecções assintomáticas, o paciente também
pode transmitir a doença. O período de
transmissão do vírus em crianças é de até 14 dias,
enquanto nos adultos é de até 7 dias.
A doença pode começar a ser transmitida até
1 dia antes do início do surgimento dos sintomas.
O período de maior risco de contágio é quando
há sintomas, sobretudo febre.
O Brasil possui vacinas que protegem
contra o vírus Influenza, no entanto, elas não
são específicas para a variante H3N2, que está
atingindo o país. De acordo com o Instituto
Butantan, a previsão é de que a vacina para
H3N2 chegue ao Brasil a partir de março de
2022.
COVID 19
A Covid-19 é uma infecção respiratória aguda
causada pelo coronavírus, potencialmente grave, de
elevada transmissibilidade e de distribuição global.
Tem como principais sintomas: febre, cansaço e
tosse seca. Outros sintomas menos comuns e que
podem afetar alguns pacientes são: perda de paladar
ou olfato, congestão nasal, conjuntivite, dor de
garganta, dor de cabeça, dores nos músculos ou juntas,
diferentes tipos de erupção cutânea, náusea ou
vômito, diarréia, calafrios ou tonturas.
Atualmente existem 4 tipos de vacinas contra o
COVID 19 no Brasil: Sinovac, AstraZeneca, Pfizer e
Janssen.

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